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CENTRO UNIVERSITÁRIO – UNINOVAFAPI

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

JOÃO THIAGO FREIRE ALVES DOS REIS PAIVA

PROJETO DE UM CENTRO COMERCIAL NA CIDADE DE SÃO MIGUEL DO


TAPUIO - PIAUÍ

TERESINA - PI
2019
JOÃO THIAGO FREIRE ALVES DOS REIS PAIVA

PROJETO DE UM CENTRO COMERCIAL NA CIDADE DE SÃO MIGUEL DO


TAPUIO - PIAUÍ

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)


apresentado à banca examinadora do
Centro Universitário UNINOVAFAPI, como
requisito parcial para a obtenção do título
de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

Orientador: Profº. Esp. Democrito Chagas


Barreto

TERESINA - PI
2019
FICHA CATALOGRÁFICA

P149p Paiva, João Thiago Freire Alves dos Reis.

Projeto de um centro comercial na cidade de São Miguel do


Tapuio - Piauí: Tapuio Shopping / João Thiago Freire Alves dos
Reis Paiva. – Teresina: Uninovafapi, 2019.

Orientador (a): Prof. Esp. Demócrito Chagas


Barreto; Centro Universitário UNINOVAFAPI, 2019.

82. p.; il. 23cm.

Catalogação na publicação
Antonio Luis Fonseca Silva– CRB/1035
Francisco Renato
Monografia Sampaio da Silvaem
(Graduação – CRB/1028
e Arquitetura
Urbanismo) – Centro Universitário UNINOVAFAPI,
Teresina, 2019.

1. Centros comerciais. 2. Descentralização. 3.


Shopping Center. I.Título. II. Barreto, Demócrito
Chagas.

CDD 720.9
RESUMO

O shopping center é uma forma de varejo inovadora e amplamente aceita pela


população para realizar suas compras e lazer. Oferece segurança, conforto,
facilidade, serviços e estacionamento aliados à ideia de modernidade. Este trabalho
visa desenvolver um estudo de projeto arquitetônico de um centro comercial na
cidade de São Miguel do Tapuio, Piauí. Estudos sobre o bioclimatismo foram feitos a
fim de incorporá-los ao projeto, visto que as atuais condições do planeta acerca dos
recursos naturais não são as mais favoráveis. A metodologia que foi adotada para o
desenvolvimento do presente estudo baseou-se em materiais já publicados, através
de uma pesquisa bibliográfica qualitativa. A fim de auxiliar no processo de
elaboração de um programa de necessidades para o projeto arquitetônico, e
também estudos sobre o terreno escolhido para a implantação do projeto foram
realizados estudos de caso sobre a temática que utilizaram métodos parecidos com
este estudo. O processo de concepção projetual foi estruturado a partir da
identificação de tais atributos para o shopping pretendido, sendo a vitalidade urbana
materializada por diversidade de usos, conexão entre os âmbitos (público e privado),
densidade satisfatória e configuração da malha que favoreça movimento e presença
de pessoas. Assim, através deste projeto, espera-se colaborar com entendimento da
sinergia entre o centro comercial e a região, inerente dessa relação, e dos reflexos
observados para todo o local e o próprio shopping center.

Palavras-chave: Centros Comerciais. Descentralização. Shopping Center.


ABSTRACT

The mall is an innovative and widely accepted retail form for shopping and leisure. It
offers security, comfort, ease, services and parking together with the idea of
modernity. This work aims to develop a study of the architectural design of a
commercial center in the city of São Miguel do Tapuio, Piauí. Studies on bioclimatism
were made to incorporate them into the project, as the planet's current conditions
about natural resources are not the most favorable. The methodology that was
adopted for the development of the present study was based on already published
materials, through a qualitative bibliographical research. In order to assist in the
process of elaborating a program of needs for the architectural project, as well as
studies on the terrain chosen for the implementation of the project, case studies on
the theme using similar methods were carried out. The design process was
structured based on the identification of such attributes for the intended shopping,
and the urban vitality materialized by the diversity of uses, connection between the
environments (public and private), satisfactory density and configuration of the mesh
that favors movement and presence of people. Thus, through this project, it is hoped
to collaborate with an understanding of the synergy between the commercial center
and the region, inherent in this relationship, and the reflexes observed for the whole
site and the shopping center itself.

Keywords: Shopping Centers. Decentralization. Shopping center.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Projeto de ampliação do Shopping.................................................. 24


Figura 2: Distribuição setorial do aço............................................................. 25
Figura 3: Vantagens da estrutura metálica..................................................... 26
Figura 4: Ligações: parafusos A325, 19mm................................................... 28
Figura 5: Ligações: parafusos A325, 19mm................................................... 28
Figura 6: Montagem dos elementos de cobertura.......................................... 29
Figura 7: Mapa fotovoltaico do Estado do Paraná.......................................... 31
Figura 8: Detalhe da cobertura shopping A.................................................... 32
Figura 9: Área da cobertura Shopping A........................................................ 32
Figura 10: Área da cobertura do Shopping B................................................... 33
Figura 11: Sistema de proteção solar com destaque na composição.............. 37
Figura 12: Brise-soleil dinamizando a composição do edifício......................... 38
Figura 13: Brise-soleil dinamizando a composição do edifício......................... 38
Figura 14: Projeto do sistema de proteção solar.............................................. 40
Figura 15: Projeto do sistema de proteção solar, plano transversal................. 40
Figura 16: Localização da cidade de São Miguel do Tapuio, Piauí.................. 42
Figura 17: Localização do terreno na cidade de São Miguel do Tapuio, Piauí 43
Figura 18: Entorno do terreno........................................................................... 44
Figura 19: Entorno acessos.............................................................................. 45
Figura 20: Entorno de frente de 55.30 metros, Rua Coletor José de Araújo.... 46
Figura 21: Entorno de frente de 88.00 metros, Rua Miguel Furtado................ 46
Figura 22: Entorno de frente de 80.60 metros, Rua Inácio Caetano................ 47
Figura 23: Insolação no terreno do projeto....................................................... 48
Figura 24: Fachada Norte do projeto................................................................ 49
Figura 25: Fachada Sul do projeto................................................................... 49
Figura 26: Fachada Leste do projeto................................................................ 51
Figura 27: Fachada Oeste do projeto............................................................... 51
Figura 28: Ventilação do projeto....................................................................... 52
Figura 29: Ventilação para o leste do projeto................................................... 52
Figura 30: Perfil de elevação do projeto........................................................... 53
Figura 31: Desnível do terreno referente à fachada Norte............................... 53
Figura 32: Desnível do terreno referente à fachada Leste............................... 54
Figura 33: Desnível do terreno referente à fachada Sul................................... 54
Figura 34: Desnível do terreno referente à fachada Oeste.............................. 55
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 9
2 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 11

3.1 GERAL ............................................................................................................. 12


3.2 ESPECÍFICOS ............................................................................................. 12

4 METODOLOGIA .................................................................................................... 13
5 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 14

5.1 CONCEITO DE SHOPPING CENTER ............................................................. 14

5.1.1 Surgimento dos Shoppings Centers no Mundo ......................................... 15


5.1.2 Surgimento do Shopping Center no Brasil ................................................. 16

5.2 CONSTRUÇÃO DE UM SHOPPING CENTER ................................................ 18

5.2.1 Pesquisa de mercado ................................................................................ 18


5.2.2 Localização do empreendimento ............................................................... 18
5.2.3 Projeto do shopping e layouts das lojas..................................................... 18
5.2.4 Preparação do Mix ..................................................................................... 19
5.2.5 Preparação de tabelas de preços para locação ......................................... 19
5.2.6 Projeção de receitas e capital a ser investido ............................................ 19
5.2.7 Projeto arquitetônico definitivo ................................................................... 19
5.2.8 Detalhamentos do projeto .......................................................................... 19
5.2.9 Orçamento da obra .................................................................................... 20
5.2.10 Cronograma de obra ................................................................................ 20
5.2.11 Fluxo de caixa da obra............................................................................. 20
5.2.12 Instrumentais jurídicos ............................................................................. 20

5.3 ADMINISTRAÇÃO DE SHOPPING CENTER .................................................. 20


5.4 ALTERAÇÕES DA MALHA URBANA .............................................................. 22

5.4.1 Aspectos Positivos ..................................................................................... 22


5.4.2 Aspectos Negativos ................................................................................... 23

6 ANÁLISE DE PROJETOS SEMELHANTES ......................................................... 24

6.1 ESTUDO DE CASO NACIONAL 1 ................................................................... 24

6.1.1 Ficha Técnica............................................................................................. 24


6.1.2 Importância econômica com em estruturas metálicas ............................... 25
6.1.5 Execução do canteiro de obras.................................................................. 27
6.1.6 Parte Civil x Montagem da Estrutura ......................................................... 27
6.1.7 Montagem da estrutura .............................................................................. 29
6.1.8 Correlação entre a análise e a proposta arquitetônica ............................... 29

6.2 ESTUDO DE CASO NACIONAL 2 ................................................................... 30

6.2.1 Ficha Técnica............................................................................................. 30


6.2.2 Radiação Solar em Curitiba ....................................................................... 31
6.2.4 Inclinação, orientação e premissas ............................................................ 33
6.2.5 Cálculo de radiação e geração de energia fotovoltaica ............................. 33
6.2.6 Estimativa de custos .................................................................................. 34
6.2.7 Viabilidade econômica do projeto .............................................................. 34
6.2.8 Correlação entre a análise e proposta a arquitetônica ............................... 35

6.3 ESTUDO DE CASO NACIONAL 3 COM ÊNFASE INTERNACIONAL ............ 35

6.3.1 Ficha Técnica ........................................................................................ 35


6.3.2 Dimensão estética do brise-soleil .......................................................... 36
6.3.3 Valorização do brise-soleil ......................................................................... 37
6.3.4 Eficiência energética dos sistemas de proteção solar ............................... 39
6.3.5 Hotel Jacques George Tower, Pelotas, RS ............................................... 39
6.3.6 O custo do sistema implantado com mão de obra ..................................... 40
6.3.7 Correlação entre a análise e a proposta arquitetônica ............................... 41

7 DIAGNÓSTICO LOCAL ......................................................................................... 41

7.1 APRESENTAÇÃO DO LOCAL ......................................................................... 41


7.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 43
7.3 ENTORNO ....................................................................................................... 44

7.3.1 Entorno acessos ........................................................................................ 45

7.4 ASPECTOS NATURAIS................................................................................... 47

7.4.1 Insolação ................................................................................................... 47


7.4.2 Ventilação .................................................................................................. 51
7.4.4 Clima .......................................................................................................... 55
7.4.5 Cobertura vegetal ...................................................................................... 55

7.5 ASPECTOS ANTRÓPICOS ............................................................................. 55

7.5.1 Equipamentos existentes ........................................................................... 55


7.5.2 Relevância cultural ..................................................................................... 56

8 LEGISLAÇÃO ........................................................................................................ 56

8.1 ESTADUAL ...................................................................................................... 56


8.2 MUNICIPAL...................................................................................................... 56

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 56


9.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES ................................................................. 56
9.2 ORGANOGRAMA ............................................................................................ 59
9.3 FLUXOGRAMA ................................................................................................ 60

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 63
APÊNDICE ................................................................................................................ 67

APÊNDICE A – MEMORIAL JUSTIFICATIVO ....................................................... 68


APÊNDICE B – MEMORIAL DESCRITIVO............................................................ 72
9

INTRODUÇÃO

Este trabalho visa elaborar um projeto de um centro comercial na cidade de


São Miguel do Tapuio, Piauí.
Segundo Levy e Weitz (2000), um Shopping center é um grupo de varejo e de
outros estabelecimentos comerciais que é planejado, desenvolvido, de propriedade
única e gerenciado como uma única propriedade. Verifica-se que um shopping
center deve ter ambiente agradável de fácil acesso, mix de lojas adequado, bem
como elementos que atendam satisfatoriamente aos parâmetros básicos de
climatização do ambiente, estacionamento compatibilizado com o fluxo de veículos,
padrão de limpeza e sensação de segurança.
O empreendimento comercial shopping center surgiu após a Segunda Guerra
com a reconstrução dos países atingidos. Segundo estudos, a Sears Roebuck, na
década de 20, prevendo o apogeu do automóvel e o elevado custo do solo urbano,
criou suas primeiras lojas de departamentos nos subúrbios americanos. Só no início
dos anos 50, surgiram os primeiros shoppings centers ancorados por lojas de
departamento, os de Seattle e Farmingham, ambos nos EUA (MEYER, 1993).
Inúmeros fatores foram desencadeadores do surgimento do shopping center,
podendo-se listar: o aumento do poder aquisitivo da população, a descentralização
da população para zonas periféricas, bem como a grande expansão automobilística
norte-americana, a qual fez sentir a necessidade de os centros comerciais
disponibilizarem um grande espaço de estacionamento para automóveis.
Os shoppings centers são equipamentos comerciais que surgiram após a
Segunda Guerra Mundial com o objetivo de estimular e inovar as condições e formas
de consumo. Tal fórmula foi copiada com sucesso por diversos países e atualmente
esse tipo de empreendimento assume participação expressiva nas vendas do varejo
mundial.
No Brasil, o primeiro shopping center foi construído no estado de São Paulo,
no ano de 1966. A partir de então, o setor brasileiro de shopping centers apresentou,
década após década, uma crescente ascensão. O Shopping Center Iguatemi, o
primeiro a ser instalado na capital paulista, foi construído na Avenida Brigadeiro
Faria Lima (PADILHA, 2006).
10

Ressalta-se que na atualidade as mudanças vigentes na sociedade urbana


estão relacionadas à expansão e modernização das atividades terciárias. Os
shopping centers destacam-se entre os vários tipos comerciais, tornando-se grandes
centros de convergência das urbes, agindo consideravelmente no modo de vida nas
cidades, assim como, impulsionando o desenvolvimento e transformações urbanas.
Nesse sentido, afirma-se que o shopping center é entendido como um
fenômeno moderno da sociedade capitalista, que tem tido repercussões na forma de
viver da população urbana. Esses centros de comércio, entre outras dinâmicas
contemporâneas, são indubitavelmente expressão material do processo de
reestruturação urbano-metropolitana, face à concentração espacial do comércio,
entendida também, como concentração de capitais e ultimamente associada ao
setor imobiliário, o qual envolve o espaço urbano e rural.
Destaca-se que determinadas cláusulas dos contratos de locação usualmente
utilizados visam fortalecer o mix de atividades. O Mix é o planejamento prévio feito
em relação às necessidades mercadológicas do empreendimento, posicionamento
das lojas no Centro Comercial e organização das lojas, ou seja, é o estudo
preliminar que visa possibilitar a atração da clientela, pela diversidade e
complementariedade dos produtos e serviços comercializados (VENOSA, 2003).
Garantir benefícios às lojas âncoras, por exemplo, traz benefícios a todos os lojistas,
assegurando assim sua viabilidade.
A elaboração de um projeto arquitetônico de um centro comercial deve levar
em consideração o meio ambiente urbano, a necessidade de avaliar os impactos
decorrentes da implantação das atividades e empreendimentos em todos os
aspectos da vida urbana, especialmente, o impacto socioeconômico das atividades a
serem implantadas.
11

2 JUSTIFICATIVA

O comércio da cidade de São Miguel do Tapuio encontra-se muito disperso,


levando-se em consideração a distância entre os vários tipos de lojas existentes na
cidade. Dessa maneira, verifica-se que essa situação faz com que a população
realize vários deslocamentos para atender às suas necessidades.
Ressalta-se que dentre as dificuldades dos consumidores estão os problemas
de mobilidade, que englobam a falta de sinalização e faixas de pedestre, fazendo
com que com a população fique sem segurança para trafegar pelo comércio. Além
disso, a existência de barracas de vendedores nas calçadas também têm
contribuído para a mobilidade urbana inadequada no atual comércio da cidade de
São Miguel do Tapuio. Finalmente, a dificuldade para estacionamento de veículos.
Sendo assim, a implantação do empreendimento como o shopping,
disponibilizando diversos serviços concentrados em um único local, agilizará o
deslocamento, facilitando a vida das pessoas ao promover lazer, diversão e cultura.
Ademais, esse espaço comercial terá o papel de criar um centro de compras para a
região, e de impulsionar do crescimento da qualidade de vida de toda a região, com
reflexos diretos e objetivos na valorização imobiliária local.
Tem-se observado que, em São Miguel do Tapuio – PI, a grande maioria das
casas do centro da cidade estão sendo transformadas em pontos comerciais.
Ressalta-se dessa maneira, que a atuação da prefeitura está sendo ineficaz no
sentido de controlar o comércio local. Assim, com a construção do shopping na
cidade, isso contribuirá para que o crescimento do comércio sãomiguelense
aconteça de forma organizada, melhorando a mobilidade urbana e fornecendo um
novo paradigma para a logística comercial da cidade.
Destaca-se ainda que o centro comercial na cidade de São Miguel do Tapuio
vai consistir no plano de determinação dos ramos, localização das lojas e pontos de
venda dentro do centro de compras, gravitando em torno das chamadas lojas-
âncora, as quais funcionarão como ponto magnético da clientela do comércio local.
Por isso, o presente trabalho tem como intenção colaborar com o
entendimento da sinergia entre o centro comercial, a região e os reflexos
observados para toda a localidade e para o próprio shopping center.
12

3 OBJETIVOS

3.1 GERAL

Desenvolver o projeto arquitetônico para a construção de um centro comercial


na cidade de São Miguel do Tapuio, Piauí.

3.2 ESPECÍFICOS

 Reunir em uma só edificação lojas e serviços de utilidade pública;


 Contribuir para o desenvolvimento econômico e cultural da cidade de São
Miguel do Tapuio;
 Oferecer ao cidadão são-miguelense conforto e qualidade nas áreas de
comércio e lazer.
13

4 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo teórico para subsidiar a elaboração de projeto


arquitetônico de um centro comercial na cidade de São Miguel do Tapuio. A
metodologia que foi adotada para o desenvolvimento do presente estudo baseou-se
em revisão bibliográfica qualitativa de materiais já publicados, bem como em
estudos de casos.
Conforme Lakatos e Marconi (2014, p.111), “a pesquisa bibliográfica é
desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e
artigos científicos com base em autores reconhecidos pela abordagem da temática”.
O estudo do processo de concepção projetual foi estruturado a partir da
identificação de parâmetros necessários para a construção de um projeto de
shopping, abordando a vitalidade urbana por diversidade de usos, conexão entre os
âmbitos (público e privado), densidade satisfatória e a configuração da malha que
favoreça movimento e presença de pessoas (NETTO; VARGAS; SABOYA, 2012).
Posteriormente, foi feito o estudo de casos com o objetivo de auxiliar na
identificação dos pontos positivos que devem ser considerados na pesquisa para a
elaboração do projeto. Ressalta-se que o estudo de caso é visto como aplicação de
onde é averiguada, na prática, a informação para solução de problemas.
De acordo com Prodanov (2013), o estudo de caso é realizado para elaborar
análises sobre determinado assunto, podendo ser usadas tanto em pesquisas
exploratórias descritivas quanto explicativas. Além disso, os estudos de casos têm
por função analisar um estudo único de um objeto, representando os outros objetos
similares.
Neste trabalho, a adequação do terreno para o desenvolvimento e elaboração
do projeto foi auxiliada por análises de sintaxe espacial (mapas axiais e de
segmento) e por observações in loco, com o intuito de verificar a existência de
potencial de movimento.
Por fim, o estudo da concepção projetual levou em consideração todo o
levantamento bibliográfico, os estudos de casos sobre locais semelhantes, aplicando
conhecimentos adquiridos na elaboração do projeto.
14

5 REFERENCIAL TEÓRICO

5.1 CONCEITO DE SHOPPING CENTER

De acordo com Castello et al. (2007), o shopping center é uma forma de


varejo inovadora e amplamente aceita pela população para realizar suas compras e
lazer. Oferece segurança, conforto, facilidade, serviços e estacionamento aliados à
ideia de modernidade.
Segundo Pinto (2001), o shopping center encerra um grupo de lojas que
obedeceram a um planejamento prévio e são unificadas não só pela arquitetura
como também por uma administração única, sujeita a normas contratuais
padronizadas, podendo ser classificadas de acordo com as suas configurações. As
lojas devem obedecer a uma distribuição global no estabelecimento, de acordo com
o tamanho e tipos de lojas e com a exploração de ramos diversificados.
Destaca-se que, com as metrópoles, surgiram os conglomerados comerciais e
concorrenciais. Associados a eles, emergiu também uma verdadeira cultura de
consumo, entendida como um conjunto de imagens e símbolos que vão sendo
criados e recriados, vinculados a esses bens. Além disso, surgem novas formas de
comportamento efetivo no modo de pensar e sentir de segmentos cada vez mais
amplos da população chamada sociedade ocidental (PADILHA, 2006).
De acordo com a pesquisa de Milan, Gasparin e Toni (2013), alguns atributos
dão significado e compõem a imagem central de shopping center. Conforme os
clientes, tais atributos são: “compras”, “entretenimento”, “passear”, “cinema”,
“alimentação”, “comodidade”, “lojas”, “variedade”, “pessoas” e “gastos”. Estes estão
relacionados a aspectos básicos de um shopping center e o atributo citado “gastos”
está ligado ao consumo que os primeiros atributos citados geram.
Neste sentido é possível observar na pesquisa destes autores que o shopping
center é considerado não só como um espaço para compras, mas também como um
local de lazer e cultura.
De acordo com Parente e Barki (2014, p.78):

“os tipos tradicionais são complexos varejistas de grande ou médio porte,


que atendem a necessidade de uma grande região geográfica”. Apresentam
um complexo de lojas que oferece mercadorias em geral, a maioria
vestuário e também serviços completos e variados, um shopping regional
típico é geralmente fechado, com as lojas voltadas para a área interna.
15

Na visão do senso comum, o conceito de shopping center pode ser definido


como um conjunto de lojas, inseridas num centro comercial. Porém a Associação
Brasileira de Shopping Center determina que: “estejam os locatários lojistas sujeitos
a normas contratuais padronizadas, além de ficar estabelecido nos contratos de
locação da maioria das lojas cláusulas prevendo aluguel variável de acordo com o
faturamento mensal dos lojistas” (ABRASCE, 2013).
Um shopping convencional tem lojas de segmentos variados, praças de
alimentação, áreas de lazer e serviços. Ele possui âncoras ou características
estruturais e mercadológicas especiais que funcionam como força de atração. O
administrador do shopping estabelece um aluguel mínimo e um percentual sobre o
faturamento da loja. Acrescenta-se a necessidade de uma área de estacionamento
que permita adequada entrada e saída, com distâncias as mais reduzidas possíveis,
da vaga de estacionamento à entrada das lojas.

5.1.1 Surgimento dos Shoppings Centers no Mundo

Os centros comerciais e bazares existem há mais de mil anos, como por


exemplo, o Grande Bazar de Istambul, que foi construído em 1461 durante o reinado
do Sultão Mehmet. Ele é um dos maiores mercados cobertos do mundo, tendo
atualmente 47 mil m² de área coberta. Possui 3.600 estabelecimentos comerciais
distribuídos ao longo de 64 ruas (CASTELLO et al., 2007).
Os bazares surgiram no Oriente Médio, região de passagem de rota de
muitos comerciantes estrangeiros. Assim, áreas específicas das cidades começaram
a ser destinadas à troca. Como resultado, surgiram os primeiros bazares, onde era
possível encontrar diferentes tipos de produtos, como especiarias, joias e tapetes.
Entretanto, os bazares, não eram apenas voltados para o comércio; eles exerciam
também um papel social, religioso e de centro financeiro.
No século XIX, desenvolveu-se uma nova forma de comércio: as galerias
europeias. Elas surgiram primeiramente na França e eram estruturas em forma de
arcadas, geralmente cobertas por armações de metal e vidro. A cobertura permitia a
entrada de luz e protegia os passantes do sol e da chuva. A Galerie Lafayette, criada
em 1893 em Paris, e a Galleria Vittorio Emanuele II na Itália, construída entre 1865 e
1877 por Giuseppe Mengoni, são exemplos de galerias. Esse tipo de comércio pode
ser considerado o antecessor dos shoppings centers (CASTELLO et al., 2007).
16

A data de criação do primeiro shopping center não é um consenso, mas, entre


todas as hipóteses, o local de origem é o mesmo: Estados Unidos. Para alguns
autores, o Country Club Plaza, inaugurado em 1922, pode ser considerado o
primeiro empreendimento desse tipo. Desenvolvido com uma arquitetura unificada,
com vagas de estacionamento, administrado e operado como uma unidade. Outros
autores acreditam que o Park Shopping Village, no Texas, inaugurado em 1931, foi o
primeiro shopping center planejado.
Os shoppings foram sendo construídos nas áreas suburbanas dos Estados
Unidos, provocando uma descentralização das cidades. Os subúrbios nessa época
eram compostos basicamente pela classe média branca que via o shopping como
um refúgio contra os perigos da cidade. Além disso, os subúrbios cresciam sete
vezes mais do que os centros das cidades entre 1950-1954, concentrando um
mercado consumidor em potencial. Essa mudança do centro para os arredores da
cidade foi possível com a facilidade de acesso: melhoria dos sistemas de transporte
e proliferação do uso do automóvel (PADILHA, 2006).
Na Europa, o primeiro shopping planejado e administrado de forma única, o
VallingbyCentrum, surgiu na Suécia em 1954. Essa nova forma de consumo se
expandiu pela Grã-Bretanha, França e depois pelo restante da Europa. Alguns
países como Itália e Alemanha, no entanto, sofreram retração nos investimentos em
1956 por causa das regulamentações locais de urbanismo. No final da década de
70, os shoppings ocupavam uma área de 25 milhões de metros quadrados na
Europa (PADILHA, 2006).
Os anos 80 e 90 foram caracterizados por seu rápido crescimento. No fim
desse período, cobriam uma área de 65 milhões de metros quadrados. A partir de
2000, muitos shoppings centers na Europa Ocidental passaram por processos de
expansão e reformas com o objetivo de se manterem competitivos.

5.1.2 Surgimento do Shopping Center no Brasil

No Brasil, o primeiro shopping center surgiu em São Paulo, em 1966,


seguindo o padrão americano: o Shopping Iguatemi. Cinco anos mais tarde, foi
inaugurado o Conjunto Nacional de Brasília. De 1975 a 1979 surgiram mais cinco
empreendimentos em São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Bahia. Apenas na década
17

de 80, a indústria teve seu grande impulso de crescimento no Brasil. Nessa época é
que foi criado o primeiro shopping no Rio de Janeiro.
De acordo com Pintaudi (1989, p.80), ressalta-se que “o surgimento dos
shoppings centers no Brasil está articulado à intensa urbanização da economia e da
população ocorrida a partir da década de 1960, e que se concentrou no Sudeste
brasileiro”.

Corroborando com esta afirmação, Bienenstein (2001, p.4) destaca que:

Os shoppings centers aparecem num momento em que a economia


brasileira se desenvolve com a formação de monopólios, e os shoppings
centers representam esta tendência em nível das atividades comerciais
varejistas, que não possuíam nenhum poder de mercado, exceto as
grandes lojas e os supermercados [...].

Verifica-se, então, que o desenvolvimento do setor de shopping center está


associado em grande parte à entrada da mulher no mercado de trabalho, ao
crescimento urbano, à necessidade de maior conforto e maior segurança, às
características climáticas do Brasil e ao aumento da carteira de fundos de pensão
que expandiu seus investimentos em shopping center.
Naquela época, outro fator muito importante foi a estabilidade econômica
auferida com a implementação do Plano Real a partir de 1994, que provocou
grandes mudanças no país. A redução, de forma significativa e duradoura, das taxas
de inflação permitiu a possibilidade de previsão dos ganhos, propiciando a expansão
dos negócios e o aumento do consumo interno de bens duráveis e não duráveis
(LEMOS; ROSA, 2002).
Dessa forma, devido a esse aumento da demanda por bens de consumo, isso
se refletiu, sobretudo, no comércio varejista, que passou por forte expansão e
reestruturação no período. Foi também um período de expansão da atividade dos
shoppings centers, que, ao mesmo tempo em que exploravam os últimos espaços
disponíveis nos grandes centros urbanos, iniciavam uma expansão rumo ao interior
e aos centros menores.
18

5.2 CONSTRUÇÃO DE UM SHOPPING CENTER

Sabe-se que a concepção da estrutura é uma estratégica decisiva para o


sucesso do empreendimento no caso de shoppings e centros de compras, uma vez
que a velocidade de execução e custos competitivos são exigências inerentes a
esse tipo de construção, onde as demandas precisam ser compatibilizadas pela
arquitetura e pelo projeto estrutural.

5.2.1 Pesquisa de mercado

Para a construção de um centro comercial é necessário primeiramente que


seja realizada uma pesquisa de mercado por ser uma ferramenta importantíssima
para a designação da concepção de um Shopping Center, ou seja, qual a classe
social a ser focada, através do levantamento da renda per capta da região e ainda
da necessidade de produtos e serviços mais carentes (EXODUS GROUP, 2018).

5.2.2 Localização do empreendimento

Uma vez definida a concepção do Shopping Center, busca-se a melhor


localização, ou seja, onde está a maior concentração do público alvo, ou aquela
onde seja de fácil acesso para este, haja vista ser a vertente de crescimento da
cidade, sendo a melhor localização geográfica e de melhor acesso (EXODUS
GROUP, 2018).

5.2.3 Projeto do shopping e layouts das lojas

É preparado um projeto, onde são formatadas as lojas Âncoras, Semiâncoras,


cinema, praça de alimentação e lojas satélites, de acordo com as atividades
apontadas nas pesquisas.
A contratação de equipe de Arquitetura especializada em Shoppings Centers
para a confecção deste projeto e posteriormente o projeto definitivo é de
fundamental importância. Além disso, é necessária a contratação de profissionais do
Varejo para discussão e implantação de Layouts em sintonia com o MIX do
Shopping de acordo com o resultado da pesquisa (EXODUS GROUP, 2018).
19

5.2.4 Preparação do Mix

É distribuição das atividades nos espaços determinados através do layout,


buscando harmonia e sinergia entre as operações para melhor atender ao público
consumidor.

5.2.5 Preparação de tabelas de preços para locação

Essa tabela é a espinha dorsal do empreendimento enquanto negócio, pois é


nela que se dosa o equilíbrio entre o custo de ocupação suportável aos lojistas, e
ideal ao empreendedor, sem, contudo, canibalizar uma das partes parceiras. Ela é
feita com base em pesquisa de mercado dos alugueis praticados na região, e de
acordo com a capacidade de vendas de cada atividade (EXODUS GROUP, 2018).

5.2.6 Projeção de receitas e capital a ser investido

É a valorização dos alugueis a serem cobrados das satélites, quiosques,


âncoras e semiâncoras, praça de alimentação, entretenimento e lazer, serviços e
merchandisings, e quando for o caso, cobrança do estacionamento.

5.2.7 Projeto arquitetônico definitivo

O projeto arquitetônico aquele que, após as adequações das lojas âncoras e,


se possível, das semiâncoras, define a concepção da fachada do Shopping, das
fachadas internas e seus dimensionamentos para aplicação dos Blindex, da fachada
do mall, da iluminação, dos banheiros, do paisagismo interno e externo, dos móveis
e utensílios a serem aplicados na praça de alimentação, corredores, praças etc
(EXODUS GROUP, 2018).

5.2.8 Detalhamentos do projeto

No detalhamento do projeto, é onde se definem os materiais e os


acabamentos a serem aplicados no acabamento do Shopping, tais como: pisos,
forros, luminárias, louças de banheiro, móveis, utensílios e decorações etc.
(EXODUS GROUP, 2018).
20

5.2.9 Orçamento da obra

A parte orçamentária trata da valoração de todos os custos para construção


do Shopping contratado em todo o processo, bem como suas responsabilidades e
especificações delas por parte dos parceiros contratados e terceirizados (BRUNI;
FAMA, 2008).

5.2.10 Cronograma de obra

O cronograma de obra é preparado pela empresa gerenciadora, em conjunto


com a empresa construtora, onde serão traçadas as etapas de construção e as
datas de início e conclusão das obras. É com base na data da conclusão das obras
deste cronograma que se definem as estratégias das comercializações para
alinhamento da data de inauguração do Shopping Center, devendo este estudo ser
aprofundado para não haver frustração, minimizando impactos negativos junto ao
público alvo (EXODUS GROUP, 2018).

5.2.11 Fluxo de caixa da obra

A preparação e o acompanhamento do fluxo de caixa, cuja elaboração é feita


com base no orçamento e cronograma da obra, são de responsabilidade da
empresa gerenciadora (EXODUS GROUP, 2018).

5.2.12 Instrumentais jurídicos

Os instrumentais jurídicos são importantes, pois oferecem a base para reunir


toda a documentação pertinente a um Shopping Center: escritura declaratória de
normas gerais, regimento interno, contratos de locações, ata de constituição do
condomínio, ata de constituição da associação dos lojistas (EXODUS GROUP,
2018).

5.3 ADMINISTRAÇÃO DE SHOPPING CENTER

Segundo ICSC (1997), o administrador de shopping center pode ser o próprio


empreendedor, um funcionário do empreendedor ou um prestador de serviços, isto
21

é, um administrador ou empresa administradora que opera o shopping mediante um


contrato com o empreendedor.
A maior responsabilidade do administrador é aumentar o valor da propriedade
do shopping center. Para fazê-lo, os administradores devem estar totalmente
familiarizados com as condições básicas da instalação do seu centro e saber: como
é a edificação onde está instalada, como funciona, como está operando e quais são
os resultados. Além disso, é preciso conhecer as estimativas dos relatórios
financeiros (WILLIAMS, 2008).
Sendo assim, o melhor modelo estratégico para um shopping altamente
produtivo está baseado em uma experiência de compra que dá aos clientes o que
eles querem. Embora isso seja óbvio, não é sempre praticado nos shoppings
tradicionais.
A administração de shopping centers tem como base que e os centros
comerciais requerem muito entendimento e atenção, uma vez que a expansão e
diversificação de shopping centers vêm ocorrendo devido à saturação do mercado,
definida como o limite da sobreposição de áreas de influência de Shopping Centers,
ou seja, quando não há mais espaço para outro empreendimento do tipo sem que
ocorra o “roubo” de clientela. Por isso, cada vez mais, os empreendedores buscam
direcionar o seu investimento, para que este tenha um potencial de vendas que
concorra o quanto menos com demais empreendimentos (OLIVEIRA; SHIMADA;
MORAES, 2013).
Conforme Neto (2011, p.2-10) independente do tamanho do centro comercial,
seus gestores devem, ou pelo menos, deveriam adotar decisões racionais com
informações legítimas, respeitando um limite orçamentário compatível com a sua
capacidade financeira, diante de seus impactos esperados a curto, médio e longo
prazo.
A rápida mudança no ambiente mercadológico na atualidade promove a
organização de grandes desafios na busca constante em se adaptar às novas
regras, e, para tanto, é fundamental conhecer o “sistema da empresa”. As
organizações cada vez mais ão analisadas como sistemas, compostas por
subsistemas, fazendo parte de um sistema maior, a sociedade. Diferenciando sua
capacidade de interação com o meio inserido (CORONADO, 2006).
22

5.4 ALTERAÇÕES DA MALHA URBANA

5.4.1 Aspectos Positivos

A importância que o shopping center vem adquirindo tem contribuído para


uma significativa alteração na vida e na paisagem das cidades em que os interesses
dos comerciantes e dos investidores concentram e exploram as diversas vantagens
de uma economia de escala e de aglomeração, redefinindo a centralidade, que,
segundo Oliveira Junior (2008), pode ser definida como espaços na cidade que
dispõem de maior concentração de atividades, e que, ao mesmo tempo, permitem a
esses espaços maior poder de articulação, exercendo atração sobre as demais
parcelas do tecido urbano.
Dessa forma, um shopping favorece a valorização das áreas de seu entorno e
abre novas possibilidades de oportunidades a um pequeno e seleto grupo,
demonstrando novos padrões culturais e sociais do capital, mostrando ainda as
formas de dominação capitalista sobre as diversas esferas da vida cotidiana.
Para o empresário do shopping center, no que tange aos aspectos
econômicos, a arrecadação tributária é um dos benefícios esperados com a entrada
em operação de um shopping, pois ele representa maior ativação do comércio e
maior formalização da economia. Tanto no ISS (Imposto sobre Serviços) quanto no
ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) haverá incremento na
arrecadação em valores substancialmente superiores à inflação do mesmo período
(ROCHA; CUNHA, 2009).
Segundo Corrêa (2010), as novas formas espaciais podem aparecer em
determinados locais e não em outros que, a despeito de condições econômicas e
sociais favoráveis, apresentam sítios, morfologias urbanas e estruturas fundiárias
que inviabilizam novas formas espaciais, especialmente aquelas que demandam
amplas superfícies, como hipermercados e shopping centers.
Deste modo, a abertura de shopping center e sua transformação em centros
de consumo de bens e serviços incorporam o lazer e o consumo das imagens.
Ademais, a emergência de centros empresariais distantes dos centros urbanos
tradicionais levam a cidade para fora dela e redefinem suas estruturas internas,
promovendo a ampliação das relações entre as cidades de uma região.
23

5.4.2 Aspectos Negativos

Os impactos urbanos produzidos pela implantação de um shopping center


têm produzido grandes desigualdades sócio-espaciais, e segundo Rodrigues (2007),
essa desigualdade demonstra a existência de classes sociais e diferentes formas de
apropriação da riqueza produzida. Isso propicia a impossibilidade da maioria dos
trabalhadores em apropriar-se de condições adequadas de sobrevivência, além de
grande especulação imobiliária que favorece uma pequena parcela da sociedade,
que detém e agrega valores, reproduzindo o capital através da exploração da força
de trabalho.
Para Bienenstein (2001), não há como negar que tanto a vida quanto a
configuração do urbano brasileiro, especialmente nas grandes cidades, tem sofrido
consideráveis modificações. Dentre elas, destacam-se aquelas resultantes da
presença de expressões do setor terciário, tais como o comércio informal de rua, os
edifícios destinados a serviços especializados e os shoppings centers. Essas
modificações e interferências urbanas provocadas pelas construções de shoppings
centers precisam ser avaliadas.
As transformações socioambientais no meio urbano, devido à instalação de
grandes empreendimentos como os shoppings centers, aparecem em alguns casos
diretamente ligados à degradação dos ecossistemas naturais, como poluição de
lagoas, rios, mares, diminuição da biodiversidade vegetal e animal e ocupação de
áreas vulneráveis.
De acordo com Mendonça (2001, p.21-22), “o meio ambiente atualmente em
voga é propalado na perspectiva que engloba o meio natural e o social”. Sendo
assim, o ser humano está diretamente inserido nas relações que envolvem os
aspectos de primeira e segunda natureza, não devendo se separar os elementos
físico-naturais dos elementos humano-sociais quando tratar da questão ambiental.
A produção do espaço urbano obedece ao movimento de toda a sociedade,
mas os benefícios dessa produção não são apropriados de forma homogênea por
todos os segmentos dela, pelo contrário, a apropriação é desigual, beneficiando
principalmente os grupos de maior poder político e econômico. Assim, a promoção,
a proteção, a conservação e a recuperação das áreas verdes urbanas contribuirão
para a melhoria das condições ambientais e da paisagem urbana (PELICIONI et al.,
2005).
24

6 ANÁLISE DE PROJETOS SEMELHANTES

Para que se possa planejar um programa de necessidades de um Shopping


Center, utilizando humanização dos ambientes e técnicas bioclimáticas, se faz
necessário conhecer projetos semelhantes construídos no Brasil e no mundo para
serem utilizados como base.

6.1 ESTUDO DE CASO NACIONAL 1

6.1.1 Ficha Técnica

 Tema: O uso de estruturas metálicas em shopping centers;


 Localização: Avenida Nero Macedo com Rua Itauçu, quadra 49 e quadra 53,
lotes 1/13 e 16/26 - Setor Cidade Jardim - Goiânia – GO;
 Ano de conclusão: Dezembro de 2014;
 Área de implantação: 27.514,07 m²;
 Engenheiro: Eng. Marco Antônio de Oliveira.

Este projeto percebia viabilidade do uso de estruturas de aço em obras


comerciais (shopping centers), analisando como este tipo de construção é
caracterizada e apresentando as principais vantagens técnicas e econômicas que a
estrutura em aço pode proporcionar para obras deste seguimento.

Figura 1 – Projeto de Ampliação do Shopping.

Fonte: Domiciano, Oliveira e Melo, 2016.


25

Atualmente, a indústria da construção civil tem procurado sistemas eficientes


de construção com a finalidade de majorar a produtividade, atenuar o desperdício e
atender uma demanda crescente. Dessa forma, um panorama do uso das estruturas
metálicas no Brasil é apresentado, destacando sua importância econômica, as
vantagens da sua utilização na construção civil e também as principais obras de
shopping centers em aço.

6.1.2 Importância econômica com em estruturas metálicas

O parque produtor de aço, em 2013 no Brasil, foi composto por 29 usinas,


sendo elas administradas por 11 grupos empresariais. A capacidade instalada foi de
48,4 milhões de toneladas/ano de aço bruto. Além disso, a produção de aço bruto foi
de 34,2 milhões de toneladas e de produtos siderúrgicos, 33 milhões de toneladas.
O consumo aparente foi de 26,4 milh3ões de toneladas e o número de
colaboradores foi de 124.059 pessoas, resultando em um saldo comercial de US$
1,3 bilhões.
Em 2013, o Brasil foi o 17º maior exportador mundial de aço (exportações
diretas) e o 6º maior exportador líquido de aço, totalizando 4,4 milhões de toneladas
exportadas para mais de 100 países.

Figura 2 – Distribuição setorial do aço.

Fonte: Guia da construção em aço, 2012.


26

6.1.3 Principais vantagens

Com o avanço da indústria e análises de novos materiais, verificou-se que o


aço (composto basicamente de ferro e carbono) proporcionava vantagem quando
utilizado na construção civil. Enquanto o concreto é moldado através de formas, o
aço estrutural é aplicado com exatidão na obra através de peças pré-fabricadas.

Figura 3 – Vantagens da estrutura metálica.

Fonte: Pinho; Fernando, 2014.

6.1.4 Custo, prazo e logística

Segundo o Engenheiro responsável pela análise da viabilidade da obra, a


ampliação do Shopping exigia um sistema de construção que atendesse tanto as
necessidades de prazo quanto de custo, além da logística de construção que esse
tipo de obra exige.
A adoção de estrutura de concreto armado acarretaria em severas
dificuldades para os moradores da região, uma vez que recebimento de caminhões
betoneiras prejudicaria um sentido da Avenida.
Além disso, obras em estrutura convencional exigem um grande espaço para
canteiro de obras, uma vez que se faz necessário uma área para depósito de
materiais e grandes estoques, além da mobilização de uma maior quantidade de
27

trabalhadores, gerando a necessidade de maiores espaços de vivência (refeitório,


banheiros).
Por isso, para atender a necessidade de prazo, optou-se por buscar soluções
em concreto pré-moldado ou estrutura metálica. Ambos apresentam rapidez
construtiva, pois o caso de shopping centers, a decisão por uma solução mais rápida
garante célere retorno, fator preponderante para viabilização da obra.
O custo de execução da estrutura, por sua vez, foi elaborada pelo Engenheiro
responsável pela análise de viabilidade. A comparação entre o valor da estrutura, o
custo para solução em concreto pré-moldado (Empresa B), representou uma
pequena diferença, sendo maior, quando comparado com a solução em estrutura
metálica pela empresa A.

6.1.5 Execução do canteiro de obras

A construção em centros urbanos densamente ocupados, principalmente por


reformas e ampliações de obras comerciais, em especial, os shopping centers,
vivencia essa condição, geralmente, se encontra em áreas com grande densidade
populacional. Assim, a utilização de grandes canteiros de obras torna-se inviável.
A estrutura metálica, por ser pré-fabricada, permite que o canteiro de obras
seja menor e mais organizado, já que não são necessários grandes depósitos para
areia, cimento, brita, ferragens e madeiras. O ambiente apresenta-se limpo e ocorre
menor produção de entulho, oferecendo melhores condições de segurança ao
funcionário e colaborando para a diminuição de acidentes na obra.
Na obra em estudo, devido ao espaço limitado e por estar em uma região
urbana com grande densidade populacional, o canteiro de obras limitou-se a uma
área de aproximadamente 15 m², compostos por três divisões: almoxarifado, sala do
mestre de obras e refeitório.

6.1.6 Parte Civil x Montagem da Estrutura

A estrutura em aço foi composta por elementos estruturais especificados e


dimensionada em projeto, com a finalidade de auxiliar na fabricação e na montagem.
Os elementos dimensionados são fundamentais ao suporte das cargas que fazem
parte do conjunto da estrutura.
28

Assim, um dos grandes fatores responsáveis para um bom desenvolvimento


de obras em estrutura metálica é a correta locação dos chumbadores durante a
execução da fundação, para que, quando se iniciar a montagem, não haja desvios
fora da tolerância permitida em norma, ou prejuízo à montagem das peças já
fabricadas.

Figura 4 – Ligações: parafusos A325, 19mm.

Fonte: Brasil, 2014.

Figura 5 – Ligações: parafusos A325, 19mm.

Fonte: Brasil, 2014.


29

6.1.7 Montagem da estrutura

Devido à falta de espaço para armazenagem das peças, foi necessário um


desenvolvimento de um plano de montagem que garantisse que as peças fossem
montadas conforme seu recebimento.
A sequência de montagem das peças da estrutura foi definida de forma que
as peças montadas não atrapalhassem o acesso das mesmas, tanto no que diz
respeito ao guindaste que irá içá-las, quanto ao impedimento entre o solo e a
posição da peça, garantindo assim, agilidade na execução da obra.
Segundo o engenheiro da obra, a montagem dos elementos de cobertura
permitiu que já se instalassem as telhas e que o trabalho não fosse prejudicado com
as fortes chuvas. Em relação à montagem da estrutura, com o funcionamento do
shopping, buscaram-se minimizar os impactos aos frequentadores do local.

Figura 6 – Montagem dos elementos de cobertura.

Fonte: Brasil, 2014.

6.1.8 Correlação entre a análise e a proposta arquitetônica

O uso de estrutura metálica evidencia o avanço da indústria de pré-fabricados


e se torna uma alternativa fundamental na construção civil, pois o mercado exige
obras rápidas, duráveis, precisas, flexíveis, com facilidade de manutenção e reparo,
30

com pouca geração de entulhos e que garanta uma viabilidade técnica e econômica
para a construção.
Dessa maneira, verificou-se que o custo da estrutura pré-modelada é
praticamente equivalente com o apresentado pela estrutura metálica. Assim, os
critérios para escolha devem ser baseados nas vantagens que cada tipo de estrutura
poderá oferecer.
Baseando-se nesta proposta, o projeto arquitetônico pretenderá seguir o
planejamento da montagem com eficácia, visando à rápida execução da estrutura,
onde permitirá que as peças sejam rapidamente utilizadas sem geração de estoque.
A montagem da cobertura antes dos elementos intermediários permitirá que a obra
não seja paralisada com as condições climáticas desfavoráveis do local.

6.2 ESTUDO DE CASO NACIONAL 2

6.2.1 Ficha Técnica

 Tema: Estudo de viabilidade para implantação de geração fotovoltaica em


shopping centers na região de Curitiba;
 Localização: Região de Curitiba;
 Ano de conclusão: Fevereiro de 2014;
 Área de implantação: 7.967,50 m²;
 Engenheiro: Emerson Rigoni.

Este trabalho apresenta o estudo de viabilidade para a implantação de


geração fotovoltaica em shopping centers. Primeiramente foram explanadas a
situação energética brasileira e as peculiaridades do sistema elétrico nacional, mas
também foram abordados conceitos básicos referentes à produção de energia
elétrica, com maior ênfase na energia solar fotovoltaica.
O projeto preliminar de instalação analisou o impacto que os painéis
fotovoltaicos poderiam causar na fatura do consumidor em questão, concluindo-se,
então, o estudo ao verificar a viabilidade do projeto.
31

6.2.2 Radiação Solar em Curitiba

Os dados de irradiação solar e potencial fotovoltaico para a cidade de


Curitiba, onde estão instalados os consumidores como mostra a Figura 7.

Figura 7 – Mapa fotovoltaico do Estado do Paraná.

Fonte: Tiepolo, Canciglieri Junior e Urbanetz Junior, 2013.

6.2.3 Área da Cobertura

Para determinação da área disponível para instalação dos painéis


fotovoltaicos na cobertura dos shoppings foi utilizado o programa Google Earth,
podendo-se determinar que a cobertura do Consumidor A tem aproximadamente
7.967,50 m². Para os cálculos no projeto assume-se que a área de cobertura possui
7.500 m² de área útil para a implementação de painéis solares fotovoltaicos.
32

Figura 8 – Detalhe da cobertura shopping A.

Fonte: Google Earth, 2014.

Figura 9 – Área da cobertura Shopping A.

Fonte: Google Earth, 2014.

Também utilizando o programa Google Earth determinou-se que a cobertura


do Consumidor B tem aproximadamente 6024,28 m². Para os cálculos no projeto
33

assume-se que ela possuía 5500 m² de área útil para a implementação de painéis
solares fotovoltaicos.

Figura 10 – Área da cobertura do Shopping B.

Fonte: Google Earth, 2014.

6.2.4 Inclinação, orientação e premissas

O cálculo da energia gerada pelo sistema SFVCR se deu a partir da


determinação da área da cobertura, supondo um sistema SFVCR hipotético cobrindo
toda esta área. Os cálculos consideraram os módulos com inclinação igual à latitude
local e voltada para o norte geográfico.
Consideraram-se as coberturas com inclinações ideais, ou seja, inclinadas de
acordo com a latitude local (25º em Curitiba) e orientação para o norte verdadeiro,
com desvio azimutal zero. Para esta situação, utilizaram-se dados de irradiação
solar baseados na Figura 02, que já representa o valor de acordo com a latitude
local e orientação para o norte verdadeiro e desvio azimutal zero.

6.2.5 Cálculo de radiação e geração de energia fotovoltaica

Após levantamento da área útil para instalação dos painéis solares


fotovoltaicos, pode-se determinar o potencial de geração fotovoltaica na cobertura
do shopping. A fórmula que estima a potência instalada a partir da área e da
34

eficiência de cada tecnologia está representada na Equação 1: 𝐴=(𝑃𝐹𝑉/𝐸𝐹𝐹)×100


Equação 1.
Como a área das coberturas já estava fixada, os cálculos foram feitos, a partir
da Equação 1, para descobrir a potência que pode ser instalada.

6.2.6 Estimativa de custos

Para a determinação dos custos envolvidos no estudo de implementação de


geração fotovoltaica em um Shopping utilizou-se a EPE - Análise da Inserção da
Geração Solar na Matriz Elétrica Brasileira (2012). Os custos para implementação de
um Sistema Fotovoltaico onde foram levados em conta todos os gastos desde a
compra dos equipamentos até a mão de obra, são expressivos.

6.2.7 Viabilidade econômica do projeto

No primeiro cenário, a análise foi considerada válida para os dois


consumidores, porém, considerou-se apenas o retorno obtido através da economia
que a instalação dos painéis solares fotovoltaicos iria causar na conta de luz do
consumidor. A partir desta economia mensal, calculou-se o tempo que seria
necessário para recuperar o capital investido no projeto.
No segundo cenário, a análise foi válida para os dois consumidores.
Considerou-se o investimento de capital num fundo de investimento e também foi
levada em consideração a média dos reajustes das tarifas aplicados pela COPEL
nos últimos anos.
No terceiro cenário, a análise é válida para os dois consumidores.
Considerou-se o financiamento do BNDES no PROESCO, Programa de Apoio de
Eficiência Energética, além da estimativa de reajuste tarifário da COPEL. No quarto
cenário, a análise é válida para os dois consumidores.
Considerou-se a média dos reajustes das tarifas aplicados pela COPEL nos
últimos anos de 8,2%, desconsiderando o ano atípico de 2013, somada a uma
estimativa de aumento do preço de energia elétrica devido ao aumento de utilização
de fontes mais caras de energia, que são necessárias devido ao aumento da
demanda.
No quinto cenário, a análise foi válida para os dois consumidores,
consideraram-se as mesmas premissas do quarto cenário, somada aos custos
35

inerentes à manutenção dos painéis, à troca dos inversores e à perda de eficiência


dos painéis com o passar dos anos.
No sexto cenário, a análise foi considerada válida para os dois consumidores,
onde as mesmas premissas do quinto cenário foram levantas, porém, considerando
a aplicação de capital no Fundo Clima, programa do BNDES com a finalidade de
garantir recursos para apoio a projetos ou estudos e financiamento de
empreendimentos que tenham como objetivo a mitigação das mudanças climáticas
(BNDES, 2014).

6.2.8 Correlação entre a análise e proposta a arquitetônica

A análise da energia solar apresenta bom potencial no Brasil, apesar de


pouco explorada. No município de Curitiba, local onde o estudo foi realizado,
constatou-se que há ótimas condições para a instalação de um sistema de geração
solar fotovoltaica, podendo gerar quantidade considerável de energia elétrica
durante o ano, visto que a geração estimada nesta região é em torno de 50% maior
que o potencial na Alemanha, país com a maior capacidade instalada em SFVCR.
Dessa forma, existe a viabilidade da energia solar na proposta arquitetônica
devido ao shopping center ter como característica sistemas de ar-condicionado e
iluminação que demandam grande quantidade de energia, especialmente nos
períodos mais quentes do dia, que são os momentos de maior radiação solar,
fazendo dos painéis fotovoltaicos uma opção bastante interessante. No município de
São Miguel do Tapuio, por ser muito quente, a geração de energia solar se dá
justamente por sempre ter períodos de maior consumo destes estabelecimentos.
Todavia, a condição de viabilidade pode variar dependendo do consumidor,
principalmente no que diz respeito ao tempo de investimento, pois cada consumidor
poderá exigir diferentes prazos para recuperar o capital investido.

6.3 ESTUDO DE CASO NACIONAL 3 COM ÊNFASE INTERNACIONAL

6.3.1 Ficha Técnica

 Tema: Mitos e verdades sobre o brise-soleil: da estética à efi ciência


energética;
 Localização: Pelotas – RS;
36

 Ano de conclusão: 2011.

O estudo de caso teve por objetivo discutir as dimensões estéticas e de


eficiência energética de sistemas de proteção solar contribuindo para a
desmistificação da transposição metafórica do brise-soleil como um elemento
pesado na composição de um edifício. Por outro lado, apresentam-se também
conceitos básicos da eficiência energética de sistemas de proteção solar.
O brise-soleil não é um elemento de arquitetura que deve ser implantado
numa edificação fruto de uma operação de recortar-colar. No que diz respeito à
eficiência energética dos sistemas de proteção solar, não há dúvidas da importância
dos mesmos como elementos de controle seletivo dos ganhos térmicos.

6.3.2 Dimensão estética do brise-soleil

O lugar, elemento importante e estruturador da concepção projetual, deve ser


considerado no projeto com base em múltiplas relações que o edifício pode
estabelecer com o sítio de intervenção. Essas relações são as mais variadas
possíveis. Podem-se destacar aspectos como a linguagem das preexistências, a
altura, a escala, o aproveitamento da topografia, o domínio da paisagem, a mimese,
o contraste, as relações funcionais de acessibilidade, entre outros importantes
elementos a serem considerados.
Nesse sentido, a análise programática permite a definição da relação entre
espaços interiores e exteriores no que diz respeito à organização dos planos
verticais e horizontais, onde os aspectos, como a permeabilidade, gerada pelo uso
de vidros e superfícies transparentes, a estanqueidade caracterizada pelo uso de
fechamentos opacos em alvenaria ou outros materiais, devem ser definidos durante
a definição da proposta programática.
37

Figura 11 – Sistema de proteção solar com destaque na composição – edificação


escolar na Inglaterra.

Fonte: Foster, 2005.

As edificações são fruto do entendimento de que o projeto é apenas uma


resolução funcional do programa, sem que aspectos relacionados às diferentes
dimensões presentes no âmbito do tema sejam explorados na sua plenitude.

6.3.3 Valorização do brise-soleil

A valorização do papel representativo da tecnologia no projeto de arquitetura


pode ser caracterizada tanto pela ênfase formal de certos elementos de arquitetura,
como coberturas, planos verticais, sistemas de proteção solar, sistema estrutural,
quanto pelo próprio caráter de alguns materiais que remetem à tecnologia, como
metal, vidro entre outros.
O brise-soleil, que tradicionalmente é remetido à sua forma tradicional em
concreto armado, pode ser um elemento de valorização e dinamização compositiva
valorizando o caráter tecnológico do edifício construído, conforme Figuras 12 e 13.
38

Figura 12 – Brise-soleil dinamizando a composição do edifício – Milwaukee


Museum, Estados Unidos, 2001.

Fonte: Jodídio, 2003.

Figura 13 – Brise-soleil dinamizando a composição do edifício – edifício


administrativo, Berlim, Alemanha, 2007.

Fonte: Jodídio, 2003.


39

O sistema de proteção solar está integrado na composição formal da


edificação, sem destaque compositivo, mas contextualizado na proposta de
valorização da cultura local, caracterizada pela definição de materiais utilizados
pelos colonizadores e nativos da região.

6.3.4 Eficiência energética dos sistemas de proteção solar

Um edifício é considerado energeticamente mais eficiente que outro quando


proporciona as mesmas condições ambientais de conforto ao seu usuário,
considerando, para tanto, menor consumo de energia. Dentro desse contexto, a
análise da implantação de elementos de arquitetura que objetivem minimizar ou
maximizar ganhos térmicos, acordando com o contexto climático, é um importante
instrumento de análise da eficiência energética de soluções arquitetônicas.
Um importante conceito a ser destacado é o Fator Solar, que é definido como
o quociente entre a quantidade de energia solar que atravessa a janela e que nela
incide. Enquanto um vidro de 3 mm, transparente em fator solar de 0,87, um protetor
solar externo, como veneziana em madeira, é de 0,09.

6.3.5 Hotel Jacques George Tower, Pelotas, RS

Foi realizado um estudo de viabilidade para a implantação de sistema de


proteção solar em fachada oeste de edificação hoteleira com base em realização de
simulações computacionais com o software DesignBuilder. O software DesignBuilder
é um programa de simulação de desempenho térmico e energético, por intermédio
do qual é possível verificar tanto dados de conforto térmico do ambiente interior,
como também é possível analisar o consumo energético das edificações.
Para o projeto do sistema de proteção solar, considerou-se a necessidade do
controle de radiação solar direta nos ambientes interiores entre os meses de
setembro e março. Nesse período, a proposta contemplou eficiência total do sistema
de proteção solar.
A solução adotada foi de protetor solar misto, com 5 placas horizontais de
2.00 m de largura por 0.50 m de comprimento e 2 verticais de 1.70 m de largura por
1.60 m de altura, caracterizadas nas Figuras 14 e 15.
40

Figura 14 – Projeto do sistema de proteção solar.

Fonte: Cunha, 2011.

Figura 15 – Projeto do sistema de proteção solar, plano transversal.

Fonte: Cunha, 2011.

6.3.6 O custo do sistema implantado com mão de obra

Com relação à economia de energia e o tempo de retorno do investimento,


observa-se que a presença ou ausência do sistema de proteção solar nos
fechamentos transparentes trouxe um efeito direto no consumo de energia
proveniente da climatização artificial dos espaços internos.
No que diz respeito ao cálculo da energia conservada (CEC), foram
determinadas as variáveis, onde o custo da energia conservada foi calculado de
41

acordo com os custos da implementação dos protetores solares na fachada oeste e


com a energia economizada por intermédio dessa medida.
Tanto o CEC de R$ 0,281/kWh como também o pay-back de 8,4 anos
caracterizam como perfeitamente viável a proposta de aumento de eficiência
energética do Hotel Jacques George Tower com a implementação de 49 protetores
solares mistos em alumínio na fachada oeste do bloco de apartamentos.

6.3.7 Correlação entre a análise e a proposta arquitetônica

Do ponto de vista da estética, o estudo apresentou as possibilidades de


valorização do aspecto tecnológico no que diz respeito à conceituação e definição
de diretrizes de desenvolvimento de projeto arquitetônico. Além disso, observou-se
que o sistema de proteção solar, entre outros elementos de arquitetura, assumiu um
destaque na composição da edificação quando da valorização da técnica, seja em
decorrência da relação entre o programa e/ou lugar, e seja em decorrência da
tecnologia.
Todavia, torna-se importante que haja um cuidado com a resolução formal
dos elementos de proteção solar, como nos casos apresentados sem projetos de
Norman Foster e Santiago Calatrava.
Neste sentido, torna-se viável a proposta, pois a eficiência energética gera
economia no ambiente construído com base na utilização de dispositivos de
proteção solar, uma vez que e controle seletivo da entrada de radiação solar em
ambientes interiores faz com que os custos de climatização artificial sejam reduzidos
drasticamente, sem que os custos de iluminação artificial aumentem com a mesma
intensidade.

7 DIAGNÓSTICO LOCAL

7.1 APRESENTAÇÃO DO LOCAL

Dentro desta premissa, será esboçado um projeto arquitetônico com ênfase


em um núcleo financeiro de atendimento que diminuirá as carências dentro de São
Miguel do Tapuio, cidade localizada ao norte do Estado do Piauí, conforme figura 16.
42

Figura 16 – Localização da cidade de São Miguel do Tapuio, Piauí.

Fonte: IBGE. Adaptado pelo autor, 2019.


43

Figura 17 – Localização do terreno na cidade de São Miguel do Tapuio, Piauí.

Fonte: Google Earth Pro, 2019.

7.2 JUSTIFICATIVA

A escolha do terreno é justificada por ter de maneira geral sua localização


relacionada à proximidade de colégios, prefeitura, praça matriz, igreja, hospital, bem
como pontos comerciais. Além disso, a construção do centro comercial nessa
localidade proporcionará mudanças urbanas impulsionadas pelo desenvolvimento do
setor terciário em torno do shopping, agindo consideravelmente no modo de vida da
cidade, assim como impulsionará o desenvolvimento e transformações urbanas.
Dessa forma, os processos de gentrificação estarão dialogando com uma
nova concepção de urbano, refazendo a cidade, expandindo o shopping para além
de sua construção, isto é, para a cidade de forma generalizada.
44

7.3 ENTORNO

O entorno do terreno possui casas residenciais, colégios (particular e público),


comércio, praças, prefeitura, hospital, clube municipal, bares, posto de gasolina e
restaurantes.

Figura 18 – Entorno do terreno.

Fonte: Google Earth Pro. Adaptado pelo autor, 2019.


45

7.3.1 Entorno acessos

O terreno fica situado em São Miguel do Tapuio, Piauí, Brasil. O terreno fica
no centro da cidade, margeado pelas Ruas: Coletor José de Araújo, Inácio Caitano,
Miguel Furtado e Major Artur de Aragão. No entorno, é encontrado terrenos vazios,
praça, agência bancária, restaurante, residências, alguns pontos comerciais e
educacionais (Figura 19).
Além disso, a BR 407 liga Picos a Piripiri. A BR 407 corta vários municípios,
como: São Luís do Piauí, Pimenteiras, São Miguel do Tapuio - PI, Castelo do - PI,
Juazeiro do Piauí, Milton Brandão e Pedro II.
A SMT a SCM são estradas que ligam o Município de São Miguel do Tapuio
PI a Santa Cruz dos Milagres - PI.
A SMT a N. Oriente CE é a estrada que liga o Município de São Miguel do
Tapuio PI a Novo Oriente no Ceará.
Figura 19 – Entorno Acessos.

Fonte: Google Earth Pro. Adaptado pelo autor, 2019.


46

Figura 20 – Entorno de frente de 55.30 metros, Rua Coletor José de Araújo.

Fonte: Arquivo pessoal do autor, 2019.

Figura 21 – Entorno de frente de 88.00 metros, Rua Miguel Furtado.

Fonte: Arquivo pessoal do autor, 2019.


47

Figura 22 – Entorno de frente de 80.60 metros, Rua Inácio Caetano.

Fonte: Arquivo pessoal do autor, 2019.

7.4 ASPECTOS NATURAIS

7.4.1 Insolação

Como se observa na Figura 23, o sol da manhã inicia-se a leste e se põe a


oeste, recebendo grande parte da incidência solar da tarde. Tais observações
nortearam algumas decisões, tais como, o posicionamento do futuro projeto a ser
implantado e seu eixo, que ficará voltado para norte-sul.
48

Figura 23 – Insolação no terreno do projeto.

Fonte: Arquivo pessoal do autor, 2019.

Ao analisar a melhor forma de dispor a Fachada Norte do projeto do Shopping


center, houve a necessidade de avaliar a insolação através do programa SOL-AR
para identificar quais fachadas receberão maior incidência solar durante o ano, com
especificações de meses e horários. Dessa forma, verificou-se que a fachada norte,
orientada a 358° em relação ao norte verdadeiro, recebe insolação direta de Março a
Setembro durante todo o dia, conforme a figura 24.
49

Figura 24 – Fachada Norte do projeto.

Fonte: Figura retirada do programa SOL-AR e editada pelo autor.

Com relação à fachada sul (Figura 25), orientada em 178° em relação ao


norte verdadeiro, recebe insolação direta a partir do dia 20 de outubro, e durante os
meses de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro.

Figura 25 – Fachada Sul do projeto.

Fonte: Figura retirada do programa SOL-AR e editada pelo autor.


50

A Fachada leste orientada em 88° em relação ao norte verdadeiro, recebe


insolação direta pela manhã partir das 11:40 horas do dia 22 de dezembro, seguindo
pelo mês de janeiro, fevereiro, março, abril, maio até 12h00 do dia 22 de junho,
como mostra a Figura 26.

Figura 26 – Fachada Leste do projeto.

Fonte: Figura retirada do programa SOL-AR e editada pelo autor.

A Fachada oeste (Figura 27), orientada em 272° em relação ao norte


verdadeiro, recebe insolação direta pela tarde a partir das 12h30min do dia 22 de
junho, seguindo pelo mês de julho, agosto, setembro, outubro, novembro até
12h30min do dia 22 de dezembro.
51

Figura 27 – Fachada Oeste do projeto.

Fonte: Figura retirada do programa SOL-AR e editada pelo autor.

7.4.2 Ventilação

Com relação à ventilação, predominam-se os ventos vindo do leste (Figura


28). Como a região em que o terreno se encontra possui poucas barreiras de ventos,
existe uma facilidade de livre fluxo dos ventos.
52

Figura 28 – Ventilação do projeto.

Fonte: Arquivo pessoal do autor, 2019.

Como mostra a Figura 29, a direção média horária predominante do vento em


São Miguel do Tapuio é do leste durante todo o ano.

Figura 29 – Ventilação para o leste do projeto.

Fonte: Site WeatherSpark, 2019.


53

7.4.3 Topografia

Para o estudo de topografia foi realizado um perfil de elevação do terreno com


ajuda dos seguintes programas: Global Mapper e Google Earth Pro (2018).

Figura 30 – Perfil de elevação do terreno.

Fonte: Global Mapper. Adaptado pelo autor, 2019.

Na figura 31 pode-se observar um desnível no terreno de 1 metro de altura


referente à fachada norte. De acordo com o levantamento realizado no local,
verificou-se que o desnível é de apenas 62cm.

Figura 31 – Imagem do desnível referente à fachada norte

Fonte: Google Earth Pro. Adaptado pelo autor, 2019.


54

Na figura 32 pode-se observar um desnível no terreno de 2 metros de altura


referente à fachada leste. De acordo com o levantamento realizado no local,
verificou-se que o desnível é de apenas 18cm.

Figura 32 – Desnível do terreno referente à fachada leste.

Fonte: Google Earth Pro. Adaptado pelo autor, 2019.

Na figura 33 mostra um desnível no terreno de 1 metro de altura referente à


fachada sul. De acordo com o levantamento realizado no local, verificou-se que o
desnível é de apenas 20cm.

Figura 33 – Desnível do terreno referente à fachada Sul.

.
Fonte: Google Earth Pro. Adaptado pelo autor, 2019.

Na figura 34 pode-se observar um desnível no terreno de 2 metros de altura


referente à fachada oeste. De acordo com o levantamento realizado no local,
verificou-se que o desnível é de apenas 42cm.
55

Figura 34 – Desnível do terreno referente à fachada oeste.

Fonte: Google Earth Pro. Adaptado pelo autor, 2019.

Diante ao exposto nas figuras acima, observa-se que a topografia dentro do


perímetro de 5 quilômetros da cidade de São Miguel do Tapuio contém apenas
pequenas variações de altitude, cerca de 141metros. Dentro do perímetro de 16
quilômetros essa variação sobe para 339 metros. E, considerando um perímetro
de 80 quilômetros as variações de altitude chegam à 790 metros.

7.4.4 Clima

A cidade de São Miguel do Tapuio tem clima Tropical alternadamente úmido e


seco, com duração do período seco de seis meses, onde as temperaturas médias
ficam entre 23°C a 34°C.

7.4.5 Cobertura vegetal

A vegetação da cidade de São Miguel do Tapuio é caracterizada por campo


cerrado e cerradão associados com caatinga arbórea e arbustiva.

7.5 ASPECTOS ANTRÓPICOS

7.5.1 Equipamentos existentes

Trata-se de um terreno baldio fechado e não possui nenhum tipo de


equipamento no local.
56

7.5.2 Relevância cultural

Ao iniciar um estudo a respeito do indivíduo em determinada fase da vida e


sobre as razões que o levam a frequentar um centro comercial, vê-se o
envolvimento do tema com a sociedade moderna e, consequentemente, com os
atributos que a Indústria Cultural, fruto da soberania capitalista, dissemina nos
indivíduos contemporâneos (WYPYC, 2011).
Partindo do pressuposto de que a indústria cultural é a industrialização da
cultura de massa, ou seja, a cultura popular tem no próprio termo o conceito que
tenta explicar um fenômeno social que acompanha paralelamente o sistema
capitalista. Portanto, o shopping impulsionará o avanço da indústria cultural da
população, e do capitalismo local.
Além disso, o shopping center, como espaço público, irá promover as
relações sociais, unindo e separando pessoas de diferentes culturas, fazendo com
que o ser humano entre em contato com as diferenças existentes entre cada um.

8 LEGISLAÇÃO

8.1 ESTADUAL

No âmbito estadual, será utilizado como referência a Lei Nº 6947 de 09 de


janeiro de 2017 do Estado do Piauí, que dispõe sobre as diretrizes do licenciamento
ambiental estadual, estabelece os prazos e procedimentos para a emissão de
licenças, declarações e autorizações ambientais e dá outras providências.

8.2 MUNICIPAL

Será usado como referência para alguns parâmetros a Lei nº 4.954 de 2016
que dispõe sobre a regularização da ocupação do solo nos pavimentos térreos de
edificações comerciais.

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

9.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES

A compreensão do papel do programa de necessidades no processo de


projeto está formulada a partir da subdivisão deste em três etapas: análise, síntese e
57

avaliação, pois, mesmo que os processos de projeto sejam muito variados, são
essas as sequências essenciais encontradas na literatura sobre metodologia de
projeto, visto que essas etapas estão presentes em qualquer processo de projeto
arquitetônico.
De acordo com Kowaltowski et al. (2011, p.89) “a análise, como um processo
racional, está relacionada à obtenção e ao gerenciamento de informações e dados
advindo de: pesquisas de comportamentos e entrevistas aos clientes; casos
precedentes; códigos de edificações; condicionantes culturais, econômicos e
ambientais etc”.
Diante disso, evidencia-se que neste projeto as atividades meio consistirão no
setor de atividade de serviço, que será disposto da seguinte maneira: administrativo,
gerência e secretaria; sala de espera; sala de reunião; circulação (área adm.);
elevador; copa com almoxarifado; escada; bateria sanitária com vestiário f; bateria
sanitária com vestiário m; dml sala de segurança; circulação (doca) gás; lixo gerador;
caixa d’água; sub-estação; estacionamento subsolo e doca. O quadro 1 ilustra os
elementos supracitados.

Quadro 1: Setor de atividade de serviços.


PROGRAMA DE NECESSIDADES
AMBIENTES ÁREA(m²)
ATIVIDADE MEIO
SALA DE GERÊNCIA 11,75m²
SALA DA ADMINISTRAÇÃO 47,46m²
SALA DE ESPERA 21,90m²
SALA DE REUNIÃO 18,90m²
CIRCULAÇÃO (ÁREA ADM.) 23,00m²
ELEVADOR 1,54m²
COPA COM ALMOXARIFADO 17,95m²
ESCADA 11,95m²
BATERIA SANITÁRIA COM VESTIÁRIO F 29,65m²
BATERIA SANITÁRIA COM VESTIÁRIO M 30,49m²
DML 8,70m²
58

SALA DE SEGURANÇA 8,13m²


CIRCULAÇÃO (DOCA) 188,05m²
GÁS 6,00m²
LIXO 16,90m²
GERADOR 5,40m²
CAIXA D’ÁGUA 3,00m²
SUB-ESTAÇÃO 8,00m²
ESTACIONAMENTO SUBSOLO 4.417,00m²
DOCA 56,72m²
TOTAL 4.932,49m²
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

O quadro 2 mostra o setor de atividade e serviços de lojas, onde as atividades


fim serão: loja âncora 1; loja âncora 2; lojas tipo 1; lojas tipo 2; espaço cidadão; box
tipo 1; box tipo 2; lanchonete tipo 1; lanchonete tipo 2; lanchonete tipo 3; lanconete
tipo 4; lanchonete tipo 5; praça de alimentação; banco; bateria sanitária; escada;
elevador e hall de circulação.

Quadro 2: Setor de atividade de serviços de lojas.


PROGRAMA DE NECESSIDADES

AMBIENTES QUANTIDADE ÁREA(m²)

ATIVIDADE FIM

LOJA ÂNCORA 1 1 374,73m²

LOJA ÂNCORA 2 1 370,00m²

LOJA TIPO 1 34 84,00m²

LOJA TIPO 2 2 96,65m²

ESPAÇO CIDADÃO 1 457,00m²

BOX TIPO 1 1 18,00m²

BOX TIPO 2 3 11,55m²

LANCHONETE TIPO 1 3 70,00m²


59

LANCHONETE TIPO 2 1 83,00m²

LANCHONETE TIPO 3 1 81,90m²

LANCHONETE TIPO 4 1 62,80m²

LANCHONETE TIPO 5 1 97,00m²

PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO 1 600,57m²

BANCO 1 95,70m²

BATERIA SANITÁRIA 1 52,70m²

ESCADA 2 36,00m²

ELEVADOR 1 4,00m²

HALL DE CIRCULAÇÃO 1 1.672m²

TOTAL 57 7.357,45m²

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

9.2 ORGANOGRAMA

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.


60

9.3 FLUXOGRAMA

Fluxograma sobre a Atividade Fim

PAV. TÉRRIO

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

PAV. SUPERIOR

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.


61

Fluxograma sobre a Atividade Meio

PAV. TÉRREO

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

PAV. SUPERIOR MEZANINO

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Frente ao exposto, percebe-se que é possível a criação de um projeto


arquitetônico de Centro Comercial na cidade de São Miguel do Tapuio, Piauí.
Ressalta-se ainda, que os shopping centers são equipamentos comerciais
que surgiram após a Segunda Guerra Mundial com o objetivo de estimular e inovar
as condições e formas de consumo. Dessa forma, o desenvolvimento deste projeto é
relevante, uma vez que o comércio da cidade de São Miguel do Tapuio encontra-se
desorganizado devido às aglomerações de camelôs no meio da rua, bem como,
devido à distância entre os vários tipos de lojas existentes na cidade.
Sendo assim, a metodologia que foi adotada baseou-se em revisão
bibliográfica qualitativa de materiais já publicados, assim como em estudos de casos
nacionais que utilizaram etapas semelhantes para o desenvolvimento deste projeto
62

de centro comercial. Contudo, neste estudo houve a necessidade de realizar uma


apresentação do local com objetivo de descrever o seu entorno, aspectos naturais,
antrópicos, a legislação vigente, bem como, o programa de necessidade com pré-
dimensionamento, organograma e fluxograma das etapas do centro comercial.
63

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67

APÊNDICE
68

APÊNDICE A – MEMORIAL JUSTIFICATIVO


69

1. INTRODUÇÃO

O Presente memorial tem por objetivo descrever e consolidar as informações


necessárias para a proposta arquitetônica do Centro Comercial: Tapuio Shopping. O
projeto propõe uma edificação que reúna, em um só local, comércio e lazer. O
Edifício é composto por 02 pavimentos que abrigam 38 lojas, 4 boxes, 7
lanchonetes, espaço cidadão, área para banco e estacionamento.

2. CARACTERÍSTICAS DO CENTRO COMERCIAL


2.1 Localização

O Centro Comercial fica localizado na cidade de São Miguel do Tapuio – PI,


bairro Centro, entre as ruas Inácio Caetano, Miguel Furtado, Coletor José de Araújo
e Major Artur Aragão. O seu entorno é predominantemente residencial, com alguns
comércios, escolas e praça.

2.2 Objetivo do Empreendimento

A função deste Centro Comercial é facilitar a vida do cidadão que procura


opções de lazer e serviços em um único local.

3. DESCRIÇÃO DO PROJETO
3.1 Justificativa da implantação no lote

De acordo com a figura 01.


Figura – 01: Implantação

Fonte: Arquivo Pessoal (2019)


70

A edificação foi inserida de forma que aproveita a maior largura do terreno,


também pensando na orientação solar, que possibilitou a criação de espaços
amplos, circulação flexível dentro e fora da edificação. A curva de nível leve
possibilitou a criação de acessos externos, promovendo uma boa circulação no seu
entorno.

3.2 Aspectos Urbanos

O projeto está localizado em uma área privilegiada da cidade em relação aos


fluxos viários e acesso de pedestres. Encontra-se em uma zona com variedades de
prestação de serviços, como: agência dos correios; prefeitura municipal; colégios
públicos e privados; agência lotérica; mercado público municipal; hospital e etc.

3.3 Concepção do Projeto

No partido arquitetônico ficou definido que a edificação será o ponto de


ligação entre o comércio e o lazer dos seus usuários, com isso surgiu a
necessidade de uma implantação que organiza os espaços com suas respectivas
funcionalidades. Diante dessas definições, optou-se por utilizar uma arquitetura
mais contemporânea, para mostrar através da edificação a importância de um
centro comercial deste porte para a cidade.

Alinhando os condicionantes físicos do terreno com o partido arquitetônico, foi


criando uma forma que setorizasse para melhor acomodar as atividades a serem
exercidas, proporcionado um programa livre e de fácil compreensão.

3.4 Setorização

O programa foi distribuído setorizando os serviços de comércio com duas


lojas âncoras e vinte lojas de comércio no primeiro pavimento, um espaço cidadão,
quatro boxes, praça de alimentação, sete lanchonetes e agência bancária, além de
quatorze lojas no pavimento superior. A área administrativa encontra-se em anexo
ao shopping. Na fachada sul encontra-se o acesso de veículos ao subsolo e na
fachada leste fica a caixa d’agua, a subestação, o gerador e a lixeira.

A entrada da edificação é marcada por uma marquise de aço corten e uma


fachada de pele de vidro, também funciona como local para distribuição dos outros
setores da edificação. A bateria sanitária da atividade fim encontra-se próxima à
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praça de alimentação, enquanto que a bateria sanitária da atividade meio encontra-


se ao lado da doca.

3.5 Aspecto Forma

A concepção da planta baixa foi pensada para criar um volume único e


retilíneo, mostrando a contemporaneidade e criando uma volumetria limpa e
moderna, com o uso de brises metálicos e pele de vidro, inspirações trazidas dos
estudos de casos. (Figura 02).

Figura – 02: Fachada 03

Fonte: Arquivo Pessoal (2019)

Procurou-se trabalhar com cores mais neutras, utilizando o cinza como cor
principal e escolhendo variações de cores dessa cartela. A fachada principal é
marcada por uma marquise imponente, mesclando pele de vidro e chapa de aço
corten.
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APÊNDICE B – MEMORIAL DESCRITIVO


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1. INTRODUÇÃO
O memorial descritivo tem a finalidade de descrever todos os materiais e
sistemas construtivos que foram utilizados no projeto executivo. O documento define
integralmente o projeto e suas particularidades. Apresenta também a descrição dos
elementos constituintes com suas sequências executivas e especificações.

2. RELAÇÃO DAS PLANTAS COM O PROJETO

 Prancha 01/11: Locação – Ecs: 1:250


 Prancha 02/11: Planta Baixa Subsolo – Esc: 1:125
 Prancha 03/11: Planta Baixa Térreo – Esc: 1:125
 Prancha 04/11: Planta Baixa Segundo Pavimento – Esc: 1:125
 Prancha 05/11: Planta de Cobertura – Esc: 1:125
 Prancha 06/11: Corte A, B – Esc: 1:125
 Prancha 07/11: Corte C, D, E – Esc: 1:125
 Prancha 08/11: Fachada 01, 02 – Esc; 1: 125
 Prancha 09/11: Fachada 03,04 – Esc; 1:125
 Prancha 10/11: Paginação de Piso – Esc: 1: 200
 Prancha 11/11: Detalhamento – Esc; 1: 50

3. SISTEMA CONSTRUTIVO

Estrutura de Concreto Armado (Figura 03), laje nervurada com cobertura em


telha termo acústica sobre estrutura metálica e fechamento em alvenaria de tijolo.

Figura – 03: Estrutura Concreto Armado

Fonte: Edifique.com.br (2019)


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Na fundação, após um estudo geotécnico, será adotada uma solução de acordo


com a intensidade das cargas, a capacidade de suporte do solo e a presença do
nível d’água.

4. COBERTURA

Estrutura: Treliça metálica com tratamento antiferrugem e com pintura


eletrostática na cor branca. Dimensões a serem definidas pelo calculista.

Telha: Telha metálica termo acústica (Figura 04), seção trapezoidal, tipo
sanduíche, com miolo de poliuretano. Pintura eletrostática na cor branca. Cumeeira
metálica.

Figura – 04: Estrutura Metálica

Fonte: pinterest.com.br (2019)

Calha: Em Zinco (Figura 05)

Figura – 05: Estrutura Metálica


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Fonte: açoport.com.br (2019)

5. SISTEMA DE VEDAÇÃO

Tijolos cerâmicos de seis furos (Figura 06) 9x14x10 cm.

Figura – 06: Tijolo Cerâmico

Fonte: novabertioga.com.br (2019)

Divisórias dos boxes (Banheiros): divisórias com painéis de granito fixados na


parede de alvenaria e no chão.

6. ESQUADRIAS

As janelas são de alumínio com pintura eletrostática na cor branca e vidro


laminado, os contramarco e caixilhos em alumínio. Mais detalhes conferir no quadro
de esquadrias.

As portas são variadas:

Em madeira na cor branca, sendo os alisares de 8 cm fixados com parafusos;

Em alumínio com pintura eletrostática na cor branca;

Automática, com quatro folhas de vidro, duas fixas e duas móveis.

As dimensões e características das esquadrias conforme especificado no projeto.

7. Lojas, Lanchonetes, Box, Banco


7.1 Pisos
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Piso bruto.

7.2 Parede

Divisórias de gesso acartonado.

7.3 Teto

Laje nervurada.

8. Praça de Alimentação
8.1 Piso

Granito preto Via Láctea, Granito Marrom Cobernet e Granito Branco Siena.

8.3 Teto

Forro de Gesso.

9. Banheiro
9.1 Piso

Porcelanato da linha Portobello na cor branco neve nas dimensões 60 x 60 cm.

9.2 Parede

Parede com revestimento cerâmico a definir.

11.3 Teto

Forro de gesso, pintado na cor branco.

10. Instalações Elétricas

A instalação elétrica será embutida, conforme detalhado em projeto específico.


Os equipamentos Instalados deverão obedecer às normas da ABNT e ao projeto
específico.

11. Instalações hidráulicas e sanitárias

Todas as tubulações deverão ser de PVC rígido da Tigre ou Amanco, embutidas


nas alvenarias e contra pisos, conforme indicação de projeto específico. Possui duas
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baterias de banheiros, uma em cada pavimento. Todos os banheiros devem ter


louças brancas.

11.1 Vasos Sanitários

Banheiro de uso comum

Bacias sanitárias com caixa acoplada (Figura 07) com saída horizontal, Deca,
na cor Branca.

Figura – 07: Sanitário Deca

Fonte: Deca.com.br (2019)

Cuba

Pias e bancadas feitas em porcelanato pré-fabricados.

Figura – 08: Bancada de Pré-fabricado.

Fonte: Mercado Livre.com.br (2019)


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Chuveiro

Chuveiro com tubo de parede, Deca, com acabamento cromado. Torneira de


mesa com bica baixa para lavatório, Deca.

12. Equipamentos

Os ambientes atendem as normas da NBR, como, por exemplo, os banheiros


específicos para portadores de necessidades especiais possuem mobiliário
diferenciado. As barras de apoio são importantes e devem ser colocados a uma
altura entre 0,70 e 0,75 centímetros. O espelho deste banheiro também deve ter
uma inclinação de 10%, o assento sanitário deve estar a uma altura de 0,45cm e a
altura da pia de 0,80cm, além de permitir um raio livre para manobras de 1,5m.

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