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Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social

Instituto de Ensino de Segurança do Pará


Coordenadoria de Ensino Superior
Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais de Polícia e Bombeiros
Militar/CAO 2017
Especialização em Gestão Estratégica e Defesa Social

Renato Brandão de Moraes Filho

POLICIAMENTO OSTENSIVO EM PERÍODO DE ALTA


TEMPORADA:
RÉVEILLON EM MOSQUEIRO NO TRIÊNIO 2014/2016

Marituba/Pará
2017
POLICIAMENTO OSTENSIVO EM PERÍODO DE ALTA TEMPORADA:
RÉVEILLON EM MOSQUEIRO NO TRIÊNIO 2014/2016

RESUMO

O presente artigo estuda o policiamento ostensivo em períodos de alta temporada


(réveillon), em Mosqueiro no triênio 2014/2016. Busca subsidiar planejamentos de
policiamento no local e em áreas análogas nos referidos períodos, através da
indagação se a Polícia Militar tem sido eficaz durante o réveillon em Mosqueiro?
Analisando se a Polícia Militar do estado do Pará tem conseguido reduzir os
números de furtos, roubos e homicídios e se tem proporcionado a sensação de
segurança na população de Mosqueiro no período do réveillon nos últimos três anos.
Para isso, foram realizadas pesquisas documentais, bibliográficas e de campo, com
a aplicação de questionários.

Palavras-chave: eficaz, sensação de segurança e realizadas.

OSTENSIVE POLLUTION IN HIGH-SEASON PERIOD:


RÉVEILLON IN MOSQUEIRO IN THE TRIENNIAL 2014/2016

ABSTRACT

This article studies ostensive policing in periods of high season (New Year), in
Mosqueiro in the triennium 2014/2016. Does it seek to subsidize policing plans on
the spot and in similar areas in those periods, through the question of whether the
Military Police has been effective during New Year's Eve in Mosqueiro? Analyzing if
the Military Police of the state of Pará has been able to reduce the numbers of thefts,
robberies and homicides and if has provided the feeling of security in the population
of Mosqueiro in the period of new year in the last three years. For that, we conducted
documentary, bibliographic and field research, with the application of questionnaires.

Keywords: effective, sense of security and performed.


1 INTRODUÇÃO
O presente estudo trata do policiamento ostensivo no Distrito de Mosqueiro no
réveillon, pois em períodos de alta temporada ocorre a migração de uma grande
quantidade de pessoas, sendo que nestes períodos sazonais já pré-estabelecidos
acontece uma maior incidência de cidadãos infratores no local, situação esta que se
não for trabalhada com planejamento específico poderá resultar em um aumento
significativo dos números da criminalidade.
Diante das transformações na sociedade brasileira atual, onde se têm
observado uma profissionalização cada vez maior da criminalidade, o governo,
através de suas instituições de segurança públicas, tem buscado cada vez mais se
planejar melhor para oferecer um serviço mais eficaz a sociedade no enfrentamento
a criminalidade, proporcionando uma maior sensação de paz e segurança a
população. Existem períodos no ano com eventos onde culturalmente acontece uma
imensa aglomeração de pessoas, concentradas em espaços totalmente abertos,
onde ocorre uma intensa migração populacional, tanto local, como estrangeira, são
os conhecidos períodos de alta temporada, que acabam por apresentar muitas
dificuldades aos órgãos de segurança pública, principalmente, a Polícia Militar, a
quem cabe a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública.
Que na praticidade é efetuar o policiamento ostensivo fardado com a
finalidade de impedir o cometimento dos delitos, havendo um crescimento em uma
progressão geométrica do trabalho desempenhado por esta instituição nesses tipos
de eventos, necessitando de um redobramento de esforços planejados para
alcançar o sucesso de sua missão.
No Brasil, dependendo do local, alguns desses eventos culturais se
transformam em megaeventos, devido ao quantitativo de pessoas que prestigiam e
da logística empregada pelo poder público para suprir as necessidades da
população. Um dos eventos culturais mais procurados são as festas de final de ano,
que tem como seu ápice o período do réveillon ou virada de ano, onde grande
parcela da população tem o costume de dirigirem-se às regiões praianas, e no
Estado do Pará, as regiões mais procuradas, frequentemente, são os balneários do
município de Salinas e do distrito de Mosqueiro, sendo este último objeto deste
trabalho.
A ilha de Mosqueiro é localizada a cerca de 70 km do município de Belém,
possuindo cerca de 212 Km² de área territorial, sendo 18 km de orla de praias. O
distrito possui segundo o relatório do IBGE do ano de 2010 cerca de 27.000 (vinte e
sete mil) habitantes, tendo um papel fundamental enquanto espaço de lazer para os
Paraenses, sendo conhecido pelo nome carinhoso de Bucólica, tornando-se um
refúgio nos finais de semana, feriados e períodos de férias para seus
freqüentadores, chegando a ocorrer eventos no local com a presença de uma
população de cerca de 500.000 (quinhentas mil) pessoas.
O presente trabalho apresenta uma grande importância para a ciência, pois
com os freqüentes avanços da sociedade, as instituições públicas e privadas cada
vez mais para conseguir acompanhar a evolução, têm buscado a especialização nas
suas atuações utilizando a ciência.
Bittner (2003, p.170) afirma que “a condição sine qua non de uma profissão
moderna é que seja fundada em um conjunto de conhecimentos técnicos e
científicos”. Não bastam apenas os conhecimentos técnicos, para aplicabilidade em
casos concretos têm que se preparar utilizando métodos científicos em alguma fase
do processo.
Já na questão da importância deste trabalho para a instituição Polícia Militar
do Estado do Pará, por se tratar de uma temática inédita voltada ao policiamento de
grandes eventos em balneários do nosso Estado, possui uma relevante importância,
pois após o fechamento deste, o mesmo poderá servir de subsídio para o
planejamento de atuação da instituição em períodos de alta temporada, não só no
distrito de mosqueiro, mas também em outros balneários que apresentam
características análogas a ilha.
Para o autor, pelo fato de mesmo ser residente no distrito de mosqueiro, além
de exercer sua função na polícia militar na ilha, o trabalho é de suma importância,
pois pode contribuir grandemente com o exercício de suas atividades pessoais e
profissionais.
O distrito de mosqueiro destaca-se pelas suas belezas naturais exóticas,
sendo o único local com praias de água doce no mundo que tem ondas, sendo uma
referência de espaço de entretenimento no estado do Pará, estando representadas
na ilha as seguintes instituições de segurança pública do estado: Polícia Militar
através do 25º Batalhão de Polícia Militar, Polícia Civil através da 9ª Seccional
Urbana de Mosqueiro, e o Corpo de Bombeiros Militar através do 6º Subgrupamento
Bombeiro Militar. Os muitos atrativos do local demandam uma atuação diferenciada
das instituições nos períodos de finais de semana e feriados, sendo imprescindível
uma melhor prestação de serviços, principalmente uma aprimoramento na
performance de prevenção de crimes nestes períodos, pois delitos podem refletir
proporções gigantescas no que tange a imagem turística do local, e nessa proposta
a presente dissertação discorrerá sobre a seguinte problemática: Será que a Polícia
Militar tem atuado de maneira eficaz no distrito de mosqueiro durante o período de
réveillon?
Para responder a indagação suscitada foram elaboradas as seguintes
hipóteses: a polícia militar do estado do Pará tem conseguido reduzir os números de
roubos, furtos e homicídios no distrito de Mosqueiro durante o período compreendido
pelo réveillon nos últimos três anos, e a polícia militar do estado do Pará tem
proporcionado a sociedade mosqueirense sensação de segurança pelo período
compreendido pelo réveillon.
Para tanto foi traçado o seguinte objetivo geral: analisar o policiamento
ostensivo empregado no distrito de Mosqueiro pelo período de réveillon.
E em contrapartida como objetivos específicos foram definidos os seguintes:
 Verificar os processos de policiamento ostensivo empregados pela
Polícia Militar do Pará no distrito de Mosqueiro em períodos de alta temporada
(réveillon);
 Verificar os números referentes à criminalidade (roubo, furto e
homicídio) apresentados no distrito de Mosqueiro nos períodos de réveillon nos
últimos três anos;
 Identificar qual o processo de policiamento ostensivo que mais
produziu a sensação de segurança no morador do distrito de mosqueiro durante os
períodos de réveillon nos últimos três anos;
 Apresentar propostas de melhorias para o policiamento ostensivo
empregado pela Polícia Militar do Pará no distrito de Mosqueiro no período do
réveillon.
A escolha dos crimes de homicídio, roubo e furto para servirem de parâmetros
de análise quanto a segurança no distrito de mosqueiro, se deram devido ao
primeiro ser de muita repercussão e praticamente nulo a sua subnotificação na ilha,
do segundo ser um dos crimes que causam maior perturbação na sociedade em
geral, e do terceiro ser um crime de bastante relevância no distrito, pois por se tratar
de um dos balneários mais visitados do Estado, possui muitas casas que são
utilizadas somente em finais de semanas e em períodos de alta temporada, ficando
o restante do tempo fechadas, suscetíveis ao referido crime.
Mosqueiro tem uma capacidade turística fantástica, que aliada a uma infra-
estrutura adequada e uma segurança pública eficaz poderá proporcionar um grande
desenvolvimento econômico-social local, e tratando-se da área da segurança a ilha
é conhecida como “bucólica”, pois historicamente reflete um local de tranqüilidade e
calmaria, onde os paraenses se refugiam para descansar em finais e semana e
feriados com paz e segurança.
E no sentido de manter esta sensação de segurança e paz social que o povo
paraense vislumbra no distrito de mosqueiro, que este artigo científico busca
identificar a melhor forma de atuação por parte da Polícia Militar em períodos de alta
temporada no referido local, em outras palavras, maximizar as ações de segurança
proporcionando uma melhor qualidade na prestação do serviço, tanto ao morador
local como ao visitante, em períodos de grande visitação, massificando sua imagem
de uma instituição deste modo mais envolvida com a sociedade.
A relevância social deste trabalho prende-se ao fato de com um planejamento
calcado em dados fáticos e analisados cientificamente, o policiamento possa ser
mais eficaz, podendo contribuir com o crescimento sócio, econômico e cultural, além
de engrandecer a imagem do local como ponto turístico e da Polícia Militar do Pará
como preservadora da paz social
Para dar conta da discussão optou-se por seguir a referida seqüência no
trabalho científico: metodologia, revisão de literatura, resultados e discussão e
considerações finais.

2 METODOLOGIA
As metodologias aplicadas no referido trabalho foram a pesquisa documental,
a pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo através da aplicação de
questionários, voltada ao distrito de Mosqueiro, discorrendo sobre a área em estudo,
a operacionalização do policiamento ostensivo no local durante as operações
réveillon no triênio 2014-2016, os números de criminalidade (homicídio, roubo e
furto) do referido período no local e a sensação de segurança que a população
apresenta sobre a atuação da polícia militar no local no mesmo período.
A construção deste trabalho foi dividida em três etapas caracterizadas para o
alcance da finalidade de coleta de dados: em primeiro lugar foi realizada uma
pesquisa bibliográfica esquadrinhando conceitos, doutrinas, pensamentos,
informações e legislações sobre policiamento ostensivo, alta temporada, e o distrito
de Mosqueiro, com a intenção de se estabelecer a base teórica para formulação do
trabalho. Posteriormente se analisou os dados da criminalidade (homicídios, roubos
e furtos) na área do distrito de Mosqueiro e o emprego do policiamento ostensivo no
período do réveillon dos anos de 2014, 2015 e 2016, a fim de compará-los e analisá-
los.
Os dados foram coletados de duas formas, a primeira através do Sistema de
Informação de Segurança Pública (SISP), com o objetivo de buscar informações
sobre o número de roubos, furtos e homicídios no distrito de Mosqueiro nos períodos
de réveillon nos anos de 2014, 2015 e 2016, tendo sido solicitado junto a Secretaria
Adjunta de Inteligência e Análise Criminal (SIAC), e a segunda foram o quantitativo
de policiais militares empregados nestes períodos, tendo sido solicitada a seção de
planejamento de operações do 25º Batalhão de Polícia Militar, os quais entregaram
os dados finalizados conforme solicitação.
No presente artigo não foi trabalhado com os índices de criminalidade, pelo
motivo de não contemplar período anual, e sim apenas os dias da operação réveillon
no distrito, tendo sido seis dias no réveillon de 2014 para 2015, seis dias no réveillon
de 2015 para 2016 e quatro dias no réveillon de 2016 para 2017.
Por fim foi realizada uma pesquisa de campo quantitativa no distrito de
Mosqueiro, com o escopo de averiguar se a atuação do policiamento ostensivo no
local durante os períodos dos réveillons de 2014, 2015 e 2016 foram eficazes em
conseguir produzir uma sensação de segurança na população local.
O Distrito de Mosqueiro segundo o censo de 2010 do IBGE possui uma
população de cerca de 27.000(vinte e sete mil) pessoas, e a partir desta informação
se utilizou uma amostra aleatória estratificada proporcional ao número total dos
moradores da ilha, com erro amostral máximo de 5%. O tamanho da amostra foi
calculado a partir das fórmulas:
N .P 1
n= N= 2
N +P E
Onde: P é o tamanho (número de elementos da) da população; n é o
tamanho (número de elementos da) da amostra; N é o fator de erro e E é a Margem
de erro desejado.
Considerando a população de 27.000 habitantes em mosqueiro, após a
utilização das fórmulas estatísticas para o cálculo do tamanho da amostra para uma
estimativa dentro da margem de erro desejável, chegou-se a conclusão da aplicação
de 395 questionários para os moradores do distrito de Mosqueiro.
Para melhor visualização dos números de homicídios, roubos e furtos no
período estudado pelo presente artigo, o emprego do efetivo e a dimensão da
sensação de segurança da população de Mosqueiro, utilizando o programa Microsoft
Office Excel 2007, foram produzidas tabelas a partir dos resultados dos dados
alcançados.

3. REVISÃO DE LITERATURA
Primeiramente, para se discorrer sobre o policiamento ostensivo temos que
entender as competências da instituição Polícia Militar no Brasil. A Constituição
Brasileira destaca em seu artigo 144, parágrafo 5º, do Capítulo III – Da Segurança
Pública, do Título V: “às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação
da ordem pública;”(BRASIL, 2005, p.74).
Polícia é a qualificação de instituições governamentais responsáveis pela
aplicação das legislações destinadas a garantir a segurança da coletividade, a
ordem pública e a prevenção e elucidação de crimes.
Polícia é “vocábulo derivado do latim, ou seja, de politia, que, por sua vez,
procede do grego, isto é, politeia, trazendo originariamente, o sentido da
organização política, sistema de governo e, mesmo, governo”, conforme Lazzarini
(1987, p. 20).
Ela existe em todos os países do planeta, prevenindo e reprimindo o ato
criminoso e mantendo a ordem pública, utilizando o poder de polícia, usando até a
força de maneira legítima, se necessária, fazendo respeitar e cumprir as leis. O
Estado, através de sua polícia exerce o poder coercitivo, atuando em todos os locais
onde os demais órgãos na conseguem chegar, sendo o responsável pela ordem
social, garantindo a segurança do cidadão.
O poder de polícia provém do Código Tributário Nacional, do ano de 1966,
surgindo para suprir a necessidade de definição da atividade estatal. Conforme a
supracitada legislação entende-se por poder de polícia:
A atividade da administração pública que limitado ou disciplinando direito,
interesse ou liberdade. Regula a prática de ato ou abstenção de fato, em
razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem,
aos costumes, à disciplina de produção e do mercado, ao exercício de
atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder
de Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos
direitos individuais e coletivos (BRASIL, 1966, p. 2).
Di Pietro (2003, p. 111) entende poder de polícia como “a atividade do Estado
consistente em limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do interesse
público”. Simplificando, o poder de polícia abrange todas as áreas da sociedade,
independente da atividade exercida, sendo sempre conhecido como o limitador dos
direitos individuais em prol do bem da coletividade.
É importante ressaltar que o poder de polícia não é uma exclusividade das
instituições policiais, sendo exercido por outros órgãos do Estado, como Vigilância
Sanitária e Receita Federal, mas quando é relativo às polícias é classificado como
poder de polícia de segurança. Chimenti (2004, p. 422) dividiu este poder de polícia
de segurança em duas espécies:
a) Polícia ostensiva – conhecida também como polícia administrativa ou
preventiva, procura impedir a prática de infrações;
b) Polícia judiciária – também conceituada como polícia repressiva,
investigatória, atua após a ocorrência do crime, realizando as investigações
necessárias para a aplicação da sanção aos delinqüentes.
Fonseca (1992, p.317) define polícia ostensiva da seguinte forma:
Tomando-se a expressão Polícia Ostensiva divorciada ou abstraída do
conceito de preservação da ordem pública, como em verdade assim a
empregaram os legisladores constituintes, passa ela abrigar em uma
acepção própria e particular, apenas as ações que tenham como
características: a) predominância do aspecto preventivo e que sejam
desenvolvidas por elementos ou fração de tropa identificados pelo uniforme
(ostensividade), viatura ou tipo de equipamento (ostensividade); b) que
tenha como objeto de planejamento uma universalidade de fatos ainda que
em local determinado por um evento certo, como, v.g., jogos programados
em estádios desportivos, concentrações em festas populares, conhecidas
entre nós como ‘festas populares’, shows artísticos, etc.; c) que a
ostensividade determinada pelas condições de identificação dos elementos
empenhados ou fração de tropa, relativamente a uniforme, viatura e tipo de
equipamento, sejam intrínsecas à própria estratégia operacional.(grifo
nosso)
Polícia Ostensiva é a polícia uniformizada, fardada e identificada, tendo a
finalidade de preservar a ordem pública, coibindo o crime pela simples ação de
presença, bem como reprimindo tão logo ele aconteça na atividade de policiamento,
e indo mais além tomando medidas preventivas para evitar o dano ou o perigo às
pessoas.
A polícia ostensiva é naturalmente preventiva, sendo, portanto administrativa,
também desenvolvendo as funções repressivas, ou de polícia judiciária, voltada à
repressão imediata.
Para Valla (2004, p. 74), polícia ostensiva é muita mais ampla que
policiamento ostensivo, “elevando-o além daquele modo visível de atuar, à
concepção, ao planejamento, à coordenação e à condução das atividades
correlatas”.
Já Moreira Neto (1999, apud JUNIOR, 2009, p. 50) enfatiza que o termo
ostensivo “refere-se à ação pública da dissuasão, característica do policial fardado e
armado, reforçado pelo aparato militar reforçado, que evoca o poder de uma
corporação eficientemente unificada pela hierarquia e disciplina.”
Policiamento ostensivo é a modalidade de exercício da atividade policial
desenvolvida intencionalmente à mostra, visível, caracteriza-se pela evidência do
trabalho da polícia à população, pelo uso de viaturas caracterizadas, uniformes, ou
até mesmo distintivos capazes de tornar os agentes policiais identificáveis por todos.
O Decreto 88.777/83 define policiamento ostensivo em seu artigo 2º, item 27,
da seguinte forma:
O policiamento ostensivo é ação exclusiva das Polícias Militares em cujo
emprego o homem ou fração de tropa engajados sejam identificados de
relance, quer pela farda quer pelo equipamento, ou viatura, objetivando a
manutenção da ordem pública. São tipos desse policiamento, a cargo das
Polícias Militares ressalvadas as missões peculiares das Forças Armadas,
os seguintes: - ostensivo geral, urbano e rural; - de trânsito; - florestal e de
mananciais; - rodoviário e ferroviário, nas estradas estaduais; - portuário; -
fluvial e lacustre; - de radiopatrulha terrestre e aérea; - de segurança
externa dos estabelecimentos penais do Estado. (BRASIL, 1983, apud
JUNIOR, 2009, p. 51)
Já o Decreto-Lei 667/69 prevê em seu art. 3º, alínea “a”, redação dada pelo
Decreto nº 2010, de 12 de janeiro de 1983, que compete às Polícias Militares:
Executar com exclusividade, ressalvadas as missões peculiares das Forças
armadas, o policiamento ostensivo, fardado, planejado pela autoridade
competente, a fim de assegurar o cumprimento da lei, a manutenção da
ordem pública e o exercício dos poderes constituídos. (BRASIL, 1969, apud
JUNIOR, 2009, p. 50)
Sobre esta exclusividade competente a Polícia Militar, Lazzarini (1991, apud
JÚNIOR, 2009, p. 51) defende que é:
“importante para a população enxergar uniformidade a polícia preventiva,
pois com ela terá o relacionamento direto e pessoal a dar-lhe a segurança
que tanto necessita. A multiplicidade de cores nas viaturas e nas
vestimentas confunde as pessoas e dilui a imagem da Polícia”.
Já abordando a segunda parte da missão constitucional, a preservação da
ordem pública, para chegar ao entendimento inicia-se a partir da conceituação de
ordem pública, onde temos no Decreto 88.777/83, artigo 2º, item 21, a seguinte
definição:
Ordem Pública – Conjunto de regras formais, que emanam do ordenamento
jurídico da Nação, tendo por escopo regular as relações sociais de todos
níveis, do interesse público, estabelecendo um clima de convivência
harmoniosa e pacífica, fiscalizado pelo poder de polícia, e constituindo uma
situação ou condição que conduza ao bem comum.(BRASIL, 1983, apud
JUNIOR, 2009, P. 52)
A ordem pública transpassa a conceituação jurídica, ela é o efeito do
cumprimento dessas por parte da sociedade, sua fundamentação esta dividida em
três elementos, a segurança pública, a salubridade pública e a tranqüilidade pública.
Segurança pública para Mário Pessoa (1971 apud JUNIOR, 2009, p. 53) é:
O estado antidelitual, que resulta da observância dos preceitos tutelados
pelos códigos penais comuns e pela lei de contravenções penais, com
ações de polícia repressiva ou preventiva típicas. As ações mais comuns
são as que reprimem os crimes contra a vida e a propriedade.
Valla (2004, p. 5) defende que tranqüilidade pública “é o estágio de
serenidade que se encontra uma sociedade, tendo no clima de convivência
harmoniosa e pacífica o seu fundamento mais importante”.
No que tange a salubridade pública, Lazzarini (2003, apud JUNIOR, 2009 p.
54) entende que “designa também o estado de sanidade e de higiene de um lugar,
em razão do qual se mostram propícias às condições de vida dos seus habitantes”.
Ordem pública é desde a tranqüilidade e paz social até a higiene e
salubridade, andando harmoniosamente proporcionando o bem estar social.
A ação de policiar cuida pelo respeito à legislação pelos indivíduos, versando
em fiscalizar comportamentos e atividades, regular ou manter a ordem pública,
reprimindo todos os tipos de delitos.
Deixando de lado o aspecto positivista da polícia e buscando através do
aspecto social entender o que faz a polícia, vemos a polícia não só como garantidor
do bem estar social, mas temos que enxergar a polícia como parte integrante da
sociedade, pois ela é formada por homens e mulheres desta mesma sociedade, e
como devam atuar diante das diversas situações.
Três as expectativas que definem a função da polícia na sociedade
moderna. Primeiro, espera-se que a polícia vá fazer algo a respeito de
qualquer problema que seja solicitada a tratar; segundo, espera-se que vá
atacar os problemas em qualquer lugar e hora em que ocorram; e, terceiro,
espera-se que prevaleçam em qualquer coisa que façam e que não recuem
ao enfrentar oposição. (BITTNER, 2003, p.314).
O policial tem o poder de até utilizar a força coercitiva contra qualquer pessoa
que vá contra o ordenamento da vida na sociedade. Bittner (2003, p. 135) afirma que
“talvez a maior parte, consistem em enfrentar situações em que pessoas
simplesmente não parecem ser capazes de administrar suas próprias vidas de modo
adequado”.
A instituição Polícia Militar do Estado do Pará é a única representante do
estado que está presente em todos os municípios do Estado, estando disponíveis ao
cidadão para a qualquer hora ser chamado a atender uma emergência.
“Os policiais devem estar disponíveis quando e onde as suas habilidades
específicas foram necessárias... constituem a única mão amiga disponível
vinte e quatro horas por dia, nos sete dias da semana, e nas cinqüenta e
duas semanas do ano... também conta eles serem vistos pela maioria das
pessoas como uma fonte confiável de ajuda.” (BITTNER, 2003, p.264).
Como já foi visto o policiamento ostensivo busca atingir visibilidade à
população, resultando no desestímulo de infrações à lei e no aumento da sensação
de segurança, ratificando a presença do Estado e sua força.
O policiamento ostensivo tem vários processos, sendo empregados conforme
a conveniência e necessidade local, podemos exemplificar as seguintes:
a) Policiamento Ostensivo a Pé – aquele desempenhado por uma fração
mínima de dois policiais militares, fazendo a cobertura territorial de uma área restrita,
buscando uma proximidade maior com a comunidade;
b) Policiamento Ostensivo Motorizado (4 rodas) – aquele desempenhado
em viaturas (carros) caracterizadas, cobrindo uma área territorial maior e
apresentando um tempo de deslocamento menor para uma resposta repressiva
frente a uma situação delituosa;
c) Policiamento Ostensivo Motorizado (2 rodas) – aquele desempenhado
em viaturas (motos) caracterizadas, cobrindo uma área territorial maior, tendo
acesso de deslocamento em vias intransponíveis a carros e apresentando um tempo
de deslocamento menor para uma resposta repressiva frente a uma situação
delituosa;
d) Policiamento Ostensivo Montado – aquele desempenhado em animais
(eqüinos ou bufalinos), cobrindo uma área territorial demarcada, sendo escolhido
conforme a condição geográfica que o terreno ofereça para deslocamento;
e) Policiamento Ostensivo Aéreo – aquele desempenhado em aeronaves
(aviões e helicópteros) caracterizadas, cobrindo uma área territorial gigantesca,
auxiliando os demais processos no enfrentamento das situações delituosas;
f) Policiamento Ostensivo em Embarcação – aquele desempenhado em
embarcações (lanchas e navios) caracterizadas, cobrindo as áreas de rios e mares
pertencentes ao Estado;
g) Policiamento Ostensivo em Bicicletas – aquele desempenhado em
bicicletas caracterizadas, cobrindo uma área territorial demarcada, sendo utilizada
conforme necessidade local.
Quanto às modalidades do policiamento ostensivo temos quatro, o
Patrulhamento, a Permanência, a Diligência e a Escolta. O Patrulhamento restringe-
se a observação, fiscalização, proteção, reconhecimento, ou mesmo, de emprego de
força de maneira móvel. A Permanência caracteriza-se pela observação,
fiscalização, proteção, emprego de força ou custódia, desempenhada pelo PM no
posto. A Diligência é definida pela busca e captura de pessoas e/ou busca e
apreensão de objetos em cumprimento a mandado judicial. E a Escolta é a custódia
de pessoas ou bens em deslocamentos.
O policiamento pode ser empregado em três circunstâncias: ordinário,
extraordinário e especial. Sendo o primeiro o emprego atendendo um planejamento
rotineiro prévio de meios operacionais, o segundo o emprego eventual e temporário
em decorrência de situações de necessidade da administração, e o terceiro o
emprego temporário em eventos previstos que demandam um reforço de
policiamento.
Quando falamos de alta temporada, estamos nos referindo a vertente do
turismo, sendo no Brasil períodos pré-determinados que denotem crescimentos
populacionais sazonais, influenciando econômico e socialmente determinados
locais. Os períodos de alta temporada mais conhecidos no Brasil e no Estado do
Pará são as férias escolares, também conhecidas como férias de verão, Carnaval,
Semana Santa e Réveillon. Em se tratando do Estado do Pará um dos Balneários
mais conhecidos e visitados nestes períodos é o Distrito de Mosqueiro.
Apesar de Mosqueiro ser reconhecidamente um local de grande visitação
durante todo o ano e, principalmente, durante os períodos de alta temporada, o local
ainda apresenta alguns problemas quando acontece a visitação de um quantitativo
grande de pessoas. É comum a queixa de moradores sobre a deficiência de serviços
públicos, como fornecimento de água tratada, energia elétrica, recolhimento de lixo
urbano, limpeza de vias públicas, transporte público e outros, durante estes
períodos. A super utilização de serviços urbanos que algumas vezes já são
deficitários para a população local acaba por resultar em situações complexas,
podendo desestabilizar a ordem pública local.
Para Cardoso apud Tavares (2006, p. 5):
A ilha de Mosqueiro é reconhecidamente um balneário de Belém, cujas
praias são a expressão paisagística primordial, todavia os redutos do interior
de seu espaço apresentam como forte atrativo os encantos da exótica fauna
e flora exemplares da Amazônia.
Segundo Tavares (2006, p. 4) “O adensamento populacional desse reduto do
veraneio paraense preponderantemente tem provocado abalos ambientais,
substratos da interface dos problemas político-econômicos de sua sociedade.”
Afirmando, ainda, que:
O turismo e seu espraiamento constituem-se como principais geradores de
renda para a população da Ilha, tal atividade tinha os balneários como força
motriz, todavia observa-se a estagnação desse espaço como estimulador do
fluxo turístico das classes médias e altas principais estimuladoras da
economia local. Nessa perspectiva, é possível que os refúgios naturais
ainda existentes na Ilha, sejam os atrativos de reorganização e
revalorização de seu espaço. (TAVARES, 2006, p. 4)
Todas estas situações influenciam a segurança pública local, necessitando de
um prévio planejamento institucional da Polícia Militar, com a finalidade de identificar
as possíveis dificuldades a serem enfrentadas durante estes períodos, a
necessidade de reforço para suprir possíveis deficiências que venham a ocorrer bem
como o emprego desses meios suplementares, otimizando o policiamento ostensivo
e cumprindo o seu papel constitucional de garantidora do bem estar social.
Seria a questão da eficácia do policiamento ostensivo local, que é o alcance
dos resultados/objetivos de segurança pública esperados pela sociedade, a
preservação da ordem pública e a ação de impedir o acontecimento do delito.
Podendo as ações ser eficientes, que é utilizar os recursos da melhor maneira
ou não. 0
Chiavenato (2003, p. 155) define eficiência e eficácia e suas relações da
seguinte forma:
Eficácia é uma medida do alcance de resultados, enquanto a eficiência é
uma medida da utilização dos recursos nesse processo. Em termos
econômicos, a eficácia de uma empresa refere-se à sua capacidade de
satisfazer uma necessidade da sociedade por meio do suprimento de seus
produtos (bens ou serviços), enquanto a eficiência é uma relação técnica
entre entradas e saídas. Nesses termos, a eficiência é uma relação entre
custos e benefícios, ou seja, uma relação entre os recursos aplicados e o
produto final obtido: é a razão entre o esforço e o resultado, entre a despesa
e a receita, entre o custo e o benefício resultante. Contudo, nem sempre a
eficácia e a eficiência andam de mãos dadas. Uma empresa pode ser
eficiente em suas operações e pode não ser eficaz, ou vice-versa. Pode ser
ineficiente em suas operações e, apesar disso, ser eficaz, muito embora a
eficácia seja bem melhor quando acompanhada da eficiência. Pode também
não ser nem eficiente nem eficaz. O ideal seria uma empresa igualmente
eficiente e eficaz, a qual se poderia dar o nome de excelência.
Para isso vamos apresentar os dados fornecidos, buscando a construção do
conhecimento científico, para atender os objetivos propostos no presente artigo.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 DADOS REGISTRADOS NO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE SEGURANÇA
PÚBLICA (SISP)
O presente tópico se inicia fazendo a análise dos números de homicídios,
roubos e furtos em Mosqueiro nos réveillon dos anos de 2014, 2015 e 2016.
Tabela 1. Homicídios, roubos e furtos no réveillon 2014/2015 por horário.
Dezembro 2014 Janeiro 2015 ∑
Delito Faixa horária Média diária
30 31 1 2 3 4
00h às 05h59' 1 2 5 1 2 0 11 1,8
06h às 11h59' 0 0 3 2 2 0 7 1,2
Furto
12h às 17h59' 2 3 0 1 0 0 6 1,0
18h às 23h59' 0 1 3 5 1 1 11 1,8
Soma 3 6 11 9 5 1 35 5,8
12h às 17h59' 0 0 0 0 0 0 0 0,0
Homicídio
18h às 23h59' 0 0 0 0 1 0 1 0,2
Soma 0 0 0 0 1 0 1 0,2
00h às 05h59' 0 1 5 0 0 0 6 1,0
06h às 11h59' 0 1 1 0 0 0 2 0,3
Roubo
12h às 17h59' 2 0 3 4 2 0 11 1,8
18h às 23h59' 1 1 2 2 0 0 6 1,0
Soma 3 3 11 6 2 0 25 4,2
Fonte: SIAC (2017)
No réveillon de 2014/2015 ocorreram 61 ocorrências de furto, homicídio e
roubo, durante os seis dias do evento, sendo 35 de furto, 01 de homicídio e 25 de
roubo. Quanto ao furto o dia de maior acontecimento foi 1 de janeiro de 2015, com
11 registros, e os horários de maior acontecimento foram das 00h às 05h59’ e 18h
às 23h59’ com 11 registros cada, tendo o evento uma média de 5,8 registros do
crime por dia. Quanto o homicídio aconteceu um registro no dia 3 de janeiro de
2015, das 18h às 23h59’, uma média de 0,2 por dia. Já em relação ao roubo, o dia 1
de janeiro de 2017 foi o de maior acontecimento com 11 registros, o horário de maior
incidência foi das 12h às 17h59’, e a média no evento foram 4,2 registros por dia.
Tabela 2. Homicídios, roubos e furtos no Réveillon 2015/2016 por horário.
Dezembro 2015 Janeiro 2016 ∑
Delito Faixa horária Média diária
30 31 1 2 3 4
00h às 05h59' 1 3 9 4 6 1 24 4,0
06h às 11h59' 1 2 0 2 0 3 8 1,3
Furto
12h às 17h59' 1 4 3 8 4 0 20 3,3
18h às 23h59' 2 4 2 5 2 2 17 2,8
Soma 5 13 14 19 12 6 69 11,5
12h às 17h59' 0 0 0 0 0 1 1 0,2
Homicídio
18h às 23h59' 0 0 0 0 0 0 0 0,0
Soma 0 0 0 0 0 1 1 0,2
00h às 05h59' 0 0 1 0 0 1 2 0,3
06h às 11h59' 0 0 0 0 0 1 1 0,2
Roubo
12h às 17h59' 2 2 7 5 1 0 17 2,8
18h às 23h59' 3 4 4 3 0 0 14 2,3
Soma 5 6 12 8 1 2 34 5,7
Fonte: SIAC (2017)
Na Ilha de Mosqueiro nos seis dias do período do réveillon 2015/2016
aconteceram 104 ocorrências de furto, homicídio e roubo, sendo divididas em 69
furtos, 01 homicídio e 34 roubos. O dia 2 de janeiro de 2016 apresentou a maior
quantidade de furtos no período com 19 registros, o horário de maior incidência foi o
de 00h às 05h59’, a média do delito no período do evento foram 11,5 registros por
dia. No período ocorreu um homicídio no dia 4 de janeiro de 2016 no horário
compreendido das 12h às 17h59’, uma média de 0,2 por dia. Quanto ao roubo, o dia
de maior incidência foi 1 de janeiro de 2016, o horário de maior registro foi das 12h
às 17h59’, e a média do delito no período do evento foram 5,7 registros por dia.
Tabela 3. Homicídios, roubos e furtos no réveillon 2016/2017 por horário.
Dezembro 2016 Janeiro 2017 ∑
Delito Faixa horária Média diária
30 31 1 2
00h às 05h59' 2 0 2 0 4 1,0
06h às 11h59' 0 1 1 0 2 0,5
Furto
12h às 17h59' 0 0 4 2 6 1,5
18h às 23h59' 2 1 2 2 7 1,8
Soma 4 2 9 4 19 4,8
12h às 17h59' 0 0 0 0 0 0,0
Homicídio
18h às 23h59' 0 0 0 0 0 0,0
Soma 0 0 0 0 0 0,0
00h às 05h59' 2 0 1 0 3 0,8
06h às 11h59' 1 0 2 0 3 0,8
Roubo
12h às 17h59' 0 0 1 3 4 1,0
18h às 23h59' 2 0 1 0 3 0,8
Soma 5 0 5 3 13 3,3
Fonte: SIAC (2017)
Nos quatro dias do réveillon 2016/2017 aconteceram 19 registros de furto e
13 de roubo e nenhuma ocorrência de homicídio, somando um total de 32. Quanto o
furto a maior incidência foi em 1 de janeiro de 2017, e o horário com maior registro
foi das 18h às 23h59’, tendo uma média de 4,8 furtos por dia no período do evento.
Já em relação ao roubo os dias de maior incidência foram 30 de dezembro de 2016
e 1 de janeiro de 2017 com 5 cada, o horário de maior incidência foi das 12h às
17h59’, e a média do crime no evento foram 3,3 registros por dia.
Comparando os três eventos, observou-se que o réveillon 2016/2017
apresentou a menor incidência dos crimes de furto, roubo e homicídio com médias
de 4,8, 3,3 e 0 registros por dia respectivamente, seguido do réveillon 2014/2015
com 5,8 furtos por dia, 4,2 roubos por dia e 0,2 homicídios por dia, e o de maior
incidência foi o réveillon 2015/2016 com 11,5 registros de furto por dia, 5,7 registros
de roubo por dia e 0,2 registros de homicídio por dia. No réveillon 2014/2015 o
horário de maior incidência dos crimes foi das 18h às 23h59’, no réveillon 2015/2016
foi das 12h 17h59’, e o no réveillon 2106/2017 foram os horários das 12h 17h59’ e
18h às 23h59’.
Tabela 4. Homicídios, roubos e furtos no réveillon 2014/2015 por dia da semana.
Dezembro 2014 Janeiro 2015 ∑
DELITO DIA SEMANA
30 31 1 2 3 4
DOM 0 0 0 0 0 1 1
QUA 0 6 0 0 0 0 6
QUI 0 0 11 0 0 0 11
FURTO SÁB 0 0 0 0 5 0 5
SEG 0 0 0 0 0 0 0
SEX 0 0 0 9 0 0 9
TER 3 0 0 0 0 0 3
SOMA 3 6 11 9 5 1 35
SÁB 0 0 0 0 1 0 1
HOMICÍDIO
SEG 0 0 0 0 0 0 0
SOMA 0 0 0 0 1 0 1
DOM 0 0 0 0 0 0 0
QUA 0 3 0 0 0 0 3
QUI 0 0 11 0 0 0 11
ROUBO SÁB 0 0 0 0 2 0 2
SEG 0 0 0 0 0 0 0
SEX 0 0 0 6 0 0 6
TER 3 0 0 0 0 0 3
SOMA 3 3 11 6 2 0 25
Fonte: SIAC (2017)
Em relação ao réveillon 2014/2015 o dia que ocorreu a maior incidência de
furto e de roubo foi na quinta-feira (1 de janeiro de 2015), seguido da sexta-feira (02
de janeiro de 2015). O homicídio que aconteceu, foi praticado no sábado (3 de
janeiro de 2015).
Tabela 5. Homicídios, roubos e furtos no réveillon 2015/2016 por dia da semana.
Dezembro 2015 Janeiro 2016
DELITO DIA SEMANA ∑
30 31 1 2 3 4
DOM 0 0 0 0 12 0 12
QUA 5 0 0 0 0 0 5
QUI 0 13 0 0 0 0 13
FURTO SÁB 0 0 0 19 0 0 19
SEG 0 0 0 0 0 6 6
SEX 0 0 14 0 0 0 14
TER 0 0 0 0 0 0 0
SOMA 5 13 14 19 12 6 69
SÁB 0 0 0 0 0 0 0
HOMICÍDIO
SEG 0 0 0 0 0 1 1
SOMA 0 0 0 0 0 1 1
DOM 0 0 0 0 1 0 1
QUA 5 0 0 0 0 0 5
QUI 0 6 0 0 0 0 6
ROUBO SÁB 0 0 0 8 0 0 8
SEG 0 0 0 0 0 2 2
SEX 0 0 12 0 0 0 12
TER 0 0 0 0 0 0 0
SOMA 5 6 12 8 1 2 34
Fonte: SIAC (2017)
Em relação ao período de réveillon 2015/2016 no distrito de mosqueiro o dia
da semana de maior incidência de furto foi o sábado (2 de janeiro 2016), o com a
maior quantidade de roubos foi a sexta-feira (1 de janeiro de 2016), e o homicídio
ocorreu na segunda-feira (4 de janeiro de 2016).

Tabela 6. Homicídios, roubos e furtos no réveillon 2016/2017 por dia da semana.


Dezembro 2016 Janeiro 2017
DELITO DIA SEMANA ∑
30 31 1 2
DOM 0 0 9 0 9
QUA 0 0 0 4 4
QUI 0 0 0 0 0
FURTO SÁB 0 2 0 0 2
SEG 0 0 0 0 0
SEX 4 0 0 0 4
TER 0 0 0 0 0
SOMA 4 2 9 4 19
SÁB 0 0 0 0 0
HOMICÍDIO
SEG 0 0 0 0 0
SOMA 0 0 0 0 0
DOM 0 0 5 0 5
QUA 0 0 0 3 3
QUI 0 0 0 0 0
ROUBO SÁB 0 0 0 0 0
SEG 0 0 0 0 0
SEX 5 0 0 0 5
TER 0 0 0 0 0
SOMA 5 0 5 3 13
Fonte: SIAC (2017)
Que em relação ao réveillon 2016/2017 o dia com a maior incidência de furtos
foi o domingo (1 de janeiro de 2017), e quanto aos roubos foram sexta-feira e
domingo (30 de dezembro de 2016 e 1 de janeiro de 2017, respectivamente), não
tendo ocorrido homicídio. No geral os dias de maior incidência dos crimes dos três
eventos foram 1, 2 e 1 de janeiro de 2015, 2016 e 2017 respectivamente.

4.2 DADOS COLETADOS JUNTO AO 25º BPM, A AGÊNCIA DISTRITAL DE


MOSQUEIRO E DO CENSO 2010 DO IBGE
Em relação ao efetivo de policiamento empregado e os processos de
policiamento aplicados nas operações réveillon dos anos 2014, 2015 e 2016, os
dados foram trabalhados da seguinte forma.
Tabela 7. Efetivo de policiamento empregado no réveillon 2014/2015 por horário.
1º Turno 2º Turno 3º Turno 4º Turno
Período
08h às 13h59' 14h às 19h59' 20h às 01h59' 2h às 07h59'
30 PM's, sendo 30 PM's, sendo 31 PM's, sendo
31 PM's, sendo 20
20 PM's em 08 20 PM's em 08 20 PM's em 08
PM's em 08 Vtrs,
PM Ordinário 25º BPM Vtrs, 10 PM's à Vtrs, 10 PM's à Vtrs, 11 PM's à
11 PM's à pé em
pé em 4 postos pé em 4 postos pé em 4 postos
4 postos fixos
fixos fixos fixos
PM Extraordinário 25º BPM 24 PM's à Pé 0 0 0
45 PM's, sendo 08
33 PM's, sendo
PM's em 06
06 PM's em 03 04 PM's em 01
PM Reforço 0 Motos, 10 PM's
Vtrs, 27 PM's à Vtr
em 04 Vtrs, 27

PM's à Pé

54 PM's, sendo 63 PM's, sendo 76 PM's, sendo 30


35 PM's, sendo
20 PM's em 08 26 PM's em 11 PM's em 12 Vtrs,
24 PM's em 09
Vtrs, 10 PM's à Vtrs, 10 PM's à 11 PM's à pé em
Soma Vtrs, 11 PM's à
pé em 4 postos pé em 4 postos 4 postos fixos, 08
pé em 4 postos
fixos, 24 PM's à fixos, 27 PM's à PM's em 06 Motos
fixos
Pé Pé e 27 PM's à Pé

Fonte: 25º BPM (2017)


No evento do réveillon 2014/2015 foram disponibilizados 78 policiais militares
de reforço, que somando ao efetivo operacional ordinário do 25º BPM de 122
policiais militares e o efetivo extraordinário de 24 policiais militares realizaram o
policiamento ostensivo no período, sendo aplicados conforme faixa de horários
acima na tabela, nos processos a pé, em viatura, e em motos, sendo o a pé nas
modalidades patrulhamento e permanência em postos fixos. Os horários de 14h à
19h59’ e 20h às 01h59’ foram os que apresentaram o maior emprego de policiais
militares.
Tabela 8. Efetivo de policiamento empregado no réveillon 2015/2016 por horário.
1º Turno 2º Turno 3º Turno 4º Turno
Período
08h às 13h59'
14h às 19h59' 20h às 01h59' 2h às 07h59'
29 PM's, sendo
29 PM's, sendo 30 PM's, sendo
30 PM's, sendo 20
19 PM's em 08
19 PM's em 08 20 PM's em 08
PM's em 08 Vtrs,
PM Ordinário 25º BPM Vtrs, 10 PM's à
Vtrs, 10 PM's à Vtrs, 10 PM's à
10 PM's à pé em
pé em 4 postos
pé em 4 postos pé em 4 postos
4 postos fixos
fixos fixos fixos
PM Extraordinário 25º BPM 25 PM's à Pé 0 0 0
56 PM's, sendo 08
47 PM's, sendo
PM's em 06
04 PM's em 02
PM Reforço 0 Motos, 04 PM's 0
Vtrs, 43 PM's à
em 02 Vtrs, 44

PM's à Pé
86 PM's, sendo 24
54 PM's, sendo 76 PM's, sendo
PM's em 10 Vtrs, 30 PM's, sendo
19 PM's em 08 23 PM's em 10
10 PM's à pé em 20 PM's em 08
Vtrs, 10 PM's à Vtrs, 10 PM's à
Soma 4 postos fixos, 08 Vtrs, 10 PM's à
pé em 4 postos pé em 4 postos
PM's em 06 pé em 4 postos
fixos, 25 PM's à fixos, 43 PM's à
Motos, 44 PM's à fixos
Pé Pé

Fonte: 25º BPM (2017)
Que durante a operação réveillon 2015/2016 o efetivo do 25º BPM empregado
foram 118 policiais militares no serviço ordinário e 25 policiais militares no serviço
extraordinário, que juntando a 103 policiais militares que foram destacados para o
evento como reforço, atuaram conforme distribuição na tabela acima.
Tabela 9. Efetivo de policiamento empregado no réveillon 2016/2017 por horário.
1º Turno 2º Turno 3º Turno 4º Turno
Período
08h às 13h59' 14h às 19h59' 20h às 01h59' 2h às 07h59'
30 PM's, sendo 30 PM's, sendo 31 PM's, sendo
31 PM's, sendo 20
19 PM's em 08 19 PM's em 08 20 PM's em 08
PM's em 08 Vtrs,
PM Ordinário 25º BPM Vtrs, 11 PM's à Vtrs, 11 PM's à Vtrs, 11 PM's à
11 PM's à pé em
pé em 4 postos pé em 4 postos pé em 4 postos
4 postos fixos
fixos fixos fixos
PM Extraordinário 25º BPM 24 PM's à Pé 0 0 0
48 PM's, sendo 09
28 PM's, sendo PM's em 07
04 PM's em 01
06 PM's em 03 Motos, 10 PM's
PM Reforço 0 Vtr, 06 PM's à
Vtrs, 22 PM's à em 04 Vtrs, 06
Cavalo
Pé PM's à Cavalo, 23
PM's à Pé
79 PM's, sendo 30
54 PM's, sendo 58 PM's, sendo PM's em 12 Vtrs, 41 PM's, sendo
19 PM's em 08 25 PM's em 11 11 PM's à pé em 24 PM's em 09
Vtrs, 11 PM's à Vtrs, 11 PM's à 4 postos fixos, 09 Vtrs, 11 PM's à
Soma
pé em 4 postos pé em 4 postos PM's em 07 pé em 4 postos
fixos, 24 PM's à fixos, 22 PM's à Motos, 06 PM's à fixos, 06 PM's à
Pé Pé Cavalo, 23 PM's à Cavalo

Fonte: 25º BPM (2017)


Que durante o réveillon 2016/2017 no distrito de mosqueiro foram
empregados os policiais militares em serviço ordinário, extraordinário e de reforço,
divididos em faixas horárias conforme tabela acima, sendo o maior emprego no
horário das 20h às 01h59’, sendo utilizados nos processos a pé, em viaturas, em
motos, e à cavalo, sendo o a pé nas modalidades patrulhamento e permanência em
postos fixos.
Fazendo o cruzamento das informações constata-se que mesmo que o
período do réveillon de 2015/2016 se tenha tido um maior quantitativo de policiais
militares empregados, foi o período que apresentou a maior taxa de homicídios,
furtos e roubos em comparação com os outros dois períodos. O período do réveillon
de 2016/2017 foi o que apresentou a menor taxa de homicídios, furtos e roubos em
comparação com os outros dois períodos, mesmo tendo o menor número de
policiais militares empregados, contudo apresentou um diferencial em relação aos
outros dois períodos, tendo além dos processos de policiamento ostensivo a pé, de
viatura e de motocicleta também teve o policiamento montado, levando a concluir
que esse processo de policiamento é muito importante para o serviço de
policiamento no distrito de Mosqueiro pelo período do réveillon.
Já em relação ao quantitativo de policiais militares empregados nos períodos
dos réveillons estudados e em períodos de baixa temporada no distrito de mosqueiro
por pessoa, tivemos os seguintes dados abaixo:
Tabela 10. Relação de policial militar por pessoas no réveillon 2014/2015.
1º Turno 2º Turno 3º Turno 4º Turno
Período
08h às 13h59' 14h às 19h59' 20h às 01h59' 2h às 07h59'
Habitantes do Distrito de Mosqueiro 27.000 27.000 27.000 27.000

Habitantes + Visitantes no Distrito de


300.000 300.000 300.000 300.000
Mosqueiro no Réveillon

Policiais Militares empregados em


28 28 29 29
Período de Baixa Temporada

Policiais Militares empregados no


54 63 76 35
Réveillon
Policial Militar por Habitante em
1 PM / 965 Hab 1 PM / 965 Hab 1 PM / 932 Hab 1 PM / 932 Hab
Período de Baixa Temporada
Policial Militar por Habitante +
Visitante no Distrito de Mosqueiro no 1 PM / 5.556 Hab+Vis 1 PM / 4.762 Hab+Vis 1 PM / 3.948 Hab+Vis 1 PM / 8.572 Hab+Vis
Réveillon
Fonte: IBGE (2010), ADMO (2017) e 25º BPM (2017)
A população do distrito de Mosqueiro segundo o censo do IBGE 2010 é de
aproximadamente 27.000 habitantes, e segundo a agência distrital de Mosqueiro o
quantitativo de pessoas que estavam na ilha durante os réveillons 2014/2015,
2015/2016 e 2016/2017 foram de aproximadamente 300.000 pessoas para cada
ano, portanto fazendo uma análise do quantitativo de policiais militares empregados
nos períodos de baixa temporada e réveillons, chegamos a seguinte relação PM por
pessoa acima descrita, onde temos em períodos de baixa temporada no ano de
2014 nos 1º e 2º turnos 1 policial militar para cada 965 moradores e nos 3º e 4º
turnos 1 PM para cada 932 moradores da ilha em média, já no período do réveillon
2014/2015 apresentou 1 PM para cada 5.556, 4.762, 3.948 e 8.572 pessoas, nos 1º,
2º, 3º e 4º turnos, respectivamente.
Tabela 11. Relação de policial militar por pessoas no réveillon 2015/2016.
1º Turno 2º Turno 3º Turno 4º Turno
Período
08h às 13h59' 14h às 19h59' 20h às 01h59' 2h às 07h59'
Habitantes do Distrito de Mosqueiro 27.000 27.000 27.000 27.000
Habitantes + Visitantes no Distrito de
300.000 300.000 300.000 300.000
Mosqueiro no Réveillon
Policiais Militares empregados em
27 27 28 28
Período de Baixa Temporada
Policiais Militares empregados no
54 76 86 30
Réveillon
Policial Militar por Habitante em
1 PM / 1.000 Hab 1 PM / 1.000 Hab 1 PM / 965 Hab 1 PM / 965 Hab
Período de Baixa Temporada
Policial Militar por Habitante +
Visitante no Distrito de Mosqueiro no 1 PM / 5.556 Hab+Vis 1 PM / 3.948 Hab+Vis 1 PM / 3.489 Hab+Vis 1 PM / 10.000 Hab+Vis
Réveillon

Fonte: IBGE (2010), ADMO (2017) e 25º BPM (2017)


No que diz respeito a tabela acima, nos períodos de baixa temporada no ano
2015 temos a relação de 1 PM para cada 1000 moradores no período compreendido
das 8h às 19h59’, e 1 PM para cada 965 moradores das 20h às 07h59’. Já no
réveillon 2015/2016 temos das 8h às 13h59’ 1 PM para cada 5.556 pessoas na ilha,
das 14h às 19h59’ 1 PM para cada 3.948 pessoas, das 20h às 01h59’ 1 PM para
cada 3.489 pessoas, e das 2h às 07h59’ 1 PM para cada 10.000 pessoas.
Tabela 12. Relação de policial militar por pessoas no réveillon 2016/2017 .
1º Turno 2º Turno 3º Turno 4º Turno
Período
08h às 13h59' 14h às 19h59' 20h às 01h59' 2h às 07h59'
Habitantes do Distrito de Mosqueiro 27.000 27.000 27.000 27.000
Habitantes + Visitantes no Distrito de
300.000 300.000 300.000 300.000
Mosqueiro no Réveillon
Policiais Militares empregados em
28 28 29 29
Período de Baixa Temporada
Policiais Militares empregados no
54 58 79 41
Réveillon
Policial Militar por Habitante em
1 PM / 965 Hab 1 PM / 965 Hab 1 PM / 932 Hab 1 PM / 932 Hab
Período de Baixa Temporada
Policial Militar por Habitante +
Visitante no Distrito de Mosqueiro no 1 PM / 5.556 Hab+Vis 1 PM / 5.173 Hab+Vis 1 PM / 3.798 Hab+Vis 1 PM /7.317 Hab+Vis
Réveillon

Fonte: IBGE (2010), ADMO (2017) e 25º BPM (2017)


Em relação ao ano de 2016, a tabela acima retrata as seguintes relações. Em
períodos de baixa temporada nos 1º e 2º turnos temos 1 PM por 965 moradores em
média, e no 3º e 4º turnos temos 1 PM por 932 moradores. Já em relação ao
período do réveillon temos no 1º turno 1 PM por 5.556 pessoas, no 2º turno temos 1
PM por 5.173 pessoas, no 3º turno 1 PM por 3.798 pessoas e no 4º turno 1 PM por
7.317 pessoas.
Contata-se que nos três réveillons 2014, 2015 e 2016, no horário das 20h às
01h59’ a relação policial militar por pessoas é menor que nos outros horários.
Quanto à representatividade dos processos de policiamento durante os
eventos dos réveillons 2014, 2015 e 2016 temos as seguintes disposições abaixo.
Tabela 13. Policiamento no réveillon 2014/2015 em faixas horárias por
processos/modalidades.
1º Turno 2º Turno 3º Turno 4º Turno
Período
08h às 13h59' 14h às 19h59' 20h às 01h59' 2h às 07h59'
Policiamento à Pé 44% 43% 36% 0%
Policiamento em Vtr (carros) 37% 41% 39% 69%
Policiamento em Motos 0% 0% 11% 0%
Policiamento à pé em Postos Fixos 19% 16% 14% 31%
Soma 100% 100% 100% 100%
Fonte: 25º BPM (2017)
No réveillon 2014/2015 o efetivo foi empregado nos processos a pé, em
viatura e em motos, sendo o a pé nas modalidades patrulhamento e permanência
em postos fixos, tendo sido representados nas faixas de horário conforme tabela
acima. Nos 1º, 2º e 3º turnos há o predomínio do policiamento no modo
patrulhamento a pé e em viatura, já o 4º turno somente apresenta os policiamentos
em viatura e a pé em postos fixos.
Tabela 14. Policiamento no réveillon 2015/2016 em faixas horárias por
processos/modalidades.
1º Turno 2º Turno 3º Turno 4º Turno
Período
08h às 13h59' 14h às 19h59' 20h às 01h59' 2h às 07h59'
Policiamento à Pé 46% 57% 51% 0%
Policiamento em Vtr (carros) 35% 30% 28% 67%
Policiamento em Motos 0% 0% 9% 0%
Policiamento à pé em Postos Fixos 19% 13% 12% 33%
Soma 100% 100% 100% 100%
Fonte: 25º BPM (2017)
Durante o período do réveillon 2015/2016 o patrulhamento a pé e em viatura
representaram quase a totalidade do policiamento ostensivo nos 1º, 2º e 3º turnos,
chegando a determinado momento em até 87% do efetivo, tendo no 4º turno o
predomínio do processo em viatura.
Tabela 15. Policiamento no réveillon 2016/2017 em faixas horárias por
processos/modalidades.
1º Turno 2º Turno 3º Turno 4º Turno
Período
08h às 13h59' 14h às 19h59' 20h às 01h59' 2h às 07h59'
Policiamento à Pé 45% 38% 29% 0%
Policiamento em Vtr (carros) 35% 43% 38% 58%
Policiamento em Motos 0% 0% 11% 0%
Policiamento à pé em Postos Fixos 20% 19% 14% 27%
Policiamento à Cavalo 0% 0% 8% 15%
Soma 100% 100% 100% 100%
Fonte: 25º BPM (2017)
O policiamento empregado durante o período do réveillon 2016/2017 em
relação aos processos apresentou uma predominância do patrulhamento a pé e em
viatura, tendo um diferencial em relação aos outros dois anos anteriores em ter o
policiamento a cavalo no período.

4.3 DADOS RETIRADOS DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS


Foram aplicados 395 questionários com os moradores do distrito de
mosqueiro nos meses de setembro e outubro de 2017, com a finalidade de
identificar se a população se sentiu segura ou não nos réveillons 2014, 2015 e 2016,
quais os processos de policiamento que melhor produziram a sensação de
segurança, e o que faltou para melhorar a segurança da população nos períodos em
estudo, sendo apresentados os seguintes resultados abaixo.
Figura 01: percepção da população durante o réveillon, referente; (a) sensação de
segurança, (b) processo de policiamento mais eficaz e (c) o que mais faltou no
policiamento. Mosqueiro. 2014/2015.

Fonte: Pesquisa de campo


Os gráficos acima tratam do réveillon 2014/2015, onde após a aplicação dos
questionários concluiu-se que 87% dos entrevistados se sentiram seguros com a
atuação da polícia militar no período, os policiamentos em viatura (carro) e a pé
foram os que proporcionaram mais segurança para 46% e 42%, respectivamente, e
25% acreditam que faltou mais policiamento a pé para proporcionar maior segurança
a população.
Figura 02: percepção da população durante o réveillon, referente; (a) sensação de
segurança, (b) processo de policiamento mais eficaz e (c) o que mais faltou no
policiamento. Mosqueiro. 2015/2016.

Fonte: Pesquisa de campo


Os gráficos acima se referem ao período do réveillon 2015/2016, e para este
período 86% dos entrevistados se sentiram seguros, o policiamento em viatura
(carro) e a pé continuaram sendo os que deram maior segurança a população de
acordo com 43% e 37% dos entrevistados, respectivamente. Para 64% dos
entrevistados faltou mais policiamento a pé, em carros e em motos, sendo 23%,
20% e 21%, respectivamente.
Figura 03: percepção da população durante o réveillon, referente; (a) sensação de
segurança, (b) processo de policiamento mais eficaz e (c) o que mais faltou no
policiamento. Mosqueiro. 2016/2017.

Fonte: Pesquisa de campo


Quanto os gráficos acima, concluiu-se que 78% dos entrevistados se sentiram
seguros com a atuação da polícia militar no réveillon 2016/2017, para 38% e 33%
dos entrevistados o policiamento em carros e a pé, respectivamente,
proporcionaram maior segurança para a sociedade, e quanto o que faltou para dar
mais segurança a população, o policiamento em carro com 27%, seguido do à pé
com 24% e do em motos e a cavalo com 14% ambos, foram os mais indicados.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Quanto às considerações finais do artigo, podemos concluir que a população


do distrito de mosqueiro em sua grande maioria tem se sentido segura com a
atuação da polícia militar durante o período de réveillon, porém ressalta-se que
houve nos dois primeiros períodos um equilíbrio, e uma pequena diminuição no
último período estudado deste universo de pessoas que se sentem seguras, como
sabemos que a ação da polícia militar é primordialmente preventiva, evitando o
acontecimento do crime com sua presença, e foi visualizado que o último período
mesmo tendo sido o que ocorreu a menor média de crimes, este foi o que
apresentou o menor número de efetivo empregado, sendo um fator que influenciou
na percepção de sensação de segurança da população.
Outro quesito que se deve comentar é a questão do quantitativo de policiais
empregados nestes períodos, foi visto que durante estes períodos houve um
aumento da população no local em mais de dez vezes em comparação com os
períodos de baixa temporada, enquanto que o efetivo da polícia militar empregado
dentro das faixas de horário de atuação não acompanhou esta progressão, tendo o
seu maior aumento um pouco mais do dobro do efetivo que habitualmente apresenta
em períodos normais. Mesmo não havendo uma orientação legal quanto ao número
mínimo de policiais por cidadão, não é recomendado que uma instituição que atua
na prevenção dos atos criminosos, em certos horários apresente a relação de 1
policial para cada 10.000 pessoas, portanto têm-se que rever o quantitativo deste
efetivo empregado neste período, para que não haja tanta discrepância em
comparação com o aumento populacional no local.
Antes de discutir sobre os processos de policiamento ostensivo mais eficazes
nos períodos, temos que levantar a seguinte questão, o ser humano tende a
supervalorizar aquilo que ele tem como habitual, na questão do policiamento
ostensivo o cidadão tende a sentir-se mais seguro com o processo que ele mais
visualiza ou tem contato, trazendo para a análise dos dados, os entrevistados
indicaram os processos de policiamento em viatura (carro), a pé e em motos os que
mais produziram a sensação de segurança, e o aumento dos três processos foram
os mais apontados para os períodos 2014/2015 e 2015/2016 como o que faltou para
se sentirem mais seguros, sendo estes três processos os únicos utilizados nestes
dois períodos, já no período do réveillon 2016/2017 houve o emprego do
policiamento montado a cavalo, analisando o quesito sobre o que faltou para sentir-
se seguro neste período, houve um aumento significativo da escolha do referido
processo de policiamento montado em relação aos anos anteriores, tendo o mesmo
percentual do policiamento em motos. Não houve o emprego no local de outros
processos de policiamento nestes períodos, e estes foram indicados por uma
pequena parcela da população como tendo faltado para se sentirem seguros, mas
isto não quer dizer que não sejam de fundamental importância para o local,
principalmente, nestes períodos, têm-se que levar em consideração critérios
técnicos para empregos destes processos, por exemplo, uma ilha bastante visitada,
com um forte pólo pesqueiro precisa nas épocas de alta temporada de um
policiamento em embarcação, como também um balneário referência para uma
grande população, com 18 Km de orla, necessita do emprego do policiamento
ostensivo em bicicletas, e conseqüentemente, após a população visualizar estes
processos, ela sentirá cada vez mais necessidade destes no local.
Quanto à primeira hipótese, esta foi confirmada, pois como já foi visto, houve
uma redução nos números de homicídios, furtos e roubos no distrito de Mosqueiro
no réveillon de 2016 em relação aos dois períodos anteriores. Quanto à segunda
hipótese, esta também foi confirmada, pois conforme análise dos questionários
aplicados, nos réveillons 2014/2015, 2015/2016 e 2016/2017 87%, 86% e 78%,
respectivamente, da sociedade mosqueirense se sentiu segura com a atuação da
polícia militar no período.
Quanto à problemática, conclui-se que a polícia militar tem conseguido atuar
de maneira eficaz no período do réveillon no distrito de mosqueiro, mas precisa fazer
alguns ajustes para melhorar sua atuação, e como proposta para buscar uma
otimização do policiamento ostensivo nos próximos períodos de réveillon, o autor
sugere que nos referidos períodos seja aumentado o efetivo empregado dentro das
faixas horárias de atuação de maneira proporcional com o aumento da população no
local, como também que seja empregado não só os processos atualmente utilizados
(vtr, a pé, motos e montado), mas também os processos de policiamento em
embarcação e em bicicletas. Que seja dada uma atenção especial ao dia 1 de
janeiro, pois é o dia em que ocorreu o maior número de crimes nos períodos
estudados.
29

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Coordenadoria de Ensino Superior
Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais de Polícia e Bombeiros
Militar- Especialização em Gestão Estratégica em Defesa Social

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