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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE RIO PRETO - UNIRP

CARLOS ALBERTO GOMES FILHO

errepe
hub criativo

Trabalho De Conclusão De Curso Monografia


apresentada como requisito parcial para a
obtenção do grau de bacharel em Arquitetura
e Urbanismo à Banca Examinadora Do Centro
Universitário De Rio Preto – UNIRP

Orientadora: Luciani Maria Vieira Rocha

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

2019
errepe
hub criativo
Aprovado em: __ /__ / __

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________

Prof. Prof.ª Ms. Luciani Maria Vieira Rocha


(Orientadora)

__________________________________________
Filho, Carlos Alberto Gomes.
Hub criativo / Carlos Alberto Gomes Filho - São José Prof.
do Rio Preto: UNIRP, 2019.
88 f.

Orientadora: Prof.ª. Ms. Luciani Maria Vieira Rocha.


Trabalho Final de Graduação (Graduação em
Arquitetura e Urbanismo) – Centro Universitário de Rio __________________________________________
Preto, São José do Rio Preto - SP, 2019.
Prof.

Referências.
1. Centro. 2. Hub criativo. 3. Economia Criativa. 5. São
José do Rio Preto. I. Rocha, Luciani Maria Vieira. II.Título.

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, ____de____de______


1
“Você não pode dar a alguém uma
injeção de criatividade. Você tem que
criar um ambiente para a curiosidade
e um caminho para encorajar pessoas
e ter o melhor delas”. (Ken Robinson)
RESUMO

Este trabalho apresenta o desenvolvimento do projeto arquitetônico


de um Hub Criativo no centro de São José do Rio Preto.
O trabalho ressalta a expansão dos espaços destinados ao carro, e
aborda a falta de vitalidade em horários noturnos e finais de semana.
Dessa forma, com o intuito de possibilitar a revitalização da área de
implantação, baseando-se nos conceitos da economia criativa e no de
fachada ativa, o programa foca em promover a integração entre pessoas,
a troca de informações e a possibilidade de gerar economia a partir da
criatividade, visando as novas necessidades do indivíduo contemporâneo,
fundamentadas na carência de tempo vago e na busca por espaços que
oferecem múltiplas atividades.

Palavras chave:

Centro, São José do Rio Preto, Economia Criativa, Hub Criativo.


ABSTRACT

This paper presents the development of the architectural


design of a Creative Hub in downtown São José do Rio Preto.
The work highlights the expansion of open spaces in the car
and addresses the lack of vitality at night and weekend hours.
Thus, in order to enable the revitalization of the area of ​​implementation,
based on the concepts of creative economy and not the active façade, the
program focused on promoting integration between people, an exchange of
information and the possibility of generating savings to from creativity, using
the new needs of the contemporary individual, based on the lack of time and
the search for spaces that involve various activities.

Key words:

Center, Sao Jose do Rio Preto, Creative Economy, Creative Hub.


LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1: A ECONOMIA CRIATIVA E A DINÂMICA DE FUNCIONAMENTO...............................22
FIGURA 2: DIVISÃO DAS INDÚSTRIAS CRIATIVAS CONFORME UNCTAD..................................22
FIGURA 3: ESCOPO DE SETORES CRIATIVOS – UNESCO (2009)..................................................23
FIGURA 4: ATIVIDADES ASSOCIADAS AOS SETORES CRIATIVOS NUCLEARES – UNESCO
(2009)........................................................................................................................................................... 24
FIGURA 5: ESCOPO DE SETORES CRIATIVOS SEGUNDO O MINC................................................25
FIGURA 6: PORTO DIGITAL - RECIFE/PE..................................................................................................27
FIGURA 7: FAB LAB LIVRE SP...................................................................................................................... 28
FIGURA 8: ATERRO QUE SE TORNOU BATTERY PARK CITY, NY 1974........................................ 29
FIGURA 9: BATTERY PARK CITY ATUALMENTE................................................................................... 29
FIGURA 10: SUGAR HILL, HALEM - NY..................................................................................................... 30
FIGURA 11: MEDIDAS ANTIGENTRIFICAÇÃO EM LISBOA - PORTUGAL......................................32
FIGURA 12: 1 - PERSPECTIVA PRAÇA INTERNA, 2- MIDIATECA, 3- PERSPECTIVA
FACHADA FRONTAL, 4 – DETALHE BRISE – CASA FIRJAM....................................................35
FIGURA 13: INSERÇÃO URBANA CASA FIRJAM. ................................................................................ 36
FIGURA 14: ENTORNO CASA FIRJAM. ADAPTADO..............................................................................37
FIGURA 15: PALACETE LINEU DE PAULA MACHADO.........................................................................37
FIGURA 16: IMPLANTAÇÃO CASA FIRJAM............................................................................................. 38
FIGURA 17: VOLUMETRIA CASA FIRJAM................................................................................................. 39
FIGURA 18: TÉRREO CASA FIRJAM...........................................................................................................40
FIGURA 19: PRAÇA ELEVADA CASA FIRJAM......................................................................................... 41
FIGURA 20: PRIMEIRO PAVIMENTO CASA FIRJAM............................................................................ 42
FIGURA 21: MEZANINO CASA FIRJAM...................................................................................................... 43
FIGURA 22: SEGUNDO PAVIMENTO CASA FIRJAM............................................................................. 44
FIGURA 23: A - CORTE CASA FIRJAM, B - CORTE GERAL DO COMPLEXO, C - VISTA
FRONTAL..................................................................................................................................................... 45
FIGURA 24: CASA FIRJAM EM CONSTRUÇÃO...................................................................................... 46
FIGURA 25: 1 - FACHADA FRONTAL, 2 - PERSPECTIVA POSTERIOR, 3 - DETALHE
POSTERIOR, 4 - FACHADA LATERAL.............................................................................................. 48
FIGURA 26: IMPLANTAÇÃO ARTLAB........................................................................................................ 49
FIGURA 27: ENTORNO ARTLAB................................................................................................................. 50
FIGURA 28: VOLUMETRIA DO EDIFÍCIO NO TERRENO – ARTLAB.............................................. 50
FIGURA 29: PLANTA ARTLAB........................................................................................................................51
FIGURA 30: 1 - CORTES A E B, 2 - PERSPECTIVA ISOMÉTRICA......................................................52
FIGURA 31: PERSPECTIVA ISOMÉTRICA ESTRUTURAL.....................................................................52
FIGURA 32: 1 - ÁREA SOCIAL | COPA, 2 - CIRCULAÇÃO | HALL CENTRAL, 3 - VISTA DA
PRAÇA EXTERNA,.................................................................................................................................... 54
FIGURA 33:PERSPECTIVAS INTERNAS DO GALPÃO DA MALHA................................................. 56
LISTA DE TABELAS
FIGURA 34: INSERÇÃO URBANA – MALHA............................................................................................57
TABELA 1: Programa de Necessidades..........................................................................................................77
FIGURA 35: ENTORNO GALPÃO MALHA................................................................................................ 58
FIGURA 36: PLANTA MALHA........................................................................................................................ 58
FIGURA 37: CORTES MALHA........................................................................................................................ 59
FIGURA 38: ESPAÇOS DE ESTAR NO GALPÃO DA MALHA............................................................60
FIGURA 39: 1 - TELÃO,.....................................................................................................................................60
FIGURA 40: 1 - COBERTURA TRANLÚCIDA, 2 - FACHADA MALHA.............................................. 61
FIGURA 41: PRIMEIRO TRAÇADO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO ELABORADO POR
UGOLINI EM 1893...................................................................................................................................... 63
FIGURA 42: FOTO DA ANTIGA CATEDRAL DE SÃO JOSÉ.............................................................. 64
FIGURA 43: ANTIGO CARTÃO POSTAL DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO QUE ESTAMPAVA A
IMAGEM DA NOVA CATEDRAL........................................................................................................... 64
FIGURA 44: DELIMITAÇÃO DO CALÇADÃO.......................................................................................... 65
FIGURA 45: FACHADA FRONTAL R. GENERAL GLICÉRIO. RESIDÊNCIA DE POTENCIAL
HISTÓRICO.................................................................................................................................................. 66
FIGURA 46: FACHADA LATERAL R. INDEPENDÊNCIA. RESIDÊNCIA DE POTENCIAL
HISTÓRICO.................................................................................................................................................. 66
FIGURA 47: GALPÕES DE ESTACIONAMENTOS 1, R. XV DE NOVEMBRO................................. 66
FIGURA 48: GALPÕES DE ESTACIONAMENTOS 2, R. XV DE NOVEMBRO................................ 66
FIGURA 49: R. BENJAMIM CONSTANT, CALÇADÃO AOS DOMINGOS....................................... 67 ESTUDO PRELIMINAR - PROJETO
FIGURA 50: PRAÇA RUI BARBOSA, CALÇADÃO, AOS DOMINGOS............................................ 67
iMPLANTAÇÃO ..........................................................................................................................................82 - 83
FIGURA 51: R. XV. DE NOVEMBRO AOS DOMINGOS.......................................................................... 67
FIGURA 52: MAPA DE LOCALIZAÇÃO DO CENTRO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO............. 68
FIGURA 53: MAPA DE LOCALIZAÇÃO DOS TERRENOS PROPOSTOS....................................... 69
FIGURA 54: QUADRAS PROPOSTAS......................................................................................................... 70
FIGURA 55: MAPA DE ZONEAMENTO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – PLANO DIRETOR
2019..................................................................................................................................................................71
FIGURA 56: MAPA DE USO DO SOLO........................................................................................................72
FIGURA 57: MAPA DE FIGURA FUNDO.....................................................................................................73
FIGURA 58: MAPA DE GABARITO................................................................................................................74
FIGURA 59: MAPA DE HIERARQUIA FÍSICA............................................................................................75
FIGURA 60: ORGANOGRAMA.......................................................................................................................78
FIGURA 61: FLUXOGRAMA............................................................................................................................ 79
FIGURA 62: VOLUME DE MASSAS 3D........................................................................................................ 81
SIGLAS

DSH - Departmanento de Soluções Habitacional


FAB LAB - Laboratório de Fabricação
FIRJAM - Federação das Indústrias do Rio de Janeiro
FUNDAP - Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias
MINC - Ministério da Cultura
UNCTAD - Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento
UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.............................................................................................................19
1. CONCEITOS SOBRE A ECONOMIA CRIATIVA.................................. 20
1.1. Setores criativos................................................................................................22
1.2. A criatividade e os espaços criativos........................................................25
1.3. Desenvolvimento local e a gentrificação.................................................28
2. ANÁLISES PROJETUAIS................................................................................34
2.1. CASA FIRJAM.....................................................................................................35
2.2. Harvard ArtLab.................................................................................................. 48
2.3. MALHA..................................................................................................................56
3. O CENTRO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO.............................................62
3.1. Implantação do projeto...................................................................................68
4. DIRETRIZES PROJETUAIS............................................................................76
4.2. Conceito e Partido.......................................................................................... 80
4.3. Evolução do projeto....................................................................................... 80
5. PROJETO............................................................................................................. 84
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................88
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................. 90
INTRODUÇÃO

O acelerado processo de urbanização do Centro de São José do Rio


Preto, produziu um espaço comercial, que apesar de ser referência em
toda a cidade e municípios adjacentes, mantém-se ativo apenas em horário
comercial. Este fator, somado a falta de espaços direcionados ao lazer,
cultura e arte, e ao aumento de lotes direcionados a estacionamentos,
gera uma atmosfera sem vitalidade após o expediente padrão.
Considerando isto, o objetivo principal deste trabalho, é a
realização de um anteprojeto arquitetônico de um Hub Criativo, onde,
através da economia criativa, que integra diferentes setores criativos, e
impulsiona o desenvolvimento social e econômico das cidades, busca-se
uma possível revitalização de todo o entorno da área de implantação.
Dessa maneira, com o intuito de compreender melhor a economia
criativa, foi realizado pesquisas específicas sobre o tema, onde buscou-
se apresentar sua abrangência e possibilidades, para com a cidade
e a população. Verificou-se também, possíveis estratégias, soluções
e deficiências em análises projetuais arquitetônicas de edifícios
nacionais e internacionais que se baseiam no conceito criativo.
A proposta do Hub é projetar um ambiente semipúblico, que integre
cultura, arte, lazer, educação e empreendedorismo, de forma interativa,
colaborativa e dinâmica, propiciando a troca, o aprendizado e a geração de
valor agregado.

19
A temática das indústrias criativas surge, em 1994 na Austrália,
apesar de já ocorrer na época, discussões sobre uma nova economia,
é lá que o termo surge, como conceito de uma nova política. Em 1997, a
expressão ganha força no Reino Unido, e é utilizado no manifesto pré-
eleitoral do partido trabalhista, onde se identificou e reconheceu a
necessidade de políticas públicas para estimular o ritmo de crescimento
das indústrias criativas, que já era expressivo (MIGUEZ, 2011).
No Brasil os debates sobre economia criativa são mais tardios, é
só em junho de 2004, em São Paulo, que o conteúdo é abordado na XI
reunião ministerial das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento
(UNCTAD). Após o evento surgiram o I Fórum Internacional de
Indústrias Criativas em 2005, o módulo de Economia Criativa inserido no
Fórum Cultural Mundial em 2006 e dois seminários internacionais em
2007 na cidade de São Paulo e no Ceará (REIS, 2008).
A partir disso, os principais estudos sobre o mercado criativo nacional
brasileiro foram conduzidos pela FIRJAN em 2008, pela FUNDAP em 2011
e pelo Ministério da Cultura também em 2011, onde apesar de possuir
divergências em relação a critérios de escolha dos setores criativos,
conforme estratégias de atuação, define que economia criativa abrange
o patrimônio material e imaterial, e que a criatividade desempenha o
papel principal para a geração de valor (P7 Criativo, 2018).
Sendo assim, a economia criativa pode ser entendida como sendo:
[...} a economia do intangível, do simbólico. Ela se alimenta dos
talentos criativos, que se organizam individual ou coletivamente para
produzir bens e serviços criativos. Por se caracterizar pela abundância
e não pela escassez, a nova economia possui dinâmica própria e,
por isso, desconcerta os modelos econômicos tradicionais, pois
seus novos modelos de negócio ainda se encontram em construção,
carecendo de marcos legais e de bases conceituais consentâneas
com os novos tempos (MINC, p.24).

Entretanto, não se deve entender a economia criativa como um


aglomerado de empresas criativas, considerando que a criatividade fomenta
a inovação desde muito tempo.
A novidade reside no reconhecimento que o contexto formado
pela convergência de tecnologias, globalização e a insatisfação com
o atual quadro socioeconômico mundial atribuem à criatividade o
papel de motivar e embasar novos modelos de negócios, processos
organizacionais e institucionais e relações que galvanizam um novo

1. CONCEITOS SOBRE A modelo (REIS, p.23).

ECONOMIA CRIATIVA
21
A UNESCO, organiza os setores em duas macrocategorias; a primeira
é definida como setores nucleares, este corresponde aos setores de
origem essencialmente criativa; a segunda é definida como setores
criativos relacionados, estes não são essencialmente criativos, porém
se relacionam e são impactados diretamente pelos setores nucleares. É
definido também, setores transversais a estes, como o patrimônio imaterial,
educação e capacitação, registro, memória e preservação; e, por último,
o de equipamentos e materiais de apoio aos setores criativos nucleares e
relacionados (Minc, 2011).

Figura 1: A Economia Cristiva e dinâmica de funcionamento


Fonte: Plano da secretaria da economia criativa, p.24 (MIC 2011)

1.1. Setores criativos


Para DUISENBERG (2008), chefe do Programa de Economia e Indústrias
Criativas da UNCTAD, as indústrias criativas interagem com inúmeros
subsetores, que vão desde do artesanato tradicional até as áreas voltadas a
tecnologia como o design ou novas mídias. Sendo assim, a UNCTAD divide as
indústrias criativas em quatro categorias, que se subdividem em oito áreas,
conforme quadro abaixo.

Figura 3: Escopo de setores criativos – UNESCO (2009)


Fonte: Plano da Secretaria da Economia Criativa, p.27 (Minc 2011).

Figura 2: Divisão das indústrias criativas conforme UNCTAD.


Fonte: Economia criativa como estratégia de desenvolvimento: uma visão dos países em
desenvolvimento, p.62 (2008)

22 23
O Plano da Secretaria da Economia Criativa - MinC (2011, p.22) define
como setores criativos “todos aqueles cujas atividades produtivas têm como
processo principal um ato criativo gerador de valor simbólico, elemento
central da formação do preço, e que resulta em produção de riqueza cultural
e econômica.”

O escopo do Ministério da
Cultura era limitado aos setores
com característica artístico-
cultural como dança, música,
ópera etc., após ampliação
dessa classificação, passou a
contemplar os setores de base
cultural com aplicabilidade
funcional como arquitetura e
design (MinC, 2011).
Percebe-se que a economia
criativa abrange inúmeros campos,
que variam desde a alta tecnologia,
até artes populares regionais,
entretanto todas elas, possuem
a criatividade como combustível
norteador, que possibilita novas
ideias, novas soluções, e apresenta
um produto final de consumo com
mais inovação e qualidade.

Figura 5: Escopo de Setores


Criativos segundo o MINC
Fonte: Plano da Secretaria da
Economia Criativa - Ministério da
Cultura, p. 29 (2011).

1.2. A criatividade e os espaços criativos


Figura 4: Atividades associadas aos Setores Criativos Nucleares – UNESCO (2009)
Fonte: Plano da Secretaria da Economia Criativa, p. 28 (MINC 2011). O termo criatividade vem sendo muito utilizado e procurado no mercado
atual, “a palavra criatividade origina-se do latim “creare”, cujo significado é criar,
fazer, elaborar. No grego, a palavra “krainen” (criatividade) significa realizar,
desempenhar, preencher.” (PFEIFER, 2001, p.26 apud VALENTIM, 2008, p.03)

24 25
Entre inúmeras definições de estudiosos, Valentim (2008, p.04) define Figura 6: Porto Digital - Recife/PE

a criatividade como sendo: 1. Prefeitura: Prédio da Prefeitura


Municipal do Recife.
[...] um processo cognitivo, individual ou coletivo, que gera 2. Edifício Vasco Rodrigues:
ideias e perspectivas originais para uma determinada questão Prédio que abriga empresas como
problemática ou não. Nesse sentido, acredita-se que a criatividade é Microsoft, Accenture e IBM.
pensar algo original e a inovação é a execução, ou seja, a inovação é 3. NGPD e C.A.I.S.: Núcleo de
a implantação da ideia criativa (VALENTIM, 2008, p.04) Gestão do Porto Digital, entidade
responsável pela governança
A criatividade está vinculada diretamente a três estruturas principais corporativa do polo; no imóvel
distintas: anexo fica a incubadora C.A.I.S.
4. C.E.S.A.R: Sede do Centro de
• a personalidade de cada indivíduo, que pode favorecer ou não a Estudos e Sistemas Avançados
sua tendência a criação; do Recife, principal núcleo de
pesquisa e inovação do parque
• o ambiente de trabalho que pode inibir ou promover expressões tecnológico.
criativas; 5. ITBC: O Information
Technology Business Center foi o
• e os aspectos socioculturais (ALENCAR,1998, p.19). primeiro prédio doado pelo poder
público ao Porto Digital.
As empresas criativas além de possuir um modelo de ambiente de 6. SECTEC: Sede da Secretaria
de Ciência e Tecnologia, principal
trabalho mais propício a criação, tendem a se localizar em territórios canal de articulação do NGPD
onde este estímulo seja amplificado. Estes locais podem ser classificados com o poder público.
7. RUA DO BOM JESUS:
como clusters criativos, hubs, polos criativos ou clusters locais. Endereço tradicional do Recife
O clusters criativos, por exemplo, são aglomerações regionais antigo e ponto de encontro para
a comunidade de negócios locais.
espontâneas de empresas criativas, que buscam, pela colaboração
Fonte: revistapegn.globo.com/Revista/ Co
ou pela concorrência, aprimorar pequenas empresas. Clusters bem-
mon/0,,ERT292339-17171,00.html
sucedidos atraem consumidores, fornecedores, e investimentos, Acesso: 03 set. 2019
beneficiando as empresas de modo geral (EVANS, 2013).
O Porto Digital abriga hoje 300 empresas, sendo assim um bom exemplo
de cluster criativo, ele é representante da nova economia de Recife, sendo
hoje um dos principais parques tecnológicos do Brasil. Atua nos segmentos
Os hubs e polos criativos, ou clusters locais, são pequenas empresas
de software e Tecnologia da Informação e Comunicação e Economia Criativa;
de setores distintos, localizadas geralmente em um bairro ou edifício.
mas com foco principal em games, cine-vídeo-animação, música, fotografia,
Atualmente, quase todas as grandes cidades possuem espaços criativos,
design e tecnologias urbanas.
combinando na maioria dos casos em sua estrutura ateliês, escritórios,
espaços para espetáculos, espaços para consumo, alguns até se
especializam em determinadas formas de arte e mídia, e a maioria ocupam
antigos edifícios industriais. O compartilhamento de informações e
o processo colaborativo estimulam a inovação (EVANS, 2013).
O FAB LAB LIVRE SP por exemplo, é uma rede de laboratórios públicos
equipados com inúmeros aparelhos eletrônicos tecnológicos, direcionados
ao aprendizado, criatividade e inovação, possibilitando a população de São
Paulo aprender, criar e desenvolver diversos objetos de forma acessível,
colaborativa e democrática.

26 27
Figura 7: FAB LAB LIVRE SP É o que ARANTES exemplifica quando cita uma das famosas
requalificações nova iorquinas, a de Battery Park:
[...] concebido em meados dos anos 1960 como uma nova
área de habitação em Manhatam, destinada em princípio a várias
camadas sociais, foi aos poucos se transformando num vasto projeto
de gentrificação impulsionado por uma sucessão de crises (algumas
forjadas) e medidas governamentais de “socorro”, com o seu habitual
cortejo de comércio chique e amenidades culturais, entre as quais um
verdadeiro festival de arte pública (ou o que atualmente passa por lá),
no qual se consagraria a união entre arte e urbanismo, devidamente
emoldurada por uma fantasia kitsch,[...] (ARANTES, p.21)

Figura 8: Aterro que se tornou Battery Park City, NY 1974.

Fonte: estudiogreta.com.br/post/fab-lab-livre-sp
Acesso: 03 set. 2019

Para Evans (2013) é importante que estes espaços, obtenham outros


fatores criativos advindos de consumidores, professores entre outros, além
disso, é essencial que estes possuam um mercado interno voltado a compras e
vendas; assim como eventos; atividades, redes e publicações; espaços públicos,
Fonte: flickr.com/photos/wavz13/4084659026/in/set-72157622632536255. Adaptado.
direcionados ao lazer e cultura; instituições de cultura e educação, podendo
Acesso em: 03. set. 2019
inclusive receber algum apoio legal em relação ao zoneamento do município.
Sendo assim, a classe criativa, passa a impulsionar a transformação urbana,
Figura 9: Battery Park City Atualmente.
através de um novo padrão de estilo de vida e usos da cidade em geral.

1.3 Desenvolvimento local e gentrificação


Percebendo a possibilidade dessa mudança, inúmeras cidades pelo
mundo passam a explorar os setores criativos. O intuito de promoção
à cidade como centro cultural, associa cultura, inovação tecnológica
e patrimônio histórico, proporcionando restaurações urbana.
Entretanto, nem tudo é positivo, considerando que a área ao receber
um ou mais clusters criativos poderá atrair novos investimentos, dessa forma
também poderá promover a revitalização do espaço, em contraponto uma
supervalorização da área, acarretando uma possível gentrificação. Fonte: perkinseastman.com/project_3406274_battery_park_city. Adaptado
Acesso: 03. set. 2019

28 29
E quando fala dos tombamentos históricos de vários edifícios no Harlem JACOBS (1969) pensando nos cidadãos que não podiam pagar por
também em Nova York, principalmente em Hamilton Heighs e Sugar Hill: moradia, e como forma de possibilitar a estruturação e a permanência
[...] – ou seja, novamente o óbvio: em nome de uma memória de famílias pobres nos bairros em processo ou já revitalizados, propõe o
reativada e de uma identidade reconquistada, não cabe perguntar método de renda garantida, que consiste na construção de edifícios, pela
pela sorte dos atuais habitantes que seguramente não poderão arcar
com os custos de aluguel, quando apartamentos de sala e quarto iniciativa privada, sendo estimulada por um departamento governamental.
passam a custar US$ 2 mil ao mês. (ARANTES, p.22) Este departamento, que a autora define como DSH (Departamento de
Subvenção Habitacional), garantiria ao construtor ajuda ou financiamento
Figura 10: Sugar Hill, Halem - NY
da construção, e tambem o aluguel das unidades habitacionais do edifício.
O proprietário, por sua vez, construiria em área determinada, e
também escolheria os inquilinos para as habitações, preferencialmente de
áreas próximas. Estes teriam suas rendas analisadas pelo DSH, que calcularia
o percentual do aluguel a ser subsidiado. Conforme a melhoria de renda,
aumenta-se o aluguel, até que não seja mais necessário a subvenção.
Para JACOBS (1969) com este método, seria possível:

• estimular novas construções em localidades degradadas,


possibilitando a permanência dos moradores;

• Aumentar as unidades habitacionais em bairros que necessitam;

• Contribuir para a ocupação de vazios urbanos, decorrentes da


abertura de vias em quadras extensas;

• Manter moradores cuja habitação necessitasse ser demolida;

• Reduzir a densidade habitacional em áreas que necessitam;

• Executar estas possibilidades, misturando classes com rendas


distintas.

Mendes (2017), buscando manter a população do centro histórico de Lisboa,


uma das cidades da Europa com a menor densidade populacional, apresenta
Fonte: elegran.com/blog/2013/07/in-the-heart-of-harlems-renaissance-sugar-hill
Acesso: 03 set. 2019 medidas e recomendações antigentrificação. Tais medidas são baseadas no
processo de gentrificação causados pelo Turismo na cidade.
A gentrificação pode ser definida como sendo a substituição de uma
classe de menor poder aquisitivo em um bairro, por uma classe com estatuto
socioeconômico mais elevado. As estruturas capitalistas, com o intuito de
gerar riqueza, acabam por regular o processo gentrificador, seja ela através
de grandes construções ou revitalizações/reurbanizações no espaço urbano,
a classe vulnerável de forma obrigatória ou por não conseguir arcar com a
valorização da área, deixam suas residências, e se realocam em regiões mais
pobres, muitas vezes periféricas.

30 31
Figura 11: Medidas antigentrificação em Lisboa - Portugal

Fonte: Mendes (2017)


Acesso: 23 ago. 2019

Fica claro que são necessárias políticas públicas que possam direcionar e
amparar a população de menor poder aquisitivo, protegendo-as do processo
gentrificador, que intensifica a segregação residencial e a divisão social do
espaço urbano.

32
2.1. Casa FIRJAN

Figura 12: 1 - Perspectiva Praça Interna, 2- Midiateca,


3- Perspectiva Fachada Frontal, 4 – Detalhe Brise – Casa FIRJAM

Fonte: archdaily.com.br/br/908339/casa-
firjan-da-industria-criativa-atelier77
Acesso: 28 ago. 2019

Escritório(s)/Arquiteto(s): Atelier 77
2. ANÁLISES Localização: Rio de Janeiro | Brasil

PROJETUAIS
Área Construída: 8.000 m²
Ano do projeto: 2012
Conclusão do Projeto: 2018

35
Localizado na zona sul do Rio de Janeiro, a Casa FIRJAM é um centro Figura 14: Entorno Casa FIRJAM.
criativo e tecnológico, voltado ao empreendedorismo, a educação e a cultura.
O projeto nasceu de um concurso promovido pela própria Federação das
Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAM).

Figura 13: Inserção Urbana Casa FIRJAM.

Fonte: Google Earth. Adaptado.


Acesso: 28 ago. 2019

O palacete Lineu de Paula Machado, que junto ao seu jardim, são tombados
como patrimônio histórico, é uma das construções existentes no terreno onde
o projeto foi implantado. A Casa FIRJAM então, complementa o programa do
palacete, que hoje se tornou um centro cultural, logo, em busca do lúdico, cria
uma praça reservada, e implanta o novo edifício, de forma que, além de preservar
as edificações e as árvores existentes, seja possível a distinção de estilos e
períodos, gerando um local de contemplação, confraternização e lazer.

Figura 15: Palacete Lineu de Paula Machado.

Fonte: Google Earth. Adaptado.


Acesso: 28 ago. 2019

Ficando aproximadamente dez minutos do Parque Aterro do Flamengo,


e oito minutos da praia do Botafogo, a Casa FIRJAM, está inserida em um
terreno de 10.000 m², no bairro Botafogo no Rio de Janeiro, onde já existiam
duas construções centenárias. Seu entorno apresenta usos diversificados, e
gabarito entre três e trinta pavimentos.
Fonte: rioadentro.blogosfera.uol.com.br/2018/08/03/casa-firjan-abre-ao-publico-em-
palacete-historico-reformado/. Adaptado.
Acesso: 04 set. 2019

36 37
O acesso principal ao complexo é feito pela rua Guilhermina Guinle, uma Figura 17: Volumetria Casa FIRJAM.
via local de aproximadamente treze metros, tendo calçadas em torno de dois
e dois metros e meio.

Figura 16: Implantação Casa FIRJAM.

Fonte: archdaily.com.br/br/908339/casa-firjan-da-industria-criativa-atelier77. Adaptado.


Acesso: 28 ago. 2019

Analisando a volumetria, pode-se identificar que o edifício é


composto por dois blocos sobre uma única base e conectados no último
pavimento. Os diferentes setores se conectam por uma rota que na
maior proporção é localizada pelos recortes criados nas fachadas. O
vazio entre os blocos, é parte desde percurso e forma a praça elevada.
No primeiro pavimento, área onde está inserido a midiateca, a
construção avança sobre a área livre no térreo, criando assim, um cinema a
céu aberto.

Fonte: atelier77site.com.br/casa-firjan. Adaptado.


Acesso: 28 ago. 2019

38 39
O edifício recém construído, é o primeiro contato do usuário com o A circulação vertical no edifício da Casa FIRJAM, assim como
complexo. Ao adentrar, através de um átrio aberto, os indivíduos se deparam grande maioria, pode ser feita por elevadores, ou por escadas. A escada
com um harmonioso espaço de convivência, composto por uma área de direcionada ao público, foi revestida na cor amarela, em todo seu percurso,
exposição, loja, restaurante; a praça interna onde acontecem apresentações e esta direciona o indivíduo a uma área livre no primeiro pavimento,
musicais, cinema ao ar livre, e onde encontram-se as casas geminadas e o chamada de praça elevada. Nesta área, a face voltada a praça interna
palacete, que possuem programas específicos. e ao palacete, é toda vazada, o que proporciona visão privilegiada a
quem nela permanece, além disso, o piso, paredes e forro, receberam
Figura 18: Térreo Casa FIRJAM. revestimentos da mesma cor da escada, criando um espaço lúdico que
além de potencializar a criatividade se torna o coração do edifício.
A praça elevada, pode abrigar apresentações de menor escala, pode ser
utilizada como um espaço de espera para acesso a midiateca, administração
ou ao auditório, espaços também inseridos neste pavimento; pode servir como
um espaço de descanso, contemplação e reflexão ou apenas para passagem.

Figura 19: Praça Elevada Casa FIRJAM

Fonte: archdaily.com.br/br/908339/casa-firjan-da-industria-criativa-atelier77. Adaptado.


Acesso: 28 ago. 2019
Fonte: archdaily.com.br/br/908339/casa-firjan-da-industria-criativa-atelier77. Adaptado.
Acesso: 28 ago. 2019

40 41
Figura 20: Primeiro Pavimento Casa FIRJAM Figura 21: Mezanino Casa FIRJAM

Fonte: archdaily.com.br/br/908339/casa-firjan-da-industria-criativa-atelier77. Adaptado.


Acesso: 28 ago. 2019 Fonte: archdaily.com.br/br/908339/casa-firjan-da-industria-criativa-atelier77. Adaptado.
Acesso: 28 ago. 2019

Para que o auditório e parte da midiateca pudessem ter pé direito duplo, foi
criado um mezanino técnico entre o primeiro e o segundo pavimento.
No segundo pavimento e último, estão inseridas as salas direcionadas
aos cursos disponíveis do complexo, incluindo uma FAB LAB. Ao todo são
disponibilizadas 1200 vagas a população, dessas, 250 são direcionadas
ao cidadãos de baixa renda, gerando a oportunidade de uma qualificação
aprimorada a quem não tem condições.

42 43
Figura 22: Segundo Pavimento Casa FIRJAM

Fonte: archdaily.com.br/br/908339/casa-firjan-da-industria-criativa-atelier77. Adaptado.


Acesso: 28 ago. 2019

44 45
O edifício possui estrutura metálica, laje tipo steel deck e cobertura
verde. Internamente, para obter um melhor conforto acústico, foi aplicado
lã de PET, com fibras de poliéster nos tetos, recoberta por forro metálico
perfurado.
Figura 24: Casa FIRJAM em Construção

Fonte: atelier77site.com.br/casa-firjan
Acesso: 28 ago. 2019

A escolha de fazer a análise projetual da Casa FIRJAM, se deu


principalmente por seu programa de necessidades, que o faz ser um
edifício de arte, cultura, lazer, educação, contemplação; que integra
o setor privado e o setor público de forma harmoniosa.
É uma construção sustentável, implantada de forma
respeitosa e inteligente, que possui um desenho funcional
e arrojado, e uma fachada convidativa, que desperta a
curiosidade do transeunte, e de forma involuntária o atrai.

46
2.2. Artlab Harvard ArtLab é um espaço de arte, que abriga estúdios de gravação, estações
de edição de som e salas para ensaio, improvisação e apresentações informais;
Figura 25: 1 - Fachada Frontal, 2 - Perspectiva Posterior, 3 - Detalhe Posterior, 4 - Fachada Lateral disponível para estudantes, artistas visitantes e a comunidade em geral. O
centro atua como um ativador colaborativo para a escola, e para os bairros
adjacentes, buscando incentivar e expandir a pesquisa interdisciplinar da
prática artística. O edifício está localizado no campus Allston, da Universidade
de Harvard em Cambridge, Massachusets.

Figura 26: Implantação ArtLab

Fonte: archdaily.com.br/br/921832/harvard-artlab-barkow-leibinger. Adaptado.


Acesso: 01 set. 2019.

A construção está inserida em frente a pista de atletismo, próximo


ao complexo de ciência e engenharia, e de outros laboratórios de inovação
Fonte: archdaily.com.br/br/921832/harvard-artlab-barkow-leibinger para empresas iniciantes; as edificações no entorno variam entre dois e 10
Acesso: 01 set. 2019
pavimentos.
Arquiteto: Barkow Leibinger
Localização: Allston, Boston, Massachusetts 02134, Estados Unidos
Área: 840.0 m2
Ano do projeto: 2018

48 49
Figura 27: Entorno ArtLab. O projeto buscou organizar os laboratórios, oficinas e espaços de arte
em geral, de forma que estes possuíssem um hall comum, criando assim uma
planta tipo cata-vento. Este hall, pode ser aberto ou fechado por grandes
portas de correr, e pode receber apresentações de diferentes seguimentos,
promovendo assim a interatividade no centro do complexo.

Figura 29: Planta ArtLab.

Fonte: Google Earth. Adaptado.


Acesso: 01 set. 2019

O principal acesso ao edifício acontece pela rua North Harvard Street,


uma via ampla bidirecional de aproximadamente 18 metros.

Figura 28: Volumetria do Edifício no Terreno – ArtLab. Adaptado.

Fonte: archdaily.com.br/br/921832/harvard-artlab-barkow-leibinger. Adaptado.


Acesso: 01 set. 2019

Fonte: archdaily.com.br/br/921832/harvard-artlab-barkow-leibinger
Acesso: 01 set. 2019

50 51
52 53
A edificação de apenas um pavimento, possui colunas e treliças de aço,
e lajes de concreto pré-moldado. Sua estrutura é fixada mecanicamente,
o que permite ser montada e desmontada, e se preciso até transferida
de forma fácil e eficiente. Além disso, a ArtLab foi projetada para
ser energia zero, sendo assim, recebeu em sua cobertura inúmeros
painéis fotovoltaicos. A estrutura metálica foi revestida com vidros
transparentes e painéis de policarbonato de alto isolamento, permitindo
a visão entre o interno e o externo e a entrada de luz natural.

Figura 32: 1 - Área Social | Copa, 2 - Circulação | Hall Central,


3 - Vista da Praça Externa, 4 – Laboratório

Fonte: archdaily.com.br/br/921832/harvard-artlab-barkow-leibinger
Acesso: 01 set. 2019

Sua estrutura aparente e o piso de concreto, remetem à um galpão


industrial, já na circulação, a madeira usada nas portas, e paredes,
contrastam com a frieza das paredes brancas, e traz um aconchego
e sofisticação, que é incrementada pela iluminação no forro.
O Edifício se destaca pela sua eficiência energética, por sua implantação
de baixo impacto e por sua grande quantidade de aberturas e o uso da luz
natural. É um projeto compacto e funcional, que promove encontros, trocas
e incentiva a pesquisa artística e a criação.

54
2.3. Malha A MALHA é uma plataforma que estabelece conexões, e
procura operar no mundo da moda, de forma mais sustentável,
Figura 33: Perspectivas Internas do Galpão da Malha colaborativa, local e independente. Pensando nisso, a
organização preferiu ocupar uma estrutura já existente.
O galpão escolhido está localizado na rua General Bruce, 274, no
bairro São Cristóvão no Rio de Janeiro, ao lado da via expressa elevada
João Goulart. Seu entorno imediato é composto por outros galpões e
pequenos comércios, e o gabarito varia entre um e seis pavimentos.
Para a MALHA o projeto para ocupar o galpão deveria ser um reflexo
da preocupação com as questões de sustentabilidade, e deveria ser também
um espaço democrático de aprendizado, encontro e troca. Partindo disso, o
escritório responsável optou por utilizar containers como principal elemento
construtivo, possibilitando assim uma obra mais limpa e rápida.

Figura 34: Inserção Urbana – Malha.

Fonte: //www.malha.cc/coworking
Acesso: 01 set. 2019

Arquitetos: Tavares Duayer Arquitetura


Localização: Rua General Bruce, 274, São Cristóvão, Rio de Janeiro, Brasil
Fonte: Google Earth. Adaptado.
Área: 2950.0 m2
Acesso: 01 set. 2019
Ano do projeto: 2016

56 57
Figura 35: Entorno Galpão Malha. Figura 37: Cortes Malha. Adaptado.

Fonte: Google Earth. Adaptado.


Acesso: 01 set. 2019 Fonte: archdaily.com.br/br/877156/malha-tavares-duayer-arquitetura. Adaptado.
Acesso: 01 set. 2019
Figura 36: Planta Malha.

Foram utilizados 42 containers remanufaturados, que podem


ser usados como salas de reuniões, lojas “pop-up” ou escritórios, e
estes foram posicionados de forma que espaços vazios fossem criados
e possam ser ocupados de diferentes formas, entre elas, desfiles,
feiras, debates, projeção de filmes ou apenas para circulação.
No centro do galpão, entre os containers, pallets foram dispostos,
criando assim, áreas de estar e pequenos canteiros com vegetação, que junto
aos mobiliários escolhidos, criam uma atmosfera que mistura a ambiência
residencial com a pública.

Fonte: archdaily.com.br/br/877156/malha-tavares-duayer-arquitetura. Adaptado


Acesso: 01 set. 2019

58 59
Figura 38: Espaços de Estar no Galpão da Malha. O galpão possui 9 metros de pé direito, e possui cobertura metálica
em duas águas, apoiada por treliças também metálicas. A entrada de
luz natural é favorecida pelas faixas de telhas translúcidas na cobertura,
entretanto, não há aberturas que possibilite a ventilação natural.
O projeto não apresenta relação com o contexto urbano, considerando
que este se fecha para a cidade quando mantém a fachada sem aberturas
que possibilite a visão entre interno e externo.

Figura 40: 1 - Cobertura Tranlúcida, 2 - Fachada Malha

Fonte: archdaily.com.br/br/877156/malha-tavares-duayer-arquitetura
Acesso: 01 set. 2019

A infraestrutura do projeto Malha é o seu principal diferencial. O espaço


cosewing, por exemplo, possui um maquinário de costura de uma fábrica
completa, além disso, o polo conta com um estúdio de fotografia, espaço
“coworking”, “showroom”, arquibancada para workshops ou apresentação
de filmes; laboratórios, entre outros.

Fonte: archdaily.com.br/br/877156/malha-tavares-duayer-arquitetura
Acesso: 01 set. 2019

O investimento total, gira em torno de 2 milhões de reais, e a maior parte deste,


veio de patrocinadores, como por exemplo, Sandálias Ipanema e a Farm.
Para utilizar o galpão, as marcas contribuem mensalmente a partir dos
planos disponíveis. O plano residente flex disponibiliza um container, com
todas contas pagas e acesso aos serviços, por 650 reais; já o residente fixo,
tem o custo mensal de 3500 reais, e dá o direito de utilizar seis containers
fixos, que podem ser personalizados, espaço para armazenamento e araras.
E para quem não possui uma marca, existe o clube malha, que a partir de 90
Figura 39: 1 - Telão, 2 - reais por pessoa, por mês, dá acesso aos eventos no espaço.
Coworking, 3 – Cosewing

Fonte: archdaily.com.br/
br/877156/malha-tava-
res-duayer-arquitetura
Acesso: 01 set. 2019

60 61
São José do Rio Preto está localizado no noroeste do estado de São
Paulo, e é considerado um polo econômico regional. Seu centro, que é o
marco de desenvolvimento do município, está localizado em um espigão
formado pelos fundos de vales dos córregos Canela e Borá. O seu traçado
inicial, uma malha ortogonal que remete a configuração de cidades coloniais,
teve sua primeira concepção em 1893. Com a chegada da estrada de ferro,
em 1912, a cidade inicia um processo de expansão da malha urbana, processo
este que se intensifica nos anos 50, devido ao transporte rodoviário por
meio das rodovias que conectavam o município a São Paulo, e Brasília ao
Sul do País. A partir deste cenário, observa-se a necessidade de um plano
urbanístico, que vai acontecer em 1958, com a primeira lei de zoneamento
proposta (TEODÓZIO, 2008).

3. O CENTRO DE
SÃO JOSÉ DO Figura 41: Primeiro
Traçado de São José do

RIO PRETO
Rio Preto elaborado por
Ugolini em 1893.
Fonte: BRANDI, 2002.
Acesso: 06 maio 2019.

62 63
A partir daí, o centro sofre inúmeras modificações, Figura 44: Delimitação do Calçadão.
e duas dessas, sendo as principais, ocorrem na década de 70.
A primeira transformação, e a mais impactante, foi a substituição da
catedral de São José por uma versão mais moderna.

Figura 42: Foto da Antiga


Catedral de São José.

Fonte: cidades.ibge.gov.br/
brasil/sp/sao-jose-do-rio-
-preto/historico
Acesso: 06 de maio de 2019.

Fonte: Autor, 2019.

Figura 43: Antigo Cartão O centro sofreu um rápido processo de urbanização, e apesar
Postal de São José do Rio das leis, que buscavam ordenar e qualificar o espaço, não se teve uma
Preto que Estampava a Ima-
gem da Nova Catedral. preocupação com áreas verdes, visto que o calçadão , área direcionada
ao pedestre, recebeu um piso impermeável em sua maior proporção;
Fonte: http2.mlstatic.com/
sjp-12592-postal-so-jose- também é percepitível o desapego com a memória da cidade, tendo
-do-rio-preto-s-p-vista-ae- como exemplo, a substituição e modernização da capela de São José.
rea-D_NQ_NP_19973-ML-
B20181465551_102014-F.jpg O aumento significativo do automóvel gerou a necessidade de espaço
Acesso: 06 de maio de 2019. livre para estacionar, e é resultante de boa parte da sucessão de impactos
negativos na área. Considerando o reflexo do desapego ao patrimônio, o
A segunda, foi a restrição do uso de automóveis no quadrilátero de 12
centro perde construções com estética arquitetônica de potencial histórico,
quadras integradas às praças Rui Barbosa, Praça da Igreja de São José e
onde algumas são sustituídas por barracões, com o intuito de saciar a
Dom Marcondes, transformado o centro comercial em área pedestrianizada,
necessidade de espaço para o carro, e outras permanecem de pé, todavia
denominada calçadão. (RAVAGNANI, 2015).
em estado de degradação.

64 65
Com a falta de espaços direcionados a cultura e o lazer no bairro (Ver
Mapa 01, p.), e com o surgimento de inúmeros barracões que não possuem
fachada ativa, e que assim como os comércios existentes, funcionam apenas
em horário comercial, o bairro passa a possuir ruas sem atividades, sem
interação com o pedestre e desertificadas após o horário de funcionamento
Figura 45: Fachada Frontal R. dos comércios e serviços em geral.
General Glicério. Residência de
Potencial Histórico.
Fonte: Autor. 22 set. 2019.

Figura 46: Fachada Lateral R.


Independência. Residência de Figura 49: R. Benjamim Cons-
Potencial Histórico. tant, Calçadão aos Domingos.
Fonte: Autor. 22 set. 2019. Fonte: Autor. 22 set. 2019.

Figura 50: Praça Rui Barbosa,


Calçadão, aos domingos.
Figura 47: Galpões de Estaciona- Fonte: Autor. 22 set. 2019.
mentos 1, R. XV de Novembro.
Fonte: Autor. 22 set. 2019.

Figura 48: Galpões de Esta-


cionamentos 2, R. XV de No- Figura 51: R. XV. de Novembro
vembro. aos Domingos.
Fonte: Autor. 22 set. 2019. Fonte: Autor. 22 set. 2019.

66 67
3.1. Implantação do projeto A região central, de modo geral, possui um gabarito elevado (Ver Figura
58, p. 74), e poucas áreas de solo disponível todavia, há poucas habitações,
O projeto proposto, busca uma possível requalificação grande parte das construções foram direcionadas para o uso comercial ou de
do centro rio-pretense, posto isto, os três terrenos analisados serviços (Ver Figura 56, p. 72), inclusive os terrenos propostos são ocupados
localizam-se em pontos diferentes dessa área.
por estacionamentos, ativos apenas durante o horário comercial.

Figura 52: Mapa de Localização do Centro de São José do Rio Preto. Adaptado. Figura 53: Mapa de Localização dos Terrenos Propostos. Adaptado.

Fonte: Google Earth Fonte: Google Earth


Acesso: 12 set. 2019 Acesso: 12 set. 2019

68 69
O terreno 1 está localizado na quadra entre as ruas Coronel Spínola de Os três terrenos propostos, estão situados na zona 5 conforme lei de
Castro, Silva Jardim, Jorge Tibiriçá e Av. Bady Bassit; já o terreno 2 está zoneamento, do novo plano diretor. Definida como recuperação urbana, esta
localizado na quadra entre as ruas Marechal Deodoro da Fonseca, Antônio zona permite usos residenciais, de atividades econômicas, e de uso misto;
de Godoy, Silva Jardim e XV de novembro; e o terreno 3 está localizado na possui índice de aproveitamento 4 e taxa de ocupação de 40%.
quadra entre as ruas XV de novembro, Jorge Tibiriçá, Siqueira Campos e
Voluntários de São Paulo. Figura 55: Mapa de Zoneamento de São José do Rio Preto – Plano Diretor 2019.

Figura 54: Quadras propostas.


485

486

1
AV. BA
DY BASS
IT
487

488

R. JORGE TIBIRIÇA
489
R. SILVA JARDIM

490

491

492

R. CORONEL SPINOLA DE CASTRO

2
487

R. XV DE NOVEMBRO
486
R. MARECHAL DEODORO DA FONSECA

485
484
R. SILVA JARDIM

483
482

R. ANTÔNIO DE GODOY
479
Fonte: riopreto.sp.gov. br/plano-diretor/
481 480
Acesso: 12 set. 2019

Além disso, os três podem ser acessados por duas ou mais


CALÇADÃO
491
R. VOLUNTÁRIOS DE SÃO PAULO vias, que em sua proporção maior vão ser locais e em seguida

3
490 coletoras, estão localizados próximos a pontos de transporte
R. SIQUEIRA CAMPOS

coletivo (Ver Figura 59, p. 75), e não possuem barreiras físicas


R. JORGE TIBIRIÇA

489

488
que de algum modo, impeça a transição de qualquer indivíduo.
Fica claro que os três terrenos propostos possuem características e
487
topografia semelhantes, até porque estão localizados no mesmo bairro. Sendo
486
R. XV DE NOVEMBRO
assim, devido a conexão que o terreno cria com o calçadão, fica escolhido o
ÁREA DE IMPLANTAÇÃO
485

EDIFICAÇÕES EXISTENTES A
terreno número 3, pois a partir do projeto, poderá obter-se uma continuidade
SEREM RETIRADAS
do mesmo.
0 50 100 150 200
Fonte: Autor

70 71
Figura 56: Mapa de Uso do Solo Figura 57: Mapa de Figura Fundo
Fonte: Autor, 2019 Fonte: Autor, 2019

72 73
Figura 58: Mapa de Gabarito Figura 59: Mapa de Hierarquia Física
Fonte: Autor, 2019. Fonte: Autor, 2019

74 75
4.1. Programa deNecessidades
e Pré-dimensionamento
Segue agora um programa de
necessidades e pré-dimensionado das áreas
escolhidas para compor o projeto. Todo o
programa está em conformidade, com as análises
projetuais, que nortearam a escolha dos espaços
necessários para se obter um projeto, integrado
e colaborativo, propulsor da criatividade.
Os setores são divididos em:
- Público, setor onde serão desenvolvidos
os comércios, exposições, atividades e lazer;
- Convenção, setor do auditório, onde
acontecerão palestras, workshops e afins;
- Administrativo, setor de
administração e controle de todo o edifício;
- Educacional, setor direcionado ao
ensino e desenvolvimento de projetos criativos;
- Empreendedorismo, setor que abrange
áreas ideais para autônomos e microempresas
trabalharem de forma colaborativa;
-Serviços, setor de organização e
limpeza do edifício, e higiene dos funcionários;
- e o Técnico, setor que
mantém o edifício em funcionamento.
A partir disso, foi desenvolvido um
organograma (Ver p.), afim de organizar os
ambientes dos setores, procurando entender
o grau de importância de cada um; e um e
um fluxograma (Ver p.), com a intenção de
compreender os fluxos que vão ocorrer em todo
o complexo.

4. DIRETRIZES

PROJETUAIS Tabela 1: Programa de Necessidades


Fonte: Autor, 2019.
77
Figura 60: Organograma Figura 61: Fluxograma

LEGENDA:
ESTUDANTES
ACESSO
PÚBLICO PRAÇA MICROEMPREENDEDORES SERVIÇO
MIDIATECA LOJAS CAFÉ CENTRAL ESTACIONA-
MENTO PÚBLICO ACESSO ACESSO ACESSO
SERVIÇOS
ADM.
ACESSO
GERÊNCIA
MIDIATECA CAFÉ LOJAS
ACESSO
SANITÁRIOS

CONTROLE
E PRAÇA
ESTACIONA-
APOIO SANITÁRIOS SEG. MENTO CENTRAL
COFFE
DEPÓSITO
GERADOR SUBESTAÇÃO

ARQUIVO
SANITÁRIOS

RECEPÇÃO
CONVENÇÃO FOYER AUDITÓRIO

SALA DE DML COPA VESTIÁRIOS DEP. LIXO


CAMARIM REUNIÕES

SALA DE
H
SANITÁRIOS CONTROLE MARKETING
E SEG. REUNIÕES
ADM. RECEPÇÃO

U ALMOX.

B COORKING SANITÁRIOS COPA


ESTAR
EDUCACIONAL
ADM.

C COPA COPA ARQUIVO GERÊNCIA

R COORKING

LAB.
I
SALA
ATELIÊ DE FAB LAB ÁUDIO E DE SANITÁRIOS COPA SALAS
ATELIÊ DE
MODA SANITÁRIOS FAB LAB DE APOIO/DEP.
VÍDEO AULA SANITÁRIOS MODA
A
AULA

T EMPREEN-
ESTAR

I DEDORISMO COORKING PAV.


MULTIUSO

V COORD. LAB.
DIGITAL
LAB.
ÁUDIO E
PEDAG.
O VÍDEO

SANITÁRIOS

GRÁFICA COPA SANITÁRIOS CAMARIM


PAV ÁREA
APOIO/DEP.
MULTIUSO MULTIUSO

APOIO AUDITÓRIO
FOYER DEPÓSITO

SUBESTAÇÃO
SERVIÇOS

LAJE
DML COPA VESTIÁRIOS DEP. LIXO TÉCNICA
GERADOR AR COND.

TÉCNICO LAJE
TÉCNICA
AR COND.

Fonte: Autor, 2019. Fonte: Autor, 2019.


78 79
4.2. Conceito Partido

O projeto aqui proposto, trata-se de um edifício que tem como inten-


ção principal fomentar a criatividade e o compartilhamento mútuo, através
da economia criativa.
A ideia é que este local, torne-se um espaço de encontro, de trocas, e
que seja referência em toda a cidade e municípios adjacentes, funcionando
em horários diferenciados, sendo uma atração para o entorno, que já não
possui vida ativa, fora do horário comercial padrão.
Dessa forma, a implantação do projeto parte principalmente da topo-
grafia, e do cuidado em projetar um edifício que possua o térreo ativo, com
áreas comerciais, culturais e com atividades a céu aberto; e ao mesmo tem-
po permita que o terreno se conecte ao calçadão, sendo um, a continuação
do outro, atraindo de forma involuntária o pedestre, e permitindo que o
mesmo possa utilizá-lo como um rota mais agradável.

4.3. Evolução do Projeto

Com o intuito de manter o térreo ativo, e considerando o desnível que


o terreno possui, optou-se por implantar o complexo na cota 487, com as
lojas e midiateca posicionadas no alinhamento do terreno, criando assim um
contato maior entre o edifício e o pedestre.
Devido a cota escolhida para a patamarização, os acessos laterais
acontecem em nível, não sendo necessário o uso de rampas ou escadas.
Na fachada frontal, a área mais verticalizada do complexo foi recuada,
criando assim uma área de estar, que antecede o acesso as áreas internas.
Neste ponto, o acesso se dá por rampa e escada.
Para que o projeto seja a continuidade do calçadão e atraia de forma
involuntária o pedestre, pretende-se criar uma rampa elevada, com a mes-
ma dimensão do terreno, conectando assim, o mesmo ao calçadão e permi-
tindo a travessia de forma mais segura.
Neste ponto mais alto do terreno, onde o mesmo é mais estreito e
se conecta ao calçadão, o acesso é feito por um sinuoso caminho rampa-
do, com areas de estar e contemplação; que leva até o nível patamarizado,
onde ocorrerá as atividades a céu aberto.

Figura 62: Plano de Massas 3D.


Fonte: Autor, 2019.

80 81
82 83
5. PROJETO
84 85
86 87
A pesquisa bibliográfica, elucidou o conceito de economia criativa, o
que ela abrange, e como pode contribuir para a reestruturação de uma região,
evitando assim a gentrificação da população de menor poder aquisitivo.
Foi possível compreender alguns dos principais problemas da região
central de São José do Rio Preto, bem como o aumento significativo de áreas
para automóveis, a falta de áreas para lazer ou cultura, e a desertificação
após o horário comercial. Paralelo a isso foi identificado as possibilidades de
revitalização, tornando as ruas mais atraentes e, proporcionando segurança
para o pedestre e avivando o sentimento de pertencer àquele espaço.
Dessa Forma, a proposta projetual, foi subsidiada pelas diretrizes
legais do município e pelas análises projetuais, que evidenciaram
formas de produzir ambientes integrados e colaborativos, propícios
a criatividade. Este estudo proporcionou conhecimento suficiente
para determinar o programa do complexo, a funcionalidade e o fluxos
como um todo. Sendo assim, ambas embasaram toda a proposta
arquitetônica, desde o conceito e partido, até o anteprojeto final.
Por fim, o objetivo idealizado foi alcançado, considerando que
o projeto arquitetônico proposto, dispõe de um programa diverso, que
contribuirá para a formação social, cultural e econômica dos cidadãos, e
mais que isso, possibilitará uma revitalização do entorno, considerando as
atrações disponíveis e o horário de funcionamento diferenciado.

6. CONSIDERAÇÕES

FINAIS
88 89
ALENCAR, E. M. L. S. Promovendo um ambiente favorável à criatividade
nas Organizações. RAE - Revista de Administração de Empresas, São Paulo,
v.38, n.2, p.18-25, 1998.

ARANTES, Lelé. Imagens que revelam 90 anos de desenvolvimento -


ACIRP: Ação, Ética e Cultura. 216 pág; THS Editora, 2012.

ARANTES, Otília Beatriz Fiori. Berlim e Barcelona: duas imagens


estratégicas. São Paulo: Annablume, 2012.

EVANS, Simon. Crescendo a Economia de uma Cidade Criativa com


Clusters Criativos. Seminário Internacional Clusters Criativos: reflexões e
inspirações. São Paulo: Sesc; Fecomercio SP, 2015. – 212 p. il.: Fotografi as. –
Trilingue (português, inglês, espanhol).

JACOBS, Jane. Morte e vida das grandes cidades. São Paulo: Martins
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MENDES, Luis. Manifesto anti-gentrificação redux. Revista do Niep –


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