Você está na página 1de 4

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA 2016.1

HIS 1823 Michel de Certeau- literatura, história e misticismo.


Professora: Aline Magalhães Pinto

 Apresentar e discutir o trabalho teórico e historiográfico de Michel de


Certeau
OBJETIVOS  Ampliar a compreensão da tradição ocidental por intermédio da
consideração do trabalho historiográfico de Michel de Certeau sobre os
discursos místicos acerca da presença de uma ausência (a relação com
deus).
 Elaborar um entendimento sobre o místico como individualidade que
deseja experimentar a supressão de si mesmo.
 Analisar os recursos e procedimento teórico-historiográficos de Michel
de Certeau para o tratamento de seu objeto ( a experiência mística)
 Avaliar a importância da experiência religiosa para a conformação da
modernidade

O objetivo do curso é retomar, de um ponto de vista teórico, o entrecruzamento


entre literatura, história e mística a fim de problematizar as formas paradoxais
EMENTA
pelas quais a experiência de êxtase (religioso ou poético) interage com os modos
de discurso que buscam compor o lugar do “Outro” e manifestar uma ausência.
Para tanto, tomaremos como fio condutor o trabalho do historiador Michel de
Certeau em A fábula mística [1982], História e Psicanálise [1987] e A escrita da
História [1975] para mapear como o autor enlaça o êxtase da linguagem (entre as
experiências místicas dos séculos XVI e XVII e a poesia moderna) à temática do
desejo e da alteridade. Finalmente, buscaremos compreender porque, na visão do
historiador, a encenação literária simboliza o desejo que constitui a relação com o
outro.

PRIMEIRA PARTE:

1, Introdução e apresentação da proposta de curso


2. Operação historiográfica

DE CERTEAU, Michel. A operação historiográfica. In: DE CERTEAU, M. A escrita


da História. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006: 65- 119

2. História e etnografia – o trabalho de Michel de Certeau sobre Jean de Léry (


PROGRAMA 1578)

DE CERTEAU, Michel. Etno-grafia – A oralidade ou o espaço do outro: Léry. In:


DE CERTEAU, M. A escrita da História. Rio de Janeiro: Forense Universitária,
2006: 211-242

3. A conformação de um discurso sobre o ausente

DE CERTEAU, Michel. A linguagem alterada. A palavra possuída. In: DE


CERTEAU, M. A escrita da História. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006:
211-242

4. A conformação de um discurso sobre o ausente (II)

5. Ausência

De Certeau, Michel. O ausente da história. In: História e psicanálise – entre ciência


e ficção. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

6. História e religião

DE CERTEAU, Michel. A produção do tempo: uma arqueologia religiosa. In: DE


CERTEAU, M. A escrita da História. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006:
123-210

7. História e religião (II)

8. Mística

AGAMBEN, Giorgio. . La "notte oscura" di Juan de la Cruz. In.: Juan de la Cruz.


Poesie. Introduzione e traduzione di Giorgio Agamben. Torino: Einaudi, 1974. pp.
V-XIII. (Tradução: Vinícius Nicastro Honesko In:
http://flanagens.blogspot.com.br/2015/08/a-noite-escura-de-joao-da-cruz-
giorgio.html

SEGUNDA PARTE

9. A fábula mística

Michel de Certeau. Introdução. In: A fábula mística – Séculos XVI e XVII. Rio de
Janeiro: Forense, 2015: 1-43

10. A loucura do Cristo ou a sedução do outro

Michel de Certeau. Um lugar para se perder. In: A fábula mística – Séculos XVI e
XVII. Rio de Janeiro: Forense, 2015: 49-117

11. A loucura do Cristo ou a sedução do outro (II)

12. O corpo que falta

Michel de Certeau. Uma tópica. In: A fábula mística – Séculos XVI e XVII. Rio de
Janeiro: Forense, 2015: 49-248

13. O corpo que falta (II)


14. Dialética do nada e do tudo

Michel de Certeau. Uma tópica. In: A fábula mística – Séculos XVI e XVII. Rio de
Janeiro: Forense, 2015: 249-316

14. Dialética do nada e do tudo (II)

15.Figuras culturais : o místico como “selvagem”

Michel de Certeau. Figuras do Selvagem. In: A fábula mística – Séculos XVI e


XVII. Rio de Janeiro: Forense, 2015: 233-476

17. Figuras culturais : o místico como “selvagem” (II)

18. Figuras culturais : o místico como “selvagem” (III)

19. Abertura a uma poética do outro

Michel de Certeau. Abertura a uma poética do outro. In: A fábula mística – Séculos
XVI e XVII. Rio de Janeiro: Forense, 2015: 249-316

20. Literatura mística (I)

João da Cruz S. Noite escura. Petrópolis, RJ: Vozes; 2008.

21. Literatura mística (II)

Teresa dÁ, Santa, Alvarez T. Obras completas: Teresa de Jesus. São Paulo:
Loyola; 2009.
AVALIAÇÃO

- Prova dissertativa em sala de aula.


- Oficina livre de escrita – produção de texto
- Presença e participação nas atividades propostas.
BIBLIOGRAFIA
PRINCIPAL
DE CERTEAU, M. A fábula mística. São Paulo: Forense universitária,
2015.
_______________ História e psicanálise: entre ciência e ficção. Belo
Horizonte: Autêntica, 2011.
_______________ A escrita da História. Rio de Janeiro: Forense,
1982.
BIBLIOGRAFIA
COMPLEMENTA
R
Sudbrack, Josef . Mística : a busca do sentido e a experiência do absoluto / Josef Sudbrack;
tradução Inês Antonia Lohbauer São Paulo : Loyola, c2007.

Pedrosa-Pádua, Lúcia , Santa Teresa de Jesus : mística e humanização São Paulo


: Paulinas, 2015.

Pinheiro MR, Bingemer MCL. Mística e filosofia. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio;
2010.

González Buelta B. Ver ou perecer: mística de olhos abertos. São Paulo;Rio de


Janeiro;: Ed. PUC-Rio; 2012.

Pedrosa-Pádua L, Campos MB. Santa Teresa: mística para o nosso tempo. Rio de
Janeiro: Ed. PUC-Rio; 2011.

Vaz, Henrique C. de Lima. Experiência mística e filosofia na tradição ocidental.


São Paulo: Loyola; 2009.

González Faus JI. Unicidad de Dios, pluralidad de místicas. Barcelona:


Cristianisme i Justícia; 2012;180.

Oliveira CMd, Yunes E, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.


Departamento de Letras. Do corpo à palavra, da palavra ao corpo: algumas
reflexões sobre o complexo erotismo, mística e poesia. ; 2005.

Borriello L. Dicionário de mística. São Paulo: Loyola; 2003.

Maçaneiro M. Mística e erótica: um ensaio sobre Deus, Eros e beleza. São Paulo:
Loyola; 1995.

Pinto, A. M. Um historiador e suas travessias. Topoi, v. 13, n. 24, jan.-jun.


2012, p. 196-201.

Você também pode gostar