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Resumo
Os condomínios fechados são, hoje, um fenómeno globalizado que surge nos mais diversos contextos urbanos e sociais.
Frequentemente relacionados com segregação e exclusividade, caracterizam-se pela criação de uma realidade intra-muros que se
distancia da realidade envolvente. Com a consciência de que se trata de um fenómeno complexo, cuja análise e compreensão
teriam de o abordar de forma holística (atendendo a distintas áreas: Sociologia, Urbanismo, Economia, etc.), esta dissertação tem
por objectivo fazer uma análise espacio-funcional da morfologia desse “mundo” dentro dos muros.
A primeira abordagem ao tema procura uma definição do conceito de condomínio fechado. Através de um levantamento
de definições e significados, procura-se clarificar e entender do que se entende por “condomínio fechado”.
Em seguida, o estudo procura enquadrar historicamente o fenómeno. Fez-se uma investigação das formas urbanas que
estão na sua origem, chegando-se às praças residenciais britânicas do século XVIII. Identificam-se as formas urbanas que evoluíram
desde essa altura até ao que se reconhece como o modelo-base dos actuais condomínios fechados: o subúrbio romântico anglo-
americano. Identificadas as suas origens, segue-se um ponto da situação da evolução recente dos condomínios fechados nos EUA,
no Brasil e em Portugal. São identificadas as razões que levaram ao sucesso do fenómeno nestes três países. A abordagem da
realidade portuguesa é um pouco mais aprofundada, já que também se observa a evolução da legislação que lhe é aplicável.
Uma vez feito o enquadramento dos condomínios fechados, passa-se à análise do universo de estudo. Começa-se por
descrever a metodologia utilizada, quantitativa (através do cálculo de diversos parâmetros urbanísticos e de outros factores) e
qualitativa (com a tradução gráfica da morfologia espacio-funcional). Em seguida, delimita-se o universo de estudo e passa-se à
caracterização dos oito casos de estudo seleccionados (todos eles localizados no concelho de Cascais), realizando-se a análise
individual de cada um de acordo com a metodologia adoptada. No final do capítulo, procede-se à comparação dos casos
estudados, nomeadamente em termos das suas características espacio-funcionais.
Finalmente, na quarta parte, são apresentadas as conclusões obtidas ao longo do trabalho, procurando-se oferecer uma
contribuição para a caracterização dos condomínios fechados do concelho de Cascais.
Abstract
Gated communities are, now, a global phenomenon that arises in diverse urban and social contexts. Often related to
segregation and exclusivity, are characterized by the creation of a reality, within the walls, that is distant from reality environment.
With the awareness that this is a complex phenomenon, whose analysis and understanding would have to do an holistic approach
(through different areas: Sociology, Urban Planning, Economics, etc.), this dissertation aims to analyze spatial-functional
morphology of this "world" within the walls.
The first approach to the subject seeks the identification and definition of the concept gated communities. Through a
survey of definitions and meanings, it aims to define and understand what is meant by the “gated communities”.
For a better understanding of the phenomenon, then, the study sought to frame the same. It was researched on urban
th
forms which are its source, coming to the UK residential squares of the 18 century. The urban forms that have evolved since that
time are acknowledged until the one that is better identified as the base model of current gated-communities: the Anglo-American
romantic suburb. Identified the origins of gated communities, follows the presentation about recent developments in the U.S.,
Brazil and Portugal. The reasons for the success of the phenomenon in these three realities are identified. The approach to the
Portuguese reality is deepened, with emphasis on the development of legislation that applies to gated communities.
Once done the framework of gated.communities, it is set to develop the analysis of the study universe. The methodology
used is described, which lays down a quantitative approach (through the calculation of various urban parameters and other factors)
and qualitative (with the graphic translation of space and functional morphology). The limits of the universe of study are marked,
and it is made the characterization of eight case studies set. Initially the case studies are situated in the municipality of Cascais,
followed by a brief presentation of them. Then proceeds to the individual analysis of each case study (according to the
methodology adopted), trying to decipher the spatial and functional characteristics of them. At the end of the chapter, the results
of the eight case studies under review are compared.
Finally, the fourth part compiles the findings identified during the development of the work, looking for a contribution to
the characterization of gated communities in the reality of Cascais.
Agradecimentos
À Professora Teresa Heitor, pelo acompanhamento, pela orientação, pela
assistência e colaboração, não apenas no desenvolvimento desta dissertação, mas
também ao longo do meu processo de formação académica.
Aos meus pais, pela orientação na minha construção como pessoa. Por
possibilitarem e apoiarem a conclusão de mais uma etapa na minha formação
académica.
Aos meus irmãos, pelo arrimo e amizade. Em especial, à minha irmã Rita pela
recepção e amparo que extinguiu distâncias.
Índice Geral
VOLUME I
Resumo
Abstract
Agradecimentos
Índice Geral
Índice de Imagens
Índice de Gráficos
Índice de Tabelas
Índice de Abreviaturas
1- Introdução Pág. 1
O objecto Pág. 2
Os objectivos Pág. 2
O método Pág. 3
A delimitação do universo de estudo Pág. 3
O estado da arte Pág. 4
Justificação do tema Pág. 9
2. Enquadramento Pág 15
3. Desenvolvimento Pág. 67
VOLUME II Anexos
Índice de Imagens
CAPA Fotografia da entrada principal da Quinta Patino, Estoril
Imagem de auto r
1- Introdução
Figura 1.1 – Capa de Fortress America: Gated Communities in the United States Pág. 4
fo nte: B LA KELY e SNYDER (1997)
Figura 1.2 – Capa de Cidade de muros: crime segregação e cidadania em São Paulo Pág. 5
fo nte: CA LDEIRA (2000)
Figura 1.3 – Capa de Fragmentos Utópicos na cidade caótica: condomínios fechados no Grande Porto Pág. 5
fo nte: CRUZ (2003)
Figura 1.5 – Capa de Privatopia: Homeowner Associations and the Rise of Residential Government Pág. 7
fo nte: M CKENZIE (1994)
Figura 1.7 – Capa de Novas paisagens: a produção social de condomínios fechados na Área Metropolitana de Lisboa Pág. 8
fo nte: RA P OSO (2002)
2- Enquadramento
Figura 2.4 – Planta de um troço de Londres com Lincoln’s Inn Fields e Bloomsbury Square, Londres em 1720. Pág. 23
fo nte: www.o ldlo ndo nmaps.co m , auto ria: Jo hn Sto w
Figura 2.11 – Planta do empreendimento Llewellyn Park, New Jersey, 1857 Pág. 29
fo nte: http://www.arch.mcgill.ca
Figura 2.12 – Planta do empreendimento Country Club District, Kansas City Pág. 32
fo ne: http://web2.umkc.edu
Figura 2.17 – Fotografia da favela de Paraisópolis ao lado dos condomínios fechados do Morumbi, São Paulo Pág. 43
fo nte: http://www.fo to tucavieira.co m.br, auto ria: Tuca Vieira
3- Desenvolvimento
Figura 3.1 – Fotografias de diversas Superfícies de Solo Permeável dos casos de Estudo Pág. 71
Imagem de auto r, cima para baixo : Villaggio M anique, Quinta P enha Longa, Vila P o ente
Figura 3.3 – Fotografia de exemplo de delimitação Opaca de um caso de estudo (Villaggio Manique) pag 74
Imagem de auto r
Figura 3.4 – Fotografia de exemplo de delimitação Permeável de um caso de estudo (Encosta da Aldeia) pag 74
Imagem de auto r
Figura 3.10 – Esquema-tipo da distribuição dos acessos dos casos de estudo pag 77
Elabo rada de auto r
Figura 3.11 – Esquema-tipo da distribuição dos núcleos do edificado dos casos de estudo pag 77
Elabo rada de auto r
Figura 3.12 – Esquema-tipo da distribuição de barreiras e núcleos de equipamentos dos casos de estudo pag 77
Elabo rada de auto r
Figura 3.57 – Esquema da distribuição, barreiras e núcleos de equipamentos do cf Quinta Patino Pág. 93
Elabo rado pelo auto r
Figura 3.67 – Esquema da distribuição, barreiras e núcleos de equipamentos do cf Vila Poente Pág. 96
Elabo rado pelo auto r
Figura 3.77 – Esquema da distribuição, barreiras e núcleos de equipamentos do cf Vila Marisa Pág. 99
Elabo rado pelo auto r
Figura 3.86 – Esquema da distribuição e núcleos do edificado do cf Villaggio Manique Pág. 102
Elaborado pelo autor
Figura 3.87 – Esquema da distribuição, barreiras e núcleos de equipamentos do cf Villaggio Manique Pág. 102
Elaborado pelo autor
Figura 3.92 – Esquema distribuição funcional do cf Vila Estoril Golf Pág. 104
Elaborado pelo autor
Figura 3.93 – Esquema da morfologia do terreno do cf Vila Estoril Golf Pág. 104
Elaborado pelo autor
Figura 3.94 – Esquema da morfologia funcional do cf Vila Estoril Golf Pág. 105
Elaborado pelo autor
Figura 3.95 – Esquema da distribuição de acessos do cf Vila Estoril Golf Pág. 105
Elaborado pelo autor
Figura 3.96 – Esquema da distribuição e núcleos do edificado do cf Vila Estoril Golf Pág. 105
Elaborado pelo autor
Figura 3.97 – Esquema da distribuição, barreiras e núcleos de equipamentos do cf Vila Estoril Golf Pág. 105
Elaborado pelo autor
Figura 3.106 – Esquema da distribuição e núcleos do edificado do cf Encosta da Aldeia Pág. 108
Elaborado pelo autor
Figura 3.107 – Esquema da distribuição, barreiras e núcleos de equipamentos do cf Encosta da Aldeia Pág. 108
Elaborado pelo autor
Figura 3.112 – Esquema distribuição funcional do cf Quinta da Penha Longa Pág. 110
Elaborado pelo autor
Figura 3.113 – Esquema da morfologia do terreno do cf Quinta da Penha Longa Pág. 111
Elaborado pelo autor
Figura 3.114 – Esquema da morfologia funcional do cf Quinta da Penha Longa Pág. 112
Elaborado pelo autor
Figura 3.115 – Esquema da distribuição de acessos do cf Quinta da Penha Longa Pág. 112
Elaborado pelo autor
Figura 3.116 – Esquema da distribuição e núcleos do edificado do cf Quinta da Penha Longa Pág. 112
Elaborado pelo autor
Figura 3.117 – Esquema da distribuição, barreiras e núcleos de equipamentos do cf Quinta da Penha Longa Pág. 112
Elaborado pelo autor
Figura 3.118 – Marcação dos núcleos habitacionais na planta do cf Quinta da Penha Longa Pág. 113
Adaptado de CM C (2009), formatado pelo autor
Figura 3.119 – Planta do núcleo habitacional A do cf Quinta da Penha Longa Pág. 113
Elaborado pelo autor
Figura 3.120 – Planta do núcleo habitacional B do cf Quinta da Penha Longa Pág. 113
Elaborado pelo autor
Figura 3.121 – Planta do núcleo habitacional C do cf Quinta da Penha Longa Pág. 113
Adaptado de CM C (2009), formatado pelo autor
Figura 3.122 – Esquema da morfolofia funcional do Núcleo A da Quinta da Penha Longa Pág. 114
Elaborado pelo autor
Figura 3.123 – Esquema da distribuição de acessos do Núcleo A da Quinta da Penha Longa Pág. 114
Elaborado pelo autor
Figura 3.124 – Esquema da distribuição e núcleos do edificado do Núcleo A da Quinta da Penha Longa Pág. 114
Elaborado pelo autor
Figura 3.125 – Esquema da distribuição, barreiras e núcleos de equipamentos do Núcleo A da Quinta da Penha Longa Pág. 114
Elaborado pelo autor
Figura 3.126 – Esquema da morfolofia funcional do Núcleo B da Quinta da Penha Longa Pág. 115
Elaborado pelo autor
Figura 3.127 – Esquema da distribuição de acessos do Núcleo B da Quinta da Penha Longa Pág. 115
Elaborado pelo autor
Figura 3.128 – Esquema da distribuição e núcleos do edificado do Núcleo B da Quinta da Penha Longa Pág. 115
Elaborado pelo autor
Figura 3.129 – Esquema da distribuição, barreiras e núcleos de equipamentos do Núcleo B da Quinta da Penha Longa Pág. 115
Elaborado pelo autor
Figura 3.130 – Esquema da morfolofia funcional do Núcleo C da Quinta da Penha Longa Pág. 116
Elaborado pelo autor
Figura 3.131 – Esquema da distribuição de acessos do Núcleo C da Quinta da Penha Longa Pág. 116
Elaborado pelo autor
Figura 3.132 – Esquema da distribuição e núcleos do edificado do Núcleo C da Quinta da Penha Longa Pág. 116
Elaborado pelo autor
Figura 3.133 – Esquema da distribuição, barreiras e núcleos de equipamentos do Núcleo C da Quinta da Penha Longa Pág. 116
Elaborado pelo autor
Índice de Gráficos
2- Enquadramento
Gráfico 2.2 – Evolução de novos condomínios habitacionais fechados em Portugal (Dezembro 2000) pag 52 Pág 52
retirado e adaptado de FERREIRA (2001)
3- Desenvolvimento
Gráfico 3.1 – Superfície total por Fogo dos casos de estudo Pág. 118
elabo rado pelo auto r
Gráfico 3.2 – Índices de Implantação e de Espaço Aberto dos casos de estudo Pág. 119
elabo rado pelo auto r
Gráfico 3.3 – Índice de Solo Permeável dos casos de estudo Pág. 120
elabo rado pelo auto r
Gráfico 3.5 – Percentagem de Equipamentos Colectivos dos casos de estudo Pág. 122
elabo rado pelo auto r
Gráfico 3.6 – Área de Equipamentos Colectivos por Fogo dos casos de estudo Pág. 123
elabo rado pelo auto r
Gráfico 3.7 – Percentagem de Espaço Colectivo e Espaço Privado dos casos de estudo Pág. 124
elabo rado pelo auto r
Gráfico 3.8 – Área de Espaço Colectivo por Fogo dos casos de estudo Pág. 125
elabo rado pelo auto r
Gráfico 3.10 – Dimensões mínima, máxima e média dos Lotes dos casos de estudo Pág. 127
elabo rado pelo auto r
Gráfico 3.11 – Dimensão média dos Lotes de Habitação Unifamiliar dos casos de estudo Pág. 128
elabo rado pelo auto r
Gráfico 3.12 – Dimensão dos lotes de Habitação Unifamiliar por fogo dos casos de estudo Pág. 129
Índice de Tabelas
2- Enquadramento
Tabela 2.2 – Distribuição dos condomínios habitacionais fechados em Portugal, por distrito (Dezembro 2000) Pág. 53
retirado e adaptado de FERREIRA (2001)
3- Desenvolvimento
Tabela 3.1 – Superfície total por Fogo dos casos de estudo Pág. 117
elabo rado pelo auto r
Tabela 3.2 – Superfícies Totais, Número de fogos e Superfície Total por Fogo dos casos de estudo Pág. 118
elabo rado pelo auto r
Tabela 3.3 – Superfícies Totais, Áreas de Implantação do Edificado, e Índices de Implantação dos casos de estudo Pág. 118
elabo rado pelo auto r
Tabela 3.4 – Superfícies Totais, Área de Espaço Aberto, e Índices de Espaço Aberto dos casos de estudo Pág. 119
elabo rado pelo auto r
Tabela 3.5 – Superfícies Totais, Superfícies de Solo Permeável, e Índices de Solo Permeável dos casos de estudo Pág. 120
elabo rado pelo auto r
Tabela 3.6 – Superfícies Totais, Áreas de Construção Bruta e Índices de Construção dos casos de estudo Pág. 121
elabo rado pelo auto r
Tabela 3.7 – Superfícies Totais, Áreas de Equipamentos Colectivos e Percentagens de Equipamentos colectivos dos Pág. 122
casos de estudo
elabo rado pelo auto r
Tabela 3.8 – Áreas de Equipamentos Colectivos, Número de fogos e Áreas de Equipamentos Colectivos por Fogo dos Pág. 123
casos de estudo
elabo rado pelo auto r
Tabela 3.9 – Superfícies Totais, Áreas de Espaço Colectivo, Áreas de Espaços Privados, Percentagens de Espaço Pág. 124
Colectivo e Percentagens de Espaço Privado dos casos de estudo
elabo rado pelo auto r
Tabela 3.10 – Áreas de Espaço Colectivo, Número de Fogos e Área de Espaço Colectivo por fogo dos casos de estudo Pág. 125
elabo rado pelo auto r
Tabela 3.11 – Número de Lotes, de Habitação Unifamiliar, de Habitação Multifamiliar, Mistos, Colectivos e Pág. 127
Expectantes dos casos de estudo
elabo rado pelo auto r
Tabela 3.12 – Dimensões Mínimas, Máximas e Médias dos Lotes dos casos de estudo Pág. 127
elabo rado pelo auto r
Tabela 3.13 – Dimensões Médias dos Lotes do tipo Habitacional Unifamiliar, Habitacional Multifamiliar, Pág. 128
Habitacional Misto, Colectivos e Expectantes dos casos de estudo.
elabo rado pelo auto r
Tabela 3.14 – Dimensões Médias de Lotes por fogo do tipo Habitacional Unifamiliar, Habitacional Multifamiliar, e Pág. 129
Habitacional Misto dos casos de estudo.
elabo rado pelo auto r
Tabela 3.15 – Médias de Pisos acima do Solo dos casos de estudo Pág. 130
elabo rado pelo auto r
Índice de Abreviaturas
1. Introdução
O objecto
Os objectivos
O método
1
No Capítulo 3.1 – Metodologia, está descrito o método utilizado na reunião e tratamento de dados.
O estado da arte
Figura 1.1 – Capa de Fortress America: Gated segurança controlados, portões e barreiras. Os mesmos autores relacionam e
Communities in the United States
comparam os actuais cf's (como hoje são conhecidos) com as utopias modernas que
marcaram o início do século XX, assumindo que foi nos anos 1980 que os cf's
adquiriram maior expressão nos EUA.
A citada obra de Blakely e Snyder aborda três categorias de cf's, justificando
as suas razões de popularidade: LifeStyle Communities (onde se incluem as
comunidades dirigidas para os reformados, as comunidades que se desenvolvem em
torno de campos de golfe ou clubes de campo, e as novas cidades suburbanas);
Prestige Communities (onde os portões ganham um maior simbolismo de distinção e
status social, incluindo os enclaves para os ricos e famosos ou para os profissionais
de alto nível, e os empreendimentos para os executivos da classe média-alta); e as
Security Zone Communities (onde o medo do crime e dos intrusos é a principal
motivação para as fortificações).
Nesta tese, Cruz faz uma análise do desenvolvimento dos cf´s em Portugal,
focando-se no caso do Grande Porto. No inicio da sua obra enquadra o fenómeno
em Portugal, explicando quando, onde e de que maneira surgiu (no Algarve e
Cascais) e como se desenvolveu (principalmente nas Áreas Metropolitanas de Lisboa
e Porto).
De seguida é explicitada a metodologia do levantamento dos casos de
estudo. Mais uma vez identifica o problema do acesso a informação sobre os
condomínios fechados. De 367 cf’s identificados, apenas obteve dados de 136 para o
estudo em questão. Foram preenchidas fichas de caracterização para os casos de
estudo com diversas variáveis. A análise prossegue com uma série de estudos sobre
Figura 1.3 – Capa de Fragmentos Utópicos
na cidade caótica: condomínios fechados no
Grande Porto
os cf´s e as suas relações com diferentes temas (como os usos do solo, sistemas de
transportes, a população e a estrutura territorial da Área Metropolitana do Porto,
doravante designada por AMP).
Na conclusão, a autora reconhece a diversidade formal dos cf´s,
considerando impossível identificar um “condomínio-tipo” na AMP.
Torna-se notório que os cf´s tendem a implantar-se em zonas de baixa
densidade urbana, ou nos subúrbios, preenchendo espaços vazios. A distribuição dos
cf’s acompanha os movimentos do mercado habitacional usual, localizando-se na
orla do Grande Porto e junto à Costa. Outro factor importante na localização dos cf´s
é a presença de elementos naturais, sejam verdes (jardins, parques) ou azuis (rio,
foz, oceano,).
Em síntese, Cruz reconhece que a variedade formal dos cf´s lhes confere uma
enorme adaptabilidade à estrutura urbana, sendo este um dos aspectos que
contribui para o sucesso deste modelo habitacional.
FERREIRA, Maria Júlia NUNES, Maria Paula ROSA, Luís Vassalo DELGADO,
Ana Alvoeiro (2001) Condomínios Habitacionais Fechados: Utopias e Realidades,
Lisboa: Centro de Estudos de Geografia e Planeamento Regional.
Nesta obra estão compilados textos sobre a temática dos cf’s, de autores de
diferentes áreas, nomeadamente Sociologia, Direito e Arquitectura. O fenómeno dos
cf’s é caracterizado pela sua multidisciplinaridade. Salientam-se os textos da Prof. ª
Dr.ª Maria Júlia Ferreira que atendem ao marketing dos cf’s, apresentando respostas
ao que as pessoas procuram quando escolhem esta forma de habitar, prendendo-se
com as actividades de lazer, com questões relacionadas com a segurança, com a
localização e/ou “status” que representam os cf’s.
Outro texto que é de salientar é o do Arquitecto e Urbanista Luís Vassalo
Rosa que se debruça sobre o contexto urbanístico dos cf´s, admitindo que a pura
negação da sua proliferação não resolve os problemas inerentes ao recurso a este
Figura 1.4 – Capa de Condomínios modelo habitacional. Deste modo, não só analisa o fenómeno como reconhece que a
Habitacionais Fechados: Utopias e
Realidades generalização dos cf’s se consolidará. Apresenta, por último, linhas gerais para a
salvaguarda do bom relacionamento urbano dos condomínios fechados, do ponto de
vista arquitectónico.
Esta obra foi uma referência fundamental para este trabalho enquanto
caracterizadora do espaço urbano, dividindo-se em dois volumes. O primeiro toma
como referência o Plano Integrado de Almada – Monte da Caparica. Nesta sede são
identificados e justificados os factores a que se deve atender para uma
caracterização da morfologia urbana do plano. Neste volume são analisadas
morfologias dos vários elementos da composição urbana: o solo e a paisagem, os
espaços exteriores de circulação, os espaços exteriores de permanência e a massa
edificada. São também objecto de análise elementos que assegurem uma
caracterização física do tecido urbano: os espaços exteriores, a massa edificada e os
espaços de circulação. Na parte final surge a análise da estrutura morfológica do
Plano Integrado de Almada – Monte da Caparica.
Figura 1.6 – Capa de A Forma Urbana no
Planeamento Físico
O segundo volume centra-se no estudo teórico de uma série de aspectos que
importam à caracterização de uma operação urbanística. Num primeiro momento
desenvolve-se a questão da imagem da cidade. Num segundo momento aborda-se o
conceito de cidade. Na terceira parte densifica-se os conceitos de leitura, análise e
diagnóstico da imagem urbana e na quarta, retrata-se o Plano Urbano de São
Francisco, Califórnia, nos EUA. Por último, a autora faz uma análise do papel do
planeamento municipal e das práticas de transformação do território.
Justificação do tema
Por outro lado, não se pode fazer uma correspondência directa entre os
valores inerentes aos cf´s e aos defendidos no planeamento urbano da corrente
“reduto”, etc. Raposo (2002) refere que o simbolismo dos condomínios fechados
engloba, também, associações ao belo, ao bom e ao puro. A autora refere que os
condomínios fechados são um produto imobiliário, de dimensão global que contudo
não dispensam ”a identificação de uma forma de tipicidade ou de estilo” (idem:18)
inerentes à sua localização. Sugere a imagem de “paraísos artificiais” que resultam
de processos de simulação e segregação. O produto vendido não se resume à
habitação e ao seu conjunto de serviços e equipamentos, mas engloba um estilo de
vida e um estatuto social.
No caso dos cf´s, a publicidade adquire uma importância fulcral, não só com
a divulgação deste modelo habitacional, mas também com o conteúdo do que é
anunciado. Vários autores (Amorim e Loureiro 2005, Claessens 2009, Raposo 2002,
Ferreira 2001, Firestone 2006, Cruz 2003, entre outros) referem que as campanhas
de marketing dos condomínios fechados estão repletas de palavras como
“segurança”, “privacidade”, e “comunidade”, sugerindo um estilo de vida completo.
Os mesmos autores interrogam-se se estas campanhas vêm responder aos desejos
dos consumidores, ou se, ao invés, são a sua origem. No entanto, todos constatam
que são invocadas imagens que sugerem conforto e segurança e estabilidade. Desde
a toponímia dos empreendimentos, ao programa, localização, serviços e
equipamentos, vários são os factores que apelam a lugares-comuns que sugerem a
distinção social. Amorim e Loureiro (2005) acrescentam que o efeito das imagens
sugeridas não se restringe apenas a potenciais compradores, mas, pelo contrário,
gera uma idealização de um modus vivendi compartilhado pela sociedade.
2006, Fishman 2001, Graça 2007, Landman 2007, Mela 1999, Mitchell 2001, Raposo
2002, entre outros) são apontadas diversas causas relacionadas com os cf's para tal
facto: a degradação social e funcional dos bairros que se deve às novas acepções das
noções público/privado, exterior/interior, colectivo/individual, comunitário/urbano,
ao desenvolvimento de novas centralidades; a novas sociabilidades (assentes cada
vez mais em afinidades sociais, ao invés da proximidade física); a integração de
funções distintas da função residência, através desta; o desenvolvimento de meios
de transporte cada vez mais rápidos, a generalização do automóvel; a incapacidade
financeira dos governos e autarquias que favorece a actuação dos privados,
4
nomeadamente, processos de privatização de bens e serviços usualmente públicos .
Esta mudança no cariz dos espaços públicos leva à noção dos “não lugares”5
de Marc Augè (1994), a qual se relaciona com a escassez de lugares de encontro na
cidade contemporânea. Os espaços públicos estão ameaçados por se tornarem cada
vez mais em canais de comunicação e, assim, perderem o seu papel de lugares de
encontro (Mela 1999). A cidade dominada por espaços fechados e privados (como os
cf's) não promove o encontro dos indivíduos, pois só acontecerão os que forem
permitidos pelos proprietários (idem).
4
Ora, Grant (2008: 4) contrapõe o argumento da insuficiência financeira dos governos e autarquias para justificar a proliferação dos cf´s, com o facto deste
fenómeno se manifestar em países com os mais variados contextos sociais e económicos. O autor refere que os cf´s surgem mesmo em situações em que o
Estado tem êxito no estabelecimento de condições de relativa estabilidade e segurança.
5
Segundo Augè (1994) os “não lugares” consistem em lugares que não detêm uma identidade singular ou relacional, e apenas permitem a coexistência de
individualidades distintas cuja relação entre elas se baseia na indiferença
6
Tal como Sennett (1978), McKenzie (1994) assinala a perda de um sentido “público” na sociedade, por oposição a um sentido “privado”.
7 À semelhança de Webster (2005) ao referir-se o termo “bens”, não se reporta apenas a bens, mas também a serviços, equipamentos e infra-estruturas.
8
Foldvary (1994) recorre a alguns exemplos para sustentar a sua teoria, entre os quais estão Arden Village (que considera ser um exemplo de uma
comunidade que consegue financiar os seus bens colectivos, através de rendas sobre a propriedade privada), Fort Ellsworth (como sendo um condomínio
economicamente viável) e St Louis Private Places (que atenta como um exemplo de uma comunidade de uma área metropolitana que é proprietária de
arruamentos e equipamentos).
9
A Agenda Habitat (UN-HABITAT 1996) trata-se de um programa adoptado por 171 países em 1996 que define abordagens e estratégias para um
desenvolvimento sustentável das áreas urbanas.
10 Raposo também refere a falta de um levantamento organizado dos condomínios fechados: “Na ausência de informação sistematizada sobre o fenómeno
condomínios fechados em Portugal, isto é, não existindo nenhum estudo ou qualquer documento que realize o seu recenseamento e caracterização
(independentemente de critérios, áreas e períodos temporais), decidimo-nos pela recolha directa de informação e pela constituição de uma base de dados
que permitisse realizar a caracterização e a análise do fenómeno – no caso, apenas para a Área Metropolitana de Lisboa e para o período considerado”
(Raposo 2002: 93). Cruz (2003) assinala igualmente a inexistência de qualquer recenseamento dos cf´s em Portugal.
2. Enquadramento
11 Raposo (2002: 47) descreve essa mesma diferença na utilização da palavra condomínio: “Ainda não é comum, em Portugal, que alguém que adquira um
apartamento num edifício constituído em regime de propriedade horizontal, cuja oferta de partes comuns se limite ao estritamente necessário para
constituir um edifício, dotado de várias unidades independentes (solo, escada ou galeria de acesso, elementos estruturais e d e saneamento básico, telhado,
etc.), mencione que adquiriu um apartamento num condomínio. Nesta circunstância, apenas dirá que comprou um apartamento ou, quando muito, que
comprou um apartamento no prédio ou no edifício y (e na rua z ou na zona h) e isto só com o intuito de informar sobre a respectiva localização. Em
contrapartida, a menção da palavra condomínio surge quando se trata de nomear, por exemplo, um fogo inserido num edifício ou conjunto de edi fícios que
disponha de um espaço envolvente ou interior ajardinado e/ou de equipamentos como piscina, ginásio, court de ténis, etc., que constituam partes comuns
do (s) edifício (s)”.
De facto, não existe um conceito consensual que defina e distinga este modo
de construir de outros. Na literatura internacional, o conceito de cf’s surge
frequentemente associado à denominação Gated Communities (doravante
12
denominadas de gc’s), de origem comercial e norte americana . Próximas desta
expressão surgem outras que privilegiam outros factores relacionados com o tema:
Enclave Communities, Walled Enclaves, Master-Planned Communities, Enclave
Phenomenon, Common-Interest Development, Enclosed Residential Domain. Não
obstante, estas designações variam quanto ao objecto em causa, à escala e aos
princípios com que se desenvolvem.
12 É claro que existem ainda inúmeras definições que variam com a língua dos autores. Por exemplo, o autor holandês Claessens (2009) refere-se ao
fenómeno como “Hekwerkwijken” (tradução do termo inglês Gated Communities).
13
Por exemplo, Martins (2007: 1) deparou-se com discrepâncias de dados em várias obras devido, entre outros aspectos, à intervenção de diferentes
concepções (e, logo, de definições) de condomínios fechados, nomeadamente no que se refere ao número de cf’s em Portugal surgidos até ao ano de 1993:
Raposo (2002: 375) identifica 44 empreendimentos só para a Área Metropolitana de Lisboa, enquanto Ferreira (2001: 64) identifica 21 cf’s para todo o
Portugal continental. Estas discrepâncias nas contagens devem-se a diferentes interpretações de “condomínio fechado”, mas, também e especialmente, à
adopção de metodologias de recenseamento diferentes.
14 No capítulo 2.6 – Legislação dos condomínios fechados, o tema da jurisdição aplicada aos cf's em Portugal é desenvolvido.
ou que se enquadre num dos aspectos sem ser um condomínio fechado cria dúvidas
quanto à sua integração neste estudo (e.g. um edifício singular que tenha uma sala
que sirva para as reuniões dos condóminos integra-se na definição de Ferreira
(2001). Pretende-se então uma resposta conceptualmente definida.
PARTE 1- ORIGENS
Por sua vez, Ferreira (2001: 16) afirma que a palavra condomínio remonta ao
Código Napoleónico, de 1804, e que o “condomínio da propriedade horizontal” se
desenvolveu principalmente na Alemanha e na França (sem qualquer referência a
um período temporal), devido às pressões do crescimento urbano, tendo-se o
fenómeno expandido na primeira metade do século XX aos países da América do Sul.
Tal como Raposo (2002) refere, Inglaterra foi o cenário de diversas mudanças
sociais nos séculos XVII e XVIII, as quais devem ser evocadas no quadro da história
dos cf´s. Dos conflitos existentes entre a burguesia e as restantes classes sociais
surgiu o “habitat burguês” que corresponde a um programa de habitar que se
expandiu geográfica e temporalmente. As transformações da época trouxeram uma
segregação que atingiu campos distintos: ”não apenas as classes, mas também os
sexos, as idades, os indivíduos, os papéis sociais, o trabalho, a família, o público e o
privado” (Raposo 2002: 170).
A primeira praça londrina que surgiu com esse carácter foi, segundo
Lawrence (idem), Covent Garden, em 1630. Ainda antes do grande incêndio de
Londres, em 1666, foram construídas outras praças com as mesmas características:
Lincoln’s Inn Fields em 1659; Bloomsbury Square em 1661; e St. James’s Square em
1665. Os dois últimos empreendimentos incluíam praças adjacentes para mercados.
Figura 2.2 – Gravura da Hanover Square, com o mesmo modelo enclausurado (Cavendish Square, Berkeley Square e
Londres, em 1750
Grosvenor Square). Antigas praças, que inicialmente não eram fechadas, passaram a
sê-lo com a vedação dos seus jardins.
Figura 2.4 – Planta de um troço de Londres que se verificou durante o século XVIII. Lawrence (1993) relata que a composição dos
com Lincoln’s Inn Fields e Bloomsbury jardins (que nas primeiras praças eram inexistentes) foi-se progressivamente
Square, Londres em 1720.
alterando. Durante o século XVIII, os jardins das praças deixaram de ser um local de
15 Os restrictive covenants são cláusulas nas escrituras de aquisição ou arrendamento de bens imóveis que limitam os novos proprietários ou arrendatários.
Essas limitações podem afectar desde o uso do solo ao traçado arquitectónico dos edifícios
16 Raposo (2002) recorre a vários autores que se dedicaram às transformações da paisagem inglesa do século XVIII e XIX e da expulsão progressi va dos
camponeses, dando destaque às obras de Raymond Williams (com “The Country and the City”), de John Barrell (com “The Dark Side of the Landscape”), e de
John Berger (com “Ways of Seeing”).
17 Raposo (2002: 201) ainda dá o exemplo do recurso aos “ha-ha” que consistiam em pequenos valados no terreno que permitiam dividir espaços sem que
se notasse esse obstáculo. Assim, dissimulava-se a artificialidade da divisão do solo e mantinha-se a continuidade cénica da paisagem.
The square garden’s became their landscape prospect and borrowed the same
aristocratic aesthetics to create an „imitation of the country, with its symbolism of
possession of the land through the control of nature (…) While the early squares were open
spaces for display of architectural and for the aesthetics of the literary and pictorial
prospect, which were the major status emblems of early Georgian rural aristocracy, the
later squares turned to the aesthetics of the landscape park with its trees and woodland,
symbolic of the property rights of estate owners. The gardens in the squares thus began to
convey meanings more in line with property values in an economic sense, just as the
enclosures were changing the value of the squares as amenities in the urban landscape
from feudal social values to capitalist property values” (Lawrence, 1993: 104-105).
Figura 2.5 – Fotografia do portão do Regent´s mais pobre e, portanto, onde os terrenos eram mais baratos, correspondendo à
Park, em Londres
tentativa de proporcionar uma “lufada de ar puro” aos “asfixiados” da cidade.
Na década de 1870 ainda foram criadas algumas praças, se bem que este
movimento já fora entretanto ultrapassado pela nova dinâmica dos subúrbios de
habitações unifamiliares.
É de notar que o modelo das praças residenciais se fez notar fora da Grã-
Bretanha. O modelo foi exportado para o Império Britânico. Verificaram-se poucas
ocorrências no Canadá e na Austrália, ao contrário do que sucedeu nos EUA em que
as praças residenciais surgiram com maior significado. Neste país, o modelo estreou-
se em Filadélfia, no ano de 1682, com a implantação de quatro praças planeadas por
William Penn (Lawrence 1993). Não obstante, a primeira praça privada surgiu apenas
em 1793, em Boston (idem). Nas primeiras décadas do século XIX, o modelo da praça
residencial inglesa foi adoptado em Washington, DC, Baltimore e New Haven. No
mesmo período surgiram quatro praças em Nova Iorque, entre as quais Gramercy
Park construída em 1831, e que ainda hoje mantém o estatuto de um jardim
colectivo privado (idem). Tal como aconteceu em Inglaterra, nos EUA à medida que o
século XIX avançava, as praças residenciais passaram de moda, sendo que quase
todas se abriram ao público ainda nesse século. Simultaneamente, começam a surgir
outras duas formas urbanas oriundas (também) de Inglaterra – o grande parque
público e o subúrbio (idem).
18 Fishman (1987) refere que esta movimentação para o exterior da cidade se fez de modo progressivo: num primeiro momento aos fins-de-semana, mais
tarde todos os dias, acabando por se tornar a primeira habitação.
Fishman (1987) refere que desde o final do século XVIII houve uma “vaga de
suburbanização” nos arredores das cidades inglesas21. A localização da habitação dos
mais privilegiados fora do centro da cidade já tinha sido opção22, mas é na época
moderna que atinge o seu auge. Quer a segregação residencial, quer a separação
espacial das esferas do trabalho e da família só começam a ser observadas na
designada cidade industrial. O mesmo autor refere que antes dessa “modernização”
da sociedade e da cidade, as habitações das classes mais favorecidas apenas se
destacavam pelo tamanho e pelo tipo de arquitectura.
19 Segundo Fishman (1987: 18-19), Londres detinham 575 000 habitantes em 1700, acabando esse século com mais de 1,1 milhões, enquanto Paris iniciara
o mesmo século com cerca de 500 000 habitantes, sem que os números aumentassem consideravelmente nos cem anos seguintes.
20 Raposo (2002: 202) relembra que a burguesia vivia, maioritariamente, “encaixada e apertada” no centro da cidade. Já as classes inferiores encontravam a
sua habitação nos interstícios da cidade: “nas caves, nas traseiras, nas águas furtadas, etc.”.
21 Esta vaga de suburbanização foi também verificada nas cidades norte-americanas, contudo este tema é referido adiante.
22 Recordem-se as villas das cidades italianas, salientando-se os casos de Roma do século XIII e de Veneza do século XVI.
23 Kenneth Jackson (1985: 85) , ao contrario de Fishman, identifica o subúrbio anglo-americano como inicialmente americano. O autor afirma que Brooklyn
Heights foi o primeiro subúrbio, pois identifica o subúrbio com a existência de redes de transporte regulares que garantiam o movimento pendular entre o
trabalho na cidade e a residência no subúrbio. Ou Nunes (in Ferreira 2001) afirma que o subúrbio planeado nos EUA teve a sua origem nos bairros privados
de Nova Iorque, desenvolvendo-se na década de 1920.
In Park Village Nash brought together all of the varied elements of the suburban
style that had existed only in scattered form and turned them into a convincing unity. He
thus created a basic formula that could be followed to turn any piece of empty land around
Figura 2.8– Fotografia de uma unidade
a city into a middle-class residential community. He transformed suburbia into a
habitacional de Park Village
commodity, a product that could be reproduced indefinitely” (Fishman, 1987: 70).
Importa, a este título, referir que Londres tem uma industrialização tardia, o
que significa que a burguesia industrial (ligada à produção fabril) ainda não entrava
em conflito com o povo (mão-de-obra da mesma produção) com a mesma
intensidade que nas cidades mais a Norte (Fishman 1987). Em Manchester ou
Liverpool, a industrialização promoveu um êxodo rural sem precedentes. Ao mesmo
tempo que os camponeses eram afastados do campo, as cidades recebiam-nos em
24
condições urbanas precárias, para trabalhar nas fábricas .
24 Goitia (1982: 146) descreve a evolução da população de Manchester: em 1760 tinha entre 30 a 40 mil habitantes, e no final do século XVIII (com a
utilização da máquina a vapor) chegou aos 70 mil. Em 1850 a população chagava aos 400 mil habitantes. Goitia aponta a inauguração do Manchester and
Liverpool Railway como motivadora desta explosão populacional.
Fishman (1987: 92-93) afirma que Victoria Park (figuras 2.9 e 2.10) se tornou
num ícone da cidade de Manchester. O autor descreve que o processo se terá
iniciado com a reunião de líderes políticos e homens de negócios que se juntaram
para formar uma sociedade que adquiriu um terreno de 140 hectares nos arredores
daquela cidade. A intenção inicial era a construção de habitações para os próprios
investidores (burgueses industriais). Contudo, uma vez considerado o melhor
Figura 2.9 – Fotografia do controlo ao acesso
subúrbio da cidade, aumentou a venda de lotes a terceiros devido aos elevados
de Victoria Park, em Mancherter.
índices de lucro.
Archer (1988) assume que Victoria Park consistiu no modelo que serviria de
base para a construção dos subúrbios planeados, enquanto unidade planeada,
composta por unidades de habitação unifamiliar isoladas dispersas, obtendo-se uma
baixa densidade de conjunto. Caracterizava-se ainda pela presença de equipamentos
e recursos de utilização colectiva (como parques, ribeiros, lagos), e pela vegetação
que isolava visualmente as moradias umas das outras. A densa vegetação e as ruas
Figura 2.10– Planta do empreendimento
Victoria Park, Mancherter, em 1837 serpenteantes correspondiam a um arquétipo romântico e naturalista. É igualmente
importante salientar a especialização funcional do modelo: Archer (1988) relata que
as infra-estruturas comerciais e de serviços foram afastadas da área residencial. As
cavalariças e estábulos foram ou eliminados ou afastados para um canto da
propriedade. Por último é necessário salientar que todo o espaço era controlado por
um único promotor, que detinha o poder de impor o plano-geral.
Raposo (2002: 216) recorda que, nos EUA, em meados do século XIX, quando
surgiu a necessidade de isolar o “habitat burguês”, não se tomaram medidas
25 Desde meados do século XIX seria utilizado um mecanismo de privatização do espaço público em St. Louis, nos EUA: Os restrictive covenants que
constituíram o que Raposo (2002, 214-215) descreve como uma alternativa ao subúrbio romântico. Na obra da autora é descrito o mecanismo criado pelo
arquitecto Julius Pitzman, que se terá inspirado na praça residencial britânica. Este método consistia na exploração privada das ruas, como alternativa à
prática usual em que estariam a cargo do município. Entre 1867 e 1905 a sua empresa projectou quarenta e sete ruas privadas. Destaca-se Lucas Place, que
fora planeado como um enclave residencial para a elite empresarial da cidade. Após a guerra civil surgiu, no extremo poente da cidade, Lafayette Park, que
rivalizava com Lucas Place como o bairro mais elegante. Apesar dos esforços dos residentes ao doar fundos para a construção de uma cerca de ferro em
volta do parque e para a plantação de árvores no parque, este não se tornou privado. Contudo esta zona residencial não deixav a de ser altamente desejável.
Em 1867, surgiu Benton Place, também desenhada por Pitzman; distinguir-se-ia pelo parque no centro da via (que passaria a ser imitado por outros lugares
privados). Sob uma tributação de cinquenta centavos, os residentes privatizaram a manutenção da rua, iluminação pública, parq ue e esgotos, acabando
mesmo por erguer um muro em volta da propriedade com um portão. É de destacar ainda Vandeventer Place erguido em 1830, que quarenta anos depois
representou a época de ouro dos ‘lugares privados’. Localizado para além do limite ocidental da cidade, proibiu todas as casas unifamiliares. Kostof (1999)
considera que a versão contemporânea destes lugares consiste nos enclaves residenciais exclusivos.
26 Fishman (1987) reporta-se a Llewellyn Park como o “primeiro subúrbio pitoresco do mundo”, apesar de afirmar que este empreendimento segue o
modelo que advém de outros casos tais como Victoria Park (Manchester). Archer (1998) também se debruça sobre Llewellyn Park na sua análise.
Manhattan como motivadora de uma relação menos artificial com a natureza. Para
isso, nota o mesmo autor, houve cuidados com a correspondência entre os lotes e o
declive acentuado, sendo proibidas as cercas que dividissem a propriedade.
Acrescenta inclusive, que as grandes moradias pareciam ser “engolidas” pela
natureza.
SÍNTESE
Foi nas praças residenciais britânicas que se verificaram, pela primeira vez,
restrições de acesso (promovendo a segregação social) a espaços que eram
previamente públicos. As diferentes classes sociais deixaram de partilhar as mesmas
zonas da cidade para passar a haver uma separação espacial, correspondendo à
referida divisão da sociedade.
27
Firestone (2006: 1) dá o exemplo do primeiro Bonde utilizado em Nova Iorque que possibilitava às pessoas fugir do “indomado” centro da cidade para uma
casa “no campo”.
28 É de salientar que a partir dos anos 1950, algumas dessas comunidades fechadas adquiriram o estatuto de unidades municipais (Grant 2008: 2)
Don Luymes (1997: 189) observa que até à década de 1970 apenas alguns
conjuntos residenciais eram reservados para as elites sociais (dando o exemplo de
Hidden Hills, perto de Los Angeles, dos anos 1940) ou para retirement and resort
communities. De acordo com Luymes (idem), as mudanças nas formas urbanas, a
demografia, o preço dos terrenos, a estrutura económica e a aceitação generalizada
dos condomínios fechados, levaram ao seu consumo em larga escala (idem).
Todavia, foi na década de 1980 que a expansão das MPC´s atingiu o seu auge,
29
com o “boom” imobiliário . Blakely e Snyder (1997) afirmam que, até a esta altura,
os referidos empreendimentos detinham um cariz de excepção. Knox (1992: 210)
afirma que representam um novo tipo de elemento no ambiente construído:
meticulosamente comercializado, negociado e cuidadosamente packaged. Segundo
Knox (1992), estes empreendimentos demarcam-se dos processos de loteamento
anteriores pela escala, desenho, composição, mas principalmente pelas suas
amenidades.
29 No seu estudo sobre os subúrbios de Washington DC, Knox (1992) identifica 28 MPC´s, 70 % das quais construídas depois de 1980.
Até ao final do século XIX, o governo dos EUA não interferia na regulação da
construção e do planeamento urbano. Com este panorama eram recorrentes
misturas de formas, de tamanhos de lote e de densidades de construção, alturas,
formas, ocupações e usos, e apenas poderiam ser condicionados por meio de acções
de proprietários privados (Weiss 2000: 115).
30 Segundo McKenzie (1994), Radburn tentou materializar o ideal de Ebenezer Howard das Garden Cities of Tomorrow. Garden Cities of Tomorrow é o título
da segunda impressão (datada de 1902) da famosa obra de Howard (1850-1928), cuja primeira edição data de 1898, com o título Tomorrow: A Peaceful Path
to Real Reform. Este conceito de planeamento de cidade apenas teve aplicação em Inglaterra: em Letchword em 1904, e Welwyn em 1919 (Raposo 2002:
Radburn foi desenvolvido segundo os ideais de Ebenezer Howard e das suas Cidades-
Jardim. Diversos princípios da ideologia de Howard foram aplicados em Radburn (e.g.
padrões de iluminação pública nas ruas curvilíneas e culs-de-sac que procuravam
minimizar o tráfego nos bairros residenciais, sem que os fechassem aos visitantes)
(Grant 2008: 2). Esta concepção influenciou todo o urbanismo do século XX. As suas
duas primeiras e únicas verdadeiras experiências viriam a encontrar um eco mais
tardio nas New Towns inglesas. Laurence Stein foi o principal arquitecto no
empreendimento Radburn. Seguidor dos ideais de Howard, trabalhou para tornar a
Cidade-Jardim numa realidade. Este modelo urbano tentava conciliar as vantagens
da cidade com as virtudes do mundo rural, segundo uma estratégia que se baseava
num esquema de três forças de atracção: Town, Country e Town-Country (figura
2.14). Contudo, é importante referir que a tentativa de adopção do ideal das
Cidades-Jardim em Radburn teve de passar pela adaptação da questão do direito
sobre a propriedade do solo à realidade norte-americana. Foi nesse aspecto que o
projecto de Laurence Stein mais se distanciou das Cidades-Jardim. A proposta de
Figura 2.13 – Planta do empreendimento
Radburn, 1928.
Howard previa um sistema de rendas, em que os habitantes nunca chegavam a ser
proprietários, e o lucro comummente obtido pelo empresário loteador serviria para
amortizar a dívida do empréstimo e seria revertido para a comunidade, em forma de
infra-estrutura e edifícios públicos como património colectivo (Fishman 1980). Esta
situação não foi bem aceite pela realidade norte-americana em que “a ideologia
privativista é dominante; as escrituras são a autoridade suprema; os direitos e
valores da propriedade são o foco da vida comunitária; e a homogeneidade,
exclusividade e exclusão são a fundação da organização social” (McKenzie 1994,
177).
A expansão dos CID´s foi progredindo até atingir o seu auge nos anos 60.
McKenzie (1994: 82) enuncia 500 CID´s em 1962 e 20 000 em 1975. Os números são
compatíveis com as estatísticas do “Community Associations Institute” (doravante
Figura 2.15 – Painel publicitário de Levittown, designado como CAI) que assinalam a existência de 10 000 comunidades com
1957.
associação de moradores em 1970 (CAI 2009).
125). É à iniciativa de Howard que se deve a criação da Garden City Association em 1899 e, consequentemente, à construção das cidades cujo planeamento
seguiu as orientações das Garden-Cities.
31 Weiss (2000: 153) refere “modern appliances”, o que se pode traduzir como” aparelhos modernos”. Roesler (2008:9) esclarece que estas “modern
appliances” consistiam em equipamentos e electrodomésticos, como frigorífico, fogão, lava-louças em aço inoxidável e contadores.
32 O nome Levittowns, deve-se à empresa de construção Levitt & Sons, que projectou e construiu diversos conjuntos habitacionais com as características
descritas. Esses conjuntos são usualmente confundidos com a origem dos cf´s.
O crescimento dos cf's a partir dos anos de 1980 é demonstrado pelo facto
de a expressão Gated Community apenas ter passado a ser usada correntemente
desde então (Raposo 2002: 110). Antes, o elemento “fechado” não era considerado
o mais relevante na tarefa de denominação dos espaços residenciais, mesmo quando
40000 já exibiam essa característica.
30000
Foi este modelo de gc que proliferou desde os anos 1980 nos Estados Unidos
da América (McKenzie 1994: 104). Grant (2008: 2) associa a proliferação das gc´s a
20000 uma série de outros factores como o aumento do medo da criminalidade urbana e o
consequente refúgio nestes modelos habitacionais.
10000
1975
1980
1985
1990
1995
1998
(CAI: 2009). A mesma fonte indica que em 1990 existiam 130 000 associações, com
Gated and Guarded communities 29,6 milhões de habitantes nos Estados Unidos. Segundo Blakely e Snyder (1997) as
Gated and Guarded condominiums
maiores incidências de comunidades fechadas verificaram-se na Califórnia, Florida,
Gráfico 2.1 – O aumento de Condomínios e Arizona, Texas e Nova Iorque.
Comunidades Fechadas nos EUA.
Blakely e Snyder (1997: 15) afirmam que o medo destes conflitos sociais está
a levar os americanos a “barricarem-se” nos seus bairros. O sentimento de segurança
dos cf’s abrange tanto o aspecto físico (por serem murados e vigiados), como o
aspecto social (por proporcionar a homogeneidade social dos residentes) ou o
aspecto económico (pois os cfs apresentam-se como projectos economicamente
mais estáveis no mercado imobiliário). Os promotores de cf´s exploraram a
ansiedade gerada pelos medos descritos, a suposta garantia de segurança física,
social e económica dos cf's.
33 Firestone (2006: 2) faz alusão ao empreendimento Ave Maria, na Florida, que pretende alojar uma comunidade católica de milhares de pessoas.
SÍNTESE
No caso do Brasil, a adopção dos cf´s como modelo urbano foi, desde cedo,
uma reacção aos problemas sociais das cidades. Caldeira (1996 e 2008) associa a
disparidade de riqueza entre as classes sociais como a razão fundamental para o
aparecimento dos cf´s brasileiros. Ferreira (2001: 40) afirma que a expansão urbana
no Brasil deu-se de forma descontrolada, marcada por interesses privados e pela
negligência e/ou impotência das autoridades. Segundo Grant (2008:3), os cf´s
surgem como estratégia de organização de infra-estruturas privadas e serviços, em
países cujo Estado não pode assegurá-los. Contudo, Júnior, no seu artigo “O
zonamento como instrumento de segregação em São Paulo” (2005), afirma que o
poder público municipal, através do estabelecimento de normas e parâmetros,
contribuiu para a segregação social e urbana das cidades brasileiras, com destaque
para o caso de São Paulo.
34 Borsdorf e Janoschka (2002: 100) referem-se a esses pátios como sinais da mesma fuga ao espaço público.
35 Amorim e Loureiro (2005), no seu texto “Diz-me teu nome, tua altura e onde moras e te direi quem és: estratégias de marketing e a criação da casa
ideal”, analisam a produção de cf´s no Brasil, com destaque para a cidade de Recife.
durante a segunda metade do século XX, afirmando que os espaços da cidade actual
são fruto da proximidade e, simultaneamente, da distância entre grupos socialmente
opostos.
Esse modo de crescimento urbano subsistiu até aos anos 80 (Caldeira 2000).
36 Caldeira (2008) clarifica que, tanto em São Paulo como noutras cidades do Brasil (e países em desenvolvimento), a classe trabalhadora mais precária
entende que a ilegalidade e a precariedade são meios para se tornarem proprietários e usufruir das cidades.
37 Embora os movimentos cívicos tenham diminuído na década de 1990, Caldeira (2008) afirma que continuam a existir (seja com base na religião, na arte
ou no crime) e a expressar a consolidação da democracia e empenho cívico dos cidadãos.
38 Caldeira (2008) aponta que a taxa anual de homicídios em São Paulo no final da década de 1990 era de 60 por 100 mil habitantes.
Vertical Ho rizo ntal fenómenos trouxeram mudanças dramáticas ao espaço e à qualidade de vida da
A no
lançamento lançamento cidade (idem).
% %
s s
1985 367 100 0 0 D’Ottaviano (2006: 6) acrescenta que, no caso da cidade de São Paulo, a
1986 746 100 0 0 aprovação da “Lei de Vilas” em 1994 possibilitou a instalação de condomínios
1987 276 100 0 0 horizontais um pouco por todas as zonas residenciais da cidade (inclusive nos
1988 342 100 0 0
interiores dos quarteirões). A autora ressalva que foi no final da década de 1990 que
1989 454 100 0 0
se verificou o maior aumento deste tipo de cf's (ver tabela 2.1).
1990 288 100 0 0
1991 216 100 0 0 Caldeira (2008) afirma mesmo que o quotidiano paulista passou a ser
1992 209 98 4 2
dominado por narrativas e práticas que impuseram separações e proibições,
1993 415 96 17 4
construíram muros, estabeleceram distâncias, segregaram, multiplicaram regras de
1994 523 98 12 2
exclusão e restringiram movimentos39. Refere que os chf´s são formas de segregação
1995 547 95 30 5
espacial que se materializaram na paisagem urbana devido ao aumento do crime e à
1996 532 93 41 7
1997 520 94 34 6 procura exacerbada de segurança. Borsdorf e Janoschka (2002: 103) referem que,
1998 375 93 28 7 entre 1991 e 2001, 80 a 90 por cento da expansão urbana se relacionou com a
40
1999 343 86 54 14 proliferação de cf´s .
2000 470 83 95 17
2001 393 75 128 25 Esse aumento do medo da criminalidade violenta foi a justificação para a
2002 435 71 174 29 fuga das classes média e alta para longe do centro de São Paulo e dos seus espaços
2003 485 71 201 29 públicos. Foram para a periferia, constituindo enclaves urbanos (de habitação, lazer
2004 433 65 236 35 e trabalho) nas zonas onde os pobres habitavam. É o caso dos condomínios da parte
Tabela 2.1 – Lançamentos imobiliários rica de Morumbi (figura 2.17), junto à favela de Paraisópolis (Caldeira 2008).
residenciais na RMSP
39 São as restrições que Caldeira assinala que levam Rezende e Vilas-Boas (2008) a levantar a pergunta: “você vive num condomínio fechado ou numa
prisão?”.
40 Raposo (2002: 53) salienta que, devido a este contexto violento, os condomínios fechados no Brasil encontram essencialmente a sua justificação e
motivação na questão da segurança física.
41 Caldeira (2008) salienta que em São Paulo, ao contrário do Rio de Janeiro, a maioria da população pobre não vive em favelas ( apenas 10 % da população
total). A autora distingue as periferias (onde vive a maior parte da população de São Paulo) em que os habitantes são proprietários das suas casas e do
terreno correspondente, das favelas onde os habitantes não são proprietários do terreno. Caldeira (idem) ainda esclarece que, apesar de São Paulo se ter
tornado uma das cidades mais violentas do mundo, a distribuição do crime não é homogénea. Muitos dos bairros das periferias a presentaram taxas de mais
de 110 homicídios por 100 mil habitantes, em contraste com menos de quinze homicídios por 100 mil habitantes nos bairros centrais da cidade.
42 Borsdorf e Janoschka (2002: 96-100) demonstram que em Nordelta (Argentina) a criminalidade não é o motivo primordial que os habitantes evocam para
se mudarem para um cf. Segundo os autores, os motivos são: 1) insegurança política e económica associadas à insuficiência do Estado para assegurar
serviços e infra-estruturas; 2) altos níveis de investimento privado que reforçam o ambiente urbano e suburbano fechado; 3) a procura de um certo estilo de
vida e de um ambiente homogéneo; 4) a publicidade e o desejo de colectividade que promovem a opção por um cf.
Quanto à dimensão dos cf´s, Landman (idem: 12) afirma que esta depende da
estrutura e da forma da envolvente e do número de residentes e de unidades de
habitação, bem como que os condomínios horizontais fechados têm geralmente uma
baixa densidade, distribuindo-se por grandes áreas. A dimensão destes
empreendimentos varia conforme as cidades, dependendo do número de residentes
a alojar e da área de terra disponível. Alphaville, em São Paulo, foi originalmente
construído numa área de 2 600 hectares (Caldeira, 2000). A área é dividida em
diversos lotes murados, existindo pequenos aglomerados comerciais com pequenas
lojas de vizinhança, restaurantes, etc. Numa das extremidades de Alphaville há uma
zona que contém um complexo de escritórios e um centro comercial. Nesta zona
“mais urbana” existem edifícios verticais residenciais que funcionam como cf´s
independentes dentro de Alphaville. Actualmente, a área total de Alphaville (áreas
Figura 2.19 – Fotografia do empreendimento residenciais e núcleos comerciais) é de 19 000 hectares, com uma população
Alphaville Barueri, São Paulo
estimada de 35 000 pessoas. Acrescente-se que surgiu outro projecto Alphaville em
São Paulo (Alphaville Conde) que inclui 21 áreas residenciais e 3 zonas comerciais.
desportivas. No caso dos parques a dimensão é variável – dos pequenos parques dos
núcleos residenciais aos grandes parques de condomínios de maiores dimensões.
SÍNTESE
Assim sendo, este capítulo divide-se em três partes. A primeira parte relata
as condições (sociais, políticas, económicas e urbanísticas) favoráveis à introdução e
difusão dos cf´s pelo país. A segunda parte caracteriza os condomínios fechados em
Portugal, com especial incidência na Área Metropolitana de Lisboa. A terceira parte
aborda o caso do concelho de Cascais, ou seja o estudo de caso.
Todavia, Raposo (idem: 18) ressalva que os cf´s portugueses não apresentam
parecenças óbvias com os cf´s brasileiros ou com os de qualquer outra parte do
mundo (mesmo os do caso original dos EUA). A autora (idem:53) exemplifica esta
distinção com o facto de que, nos cf´s brasileiros, o que se encontra
verdadeiramente em questão é a segurança física, tanto que a respectiva publicidade
enaltece a componente fechada. Já em Portugal, a autora nota que a publicidade dos
cf´s tem vindo a evitar o termo “fechado”, pois o principal objectivo do isolamento
físico é a “exclusividade” das amenidades.
Cruz (2003: 186-187) defende que o fenómeno dos cf´s em Portugal, assim
como no Brasil, não se justifica com uma preocupação essencial pelo sentido
comunitário. Identifica que, em Portugal, factores como a criação de uma
comunidade ou a partilha de espaços comuns entre os residentes, são excluídos na
publicidade dos empreendimentos. Refere ainda que, em Portugal, a segurança e a
necessidade de fuga de uma realidade urbana violenta não assumem as proporções
do caso brasileiro ou do americano. Quanto à governação, Cruz (idem: 187) assume
que em Portugal o espaço comum interior é normalmente gerido sob a forma de
condomínio, ao contrário dos casos Norte-Americanos cujas comunidades fechadas
assumem vários tipos de propriedade e gestão interna. Salienta que, apesar do
modelo ter sido importado do caso brasileiro ou americano, as suas interpretações
em Portugal adaptam-se ao contexto socioeconómico, cultural e político (idem: 189).
43 Na sua análise em 2002, Raposo enumera 97 cf´s na Área Metropolitana de Lisboa, comercializados entre 1985 e1999, entre os quais a Consultan esteve
presente na comercialização de 16. Numa nota dos anexos (Anexo A-10) Raposo (idem) afirma que “A Consultan (Consultan Portuguesa) é detida por
brasileiros. Conforme apontamento de entrevista a um dos agentes do sector, que entrevistámos, a Consultan que entrou no mercado português ainda nos
anos de 1980, era uma mediadora entre muitas outras no Brasil donde veio com “uma dinâmica de vendas” típica desse país e ent ão não conhecida em
Portugal”.
44 “Esta nova forma habitacional emerge em Portugal como uma tendência nos modos de produção, ou seja, uma “moda”. (…) No caso dos condomínios
fechados procurámos identificar formas e características comuns que traduzem uma tendência própria correspondendo a um tipo e no caso de se tratar de
uma moda, procuramos a fonte de inspiração desse tipo” (Cruz 2003: 191-192).
45
As técnicas de marketing são utilizadas de forma a vender-se um package
(Raposo 2002) que contém um novo estilo de vida, um status social, um novo modo
de habitar baseado na qualidade e distinção, segurança e luxo. Este mercado dirige-
se à classe alta e média-alta. Acrescente-se ao valor imobiliário destes
empreendimentos não só o valor da habitação como também o conjunto de
equipamentos e serviços disponibilizados (Cruz 2003: 215).
45 Ferreira (2001), Cruz (2003) e Raposo (2002) apontam o recurso a diversas referências na toponímia dos cf´s como uma estratég ia para prestigiar os
mesmos. Trata-se do recurso a nomes como “quintas”, “villas”, “aldeias”, “jardins”, “terraços”, “resort”, “residência”, “Plaza”, ou “village”. Cruz (2003: 216)
acrescenta que uma estratégia mais recente do mercado imobiliário é a recuperação de casas apalaçadas ou o aproveitamento de antigas quintas
(normalmente com zonas verdes adjacentes) como alternativas à escassez de terrenos vagos para novos empreendimentos em ambientes urbanos e
suburbanos.
entanto, são amortizados com o acréscimo no preço final dos imóveis. Segundo Cruz
(idem:202) os promotores regem-se por “o que vende melhor”: se a procura de
habitação se traduz na busca de segurança, equipamentos e serviços colectivos, a
oferta ajusta-se, desenvolvendo e adaptando modelos importados.
1996 potenciais compradores dos cf´s ditos “de luxo”, apontados pelas imobiliárias, são
profissionais liberais de sucesso, empresários, homens de negócios, altos quadros de
1997 empresas e alguns políticos (Cruz 2003: 205).
46 É importante salientar que as fontes de informação a que Ferreira (2001) recorreu são folhetos de divulgação dos empreendimentos, revistas da
especialidade e publicidade inserida nos meios de comunicação social, e que, portanto, não garantem uma contagem total dos cf's existentes.
Gráfico X.X – Evolução de novos
condomínios habitacionais fechados em
“GénesePortugal
e Análise Morfológica
(Dezembro 2000) de Condomínios Fechados: o caso do Concelho de Cascais 52
Instituto Superior Técnico – Mestrado Integrado em Arquitectura O CASO PORTUGUÊS
Tabela 2.2 – Distribuição dos condomínios A segunda fase, iniciada nos anos 90, corresponde à adopção do modelo urbano,
habitacionais fechados em Portugal, por
com o carácter de habitação permanente, o que, segundo Raposo (2002), ganhou
distrito (Dezembro 2000)
maior expressão depois de 1992.
No que diz respeito à caracterização dos cf´s, Raposo (2002), na sua análise
sobre o fenómeno no território da AML, destaca cinco pontos: a origem, a forma de
governo, a localização, a dimensão (área de implantação) e a vocação principal.
47 A legislação portuguesa apresenta um “vazio legal” perante a possibilidade do enclausuramento de espaços públicos para a formação de cf´s. Ver
Capítulo 2.6 - Legislação dos Condomínios Fechados.
48 Esta segunda modalidade quanto à origem representa os cf´s que nasceram da iniciativa de residentes. Tome-se o caso dos “condomínios dos pobres” no
Brasil (Caldeira 2000), ou o enclausuramento de zonas residenciais convencionais, em Los Angeles após os motins de 1992 (Blakely e Snyder:1997).
49 Nos EUA as “Gated Communities” detêm o estatuto de Common Interest Developments (CID’s) e, assim, são governadas por Residential Community
Associations (RCA´s) ou Homeowner Associations (HOA´s) que aplicam regulamentos
demais edifícios dos cf´s são as exigências na administração dos espaços comuns,
pois nos cf´s, normalmente, os espaços comuns e amenidades representam maiores
esforços financeiros e humanos (idem). Assim sendo, Raposo distingue formas de
administração “forte” (o caso norte-americano) e “fraca” (o caso português).
50 Raposo (2002: 69) afirma que, em Portugal, é possível encontrar empreendimentos de grande dimensão na Costa Algarvia ou na Costa Oeste, ou
empreendimentos com reduzida extensão na Costa Nova.
Ainda no que diz respeito à localização, Raposo (idem: 70) acrescenta que
esta pode ser descrita segundo dois factores principais: por um lado a acessibilidade
a lugares centrais e, por outro, a qualidade do espaço (de implantação e envolvente).
Referindo-se à acessibilidade, Raposo nota que os cf´s suburbanos anunciam
frequentemente a “proximidade à cidade”, sendo que Lisboa funciona como um pólo
atractivo nesse aspecto. A acessibilidade traduz-se, então, na proximidade a auto-
0 10 20 30 estradas e a outras vias principais que levam a Lisboa e a outros lugares centrais da
1985 metrópole. À localização dos cf´s urbanos é sempre atribuída a qualidade de
1987 51
“central” .
1988
1989 Quanto à qualidade do espaço que influencia a localização dos cf´s na AML,
1990 Raposo (idem:71) identifica dois factores: as qualidades naturais (associadas à
1991 natureza, sob a forma de paisagem ou potenciadora de actividades de lazer), e a
1992
imagem ou prestígio da zona associada a um alto “estatuto urbano” (mais ou menos
1993
ampla, tanto pode referir-se à Costa do Estoril como à Lapa).
1994
2001 Raposo e Cotta (2007) identificam 198 cf´s na AML edificados entre os anos
2002 52
de 1985 e 2004 . Saliente-se que este número não pode ser comparado com os
2003
resultados de Ferreira (2001), pois foram utilizados conceitos diferentes de
2004
condomínios e as fontes de informação não foram as mesmas. A título
nº co ndo mínio s exemplificativo, Ferreira (2001: 64) identifica 21 cf´s em todo o país construídos até
Gráfico 2.3 – Número de empreendimentos
1993, enquanto Raposo e Cotta identificam 44 cf´s construídos entre 1985 e 1993 na
por ano na AML.
AML.
51 Salgueiro (1997) recorda que a reestruturação de Lisboa nos últimos anos lhe conferiu novos centros. Para tal contribuiu o recurso, cada vez maior, ao
automóvel e a expansão da rede de transportes públicos. Assim sendo, Raposo (2002) considera que os cf´s que se localizam no interior de Lisboa possam
ser considerados “centrais”.
52 À semelhança de Ferreira, Cotta e Raposo utilizaram fontes de informação que não garantem uma contagem total dos cf's existentes, à falta de fonte que
proporcione informação sistematizada. A título de exemplo, o cf Torres do Mar, localizado na Rua Egas Moniz da Freguesia do Estoril (Concelho de Cascais)
não consta de nenhuma das listas indicadas. Esta circunstância deve-se ao facto do referido empreendimento não ter sido publicitado nas fontes utilizadas
pelos investigadores.
cf´s. Raposo e Cotta (idem) reparam ainda que, apesar da estagnação em 2002 e do
recuo no ano seguinte, os cf´s continuam a sua expansão como o confirma o ano de
11% 1%
29%
2004.
59% cf´s segundo os “Tipos de Edifícios” (Gráfico 2.4): os cf´s que apresentem apenas
edifícios de habitação colectiva, que apelidam de “de apartamentos” (118 casos); os
cf´s que incluem, exclusivamente, edifícios de habitação unifamiliar, que denominam
M o radias A partamento s M isto SR
de “de moradias” (58 casos); e os cf´s em que se encontram, simultaneamente,
Gráfico 2.4 – Percentagem de edifícios de habitação unifamiliar e colectiva, a que chamam “mistos” (21 casos).
empreendimentos por tipos de edifícios na
AML
No que diz respeito a “tipos de equipamentos” (Gráfico 2.5), Raposo e Cotta
(2007: 26-27) realçam que as “piscinas” (em 154) e os “espaços verdes” (em 145) são
0 20 40 60 80 100 120 140 160
os que mais surgem nos cf´s da AML. Contudo, ressalvam que estas duas variáveis
Piscina
podem corresponder a situações bastante diferentes. Visto que a fonte de
Espaços informação principal é a publicidade, podem referir-se tanto a “singelos espaços
verdes
ajardinados” como a um “extenso Palmar” (Raposo e Cotta 2007: 26). As piscinas
Ténis
também têm as suas variações: em número (uma, duas ou mais piscinas), em
Ginásio/ dimensão, em utentes (para adultos e/ou para crianças). Em seguida, surgem as
Healt h Club
categorias “ginásio/health club” (em 50 cf´s), “campo de ténis” (em 48 cf´s), e
Circuit o de
Manut enção
“outros equipamentos”. Logo de seguida, surge a categoria “Banhos e Similares” (em
Banhos e 38 casos). Os autores (idem) referem o número restrito de alguns dos equipamentos
similares
Squash
Campos
Desport ivos
PARTE 3 – O CONCELHO DE CASCAIS
Salas de
jogos/ f est as
Club/ Club
House Dentro da AML, Cascais foi o município escolhido para terreno de análise
Parque deste estudo. Segundo o levantamento efectuado por Raposo e Cotta (2007), entre
inf ant il
1985 e 2004 foram comercializados 198 cf´s na AML, 89 dos quais em Cascais
Eq. Crianças
(out ros) (Gráfico 2.6). A autarquia de Cascais apresenta mais do dobro dos cf´s construídos de
Eq. Hot eleiro Outra razão para a escolha do concelho de Cascais consiste na variedade de
“tipos de condomínios” que apresenta. Como já foi referido, Raposo (2002) salienta
Eq. Comercial
a relação entre a localização, a dimensão e a vocação principal dos cf´s na AML.
Out ros
equipament os Cascais tem uma situação privilegiada a este respeito. Por um lado existem zonas do
concelho com uma alta densidade de alojamentos (sendo 28 alojamentos por m2 o
nº co ndo mínio s
máximo registado - ver Anexo A.1), estas zonas correspondem, portanto às “zonas
Gráfico 2.5 – Número de equipamentos por
tipo de equipamento de ocupação densa e contínua”. Por outro lado, existem áreas do concelho onde o
0 20 40 60 80
número de alojamentos por m2 é nulo e que correspondem às “áreas não
Alcochet e urbanizadas” onde se podem instalar “grandes condomínios”.
Amadora da costa do Estoril e do Guincho. Por outro lado, mais ainda relacionado com a
“qualidade do espaço”, é o prestígio da zona. O nível de riqueza de Cascais é patente
desde o século XIV, quando D. Pedro I lhe concede o privilégio de vila, sob o
Cascais
compromisso do pagamento de duzentas libras de ouro anuais (Carita 2005: 32).
Cascais é desde o final do século XIX, uma referência do turismo aristocrata
Lisboa
português e europeu, principalmente a partir do momento em que o Rei Luís I
converteu a cidadela na sua residência de Verão, em 1870 (idem: 51).
Loures
O quarto motivo para a preferência pelo concelho de Cascais prende-se com
a presença de diversos tipos de agentes imobiliários na produção de cf´s. De acordo
Maf ra
com Raposo (2002: 293), Cascais detém desde promotores de grande escala, mais
profissionalizados e que se não envolvem directamente na construção, até
Oeiras construtores “tradicionais”, nalguns casos de escala reduzida e que tendem a
53
assegurar todas as fases, incluindo a mediação dos empreendimentos.
Palmeira
Foi também em Cascais que surgiu o primeiro condomínio fechado
(exclusivamente composto por edíficios de habitação unifamiliar) na região de
Seixal Lisboa: a Quinta da Marinha, em 1991 (Cruz: 2003 e Raposo: 2002). É no mesmo
concelho que surge a Quinta Patino, à qual o Plano Director de Cascais conferiu a
54
Sesimbra denominação de “desenvolvimento urbanístico singular de relevância específica” .
53 É preponderante salientar que, apesar das dificuldades sentidas por Ferreira (2001) e Raposo (2002) na procura e acesso a informação na câmara de
Cascais, para este estudo houve uma colaboração notável por parte do arquivo municipal. A colaboração e disponibilidade do Dr . António Granjo e do Sr.
Filipe do Arquivo Municipal de Cascais foram fulcrais para o desenvolvimento desta dissertação.
54 Este condomínio provém do loteamento de uma quinta onde se encontra um palácio mandado construir em 1957. A propriedade de An tenor Patiño foi
notabilizada com a famosa festa, dada em 1968, para a “elite social” portuguesa.
SÍNTESE
Foi em 2003 que surgiu pela primeira vez uma definição de condomínios
fechados no Direito português. Esta determinação explícita figura no Código do
Imposto Municipal sobre Imóveis, aprovado no DL n.º 287/2003, de 12 de
Novembro, e ao abrigo do qual: “Considera-se condomínio fechado um conjunto de
edifícios, moradias ou fracções autónomas, construído num espaço de uso comum e
privado, com acesso condicionado durante parte ou a totalidade do dia”. Tal
definição é utilizada para o cálculo do coeficiente de qualidade e conforto (art. 43º,
na Secção II, do Capítulo VI), sendo que a localização em condomínio fechado
corresponde a uma penalização monetária no Imposto sobre Imóveis.
n.º 3309/2001, 2.ª série), Portimão (Aviso n.º 3481/2003, 2.ª série) e S. Brás de
Alportel (Aviso n.º 9234/2004, 2.ª série) cujas tabelas de taxas multiplicam os valores
a aplicar “sempre que aplicadas às construções em condomínios fechados”.
55 No regime de propriedade horizontal não é lícito requerer a divisão da coisa comum, ao contrário da compropriedade normal.
56 No artigo 1420º da secção III (Direitos e encargos do condómino) do Capítulo VI (Propriedade Horizontal) do Código Civil o nº 1 diz que “cada condómino
é proprietário exclusivo da fracção que lhe pertence e comproprietário das partes comuns do edifício) ” e o nº 2 afirma que “ O conjunto dos dois é incidível;
59
Para o desenvolvimento desta dissertação, as operações urbanísticas que
importam salientar são as operações de loteamento e as obras particulares que se
encontravam em diplomas separados até serem reunidos no Decreto-Lei n.º 555/99,
de 16 de Dezembro através do Regime Jurídico da Urbanização e Edificação. O DL
referido surge na sequência da Lei n.º 48/98, de 11 de Agosto, a Lei de Bases de
Ordenamento do Território e de Urbanismo. O DL 555/99, de 16 de Dezembro foi
alterado pela Lei n.º 13/2000, de 20 de Julho, pelo Decreto -Lei n.º 177/2001, de 4 de
Junho, pelas Leis n. 15/2002, de 22 de Fevereiro, e 4 -A/2003, de 19 de Fevereiro e
pelo Decreto -Lei n.º 157/2006, de 8 de Agosto. Finalmente a última alteração que
houve consta na Lei n.º 60/2007, de 4 de Setembro, e é a que está em vigor. Para os
objectivos desta dissertação, as alterações efectuadas ao DL 555/99 não são
significativas, pelo que este é a referência primordial (pois não foi revogado, mas,
apenas, alterado).
nenhum deles pode ser alienado separadamente, nem é lícito renunciará parte comum como meio de o condómino se desonerar das despesas necessárias à
sua conservação ou fruição”.
57 Para assegurar a objectividade desta dissertação optou-se por não se descrever o desenvolvimento do Regime de Propriedade Horizontal em Portugal ao
longo do tempo. Para um acesso mais aprofundado deste tema aconselha-se Miller (1996) ou Passinhas (2000).
58 “Artigo 1438.º – A (Propriedade horizontal de conjuntos de edifícios): O regime previsto neste capítulo pode ser aplicado, com as necessárias adaptações,
a conjuntos de edifícios contíguos funcionalmente ligados entre si pela existência de partes comuns afectadas ao uso de todas ou algumas unidades ou
fracções que os compõem.”
59 “Operações urbanísticas: os actos jurídicos ou as operações materiais de urbanização, de edificação ou de utilização do solo e das edificações nele
implantadas para fins não exclusivamente agrícolas, pecuários, florestais, mineiros ou de abastecimento público de água” (definição contida na alínea j,
artigo 2.º, Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro). A actual Lei 60/2007, de 4 de Setembro, que alterou o DL nº 117/2001 de 4 de Junho, apresenta
como única diferença a definição deste tipo de operações, a eliminação da expressão “os actos jurídicos”.
60
A alínea a) do artigo 3.º, Decreto-Lei nº 448/91, de 29 de Novembro) afirma que são “operações de loteamento: todas as acções que tenham por objecto
ou por efeito a divisão em lotes, qualquer que seja a sua dimensão, de um ou vários prédios, desde que pelo menos um dos lotes se destine imediata ou
subsequentemente a construção urbana”. No Decreto-Lei 555/99 é preferida a seguinte definição: “Operações de loteamento: as acções que tenham por
para os cf´s prendem-se com os artigos 15º (“Terrenos para espaços verdes e de
utilização colectiva, infra-estruturas e equipamentos”), 16º (“Cedências”) e 18º
(“Gestão dos espaços verdes e de utilização colectiva”), todas do Decreto -Lei n.º
448/91, de 29 de Dezembro.
Num primeiro ponto, Raposo (2000) refere a alusão única a espaços verdes
na descrição das funções das áreas de cedência aquando da indicação dos
parâmetros de cálculo das mesmas, excluindo assim outros tipos de espaços62. Num
segundo ponto, a autora chama a atenção para a utilização da palavra colectiva em
vez da palavra público nesse texto legal: “para aferir se o projecto de loteamento
respeita os parâmetros a que alude o número anterior, consideram-se quer as
parcelas destinadas a espaços verdes e de utilização colectiva, infra-estruturas viárias
e equipamentos de natureza privada, quer as parcelas a ceder à câmara municipal
63
para aqueles fins” . Assim sendo, as áreas privadas (desde que colectivas) estão em
igualdade circunstancial com as áreas públicas para efeitos de cálculo das áreas de
cedência. Num terceiro ponto, a autora reporta-se à aplicação dos princípios da
propriedade horizontal às operações urbanísticas64 (excluindo os artigos 1414º a
1419º que constituem o suporte do diploma) como um sinal de que o “direito do
urbanismo inovava (…) dirigindo-se claramente a situações que podem corresponder
a casos de condomínios fechados” (Raposo 2000).
Num quarto ponto, é assinalada uma situação que mais tarde foi revogada
pelo DL nº 555/99. O nº 2 do art.º 16º do diploma de 1991 impõe que as áreas de
cedência “deverão integrar o “domínio público municipal”. Contudo o nº 4 refere
que, se não se justificar a localização de qualquer equipamento público no dito
prédio ou se o prédio a lotear já estiver servido de obras de urbanização, o
proprietário fica “obrigado a pagar à câmara municipal uma compensação, em
objecto ou por efeito a constituição de um ou mais lotes destinados imediata ou subsequentemente a edificação urbana, e que resulte da divisão de um ou
vários prédios, ou do seu emparcelamento ou reparcelamento” (alínea I, artigo 2.º). O DL nº177/2001 e a Lei nº 60 de 2007 mantêm inalterada esta última
redacção.
61 “Todas as obras de construção civil, designadamente novos edifícios e reconstrução, ampliação, alteração, reparação ou demolição de edificações, e
ainda os trabalhos que impliquem alteração da topografia local” (alínea a, n.º 1, artigo 1.º, Decreto-Lei nº 445/91, de 20 de Novembro). Esta alínea viria a
obter nova redacção pela Lei n.º 29/92, de 5 de Setembro: “Todas as obras de construção civil, designadamente novos edifícios e reconstrução, ampliação,
alteração, reparação ou demolição de edificações, e ainda os trabalhos que, não possuindo natureza exclusivamente agrícola, impliquem alteração da
topografia local”. O Decreto-Lei 555/99 opta por definir o que entende pelo conceito geral de edificação – “a actividade ou o resultado da construção,
reconstrução, ampliação, alteração ou conservação de um imóvel destinado a utilização humana, bem como de qualquer outra construção que se incorpore
no solo com carácter de permanência” (alínea a, artigo 2.º), sendo que define ainda os diferentes tipos de obras contemplados no regime. A Lei 60/2007
mantém inalterada esta redacção, assim como o anterior DL nº177/2001.
62 A situação foi rectificada pelo Decreto-Lei n.º 25/92, de 31 de Agosto, que afirma que as áreas de cedência são “destinadas a espaços verdes e de
utilização colectiva, infra-estruturas viárias e equipamentos”
63 Nos Decretos-Lei n.º 555/99 e n.º 177/2001, e mais tarde na Lei nº 60/2007, o artigo correspondente é o 43.º que não traz qualquer alteraç ão a este
ponto específico.
64 “Os espaços verdes e de utilização colectiva, infra-estruturas viárias e equipamentos de natureza privada constituem partes comuns dos edifícios a
construir nos lotes resultantes da operação de loteamento e regem-se pelo disposto nos artigos 1420.º a 1438.º do Código Civil” *artigos 1420.º a 1429.º,
“Direitos e encargos dos condóminos”; artigos 1430.º a 1438.º, “Administração das partes comuns do edifício”. Actualmente a Lei nº 60/2007 assume a
redacção dos Decretos-Lei n.º 555/99 e n.º 177/2001, neste determinado ponto: “Os espaços verdes e de utilização colectiva, infra-estruturas viárias e
equipamentos de natureza privada constituem partes comuns dos lotes resultantes da operação de loteamento e dos edifícios que neles venham a ser
construídos e regem-se pelo disposto nos artigos 1420.º a 1438.º do Código Civil”. Alterações sem significado para esta análise
65 Os Decretos-Lei n.º 555/99 e n.º 177/2001 não trazem alteração significativa aos primeiros quatro nos deste artigo (que passa a ser o 44.º), excepto no
caso da redacção de parte do seu nº 4, que passa a ser a seguinte: “ou não se justificar a localização de qualquer equipamento ou espaço verde públicos no
referido prédio, ou ainda nos casos referidos no n.º 4 do artigo anterior [os de natureza privada que passam a reger-se pelos referidos artigos do regime da
propriedade horizontal], não há lugar a qualquer cedência para esses fins, ficando, no entanto, o proprietário obrigado ao pagamento de uma compensação
ao município, em numerário ou espécie, nos termos definidos em regulamento municipal”.
66 O nº 1 do art.º 18º do DL nº 448/91, de 29 de Dezembro diz que: “A gestão das infra-estruturas e dos espaços verdes e de utilização colectiva pode ser
confiada a moradores ou a grupos de moradores das zonas loteadas e urbanizadas, mediante a celebração com o município de acor dos de cooperação ou de
contratos de concessão do domínio municipal.”
67 No nº 2 do art.º 18º do DL nº 448/91, de 29 de Dezembro consta que: “Os acordos de cooperação podem incidir, nomeadamente, so bre os seguintes
aspectos: a) Limpeza e higiene; b) Conservação de espaços verdes existentes; c) Manutenção dos equipamentos de recreio e lazer; d) Vigilância da área, de
forma a evitar a sua degradação.”
68 Raposo (2009:23) reporta os casos de “empreendimentos clausurados (vedados e/ou murados e que realizam o controlo do acesso e das suas circulações
internas) que, ao mesmo tempo, mantêm arruamentos, infra-estruturas e espaços verdes internos que pertencem ao domínio público.” Entenda-se esta
apropriação de espaço público para condomínio privado como uma permissão devida a um vazio legal.
Após esta análise das modificações mais significativas dos diplomas que
regulam, de facto, os condomínios fechados, torna-se possível identificar as suas
70
diversas formas de “organização” jurídica . Raposo (2002) identifica cinco soluções:
a primeira corresponde aos casos de empreendimentos que consistem num edifício
de habitação colectiva isolado que se diferenciam dos restantes pelo facto de terem
equipamentos e espaços “mais generosos”. Estes empreendimentos não se
enquadram no âmbito desta dissertação, como já fora referido. A segunda solução
prende-se com a novidade trazida ao instituto da propriedade horizontal pelo artigo
n.º 1438-A, DL nº 267/94 de 25 de Outubro. Assim, os conjuntos de edifícios
(independentemente da sua tipologia) passam a ser consagrados pelo regime da
propriedade horizontal, o que significa que não estão sujeitos a operações de
loteamento e, portanto, se enquadram no regime das obras particulares ou da
edificação. A terceira situação decorre do artigo 15º do DL 448/91. O referido artigo
veio permitir o usufruto de “espaços verdes e de utilização colectiva, infra-estruturas
viárias e equipamentos” privados por parte de residentes em lotes distintos. Estes
espaços comuns privativos são geridos conforme a aplicação específica do regime da
propriedade horizontal71.
69 Actualmente a Lei 60/2007 estende a redacção deste ponto acrescentando: “… semelhantes a uma operação de loteamento, nos term os a definir por
regulamento municipal”. Esta alteração surgiu no DL nº177/2001.
70 Note-se que existem mais diplomas referentes à vida jurídica dos condomínios fechados, contudo, este capítulo pretende (apenas) ser um
enquadramento geral da legislação dos condomínios.
71 Nesta situação enquadra-se o cf Quinta Patino cujo alvará de loteamento (n.º 994 de 1996 emitido pela Câmara Municipal de Cascais), afirma: “O
loteamento em causa reveste as características do loteamento fechado, ou, como é costume referir, “condomínio privado”, atend endo à natureza privada
das parcelas destinadas a espaços verdes e de utilização colectiva, de acordo com o disposto no art.º. 15º do Dec.-Lei nº. 448/91, de 29 de Novembro, na
redacção da Lei nº. 25/92, de 31 de Agosto”.
72 É o caso do protocolo celebrado entre a Associação de Proprietários da Quinta da Beloura e a Câmara Municipal de Sintra, e que, precisamente, invoca
nas suas considerações iniciais o artigo 18.º do 448/91.
índole turística mas acabou por dar azo à criação de unidades de habitação e,
portanto, de condomínios fechados. Apesar de existir legislação sobre “indústria
hoteleira e similar” desde 1954, só em 1997 a legislação impôs limites a essa
73
deturpação . No concelho de Cascais são identificáveis dois casos: a Quinta da
Penha Longa e a Quinta da Marinha-Euronova74.
SÍNTESE
Apesar do fenómeno dos cf's se ter tornado visível desde os anos de 1980, foi
apenas no século XXI que surgiu a sua primeira definição num documento de
carácter jurídico-normativo. Saliente-se que esta definição surgiu num diploma de
2002 de produção autárquica (Torres Vedras). Apenas no ano seguinte seria criada a
primeira definição legal com âmbito de aplicação nacional.
73 Decreto Regulamentar n.º 34/97 de 17 de Setembro, cuja redacção veio a ser ligeiramente alterada pelo Decreto Regulamentar n.º 14/99, impõe um
limite de 50% de unidades sem veículo turístico, sobre o total de unidades construídas.
74 Alvará n.º 872 de 1988 e Alteração de Alvará de 1992, emitidos pela Câmara Municipal de Cascais.
75 Segundo a alínea m) do art.º 2º do da Lei nº 60/2007, de 4 de Setembro.
Surgem situações na Lei em que está implícita a a realidade dos cf's. Existem
mesmo diplomas em que os cf's são explicitamente mencionados, mas não existe
qualquer regulamentação específica relativa à sua constituição ou construção. Em
2007, foi mesmo aprovado um texto legal que permite a alteração (sem a
intervenção de profissionais qualificados na matéria ou de qualquer entidade
pública) do que mais distingue os cf's da “habitação tradicional”, ou seja, os seus
equipamentos e espaços colectivos.
3. Desenvolvimento
3.1 Metodologia
RESUMO:
76 No Capítulo 2.1 Conceito de Condomínio Fechado encontra-se uma definição de condomínio fechado que traduz os requisitos referidos.
77 Denote-se que apesar de a informação estar disponível online, optou-se por se confirmar os dados nos processos do Arquivo Municipal.
Planta de apresentação: Planta do caso de estudo elaborada pelo autor que tem
como base o documento CMC (2009). É identificada a massa edificada (construída e
por construir), a estrutura verde, a topografia e os espaços exteriores não
pavimentados e pavimentados.
cartográfica (ou seja simplificando, a área do caso de estudo em planta), cujo limite
corresponde ao limite do caso de estudo, que revela a escala do empreendimento;
79 A adopção do parâmetro Superfície de Solo Permeável trata-se de uma alternativa à utilização do Índice de Área de Espaços Verdes, dado que em
diversos empreendimentos torna-se impossível distinguir o que é espaço verde do que é Área de solo permeável (ver figura 3.1). Um espaço composto por
mato ou arbustos não se apresenta com a mesma configuração de um jardim com relva, contudo não deixa de ser um espaço verde. Por estas indefinições,
assumiu-se o parâmetro de Superfície de Solo Permeável.
obstáculo físico ao seu acesso, constituindo espaços colectivos ”de facto” e espaços
privados “de jure. Excluem-se futuras parcelas do terreno implícitas a futuras
construções previstas nos processos camarários. Nestes casos verifica-se que ainda
não estão definidas as possíveis parcelas do terreno em que este se dividirá aquando
da conclusão do processo camarário;
Foram, ainda, recolhidos mais dados para cada caso de estudo. Trata-se de uma
planta da Planimetria retirada do SIG (Sistema de Informação Geográfica) disponível
com a informação correspondente ao ano de 2009; um Ortofotomapa, também
retirado do SIG (Sistema de Informação Geográfica) disponível com a informação
correspondente ao ano de 2009; e um levantamento fotográfico (Contudo, devido à
inacessibilidade dos cf´s foi necessário recorrer a sites da internet para conseguir
imagens do interior dos casos de estudo).
Cumeadas: Linha que une os pontos mais altos de uma sequência de morros ou
montanhas, constituindo-se no divisor de águas.
Linhas de água: Linha que une os pontos mais baixos de uma sequência de morros
ou montanhas, constituindo-se no divisor de águas.
Plataforma: Classificação dada a uma forma de relevo constituída por uma superfície
plana, com cume mais ou menos nivelado. São como superfícies topográficas rectas,
que podem ser regulares ou não.
80 Os dados que se encontram na ficha são, apenas, os dados gerais que caracterizam cada caso de estudo. Estes correspondem à Su perfície Total, Área
Bruta de Construção, Área de Implantação, Área de Equipamentos Colectivos, Superfície de Solo Permeável, Número de fogos, Número de Lotes, Dimensão
dos Lotes (mínima, máxima e média), Índice de Construção, Índice de Implantação, Índice de Espaço Aberto, Índice de Permeabil idade do Solo, Índice de
Espaço Colectivo, índice de Espaço Privado e Percentagem de Equipamentos. Os restantes dados encontram-se descritos no Capítulo 3.2, referente à
caracterização dos casos de estudo, assim como nos Anexo A.6, em que estão estruturados por caso de estudo.
1-Nome do condomínio
(1) (2) (3) (4)
(6)
2-Freguesia
7-Dados Gerais
8-Localização
9-Fotografias
(8) (9) (10) (11)
10-Planimetria
11-Ortofotomapa
16-Planta de apresentação
(19)
17-Estado de consolidação
19-Esquema da distribuição
funcional
20- Esquema da Morfologia do (20)
Terreno (21)
21- Perfis
11-Ortofotomapa
Figura 3.8 – Segunda página da ficha-tipo
Foram elaboradas fichas para cada um dos cf's em análise, como forma de
estruturação de informação. Estas fichas encontram-se no Anexo A.4.
Figura 3.9 – Esquema-tipo da morfologia funcional, rede de circulação, e condicionantes dos mesmos elementos. Pretende-se
funcional dos casos de estudo
perceber qual o entender qual o valor e funções que os equipamentos e espaços de
permanência exteriores assumem na morfologia funcional dos casos de estudo.
Foi elaborado um esquema para cada caso de estudo (Figura 3.9). Cada
esquema é dissecado em “três camadas” para uma melhor compreensão do mesmo.
Por sua vez, cada camada corresponde a um esquema acessório, cuja sobreposição
resulta no esquema inicial.
04
07) Encosta da Aldeia
1000 2000
Casos de Estudo Eixos Escala [m]
N
08) Quinta da Penha Longa
Figura 3.13 – Localização dos casos de estudo no Concelho de Cascais
01_ Malveira-Guincho
1000 2000
Casos de Estudo Eixos Escala [m]
N
1000 2000
1000 2000
1000 2000
1000 2000
1000 2000
1000 2000
1000 2000
Por último, surge o oitavo caso de estudo: a Quinta da Penha Longa. A sua
implantação divide-se entre os concelhos de Cascais e Sintra. É o caso de estudo com
maior dimensão.
Figura 3.36 – Fotografias do cf Quinta Patino
01_ Malveira-Guincho
N
Figura 3.38 – Fotografias do cf Malveira- Edifícios Construídos Edifícios por Construir Cotas do Terreno Sup. de Solo permeável Sup. de Solo Impermeável Arborização Escalaa
Guincho
Número de fogos – 57
O empreendimento Malveira-Guincho situa-se na Freguesia de Alcabideche, a
Número de lotes – 57
Nordeste da praia do Guincho. O seu acesso principal faz pela estrada do Guincho
Dimensão lotes–mín.134,8 máx.8278,1 méd.1287,1 (n247). A Norte é ladeado pelo empreendimento Marinha-Guincho, que se encosta
Índice de Construção – 0,06 ao aldeamento de Malveira da Serra. A Sul surge um descampado que se estende até
Índice de Implantação – 0,03 à costa e à praia do Guincho (a cerca de 1,2 km). O processo analisado corresponde
Equipamentos – 0,47%
N
Figura 3.45 – Esquema da distribuição de
acessos do cf Malveira-Guincho
N
N Figura 3.44 – Esquema da morfologia funcional do cf Malveira-Guincho
Figura 3.46 – Esquema da distribuição e
núcleos do edificado do cf Malveira-Guincho A rede de distribuição principal do condomínio Malveira-Guincho desenvolve-se
segundo um desenho em circuito fechado através do qual se acede ao mesmo. A
entrada faz-se pelo lado Nascente e o anel descai para sul. A partir deste anel surge
um braço para Sudoeste (que liga o anel principal a uma entrada secundária) e mais
três braços para Norte (que funcionam como guias na implantação do edificado). Na
proposta do processo camarário é visível que se prevê a expansão do edificado ao
longo do anel principal de distribuição, mas ao momento deste trabalho, apenas o
edificado a Norte e a Nascente estava construído. Tanto no que já fora edificado,
como no que falta construir (segundo a proposta) a estratégia parece ser manter as
unidades de habitação unifamiliar entre as vias e o perímetro do condomínio,
N
enquanto os conjuntos de habitação unifamiliar em banda situam-se no lado interior
Figura 3.47 – Esquema da distribuição,
barreiras e núcleos de equipamentos do cf das vias. A via de distribuição secundária central que se estende para Norte, não
Malveira-Guincho
sendo periférica, apresenta conjunto de habitação em banda nos dois lados.
Unifamiliar administrativos+ “health club”). As barreiras que os espaços privados criam na zona
por construir
Isolada Geminada Banda Em Pátio Quarteirão
a Nascente restringem o espaço colectivo deste lado à entrada do condomínio. Para
Multifamiliar
por construir
Isolada
Banda Quarteirão Equipamento além dessas barreiras (artificiais) existem as depressões no terreno a Poente e no
vale central que dificultam as circulação no espaço colectivo.
N
Figura 3.48 – Fotografias do cf Quinta Patino Edifícios Construídos Edifícios por Construir Cotas do Terreno Sup. de Solo permeável Sup. de Solo Impermeável Arborização Escalaa
Número de fogos – 114 O cf Quinta Patino localiza-se na Freguesia de Alcabideche, a Sul de Alcoitão. A sua
Número de lotes – 94 entrada principal é na Av. da República (n 6-8), do lado poente do empreendimento.
Dimensão lotes-mín.1165,0máx.31000,0méd.2862,7
A Sul da Quinta Patino encontra-se o campo do Clube de golfe do Estoril, que
atravessa a Auto-estrada nº 5. A Nascente do cf encontra-se a localidade de Bicesse.
Índice de Construção – 0,18
A análise deste caso de estudo baseou-se no processo camarário número 6724, do
Índice de Implantação – 0,08
ano 1995. Apresenta unidades de habitação unifamiliares, bem como
Índice de Permeabilidade do solo – 0,82
multifamiliares. É um condomínio em consolidação, cujos lotes já estão definidos
Espaço Colectivo – 56,7% mas a construção do edificado ainda não foi concluída. O processo camarário
Espaço Privado – 43,3% apresenta 144 fogos, contudo estão construídos apenas 114 fogos. A Quinta Patino
Equipamentos – 1,63% distingue-se pelo seu prestígio sob a sua exclusividade.
N (mais pequenos do que os restantes lotes com o mesmo fim). É de notar que a zona
Figura 3.51 – Esquema do Edificado do cf Nascente do condomínio é fundamentalmente de cariz privado, deixado o espaço
Quinta Patino
colectivo restrito às vias de distribuição e acesso. A Norte, as unidades habitacionais
Edifícios Edifícios por Espaço Espaço Espaço Limite Limite
Construídos Construir Colectivo Expectante privado Opaco Permeável multifamiliares encontram-se no mesmo lote que, contudo, é de acesso colectivo. As
outras duas unidades de habitação colectiva apresentam-se num lote de acesso
restrito. A cada unidade de habitação unifamiliar é correspondente um lote privado.
Saliente-se que existem lotes (já definidos) em que não se verifica qualquer
construção e não há barreiras que os dividam do espaço colectivo, constituindo estas
áreas de espaço expectante. É de notar que este cf é o único que apresenta um lote
de uso colectivo, no qual se insere o Palácio.
N
Figura 3.55 – Esquema da distribuição de
acessos do cf Quinta Patino
N
N Figura 3.54 – Esquema da morfologia funcional do cf Quinta Patino
Figura 3.56 – Esquema da distribuição e
núcleos do edificado do cf Quinta Patino A distribuição principal faz-se a partir da entrada a Poente por uma via que
serpenteia pelo interior do cf, primeiro em direcção a Nordeste, e depois em
direcção a Sul. Neste segundo troço, surgem dois anéis: um a Nordeste e outro a
Sudeste. Existem duas entradas secundárias no limite Nascente do empreendimento
(a Norte pela R. do Mato Verde e a Sul pela Rua dos Pinheiros). Estas entradas ligam-
se directamente a cada um dos anéis referidos. Estes anéis garantem o acesso às
unidades habitacionais que lhe são tangentes, e às vias secundárias por onde se
acede às unidades habitacionais mais distantes da rede principal de distribuição. No
extremo Sul do circuito principal surge uma via secundária rumo a Norte
(contornando o vale pelo lado Poente) que por sua vez se dilui numa via
N
Figura 3.57 – Esquema da distribuição, exclusivamente pedonal que retorna à via principal. Os três núcleos de
barreiras e núcleos de equipamentos do cf
equipamentos localizam-se na zona Norte/ Noroeste do cf. Em contraste, a zona Sul
Quinta Patino
e o lado Este são povoados por lotes privados, restringindo o espaço colectivo às vias
Acesso
privado
Acesso
colectivo
Distribuição
principal
Distribuição Distribuição
secundária pedonal
de acesso. Apesar da proximidade entre os três campos de ténis e o palácio com a
Unifamiliar
Construída respectiva piscina, a ligação entre estes não é explícita, sendo limitada a Norte pela
Isolada Geminada Banda Em Pátio Quarteirão
Multifamiliar barreira que o edificado privado representa e a Sul pelo limite do condomínio. O
Construída
Isolada Banda Quarteirão Equipamento
núcleo do palácio encontra-se ainda cercado por uma forte vegetação. Quanto à
Unifamiliar
por construir
Isolada Geminada Banda Em Pátio Quarteirão piscina junto dos edifícios de habitação colectiva, a permeabilidade é explícita entre
Multifamiliar
por construir a via periférica de acesso através dos intervalos entre os edifícios referidos. É a partir
Banda Quarteirão Equipamento
Isolada
desta zona que surge o vale (sem vegetação) que marca o eixo Norte-Sul, levando o
espaço exterior colectivo até ao extremo Sul do empreendimento.
Núcleo Barreira Barreira Relação Relação
equipamento natural artificial indirecta directa
N
Figura 3.58 – Fotografias do cf Vila Poente Edifícios Construídos Edifícios por Construir Cotas do Terreno Sup. de Solo permeável Sup. de Solo Impermeável Arborização Escalaa
Dimensão lotes – mín.142,8 máx.180,8 méd.161,8 Norte é delimitado pela R. do Outeiro, a Sul pela R. Bartolomeu Dias e a Nascente
por uma frente de unidades habitacionais unifamiliares exteriores ao condomínio,
Índice de Construção – 0,67
que fazem frente com a R. Júlio Dinis. Trata-se de um processo consolidado, em que
Índice de Implantação – 0,32
o edificado (assim como as infra-estruturas) está construído segundo a proposta
Índice de Permeabilidade do solo – 0,50
existente no processo camarário. O projecto corresponde ao processo número
Espaço Colectivo – 67,8%
16253, do ano 1998.
Espaço Privado – 32,2%
Equipamentos – 12,14%
N
Figura 3.65 – Esquema da distribuição de
acessos do cf Vila Poente
N
N Figura 3.64 – Esquema da morfologia funcional do cf Vila Poente
Figura 3.66 – Esquema da distribuição e
núcleos do edificado do cf Vila Poente O empreendimento Vila Poente apresenta uma distribuição do edificado que o
organiza. Dado que o edificado destinado à habitação é periférico, o espaço colectivo
e os respectivos equipamentos situam-se no centro do condomínio. A rede de
distribuição no interior do condomínio é quase toda exclusivamente pedonal. A
excepção é o pequeno troço de acesso ao parque de estacionamento no extremo
Sudeste do condomínio. A partir desse parque surge um caminho pedonal que ladeia
o campo de jogos, divide-se em dois contornando a piscina pelos dois lados, volta-se
a unir, diluindo-se pelo acesso pedonal na frente Sul e pela zona com menos
vegetação a Poente. Assim, existe uma relação explícita de proximidade e
continuidade entre os equipamentos que se dissolve numa área de espaço aberto,
N
com pouca vegetação. Esta sucessão de equipamentos cria um núcleo alongado no
Figura 3.67 – Esquema da distribuição,
barreiras e núcleos de equipamentos do cf cerne do condomínio. Este núcleo é ladeado por linhas definidas de arbustos,
Vila Poente
fazendo a transição entre a vegetação menos densa do lado Poente para a zona de
Acesso Acesso Distribuição Distribuição Distribuição maior densidade arbórea do lado Nascente. Trata-se de um empreendimento onde o
privado colectivo principal secundária pedonal
Unifamiliar
Construída
acesso às unidades de habitação se faz pelo lado exterior do perímetro do
Isolada Geminada Banda Em Pátio Quarteirão
Multifamiliar
condomínio, a única situação de acesso ao parque de estacionamento que fica junto
Construída
Isolada Banda Quarteirão Equipamento ao portão de acesso rodoviário (extremo sudeste). No eixo Norte-Sul o condomínio
Unifamiliar
por construir
Isolada Geminada Banda Em Pátio Quarteirão desenvolve-se segundo camadas (primeiro o edificado, segundo a barreira de
Multifamiliar
por construir
vegetação) em direcção ao núcleo central de equipamentos. No eixo Nascente -
Banda Quarteirão Equipamento
Isolada
Poente, o núcleo encontra-se resguardado pela barreira composta pelo muro e a
vegetação. Nesta composição, existe uma continuidade de articulação sucessiva
N
Figura 3.68 – Fotografias do cf Vila Marisa Edifícios Construídos Edifícios por Construir Cotas do Terreno Sup. de Solo permeável Sup. de Solo Impermeável Arborização Escala
Número de fogos – 56 Vila Marisa é um condomínio fechado situado na freguesia da Parede a Noroeste da
Número de lotes – 11 praia da Parede, distando desta cerca de 700m. A Norte é delimitado pela R.
Dimensão lotes – mín.264,0 máx.474,5 méd.288,0 Ramalho Ortigão (onde existe um acesso). A Nascente faz fronteira com um conjunto
de lotes de unidades habitacionais exteriores ao empreendimento, que por sua vez
Índice de Construção – 1,57
fazem frente à R. Miguel Bombarda. A Sul do empreendimento encontra-se o
Índice de Implantação – 0,37
terreno de uma casa apalaçada que se encosta à Av. Marginal (N6). A Vila Marisa é
Índice de Permeabilidade do solo – 0,16
contida a Poente pela R. Cândido dos Reis. O processo em análise tem o número 702,
Espaço Colectivo – 39,4%
do ano 1995. É um empreendimento consolidado, em que se verifica a construção da
Espaço Privado – 60,6% proposta na sua integridade.
Equipamentos – 3,28%
O condomínio Vila Marisa é delimitado, em todo o seu perímetro, por uma barreira
opaca (mesmo nos portões metálicos). Do lado Norte essa barreira materializa-se
sob a forma de um muro com cerca de 80 cm de altura em que se sobrepõe uma
vedação metálica opaca. A Poente, a vedação metálica desaparece e o muro surge
com cerca de 2 m de altura. Esta configuração mantém-se nas outras duas frentes
(Nascente e Sul), sendo que estas dão para lotes privados e não para a via pública.
Dentro do condomínio, o espaço colectivo adquire maiores dimensões no centro do
empreendimento, onde se situa o equipamento principal, estendendo-se até à
N
localizada. Concentra-se no lado Poente da zona central (o espaço colectivo), sob a
Figura 3.73 – Esquema da morfologia do forma de árvores de grande porte (palmeiras) que se aproximam da zona da piscina.
terreno do cf Vila Marisa
Existem, ainda, duas linhas de vegetação mais densa que acompanham o perímetro
Orientação Linha de Linha de Plataforma Vale
das Encostas Cumeada Água
do condomínio: uma do lado Poente e outra do lado Nascente.
N
Figura 3.75 – Esquema da distribuição de
acessos do cf Vila Marisa
N
N Figura 3.74 – Esquema da morfologia funcional do cf Vila Marisa
Figura 3.76 – Esquema da distribuição e
núcleos do edificado do cf Vila Marisa A rede de distribuição do cf Vila Marisa caracteriza-se pela interdição à circulação
automóvel no interior do condomínio, ao nível térreo. Existem dois acessos, um no
extremo Nordeste (R. Ramalho Ortigão), outro numa zona central da frente Poente
(R. Cândido dos Reis), a garagens subterrâneas por onde os residentes acedem ao
condomínio de automóvel. Deste modo, a circulação dentro do perímetro do
empreendimento é exclusivamente pedonal, existindo quatro acessos com o mesmo
cariz (dois em cada um dos últimos arruamentos referidos). Existem três percursos:
um que contorna a massa edificada, seguindo junto ao perímetro do
empreendimento; um segundo que contorna a piscina, seguindo o edificado pelo
lado de dentro; e um terceiro pelo qual se acede às unidades habitacionais
N
unifamiliares e às unidades de habitação colectiva do braço que já fora referido. O
Figura 3.77 – Esquema da distribuição,
barreiras e núcleos de equipamentos do cf acesso aos lotes que compõem o semicírculo faz-se tanto pelo percurso exterior,
Vila Marisa
como pelo interior. O espaço privado (aberto e edificado) resume o colectivo ao
Acesso Acesso
Distribuição Distribuição Distribuição corredor de acessos exterior e ao espaço central composto pelo jardim e a piscina. É
principal secundária pedonal
privado colectivo
Unifamiliar de notar, contudo, que os percursos pedonais exterior e de acesso às unidades
Construída
Isolada Geminada Banda Em Pátio Quarteirão
unifamiliares apenas se encontram na zona do jardim. Estes dois são becos sem
Multifamiliar
Construída
Isolada Banda Quarteirão Equipamento saída, o que lhes confere cariz mais prático, no sentido em que é garantido o acesso
Unifamiliar
por construir
Geminada Banda Em Pátio Quarteirão
a estas zonas sem que haja um intuído de circulação. O cf adquire um
Isolada
05_Villaggio Manique
N
Figura 3.78 – Fotografias do cf Villaggio Edifícios Construídos Edifícios por Construir Cotas do Terreno Sup. de Solo permeável Sup. de Solo Impermeável Arborização Escala
Manique
Freguesia – Alcabideche Figura 3.79 – Planta do cf Villaggio Manique
Número de fogos – 168 O empreendimento Villaggio Manique localiza-se na Freguesia de Alcabideche, a Sul
Número de lotes – 9 de Manique. A Nascente é ladeado por um descampado que se estende em direcção
Dimensão lotes–mín.1080,0máx.3904,0méd.1967,1 a Sul até à Auto-estrada 5. A entrada principal é na R. da Mealha, que contorna todo
o lado Nascente do condomínio. A Sul, é a R. dos Campos Velhos que ladeia o
Índice de Construção – 0,51
empreendimento. A Poente o condomínio é contornado por armazéns, que, por sua
Índice de Implantação – 0,27
vez, fazem frente à R. das Malmerendas e à R. da Azinhaga. O lado Norte confronta-
Índice de Permeabilidade do solo – 0,40
se com a Azinhaga do Canal e com a Travessa da Mealha (onde se situa um segundo
Espaço Colectivo – 39,7%
acesso). Trata-se de um cf consolidado, correspondente ao processo camarário 277,
Espaço Privado – 60,3% do ano 1997. Contudo verifica-se que o processo camarário difere da construção “de
Equipamentos – 3,71% facto” (nos seus limites, na distribuição do edificado e no número de fogos).
N
Figura 3.85 – Esquema da distribuição de
acessos do cf Villaggio Manique
N
N Figura 3.84 – Esquema da morfologia funcional do cf Villaggio Manique
Figura 3.86 – Esquema da distribuição e
núcleos do edificado do cf Villaggio Manique A rede de distribuição principal do condomínio Manique Villaggio desenvolve-se a
partir de uma via principal pela qual se acede ao mesmo. A entrada principal situa-se
a Nascente, e a secundária a Norte. Esta via começa por rumar a Sul, desenvolvendo
um arco para Poente, terminando na zona dos equipamentos (no canto Sudoeste).
Interceptando esta via, surge uma via secundária em “L” que parte da zona Noroeste
e se desenvolve no sentido Nascente, inflectindo para Sul, até à zona Sudeste do
empreendimento. Existe, ainda, outra via secundária que liga a via principal ao
estacionamento em cave na zona das unidades unifamiliares. Este sistema é
responsável pelo acesso rodoviário ao edificado. A partir deste sistema surgem uma
série de ligações pedonais que ligam o edificado às vias rodoviárias. O edificado
N
dispõe-se de modo a formarem-se dois núcleos principais: um a Nordeste, formado
Figura 3.87 – Esquema da distribuição,
barreiras e núcleos de equipamentos do cf pelas unidades unifamiliares, e outro, no centro, pelas unidades multifamiliares.
Villaggio Manique
Contudo, este segundo apresenta condições topográficas pouco favoráveis ao seu
Acesso Acesso
Distribuição Distribuição Distribuição usufruto. Os dois núcleos estão directamente ligados com a via de distribuição
principal secundária pedonal
privado colectivo
Unifamiliar principal. À parte deste dois núcleos, o espaço caracteriza-se pela dispersão do
Construída
Isolada Geminada Banda Em Pátio Quarteirão
edificado que cria bolsas de espaço aberto que ganham expressão com o
Multifamiliar
Construída
Isolada Banda Quarteirão Equipamento afastamento do edificado das vias rodoviárias. Saliente-se, ainda, que a localização
Unifamiliar
por construir
Geminada Banda Em Pátio Quarteirão
dos equipamentos é periférica. Se por um lado, resguarda os equipamentos do
Isolada
Multifamiliar edificado habitacional, por outro, cria alguma distância e desconexão com as
por construir
Banda Quarteirão Equipamento
Isolada
unidades de habitação.
N
Figura 3.88 – Fotografias do cf Vila Estoril Edifícios Construídos Edifícios por Construir Cotas do Terreno Sup. de Solo permeável Sup. de Solo Impermeável Arborização Escalaa
Golf
Freguesia – Estoril Figura 3.89 – Planta do cf Vila Estoril Golf
Equipamentos colectivos – 86 m2
Superfície de Solo Permeável – 2139m2 Figura 3.90 – Perfis do cf Vila Estoril Golf
Número de fogos – 12 O cf Vila Estoril Golf localiza-se na freguesia do Estoril, encostando-se ao extremo Sul
Número de lotes –12 do Golf do Estoril. Situa-se na intercepção de duas vias. É pelo lado Sul que se acede
Dimensão lotes – mín.124,5 máx.139,7 méd.132,0 ao empreendimento, fazendo-se pela R. do Ribatejo. O seu lado Nascente faz frente
com a Av. da República (n6-8). A Norte e Poente é banhado pelo campo de golfe do
Índice de Construção – 0,57
clube de Golf do Estoril. O empreendimento corresponde ao processo camarário
Índice de Implantação – 0,23
número 3452, do ano de 1985. Trata-se de um caso consolidado, em que a
Índice de Permeabilidade do solo – 0,43
construção da proposta está concluída. Apesar da toponímia o sugerir, não tem
Espaço Colectivo – 68,1%
qualquer relação com o clube de golfe, sem ser a localização adjacente e este.
Espaço Privado – 31,9%
Equipamentos – 1,74%
N
empreendimento apresenta-se como um plano inclinado que descai de Nordeste
Figura 3.93 – Esquema da morfologia do para Sudoeste, abraçando uma plataforma a Sul. Quanto à vegetação, o condomínio
terreno do cf Vila Estoril Golf
apresenta uma faixa que acompanha o limite do empreendimento. Sendo que esta
Orientação Linha de Linha de Plataforma Vale
das Encostas Cumeada Água
faixa apresenta uma maior densidade na frente Noroeste. Verifica-se, ainda, uma
linha de vegetação que ladeia a área da piscina, pelo lado Nascente, bem como
alguns elementos arbóreos a rodear os conjuntos habitacionais e junto ao portão.
N
Figura 3.95 – Esquema da distribuição de
acessos do cf Vila Estoril Golf
N
N Figura 3.94 – Esquema da morfologia funcional do cf Vila Estoril Golf
Figura 3.96 – Esquema da distribuição e
núcleos do edificado do cf Vila Estoril Golf O empreendimento Vila Estoril Golf apresenta uma rede de distribuição principal de
desenvolvimento linear. A partir da entrada (a Sul) a única via rodoviária existente
apresenta um pequeno troço inicial rumo a Nascente, desenvolvendo-se de seguida
para Norte paralelamente ao limite Nascente do condomínio. Esta via garante o
acesso aos dois núcleos de unidades familiares dispostos nesta direcção. No mesmo
eixo (Norte – Sul) existe uma via pedonal que liga os mesmos núcleos ao acesso
exterior. No outro conjunto de unidades unifamiliares em banda avultam acessos
directos ao exterior do empreendimento, visto que este encosta-se ao perímetro do
condomínio. Do lado de dentro deste núcleo surge o percurso pedonal que o liga
tanto a uma área de espaço aberto no extremo Sudoeste, como à zona central onde
N
se encontra o equipamento colectivo - a piscina. O equipamento situa-se na zona
Figura 3.97 – Esquema da distribuição,
barreiras e núcleos de equipamentos do cf central com ligações explícitas à via principal nos intervalos espaciais dos conjuntos
Vila Estoril Golf
em banda. Apesar ser ladeada pelo percurso pedonal que se desenvolve segundo o
Acesso Acesso
Distribuição Distribuição Distribuição eixo Norte – Sul, a piscina entra em contacto com este percurso apenas nas ligações
principal secundária pedonal
privado colectivo
Unifamiliar à via periférica, devia a uma barreira de vegetação. O empreendimento Vila Estoril
Construída
Isolada Geminada Banda Em Pátio Quarteirão
Golf apresenta um sistema de disposição do edificado e das vias de acesso que
Multifamiliar
Construída
Isolada Banda Quarteirão Equipamento permite a exclusividade pedonal em torno do equipamento colectivo, e que assegura
Unifamiliar
por construir
Geminada Banda Em Pátio Quarteirão
o acesso rodoviário a todas as unidades habitacionais ainda que de duas formas
Isolada
Multifamiliar distintas. Numa situação o acesso é garantido pela ligação directa à via pública, e os
por construir
Banda Quarteirão Equipamento
Isolada
restantes conjuntos habitacionais tem acesso à via interna que os liga ao exterior. É
de notar que as direcções impostas pelo perímetro do condomínio destacam-se na
N
Figura 3.98 – Fotografias do cf Encosta da Edifícios Construídos Edifícios por Construir Cotas do Terreno Sup. de Solo permeável Sup. de Solo Impermeável Arborização Escalaa
Aldeia
Freguesia – S. Domingos de Rana Figura 3.99 – Planta do cf Encosta da Aldeia
Dimensão lotes – mín.260,0 máx.365,9 méd.326,0 empreendimento e faz-se R. Principal do Alto do Espargal. A poente existe um
descampado que distancia o cf da frente edificada da Rua D. João I. A Nascente e a
Índice de Construção – 0,59
Norte existem frentes de lotes com unidades unifamiliares, que por sua vez
Índice de Implantação – 0,30
delimitam a Rua Manuel Cordo Boulhosa e a Calçada Um de Dezembro,
Índice de Permeabilidade do solo – 0,40
respectivamente. Na frente Norte existe um acesso à Travessa da Escola. É um
Espaço Colectivo – 69,5%
empreendimento consolidado, que corresponde ao processo camarário número
Espaço Privado – 30,5% 10849, do ano de 1999.
Equipamentos – 1,95%
N Nascentes são compostas por um muro com cerca de 1,4 m a que se junta uma rede
Figura 3.101 – Esquema do Edificado do cf metálica e uma linha de vegetação que acompanha as frentes no seu todo. Contudo,
Encosta da Aldeia
essa linha de vegetação não é suficientemente densa para que impossibilite o
Edifícios Edifícios por Espaço Espaço Espaço Limite Limite
Construídos Construir Colectivo Expectante privado Opaco Permeável contacto visual para o interior do condomínio. No lado Norte, o condomínio é
vedado por um muro que não excede os 1,5 m de altura. O espaço privado limita-se
ao edificado, não havendo espaço privado aberto. O espaço colectivo envolve os
núcleos de habitação, sendo que do lado Nascente distancia o edificado da vedação
com uma espacialidade linear. No lado poente surge uma bolsa de espaço colectivo.
N
Figura 3.105 – Esquema da distribuição de
acessos do cf Encosta da Aldeia
N
N Figura 3.104 – Esquema da morfologia funcional do cf Encosta da Aldeia
Figura 3.106 – Esquema da distribuição e
núcleos do edificado do cf Encosta da Aldeia O cf Encosta da Aldeia apresenta-se sob uma forma linear segundo o eixo Norte –
Sul, ainda que descaia sobre Nascente. A rede de distribuição principal consiste
numa via que acompanha o sentido do desenvolvimento do cf. A entrada faz-se pelo
extremo Sul, e a via de distribuição principal segue encostada ao limite Nascente do
condomínio. No extremo Norte esta via entra numa espiral que acede ao
estacionamento subterrâneo. No mesmo extremo existe uma via pedonal que
permite o acesso ao exterior pela frente Norte. Existem, ainda, duas vias pedonais na
zona central que ligam a via principal ao equipamento principal – a piscina. O
edificado dispõe-se paralelamente à via principal de forma simétrica em relação às
ligações pedonais referidas. Junto à via pedonal a Norte, surge uma pequena infra-
N
estrutura que funciona como sala multi-usos. Se do lado Nascente é a via de
Figura 3.107 – Esquema da distribuição,
barreiras e núcleos de equipamentos do cf distribuição que assegura a ligação entre extremos, edificados e acesso ao exterior,
Encosta da Aldeia
do lado Poente o espaço colectivo aberto funciona assegura a linearidade e conexão
Acesso Acesso
Distribuição Distribuição Distribuição entre os extremos. Refira-se que é no centro deste espaço livre que se encontra a
principal secundária pedonal
privado colectivo
Unifamiliar piscina colectiva. É possível afirmar-se que o cf Encosta da Aldeia funciona segundo
Construída
Isolada Geminada Banda Em Pátio Quarteirão
três faixas paralelas e contíguas. De Poente para Nascente: a primeira faixa
Multifamiliar
Construída
Isolada Banda Quarteirão Equipamento corresponde ao espaço colectivo de acesso exclusivamente pedonal, onde se
Unifamiliar
por construir
Geminada Banda Em Pátio Quarteirão
encontram os equipamentos; a segunda faixa diz respeito ao edificado em que existe
Isolada
Multifamiliar o intervalo que assegura o acesso entre as duas faixas dos extremos; e a terceira que
por construir
Banda Quarteirão Equipamento
Isolada
consiste na via de distribuição principal que começa no acesso ao exterior (a Sul) e
termina no acesso ao estacionamento subterrâneo (a Norte).
N
Figura 3.108 – Fotografias do cf Quinta da Edifícios Construídos Edifícios por Construir Cotas do Terreno Sup. de Solo permeável Sup. de Solo Impermeável Arborização Escala
Penha Longa
Freguesia – Alcabideche Figura 3.109 – Planta do cf Quinta da Penha Longa
Índice de Permeabilidade do solo – 0,91 análise deste caso de estudo difere da utilizada nos demais, devido às suas
características. O processo analisado tem o número 1201, do ano 1991. Trata-se de
Espaço Colectivo – 94,8%
um caso em consolidação, em que está prevista a construção de mais unidades
Espaço Privado – 5,2%
habitacionais para além das existentes.
Equipamentos – 23,4%
A Quinta da Penha Longa é circunscrita na sua totalidade por uma barreira que
marca o perímetro do condomínio fechado. Na metade mais a Norte do troço a
Nascente e em todo o lado Norte, a barreira materializa-se sob a forma de um muro
de alvenaria com cerca de 3 m. Nestas frentes o muro apresenta ora troços que
datam da elaboração do projecto, ora troços do muro original que marcava a
propriedade antes de se conformar como um condomínio. Na metade mais a Sul do
lado Nascente, e em toda a periferia das frentes Poente e Sul, a delimitação do cf
faz-se por uma rede metálica. Esta rede metálica permite o contacto visual para
N
uma segunda plataforma de maiores dimensões. Esta abrange o núcleo de
Figura 3.113 – Esquema da morfologia do equipamentos da zona central e desenvolve-se para Sudoeste, contornando a zona
terreno do cf Quinta da Penha Longa
central do empreendimento. Nesta zona situa-se uma elevação do terreno a partir
Orientação Linha de Linha de Plataforma Vale
das Encostas Cumeada Água
da qual o mesmo desce em todos os sentidos. Para Norte, encontra a segunda
plataforma descrita. Para Nascente e Poente, esta elevação do terreno conforma um
vale que se desenvolve em direcção a Sul / Sudoeste. Para Poente, este cume
dissipa-se noutra plataforma. Por sua vez, essa mesma plataforma é ladeada a
Poente por um segundo vale. O terreno desce a partir deste ponto em direcção a
Sudoeste para uma última plataforma da qual o terreno continua a descer
encontrando o primeiro vale enunciado. A Este deste vale encontra-se uma
plataforma de maiores dimensões. A vegetação do empreendimento é mais intensa
na frente Noroeste, sendo a continuação da Serra de Sintra. Na zona central e a
Norte, a vegetação também se manifesta com a mesma densidade, sendo
interrompida pelos campos de golfe. Na metade Sul da Quinta da Penha Longa, a
vegetação é menos intensa do que na metade Norte. Todavia, verificam-se
aglomerados de vegetação densa que ladeiam o espaço reservado para o campo de
golfe, nomeadamente na zona central da metade Sul, e no extremo Sul do cf. A
Nascente, a vegetação contorna o núcleo habitacional existente, e dissipa-se em
direcção ao extremo onde se encontra um dos núcleos de equipamentos.
N
Figura 3.115 – Esquema da distribuição de
acessos do cf Quinta da Penha Longa
N
N
Figura 3.114 – Esquema da morfologia funcional do cf Quinta da Penha Longa
Figura 3.116 – Esquema da distribuição e
núcleos do edificado do cf Quinta da Penha A rede de distribuição principal da Quinta da Penha Longa desenvolve-se segundo
Longa
uma via de traçado sinuoso que começa na entrada a Nascente. Esta via segue junto
à periferia do empreendimento, descolando-se rumo à entrada mais a Norte do lado
Poente. Aqui volta a posicionar-se junto do limite do condomínio, passando na
segunda entrada do lado Poente. Adiante, volta a afastar-se do perímetro para
terminar junto ao aldeamento mais a Sul. A partir desta via principal surgem uma
série de ramificações que a ligam aos núcleos de equipamentos e habitacionais.
Existe ainda um sistema de vias de terceiro nível que dizem respeito a percurso
pedonais e aos traçados para os carrinhos de golfe. Contudo, dada a dimensão e
topografia do empreendimento, estas vias não assumem um papel estruturador do
N
Figura 3.117 – Esquema da distribuição, mesmo pois as deslocações a pé tornam-se demoradas e custosas. A topografia e a
barreiras e núcleos de equipamentos do cf
vegetação densa formam grandes áreas de acesso difícil. Estas áreas surgem com
Quinta da Penha Longa
maior intensidade no lado Poente e na zona Central. O núcleo central de
Acesso Acesso
Distribuição Distribuição Distribuição equipamentos funciona como uma barreira à circulação dada a configuração do
principal secundária pedonal
privado colectivo
Unifamiliar edificado. Outras barreiras consistem nos espaços inerentes aos núcleos
Construída
Isolada Geminada Banda Em Pátio Quarteirão
habitacionais. Cada um dos núcleos habitacionais funciona de forma autónoma,
Multifamiliar
Construída
Isolada Banda Quarteirão Equipamento sendo o acesso restrito aos residentes de cada núcleo. Os únicos elementos que
Unifamiliar
por construir
Geminada Banda Em Pátio Quarteirão
relacionam os diversos núcleos são a via principal e o campo de golfe que aborda
Isolada
Multifamiliar
por construir
todo o condomínio. Assim, os núcleos de habitação funcionam como condomínios
Isolada Banda Quarteirão Equipamento
fechados dentro do empreendimento. Segue-se a análise da distribuição funcional de
N
Escala
50 100 200 300
N
Edifícios Construídos Edifícios por Construir Cotas do Terreno Sup. de Solo permeável Sup. de Solo Impermeável Arborização Escala
Figura 3.118 – Marcação dos núcleos habitacionais na planta do cf Quinta da Penha Longa
N
Escala
50 100 200 300
N
Figura 3.123 – Esquema da distribuição de
acessos do Núcleo A da Qta. da Penha Longa
N
N
Figura 3.122 – Esquema da morfolofia funcional do Núcleo A da Quinta da Penha Longa
Figura 3.124 – Esquema da distribuição e
núcleos do edificado do Núcleo A da Quinta
da Penha Longa O núcleo A é o mais pequeno dos três nucleos existentes. A sua configuração baseia-
se numa via que o liga ao sistema principal de circulação no condomínio. Nos flancos
desta via surgem, de um e outro lado, as unidades de habitação unifamiliar isoladas.
À altura do desenvolvimento deste trabalho constatava-se que uma das unidades
ainda estava ser construída, havendo , também, um lote cuja constrção do edificado
ainda não tinha começado. O espaço comum neste nucleo resume-se à via de
acesso, pois todo o restante espaço corresponde às parcelas de terreno privadas,
inerentes às unidades habitacionais. Em seu redor a vegetação é bastante densa
formando uma barreira visual para quem passe nas imediações do núcleo. Existe,
Acesso Acesso
Distribuição Distribuição Distribuição deste nucleo, tal como sugerido na planta da proposta presente no processo
principal secundária pedonal
privado colectivo
Unifamiliar
Construída
camarário.
Isolada Geminada Banda Em Pátio Quarteirão
Multifamiliar
Construída
Isolada Banda Quarteirão Equipamento
Unifamiliar
por construir
Isolada Geminada Banda Em Pátio Quarteirão
Multifamiliar
por construir
Isolada Banda Quarteirão Equipamento
N
Figura 3.127 – Esquema da distribuição de
acessos do Núcleo B da Qta. da Penha Longa
N
N
Figura 3.126 – Esquema da distribuição funcional do Núcleo B da Quinta da Penha Longa
Figura 3.128 – Esquema da distribuição e
núcleos do edificado do Núcleo B da Quinta
da Penha Longa A rede de distribuição principal do nucleo B da Quinta da Penha Longa baseia-se
numa via serpentiante. Esta via desenvolve-se no sentido Norteste – Sudoeste. É a
Nordeste que encontra a sua ligação com o sistema de distribuição do
empreendimento. A partir desta via surge um anel secundário distendido para
Noroeste, que liga os nucleos habitacionais unifamiliares geminados e em banda à
via principal. É no centro deste anel distendido que se encontra o único
equipamento colectivo do aglomerado – a piscina. Existem duas vias secundárias
(uma que nasce da via principal e outra do anel) que permitem o acesso às garagens
das unidades habitacionais mais a Norte. Na continuação da via principal sugem mais
Acesso Acesso
Distribuição Distribuição Distribuição habitacionais. No final da via principal encontra-se outra rotunda com a mesma
principal secundária pedonal
privado colectivo
Unifamiliar
Construída
função. O aglomerado é ladeado a Sul e no extremo Noroeste por vegetação de
Isolada Geminada Banda Em Pátio Quarteirão
Multifamiliar
desenvolvimento mais ou menos linear que acmpanha os limites do núcleo. O
Construída
Isolada Banda Quarteirão Equipamento espaço é domindado pelas parcelas privadas, sendo a zona da piscina a excepção. As
Unifamiliar
por construir
Isolada Geminada Banda Em Pátio Quarteirão
vias de acesso à zona do equipamento e os intervalos (um a Norte e outro a Sul) nas
Multifamiliar
por construir
barreiras que o espaço privado e a vegetação desempenham representam ligações
Isolada Banda Quarteirão Equipamento
do espaço onde se encontra o equipamento com a envolvente.
N
Figura 3.131 – Esquema da distribuição de
acessos do Núcleo B da Qta. da Penha Longa
N
N
Figura 3.132 – Esquema da distribuição e Figura 3.130 – Esquema da distribuição funcional do Núcleo B da Quinta da Penha Longa
núcleos do edificado do Núcleo B da Quinta
da Penha Longa O núcleo C apresenta uma única via de distribuição principal que o liga ao sistema de
distribuição do empreendimento. Esta via desenvolve-se, inicialmente, em direcção a
Sul, inflectindo mais tarde para Poente. A partir desta via surgem quatro vias
secundárias “em T”. Duas encontram-se do lado Norte e as outras duas do lado Sul
da via principal. O final da via principal apresenta a mesma configuração. Estes “T’s”
são responsaveis pelo acesso a 38 das 40 unidades habitacionais unifamiliares. As
outras duas unidades ligam-se directamente à via principal. Uma encontra-se ainda
no troço que se desenvolve me direcção a Sul e a outra no lado Sul da via em frente
ao primeiro “T”. O espaço colectivo resume-se às vias de acesso, sendo o restante
Acesso Acesso
Distribuição Distribuição Distribuição interior do núcleo e na sua envolvente. Existem, apenas, duas formações lineares de
principal secundária pedonal
privado colectivo
Unifamiliar
Construída
elementos arbóreos que constrangem o nucleo habitacional. A primeira formação
Isolada Geminada Banda Em Pátio Quarteirão
Multifamiliar
encontra-se no limite Norte do núcleo e a segunda formação (mais reduzida)
Construída
Isolada Banda Quarteirão Equipamento acompanha um pequeno troço do limite Sul do núcleo.
Unifamiliar
por construir
Isolada Geminada Banda Em Pátio Quarteirão
Multifamiliar
por construir
Isolada Banda Quarteirão Equipamento
Quinta Patino
SUPERFÍCIE TOTAL
Quinta da Penha Longa estudo com o número de fogos dos mesmos (tabela 3.2). Assim obter-se-á um índice
Escala (m)
100 500 1000 que traduz a quota-parte de Superfície Total correspondente a cada fogo.
Tabela 3.2 – Superfícies Totais, Número de fogos e Superfície Total por Fogo dos casos de estudo
502,7
/fogo). Este facto deve-se não tanto ao número de fogos – 92 (que é o terceiro maior
número), mas à sua Superfície Total que se destaca dos demais. É patente que
apesar da discrepância da Superfície Total nos cf´s Malveira-Guincho e a Quinta
Patino (249588 m2 e 459271 m2, respectivamente), o Índice da Superfície Total por
fogo é superior no caso com menor área - Malveira-Guincho, com 4378,7 m2/fogo,
Vila Marisa
96,3
enquanto a Quinta Patino apresenta 4028,7. Outro caso relevante é a contrastação
do cf Vila Marisa com o cf Vila Estoril Golf. Apresentam áreas semelhantes (5394 m2
e 4950 m2, respectivamente) mas dado que o número de fogos entre estes dois
casos tem uma razão de 14/3 (sendo do primeiro caso de 56 fogos e do segundo
Villaggio Manique
0 0, 2 0, 4 0, 6 0, 8 1
É de notar que o cf Quinta da Penha Longa, apesar de apresentar a maior
Área de Implantação do Edificado – 50411 m2, é o caso que apresenta o menor
Malveira-Guincho
0 ,0 8
Estoril Golf. Este caso apresenta a Superfície Total mais pequena (4950 m2) e o
0,92
quarto Índice de Implantação menor. Há ainda que salientar que os cf's Villaggio
Manique, Encosta da Aldeia e Vila Poente apresentam Índices de Implantação
aproximados (0,27, 0,30 e 0,32, respectivamente), todavia as suas Superfícies Totais
0 ,3 2 diferem de uma forma mais expressiva, sendo 39975 m2, 8555 m2, e 12064 m2.
Vila Poente
0,68
De seguida, surge o Índice de Espaço Aberto que se refere às áreas não
ocupadas pela implantação do edificado. Trata-se, portanto de um índice
complementar do Índice de Implantação (tabela 3.4).
0 ,3 7
Vila Marisa
0 ,2 7
Vila Marisa 5394 3415 0,63
0,73 Villaggio Manique 39975 29381 0,73
Vila Estoril Golf 4950 3799 0,77
Encosta da Aldeia 8555 6015 0,70
Quinta da Penha Longa 2204207 2153796 0,98
Vila Estoril Golf
0 ,2 3
Tabela 3.4 – Superfícies Totais, Área de Espaço Aberto, e Índices de Espaço Aberto dos casos de estudo
0,77
Assim, ao analisar o Índice de Espaço Aberto dos casos de estudo, a ordem
inverte-se em relação ao Índice de Implantação. Os casos com um menor Índice de
Implantação apresentam, consequentemente, um maior Índice de Espaço Aberto.
Encosta da Aldeia
0 ,3
0,7
Quinta da Penha Longa
0 ,0 2
0,98
Índice de Implantação
Índice de Espaço A berto
0 0, 2 0, 4 0, 6 0, 8 1
SUPERFÍCIE DE SOLO PERMEÁVEL
0 ,5
Malveira-Guincho 249588 219538 0,88
Quinta Patino 459271 375746 0,82
Vila Poente 12064 5983 0,50
Vila Marisa 5394 852 0,16
Villaggio Manique 39975 16068 0,40
Vila Marisa
0 ,4
0 ,4 3
no caso do cf Malveira-Guincho (219538 m2).
valores próximos deste, surgem, por último, os casos dos cf's Villaggio Manique e
0 ,9 1
Encosta da Aldeia, ambos com 0,40 de Índice de Solo Permeável. Contudo, denote-se
na diferença de Superfície de Solo Permeável destes casos. O empreendimento
Villaggio Manique apresenta um valor (16068 m2) mais de 4,5 vezes superior ao
Índice de So lo P ermeável
valor do cf Encosta da Aldeia (3441 m2).
Gráfico 3.3 – Índice de Solo Permeável dos
casos de estudo
83 No Anexo A.9 consta o mapa geológico do município de Cascais, e no Anexo A.10 encontra-se o mapa de declives do mesmo.
0 ,18
Superfície Área Bruta de Índice de
Caso de Estudo
Total (m2) Construção (m2) Construção
Malveira-Guincho 249588 15358 0,06
Quinta Patino 459271 83254 0,18
Vila Poente 12064 8053 0,67
Vila Poente
Tabela 3.6 – Superfícies Totais, Áreas de Construção Bruta e Índices de Construção dos casos de estudo
1,5 7
0 ,5 7 elevado (1,57). De seguida surge o cf Vila Poente (com 0,67). Com valores próximos
surgem os cf’s Encosta da Aldeia (com 0,59) e Vila Estoril Golf (com 0,57) sendo
seguidos pelo Villaggio Manique (com 0,63). A Quinta Patino apresenta um Índice de
Construção de 0,18, e o cf Malveira-Guincho expressa um valor de 0,06 para o
Encosta da Aldeia
mesmo Índice. Por último, a Quinta da Penha Longa surge com um Índice de
0 ,5 9 Construção de 0,05.
Índice de Co nstrução
Superfície Total e 0,59 de Índice de Construção). Também se verificam casos cujas
Superfícies Totais são semelhantes e apresentam Índices de Construção diferentes,
Gráfico 3.4 – Índice de Construção dos casos
de estudo
1,6 3
modo a entender qual a percentagem de cada cf que é ocupada pelos equipamentos
colectivos (tabela 3.7).
12 ,14
Malveira-Guincho 249588 1177 0,47
Quinta Patino 459271 7483 1,63
Vila Poente 12064 1465 12,14
Vila Marisa 5394 177 3,28
Villaggio Manique 39975 1483 3,71
Vila Marisa
Verifica-se que o cf Vila Estoril Golf é o caso que apresenta a menor Área de
3 ,7 1 Equipamentos Colectivos, com 86 m2. Todavia, comparando o papel que os
Equipamentos Colectivos desempenham na Superfície Total, é perceptível que no
caso do cf Vila Estoril Sol é superior (1,74 %) aos casos do cf Malveira-Guincho
(0,47%- a percentagem mais reduzida) e a Quinta Patino (1,63 %). Saliente-se que as
Vila Estoril Golf
2 3 ,4 A mesma situação (ainda que sem uma diferença tão grande entre
percentagens) passa-se entre os casos da Vila Marisa e Encosta da Aldeia, cujas
Áreas de Equipamentos Colectivos são aproximadas (177 m2 e 167 m2), mas, dada a
P ercentagem de Equipamento s diferença dos valores das Superfícies Totais (sendo de 5394 m2 e de 8555 m2), o
Co lectivo s
papel que estes desempenham em cada cf difere (3,28 % e 1,95 %).
Gráfico 3.5 – Percentagem de Equipamentos
Colectivos dos casos de estudo
0 20 40 60 80 100
A Área de Equipamentos Colectivos da Quinta da Penha Longa destaca-se das
demais pelo seu valor - 515851 m2. Este facto deve-se à existência dos campos de
Malveira-Guincho
3 ,2
Vila Poente 1465 24 61,0
Vila Marisa 177 56 3,2
Villaggio Manique 1483 168 8,8
Vila Estoril Golf 86 12 7,2
Encosta da Aldeia 167 28 6,0
Villaggio Manique
valor que diz respeito ao cf Quinta Patino com 65,6 m2 Equip. Colectivos/fogo. Pode-
7 ,2
se estabelecer uma correspondência entre esta disparidade e a existência de uma
variedade de equipamentos inexistentes nos outros casos de estudo, sejam pela
escala que ocupam (como os campos de golfe, ou o hotel), pelo número com que
surgem (como os oito campos de ténis), ou ainda pela diversidade de oferta (a
Encosta da Aldeia
29,4 serviços administrativos e reuniões que correspondem a 1177 m2, para os 57 fogos
%
existentes.
70,6
%
No caso do Villaggio Manique, a piscina, o campo de jogos, o campo de ténis
Malveira-Guincho
e a cafetaria somam 1483 m2, que afectam os 168 fogos do empreendimento. Assim
obtém um valor de 8,8 m2 Equip. Colectivo/ fogo. Saliente-se a proximidade da
43,3 Áreas de Equipamentos Colectivos entre o cf Villaggio Manique e Vila Poente, que
% 56,7
% dado a diferença entre o número de fogos deste s dois cf’s, resultam em valores
díspares na Área de Equipamentos por fogo.
Quinta Patino
Pode-se ainda comparar a proximidade dos valores de Área de Equipamentos
por fogo do cf Villaggio Manique com os cf's Vila Estoril Golf e Encosta da Aldeia, que
32,2%
apresentam 7,2 e 6,0 m2 Equip. Colectivos/fogo. No caso da Villa Estoril Golf, o único
67,8%
equipamento existente é uma piscina com cerca de 86 m2 para os 12 fogos. Já no
caso do cf Encosta da Aldeia, existe uma piscina e uma sala de convívio que somam
Vila Poente
167 m2 para os 28 fogos. Por último, surge o caso do cf Vila Marisa cuja piscina e
infra-estrutura “multifunções” perfazem 177 m2, que são compartilhados pelos
39,4
% residentes dos 168 fogos. Assim, para este cf o valor da Área de Equipamentos
60,6
% Colectivos por fogo é de 3,2 m2 Equip. Colectivos por fogo.
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 Torna-se perceptível que o cf que apresenta uma maior Área de Espaço
Colectivo é a Quinta da Penha Longa, com 2089880 m2. Sendo, simultaneamente o
Malveira-Guincho
2 2 8 5,7
respectivamente.
3 4 0 ,9 empreendimento.
3 7,9
de sete vezes superior à Área de Espaço Colectivo da Vila Marisa (2125 m2).
Mais uma vez o cf Quinta Patino destaca-se dos restantes casos de estudo.
2 2 716 ,1
Apresenta uma Área de Espaço Colectivo por Fogo de 22716,1 m2 Espaço
Colectivo/fogo, o que significa que é mais de 7 vezes superior ao caso com o segundo
maior valor - Malveira-Guincho com 3091,6 m2 Espaço Colectivo/fogo. Saliente-se
Á rea de Espaço Co lectivo po r Fo go
(m2/fo go ) que, apesar do cf Quinta Patino apresentar uma Área de espaço Colectivo por fogo
Gráfico 3.8 – Área de Espaço Colectivo por bastante superior aos restantes casos de estudo, o espaço não é de uso exclusivo dos
Fogo dos casos de estudo
0 20 40 60 80 100 120 residentes, podendo ser usufruído por pessoas que não residam no
empreendimento.
Malveira-Guincho
O terceiro maior valor surge com o caso da Quinta Patino com 2285,7 m2 Espaço
57
Colectivo/fogo. Denote-se a diferença entre as áreas de Espaço Colectivo deste caso
para o caso do cf Malveira-Guincho (260572 m2 e 176223 m2, respectivamente).
Todavia, apesar de apresentar uma maior Área de Espaço Colectivo, o maior número
de fogos (114 na Quinta Patino) faz com que a razão entre Espaço Colectivo e o
Quinta Patino
94
número de fogos seja menor (quando comparada com o caso do cf Malveira-
Guincho).
O cf Vila Poente detém a quarta maior Área de Espaço Colectivo por fogo com 340,9
m2 Espaço Colectivo/fogo, resultado da razão entre os 8181 m2 de Espaço Colectivo
e os 24 fogos. Ao comparar este valor com o caso da Encosta da Aldeia (a que
Vila Poente
24
correspondem 28 fogos) torna-se evidente que a discrepância nas áreas de Espaço
Colectivo dos casos referidos provoca uma distinção nos valores das Áreas de Espaço
colectivo por fogo: 340,9 m2 Espaço Colectivo/fogo, para o cf Vila Poente e 212,4 m2
Espaço Colectivo/fogo, para o cf Encosta da Aldeia.
Vila Marisa
11
Ao contrastar a razão entre Espaço Colectivo e número de fogos dos casos
Vila Estoril Golf (281,0 m2 Espaço Colectivo/ fogo) e Villaggio Manique (94,4 m2
Espaço Colectivo/fogo), verifica-se que existe uma discrepância em que o primeiro
valor é aproximadamente três vezes superior ao segundo. Todavia, denote-se que o
Villaggio Manique
cf Vila Estoril Golf apresenta uma área de Espaço Colectivo de 3372 m2, enquanto o
9
Villaggio Manique detém uma área de 15863 m2 do mesmo tipo de espaço. A razão
inverte-se sendo a Área de Espaço Colectivo do Vila Estoril Golf mais de 4,5 vezes
inferior à do caso em comparação.
Por último, surge o caso do cf Vila Marisa cuja Área de Espaço Colectivo é a
Vila Estoril Golf
12
menor (2125 m2), compartilhada pelos 56 fogos. Assim, perfaz-se um valor de 37,9
m2Espaço Colectivo /fogo: o valor mais pequeno.
3 10 0 0 ,
0 Encosta da Aldeia 2 6 - - - 8
2 8 6 2 ,7 Quinta da Penha Longa 80 - - - 31 111
Tabela 3.11 – Número de Lotes, de Habitação Unifamiliar, de Habitação Multifamiliar, Mistos, Colectivos
e Expectantes dos casos de estudo
10 8 0 ,0
3 9 0 4 ,0
Segue-se a descrição das dimensões Mínimas, máximas e médias para cada caso de
19 6 7,1
estudo (tabela 3.12).
12 4 ,5 Dimensão Dimensão
Dimensão Média
13 9 ,7
Mínima Máxima
Malveira-Guincho 134,8 8278,1 1287,1
13 2 ,0
Quinta Patino 1165,0 31000,0 2862,7
Vila Poente 142,8 180,8 161,8
Vila Marisa 264,0 474,5 297,2
Encosta da Aldeia
2 6 0 ,0
Villaggio Manique 1080,0 3904,0 1967,1
3 6 5,9 Vila Estoril Golf 124,5 139,7 132,0
3 2 6 ,0
Encosta da Aldeia 260,0 365,9 326,0
Quinta da Penha Longa 516,7 5954,6 1378,8
Tabela 3.12 – Dimensões Mínimas, Máximas e Médias dos Lotes dos casos de estudo
Quinta da Penha Longa
516 ,7
Verifica-se que o cf Quinta Patino apresenta a maior dimensão média dos
59 54 ,6
lotes, sendo de 2862,7 m2. Acrescente-se que este caso apresenta a maior dimensão
13 78 ,8 mínima de lotes para cada caso de estudo (com 1165 m2) e a maior dimensão de
lote para todo o Universo em análise (31000 m2). De seguida, surge o cf Villaggio
Dimensão M ínima (m2)
Dimensão M áxima (m2) Manique com 1967,1 m2 de dimensão média de lotes. Na Quinta da Penha Longa os
Dimensão M édia (m2)
0 400 800 1200 1600 2000 2400 2800 Lotes têm uma dimensão média de 1378,8 m2. Este valor é próximo do cf Malveira-
Guincho, com 1287,1 m2.
Malveira-Guincho
2 6 3 1,8
de Estudo (124,5 m2).
Ora, visto que os lotes dos diversos cf’s não se restringem todos ao mesmo
uso (colectivo, expectante, habitacional unifamiliar, ou multifamiliar), é necessário
distinguir a dimensão média dos lotes em articulação com o seu uso (tabela 3.13).
Vila Poente
16 1,8
Dimensão média de Lotes (m2)
Caso de Estudo Hab. Habitação Hab.
Colectivos Expect.
Unifam. Multifam. Mistos
Malveira-Guincho 1287,1 - - - -
Quinta Patino 2631,8 5300,0 30230,0 31000,0 3332,6
Vila Marisa
o número de lotes com o mesmo fim. Contudo, no mesmo lote podem encontrar-se
14 2 9 ,1
diversas unidades habitacionais unifamiliares, o mesmo se passando com as
unidades habitacionais multifamiliares. Por essa razão, desenvolveu-se um valor que
traduz a razão entre a Área Total de Lotes com um determinado uso habitacional, e o
Dimensão M édia do s Lo tes de
Habitação Unifamiliar número de fogos que são albergados pelos mesmos lotes (ver tabela X.X abaixo,
Gráfico 3.11 – Dimensão média dos Lotes de
resultante dos cálculos expostos no Anexo A.7). Assim, nos casos em que cada
Habitação Unifamiliar dos casos de estudo
do que um fogo no mesmo lote, far-se-á a correspondência entre a Área dos Lotes e
12 8 7,1 o Número de fogos que albergam.
Malveira-Guincho 1287,1 - -
2 6 3 1,8
Quinta Patino 2631,8 662,5 687,0
Vila Poente 161,8 - -
Vila Marisa 271,0 42,0 -
Villaggio Manique 383,4 82,1 -
Vila Estoril Golf 132,0 - -
Vila Poente
2 71,0
média de Lotes por fogo, tanto no caso da habitação unifamiliar (com 2631,8
m2/fogo) como no caso da habitação multifamiliar (com 662,5 m2/fogo). Este caso
de estudo, é também o único a apresentar um lote misto em que existe uma média
de 687,0 m2/fogo. O caso com a segunda maior Dimensão Média de Lotes de
Villaggio Manique
habitação unifamiliar por fogo é a Quinta da Penha Longa (com 1429,1 m2/fogo). De
3 8 3 ,4
seguida surge o cf Malveira-Guincho com 1287,1 m2/fogo quanto à habitação
unifamiliar. Neste caso a Dimensão Média de Lotes é igual à dimensão Média de
Lotes por fogo, pois cada lote corresponde a um fogo. O mesmo se passa com os
casos da Vila Marisa (271,0 m2/fogo), Encosta da Aldeia (com 263 m2/fogo), Vila
Vila Estoril Golf
Poente (161,8 m2/fogo), Vila Estoril Golf (com 132,0 m2/fogo). Este Último caso é o
13 2 ,0
caso que apresenta uma menor Dimensão Média de Lotes por Fogo.
média de 263,0 m2/fogo quando se tem em conta o número de fogos que existem
2 6 3 ,0
em cada lote.
seguida surge o caso do cf Villaggio Manique, com 82,1 m2/fogo. Um valor próximo
14 2 9 ,1 do cf Encosta da Aldeia, com 80,1 m2/fogo. Por último, surge o caso do cf Vila Marisa
com 42,0 m2/fogo.
SÍNTESE
Destaca-se o caso da Quinta da Penha Longa que, pela sua dimensão, assume
alguns valores que se distinguem dos restantes. A exemplo disto tem-se a Superfície
Total, a Área de Implantação do Edificado, a Área de Espaço Aberto, a Superfície de
Solo Permeável, a Área Bruta de construção, a Área de Equipamentos Colectivos, a
Área de Espaço Colectivo, ou o número de lotes. A dimensão deste empreendimento
permite a existência de mais e maiores equipamentos, lotes habitacionais, e espaço
livre.
Os condomínios fechados são hoje motivo de discussão em áreas tão distintas como a Sociologia, a Arquitectura, o
Urbanismo ou a Economia, entre outras. É inegável que os cf's representam um fenómeno globalizado que se expandiu pelo
mundo inteiro. O universo de análise definido, se bem que restrito, vem demonstrar que os cf's são um objecto urbanístico
adaptável aos mais diversos contextos (urbanísticos, topográficos, etc.), já que oferece diferentes respostas: da configuração
morfológica do espaço ao tipo e número de equipamentos, da densidade de construção à superfície de implantação ou à
tipologia de espaços verdes, etc.
Um dos elementos que caracteriza os cf's desde as suas origens é a segregação. A distância que existe entre os mundos
de dentro e de fora do seu perímetro não é apenas física mas também social. Com esta dissertação pretendemos aumentar a
compreensão do que se passa do “lado de dentro” dos muros.
A primeira observação pertinente é a utilidade do levantamento e caracterização dos cf's em território nacional. Em
diversos campos da Arquitectura e do Urbanismo (e.g. a habitação social, a composição dos jardins urbanos ou a estrutura dos
bairros) há inúmeras compilações e análises de casos, as quais muito contribuem para a sua compreensão. Em contrapartida, se
bem que os cf's constituam já um importante fenómeno social e urbanístico no nosso país, tarda o seu recenseamento e
discussão (em especial) por parte das entidades públicas relevantes.
A segunda constatação é que existem diversos elementos em comum entre os actuais cf's e outras formas urbanas mais
antigas (se bem que modernas). O primeiro elemento corresponde ao desejo de criação de uma realidade ideal intra-muros. Tal
como Baudrillard (1991) afirma, a fronteira entre o verdadeiro e o falso, o real e o imaginário, tende a desvanecer-se na
sociedade contemporânea e é nesse sentido que os cf´s actuais também tendem a criar “paraísos artificiais” (Raposo, 2002). Os
cfs utilizam os equipamentos, os espaços verdes, a noção de segurança, a homogeneidade social (etc.) para construir essa
realidade. É claro que esta criação de “paraísos artificiais” tem como consequência a segregação, seja o segundo elemento a
destacar. Ela não se restringe sequer à relação dentro/fora de muros. Os casos de estudo demonstram que a separação existe
mesmo dentro dos empreendimentos. Em diversas situações, surgem parcelas de terreno privadas perfeitamente demarcadas,
i.e., cujo perímetro é delimitado por algum tipo de barreira física. Destaca-se o caso da Quinta da Penha Longa que, dentro do
seu perímetro, detém núcleos habitacionais de acesso controlado, por sua vez divididos em parcelas de terreno privadas. O
terceiro elemento a considerar é a utilização de componentes paisagísticas e de desenho específicas (e.g. a utilização de
vegetação como barreira visual ou o traçado serpenteante das vias). O quarto elemento é a recriação individual desse “paraíso”
por intermédio da arquitectura: em empreendimentos como a Quinta da Penha Longa ou a Quinta Patino verifica-se a
heterogeneidade da composição arquitectónica dos edifícios. Tal como em Park Village na década de 1820, ainda hoje nos cfs
há lugar para interpretações e caprichos individuais, privados e independentes (por relação ao conjunto mais amplo em que se
inserem).
O terceiro ponto a assinalar é a constatação da parcial influência organicistas do modelo das Cidades-Jardim de Howard
na organização morfológica dos empreendimentos de maiores dimensões (Quinta da Penha Longa, Quinta Patino e Malveira
Guincho), com as suas vias serpenteantes, o recurso a culs-de-sac e a abundância de espaços verdes. Contudo, tal influência
não deixa de corresponder apenas a nuances, quase coincidências. Relembre-se que o modelo de Howard tinha em
consideração uma determinada estrutura de relação entre elementos físicos, sociais e económicos, que não se verifica em
nenhum dos casos citados. Relembre-se ainda que questões como a equidade e a justiça social, a propriedade do solo ou o
espaço acessível a todos faziam parte da concepção de Howard, pelo que os cf's não podem ser directamente relacionados com
este modelo urbanístico. Ao analisar os casos de estudo com menores superfícies, parece que “deixa de haver espaço” para tais
recriações. Então, surgem diversas configurações, sem uma linha comum na orientação do projecto, sem sinais de uma
“receita” seguida na composição dos elementos intra-muros. Os “paraísos artificiais” parecem não ter uma fórmula urbana
comum. O que se mantém constante nos casos analisados é o facto de existirem enquanto cf's por definição (relembre-se a
definição descrita no capitulo 2.1) com todos os comprometimentos que lhe são associados (as barreiras, a vigilância, ou
mesmo simbologias e significados urbanos e sociais). Mas a sua versatilidade é uma das razões para o seu sucesso.
Um quarto aspecto passa pela demonstração de que a configuração morfológica dos cf's não resulta de uma “solução-
base” que determina uma resposta à procura de segurança, qualidade, refúgio da “vida caótica” cosmopolita, ou mesmo status
social. Tal como o trabalho de Cruz (2003) sobre os cf´s na AMP, a nossa análise permite constatar a versatilidade destes
empreendimentos. Para além de serem vedados a não residentes (e nem todos apresentam essa exclusividade, como no caso
na Penha Longa), não existe uma composição urbanística que confira aos cf's o estatuto de “uncommon places” (Blakely e
Snyder 1997: 4). O recurso a este tipo de empreendimentos é muitas vezes justificado pela procura de um lugar com as
seguintes características: um espaço em que “as crianças possam brincar lá fora” (Raposo 2002), mas, por vezes, o espaço
colectivo nas imediações das habitações resume-se às vias de acesso às habitações; um espaço “fornecido de equipamentos”
(idem), e, contudo, encontram-se casos em que a articulação entre equipamentos e unidades habitacionais é exígua; um espaço
“onde os residentes se possam refugiar” (idem), sendo contudo que a respectiva densidade de construção mostra, por vezes,
uma grande proximidade entre residentes; um espaço “que garanta segurança” (idem), mas verificam-se casos em que as
barreiras físicas não delimitam o espaço privado na sua totalidade; um espaço que “garanta privacidade” (idem), sendo que
contudo se encontram casos em que as barreiras permitem a visão do interior do empreendimento (ou mesmo das
habitações); um espaço “com muitas áreas verdes” (idem) e, contudo, nalguns casos os elementos arbóreos são muito
escassos.
Finalmente chega-se à última consideração – a do papel do projectista (Arquitecto ou Urbanista) no desenho do espaço
privado. As características do actual espaço construído são sobretudo fruto do projecto e, consequentemente, de quem o
concebe. Por outro lado, cada vez mais é reconhecida a importância do planeamento urbano para a configuração dos bairros
habitacionais (Madanipour 2001) e mesmo para a dos cf´s (Sylwestrzak 2009). Portanto, enquanto elemento decisivo da
composição do território, o espaço privado, à semelhança do espaço público, deve ser alvo da disciplina do projecto, com toda
a atenção, dedicação e responsabilização inerentes à sua prática.
Apesar de a análise elaborada no âmbito desta dissertação incidir especificamente sobre a morfologia espacio-funcional
dos cf's, ou seja sobre parte do lado de dentro dos muros, o nosso interesse pelo tema e pelas suas diversas problemáticas não
termina aqui. Assim, são apresentados, ainda, outros aspectos relacionados com o tema abordado, numa deriva em que se
formulam questões e se avançam sugestões.
Se bem que qualquer cidadão tem (ou deve ter) o direito ao seu espaço privado e, portanto, ao refúgio no seu próprio
“paraíso”, os cf's apresentam como característica a exclusividade. Ou seja, apenas alguns “elegíveis” conseguem aceder a esta
forma de habitar. Mais, a bibliografia que assume que os cf's contribuem para o declínio do espaço urbano sugere de alguma
forma a seguinte questão: será que os “não elegíveis” não deverão também ter direito à qualidade de vida frequentemente
associada aos cfs? Uma resposta limite poderá ser a edificação de modelos urbanísticos semelhantes aos cf's para toda a gente:
nesses modelos urbanísticos, haveria “paraísos” para todos atrás de muros e fronteiras. Contudo, esta hipótese traz
imediatamente outra questão: e, então, o espaço público da cidade... e, então, a cidade sem muros? Diversos autores apontam
os cf's como um factor do progresso do individualismo e do privatismo dos cidadãos e da sua consequente
desresponsabilização em face do espaço público. Em suma, vários autores associam a proliferação dos cf's ao declínio do
espaço público.
As composições morfológicas internas dos cf's não apresentam características muito distintas dos espaços habitacionais
não privados. Os únicos elementos físicos verdadeiramente distintivos dos cf's são os equipamentos e as barreiras físicas que os
delimitam. Ora, os equipamentos enquadrados em modelos urbanos habitacionais são comuns na composição da cidade. Já as
barreiras físicas de delimitação não o são. Assim, é inegável que a simbologia conferida à barreira física entre “o dentro” e “o
fora” é preponderante na atribuição aos cf's dessa “qualidade superior”. A dúvida é se o espaço urbano público não pode
igualmente proporcionar esses recursos (segurança, qualidade, etc.) aos cidadãos. Será o o sucesso dos cf's um alerta para a
degradação do espaço público? Tal como Martins (2008) assinala, existem casos de espaços públicos que são confundidos com
cf's sem que, contudo, apresentem qualquer barreira à sua acessibilidade (e.g. o empreendimento Alcântara XXI, da autoria do
arquitecto Frederico Valssassina). Este facto demonstra que é possível reconhecer no espaço público as características que são
normalmente associadas ao espaço colectivo e privado dos cfs. A versatilidade destes últimos demonstra a facilidade de
adaptação aos mais diversos contextos urbanos. Isto significa que é possível criar “paraísos” nas mais diversas condições
urbanas. Logo, é plausível interrogarmo-nos sobre a aplicação de modelos urbanísticos semelhantes aos cf's, seja com as
mesmas premissas urbanísticas, com a mesma oferta de equipamentos e amenidades, com a mesma qualidade de espaço
colectivo e com a mesma presença de espaços verdes, aos espaços urbanos públicos associados à função habitação.
Marcuse (2004) defende a proibição dos cf's. Todavia, há que perguntar onde acaba o direito dos cidadãos de recorrer a
este tipo de modelo habitacional? A consolidação dos cf's enquanto solução urbana é inevitável, tal como refere Vassalo Rosa
(in Ferreira 2001). No caso português, contudo, é necessário um enquadramento regulamentar próprio. Os diplomas
legislativos a que os cf's recorrem (e/ou recorreram no passado) não se encontram ajustados à actual dimensão do fenómeno.
Os cf's não são já um mero epifenómeno social e urbanístico, pelo que se justifica a sua regulamentação específica.
Tal como o espaço vazio do domínio público deixou de ser visto como o espaço sobrante do espaço cheio preenchido
pela massa edificada, com vista a uma melhor articulação entre os diversos elementos de composição da cidade, o espaço
privado colectivo deve ser analisado da mesma forma. Existem sinais de que o espaço privado de utilização colectiva começa a
ser observado enquanto elemento constituinte da cidade. O relatório da proposta preliminar de revisão do PDM de Lisboa de
2009 (CML 2009) recomenda a introdução de regras nos logradouros dos espaços a consolidar. Correspondendo os logradouros
das unidades habitacionais multifamiliares muitas vezes a espaços abertos de utilização colectiva, em pouco diferem, em
termos de domínio dos espaços colectivos, dos cf's. Ora, tal como é hoje evidente a necessidade de regulamentação do espaço
público com vista a garantir uma melhor construção da cidade, não será também necessário estipular regras para o espaço
privado destinado ao mesmo fim?
Uma possível regulamentação dos cf's pode abranger mais do que a composição e os elementos constituintes do seu
interior. Porque não aceitar a construção de cf's como algo inevitável na composição das cidades e utilizá-los como elementos
integrantes da sua estruturação? A título exemplificativo, temos que empreendimentos de grandes dimensões e com áreas
verdes consideráveis (tais como a Quinta da Penha Longa) podem fazer parte da estrutura ecológica da cidade. Outro tipo de
integração dos cf's na estruturação do território passa pelo aproveitamento dos seus equipamentos enquanto actividades-
âncora. Sem que o Estado se desresponsabilize da sua função enquanto fornecedor de equipamentos colectivos de utilização
pública, pode utilizar os cf's para alargar a oferta dos mesmos aos cidadãos através de parcerias público-privadas. Seria uma
estratégia consistente utilizar os cf's como recursos. Tal como existem museus de parceria público-privada (e.g. Museu de
Serralves, no Porto), poderiam existir equipamentos com as mesmas características. Hipoteticamente, seria possível uma
espécie de regulamentação de cedências que não se restringisse a áreas de terreno mas afectasse também equipamentos.
Relembrem-se as palavras de Lynch, na sua obra “A boa forma da cidade” (1999: 13): “a paisagem urbana é algo para ser
apreciado, lembrado e contemplado”. A cidade consiste num sistema espacial com estrutura, identidade e sentido que emite
mensagens. O autor considera que a legibilidade do espaço é um atributo essencial da cidade, definindo-a como a “facilidade
com a qual as partes podem ser reconhecidas e organizadas, numa estrutura coerente”. Não poderão os cf's fazer parte desta
estrutura urbana, ao invés de apenas se esconderem detrás dos seus muros?
Indo um pouco mais longe, porque não utilizar os cf's na estruturação do território nacional? Os grandes
empreendimentos podem comportar não só uma maior variedade de equipamentos, mas também equipamentos de maiores
dimensões. A sua utilização que, usualmente, não é exclusiva aos residentes, poderia ser integrada na estratégia de
estruturação do território, estimulando a vida em zonas que sofrem de desertificação populacional.
A idealização de um modo de viver por parte da sociedade contemporânea passa cada vez mais pelo princípio da
sustentabilidade. Este conceito é aplicável às mais variadas áreas (economia, sociedade, ambiente, etc.) e portanto à
arquitectura e ao urbanismo também. Diversos autores (Anderson 1996, Breheny 1987, Cruz 2003, Frey 1999, Magalhães 2005,
Marcuse 2001, Pinho 1995, entre outros) estão de acordo quanto às políticas do solo que visem integrar os princípios da
sustentabilidade. Entre estas, contam-se as seguintes: 1) recorrer a formas de intensificação urbana, adoptando-se políticas de
contenção urbana e evitando processos de descentralização, apesar da consciência que incentivar propostas de cidade
compacta na sua forma mais extrema são irrealistas e indesejáveis; 2) recorrer a diversas formas de “concentração
descentralizada”, quer através de núcleos de actividades mistas, quer através da intensificação dos nós de acessibilidade e ao
longo de corredores viários; 3) regenerar os centros urbanos, evitando perdas de população e de empregos nas zonas centrais;
4) melhorar os sistemas de transportes públicos dentro de e entre as cidades; 5) incentivar a diversificação de usos e funções e
evitar o zonamento; 6) promover e desenvolver centros de actividades junto dos nós e interfaces dos transportes públicos,
segundo um princípio de “right business in the right place”; 7) promover ambientes urbanos (e regionais) mais “verdes”; 8)
promover sistemas com preocupações de eficiência energética nos novos desenvolvimentos urbanos.
É possível afirmar que os condomínios fechados podem ter um papel decisivo para o alcance destes últimos objectivos.
A título de exemplo, os cf´s podem contribuir para o aumento dos espaços verdes na cidade ou mesmo para o aumento da
eficiência energética por intermédio de diversas medidas construtivas (e.g. métodos e materiais de construção) ou de um maior
recurso a energias renováveis (quando comparados com a “cidade tradicional”). Não obstante, os cfs também podem
corresponder a ameaças aos mesmos princípios. À excepção dos grandes condomínios fechados, a maioria dos
empreendimentos tem como função primordial a habitação. Logo, podem apenas contribuir para o zonamento e contrariar a
diversificação de usos e funções. Concluindo, uma abordagem de aceitação, consideração e regulação dos cf's é,
provavelmente, a melhor via para os incluir no projecto e desígnio do desenvolvimento urbano sustentável.
Assim, a simples desconsideração ou o estrito vilipêndio de um fenómeno como o dos cf's apenas conduzirá ao seu
descontrolo, ou seja à perda de domínio e autoridade por parte das entidades públicas de planeamento e regulação. O
arquitecto Nuno Teotónio Pereira, no seu texto de opinião, incluído no programa “Reabilitação versus expansão urbana:
algumas medidas imediatas” (2006), incita à proibição da construção de condomínios fechados no interior dos perímetros
urbanos, já que considera que “os condomínios fechados são tumores malignos cuja proliferação é urgente que seja
estancada”. Contudo, e como já foi referido, torna-se difícil, senão impossível, a sua proibição. Então, a estratégia que se
propugna, passa antes por reconhecer e entender o fenómeno dos cf's, bem como as suas vantagens e desvantagens do ponto
de vista urbano, com vista à sua melhor integração na cidade.
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Anexos
fonte: http://www.cm-cascais.pt
Eixo 2 – Avenida Marginal/ Av. 25 de Abril/Alameda dos Combatentes da Grande Guerra/ Av. D. Carlos/Estrada do Guincho (n247)
Eixo 3 – Auto-estrada nº 5
Eixo 6 – Auto-estrada nº 16
Eixo 2
01) Malveira-Guincho
Eixo 4/5
08
02) Quinta Patino Eixo 6
01
03) Vila Poente
Eixo 6
04) Vila Marisa
03 Eixo 4
Eixo 5
05) Villaggio Manique
05
Eixo 3 02
06) Vila Estoril Golf
Eixo 3
07) Encosta da Aldeia
Eixo 4 Eixo 3
06
08) Quinta da Penha Longa
Eixo 2 07
Eixo 5 Eixo 3
Eixo 2
Eixo 1
04
Eixo 2
Casos de Estudo
Eixos Viários Escala [m] N
1000 2000
Caso de Estudo
Malveira-Guincho
Dados
Superfíci e Tota l 249588
Número de fogos 57
Área de Impl a nta çã o do Edi fi ca do 7907
Área de Es pa ço Aberto 241681
Superfíci e de Sol o Permeá vel 219538
Área Bruta de Cons truçã o 15358
Área de Equi pa mentos Col ecti vos 1177
Área de Es pa ço Col ecti vo 176223
Área de Es pa ço Pri va do 73365
Número de l otes 57
míni ma 134,8
Di mens ã o dos l otes má xi ma 8278,1
médi a 1287,1
Médi a de pi s os a ci ma do s ol o 2,2
Índi ce de Superfíci e Tota l por Fogo 4378,7
Índi ce de Impl a nta çã o 0,03
Índi ce de Es pa ço Aberto 0,97
Índi ce de Permea bi l i da de do Sol o 0,88
Índi ce de Cons truçã o 0,06
Percenta gem de Equi pa mentos 0,47
Índi ce de Equi pa mentos por Fogo 20,6
Percenta gem de Es pa ço Col ecti vo 70,6
Percenta gem de Es pa ço Pri va do 29,4
Índi ce de Área de Es pa ço Col ecti vo por Fogo 3091,6
Di mens ã o méda de Uni fa mi l i a r 1287,1
l otes ha bi ta ci ona i s Mul ti fa mi l i a r -
por fogo Mi s to -
Caso de Estudo
Quinta Patino
Dados
Superfíci e Tota l 459271
Número de fogos 114
Área de Impl a nta çã o do Edi fi ca do 35806
Área de Es pa ço Aberto 423465
Superfíci e de Sol o Permeá vel 375746
Área Bruta de Cons truçã o 83254
Área de Equi pa mentos Col ecti vos 7483
Área de Es pa ço Col ecti vo 260572
Área de Es pa ço Pri va do 198699
Número de l otes 94
míni ma 1165,0
Di mens ã o dos l otes má xi ma 31000,0
médi a 2862,7
Médi a de pi s os a ci ma do s ol o 2,1
Índi ce de Superfíci e Tota l por Fogo 4028,7
Índi ce de Impl a nta çã o 0,08
Índi ce de Es pa ço Aberto 0,92
Índi ce de Permea bi l i da de do Sol o 0,82
Índi ce de Cons truçã o 0,18
Percenta gem de Equi pa mentos 1,63
Índi ce de Equi pa mentos por Fogo 65,6
Percenta gem de Es pa ço Col ecti vo 56,7
Percenta gem de Es pa ço Pri va do 43,3
Índi ce de Área de Es pa ço Col ecti vo por Fogo 2285,7
Di mens ã o méda de Uni fa mi l i a r 2631,8
l otes ha bi ta ci ona i s Mul ti fa mi l i a r 662,5
por fogo Mi s to 687
Caso de Estudo
Vila Poente
Dados
Superfíci e Tota l 12064
Número de fogos 24
Área de Impl a nta çã o do Edi fi ca do 3907
Área de Es pa ço Aberto 8157
Superfíci e de Sol o Permeá vel 5983
Área Bruta de Cons truçã o 8053
Área de Equi pa mentos Col ecti vos 1465
Área de Es pa ço Col ecti vo 8181
Área de Es pa ço Pri va do 3883
Número de l otes 24
míni ma 142,8
Di mens ã o dos l otes má xi ma 180,8
médi a 161,8
Médi a de pi s os a ci ma do s ol o 2,5
Índi ce de Superfíci e Tota l por Fogo 502,7
Índi ce de Impl a nta çã o 0,32
Índi ce de Es pa ço Aberto 0,68
Índi ce de Permea bi l i da de do Sol o 0,50
Índi ce de Cons truçã o 0,67
Percenta gem de Equi pa mentos 12,14
Índi ce de Equi pa mentos por Fogo 61,0
Percenta gem de Es pa ço Col ecti vo 67,8
Percenta gem de Es pa ço Pri va do 32,2
Índi ce de Área de Es pa ço Col ecti vo por Fogo 340,9
Di mens ã o méda de Uni fa mi l i a r 161,8
l otes ha bi ta ci ona i s Mul ti fa mi l i a r -
por fogo Mi s to -
Caso de Estudo
Vila Marisa
Dados
Superfíci e Tota l 5394
Número de fogos 56
Área de Impl a nta çã o do Edi fi ca do 1979
Área de Es pa ço Aberto 3415
Superfíci e de Sol o Permeá vel 852
Área Bruta de Cons truçã o 8461
Área de Equi pa mentos Col ecti vos 177
Área de Es pa ço Col ecti vo 2125
Área de Es pa ço Pri va do 3269
Número de l otes 11
míni ma 264,0
Di mens ã o dos l otes má xi ma 474,5
médi a 288,0
Médi a de pi s os a ci ma do s ol o 3,7
Índi ce de Superfíci e Tota l por Fogo 96,3
Índi ce de Impl a nta çã o 0,37
Índi ce de Es pa ço Aberto 0,63
Índi ce de Permea bi l i da de do Sol o 0,16
Índi ce de Cons truçã o 1,57
Percenta gem de Equi pa mentos 3,28
Índi ce de Equi pa mentos por Fogo 3,2
Percenta gem de Es pa ço Col ecti vo 39,4
Percenta gem de Es pa ço Pri va do 60,6
Índi ce de Área de Es pa ço Col ecti vo por Fogo 37,9
Di mens ã o méda de Uni fa mi l i a r 271,0
l otes ha bi ta ci ona i s Mul ti fa mi l i a r 42,0
por fogo Mi s to -
Caso de Estudo
Villaggio Manique
Dados
Superfíci e Tota l 39975
Número de fogos 168
Área de Impl a nta çã o do Edi fi ca do 10594
Área de Es pa ço Aberto 29381
Superfíci e de Sol o Permeá vel 16068
Área Bruta de Cons truçã o 20300
Área de Equi pa mentos Col ecti vos 1483
Área de Es pa ço Col ecti vo 15863
Área de Es pa ço Pri va do 24112
Número de l otes 9
míni ma 1080,0
Di mens ã o dos l otes má xi ma 3904,0
médi a 1967,1
Médi a de pi s os a ci ma do s ol o 2,5
Índi ce de Superfíci e Tota l por Fogo 237,9
Índi ce de Impl a nta çã o 0,27
Índi ce de Es pa ço Aberto 0,73
Índi ce de Permea bi l i da de do Sol o 0,40
Índi ce de Cons truçã o 0,51
Percenta gem de Equi pa mentos 3,71
Índi ce de Equi pa mentos por Fogo 8,8
Percenta gem de Es pa ço Col ecti vo 39,7
Percenta gem de Es pa ço Pri va do 60,3
Índi ce de Área de Es pa ço Col ecti vo por Fogo 94,4
Di mens ã o méda de Uni fa mi l i a r 383,4
l otes ha bi ta ci ona i s Mul ti fa mi l i a r 82,1
por fogo Mi s to -
Caso de Estudo
Vila Estoril Golf
Dados
Superfíci e Tota l 4950
Número de fogos 12
Área de Impl a nta çã o do Edi fi ca do 1151
Área de Es pa ço Aberto 3799
Superfíci e de Sol o Permeá vel 2139
Área Bruta de Cons truçã o 2825
Área de Equi pa mentos Col ecti vos 86
Área de Es pa ço Col ecti vo 3372
Área de Es pa ço Pri va do 1578
Número de l otes 12
míni ma 124,5
Di mens ã o dos l otes má xi ma 139,7
médi a 132,0
Médi a de pi s os a ci ma do s ol o 2,0
Índi ce de Superfíci e Tota l por Fogo 412,5
Índi ce de Impl a nta çã o 0,23
Índi ce de Es pa ço Aberto 0,77
Índi ce de Permea bi l i da de do Sol o 0,43
Índi ce de Cons truçã o 0,57
Percenta gem de Equi pa mentos 1,74
Índi ce de Equi pa mentos por Fogo 7,2
Percenta gem de Es pa ço Col ecti vo 68,1
Percenta gem de Es pa ço Pri va do 31,9
Índi ce de Área de Es pa ço Col ecti vo por Fogo 281,0
Di mens ã o méda de Uni fa mi l i a r 132,0
l otes ha bi ta ci ona i s Mul ti fa mi l i a r -
por fogo Mi s to -
Caso de Estudo
Encosta da Aldeia
Dados
Superfíci e Tota l 8555
Número de fogos 28
Área de Impl a nta çã o do Edi fi ca do 2540
Área de Es pa ço Aberto 6015
Superfíci e de Sol o Permeá vel 3441
Área Bruta de Cons truçã o 5032
Área de Equi pa mentos Col ecti vos 167
Área de Es pa ço Col ecti vo 5947
Área de Es pa ço Pri va do 2608
Número de l otes 8
míni ma 260,0
Di mens ã o dos l otes má xi ma 365,9
médi a 326,0
Médi a de pi s os a ci ma do s ol o 2,0
Índi ce de Superfíci e Tota l por Fogo 305,5
Índi ce de Impl a nta çã o 0,30
Índi ce de Es pa ço Aberto 0,70
Índi ce de Permea bi l i da de do Sol o 0,40
Índi ce de Cons truçã o 0,59
Percenta gem de Equi pa mentos 1,95
Índi ce de Equi pa mentos por Fogo 6,0
Percenta gem de Es pa ço Col ecti vo 69,5
Percenta gem de Es pa ço Pri va do 30,5
Índi ce de Área de Es pa ço Col ecti vo por Fogo 212,4
Di mens ã o méda de Uni fa mi l i a r 263,0
l otes ha bi ta ci ona i s Mul ti fa mi l i a r 80,1
por fogo Mi s to -
Caso de Estudo
Quinta da Penha Longa
Dados
Superfíci e Tota l 2204207
Número de fogos 92
Área de Impl a nta çã o do Edi fi ca do 50411
Área de Es pa ço Aberto 2153796
Superfíci e de Sol o Permeá vel 2004148
Área Bruta de Cons truçã o 108593
Área de Equi pa mentos Col ecti vos 515851
Área de Es pa ço Col ecti vo 2089880
Área de Es pa ço Pri va do 114327
Número de l otes 111
míni ma 516,7
Di mens ã o dos l otes má xi ma 5954,6
médi a 1378,8
Médi a de pi s os a ci ma do s ol o 2,0
Índi ce de Superfíci e Tota l por Fogo 23958,8
Índi ce de Impl a nta çã o 0,02
Índi ce de Es pa ço Aberto 0,98
Índi ce de Permea bi l i da de do Sol o 0,91
Índi ce de Cons truçã o 0,05
Percenta gem de Equi pa mentos 23,40
Índi ce de Equi pa mentos por Fogo 5607,1
Percenta gem de Es pa ço Col ecti vo 94,8
Percenta gem de Es pa ço Pri va do 5,2
Índi ce de Área de Es pa ço Col ecti vo por Fogo 22716,1
Di mens ã o méda de Uni fa mi l i a r 1429,1
l otes ha bi ta ci ona i s Mul ti fa mi l i a r -
por fogo Mi s to -
Malveira-Guincho
Número Tipologia
Número Número Dimensão
Número do lote Expectante de de cada
de pisos de fogos (m2)
edifícios edifício
1 não 1 unifamiliar 3 1 8278,1
2 não 1 unifamiliar 3 1 6340,1
3 não 1 unifamiliar 3 1 5385,7
4 não 1 unifamiliar 3 1 3505,3
5 não 1 unifamiliar 2 1 299,7
6 não 1 unifamiliar 2 1 287,2
7 não 1 unifamiliar 2 1 326,0
8 não 1 unifamiliar 2 1 321,6
9 não 1 unifamiliar 2 1 298,1
10 não 1 unifamiliar 2 1 315,9
11 não 1 unifamiliar 2 1 304,4
12 não 1 unifamiliar 2 1 308,2
13 não 1 unifamiliar 2 1 282,8
14 não 1 unifamiliar 2 1 280,9
15 não 1 unifamiliar 2 1 276,3
16 não 1 unifamiliar 2 1 300,4
17 não 1 unifamiliar 2 1 292,8
18 não 1 unifamiliar 2 1 304,8
19 não 1 unifamiliar 2 1 295,9
20 não 1 unifamiliar 2 1 280,3
21 não 1 unifamiliar 2 1 298,3
22 não 1 unifamiliar 2 1 287,4
23 não 1 unifamiliar 2 1 209,7
24 não 1 unifamiliar 2 1 206,9
25 não 1 unifamiliar 2 1 210,6
26 não 1 unifamiliar 2 1 140,6
27 não 1 unifamiliar 2 1 134,8
28 não 1 unifamiliar 2 1 145,9
29 não 1 unifamiliar 2 1 137,2
30 não 1 unifamiliar 2 1 144,8
31 não 1 unifamiliar 2 1 137,8
32 não 1 unifamiliar 2 1 148,6
33 não 1 unifamiliar 2 1 148,9
34 não 1 unifamiliar 2 1 260,2
35 não 1 unifamiliar 2 1 262,6
36 não 1 unifamiliar 2 1 278,3
37 não 1 unifamiliar 2 1 266,6
38 não 1 unifamiliar 2 1 273,3
39 não 1 unifamiliar 2 1 141,7
40 não 1 unifamiliar 2 1 147,9
Malveira-Guincho
Tipologia
Expectant Número de Número Número Dimensão
Número do lote de cada
e edifícios de pisos de fogos (m2)
edifício
41 não 1 unifamiliar 2 1 158,5
42 não 1 unifamiliar 2 1 157,8
43 não 1 unifamiliar 2 1 155,8
44 não 1 unifamiliar 2 1 162,2
45 não 1 unifamiliar 2 1 159,4
46 não 1 unifamiliar 2 1 159,8
47 não 1 unifamiliar 2 1 160,0
48 não 1 unifamiliar 2 1 149,3
49 não 1 unifamiliar 2 1 160,1
50 não 1 unifamiliar 3 1 5266,3
51 não 1 unifamiliar 3 1 5246,1
52 não 1 unifamiliar 3 1 5197,2
53 não 1 unifamiliar 3 1 6712,9
54 não 1 unifamiliar 3 1 2514,4
55 não 1 unifamiliar 3 1 4081,3
56 não 1 unifamiliar 3 1 4929,1
57 não 1 unifamiliar 3 1 5728,1
Quinta Patino
Número
Número Tipologia de Número Número Dimensão
Expectante de
do lote cada edifício de pisos de fogos (m2)
edifícios
1 não 1 colectivo 3 - 31000,0
2 não 1 unifamiliar 2 1 1560,0
3 não 1 unifamiliar 2 1 1560,0
4 não 1 unifamiliar 2 1 1660,0
5 não 1 unifamiliar 2 1 1870,0
6 não 1 unifamiliar 2 1 2185,0
7 sim - - - - 1869,0
8 não 1 unifamiliar 2 1 1665,0
9 não 1 unifamiliar 2 1 1165,0
10 não 1 unifamiliar 2 1 1190,0
11 não 1 unifamiliar 2 1 1200,0
12 não 1 unifamiliar 2 1 1190,0
13 não 1 unifamiliar 2 1 1210,0
14 não 1 unifamiliar 2 1 1195,0
15 não 1 unifamiliar 2 1 1194,0
16 não 1 unifamiliar 2 1 1193,0
17 não 1 unifamiliar 2 1 1170,0
18 não 1 unifamiliar 2 1 1910,0
19 não 1 unifamiliar 2 1 1680,0
20 não 1 unifamiliar 2 1 2100,0
21 não 1 unifamiliar 2 1 2887,0
22 não 1 unifamiliar 2 1 5284,0
multifamiliar 3 5
multifamiliar 3 5
multifamiliar 3 6
multifamiliar 3 6
multifamiliar 3 6
23 não 11 multifamiliar 3 6 30230,0
multifamiliar 3 6
unifamiliar 3 1
unifamiliar 2 1
unifamiliar 2 1
unifamiliar 2 1
24 não 1 unifamiliar 2 1 2210,0
25 não 1 unifamiliar 2 1 2595,0
26 não 1 unifamiliar 2 1 3000,0
27 não 1 unifamiliar 2 1 2655,0
28 sim - - - - 2735,0
29 não 1 unifamiliar 2 1 3870,0
Quinta Patino
Número Tipologia
Número Número Número Dimensão
Expectante de de cada
do lote de pisos de fogos (m2)
edifícios edifício
30 não 1 unifamiliar 2 1 2350,0
31 sim - - - - 3340,0
32 não 1 unifamiliar 2 1 2150,0
33 não 1 unifamiliar 2 1 4665,0
34 não 1 unifamiliar 2 1 2235,0
35 sim - - - - 3200,0
36 não 1 unifamiliar 2 1 2245,0
37 sim - - - - 2460,0
38 sim - - - - 2350,0
39 sim - - - - 2765,0
40 não 1 unifamiliar 2 1 2440,0
41 sim - - - - 2795,0
42 sim - - - - 2460,0
43 sim - - - - 2630,0
44 sim - - - - 4463,0
45 não 1 unifamiliar 2 1 2410,0
46 não 1 unifamiliar 2 1 3590,0
47 não 1 unifamiliar 2 1 2740,0
48 não 1 unifamiliar 2 1 4130,0
49 sim - - - - 2905,0
50 não 1 unifamiliar 2 1 2380,0
51 não 1 unifamiliar 2 1 2240,0
52 não 1 unifamiliar 2 1 2315,0
53 não 1 unifamiliar 2 1 2155,0
54 sim - - - - 2330,0
55 não 1 unifamiliar 2 1 2260,0
56 não 1 unifamiliar 2 1 2160,0
57 sim - - - - 2050,0
58 sim - - - - 2020,0
59 não 1 unifamiliar 2 1 2370,0
60 sim - - - - 3965,0
61 não 1 unifamiliar 2 1 2985,0
62 não 1 unifamiliar 2 1 2260,0
63 não 1 unifamiliar 2 1 2045,0
64 sim - - - - 2105,0
65 não 1 unifamiliar 2 1 4177,0
66 não 1 unifamiliar 2 1 2250,0
67 não 1 unifamiliar 2 1 3604,0
68 não 1 unifamiliar 2 1 3940,0
Quinta Patino
Número
Número Tipologia de Número Número Dimensão
Expectante de
do lote cada edifício de pisos de fogos (m2)
edifícios
69 não 1 unifamiliar 2 1 4595,0
70 sim - - - - 4425,0
71 não 1 unifamiliar 2 1 2330,0
72 não 1 unifamiliar 2 1 2250,0
73 não 1 unifamiliar 2 1 2475,0
74 sim - - - - 2715,0
75 não 1 unifamiliar 2 1 4150,0
76 não 1 unifamiliar 2 1 4605,0
77 sim - - - - 2300,0
78 não 1 unifamiliar 2 1 2030,0
79 sim - - - - 4240,0
80 sim - - - - 4784,0
81 não 1 unifamiliar 2 1 4335,0
82 não 1 unifamiliar 2 1 4490,0
83 sim - - - - 4239,0
84 não 1 unifamiliar 2 1 4950,0
85 sim - - - - 4973,0
86 sim - - - - 4527,0
87 não 1 unifamiliar 2 1 3775,0
88 não 1 unifamiliar 2 1 3975,0
89 sim - - - - 3800,0
90 não 1 unifamiliar 2 1 3715,0
91 sim - - - - 3141,0
92 sim - - - - 4494,0
93 sim - - - - 6565,0
multifamiliar 3 4
94 não 2 5300,0
multifamiliar 3 4
Vila Poente
Número Tipologia
Número Número Número Dimensão
Expectante de de cada
do lote de pisos de fogos (m2)
edifícios edifício
1 não 1 unifamiliar 2 1 142,8
2 não 1 unifamiliar 2 1 142,8
3 não 1 unifamiliar 2 1 142,8
4 não 1 unifamiliar 2 1 142,8
5 não 1 unifamiliar 2 1 142,8
6 não 1 unifamiliar 2 1 142,8
7 não 1 unifamiliar 2 1 142,8
8 não 1 unifamiliar 3 1 142,8
9 não 1 unifamiliar 2 1 142,8
10 não 1 unifamiliar 2 1 142,8
11 não 1 unifamiliar 2 1 142,8
12 não 1 unifamiliar 2 1 142,8
13 não 1 unifamiliar 3 1 180,8
14 não 1 unifamiliar 3 1 180,8
15 não 1 unifamiliar 3 1 180,8
16 não 1 unifamiliar 3 1 180,8
17 não 1 unifamiliar 3 1 180,8
18 não 1 unifamiliar 3 1 180,8
19 não 1 unifamiliar 3 1 180,8
20 não 1 unifamiliar 3 1 180,8
21 não 1 unifamiliar 3 1 180,8
22 não 1 unifamiliar 3 1 180,8
23 não 1 unifamiliar 3 1 180,8
24 não 1 unifamiliar 3 1 180,8
Vila Marisa
Número
Número Tipologia de Número Número Dimensão
Expectante de
do lote cada edifício de pisos de fogos (m2)
edifícios
1 não 1 multifamiliar 4 6 284,1
2 não 1 multifamiliar 5 8 285,8
3 não 1 multifamiliar 5 8 289,7
4 não 1 multifamiliar 5 8 298,5
5 não 1 multifamiliar 5 8 284,5
6 não 1 multifamiliar 4 6 474,5
7 não 1 multifamiliar 5 8 267,7
8 não 1 unifamiliar 2 1 269,0
9 não 1 unifamiliar 2 1 283,7
10 não 1 unifamiliar 2 1 267,4
11 não 1 unifamiliar 2 1 264,0
Villaggio Manique
Número
Número Tipologia de Número Número Dimensão
Expectante de
do lote cada edifício de pisos de fogos (m2)
edifícios
unifamiliar 2 1
unifamiliar 2 1
unifamiliar 2 1
unifamiliar 2 1
unifamiliar 2 1
1 não 10 3904,0
unifamiliar 2 1
unifamiliar 2 1
unifamiliar 2 1
unifamiliar 2 1
unifamiliar 2 1
multifamiliar 3 11
2 não 2 2142,0
multifamiliar 3 12
multifamiliar 3 11
3 não 2 2124,0
multifamiliar 3 11
multifamiliar 3 11
4 não 2 1731,0
multifamiliar 3 11
multifamiliar 3 11
5 não 2 1623,0
multifamiliar 3 11
multifamiliar 3 11
6 não 2 1628,0
multifamiliar 3 11
multifamiliar 3 11
7 não 2 1583,0
multifamiliar 3 11
multifamiliar 3 11
8 não 2 1889,0
multifamiliar 3 11
unifamiliar 2 1
9 não 3 unifamiliar 2 1 1080,0
unifamiliar 2 1
Encosta da Aldeia
Número
Número Tipologia de Número Número Dimensão
Expectante de
do lote cada edifício de pisos de fogos (m2)
edifícios
1 não 1 multifamiliar 2 5 317,5
2 não 1 multifamiliar 2 4 346,1
3 não 1 multifamiliar 2 4 364,3
4 não 1 unifamiliar 2 1 266,0
5 não 1 unifamiliar 2 1 260,0
6 não 1 multifamiliar 2 4 365,9
7 não 1 multifamiliar 2 4 363,7
8 não 1 multifamiliar 2 4 324,4
Caso de Estudo
Malveira-Guincho Quinta do patino Vila Poente Vila Marisa Villaggio Manique Vila Estoril Golf Encosta da Aldeia Quinta da Penha Longa
Dados
Superfície Total 249588 459271 12064 5394 39975 4950 8555 2204207
Número de fogos 57 114 24 56 168 12 28 92
Área de Implantação do Edificado 7907 35806 3907 1979 10594 1151 2540 50411
Área de Espaço Aberto 241681 423465 8157 852 29381 3799 6015 2153796
Superfície de Solo Permeável 219538 375746 5983 3413 16068 2139 3441 2004148
Área Bruta de Construção 15358 83254 8053 8461 20300 2825 5032 108593
Área de Equipamentos Colectivos 1177 7483 1465 177 1483 86 167 515851
Área de Espaço Colectivo 176223 260572 8181 2125 15863 3372 5947 2089880
Área de Espaço Privado 73365 198699 3883 3269 24112 1578 2608 114327
Número de lotes 57 94 24 11 9 12 8 111
mínima 134,8 1165,0 142,8 264,0 1080,0 124,5 260,0 516,7
Dimensão dos lotes máxima 8278,1 31000,0 180,8 474,5 3904,0 139,7 365,9 5954,6
média 1287,1 2862,7 161,8 288,0 1967,1 132,0 326,0 1378,8
Média de pisos acima do solo 2,2 2,1 2,5 3,7 2,5 2,0 2,0 2,0
Índice de Superfície Total por Fogo 4378,7 4028,7 502,7 96,3 237,9 412,5 305,5 23958,8
Índice de Implantação 0,03 0,08 0,32 0,37 0,27 0,23 0,30 0,02
Índice de Espaço Aberto 0,97 0,92 0,68 0,16 0,73 0,77 0,70 0,98
Índice de Permeabilidade do Solo 0,88 0,82 0,50 0,63 0,40 0,43 0,40 0,91
Índice de Construção 0,06 0,18 0,67 1,57 0,51 0,57 0,59 0,05
Percentagem de Equipamentos 0,47 1,63 12,14 3,28 3,71 1,74 1,95 23,40
Índice de Equipamentos por Fogo 20,6 65,6 61,0 3,2 8,8 7,2 6,0 5607,1
Percentagem de Espaço Colectivo 70,6 56,7 67,8 39,4 39,7 68,1 69,5 94,8
Percentagem de Espaço Privado 29,4 43,3 32,2 60,6 60,3 31,9 30,5 5,2
Índice de Área de Espaço Colectivo por Fogo 3091,6 2285,7 340,9 37,9 94,4 281,0 212,4 22716,1
Dimensão méda de Unifamiliar 1287,1 2631,8 161,8 271,0 383,4 132,0 263,0 1429,1
lotes habitacionais por Multifamiliar - 662,5 - 42,0 82,1 - 80,1 -
fogo Misto - 687 - - - - - -
Os valores marcados a verde correspondem aos máximos verificados no universo de análise, e os encarnados aos mínimos
fonte: http://www.cm-cascais.pt/cascais
01) Malveira-Guincho
01
05) Villaggio Manique
06
07
04
fonte: http://www.cm-cascais.pt/cascais
01) Malveira-Guincho
06
07
04