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TEXTO PARA DISCIPLINA DE LABORATÓRIO FONTES HISTORICAS

Cintia Santos de Jesus


Marcelo Sampaio Costa Filho1

O autor explica no texto que a criação de heróis como forma de legitimar


regimes políticos, retomando a discussão acerca de outros nomes que ali,
naquele contexto, disputavam esse título de herói da República. Deodoro,
Benjamin Constant, além de Floriano, eram alguns dos nomes que surgiam
com possíveis candidatos, entretanto, nenhum deles possuíam o que se
chamava de carga histórica para o papel.
Alguém deveria ser escolhido para ser o grande nome para a conquista
histórica que era o nascimento da República. E frente às dificuldades para essa
construção, foi a figura de Tiradentes que se demonstrou capaz de atender
àquela perspectiva, que era a construção de uma figura mítica. Eis que surgia o
mito republicano.
Vale ressaltar que Tiradentes sendo exaltado pelos republicanos,
representava afronta à Monarquia, pois esse ato de se construir um herói,
confrontava diretamente com as figuras que eram elevadas por D. Pedro I, o
que representava batalhas travadas entre Monarquia e República.
O texto nos traz também a obra de Joaquim Norberto de Souza,
intitulada “História da Conjuração Mineira”, como importante marco para a
construção do mito de Tiradentes. A análise comportamental do herói, feita na
obra, desconstrói a imagem heroica, ao trazer a mudança de sua
personalidade como motivo para a revolta dos republicanos. No entanto, esse
fato ao destruir o apelo patriótico de Tiradentes, o aproxima da multidão, pois
ao se tornar um religioso fervoroso, durante seu período de reclusão, o povo o
vê como uma figura próxima de Cristo.
Ao analisarmos as informações do texto, podemos chegar a conclusão
de que Tiradentes não derramou sangue, pois a Conjuração não se concretizou

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Alunos do 4º semestre da licenciatura em História, apresentando um texto relacionando obra do texto
de José Murilo de Carvalho e Matéria do Jornal Voz, como atividade avaliativa para disciplina de
Laboratório de Fontes Históricas, ministrada pela professora Andréa Lessa.
de fato. O que houve foi um homem com caráter de mito heroico, traído pelos
seus companheiros, vítima do governo e de um sonho também.
Ao fazer a relação com o texto da reportagem do jornal de 21/04/1953,
que de trata de uma publicação em comemoração aos 161 anos da morte
daquele que “plantou com sangue, com a sua vida, a semente da
independência do nosso país “. O texto reflete sobre a necessidade de atitudes
heroicas como as que componham a raiz de nossa história, explicitando que
apesar do ideal de liberdade política já ter sido concretizada politicamente,
ainda existem fatos históricos que sucedem que demonstra o porquê a figura
heroica e libertaria precisa estar constantemente sendo renovada, como por
exemplo, o pedido de ajuda intrínseco ao publicar essa edição do jornal
durante a crise política que o Brasil vivia no segundo governo Vargas, o
colunista demonstra nos últimos parágrafos o desejo de existir, novamente,
uma liderança social subversiva que conseguisse representar as ânsias de
uma parcela da sociedade.
Em síntese, ambos relatam de formas diferentes a necessidade e como
essas figuras libertarias são construídas, dando a entender que movimentos de
repressão irão continuar acontecendo e constantemente terão que surgir novas
figuras, usando como alicerce as memórias de pessoas que já estiveram
nessas funções, como é o caso de Tiradentes. Carvalho nos faz refletir sobre a
vitalidade dessas memorias com a frase: “O segredo da vitalidade do herói
talvez esteja, afinal, nessa ambiguidade, em sua resistência aos continuados
esforços de esquartejamento de sua memória.” (CARVALHO, 1990, p.73);
Trazendo para o leitor o seguinte questionamento, quantas vezes precisaremos
defender a busca por liberdade vivida em 1972?

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