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PRINCÍPIO DE ANÁLISE DE FRATURAS

PRINCÍPIO DE ANÁLISE DE FRATURAS

TREINAMENTO CORPORATIVO 44
PRINCÍPIO DE ANÁLISE DE FRATURAS
PRINCÍPIOS DE ANÁLISE FRATURAS

DESCRIÇÃO DO MÓDULO:

Neste módulo serão abordados: a aplicação de cargas e resistência dos materiais, irregularidades
físicas, pontos de iniciação de falhas, conceitos de fratura final, tipos de fraturas, fatores que
influenciam nas fraturas, exame das fraturas e características superficiais das fraturas.

O instrutor irá orientar sobre as atividades a serem desenvolvidas pelos participantes:

• Selecionar as peças a serem analisadas.


• Discutir as análises.
• Fazer comentários finais.

OBJETIVOS DO MÓDULO:

Após as apresentações, os participantes estarão aptos a:

• Identificar os tipos de concentradores de tensão, o ponto de iniciação da falha e fratura


final.
• Caracterizar superfícies fraturadas quanto a textura e coloração.
• Identificar e diferenciar os três tipos de fraturas.

MATERIAL NECESSÁRIO:

• Microscópio
• Lupa 8S2257
• Lanterna
• Componentes

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PRINCÍPIO DE ANÁLISE DE FRATURAS

TRAÇÃO

No esforço de tração, as forças tendem a puxar alguma


coisa no sentido de separar a estrutura da peça, como
esticar uma peça de elástico.

O esforço de tração é aplicado devido as duas forças em


sentidos opostos.

As linhas de tensão distribuem igualmente sobre a seção


transversal da superfície sendo que a fratura inicia no
centro da peça.

COMPRESSÃO

Não importa como elas são projetadas e construídas,


não importa como é feita a manutenção, as máquinas
param como resultado de um componente que falha.
Quando uma falha ocorre é importante determinar a
causa, discutir com os responsáveis e tomar a melhor
ação corretiva. Este processo é chamado de Análise de
Falhas Aplicada. Componentes param de funcionar
devido ao desgaste excessivo ou uma fratura. As
fraturas podem ocorrer onde as cargas e concentradores No esforço de compressão, as forças tendem a
de tensão são muito altos. Afim de entender como e comprimir a peça dando um formato de barril. As linhas
porque estas fraturas ocorrem, você deve ser capaz de de tensão se distribuem igualmente sobre a seção
reconhecer os tipos de esforços, tipos de cargas e transversal da superfície.
concentradores normais e anormais que podem
ocasionar estas fraturas. A fratura inicia-se no centro da ruptura.
Metais duros ocorrem trincas.
Metais macios ocorrem deformações.

O conteúdo deste módulo enfatiza os seguintes itens:


1. Tipos de Esforços
2. Concentradores de Tensão
3. Tipos de Carga
4. Tipos de Fraturas

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FLEXÃO

Esforço de flexão é a força que tenta flexionar um objeto As trincas iniciam na superfície.
enquanto este é fixo por uma ou duas extremidades. As
linhas de tensão recebem um esforço alto nas
extremidades da superfície e mínimo no centro.
CISALHAMENTO

As trincas se iniciam no lado de tração.

TORÇÃO
Esforços de cisalhamento são forças opostas que
deslocam um objeto em direções opostas e ao mesmo
tempo. O cisalhamento pode ocorrer também durante um
esforço torcional e é chamada de cisalhamento torcional.
As linhas de tensão são maiores em determinadas
regiões e paralelas à carga aplicada.

Esforço de torção é a força que tenta torcer um objeto


em direções opostas. As linhas de tensão demonstram
um alto esforço na superfície que diminuem em direção
ao centro.

Pode haver cisalhamento simples ou duplo.

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CONCENTRADORES DE TENSÃO Podem ser encontrados também na:

Fabricação da Peça: Trincas de têmpera, trincas de


retificação ou usinagem.

Abusos de Manuseio: Arranhões e golpes

São irregularidades físicas que concentram cargas


aplicadas resultando num aumento da fadiga naquela
irregularidade. Irregularidades arredondadas podem
aumentar a fadiga em 1.5 vezes, enquanto uma
pontiaguda em 3.0 vezes e uma trinca aumenta este
fator em 8.0 vezes ou mais.
Normais:
Acompanham a geometria da peça

Anormais:
Geralmente ocasionados por abusos, alterações ou
fabricação.

Todas as mudanças de contorno de uma peça e


irregularidades externas ou internas são Concentradores
de Tensão. Podem ser na geometria da peça tais como
raios de concordância, furos, rasgos de chavetas, etc. ou
Defeitos de Material: Inclusões, vazios e trincas térmicas.

Os engenheiros calculam os tipos de esforços e cargas


na peça e a dimensionam conforme cada trabalho
individual.

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ESTE DE LIMITE DE FADIGA CARGA DE IMPACTO

Testes podem ser feitos para determinar a quantidade de


carga ou número de ciclos que uma peça pode resistir
sem fraturar. Isto é conhecido como Teste de Limite de
Fadiga.

O eixo vertical mostra a quantidade de carga e o eixo


horizontal mostra a vida útil da peça no número de ciclos
aplicado. O limite de fadiga mostra a maioria das cargas
em que ela resiste. Se a carga estiver abaixo do limite de
fadiga, a fratura não ocorrerá.

TIPOS DE CARGAS

As cargas de impacto geralmente são causadas pela


operação inadequada do equipamento ou pela falha de
uma peça que causa uma carga de impacto repentina
em outra peça.

1. CARGAS DE IMPACTO
2. SOBRECARGAS
3. CARGAS CÍCLICAS

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SOBRECARGAS CARGAS CÍCLICAS

Cargas cíclicas geralmente não causam falhas, a não ser


Sobrecargas geralmente é causada pela aplicação que as cargas forem maior que o limite da peça ou
incorreta do equipamento, mal funcionamento de um algum concentrador de tensão anormal esteja presente.
sistema ou falha de um componente que adiciona uma Geralmente é necessário centenas de milhares de
carga muito alta para outro componente. Sobrecarga cargas cíclicas aplicadas para acontecer a falha.
geralmente demora mais tempo para a falha do que a
carga de impacto.

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CARACTERÍSTICAS DAS FRATURAS REFLEXIVIDADE


É importante saber classificar o tipo de fratura afim de
determinar o que a causou. Podemos identificar a fratura Ajuda-nos a identificar o tipo de fratura pois algumas
fazendo uma cuidadosa observação das características superfícies refletem mais do que outras. Fraturas frágeis
da superfície tais como textura, cor e reflexividade. as vezes brilham em confronto com a luz e fraturas
dúcteis raramente brilham.
TEXTURA
A textura da fratura ira determinar a velocidade da
mesma.

Trincas Rápidas – Superfície Rugosa


Trincas Lentas – Superfície Lisa

CARACTERÍSTICAS SUPERFÍCIAIS

METAIS MACIOS:

COR
Ajuda-nos a identificar o tipo de fratura. Superfícies diversificadas
Pode variar de um cinza claro a escuro.
METAIS DUROS:

Superfícies menos diversificadas

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FRATURA FRÁGIL

TRANSGRANULAR (Clivagem)
Grãos são quebrados uniformemente;
Superfície brilhante.

INTERGRANULAR
Os grãos são quebrados em seu contorno.
Superfície escura.

MARCAS DE SARGENTO
Metais dúcteis: muitas marcas de sargento
Metais duros: poucas marcas de sargento

Os grãos na fratura frágil são quebrados ou fratura FRATURA DÚCTIL


segue em um caminho, no contorno dos grãos ou no
grão.

CARACTERÍSTICAS:
Carga rápida ou impacto;
Cristalina;
Sem deformação plástica;
Superfície áspera.

Os grãos na fratura dúctil são alongados antes de


quebrar, a forma da fratura final é drasticamente
modificada.

CARACTERÍSTICAS
Rápida
Superfície áspera e lenhosa
Deformação plástica
Grandes lábios de corte.

A fratura dúctil pode ser causada por sobrecarga de


Tração, Flexão, Cisalhamento ou por Torção.

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FRATURA DÚCTIL DEVIDO Á SOBRECARGA DE FRATURA DÚCTIL DEVIDO SOBRECARGA DE
TRAÇÃO CISALHAMENTO

Superfície lisa.
Superfície rugosa
Cinza escuro ou negro
Formação de pescoço
Formação de lábios de corte
FRATURA DÚCTIL DEVIDO SOBRECARGA DE
FRATURA DÚCTIL DEVIDO SOBRECARGA DE
TORÇÃO
FLEXÃO

Fratura ocorre no sentido transversal.


Superfície rugosa Superfície lisa e sedosa.
Cinza escuro ou negro Fratura final rugosa e escura.
Formação de lábios de corte no lado de compressão. Fratura final no centro da peça.

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FRATURA POR FADIGA CICLO ALTO E CARGA BAIXA

Os grãos numa fratura por fadiga são quebrados


lentamente. A fratura ocorre no contorno do grão e a
mudança de contorno é muito pouca.
A fratura de ciclo alto ocorre após centenas de milhares
CARACTERÍSTICAS de cargas aplicadas. Durante a fadiga uma pequena
Cor clara; trinca se inicia num concentrador de tensão normal
Fratura lenta; (contorno) ou anormal (inclusão) e cresce a cada ciclo.
Aspecto plano e liso; Dependendo da fratura final podemos determinar o tipo
Existem marcas de praia. de carga (baixa) e se foi frágil ou dúctil.

Fratura lenta;
Superfície lisa;
FRATURA POR FADIGA Coloração cinza claro;
Fratura final frágil ou dúctil.

CICLO BAIXO E CARGA ALTA

As fraturas por fadiga são geralmente associadas com a


causa raiz da falha. A fratura por fadiga pode indicar o
início do acontecimento observando as marcas de
catraca e marcas de praia e devemos observar se existe
algum indicativo de trincas, inclusões ou outras marcas
que podem ter se tornado um concentrador de tensão
anormal da peça.
A fratura de ciclo baixo ocorre após poucas horas de
cargas aplicadas. Durante a fadiga uma pequena trinca
se inicia num concentrador de tensão normal (contorno)
ou anormal (inclusão) e cresce a cada ciclo.
Dependendo da fratura final podemos determinar o tipo
de carga (alta) e se foi frágil ou dúctil.

Menor quantidade de ciclos (marcas)


Superfície mais rugosa;
Coloração escura;
Marcas de praia mais espaçadas e de fácil visibilidade.

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MARCAS DE PRAIA FADIGA POR FLEXÃO

Marcas formadas quando a trinca muda de velocidade. Produz marcas que iniciam em um lado e terminam no
Não se forma em material duro. outro.

MARCAS DE CATRACA FADIGA POR FLEXÃO REVERSA

Marcas formadas quando a trinca muda de velocidade.


Indicam altas tensões. A fratura por flexão reversa produz marcas de praia
Indicam o início da fratura
iniciando em cada lado da peça e se deslocam na
mesma direção central. Quando se unem torna-se a
FADIGA POR TENSÃO fratura final.

FADIGA POR FLEXÃO ROTACIONAL

A fadiga por tensão cria marcas de praia circulares em A fratura por flexão rotacional produz marcas de praia
direção à superfície ou saindo da superfície. Neste caso iniciando na parte externa peça e em direção ao centro.
elas formam círculos concêntricos que terminam da Quanto mais centralizada a carga, mais central é a
fratura final.

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fratura final e se houver flexão no eixo haverá
deslocamento da fratura final.

FADIGA POR TORÇÃO

Formação de marcas de catraca e marcas de praia.


A fratura final progride em um ângulo de 45 graus devido
as cargas torcionais.
A fratura final com marcas de sargento.

LISTA DE VERIFICAÇÕES
• Obtenha as peças falhadas
• Classifique as fraturas
• Verifique todos os fatos
• Identifique o lado de inicialização da trinca.
• Identifique os concentradores de tensão.

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ANALISANDO FRATURAS
1. FRATURAS DÚCTEIS

O QUE VOCÊ VÊ?


• Áspera
• Escura
• Lábios de Corte
• Aspecto Fibroso
• Deformação Plástica

O QUE SIGNIFICA?
• Fratura Dúctil
• Usualmente resultado de defeito devido a aplicação de sobrecarga

O QUE FAZER?
• Encontrar o lado ou o local de inicialização da falha (interno ou oposto aos lábios de corte)
• Procurar concentradores de tensões anormais:
Falha de material
Pré-trinca – Inicialização na subsuperfícies
Mudança de contorno – Filetes afiados
Defeitos de Superfície – Corrosão, Vincos e Entalhes, outros tipos de desgastes
• Verificar a resistência do material:
Descoloração proveniente de aquecimento
Tratamento térmico não apropriado (profundidade, tenacidade, etc.)
Defeitos da peça – Depois de fabricada
• Identificar a fonte da sobrecarga

2. FRATURS FRÁGEIS

O QUE VOCÊ VÊ?


• Áspera
• Cintilante
• Marcas de Sargento
• Pouca ou quase nenhuma deformação plástica

O QUE SIGNIFICA?
• Fratura frágil
• Usualmente resultado de carga de impacto única

O QUE FAZER?
• Encontrar o lado ou local de inicialização da falha (marcas de sargento, do mesmo lado da peça
como falha por impacto proveniente de cargas de impactos).
• Procurar por concentradores de tensões anormais:
Falha de material
Pré-trinca – Inicialização na subsuperfícies
Mudança de contorno – Formas de Filete
Defeitos de Superfície – Corrosão, Vincos e Entalhes, outros tipos de desgastes
• Verificar a resistência do material:
Descoloração proveniente de aquecimento
Tratamento térmico não apropriado (profundidade, tenacidade, etc.)
Defeitos da peça – Depois de fabricada
• Identificar a fonte da carga de impacto.

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3. FRATURAS POR FADIGA

O QUE VOCÊ VÊ?


• Lisa
• Cinza prateado
• Marcas de Praia
• Marcas de Catraca
• Fratura final – áspera, dúctil ou frágil

O QUE SIGNIFICA?
• Fratura por fadiga
• Usualmente associada com a causa raiz da falha devido a concentradores de tensões anormais,
baixa resistência do material ou sobrecarga cíclica

O QUE FAZER?
• Encontrar o lado ou local de inicialização da falha (marcas de praia, marcas de catraca,
concentradores de tensão)
• Procurar por concentradores de tensões anormais:
Falha de material
Pré-trinca – Inicialização na subsuperfícies
Mudança de contorno – Formas de Filete
Defeitos de Superfície – Corrosão, Vincos e Entalhes, outros tipos de desgastes
• Verificar a resistência do material:
Descoloração proveniente de aquecimento
Tratamento térmico não apropriado (profundidade, tenacidade, etc.)
Defeitos da peça – Após fabricada
• Identificar a fonte da sobrecarga cíclica.

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