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errepe
hub criativo
2019
errepe
hub criativo
Aprovado em: __ /__ / __
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
__________________________________________
Filho, Carlos Alberto Gomes.
Hub criativo / Carlos Alberto Gomes Filho - São José Prof.
do Rio Preto: UNIRP, 2019.
88 f.
Referências.
1. Centro. 2. Hub criativo. 3. Economia Criativa. 5. São
José do Rio Preto. I. Rocha, Luciani Maria Vieira. II.Título.
Palavras chave:
Key words:
INTRODUÇÃO.............................................................................................................19
1. CONCEITOS SOBRE A ECONOMIA CRIATIVA.................................. 20
1.1. Setores criativos................................................................................................22
1.2. A criatividade e os espaços criativos........................................................25
1.3. Desenvolvimento local e a gentrificação.................................................28
2. ANÁLISES PROJETUAIS................................................................................34
2.1. CASA FIRJAM.....................................................................................................35
2.2. Harvard ArtLab.................................................................................................. 48
2.3. MALHA..................................................................................................................56
3. O CENTRO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO.............................................62
3.1. Implantação do projeto...................................................................................68
4. DIRETRIZES PROJETUAIS............................................................................76
4.2. Conceito e Partido.......................................................................................... 80
4.3. Evolução do projeto....................................................................................... 80
5. PROJETO............................................................................................................. 84
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................88
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................. 90
INTRODUÇÃO
19
A temática das indústrias criativas surge, em 1994 na Austrália,
apesar de já ocorrer na época, discussões sobre uma nova economia,
é lá que o termo surge, como conceito de uma nova política. Em 1997, a
expressão ganha força no Reino Unido, e é utilizado no manifesto pré-
eleitoral do partido trabalhista, onde se identificou e reconheceu a
necessidade de políticas públicas para estimular o ritmo de crescimento
das indústrias criativas, que já era expressivo (MIGUEZ, 2011).
No Brasil os debates sobre economia criativa são mais tardios, é
só em junho de 2004, em São Paulo, que o conteúdo é abordado na XI
reunião ministerial das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento
(UNCTAD). Após o evento surgiram o I Fórum Internacional de
Indústrias Criativas em 2005, o módulo de Economia Criativa inserido no
Fórum Cultural Mundial em 2006 e dois seminários internacionais em
2007 na cidade de São Paulo e no Ceará (REIS, 2008).
A partir disso, os principais estudos sobre o mercado criativo nacional
brasileiro foram conduzidos pela FIRJAN em 2008, pela FUNDAP em 2011
e pelo Ministério da Cultura também em 2011, onde apesar de possuir
divergências em relação a critérios de escolha dos setores criativos,
conforme estratégias de atuação, define que economia criativa abrange
o patrimônio material e imaterial, e que a criatividade desempenha o
papel principal para a geração de valor (P7 Criativo, 2018).
Sendo assim, a economia criativa pode ser entendida como sendo:
[...} a economia do intangível, do simbólico. Ela se alimenta dos
talentos criativos, que se organizam individual ou coletivamente para
produzir bens e serviços criativos. Por se caracterizar pela abundância
e não pela escassez, a nova economia possui dinâmica própria e,
por isso, desconcerta os modelos econômicos tradicionais, pois
seus novos modelos de negócio ainda se encontram em construção,
carecendo de marcos legais e de bases conceituais consentâneas
com os novos tempos (MINC, p.24).
ECONOMIA CRIATIVA
21
A UNESCO, organiza os setores em duas macrocategorias; a primeira
é definida como setores nucleares, este corresponde aos setores de
origem essencialmente criativa; a segunda é definida como setores
criativos relacionados, estes não são essencialmente criativos, porém
se relacionam e são impactados diretamente pelos setores nucleares. É
definido também, setores transversais a estes, como o patrimônio imaterial,
educação e capacitação, registro, memória e preservação; e, por último,
o de equipamentos e materiais de apoio aos setores criativos nucleares e
relacionados (Minc, 2011).
22 23
O Plano da Secretaria da Economia Criativa - MinC (2011, p.22) define
como setores criativos “todos aqueles cujas atividades produtivas têm como
processo principal um ato criativo gerador de valor simbólico, elemento
central da formação do preço, e que resulta em produção de riqueza cultural
e econômica.”
O escopo do Ministério da
Cultura era limitado aos setores
com característica artístico-
cultural como dança, música,
ópera etc., após ampliação
dessa classificação, passou a
contemplar os setores de base
cultural com aplicabilidade
funcional como arquitetura e
design (MinC, 2011).
Percebe-se que a economia
criativa abrange inúmeros campos,
que variam desde a alta tecnologia,
até artes populares regionais,
entretanto todas elas, possuem
a criatividade como combustível
norteador, que possibilita novas
ideias, novas soluções, e apresenta
um produto final de consumo com
mais inovação e qualidade.
24 25
Entre inúmeras definições de estudiosos, Valentim (2008, p.04) define Figura 6: Porto Digital - Recife/PE
26 27
Figura 7: FAB LAB LIVRE SP É o que ARANTES exemplifica quando cita uma das famosas
requalificações nova iorquinas, a de Battery Park:
[...] concebido em meados dos anos 1960 como uma nova
área de habitação em Manhatam, destinada em princípio a várias
camadas sociais, foi aos poucos se transformando num vasto projeto
de gentrificação impulsionado por uma sucessão de crises (algumas
forjadas) e medidas governamentais de “socorro”, com o seu habitual
cortejo de comércio chique e amenidades culturais, entre as quais um
verdadeiro festival de arte pública (ou o que atualmente passa por lá),
no qual se consagraria a união entre arte e urbanismo, devidamente
emoldurada por uma fantasia kitsch,[...] (ARANTES, p.21)
Fonte: estudiogreta.com.br/post/fab-lab-livre-sp
Acesso: 03 set. 2019
28 29
E quando fala dos tombamentos históricos de vários edifícios no Harlem JACOBS (1969) pensando nos cidadãos que não podiam pagar por
também em Nova York, principalmente em Hamilton Heighs e Sugar Hill: moradia, e como forma de possibilitar a estruturação e a permanência
[...] – ou seja, novamente o óbvio: em nome de uma memória de famílias pobres nos bairros em processo ou já revitalizados, propõe o
reativada e de uma identidade reconquistada, não cabe perguntar método de renda garantida, que consiste na construção de edifícios, pela
pela sorte dos atuais habitantes que seguramente não poderão arcar
com os custos de aluguel, quando apartamentos de sala e quarto iniciativa privada, sendo estimulada por um departamento governamental.
passam a custar US$ 2 mil ao mês. (ARANTES, p.22) Este departamento, que a autora define como DSH (Departamento de
Subvenção Habitacional), garantiria ao construtor ajuda ou financiamento
Figura 10: Sugar Hill, Halem - NY
da construção, e tambem o aluguel das unidades habitacionais do edifício.
O proprietário, por sua vez, construiria em área determinada, e
também escolheria os inquilinos para as habitações, preferencialmente de
áreas próximas. Estes teriam suas rendas analisadas pelo DSH, que calcularia
o percentual do aluguel a ser subsidiado. Conforme a melhoria de renda,
aumenta-se o aluguel, até que não seja mais necessário a subvenção.
Para JACOBS (1969) com este método, seria possível:
30 31
Figura 11: Medidas antigentrificação em Lisboa - Portugal
Fica claro que são necessárias políticas públicas que possam direcionar e
amparar a população de menor poder aquisitivo, protegendo-as do processo
gentrificador, que intensifica a segregação residencial e a divisão social do
espaço urbano.
32
2.1. Casa FIRJAN
Fonte: archdaily.com.br/br/908339/casa-
firjan-da-industria-criativa-atelier77
Acesso: 28 ago. 2019
Escritório(s)/Arquiteto(s): Atelier 77
2. ANÁLISES Localização: Rio de Janeiro | Brasil
PROJETUAIS
Área Construída: 8.000 m²
Ano do projeto: 2012
Conclusão do Projeto: 2018
35
Localizado na zona sul do Rio de Janeiro, a Casa FIRJAM é um centro Figura 14: Entorno Casa FIRJAM.
criativo e tecnológico, voltado ao empreendedorismo, a educação e a cultura.
O projeto nasceu de um concurso promovido pela própria Federação das
Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAM).
O palacete Lineu de Paula Machado, que junto ao seu jardim, são tombados
como patrimônio histórico, é uma das construções existentes no terreno onde
o projeto foi implantado. A Casa FIRJAM então, complementa o programa do
palacete, que hoje se tornou um centro cultural, logo, em busca do lúdico, cria
uma praça reservada, e implanta o novo edifício, de forma que, além de preservar
as edificações e as árvores existentes, seja possível a distinção de estilos e
períodos, gerando um local de contemplação, confraternização e lazer.
36 37
O acesso principal ao complexo é feito pela rua Guilhermina Guinle, uma Figura 17: Volumetria Casa FIRJAM.
via local de aproximadamente treze metros, tendo calçadas em torno de dois
e dois metros e meio.
38 39
O edifício recém construído, é o primeiro contato do usuário com o A circulação vertical no edifício da Casa FIRJAM, assim como
complexo. Ao adentrar, através de um átrio aberto, os indivíduos se deparam grande maioria, pode ser feita por elevadores, ou por escadas. A escada
com um harmonioso espaço de convivência, composto por uma área de direcionada ao público, foi revestida na cor amarela, em todo seu percurso,
exposição, loja, restaurante; a praça interna onde acontecem apresentações e esta direciona o indivíduo a uma área livre no primeiro pavimento,
musicais, cinema ao ar livre, e onde encontram-se as casas geminadas e o chamada de praça elevada. Nesta área, a face voltada a praça interna
palacete, que possuem programas específicos. e ao palacete, é toda vazada, o que proporciona visão privilegiada a
quem nela permanece, além disso, o piso, paredes e forro, receberam
Figura 18: Térreo Casa FIRJAM. revestimentos da mesma cor da escada, criando um espaço lúdico que
além de potencializar a criatividade se torna o coração do edifício.
A praça elevada, pode abrigar apresentações de menor escala, pode ser
utilizada como um espaço de espera para acesso a midiateca, administração
ou ao auditório, espaços também inseridos neste pavimento; pode servir como
um espaço de descanso, contemplação e reflexão ou apenas para passagem.
40 41
Figura 20: Primeiro Pavimento Casa FIRJAM Figura 21: Mezanino Casa FIRJAM
Para que o auditório e parte da midiateca pudessem ter pé direito duplo, foi
criado um mezanino técnico entre o primeiro e o segundo pavimento.
No segundo pavimento e último, estão inseridas as salas direcionadas
aos cursos disponíveis do complexo, incluindo uma FAB LAB. Ao todo são
disponibilizadas 1200 vagas a população, dessas, 250 são direcionadas
ao cidadãos de baixa renda, gerando a oportunidade de uma qualificação
aprimorada a quem não tem condições.
42 43
Figura 22: Segundo Pavimento Casa FIRJAM
44 45
O edifício possui estrutura metálica, laje tipo steel deck e cobertura
verde. Internamente, para obter um melhor conforto acústico, foi aplicado
lã de PET, com fibras de poliéster nos tetos, recoberta por forro metálico
perfurado.
Figura 24: Casa FIRJAM em Construção
Fonte: atelier77site.com.br/casa-firjan
Acesso: 28 ago. 2019
46
2.2. Artlab Harvard ArtLab é um espaço de arte, que abriga estúdios de gravação, estações
de edição de som e salas para ensaio, improvisação e apresentações informais;
Figura 25: 1 - Fachada Frontal, 2 - Perspectiva Posterior, 3 - Detalhe Posterior, 4 - Fachada Lateral disponível para estudantes, artistas visitantes e a comunidade em geral. O
centro atua como um ativador colaborativo para a escola, e para os bairros
adjacentes, buscando incentivar e expandir a pesquisa interdisciplinar da
prática artística. O edifício está localizado no campus Allston, da Universidade
de Harvard em Cambridge, Massachusets.
48 49
Figura 27: Entorno ArtLab. O projeto buscou organizar os laboratórios, oficinas e espaços de arte
em geral, de forma que estes possuíssem um hall comum, criando assim uma
planta tipo cata-vento. Este hall, pode ser aberto ou fechado por grandes
portas de correr, e pode receber apresentações de diferentes seguimentos,
promovendo assim a interatividade no centro do complexo.
Fonte: archdaily.com.br/br/921832/harvard-artlab-barkow-leibinger
Acesso: 01 set. 2019
50 51
52 53
A edificação de apenas um pavimento, possui colunas e treliças de aço,
e lajes de concreto pré-moldado. Sua estrutura é fixada mecanicamente,
o que permite ser montada e desmontada, e se preciso até transferida
de forma fácil e eficiente. Além disso, a ArtLab foi projetada para
ser energia zero, sendo assim, recebeu em sua cobertura inúmeros
painéis fotovoltaicos. A estrutura metálica foi revestida com vidros
transparentes e painéis de policarbonato de alto isolamento, permitindo
a visão entre o interno e o externo e a entrada de luz natural.
Fonte: archdaily.com.br/br/921832/harvard-artlab-barkow-leibinger
Acesso: 01 set. 2019
54
2.3. Malha A MALHA é uma plataforma que estabelece conexões, e
procura operar no mundo da moda, de forma mais sustentável,
Figura 33: Perspectivas Internas do Galpão da Malha colaborativa, local e independente. Pensando nisso, a
organização preferiu ocupar uma estrutura já existente.
O galpão escolhido está localizado na rua General Bruce, 274, no
bairro São Cristóvão no Rio de Janeiro, ao lado da via expressa elevada
João Goulart. Seu entorno imediato é composto por outros galpões e
pequenos comércios, e o gabarito varia entre um e seis pavimentos.
Para a MALHA o projeto para ocupar o galpão deveria ser um reflexo
da preocupação com as questões de sustentabilidade, e deveria ser também
um espaço democrático de aprendizado, encontro e troca. Partindo disso, o
escritório responsável optou por utilizar containers como principal elemento
construtivo, possibilitando assim uma obra mais limpa e rápida.
Fonte: //www.malha.cc/coworking
Acesso: 01 set. 2019
56 57
Figura 35: Entorno Galpão Malha. Figura 37: Cortes Malha. Adaptado.
58 59
Figura 38: Espaços de Estar no Galpão da Malha. O galpão possui 9 metros de pé direito, e possui cobertura metálica
em duas águas, apoiada por treliças também metálicas. A entrada de
luz natural é favorecida pelas faixas de telhas translúcidas na cobertura,
entretanto, não há aberturas que possibilite a ventilação natural.
O projeto não apresenta relação com o contexto urbano, considerando
que este se fecha para a cidade quando mantém a fachada sem aberturas
que possibilite a visão entre interno e externo.
Fonte: archdaily.com.br/br/877156/malha-tavares-duayer-arquitetura
Acesso: 01 set. 2019
Fonte: archdaily.com.br/br/877156/malha-tavares-duayer-arquitetura
Acesso: 01 set. 2019
Fonte: archdaily.com.br/
br/877156/malha-tava-
res-duayer-arquitetura
Acesso: 01 set. 2019
60 61
São José do Rio Preto está localizado no noroeste do estado de São
Paulo, e é considerado um polo econômico regional. Seu centro, que é o
marco de desenvolvimento do município, está localizado em um espigão
formado pelos fundos de vales dos córregos Canela e Borá. O seu traçado
inicial, uma malha ortogonal que remete a configuração de cidades coloniais,
teve sua primeira concepção em 1893. Com a chegada da estrada de ferro,
em 1912, a cidade inicia um processo de expansão da malha urbana, processo
este que se intensifica nos anos 50, devido ao transporte rodoviário por
meio das rodovias que conectavam o município a São Paulo, e Brasília ao
Sul do País. A partir deste cenário, observa-se a necessidade de um plano
urbanístico, que vai acontecer em 1958, com a primeira lei de zoneamento
proposta (TEODÓZIO, 2008).
3. O CENTRO DE
SÃO JOSÉ DO Figura 41: Primeiro
Traçado de São José do
RIO PRETO
Rio Preto elaborado por
Ugolini em 1893.
Fonte: BRANDI, 2002.
Acesso: 06 maio 2019.
62 63
A partir daí, o centro sofre inúmeras modificações, Figura 44: Delimitação do Calçadão.
e duas dessas, sendo as principais, ocorrem na década de 70.
A primeira transformação, e a mais impactante, foi a substituição da
catedral de São José por uma versão mais moderna.
Fonte: cidades.ibge.gov.br/
brasil/sp/sao-jose-do-rio-
-preto/historico
Acesso: 06 de maio de 2019.
Figura 43: Antigo Cartão O centro sofreu um rápido processo de urbanização, e apesar
Postal de São José do Rio das leis, que buscavam ordenar e qualificar o espaço, não se teve uma
Preto que Estampava a Ima-
gem da Nova Catedral. preocupação com áreas verdes, visto que o calçadão , área direcionada
ao pedestre, recebeu um piso impermeável em sua maior proporção;
Fonte: http2.mlstatic.com/
sjp-12592-postal-so-jose- também é percepitível o desapego com a memória da cidade, tendo
-do-rio-preto-s-p-vista-ae- como exemplo, a substituição e modernização da capela de São José.
rea-D_NQ_NP_19973-ML-
B20181465551_102014-F.jpg O aumento significativo do automóvel gerou a necessidade de espaço
Acesso: 06 de maio de 2019. livre para estacionar, e é resultante de boa parte da sucessão de impactos
negativos na área. Considerando o reflexo do desapego ao patrimônio, o
A segunda, foi a restrição do uso de automóveis no quadrilátero de 12
centro perde construções com estética arquitetônica de potencial histórico,
quadras integradas às praças Rui Barbosa, Praça da Igreja de São José e
onde algumas são sustituídas por barracões, com o intuito de saciar a
Dom Marcondes, transformado o centro comercial em área pedestrianizada,
necessidade de espaço para o carro, e outras permanecem de pé, todavia
denominada calçadão. (RAVAGNANI, 2015).
em estado de degradação.
64 65
Com a falta de espaços direcionados a cultura e o lazer no bairro (Ver
Mapa 01, p.), e com o surgimento de inúmeros barracões que não possuem
fachada ativa, e que assim como os comércios existentes, funcionam apenas
em horário comercial, o bairro passa a possuir ruas sem atividades, sem
interação com o pedestre e desertificadas após o horário de funcionamento
Figura 45: Fachada Frontal R. dos comércios e serviços em geral.
General Glicério. Residência de
Potencial Histórico.
Fonte: Autor. 22 set. 2019.
66 67
3.1. Implantação do projeto A região central, de modo geral, possui um gabarito elevado (Ver Figura
58, p. 74), e poucas áreas de solo disponível todavia, há poucas habitações,
O projeto proposto, busca uma possível requalificação grande parte das construções foram direcionadas para o uso comercial ou de
do centro rio-pretense, posto isto, os três terrenos analisados serviços (Ver Figura 56, p. 72), inclusive os terrenos propostos são ocupados
localizam-se em pontos diferentes dessa área.
por estacionamentos, ativos apenas durante o horário comercial.
Figura 52: Mapa de Localização do Centro de São José do Rio Preto. Adaptado. Figura 53: Mapa de Localização dos Terrenos Propostos. Adaptado.
68 69
O terreno 1 está localizado na quadra entre as ruas Coronel Spínola de Os três terrenos propostos, estão situados na zona 5 conforme lei de
Castro, Silva Jardim, Jorge Tibiriçá e Av. Bady Bassit; já o terreno 2 está zoneamento, do novo plano diretor. Definida como recuperação urbana, esta
localizado na quadra entre as ruas Marechal Deodoro da Fonseca, Antônio zona permite usos residenciais, de atividades econômicas, e de uso misto;
de Godoy, Silva Jardim e XV de novembro; e o terreno 3 está localizado na possui índice de aproveitamento 4 e taxa de ocupação de 40%.
quadra entre as ruas XV de novembro, Jorge Tibiriçá, Siqueira Campos e
Voluntários de São Paulo. Figura 55: Mapa de Zoneamento de São José do Rio Preto – Plano Diretor 2019.
486
1
AV. BA
DY BASS
IT
487
488
R. JORGE TIBIRIÇA
489
R. SILVA JARDIM
490
491
492
2
487
R. XV DE NOVEMBRO
486
R. MARECHAL DEODORO DA FONSECA
485
484
R. SILVA JARDIM
483
482
R. ANTÔNIO DE GODOY
479
Fonte: riopreto.sp.gov. br/plano-diretor/
481 480
Acesso: 12 set. 2019
3
490 coletoras, estão localizados próximos a pontos de transporte
R. SIQUEIRA CAMPOS
489
488
que de algum modo, impeça a transição de qualquer indivíduo.
Fica claro que os três terrenos propostos possuem características e
487
topografia semelhantes, até porque estão localizados no mesmo bairro. Sendo
486
R. XV DE NOVEMBRO
assim, devido a conexão que o terreno cria com o calçadão, fica escolhido o
ÁREA DE IMPLANTAÇÃO
485
EDIFICAÇÕES EXISTENTES A
terreno número 3, pois a partir do projeto, poderá obter-se uma continuidade
SEREM RETIRADAS
do mesmo.
0 50 100 150 200
Fonte: Autor
70 71
Figura 56: Mapa de Uso do Solo Figura 57: Mapa de Figura Fundo
Fonte: Autor, 2019 Fonte: Autor, 2019
72 73
Figura 58: Mapa de Gabarito Figura 59: Mapa de Hierarquia Física
Fonte: Autor, 2019. Fonte: Autor, 2019
74 75
4.1. Programa deNecessidades
e Pré-dimensionamento
Segue agora um programa de
necessidades e pré-dimensionado das áreas
escolhidas para compor o projeto. Todo o
programa está em conformidade, com as análises
projetuais, que nortearam a escolha dos espaços
necessários para se obter um projeto, integrado
e colaborativo, propulsor da criatividade.
Os setores são divididos em:
- Público, setor onde serão desenvolvidos
os comércios, exposições, atividades e lazer;
- Convenção, setor do auditório, onde
acontecerão palestras, workshops e afins;
- Administrativo, setor de
administração e controle de todo o edifício;
- Educacional, setor direcionado ao
ensino e desenvolvimento de projetos criativos;
- Empreendedorismo, setor que abrange
áreas ideais para autônomos e microempresas
trabalharem de forma colaborativa;
-Serviços, setor de organização e
limpeza do edifício, e higiene dos funcionários;
- e o Técnico, setor que
mantém o edifício em funcionamento.
A partir disso, foi desenvolvido um
organograma (Ver p.), afim de organizar os
ambientes dos setores, procurando entender
o grau de importância de cada um; e um e
um fluxograma (Ver p.), com a intenção de
compreender os fluxos que vão ocorrer em todo
o complexo.
4. DIRETRIZES
LEGENDA:
ESTUDANTES
ACESSO
PÚBLICO PRAÇA MICROEMPREENDEDORES SERVIÇO
MIDIATECA LOJAS CAFÉ CENTRAL ESTACIONA-
MENTO PÚBLICO ACESSO ACESSO ACESSO
SERVIÇOS
ADM.
ACESSO
GERÊNCIA
MIDIATECA CAFÉ LOJAS
ACESSO
SANITÁRIOS
CONTROLE
E PRAÇA
ESTACIONA-
APOIO SANITÁRIOS SEG. MENTO CENTRAL
COFFE
DEPÓSITO
GERADOR SUBESTAÇÃO
ARQUIVO
SANITÁRIOS
RECEPÇÃO
CONVENÇÃO FOYER AUDITÓRIO
SALA DE
H
SANITÁRIOS CONTROLE MARKETING
E SEG. REUNIÕES
ADM. RECEPÇÃO
U ALMOX.
R COORKING
LAB.
I
SALA
ATELIÊ DE FAB LAB ÁUDIO E DE SANITÁRIOS COPA SALAS
ATELIÊ DE
MODA SANITÁRIOS FAB LAB DE APOIO/DEP.
VÍDEO AULA SANITÁRIOS MODA
A
AULA
T EMPREEN-
ESTAR
V COORD. LAB.
DIGITAL
LAB.
ÁUDIO E
PEDAG.
O VÍDEO
SANITÁRIOS
APOIO AUDITÓRIO
FOYER DEPÓSITO
SUBESTAÇÃO
SERVIÇOS
LAJE
DML COPA VESTIÁRIOS DEP. LIXO TÉCNICA
GERADOR AR COND.
TÉCNICO LAJE
TÉCNICA
AR COND.
80 81
82 83
5. PROJETO
84 85
86 87
A pesquisa bibliográfica, elucidou o conceito de economia criativa, o
que ela abrange, e como pode contribuir para a reestruturação de uma região,
evitando assim a gentrificação da população de menor poder aquisitivo.
Foi possível compreender alguns dos principais problemas da região
central de São José do Rio Preto, bem como o aumento significativo de áreas
para automóveis, a falta de áreas para lazer ou cultura, e a desertificação
após o horário comercial. Paralelo a isso foi identificado as possibilidades de
revitalização, tornando as ruas mais atraentes e, proporcionando segurança
para o pedestre e avivando o sentimento de pertencer àquele espaço.
Dessa Forma, a proposta projetual, foi subsidiada pelas diretrizes
legais do município e pelas análises projetuais, que evidenciaram
formas de produzir ambientes integrados e colaborativos, propícios
a criatividade. Este estudo proporcionou conhecimento suficiente
para determinar o programa do complexo, a funcionalidade e o fluxos
como um todo. Sendo assim, ambas embasaram toda a proposta
arquitetônica, desde o conceito e partido, até o anteprojeto final.
Por fim, o objetivo idealizado foi alcançado, considerando que
o projeto arquitetônico proposto, dispõe de um programa diverso, que
contribuirá para a formação social, cultural e econômica dos cidadãos, e
mais que isso, possibilitará uma revitalização do entorno, considerando as
atrações disponíveis e o horário de funcionamento diferenciado.
6. CONSIDERAÇÕES
FINAIS
88 89
ALENCAR, E. M. L. S. Promovendo um ambiente favorável à criatividade
nas Organizações. RAE - Revista de Administração de Empresas, São Paulo,
v.38, n.2, p.18-25, 1998.
JACOBS, Jane. Morte e vida das grandes cidades. São Paulo: Martins
Fontes, 2003.
BIBLIOGRÁFICAS
Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo, São Carlos, 2015.
90 91
REIS, Ana Carla Fonseca. Economia criativa como estratégia de
desenvolvimento: uma visão dos países em desenvolvimento. São Paulo:
Itaú Cultural, 2008. 267 p. Disponível em: http://www.isegnet.com.br/siteedit/
arquivos/Economia_Criativa_Estrategias_Ana%20Carla_Itau.pdf. Acesso
em: 10 jul. 2019.
92 93
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