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UNIFIP

CURSO DE BACHARELADO EM ARQUITETURA E EURBANISMO

VICTORIA CIRILO MARQUES COSTA

A INFLUÊNCIA DO ESPAÇO CORPORATIVO NO


DESENVOLVIMENTO COGNITIVO: ESTUDO DE
CASO
PATOS-PB
DEZEMBRO/2019

VICTORIA CIRILO MARQUES COSTA

A INFLUÊNCIA DO ESPAÇO CORPORATIVO NO


DESENVOLVIMENTO COGNITIVO: ESTUDO DE
CASO

Trabalho desenvolvido para a Disciplina de


Estágio Supervisionado I, sob a orientação
do Prof. Me. Rafael de Carvalho Costa
Abrantes
PATOS-PB
DEZEMBRO/2019

A INFLUÊNCIA DO ESPAÇO CORPORATIVO NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO:


ESTUDO DE CASO

VICTORIA CIRILO MARQUES COSTA

APROVADO EM ______DE_________________________DE__________

MÈDIA FINAL: ____________

NOME DO PROFESSOR ORIENTADOR

NOME DO PROFESSOR MEMBRO DA BANCA


PATOS-PB
DEZEMBRO/2019

A INFLUÊNCIA DO ESPAÇO CORPORATIVO NO DESENVOLVIMENTO


COGNITIVO: ESTUDO DE CASO

Victoria Cirilo Marques Costa


Rafael de Carvalho Costa Abrantes
UNIFIP
Curso de Arquitetura e Urbanismo

RESUMO

O presente trabalho conceitua e apresenta estudos da Neuroarquitetura, de modo que fique clara
a compreensão do tema ao leitor. Tem como objetivo geral analisar os efeitos da
Neuroarquitetura no espaço corporativo, utilizando para estudo de caso um escritório de
advocacia. Como objetivos específicos, busca contribuir na elaboração de projetos de natureza
corporativa e na escolha de elementos arquitetônicos que visem promover bem-estar e
produtividade. Feita a revisão bibliográfica a respeito do tema, foram escolhidos os seguintes
pontos para o desenvolvimento do referencial teórico: a influência das cores na percepção do
espaço; integração do projeto luminotécnico à iluminação natural; a importância do conforto
acústico no espaço corporativo e o mobiliário corporativo e a disposição dos espaços. Para o
desenvolvimento do trabalho fez-se uma pesquisa de caráter qualitativo, explicativa e descritiva
e realizou-se os seguintes procedimentos metodológicos: identificação da problemática, revisão
bibliográfica, escolha do local, levantamento fotográfico e análise de resultado. Para
apresentação dos resultados e discussões fez-se um estudo de caso de um escritório de
advocacia onde foram propostas soluções para a melhoria do espaço.

PALAVRAS-CHAVE: Neuroarquitetura; espaços corporativos; produtividade; bem-estar.


LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


ANFA Academia de Neurociência para Arquitetura
OMS Organização Mundial de Saúde
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Sala de reunião em tons neutros claros ....................................................... 13


Figura 2: CO.W Coworking Space. ............................................................................. 13
Figura 3: O Lounge do Cafezinho ............................................................................... 14
Figura 4: Escritório Favor Cores ................................................................................. 15
Figura 5: Ambiente corporativo com cor amarela ....................................................... 15
Figura 6: Uso de cores vermelhas no espaço corporativo .......................................... 16
Figura 7: Escritório Outbrain ....................................................................................... 17
Figura 8: Escritório Google Dublin .............................................................................. 17
Figura 9: Sala de descompressão para funcionários .................................................. 18
Figura 10: O efeito das cores ..................................................................................... 19
Figura 11: Jansen Campus......................................................................................... 21
Figura 12: Imagem do projeto do E1, escritório no estilo open space ......................... 22
Figura 13: Tipos de iluminação zenital ....................................................................... 22
Figura 14: Iluminação direcionada na mesa de trabalho ............................................. 24
Figura 15: Temperatura da cor ................................................................................... 25
Figura 16: Painéis acústicos ....................................................................................... 27
Figura 17: Pisos elevados em ambientes de trabalho................................................. 28
Figura 18: Uso de tapete como barreira acústica e decoração ................................... 28
Figura 19: Espaços de convivência com presença de vegetação ............................... 29
Figura 20: Open Space .............................................................................................. 31
Figura 21: Espaços abertos como forma de melhorar o relacionamento dos usuários 31
Figura 22: Escritório de Advocacia Corre Mendes ...................................................... 33
Figura 23: Edifício Milindra Empresarial ..................................................................... 33
Figura 24: Fluxograma metodológico ......................................................................... 35
Figura 25: Planta baixa do escritório Correa Mendes ................................................. 36
Figura 26: Detalhe em cor vermelha na parede .......................................................... 37
Figura 27: Sala do advogado...................................................................................... 37
Figura 28: Recepção do escritório .............................................................................. 38
Figura 29: Revestimento em cor escura na sala do advogado ................................... 39
Figura 30: Mobiliário em cores escuras ...................................................................... 40
Figura 31: Iluminação direcionada para as pratileiras ................................................. 41
Figura 32: Iluminação na sala do advogado ............................................................... 42
Figura 33: Falta de iluminação no ambiente ............................................................... 42
Figura 34: Mobiliário da sala do advogado ................................................................. 43
Figura 35: Recepção .................................................................................................. 44
Figura 36: Movél da recepção .................................................................................... 45
Figura 37: Detalhe de espelho na parede da tubulação .............................................. 46
Figura 38: Móvel para apoio de documentos .............................................................. 47
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 9
OBJETIVOS ............................................................................................................................. 11
OBJETIVOS GERAIS .......................................................................................................... 11
OBETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................. 11
REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................................... 12
A INFLUÊNCIA DAS CORES NA PERCEPÇÃO DO ESPAÇO ........................................... 12
INTEGRAÇÃO DO PROJETO LUMINOTÉCNICO À ILUMINAÇÃO NATURAL ................... 20
A IMPORTÂNCIA DO CONFORTO ACÚSTICO NO ESPAÇO CORPORATIVO ................ 25
O MOBILIÁRIO CORPORATIVO E A DISPOSIÇÃO DO ESPAÇO ...................................... 30
METODOLOGIA ..................................................................................................................... 32
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .............................................................................. 32
IDENTIFICAÇÃO DA PROBLEMÁTICA ....................................................................... 32
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 32
ESCOLHA DO LOCAL ................................................................................................ 33
LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO ............................................................................. 34
ANÁLISE DE RESULTADOS ....................................................................................... 34
FLUXOGRAMA METODOLÓGICO ...................................................................................... 34
RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................................ 36
CORES ................................................................................................................................ 36
ILUMINAÇÃO ...................................................................................................................... 40
MOBILIÁRIO E DISPOSIÇÃO DOS AMBIENTES ................................................................ 43
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 48
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 49
REFERÊNCIAS DE IMAGENS ............................................................................................... 52
9

1. INTRODUÇÃO

Os estudos, pesquisas e descobertas sobre a Neuroarquitetura começaram na década


de 1990 - conhecida como “década do cérebro” – pelo neurocientista Fred H. Gage e o
neurocientista e arquiteto John Paul Eberhard (MENA, 2019). Entretanto, somente em 2003
foi formada a Academia de Neurociência para Arquitetura (ANFA), em San Diego, criada para
debater o conceito de Neuroarquitetura e promover a troca de conhecimentos que relacionem
pesquisas da Neurociência à compreensão das respostas humanas ao ambiente construído
(RS DESIGN, 2019b).
A Neurociência aplicada à Arquitetura, popularmente chamada de Neuroarquitetura,
“é um campo interdisciplinar que consiste na aplicação da neurociência aos espaços
construídos, visando maior compreensão dos impactos da arquitetura sobre o cérebro e os
comportamentos humanos” (MENA, 2019). Ela pode ser utilizada em qualquer projeto
arquitetônico e sua principal finalidade é criar espaços para a felicidade, o bem-estar, a
produtividade e a qualidade de vida, tornando os ambientes menos ociosos e estressantes.
Apesar de ser um assunto que tem ganhado relevância apenas nos últimos anos, os
impactos deste tema são conhecidos há muito tempo, principalmente quando se fala em
espaços corporativos. Calcula-se que os seres humanos passam mais de 90% do seu tempo
dentro de edifícios. Sabendo como o ambiente tem poder sobre o cérebro, esse dado por si só
já dá muita informação e uma ideia bastante clara da importância da criação de edifícios mais
humanos, saudáveis e que gerem bem-estar (NEUROARQUITETURA:.. 2019b).
Em 2016, foi divulgado um levantamento realizado pelo banco suíço UBS Group AG,
no qual foram avaliadas 71 cidades e a carga horária de trabalho em cada uma. Segundo os
dados, Hong Kong foi a primeira, com 50,1 horas trabalhadas por semana, na frente de
Mumbai (43,7); Nova Déli (42,6) e Bangcoc (42,1). No Brasil, Rio de Janeiro contabilizou 33,5
horas e São Paulo 34,9. Esses números ajudam a compreender porque os ambientes
corporativos costumam ser apontados como um dos principais responsáveis pelos quadros
de estresse e prejuízos à saúde.
No ambiente de trabalho, são cerca de 40% de pessoas que retratam níveis
patológicos de estresse, de acordo com o Instituto Qualidade de Vida (BENCKE, 2018b).
Preocupadas com a qualidade do serviço prestado, muitas empresas atualmente passaram a
adotar os conceitos da neuroarquitetura como forma de oferecer um ambiente de trabalho
qualificado e inovador para que os colaboradores executem suas tarefas com excelência. Nos
EUA, por exemplo, o ambiente da Wood Creek Capital Management incentiva a coletividade
ao proporcionar áreas de copa com mesas amplas para reunir os colegas e espaço de
descompressão com mesa de ping-pong (RS DESIGN, 2019b).
10

Neste contexto, a neuroarquitetura mostra-se como uma solução prática e eficaz para
reorganizar os ambientes corporativos de modo que eles se tornem mais estimulantes e,
consequentemente, mais produtivos (NEUROARQUITETURA:... 2019a). Elementos
arquitetônicos como a iluminação natural, a escolha da tabela de cores, a altura do teto, a
disposição da mobília, os ângulos das paredes e o som, por exemplo, podem contribuir de
forma efetiva para um melhor desenvolvimento dos trabalhadores, e, consequentemente, da
empresa.
Com base nisso, o presente trabalho tem como objetivo geral analisar como a
organização do espaço corporativo e seus elementos influenciam no comportamento e na
produtividade dos colaboradores, para isso, foi escolhido o escritório de advocacia. Conhecer
os padrões de funcionamento do cérebro e como o espaço afeta as funções cerebrais pode
ajudar os arquitetos a projetar edifícios que melhorem o comportamento, o desempenho e o
bem-estar do usuário.
11

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL


Analisar como a organização e os elementos arquitetônicos dos espaços corporativos
influenciam no comportamento e na produtividade dos colaboradores do escritório de
advocacia.

2.2. OBJETIVOS ESPECIFICOS

• Conhecer os padrões de funcionamento do cérebro e como o espaço afeta as


funções cerebrais, de modo a contribuir na elaboração de projeto de edifícios
que melhorem o comportamento, o desempenho e o bem-estar do usuário;
• Comprovar a forma como a arquitetura e seus elementos influem no
comportamento dos colaboradores, de modo a ajudar outros profissionais da
área na escolha correta dos elementos a serem usados;
• Contribuir, através dos estudos feitos, com a elaboração de projetos de
interiores de natureza corporativa;
• Averiguar como os fatores ambientais interferem no comportamento humano
dentro do escritório;
• Conhecer o padrão de comportamento adotado e avaliar as interferências
ambientais na movimentação e apropriação do espaço;
• Indicar possíveis estratégias que possam melhorar a experiência de trabalho.
12

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1. A INLFUÊNCIA DAS CORES NA PERCEPÇÃO DO ESPAÇO

As sensações que o ambiente proporciona às pessoas estão relacionadas a diversos


fatores sensoriais e visuais, dentre eles as cores. Segundo Marelli (2018b), “as cores têm
propriedades que ativam áreas do cérebro relacionadas a sensações, influenciando a maneira
como as pessoas se sentem em determinado espaço”. Priscilla Bencke (2018a), em um artigo
publicado no site Qualidade Corporativa, diz que:

é preciso entender a chamada psicologia das cores e optar por aquelas que
estão relacionadas ao negócio. Um exemplo clássico são as praças de
alimentação repletas de amarelo e vermelho, cujas as propriedades estão
relacionadas a movimento, energia, paixão e fome. São escolhas certeiras
para redes de fast-food.

Se tratando do ambiente de trabalho, é importante ter isso em mente para escolher as


cores certas de forma a provocar sensações estratégicas, como produtividade e
concentração, por exemplo. É comum encontrar nos escritórios o uso de paleta de cores
neutras e detalhes em cores fortes. “Isso equilibra os tons, elimina a monotonia e tem uma
elegância ímpar.” (BENCKE, 2018a). Para auxiliar na escolha dos tons é importante destacar
a relação entre as cores e as sensações, como a seguir:

• Tons neutros claros:


“Os tons claros transmitem calma e dão a sensação de ampliar o tamanho do
ambiente. Quando usados em excesso, contudo, podem dar uma ideia de frieza e distância”
(MARELLI, 2018b).
13

Figura 1: Sala de reunião em tons neutros claros

Fonte: Smart Touch, 2016.

• Tons neutros escuros:


“São cores que exprimem seriedade, solidez e tradição. O preto dá um ar de
sofisticação. No entanto, em grandes proporções, podem deixar o clima pesado” (MARELLI,
2018b).
Figura 2: CO.W Coworking Space.

Fonte: Viva Decora, 2018.


14

• Verde:
“O verde é muito utilizado nos ambientes pois tem uma grande variedade de tons
com sensações agradáveis e confortáveis, e aceita facilmente composições com outras
cores. No seu tom claro torna-se uma cor tranquilizante e até sedativa. Em seu tom
mais escuro pode trazer sensação de seriedade e segurança” (VIVA DECORA, 2017).

Figura 3: O Lounge do Cafezinho

Fonte: Rangel Design de Interiores, 2018.

• Azul:
“Os tons mais claros transmitem paz, ajudam na concentração e deixam o ambiente
leve. Os mais escuros auxiliam na concentração. É importante ter cuidado para não exagerar,
pois o ambiente poderá ficar monótono e triste.” (MARELLI, 2018).
15

Figura 4: Escritório Favor Cores

Fonte: Viva Decora, 2018.

• Amarelo:
“O amarelo estimula o apetite e as atividades intelectuais, ideal para ambientes
que necessitam de uma atmosfera ativa. Esta cor deve ser bem dosada, pelo seu
elevado grau de luminosidade, pois pode causar desconforto visual. O amarelo
representa o sol, então vale investir nesta cor quando o ambiente for escuro ou sem
janelas.” (VIVA DECORA, 2017).

Figura 5: Ambiente corporativo com cor amarela

Fonte: Arquitetude, 2018.


16

• Vermelho:
“Entre as cores na arquitetura corporativa, ele sobressai pelo seu poder ousado e
sedutor. Além disso, o vermelho também incentiva a atenção. Mas, lembre-se: nada de
exageros! Assim ele pode causar o efeito contrário, tornando o ambiente estressante. Por
isso, o vermelho nunca será indicado para ser usado em um ambiente inteiro no mundo
corporativo. Somente alguns detalhes nessa cor já fazem toda a diferença.” (ARQUITETUDE,
2018).

Figura 6: Uso de cores vermelhas no espaço corporativo

Fonte: Arquitetude, 2018.

• Laranja:
“Esta cor é um estimulante físico e mental, alargando a mente e abrindo -a para
novas ideias. Assim, ela pode ser empregada em locais de trabalho e estudo. Também
estimula o apetite.” (VIVA DECORA, 2017).
17

Figura 7: Escritório Outbrain

Fonte: Viva Decora, 2018.

• Roxo/Violeta:
“Os tons de roxo, violeta e lilás estimulam a boa convivência e transmitem sabedoria.
Assim como o azul e o verde, em excesso essas cores podem deixar o ambiente pesado e
desestimulante” (MARELLI, 2018b).

Figura 8: Escritório Google Dublin

Fonte: Viva Decora, 2018.


18

Uma mesma empresa pode, ainda, possuir ambientes com diferentes cores. Para isso,
é importante analisar qual a proposta do espaço e qual a sensação que ele deseja transmitir.
A sala de reunião com clientes, por exemplo, pode ser um local mais básico, usando tons
neutros e apenas cores fortes nos detalhes. Já a área de convivência dos funcionários (Figura
9) pode contar com móveis e paredes em tons mais vivos, de forma a estimular o diálogo e
as boas relações (MARELLI, 2018b).

Figura 9 - Sala de descompressão para funcionários

Fonte: Galeria da Arquitetura, 2019.

Outro fator relevante a se considerar é que,

as cores também possuem influência no espaço e em como as pessoas o


percebem, como por exemplo: cores quentes acabam aproximando os
objetos e dando a impressão de que o espaço é menor, enquanto as cores
frias ampliam o espaço aparente (Figura 10). A influência das cores está
presente inclusive na percepção do tempo: é comprovado que em ambientes
com tons mais quentes, como o laranja e o vermelho, a sensação de
passagem de tempo é menor, já em ambientes de tons frios a sensação é de
que o tempo passa mais devagar (WORK SOLUTION, 2019).
19

Figura 10: O efeito das cores

Fonte: Coral, 2017.

“Muitos escritórios usam cores vibrantes para fugir da monotonia do branco e do cinza,
mas, isso pode ser um erro, pois cada cor atinge uma área do cérebro de forma diferente a
partir da nossa visão.” (BENCKE, 2017). Por isso, é muito importante fazer um estudo na hora
de escolher as cores que vão compor o projeto corporativo, analisando o perfil da empresa e
observando as categorias de cores quentes e frias, de forma a escolher os tons certos para
transmitir as sensações e os comportamentos desejados.
20

3.2. INTEGRAÇÃO DO PROJETO LUMINOTÉCNICO À ILUMINAÇÃO NATURAL

É cada vez mais comum ver projetos de arquitetura corporativa com a preocupação
de aproveitar o máximo de iluminação natural, principalmente visando reduzir os custos com
energia elétrica. Apesar de ser uma opção sustentável, a importância de projetar espaços
corporativos capazes de melhor aproveitar a luz natural vai muito além disto, está relacionada
também à qualidade de vida, o bem-estar e a produtividade dos trabalhadores. Segundo
pesquisas feitas pelas engenheiras Agostinho; Palma (2018),

O nosso relógio biológico está programado para funcionar de acordo com a


luz solar. No início do dia a luz solar é mais fria e por isso de cor branca, o
que nos permite estar mais despertos, mais ativos, mais produtivos. Com o
fim do dia a chegar a luz solar começa a diminuir a sua intensidade, ficando
mais quente e por isso com uma cor mais amarelada. Esta cor mais quente
faz-nos relaxar e estimular a produção do hormônio do sono, a melatonina,
que nos permitirá ter uma noite de sono descansado e regenerador,
fundamental para que as nossas capacidades estejam no seu melhor.
Quando estamos num ambiente de trabalho sem luz natural, recorrendo por
isso a luz artificial, que normalmente é uma luz branca e fria, não são dados
os estímulos necessários ao nosso cérebro para que a melatonina seja
produzida. Isto faz com que, apesar de dormirmos durante a noite, porque
estarmos fisicamente cansados, não consigamos descansar o nosso cérebro
tal como ele realmente precisa.

Trabalhar em espaços que recebem pouca ou nenhuma luz solar pode ser prejudicial
à saúde, podendo causar problemas como a depressão (BERTOLOTTI; NONATTO, 2019).
Por outro lado, a presença desta iluminação traz muitos benefícios à saúde: ela é um
antibiótico natural e proporciona vitamina D ao organismo (MARELLI, 2018c).
“Recentemente foram divulgados estudos comprovando que a utilização da iluminação
natural traz benefícios ao bem-estar dos ocupantes, mas sua ausência pode proporcionar
danos à saúde”, afirma o arquiteto Dimas Bertolotti, especialista em conforto ambiental e
professor da universidade FIAM-FAAM, explicando que essas pesquisas tiveram início no
norte europeu, onde os dias são curtos e as noites mais longas. “Foi identificado que
habitantes desses países sofrem de um tipo de depressão chamada SAD - Seasonal Affective
Disorder -, causada pela falta de luz natural”, disse (BERTOLOTTI; NONATTO, 2019).

Segundo Bertolotti (2019),

o corpo do ser humano é ‘programado’ para ser ativado pela iluminação


natural. A luz estimula a região do cérebro responsável por avisar o restante
do organismo que está no momento de acelerar as atividades vitais. Por outro
lado, com a ausência de iluminação natural o corpo tende a funcionar como
se estivesse no período de repouso, causando os sintomas de depressão.
21

Nos espaços corporativos, a entrada de iluminação natural pode ser dada por fachadas
(Figura 11), iluminação zenital, estruturas de vidro, brises e pergolados, por exemplo.

“As fachadas são a forma mais básica de aproveitamento máximo da luz


natural na arquitetura. Elas ajudam a criar um ar mais fresco, principalmente
em prédios muito altos. [...] É uma ótima forma de entrar em contato com a
natureza, mesmo em espaços predominantemente urbanos. Para que o
aproveitamento da iluminação e da ventilação seja satisfatório, o ideal é que
a fachada não seja bloqueada por prédios vizinhos” (LED MÓVEIS, 2019).

Figura 11: Jansen Campus

Fonte: Dabus Arquitetura, 2014.

Outra forma de aproveitar a luz natural é através de iluminação zenital, que permite a
entrada de iluminação por meio de pequenas ou grandes aberturas na cobertura (Figura 12).
Ela pode ser utilizada por motivos estéticos ou quando o ambiente tem alguma limitação,
como a impossibilidade de abrir janelas, por exemplo. Museus, shoppings e fábricas são casos
de alguns ambientes que adotam esse tipo de iluminação.
22

Figura 12: Imagem do projeto do E1, escritório no estilo open space

Fonte: Abril Branded Content, 2019.

Dentre os seus tipos (Figura 13), destacam-se a claraboia, o shed, a claraboia tubular,
a cúpula, o átrio, o lanternin e as telhas translúcidas.

Figura 13: Tipos de iluminação zenital

Fonte: KORDELOS, 2019.


23

“Existem vários tipos de estruturas de vidro que são utilizadas na arquitetura


de [...] ambientes corporativos para aproveitar a luz do dia. Quanto maior o
espaço de vidro, maior será a abertura para a luz do sol entrar no local. As
estruturas de vidro mais comuns são as paredes, as janelas, os tetos e as
abóbadas. Além disso, existem também as portas de vidro e os ‘tijolos’, que
ajudam a criar uma estilização diferenciada para o ambiente. Dentre todos
esses, a porta de vidro é a maneira mais fácil e prática de otimizar a
iluminação sem precisar fazer grandes reformas” (LED MÓVEIS, 2019).

Entretanto, apesar do uso da iluminação natural ser essencial para o bem-estar e a


produtividade dos colaboradores, é necessário otimizar a entrada de luz solar no ambiente,
pois estando em excesso ela pode gerar desconforto térmico, provocando ofuscamento e um
esforço maior para a realização de atividades. Além disso, o excesso de luz pode permitir a
entrada de radiação solar direta.
Para evitar que esses problemas ocorram, algumas soluções arquitetônicas devem ser
adotadas. “O ideal é ter proteções, como brises ou varandas. Existe uma série de recursos
que permite a entrada da luz e bloqueia a radiação solar direta, evitando o superaquecimento
do interior da edificação”, complementa Bertolotti, lembrando que é preciso balancear as
aberturas com o objetivo de melhorar a quantidade de luz e ao mesmo tempo a ventilação
natural, diminuindo a necessidade do uso do ar-condicionado.
Mas, apesar da eficiência da luz natural, um bom projeto luminotécnico é indispensável
em qualquer empresa. Isso porque, a entrada de iluminação por janelas, portas e claraboias
não é suficiente para uma iluminação equilibrada e, portanto, eficiente. A luz natural varia de
acordo com o clima, com a estação do ano e com o horário do dia. Portanto, sempre haverá
necessidade de complementação da luz artificial (RS DESIGN, 2019a).
A tecnologia e a automação têm sido aliadas dos projetos luminotécnicos no ambiente
corporativo. “Alguns edifícios já adotam sistemas que imitam a dinâmica da luz solar, que é
bem clara de manhã, vai amarelando ao longo do dia e se torna vermelha ao anoitecer”. Outro
sistema é a utilização de sensores que medem a luz natural de forma que, durante o começo
do dia, onde a luz solar é mais forte, as luzes artificiais fiquem desligadas, e ao entardecer,
onde a iluminação natural diminui, elas fiquem mais intensas (CASTELLINI; BERTOLUCCI;
BENEGATE, 2019).
Para a elaboração de um projeto luminotécnico adequado, é necessário entender
quais as necessidades dos usuários que vão utilizar o ambiente e para quais tarefas aquele
espaço será utilizado, podendo assim, definir os recursos de iluminação (iluminação geral no
teto, iluminação de destaque para quadros ou objetos e iluminação da mesa de trabalho, que
é controlada pelo usuário) (CASTELLINI; BERTOLUCCI; BENEGATE, 2019) (Figura 14).
Além disso, fatores como a altura do pé-direito, a incidência de luz natural, presença ou não
de cortinas e espelhos, a cor e o material dos móveis e o piso, por exemplo, também devem
ser considerados para que o projeto seja executado com a maior eficiência luminosa possível.
24

Figura 14: Iluminação direcionada na mesa de trabalho

Fonte: Forúm da Construção, 2019.

A instalação dos recursos de iluminação deve respeitar as normas da Associação


Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), como a NBR 5413 – Iluminância de Interiores, que
define, para ambientes corporativos, uma iluminância de 500 a 600 lux. A temperatura da cor
da luz também deve ser considerada (Figura 15). “A temperatura de cor mais fria é a indicada.
Lâmpadas de 6.500K, que puxam para o branco azulado, estimulam o trabalho. Dependendo
do objetivo do ambiente pode-se optar por uma iluminação mais neutra com 4.220K” (EQUIPE
G. LIGHT, 2018).
25

Figura 15: Temperatura da cor

Fonte: Plug Design, 2019.

“Em ambientes de trabalho, a iluminação adequada torna a execução das tarefas


diárias mais prazerosa, aumenta a concentração e, consequentemente, reduz erros, podendo
até evitar acidentes”, acredita a arquiteta e sócia da G4 Lighting, Katya Castellini. Portanto,
projetar edifícios mais humanizados e que promovam o bem-estar, a produtividade e a
qualidade de vida dos usuários, exigem, dentre outros fatores, um bom projeto de iluminação,
sempre integrando este com o máximo de aproveitamento da iluminação natural. Para isso, é
necessário realizar estudos no início do projeto, levando em consideração questões como o
clima da região, orientação solar, quantidade de horas de luz por dia, tamanho das aberturas,
dentre outros.

3.3. A IMPORTÂNCIA DO CONFORTO ACUSTICO NO ESPAÇO CORPORATIVO

Os espaços corporativos recebem uma grande quantidade de ondas sonoras. Isso


porque, normalmente, esses imóveis estão localizados em áreas centrais, sujeitas ao tráfego
intenso e ao caos das médias e grandes cidades (MARELLI, 2018a). Além disso, esses
ambientes também reúnem ruídos do seu interior, seja pessoas conversando nas mesas ao
lado, os telefones que não param de tocar ou o barulho do ar-condicionado que já não
funciona tão bem. Esse excesso de ruídos além de dificultar o trabalho dos que atuam no
local, também prejudicam a saúde e o nível de produtividade e rendimento dos colaboradores.
“Pesquisas mostram que diminuímos 40% da capacidade de produção com a presença
de barulhos externos. Ou seja, os erros aumentam em quase 30%, devido às distrações em
26

ambientes com a presença de ruídos”, aponta a arquiteta Priscilla Benck (2017). O excesso
de som atrapalha a concentração e interrompe a linha de raciocínio, além de provocar
irritabilidade, fadiga, falhas na memória e podendo até levar à surdez. Segundo o blog Marelli
(2018a),

A poluição sonora é um assunto tão sério que foi definido pela OMS
(Organização Mundial de Saúde) como uma questão de saúde pública.
Especialistas desse órgão recomendam que o limite para a audição humana
é de 50 decibéis (dB).

Mas, manter esse padrão não é tão simples quanto parece. Isso porque, os emissores
de ruído do ambiente externo ultrapassam esse limite: metrô (90 dB), feira (90 dB), trânsito
intenso (90 dB), caminhões (105 dB), buzina de moto (111 dB), britadeira (120 dB), fogos de
artifício (125 dB) e alto-falante (125dB). Também e preciso levar em conta os barulhos que
provem de elevadores, conversas, ar-condicionado, geradores de eletricidade, entre outros
(MARELLI, 2018a).
Se por um lado o descontrole sonoro provoca doenças e atrapalha o rendimento dos
usuários do ambiente, por outro, uma boa acústica promove atenção e maior produtividade
na empresa. Por isso, além de fatores como escolha de cores, iluminação e climatização, o
planejamento acústico também deve ser levando em consideração na elaboração do projeto
arquitetônico corporativo, principalmente porque ele está relacionado diretamente na
execução eficiente das tarefas destinadas aos colaboradores. Existem diversas técnicas que
podem ser utilizadas para minimizar os problemas acústicos. Dentre elas podemos destacar:
• Painéis acústicos:
“[...] é um painel de lã de alta densidade em uma estrutura de madeira, com
acabamento em tecido ortofônico. Os painéis têm como objetivo reduzir o tempo de
reverberação e reduzir as reflexões, para que os ouvidos consigam interpretar o que está
sendo reproduzido pelos monitores de referência. [...] Os painéis acústicos (Figura 16) evitam
as reflexões do som em superfícies lisas (como paredes) e evitam que os ouvidos ouçam uma
versão atrasada daquele som e confundam tudo!” (MAZZEU, 2018).
27

Figura 16: Painéis acústicos

Fonte: RS Design, 2019.

Além da funcionalidade, muitas empresas oferecem esse tipo de opção com um design
atrativo. Desta forma, ele cumpre o seu papel de melhorar a acústica de um escritório sem
comprometer a estética do ambiente.
• Pisos elevados:
Entre as maiores fontes de ruídos estão os “vizinhos de cima”. Esse problema é
comum quando a empresa está situada em um edifício com mais de um pavimento, onde o
ruído é transferido para o andar inferior pela laje. Os pisos flutuantes (Figura 17) são opções
de baixo custo para este problema.

O procedimento consiste na aplicação de um material resiliente (ou mola, que


recupera sua forma) disposto em um sistema sanduíche, conhecido como
massa-mola-massa. Na construção civil, esse sistema costuma ser composto
por laje, material resiliente e contrapiso com acabamento final, nesta
ordem. Esta combinação em que materiais de densidades, espessuras e
pesos diferentes executam diferentes funções contribui para melhorar a
acústica de um escritório. Enquanto a laje e o contrapiso devolvem o som à
sua origem, o material resiliente amortece vibrações. Esse material resiliente
é qualquer tipo de manta acústica, que vai desde as opções mais comuns no
mercado (espuma, lã de vidro) até materiais ecológicos e sustentáveis. Entre
essas, estão mantas feitas a partir do reaproveitamento de pneus ou garrafas
PET (MARELLI, 2018a).
28

Figura 17: Pisos elevados em ambientes de trabalho

Fonte: RS Design, 2019.

• Tapetes e carpetes:
“Os carpetes e tapetes são excelentes para melhorar a acústica de um escritório e
absorver ruídos muito comuns como conversas, som de telefone, salto alto e mudança de
móveis de lugar. O carpete também deixa o ambiente mais elegante e contribui para o
conforto térmico em locais mais frescos, seja devido à localização em uma região fria ou à
utilização permanente de ar-condicionado” (MARELLI, 2018a).
Figura 18: Uso de tapete como barreira acústica e decoração

Fonte: RS Design, 2019.


29

• Paisagismo corporativo e paredes verdes:


“Além de deixar o ambiente mais bonito e agradável, as plantas ajudam a filtrar ruídos
e a melhorar a acústica de um escritório. Essa é mais uma razão para apostar no paisagismo
corporativo, agregando espécies vegetais de forma intencional ao projeto.
Uma das soluções cada vez mais utilizadas é a parede verde ou jardim vertical. Ela
funciona como um bom isolamento acústico, além de reduzir naturalmente níveis de estresse
dos funcionários, baixar os batimentos cardíacos e contribuir para o bem-estar” (MARELLI,
2018a).

Figura 19: Espaços de convivência com presença de vegetação

Fonte: MARELLI, 2018.

Quando a acústica dos ambientes corporativos é planejada com atenção, é possível


que se promova privacidade e que se execute as todas as tarefas desejadas com a
comodidade necessária. Por isso, a contratação de profissionais especializados é essencial
para que a acústica do ambiente funcione de maneira eficaz e contribua na produtividade dos
usuários, satisfazendo também as necessidades dos clientes.
30

3.4. O MOBILIÁRIO CORPORATIVO E A DISPOSIÇÃO DO ESPAÇO

O brasileiro passa em média 40 horas semanais no ambiente de trabalho. Isso significa


que eles passam pelo menos um terço das 24 horas do dia trabalhando (MARELLI, 2017). É
por isso que esses locais de trabalho devem ser o mais aconchegante e confortável possível,
promovendo conforto e bem-estar aos usuários, de forma que estes realizem suas tarefas
com maior disposição.
O mobiliário corporativo e a organização do espaço são as peças chaves para que
isso aconteça. Por isso, este mobiliário deve ser funcional e atender os princípios de
ergonomia. Segundo a Abergo (2019), ergonomia é

o entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos


ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos
a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema. Os
ergonomistas contribuem para o planejamento, projeto e a avaliação de
tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas de modo a torná-
los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas.

Antes de escolher mesas, cadeiras e o restante do mobiliário do espaço, é essencial


verificar se esses são realmente ergonômicos e se respeitam a anatomia do corpo humano.
Para saber se o mobiliário é funcional, é necessário avaliar também se estes são adaptáveis
ao espaço disponível e se otimizam o ambiente, pois, eles precisam se adequar perfeitamente
à metragem do espaço. Com isso, é possível promover o conforto dos funcionários e otimizar
a circulação do espaço.
“O mobiliário adequado favorece a postura cervical correta e protege articulações e
musculaturas das lesões mais comuns causadas por cadeiras e mesas inapropriadas”,
acrescenta o blog Marelli (2017). O posicionamento dos itens também é importante. A situação
da tela do monitor contra a luz solar e a instalação de lâmpadas e luminárias nos locais
corretos previnem o cansaço visual, por exemplo. Outro exemplo é a locação correta das
estações de trabalho, de modo a produzir privacidade e silêncio.
Além do mobiliário corporativo, a disposição do espaço também é um fator relevante,
pois a percepção do ambiente influencia a forma como o público enxergam aquele espaço de
trabalho. Essa percepção também está presente no bem-estar e na qualidade de vida do
trabalhador, bem como na fluidez das tarefas.
Com a modernização e a evolução tecnológica, o espaço corporativo também tem
evoluído e buscado estratégias que melhorem a disposição do ambiente, de forma a torná-lo
mais agradável e, consequentemente, mais produtivo. Um exemplo disso são os ‘open
spaces’ - que quer dizer espaços abertos (Figura 20). Dessa forma, o ambiente é organizado
com espaços mais abertos, sem paredes internas ou grandes divisórias, proporcionando um
31

local de trabalho mais igualitário para todos os integrantes, o que faz com que a união da
equipe e a produtividade sejam potencializadas (MARELLI, 2019).

Figura 20: Open Space

Fonte: Marelli, 2019.

Esse tipo de organização permite que haja união e produtividade entre os


colaboradores, economia de espaço, versatilidade e praticidade, além de promover maior
proximidade entre fornecedores e cliente, melhorando o relacionamento e elevando a
credibilidade do negócio (Figura 21).

Figura 21: Espaços abertos como forma de melhorar o relacionamento dos usuários

Fonte: Marelli, 2019.


32

4. METODOLOGIA

Para a elaboração deste artigo acadêmico foram utilizados os seguintes métodos de


pesquisa:
• Pesquisa descritiva, que, de acordo com Gerhardt; Silveira (2009, p. 35),
conforme citado por Triviños (1987), descreve os fatos e fenômenos de
determinada realidade. Neste caso, foi feita uma revisão bibliográfica onde
reuniu-se as principais informações acerca do tema, conceituando-o e
apresentando os principais estudos sobre ele;
• Pesquisa explicativa, na qual, segundo Gerhardt; Silveira (2009, p. 35, apud
GIL, 2007), “preocupa-se em identificar os fatores que determinam ou que
contribuem para a ocorrência dos fenômenos”. Para este método, diversos
exemplos reais foram demonstrados, mostrando a razão e o porquê das
problemáticas encontradas;
• Pesquisa qualitativa, apresentando análises e discussões acerca do modo
como os usuários se comportam no ambiente corporativo e como a arquitetura
tem influência nisto.

4.1. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A. IDENTIFICAÇÃO DA PROBLEMÁTICA

A identificação da problemática se deu através de observações feitas nos ambientes


de trabalho cotidianos. Os ambientes observados normalmente possuem revestimentos
escuros, mobiliário com cores fortes e pouca iluminação. Como a recorrência nesses espaços
é frequente, foi possível identificar que esses fatores prejudicam o rendimento e a
produtividade dos funcionários na empresa. Esses fatores despertaram a busca e interesse
pelo assunto, buscando entender como o espaço corporativo influencia no comportamento e
produtividade dos colaboradores do local.

B. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A elaboração deste trabalho está sendo fundamentada em estudos e experiências


apresentadas por arquitetos e especialistas da área, que apresentam significativa importância
nas definições e conceitos discutidos nesta análise. Dentre eles, pode-se destacar Priscilla
Bencke, Dora Cristina Ferreira Agostinho, Sandra Palma, Dimas Bertolotti, José de Arimatéia
Nonatto, Katya Castellini, Carlos Bertolucci, Josivan Benegate. As pesquisas se iniciaram
33

desde agosto do presente ano e suas principais fontes foram plataformas digitais como os
sites Qualidade Corporativa e blog da Marelli e artigos científicos a respeito do tema.

C. ESCOLHA DO LOCAL

Para estudo de caso foi escolhido o escritório de advocacia Correa Mendes (Figura
22).

Figura 22: Escritório de Advocacia Corre Mendes

Fonte: Acervo Pessoal, 2019.

O escritório fica localizado no edifico Mlindra Empresarial (Figura 23), no bairro Centro
da cidade de Patos-PB. Este ambiente foi escolhido por ser um espaço corporativo e pelo qual
não foi projetado utilizando os conceitos da Neuroarquitetura.

Figura 23: Edifício Milindra Empresarial

Fonte: Google Maps, 2019.


34

D. LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO

Realizou-se um levantamento fotográfico no escritório com objetivo de fazer uma


análise visual bem completa sobre a conformação do espaço e o estado dele, de modo
a oferecer propostas e ideias para a melhoria do ambiente.

E. ANÁLISE DE RESULTADOS

Inicialmente, fez-se uma espécie de ‘briefing’ com o advogado e proprietário do


escritório, onde reuniu-se as principais informações e dados sobre as necessidades e desejos
dele, buscando entender a funcionalidade do espaço. Feito isto, foi realizada uma medição in
loco no dia 29 de outubro de 2019 as 12:00 para encontrar as dimensões e a área do local,
tendo o objetivo de melhorar as informações do ambiente para o estudo de caso. Com as
dimensões encontradas, fez-se a planta baixa do local no programa Autocad, contribuindo
para as propostas e sugestões de melhoria no ambiente.

4.2. FLUXOGRAMA METODOLÓGICO

Segundo Muller (2010), o fluxograma é uma representação gráfica de um processo ou


fluxo de trabalho, [...] que tem por objetivo apresentar, de forma rápida e descomplicada, o
fluxo de informações e ações da sequência operacional do processo.
Com base nos tópicos elencados para a execução deste trabalho, foi elaborado o
seguinte fluxograma:
35

Figura 24: Fluxograma metodológico

Fonte: Acervo Pessoal, 2019.


36

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

O escritório Correa Mendes, escolhido para estudo de caso, conta com dois
ambientes, conforme demonstrado na planta abaixo (Figura 25): uma recepção com
dimensões de 2 metros x 3 metros e uma sala com dimensões de 3 metros x 3 metros.

Figura 25: Planta baixa do escritório Correa Mendes

Fonte: Acervo Pessoal, 2019.

5.1. CORES

O ambiente é composto, basicamente, de tons neutros escuros. Na recepção, o


detalhe em vermelho em uma das paredes está em destaque entre as demais paredes
brancas e é o único ponto de cor vibrante no ambiente (Figura 26).
37

Figura 26: Detalhe em cor vermelha na parede

Fonte: Acervo Pessoal, 2019.

Na sala do advogado (Figura 27), a cor escura do revestimento e dos mobiliários


predomina sobre as poucas paredes brancas e a cortina clara da sala.

Figura 27: Sala do advogado

Fonte: Acervo Pessoal, 2019.


38

Segundo o advogado, a escolha dos tons escuros e neutros, tem o objetivo de


transmitir ao cliente uma sensação de imponência e solidez no escritório, já que a natureza
do empreendimento exige isto e essas cores fazem parte da identidade visual da empresa.
Ele diz que as cores são agradáveis para ele, e que ele se sente confortável no espaço e
satisfeito para produzir suas tarefas. Para o proprietário, ainda, o detalhe vermelho na parede
da recepção é a única cor do ambiente que lhe desagrada, e ele diz que foi um erro de escolha.
De acordo com a natureza do ambiente e visando priorizar a identidade visual da
empresa, foram elaboradas as seguintes propostas:
• Na recepção, o uso de um revestimento na parede frontal em tons neutros claros,
como um marrom, por exemplo, e móveis mais claros dariam a sensação de amplitude
ao ambiente (MARELLI, 2018), detalhe que faria toda diferença pois o espaço é
pequeno;

Figura 28: Recepção do escritório

Inserção de
revestimento em
tom neutro claro.

Utilização
de
móveis
mais
claros.

Fonte: Acervo Pessoal, 2019.


39

• Na sala do advogado, para não perder a identidade visual da empresa e já que o


proprietário gosta de cores escuras, os tons neutros escuros em conjunção a detalhes
de tons neutros claros poderiam ser utilizados. O uso de um revestimento marrom
claro, integrado a prateleiras para exposição de livros otimizaria o espaço e deixaria a
sala mais harmônica. O uso de estofados e tapetes mais claros quebraria a seriedade
que os tons escuros dão.

Figura 29: Revestimento em cor escura na sala do advogado

Utilização de
revestimento
Uso de marrom mais
prateleiras claro que o
embutidas utilizado.
com um
revestimento
mais claro Estofados
para mesclar em tons
os tons mais
neutro claros claros.
e escuros.

Fonte: Acervo Pessoal, 2019.

• A mistura das cores claras e neutras no mobiliário também seria uma das propostas,
pois estas cores clareiam o ambiente e remetem imponência e seriedade, sendo duas
características imprescindíveis para a natureza do local ;
40

Figura 30: Mobiliário em cores escuras

Mobiliário com
mistura de
tons claros e
neutros.

Fonte: Acervo Pessoal, 2019.


5.2. ILUMINAÇÃO

Quanto a iluminação do escritório, ela é geral de temperatura fria tanto na recepção


quanto na sala do advogado, que possui ainda alguns pontos de luz de temperatura quente
direcionados para as prateleiras dos livros (Figura 31).
41

Figura 31: Iluminação direcionada para as pratileiras

Fonte: Acervo pessoal, 2019.

Segundo o proprietário, a iluminação é algo que prejudica o seu rendimento, pois ela
não é o suficiente para uma boa leitura e dificulta a execução das tarefas.
Para que o advogado tenha conforto luminotécnico na execução de suas tarefas, é
proposto que:
• Seja utilizada iluminação direcionada em pontos específicos como a mesa do
advogado, através de lustres ou trilhos, por exemplos, e as prateleiras onde estão os
livros, por exemplo, para que contribua na melhor execução das tarefas;
42

Figura 32: Iluminação na sala do advogado

Iluminação
direcionada para
as prateleiras de
livros.

Iluminação
direcionada
para a mesa
do advogado.

Fonte: Acervo Pessoal, 2019.


• O uso de spots espalhados nos outros pontos da sala para que a iluminação seja bem
distribuída e clareie todo o ambiente.
Figura 33: Falta de iluminação no ambiente

Uso de
spots
menores
espalhados
pela sala de
forma a
clarear mais
o ambiente

Fonte: Acervo Pessoal, 2019.


43

5.3. MOBILIÁRIO E DISPOSIÇÃO DOS AMBIENTES

O escritório possui poucos mobiliários e todos eles possuem cor escura. O mobiliário
da sala do advogado é composto por uma mesa, uma poltrona, duas cadeiras, um frigobar,
três prateleiras para apoio de livros e um móvel no qual ele usa para guardar documentos e
apoiar a impressora (Figura 34).

Figura 34: Mobiliário da sala do advogado

Fonte: Acervo Pessoal, 2019.

Na recepção encontram-se uma mesa e quatro cadeiras, sendo três para assento dos
clientes e uma para assento do recepcionista (Figura 35).
44

Figura 35: Recepção

Fonte: Acervo Pessoal, 2019.

No ‘briefing’ com o proprietário, ele relatou que o mobiliário da sua sala dificulta a
circulação e a comodidade dos clientes, já que quando tem mais de três pessoas na sala, por
exemplo, fica inviável acomodar a todos, tendo que pedir pra que eles se acomodem na
recepção.
Já na recepção, ele considera o mobiliário insuficiente, pois sente necessidade de ter
mais móveis para guardar alguns documentos, mas não sabe onde inseri-los, pois reduziria
ainda mais o pouco espaço da circulação. Ainda segundo ele, as cores dos mobiliários não
atrapalham o seu rendimento e ele considera todos confortáveis e ergonômicos.
Para isso, são sugeridas as seguintes propostas:
• Na recepção, já que o espaço é pequeno e o proprietário sente a necessidade de ter
mais um suporte para guardar os documentos, seria possível acrescentar um móvel
superior acima da mesa da recepção, pois não atrapalharia na circulação;
45

Figura 36: Movél da recepção

Acrescentar
móvel
superior.

Fonte: Acervo Pessoal, 2019.

• Outra opção também, é retirar o espelho da parede da tubulação, revestir e fazer um


móvel em formato de L, usando também moveis superiores, de forma a melhor
aproveitar o espaço e acomodar mais objetos;
46

Figura 37: Detalhe de espelho na parede da tubulação

Revestir e
fazer móvel
em L.

Fonte: Acervo Pessoal, 2019.

• Na sala do advogado, para acomodar melhor os clientes e melhorar a circulação, seria


possível retirar o móvel que ele usa para guardar documentos e colocar cadeiras ou
um sofá pequeno, fazendo um móvel na lateral da mesa para guardar os documentos.
47

Figura 38: Móvel para apoio de documentos

Substituir por
sofá ou
cadeiras para
conforto dos
clientes.

Fonte: Acervo Pessoal, 2019.


48

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, conclui-se que a forma com os espaços são construídos e


organizados influenciam diretamente no desenvolvimento cognitivo das pessoas e na
interação delas com o ambiente, já que este tem ligação direta com nossas percepções
cerebrais. Ao se tratar do espaço corporativo, os elementos arquitetônicos que o compõe
devem receber uma atenção especial, pois cada um deles desperta diferentes sensações e
estímulos no cérebro dos colaboradores, podendo ou não contribuir para que eles executem
as tarefas com excelência.
Neste contexto, a Neuroarquitetura age de forma eficaz, proporcionando ambientes
mais humanos, que gerem bem-estar, produtividade e qualidade de vida às pessoas. Fatores
como iluminação, a percepção das cores, presença de vegetação e a forma e disposição da
mobília, por exemplo, devem ser considerados na execução de um projeto de natureza
corporativa, pois estes têm ligação direta na produtividade e rendimento dos colaboradores.
Este é um tema pouco discutido e que tem ganhado relevância apenas nos últimos
anos. Por isso, o presente trabalho tem como objetivo contribuir com os estudos e pesquisas
de outras pessoas a respeito do tema, além de apresentar elementos, resultados e discussões
que podem colaborar na elaboração de projetos de natureza corporativa.
49

REFERÊNCIAS

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SMART TOUCH. UMA SALA DE REUNIÕES MAIS MODERNA E EFICIENTE. 2016.


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VIVA DECORA. Arquitetura corporativa: veja mais sobre a área que veio reestruturar os
tradicionais escritórios. 2018. Disponível em:
<https://www.vivadecora.com.br/pro/carreira/arquitetura-corporativa/>. Acesso em: 19 set.
2019.

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