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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CENTRO DE ENGENHARIAS – CE
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA MECÂNICA

Relatório - Materiais para ferramentas de corte

HUGO EDUARDO TAVARES VIEIRA


Resumo
Este trabalho tem o objetivo dissertar acerca dos materiais usados nas ferramentas
de corte.
1. Introdução
Em geral, a composição e tipo de material da ferramenta utilizada durante a operação
de usinagem irá depender dos seguintes fatores primordiais.
● Material de base: O material a ser usinado pode restringir bastante a gama de
materiais das ferramentas, principalmente sua dureza e ductilidade.
● Condições de usinagem: Os parâmetros de usinagem, como velocidade, penetração
ou avanço também tem efeito sobre a escolha do material, visto que os esforços irão
impactar diretamente no desempenho da ferramenta.
● Custo da ferramenta: O fator custo deve ser considerado durante a atividade
econômica, pois nem sempre é possível ter o material ideal para a usinagem.
Em relação às propriedades do material, o mesmo deve apresentar algumas
características básicas que são importantes para o processo:
● Dureza a quente: Principalmente em operações em alta temperatura;
● Resistência ao desgaste: Devido ao elevado atrito que ocorre durante o contato da
ferramenta com a peça;
● Tenacidade: Resistência aos choques que podem ocorrer;
● Estabilidade química: Evitar o desgaste por difusão, principalmente em altas
velocidades de corte.
2. Materiais utilizados
Em síntese, os materiais que apresentam um mix das propriedades acima e que são
usados para a confecção de ferramentas de corte são:
● Aços rápidos: Faz parte dos aços ferramenta de alta liga de tungstênio, podendo ser
adicionado de outros elementos de liga como molibdênio, cromo, vanádio, cobalto e
nióbio. É um material de alta tenacidade e resistente ao desgaste com elevada dureza
em temperatura ambiente, o que o torna interessante em operações de alta velocidade
de corte a temperaturas da ordem de 600 °C. A adição de elementos de liga pode
otimizar algumas propriedades desse material: O carbono, vanádio e o nióbio
promovem um aumento na dureza e resistência ao desgaste, enquanto o tungstênio
e molibdênio são responsáveis pela alta dureza e resistência ao desgaste, já o cobalto
eleva a dureza a quente, aumentando o desempenho em operações com altas
temperaturas.
● Aços rápidos com cobertura: Surgiram com a necessidade de aprimorar as
propriedades de resistência ao desgaste dos aços rápidos. Geralmente possuem uma
camada de cobertura, entre 1 a 4 um, de um material mais resistente ao desgaste,
como nitreto de titânio e o carbonitreto de titânio. Essa camada possui as seguintes
propriedades: Alta dureza, baixo coeficiente de atrito, boa aparência e quimicamente
inerte.
● Coronite: É um material criado pensando em operações em alta velocidade, onde o
uso de metal duro não é possível. Este material é usado principalmente em fresa de
topo, sendo composto por de partículas de nitreto de titânio. Em comparação com os
aços rápidos, possui maior dureza a quente resistência ao desgaste e tenacidade
semelhante.
● Metal duro: É um material produzido a partir da metalurgia do pó, as partículas duras
utilizadas são, em geral, carbonetos de tungstênio divididas em metal refratário. Esta
mistura confere ao material uma alta dureza e resistência à compressão. Segundo
Diniz, a dureza em altas temperaturas, resistência ao desgaste e tenacidade são as
propriedades essenciais para as ferramentas de corte e, nesse aspecto, os metais
duros oferecem uma boa combinação desses atributos. É importante ressaltar que,
entre os elementos que compõem os metais duros, o cobalto tem grande influência
sobre suas propriedades (Figura 1).

Figura 01: Influência do cobalto na dureza. (Diniz, 2006)

Na figura 01 é possível observar que com a diminuição da porcentagem de cobalto a


dureza aumenta. Também é possível notar que, em relação aos aços rápidos, o metal
duro apresenta um comportamento de dureza em função da temperatura superior.
● Metal duro com cobertura: Assim como os aços rápidos com cobertura,é inserido uma
camada de revestimento na ferramenta de metal duro para elevar a resistência ao
desgaste da parcela da ferramenta que entra em contato com a peça, ao passo que
seu núcleo mantém a tenacidade, geralmente essa camada é de carboneto de titânio
e/ou óxido de alumínio, nitreto de titânio e carboneto de titânio.
● Material cerâmico: Pode ser considerado o material mais antigo usado nas
ferramentas de corte (meados dos anos 50). A propriedade que torna as ferramentas
de materiais cerâmicas interessantes é a excelente estabilidade química, que em
operações em altas velocidades reduz a difusão de material, entretanto sua baixa
condutividade térmica faz com que a transferência de calor durante o processo seja
dificultada, logo, a região de interface peça-ferramenta irá aquecer muito, isso pode
acarretar no trincamento da ferramenta.
● Diamante: Estando entre os materiais mais duros conhecidos pelo homem, o diamante
tem elevada dureza e alta resistência ao desgaste, entretanto, devido ao seu custo
elevado, o diamante natural se mostra praticamente inviável para a confecção de
ferramentas de usinagem. Ferramentas com diamante são usadas apenas em
processos que requerem altas precisões dimensionais e um acabamento impecável.
Devido a essa barreira monetária, em meados da década de 70, foram desenvolvidas
as primeiras ferramentas com camada diamantada com um diamante sintético.
Entretanto, uma das desvantagens do uso de diamante no processo de usinagem se
dá em razão de sua estabilidade química, principalmente durante a operação com aço
carbono, visto que, devido sua composição que também possui carbono, a ferramenta
diamantada pode sofrer grafitização durante seu uso.

3. Conclusão
É possível concluir que o estudo dos materiais apropriados para a operação de
usinagem é um campo vasto de estudo, sendo de fundamental importância para compreender
e selecionar o tipo de ferramenta adequada para o serviço.

Referências
DINIZ, Anselmo Eduardo; MARCONDES, Francisco Carlos; COPPINI, Nivaldo
Lemos. Tecnologia da usinagem dos materiais. Artliber Editora, 2006.

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