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PROGRAMA

BIOLOGIA
10.º, 11.º e 12.º ANOS DE ESCOLARIDADE

República Democrática de Timor-Leste


Ministério da Educação

[1]
PROGRAMA
BIOLOGIA
10.º, 11.º e 12.º anos de escolaridade

Título:
Biologia

Ano de Escolaridade:
10.º, 11.º e 12.º Anos

Autoras:
Alcina Mendes
Conceição Santos

Coordenadora de disciplina:
Conceição Santos

Colaboradores:
Eduardo Pinheiro
Ana Lopes
Paula Conde

Colaboração das equipas técnicas timorenses da disciplina:


Este Programa foi elaborado com a colaboração de Equipas Técnicas Timorenses
da Disciplina, sob a supervisão do Ministério da Educação de Timor-Leste

Design e Paginação:
Esfera Crítica Unipessoal, Lda.

Conceção e elaboração:
Universidade de Aveiro

Coordenação geral do Projeto:


Isabel P. Martins
Ângelo Ferreira

Projeto - Reestruturação Curricular do Ensino Secundário Geral em Timor-Leste


Cooperação entre o Ministério da Educação de Timor-Leste, o Instituto Português de
Apoio ao Desenvolvimento, a Fundação Calouste Gulbenkian e a Universidade de Aveiro
Financiamento do Fundo da Língua Portuguesa
[2]
ÍNDICE

PROGRAMA DE BIOLOGIA

1. VISÃO GERAL DO PROGRAMA DE BIOLOGIA PARA O CICLO DE ESTUDOS ............................................... 4

2. COMPETÊNCIAS A DESENVOLVER PELOS ALUNOS ................................................................................... 5


2.1 COMPETÊNCIAS GERAIS TRANSVERSAIS ......................................................................................... 6
2.2 COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS .......................................................................................................... 6

3. ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO PROGRAMA PARA O CICLO DE ESTUDOS ........................................... 7

4. PROGRAMA DE BIOLOGIA – 10.º ANO DE ESCOLARIDADE..................................................................... 12


4.1 APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................. 12
4.2 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DAS UNIDADES TEMÁTICAS .......................................................... 14
UNIDADE TEMÁTICA 1 - BIODIVERSIDADE E DINÂMICAS DE VIDA ................................................................. 16
UNIDADE TEMÁTICA 2 - INTERAÇÕES BIOLÓGICAS E SAÚDE HUMANA ........................................................... 19
UNIDADE TEMÁTICA 3 - MATÉRIA E ENERGIA PARA A VIDA ........................................................................ 22

5. PROGRAMA DE BIOLOGIA – 11.º ANO DE ESCOLARIDADE..................................................................... 26


5.1 APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................. 26
5.2 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DAS UNIDADES TEMÁTICAS .......................................................... 28
UNIDADE TEMÁTICA 4 - DINÂMICAS BIOLÓGICAS E PRODUÇÃO VEGETAL ...................................................... 30
UNIDADE TEMÁTICA 5 - DINÂMICAS BIOLÓGICAS E PRODUÇÃO ANIMAL ....................................................... 33
UNIDADE TEMÁTICA 6 - BIODIVERSIDADE, EVOLUÇÃO E CLASSIFICAÇÃO ....................................................... 37

6. PROGRAMA DE BIOLOGIA – 12.º ANO DE ESCOLARIDADE..................................................................... 39


6.1 APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................. 39
6.2 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DAS UNIDADES TEMÁTICAS .......................................................... 41
UNIDADE TEMÁTICA 7 - CRESCIMENTO E RENOVAÇÃO DOS ORGANISMOS ..................................................... 43
UNIDADE TEMÁTICA 8 - REPRODUÇÃO E VARIABILIDADE DOS SERES VIVOS .................................................... 45
UNIDADE TEMÁTICA 9 - BIODIVERSIDADE E PATRIMÓNIO GENÉTICO ............................................................ 48

7. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS ........................................................................................................... 51

8. RECURSOS DIDÁTICOS ............................................................................................................................ 53

9. AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS ......................................................................................................... 56

10. BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA ............................................................................................................. 58

[3]
PROGRAMA DA DISCIPLINA
BIOLOGIA

1. VISÃO GERAL DO PROGRAMA DE BIOLOGIA PARA O CICLO DE


ESTUDOS
A Biologia é uma ciência que estuda a vida e os sistemas vivos, desde o seu nível molecular e
celular, até à escala global da ecologia ou mesmo da astrobiologia. Para além do âmbito
estritamente científico, os conhecimentos em Biologia e as implicações que decorrem da sua
difusão e aplicação tecnológica têm tido, ao longo dos tempos, um forte impacte cultural na
medida em que influenciam áreas sociais sensíveis e diversas, como por exemplo, a saúde, a
educação, a economia ou o ambiente.
Os avanços científicos e tecnológicos em Biologia e Biotecnologia desempenham, portanto, um
relevante papel para a sociedade e para a sustentabilidade da vida na Terra.
Assume-se que a disciplina de Biologia constitui um elemento estruturante na educação dos
jovens timorenses que optam por um percurso secundário de Ciências e Tecnologias. Nesse
sentido, a preparação dos alunos para o prosseguimento de estudos universitários na área das
ciências da vida envolve a aquisição dos conhecimentos indispensáveis a esse propósito,
articulando e aprofundando os que foram construídos durante o ciclo de estudos pré-
secundários; assume também a necessidade de proporcionar ao aluno uma visão alargada das
várias áreas de intervenção do conhecimento biológico, de modo que este possa desenvolver
motivações que o encaminhem para a escolha de percursos profissionais de formação superior
em áreas essenciais ao desenvolvimento de Timor-Leste, como por exemplo, a educação, a
medicina ou a enfermagem, a produção agropecuária, a conservação e gestão ambiental ou a
indústria alimentar.
Porém, independentemente da possibilidade dos alunos virem ou não a decidir enveredar por
estudos universitários na área das ciências da vida, a disciplina de Biologia assume o desafio de
contribuir para a sua formação como pessoas e cidadãos. Pretende contribuir para que se
tornem indivíduos mais informados, mais preparados para compreenderem questões que
envolvam conhecimentos de Biologia, de Biotecnologia, ou de ciência em geral, mais capazes
de formular opiniões cientificamente fundamentadas e analisar crítica e eticamente
alternativas.
Em síntese, defende-se que a educação dos jovens em Biologia, de nível secundário, se reveste
de uma elevada relevância pessoal, social e política. Por um lado, constitui um pré-requisito
necessário à formação universitária de especialistas. Por outro lado, prepara cidadãos capazes
de lidar criticamente com soluções biológicas e biotecnológicas, para que possam agir de
forma mais responsável e ativa na sociedade onde estão integrados.
Em articulação com o exposto, na disciplina Biologia são explorados conceitos básicos e
estruturantes, mas também alguns conceitos que permitem compreender o alcance de alguns
dos mais recentes avanços científicos. Nesse sentido exploram-se alguns princípios básicos de
Biotecnologia – entendendo que esta congrega conhecimento biológico e tecnológico, no
sentido de utilizar materiais biológicos, ou os seus produtos, para prestar bens e serviços –,
especialmente aqueles que são mais suscetíveis de produzir importantes impactes na
qualidade de vida das pessoas, na economia e no ambiente, como por exemplo, o uso de
microrganismos na produção de alimentos, ou a produção de substâncias terapêuticas por
organismos geneticamente modificados.

[4]
A construção do programa teve em conta documentos de referência nacionais e
internacionais, de natureza política e educacional, cuja síntese guiou a definição das
finalidades educacionais, a seleção das competências educativas que se pretendem
desenvolver, bem como a escolha das orientações científicas e didáticas consideradas
relevantes para uma formação de nível secundário em Biologia.
Neste sentido, as finalidades do programa de Biologia (i) articulam-se com as finalidades que
foram definidas no Plano Curricular para o Ensino Secundário Geral, particularmente as que
respeitam ao percurso de Ciências e Tecnologias; (ii) valorizam o estabelecido no Plano
Estratégico de Desenvolvimento de 2011 a 2030 para Timor-Leste, particularmente a
determinação de promover o desenvolvimento de competências nos jovens que lhes
permitam obter emprego em áreas estruturantes como a educação, saúde, agricultura e
indústria, contribuindo, assim, para o desenvolvimento socioeconómico de Timor-Leste e para
melhorar as condições de vida dos timorenses; (iii) envolvem a ponderação do papel que os
avanços dos conhecimentos científicos, particularmente os de Biologia e de Biotecnologia, têm
vindo a adquirir no mundo atual; (iv) tomam em consideração as recomendações
internacionais que enquadram os reptos de Educação para o Desenvolvimento Sustentável e as
Metas de Desenvolvimento do Milénio definidas pelas Nações Unidas.
Para o ciclo de estudos de três anos, a disciplina de Biologia estabelece as seguintes finalidades
para a formação dos alunos.
 A construção e o aprofundamento de conhecimentos de Biologia que
permitam o desenvolvimento de competências essenciais ao exercício de uma
cidadania responsável, a aprendizagem ao longo da vida e a decisão sobre o
prosseguimento de estudos relacionados com esta área do saber.
 A compreensão do valor da ciência, enquanto corpo de conhecimentos, que
evolui sempre que soluções mais explicativas são encontradas e, sobretudo,
enquanto atividade humana dependente das influências sociais inerentes a
cada época e a cada contexto.
 O reconhecimento da relevância dos conhecimentos de Biologia e de
Biotecnologia nos dias de hoje, na medida em que podem ser mobilizados para
influenciar a qualidade de vida das pessoas e a organização das sociedades,
apresentando alternativas promissoras, mas também originando questões que
exigem tomadas de decisão a nível tecnocientífico, político, social e ético.

2. COMPETÊNCIAS A DESENVOLVER PELOS ALUNOS


Pretende-se que o desenvolvimento de competências contemple, de forma integrada, os
domínios concetual, processual e atitudinal.
Como competências de natureza concetual consideram-se as que visam o conhecimento de
factos, hipóteses, princípios ou teorias, a compreensão de conceitos e suas relações, bem
como a utilização correta de terminologia e de convenções científicas.
As competências de natureza processual estão relacionadas com a própria natureza do
trabalho científico, nomeadamente a sua conceção, realização e comunicação. Inclui-se o
desenvolvimento de aptidões que permitam observar e descrever fenómenos, recolher e
interpretar dados, utilizar técnicas e dispositivos, bem como desenvolver abordagens de cariz
investigativo. O desenvolvimento de competências procedimentais incluiu aspetos de natureza
cognitiva e manipulativa.

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No plano atitudinal as competências visam o desenvolvimento de atitudes face ao
conhecimento e aos trabalhos científicos como, por exemplo, rigor, curiosidade, honestidade e
perseverança, mas também atitudes face às implicações que daí decorrem para a forma como
os alunos perspetivam a sua própria vida e a dos outros. O desenvolvimento de competências
atitudinais pretende capacitar os alunos para a formulação de juízos de valor e a assunção de
condutas guiadas por convicções fundamentadas.
Apresentam-se, em seguida as competências de nível geral e transversal, bem como as de nível
mais específico que se esperam ver desenvolvidas através da implementação do programa de
Biologia.

2.1 Competências gerais transversais


 A mobilização de conhecimentos de Biologia e de Biotecnologia para
compreender e explicar fenómenos naturais ou situações que afetam a vida
das pessoas (em Timor-Leste ou no mundo).
 A mobilização de conhecimentos de Biologia e de Biotecnologia para formular
juízos e decidir de forma fundamentada.
 O pensamento crítico e a adoção de práticas de questionamento para explorar
e resolver situações problemáticas reais ou académicas.
 A pesquisa e a seleção criteriosa de informação, disponibilizada em fontes e
formatos diversificados (ex. manuais, revistas, livros, CD-Rom, vídeo, internet),
para construir conhecimento.
 O desenvolvimento da autonomia, da cooperação e da criatividade para
realizar tarefas ou resolver problemas.
 A utilização da língua portuguesa, em formato oral e escrito, para aceder à
informação e comunicar.

2.2 Competências específicas


 O conhecimento de factos e de terminologia específica, bem como a
compreensão de conceitos, relações entre conceitos, teorias e modelos
explicativos em Biologia.
 A compreensão de interações recíprocas que se estabelecem entre a Biologia,
a sociedade e a tecnologia e como estas podem condicionar o
desenvolvimento científico e a qualidade de vida das pessoas.
 A compreensão integrada do papel das teorias, dos problemas, das hipóteses e
da experimentação na construção de conhecimento científico em Biologia.
 A utilização correta e em segurança de equipamentos básicos, instrumentos e
materiais de laboratório/de campo indispensáveis ao estudo prático de
conteúdos de Biologia.
 A mobilização de conhecimentos de Biologia para agir, de forma
fundamentada, face a situações específicas que afetam a qualidade de vida
das pessoas em Timor-Leste (ex. doenças, nutrição, reprodução, poluição,
preservação de espécies, agricultura, conservação de alimentos).

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3. ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO PROGRAMA PARA O CICLO DE
ESTUDOS
A disciplina de Biologia do ensino secundário destina-se a alunos que tenham concluído o
ensino pré-secundário e que, portanto, já possuam conhecimentos básicos em ciências da
terra e da vida.
Trata-se de uma disciplina trienal com três tempos letivos (50 minutos) semanais em cada ano
deste ciclo de estudos. Dois destes tempos letivos destinam-se, preferencialmente, à
realização de atividades práticas centradas nos alunos. Assim, será desejável que ocorram
seguidos com a turma dividida em turnos. Esta organização deverá ser articulada com a de
outras disciplinas que também integram a área de Ciências Físicas e Naturais.
A arquitetura concetual do programa visa proporcionar aos alunos uma perspetiva abrangente
e integrada de várias áreas temáticas da Biologia que estudam diferentes níveis de
complexidade e de organização da biosfera. Neste sentido, garante que o aluno seja
confrontado com desafios conceptuais que envolvem a compreensão de processos que
ocorrem da macroescala ecológica, à escala microscópica das células e tecidos, ou até à escala
submicroscópica das interações que sustentam os arranjos biomoleculares.
Os conteúdos programáticos encontram-se organizados em unidades temáticas (UT) e estas
em subtemas. A sua seleção e organização concetual tiveram em conta as finalidades e
competências já anteriormente apresentadas, assim como referências recentes relativas à
educação em Ciências, em particular à educação em Biologia. O estudo de aspetos
biotecnológicos é recorrente ao longo do programa, não se constituindo como temática
específica. Esta integração permite explorar a influência que os conhecimentos científicos e
tecnológicos podem ter na vida das pessoas, possibilitando o estudo articulado de factos e de
conceitos, bem como a reflexão sobre aspetos de natureza social, económica e ética.
O esquema da figura 1 ilustra a organização do programa de Biologia em unidades temáticas
(UT) e sua distribuição pelo ciclo de estudos secundários (10.º, 11.º e 12.º ano de
escolaridade).

[7]
UT2 UT3 UT4 UT5
Interações Matéria e Dinâmicas Dinâmicas
biológicas e energia para a biológicas e biológicas e
saúde humana vida produção vegetal produção animal

UT1 UT6 11.º


10.º ano
Biodiversidade e Biodiversidade, evolução
ano Biodiversidade:
dinâmicas de vida e classificação
conhecer e
valorizar
para
viver melhor

UT9 UT7
Crescimento e
Biodiversidade e
património genético renovação dos
organismos

UT8
Reprodução e
variabilidade dos
seres vivos
12.º
ano

Figura 1 – Esquema concetual do programa de Biologia

A figura 1 mostra de que modo se concebe o percurso de aprendizagem nos três anos do
ensino secundário. Identificam-se as unidades por ano de escolaridade e a sua sequência,
assinalando-se correlações e interdependências, enfatizando que a arquitetura concetual
ocorre em torno da ideia central “Biodiversidade: conhecer e valorizar para viver melhor”.
Ao longo do programa, o estudo da diversidade biológica envolve a exploração de conceitos
científicos e tecnológicos, a sua relação com aspetos do dia a dia dos alunos, bem como o
desenvolvimento de novas opiniões e valores, sendo nesta perspetiva que “Biodiversidade:
conhecer e valorizar para viver melhor” se configura como ideia central do programa.
Biodiversidade assume-se como um conceito-chave, transversal e unificador de todo o ciclo de
estudos secundários em Biologia, prevendo-se que as aprendizagens desenvolvidas ao longo
dos três anos de escolaridade permitam o gradual aprofundamento da sua compreensão,
como seguidamente se explicita.
Em termos gerais, no início do 10.º ano, a concetualização da biodiversidade decorre do
estudo da variedade dos ecossistemas de Timor-Leste, da diversidade dos seus seres vivos e
das suas interações (UT1), analisando-se como a espécie humana integra e depende dessa teia

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de vida (UT2). Nas unidades seguintes, são explorados aspetos da diversidade morfofisiológica
das células e dos organismos (UT3 a UT5). No final do 11.º ano, o estudo da evolução biológica
e dos processos de classificação dos seres vivos (UT6) permite uma reorganização das
aprendizagens já construídas, bem como ampliar o conceito de biodiversidade à luz da história
da vida na Terra. No 12.º ano as abordagens centram-se na importância do material genético:
sua tradução, replicação, divisão e recombinação (UT7 e UT8), integrando também o papel da
reprodução na variabilidade das populações. O programa termina com o aprofundamento de
conceitos de hereditariedade e de manipulação genética (UT9) que desafiam a construção de
um novo entendimento, mais informado e unificador, do conceito de biodiversidade.
Apresenta-se em seguida uma breve caracterização das nove unidades temáticas que
constituem o programa de Biologia.

10.º Ano

Unidade Temática 1 – Biodiversidade e dinâmicas de vida

Esta unidade temática permite diagnosticar e aprofundar os conhecimentos que os


alunos já possuem sobre a estrutura e dinâmicas da biosfera. Os espaços naturais de
Timor-Leste (e os ecossistemas que englobam) são tomados como contexto
preferencial para o aprofundamento de conceitos de organização e dinâmica,
nomeadamente interações biológicas, transferências de matéria e de energia e níveis
de organização celular. Uma compreensão mais alargada da diversidade da biosfera
decorre da análise dos grandes biomas do planeta. A ação do homem sobre os
ecossistemas é analisada como fator de conservação ou de desequilíbrio, valorizando
a promoção de uma utilização sustentável dos recursos naturais.

Unidade Temática 2 – Interações biológicas e saúde humana

Em continuidade com a unidade anterior, perspetiva-se a integração do homem nas


redes tróficas, explorando em que medida a sua qualidade de vida pode depender da
natureza das interações que estabelece com outros seres vivos. Abordam-se
conceitos de nutrição e exemplos de doenças parasitárias próximas da realidade dos
alunos. Reveem-se conceitos de Biologia humana, estudam-se as características e
funções básicas das biomoléculas e ampliam-se conhecimentos gerais de
morfofisiologia de organismos de diferentes taxa.

Unidade Temática 3 – Matéria e energia para a vida

Explora-se a temática das transferências de matéria e energia nos ecossistemas,


introduzindo o nível de análise mais microscópico, celular e molecular. Estudam-se
processos que permitem a obtenção de matéria e de energia por células de seres
heterotróficos e autotróficos, com diferentes graus de complexidade,
nomeadamente os movimentos transmembranares de substâncias, as vias
anaeróbias e aeróbia de degradação de glicose, bem como a fotossíntese e a
quimiossíntese. A reconstrução e o aprofundamento do conceito de célula e de
aspetos da sua ultraestrutura são elementos chave desta unidade.

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11.º Ano

Unidade Temática 4 – Dinâmicas biológicas e produção vegetal

Os ecossistemas floresta e arrozal são tomados como exemplos que permitem


contextualizar o estudo de aspetos de biologia das plantas, nomeadamente os
processos que asseguram o transporte de substâncias, as trocas com o meio e a
regulação do seu crescimento. Estudam-se exemplos de interações biológicas das
plantas com microrganismos, ampliando conhecimentos gerais de morfofisiologia de
organismos de diferentes taxa. Exploram-se práticas de cultivo, de combate de
pragas, de melhoramento de culturas e avanços de biotecnologia para produção
vegetal.

Unidade Temática 5 – Dinâmicas biológicas e produção animal

Na sequência da unidade temática anterior, elegem-se os ecossistemas marinho e as


pastagens como exemplos de contextos para as aprendizagens, considerando que se
pretende aprofundar aspetos da biologia dos animais, nomeadamente os
mecanismos e estruturas que asseguram o transporte de substâncias e as trocas com
o meio, bem como processos de regulação. Exploram-se exemplos de interações
biológicas com microrganismos, bem como algumas práticas e tecnologias de
melhoramento de produção, particularmente em pecuária e aquicultura.

Unidade Temática 6 – Biodiversidade, evolução e classificação

Esta unidade temática exige a mobilização de aprendizagens realizadas em anteriores


unidades. Permite recapitular os níveis de organização biológica, perspetivando a sua
compreensão numa ótica de evolução. Estudam-se etapas que marcaram a história
do pensamento científico relativo à evolução das formas de vida, nomeadamente os
seus argumentos e respetivas controvérsias sociais. Rentabilizando o acervo de
exemplos de organismos estudados nas anteriores unidades, exploram-se regras
básicas de classificação de seres vivos, nomenclatura e hierarquia das categorias
taxonómicas, enfatizando-se a perspetiva evolutiva e o caráter provisório dos
sistemas de classificação.

12.º Ano

Unidade Temática 7 – Crescimento e renovação dos organismos

Nesta unidade estudam-se aspetos essenciais dos mecanismos que asseguram o


crescimento dos organismos e a renovação das suas células, nomeadamente síntese
proteica, ciclo celular e divisão celular por mitose. Abordam-se aspetos fundamentais
de regulação e de diferenciação celular. A reconstrução e o aprofundamento do
conhecimento de aspetos de ultraestrutura das células são, também, objetivos desta
unidade.

Unidade Temática 8 – Reprodução e variabilidade dos seres vivos

Exploram-se os processos biológicos que permitem a continuidade da vida dos


organismos e o crescimento das populações, nomeadamente as vias assexuada e
sexuada, bem como suas potencialidades e limitações biológicas. Esta abordagem
implica o estudo de processos celulares e moleculares básicos característicos da

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meiose e da fecundação. Exploram-se aspetos biológicos de reprodução humana e
alguns processos biotecnológicos que permitem a sua manipulação.

Unidade Temática 9 – Biodiversidade e património genético

Esta unidade centra-se no estudo do material genético, sua natureza e caráter


hereditário, explorando alguns aspetos básicos relativos à sua regulação e alteração.
Abordam-se conceitos que permitem compreender a natureza e os efeitos biológicos
das mutações e dos processos biotecnológicos de engenharia genética. Os genes são
considerados património evolutivo das espécies e campo de intervenção
biotecnológica. Valoriza-se a reflexão das implicações que decorrem do uso social
destes conhecimentos, ao nível da biodiversidade e ao nível da qualidade de vida dos
seres humanos.
A tabela I resume os conteúdos conceptuais da disciplina de Biologia. Para cada uma das nove
unidades temáticas são também indicados os respetivos subtemas.

10.º ano 11.º ano 12.º ano

UT 1- Biodiversidade e UT 4 – Dinâmicas biológicas e UT 7 – Crescimento e renovação


dinâmicas de vida produção vegetal dos organismos
1.1 – Diversidade ecológica em 4.1 – Mobilização de nutrientes 7.1 – Síntese proteica
Timor-Leste e no mundo e trocas gasosas 7.2 – Mitose e ciclo celular
1.2 – Dinâmicas ecológicas 4.2 – Regulação e crescimento
1.3 – Intervenção humana e 4.3 – Práticas agrícolas e
sustentabilidade biotecnologia

UT 2 - Interações biológicas e UT 5 – Dinâmicas biológicas e UT 8 – Reprodução e


saúde humana produção animal variabilidade dos seres vivos
2.1 – Obtenção de nutrientes 5.1 – Mobilização de nutrientes 8.1 – Meiose e fecundação
pelo organismo humano e trocas gasosas 8.2 – Ciclos de vida, reprodução
2.2 – Exploração do organismo 5.2 – Regulação e crescimento e variabilidade
humano por seres vivos 5.3 – Práticas de produção 8.3 – Reprodução e saúde
animal e biotecnologia humana

UT 3 - Matéria e energia para a UT 6 – Biodiversidade, evolução UT 9 – Biodiversidade e


vida e classificação património genético
3.1 – Obter matéria por 6.1 – Evolução biológica 9.1 – Hereditariedade
heterotrofia 6.2 – Classificação dos seres 9.2 – Organização e regulação do
3.2 – Energia para a vida vivos material genético
3.3 – Obter matéria por 9.3 – Mutações e fundamentos
autotrotrofia de engenharia genética

Tabela I – Conteúdos conceptuais do programa de Biologia

Recomenda-se que a lecionação das unidades e subtemas respeite a sequência proposta, de


modo a salvaguardar a coerência concetual do programa.

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PROGRAMA DA DISCIPLINA
BIOLOGIA
10.º ANO DE ESCOLARIDADE

4.1 APRESENTAÇÃO
Os conteúdos do programa de Biologia do 10.º ano estão organizados em três unidades
temáticas e respetivos subtemas que se articulam em torno da ideia central “Biodiversidade:
conhecer e valorizar para viver melhor”.
Na primeira unidade temática, o estudo dos espaços naturais de Timor-Leste, e de alguns
exemplos dos seus ecossistemas, são tomados como o primeiro objeto de estudo do
programa. Deste modo, pretende-se que os alunos conheçam e valorizem o património
biológico do seu país, pelas potencialidades que oferece ao nível de recursos económicos e
naturais, bem como pelo interesse histórico e científico que alguns dos espécimes
identificados possuem.
Este contexto de aprendizagem – ecossistemas de Timor-Leste – exige a revisão e o
aprofundamento de alguns conhecimentos essenciais que já terão sido construídos pelos
alunos no seu percurso de aprendizagem pré-secundária.
Em termos gerais espera-se que os alunos fiquem aptos para analisar aspetos de organização e
funcionamento dos ecossistemas, prever impactes resultantes da ação humana, assim como
identificar e praticar condutas que se podem revelar oportunas para salvaguardar uma
utilização sustentada dos recursos do seu território.
A ideia de biodiversidade que se desenvolve a partir desta abordagem ecológica exige
perspetivar o homem não apenas como agente que interfere nos ecossistemas, mas como ser
vivo que integra as suas dinâmicas.
Na segunda unidade temática, o estudo de exemplos das interações biológicas - que envolvem
a alimentação ou explicam doenças infeciosas dos seres humanos - possibilita que os alunos
conheçam e valorizem novos conceitos, perspetivando intervenções de cidadania que
contribuam para melhorar a sua própria qualidade de vida e a dos seus concidadãos.
O estudo de aspetos da ultraestrutura e fisiologia de diferentes células, inerentes a processos
que envolvem a mobilização de matéria e energia para a vida, na terceira unidade temática, irá
permitir que o aluno construa novas formas de compreender as interações biológicas e a
própria biodiversidade, bem como passe a ser capaz de considerar novas formas de interpretar
situações do seu dia a dia.
Em termos gerais, espera-se que, no final deste 10.º ano de escolaridade, os alunos (i)
conheçam e valorizem a diversidade ecológica e biológica do território timorense e do mundo,
(ii) relacionem causas alimentares e infeciosas com a qualidade de vida das pessoas e (iii)
conheçam aspetos de ultraestrutura e fisiologia celular, valorizando a sua importância para
compreender e explicar fenómenos biológicos.
A figura 2 apresenta vários exemplos de questões que permitem orientar percursos de
aprendizagem neste ano de escolaridade.

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Biodiversidade: conhecer e valorizar para viver melhor
10.º ano

Qual a relevância da
biodiversidade de Timor-Leste? Como é que as células obtêm a
matéria e a energia que
Que ecossistemas existem no
necessitam?
território? Que posição ocupa o homem nas
redes tróficas? Que processos regulam a entrada
Que dinâmicas sustentam o seu
e a saída de substâncias nas
funcionamento? Em que medida a sua saúde células?
Quais os efeitos das ações depende das interações
biológicas que estabelece? Que estruturas possuem as
humanas?
células?

Como organizar uma dieta Como produzir alimentos


equilibrada? fermentados em segurança?
Como utilizar os recursos
naturais de uma forma O que fazer para prevenir Como preservar alimentos?
sustentável? infeções?

UT 1 UT 2 UT 3
Biodiversidade e dinâmicas de Interações biológicas e saúde Matéria e energia para a vida
vida humana 3.1 – Obter matéria por
1.1 – Diversidade ecológica em 2.1 – Obtenção de nutrientes heterotrofia
Timor-Leste e no mundo pelo organismo humano 3.2 – Energia para a vida
1.2 – Dinâmicas ecológicas 2.2 – Exploração do organismo 3.3 – Obter matéria por
1.3 – Intervenção humana e humano por seres vivos autotrotrofia
sustentabilidade

Figura 2 – Exemplos de questões orientadoras de aprendizagem para o 10.º ano de escolaridade de


Biologia

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4.2 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DAS UNIDADES TEMÁTICAS

O programa estabelece orientações que clarificam o que se pretende que os alunos aprendam,
bem como o modo como tal deve ocorrer, na medida em que ambas as dimensões – o que se
aprende e o como se aprende - são essenciais ao desenvolvimento das competências gerais e
específicas que a disciplina estabelece.
Na apresentação de cada uma das unidades temáticas, e respetivos subtemas, o professor
dispõe de um breve resumo que antecipa a leitura dos conteúdos, das metas de aprendizagem
e das atividades práticas propostas, e que clarifica algumas conexões pertinentes que devem
ser estabelecidas com outros subtemas ou unidades. Nessa apresentação prévia, sugerem-se
exemplos de questões que podem orientar percursos de aprendizagem mais significativos para
os alunos. O professor poderá sempre optar por outras questões, equivalentes, que considere
mais adequadas aos interesses dos alunos ou às características do contexto em que leciona.
As metas de aprendizagem devem ser entendidas como o instrumento que permite identificar
as aprendizagens que se pretende que os alunos alcancem. Em articulação com as
competências gerais e específicas atrás estabelecidas, as metas referem-se ao conhecimento
de factos, conceitos e processos científicos, a destrezas manipulativas, a capacidades de
raciocínio e de comunicação, bem como ao desenvolvimento de atitudes e valores. Neste
sentido, as metas de aprendizagem são um instrumento que serve para o professor orientar os
processos de ensino, de aprendizagem e de avaliação.
As atividades práticas e prático-laboratoriais são aspetos essenciais a considerar na
implementação do programa, na medida em que determinam a natureza das oportunidades
de aprendizagem que são facultadas aos alunos. No entanto, salienta-se que as dimensões
teórica e prática do processo de ensino e de aprendizagem devem ser desenvolvidas de forma
integrada, uma vez que apenas desse modo se promoverá o efetivo desenvolvimento das
competências que a disciplina preconiza.
Dada a natureza prática de algumas propostas de atividades (por exemplo as de cariz
laboratorial) reafirma-se a importância da turma poder funcionar dividida em turnos em dois
dos seus tempos semanais.
A lecionação das unidades e respetivos subtemas deve respeitar a sequência proposta pelo
programa, de modo a salvaguardar a sua coerência concetual. Assim, garante-se que os
conteúdos estudados num subtema se constituam como pré-requisitos para aprendizagens
posteriores. Nalguns casos específicos – como, por exemplo, o estudo da célula – a sequência
das unidades e subtemas assegura uma revisitação estratégica de conceitos que são
considerados estruturantes para a aprendizagem em Biologia e que são, também,
reconhecidamente difíceis para os alunos. Esta opção didática vai desafiar o aluno a mobilizar
saberes já construídos para novas situações de aprendizagem, permitindo-lhe que se aperceba
da importância dos processos de reformulação e de aprofundamento concetual.
Na Tabela II apresenta-se uma proposta de distribuição de tempos letivos (TL) que permite
assegurar a lecionação plena do programa do 10.º ano, considerando que cada tempo letivo
corresponde a 50 minutos.

[14]
10.º ano TL

UT 1 – Biodiversidade e dinâmicas de vida ........................................................................................ 20


UT 2 – Interações biológicas e saúde humana ................................................................................... 30
UT 3 – Matéria e energia para a vida ................................................................................................. 45
Total 95 TL
Tabela II – Tempos letivos por Unidade Temática.

A distribuição de tempos letivos prevista na Tabela II deverá ser considerada indicativa. Ou


seja, admite-se que as escolas e os professores possam fazer reajustes, em função das
particularidades do contexto em que decorre a implementação do programa, nomeadamente
do tipo de estratégias didáticas que forem selecionadas e do nível de aprofundamento que
venha a ser considerado mais adequado face às características dos alunos e dos seus
professores.
Independentemente de ser possível reajustar a distribuição de tempos letivos apresentada na
Tabela II, destaca-se a importância de garantir que todos os subtemas definidos para o 10.º
ano de escolaridade sejam lecionados, de modo a garantir a estrutura e a coerência do
programa para o ciclo de três anos.

[15]
Unidade Temática 1 - Biodiversidade e dinâmicas de vida
Que biodiversidade existe em Timor-Leste? Como utilizar, sem esgotar, os recursos naturais da Terra?

Esta unidade temática permite que os alunos identifiquem o objeto de estudo da disciplina de Biologia – a vida e os seres vivos – e construam uma nova forma de
olhar criticamente a sua própria realidade. Nesta unidade, a compreensão do conceito de biodiversidade decorrerá do estudo das características dos espaços
naturais de Timor-Leste (subtema 1.1) e de ecossistemas e interações biológicas que os sustentam. Estes servem de ponto de partida para o estudo da dinâmica
geral dos ecossistemas da biosfera (subtema 1.2). Na exploração destes conteúdos perspetivar-se-á, sempre que possível, a inclusão dos seres humanos, e de
análises cientificamente sustentadas de intervenções humanas que visam a exploração dos seus recursos naturais (subtema 1.3).

Subtema 1.1 - Diversidade ecológica em Timor-Leste e no Mundo


Que tipos de espaços naturais existem em Timor-Leste? Como se explicam as diferenças climáticas e biológicas que possuem?
Em que medida a biodiversidade de Timor-Leste pode ser considerada relevante a nível nacional? E a nível mundial?

Neste subtema pretende-se que o aluno conheça aspetos da biodiversidade do seu país, nomeadamente a diversidade de espaços naturais e de seres vivos
endémicos. Exploram-se as caraterísticas geoclimáticas e bióticas do território de Timor-Leste. Reveem-se os conceitos que permitem caraterizar a estrutura dos
ecossistemas. Para promover a construção de uma ideia mais globalizante das particularidades da biodiversidade de Timor-Leste, explora-se a localização dos
grandes biomas terrestres. Espera-se que o aluno amplie o seu conhecimento acerca da biodiversidade de Timor-Leste, e do mundo, e seja capaz de fundamentar
opiniões conducentes à sua valorização.

Conteúdos Metas de aprendizagem Atividades práticas / prático-laboratoriais

Biodiversidade em Timor-Leste  Conhece os diferentes espaços naturais típicos do território de Timor-  Pesquisa e organização de informação diversificada
Espaços naturais Leste, sua localização, clima e exemplos de seres vivos mais caraterísticos. (textos, imagens, relatos, …) relativa aos principais
Endemismo  Valoriza aspetos da biodiversidade do território de Timor-Leste (enumera espaços naturais do território de Timor-Leste.
exemplos de espécies endémicas e ameaçadas).  Construção de documentos de divulgação (cartazes,
Ecossistemas  Mobiliza (revê) conceitos básicos (população, comunidade, …) para dossiês temáticos sobre espécies endémicas e espécies
Componente biótica descrever aspetos da estrutura dos ecossistemas. ameaçadas em Timor-Leste.
Componente abiótica  Interpreta documentos relativos aos biomas aquáticos e terrestres,  Análise e interpretação de dados de natureza diversa
Biomas aquáticos de água doce e relacionando localização geográfica, condições abióticas e caraterísticas (textos, imagens, esquemas, vídeos, …) relativos à
salgada dos seres vivos. localização e caraterísticas dos biomas.
 Utiliza dados (tabelas, gráficos, esquemas) relativos a fatores climáticos  Resolução de exercícios que impliquem a interpretação
Biomas terrestres: desertos, tundra,
que permitem caraterizar os biomas terrestres. de dados (tabelas, gráficos, textos) relativos a
florestas e prados
caraterísticas climáticas dos biomas terrestres.

[16]
Subtema 1.2 - Dinâmicas ecológicas
Que aspetos caraterizam um ecossistema? Que tipo de relações existem entre os seres vivos?
Que fatores podem desequilibrar um ecossistema? Até que ponto este pode recuperar? E em que medida se pode modificar?

Este subtema visa rever, consolidar e aprofundar conceitos básicos da dinâmica de ecossistemas, nomeadamente aspetos relativos aos fatores abióticos, às
interações bióticas, aos fluxos de matéria e energia. As abordagens permitem mobilizar exemplos de seres vivos de diferentes taxa e enfatizar a existência de
diferentes níveis de organização celular e complexidade (seres uni e pluricelulares). Explora-se o conceito de sucessão ecológica.
Espera-se que o aluno seja capaz de reconhecer que os seres humanos fazem parte da “teia de vida” que carateriza os ecossistemas na medida em que interagem
com os outros seres vivos.

Conteúdos Metas de aprendizagem Atividades práticas / prático-laboratoriais

Ecossistema  Mobiliza (revê) conceitos básicos (cadeia alimentar, nível trófico, produtor, consumidor,  Realização de uma saída de campo para obter
Interações recíprocas bióticas decompositor, componentes biótica e abiótica, …) para descrever aspetos de dinâmica evidências sobre a biodiversidade de um local
e abióticas dos ecossistemas. próximo dos alunos: problematização,
Relações bióticas  Identifica exemplos de interações voluntárias e involuntárias que o ser humano planificação, trabalho prático de recolha de
estabelece com outros seres vivos, reconhecendo que integra uma teia de vida. amostras e sua observação laboratorial;
Transferências de matéria e  Interpreta situações (experimentais, relatos de casos, …) relativas à influência de organização de resultados.
de energia fatores abióticos sobre as populações de seres vivos, e de influência de seres vivos na  Interpretação de dados relativos ao estudo de um
Teia e cadeia alimentar componente abiótica. ecossistema: identificação de aspetos abióticos,
Níveis tróficos  Explica exemplos de relações bióticas numa comunidade (ex. predação, parasitismo, previsão de redes tróficas e sua esquematização,
Diversidade biológica e níveis mutualismo, simbiose, comensalismo) prevendo efeitos ao nível do crescimento das previsão da abundância relativa de populações.
de complexidade respetivas populações.  Construção de esquemas conceptuais, relativos a
 Relaciona os fluxos de matéria e de energia num ecossistema com o papel dos seres aspetos de organização e dinâmica de
Unicelular vs multicelular ecossistemas; debate plenário e confronto de
vivos (produtor, consumidor, decompositor) em cada nível trófico.
Sucessão ecológica  Aplica o conceito de sucessão ecológica para interpretar alterações sazonais ou saberes.
catastróficas nos ecossistemas.  Resolução de exercícios que impliquem a
 Utiliza (revê) de forma operacional os conceitos unicelular vs pluricelular, célula animal interpretação de dados (tabelas, gráficos, textos)
vs vegetal, célula procariota vs eucariota, para descrever aspetos de diversidade dos relativos a aspetos de dinâmica dos ecossistemas.
seres vivos.
 Utiliza, em segurança e com correção, material de laboratório e de campo.
 Elabora memória descritiva com resultados de trabalhos práticos utilizando linguagem
e formatos cientificamente adequados.

[17]
Subtema 1.3 - Intervenção humana e sustentabilidade
Em que medida a ação do homem pode influenciar o equilíbrio de um ecossistema? Como utilizar os recursos naturais sem os esgotar ou destruir?

Neste subtema identificam-se alguns dos aspetos que podem afetar o equilíbrio de um ecossistema, conduzindo à sua evolução ou destruição. Perspetiva-se a ação
do homem como fator de conservação e de desequilíbrio, introduzindo a reflexão sobre a importância de promover uma utilização sustentável dos recursos
naturais.
Recomenda-se que a abordagem dos recursos naturais seja articulada com outras disciplinas, nomeadamente a Geologia e a Química. Espera-se que o aluno seja
capaz de desenvolver atitudes cientificamente fundamentadas, reconhecendo que o homem pode adotar hábitos e comportamentos que evitem a destruição dos
recursos naturais.

Conteúdos Metas de aprendizagem Atividades práticas / prático-laboratoriais

Fatores que influenciam o  Distingue ecossistemas naturais de ecossistemas que resultam da ação do homem  Pesquisa e síntese de informação relativa a ações
equilíbrio dos ecossistemas: (ex. floresta vs pastagem, mangue vs arrozal, …). humanas implicadas na transformação dos
naturais e humanos  Analisa de forma fundamentada ações humanas nos ecossistemas que respeitem ecossistemas em Timor-Leste; debate plenário,
Exploração de recursos naturais e promovam a conservação da biodiversidade ou que a prejudiquem (pesca ou confrontando exemplos e opiniões.
Sobre-exploração caça excessiva, desflorestação, introdução de espécies exóticas, poluição, …).  Interpretação e transformação de dados de natureza
 Mobiliza conhecimentos para analisar hábitos e costumes, identificando os que diversa (textos, tabelas, imagens, gráficos, …).
Utilização sustentável comprometem e os que promovem a utilização sustentada dos recursos naturais.  Desenvolvimento de um pequeno projeto de
Reduzir, reutilizar e reciclar sensibilização e/ou educação junto da comunidade
(palestras, posters, folhetos, …), visando promover a
utilização sustentada de recursos naturais.

[18]
Unidade Temática 2 - Interações biológicas e saúde humana
Qual a posição que o homem ocupa nas redes tróficas? Em que medida a sua saúde depende das interações biológicas que estabelece?
Até que ponto as opções alimentares condicionam a qualidade de vida? O que sucede se outros seres vivos utilizarem o corpo humano para obter
nutrientes?
De que modo os conhecimentos científicos podem ser mobilizados para melhorar a qualidade de vida das pessoas?

Partindo da ideia central de “teia de vida”, explorada na unidade temática anterior, pretende-se que o aluno reflita sobre as interações que o homem estabelece
com diferentes seres vivos, nomeadamente aquelas que o podem colocar em diferentes posições tróficas: o homem como consumidor das reservas nutricionais de
outros seres vivos (subtema 2.1) e o homem como reserva de nutrientes para diversos seres vivos (subtema 2.2). Ao explorar os nutrientes e as necessidades
alimentares humanas, o subtema serve também como ponto de partida para estudar a função dos nutrientes e das biomoléculas ao nível das células que são as
unidades constituintes dos seres vivos.
Para além das componentes concetual e processual, esta unidade temática valoriza bastante as metas de aprendizagem atitudinais voltadas para o reconhecimento
da importância do conhecimento científico, a formulação de opiniões cientificamente fundamentadas e o exercício de uma cidadania interventiva.

Subtema 2.1: Obtenção de nutrientes pelo organismo humano


Quais as necessidades nutricionais do organismo humano? Como organizar uma dieta equilibrada?
Como são constituídos os alimentos? Quais os constituintes básicos dos sistemas vivos?
Como são constituídos os nutrientes? Para que servem os diferentes nutrientes?

Neste subtema estuda-se de que modo a qualidade de vida dos seres humanos depende da quantidade e da qualidade dos nutrientes que o seu organismo recebe.
Exige-se uma revisão de conceitos, já estudados no ensino básico, nomeadamente alimentação e nutrição, sistemas de órgãos humanos e fluidos circulantes. Esta
revisão visa que o aluno seja capaz de analisar a adequação de uma dieta do ponto de vista nutricional, identificando as funções básicas de cada nutriente.
Um aprofundamento do conceito de nutriente exigirá o estudo das principais caraterísticas das biomoléculas que constituem os sistemas vivos, nomeadamente
noções básicas de constituição molecular e macromolecular da célula, bem como o conhecimento de exemplos que ilustram relações de estrutura e função.
Recomenda-se que a abordagem dos aspetos químicos seja articulada com a lecionação da disciplina de Química.
Espera-se que o aluno seja capaz de desenvolver os posicionamentos relativos à adequação nutricional de diferentes padrões alimentares, confrontando
necessidades fisiológicas humanas com a gestão da diversidade dos recursos alimentares que o meio lhe proporciona.

[19]
Conteúdos Metas de aprendizagem Atividades práticas / prático-laboratoriais

Hábitos alimentares em Timor-  Mobiliza (revê) conceitos básicos para descrever o processo de nutrição  Síntese de conhecimentos sobre o processo de
-Leste humana (alimentos, nutrientes, sistema digestivo, digestão, absorção, nutrição humana (da ingestão dos alimentos até à
Alimentação e nutrição humana enzimas, …). chegada de nutrientes às células) e sua partilha
(revisão de conceitos)  Descreve hábitos alimentares da população de Timor-Leste (exemplos de plenária.
Composição nutricional dos dietas).  Pesquisa e síntese de informação (ex. entrevistas,
alimentos  Conhece (revê) os nutrientes que compõem os alimentos e as funções básicas textos) relativa a hábitos alimentares da população
que desempenham no organismo. de Timor-Leste.
Macro e micronutrientes:  Caraterização nutricional de dietas tipo recorrendo a
 Identifica (revê) as funções que os nutrientes desempenham no organismo
glícidos, lípidos, prótidos, sais, tabelas de composição nutricional de alimentos.
humano.
vitaminas, água
 Utiliza (lê, interpreta) documentos de referência sobre composição nutricional  Utilização de documentos de referência sobre
Características funcionais dos de alimentos e fatores que afetam as necessidades nutricionais humanas. necessidades nutricionais humanas para analisar
nutrientes: energéticos,  Interpreta dados para avaliar situações ou resolver problemas relacionados exemplos de dietas alimentares.
plásticos e reguladores com alimentação e necessidades nutricionais humanas.  Interpretação de dados (tabelas, gráficos) relativos a
Necessidades nutricionais do  Carateriza as biomoléculas que constituem os nutrientes, relativamente à sua fatores que afetam as necessidades nutricionais
organismo humano composição química e nível de organização molecular (ex. monómeros e humanas.
Fatores que afetam as polímeros).  Realização de trabalho laboratorial para identificação
necessidades nutricionais:  Conhece exemplos que revelam a importância morfofisiológica das de nutrientes em alimentos; elaboração de memória
idade, género, estado biomoléculas (glícidos, lípidos, proteínas e ácidos nucleicos) no organismo descritiva.
fisiológico. humano.  Interpretação de dados (ex. descrições, esquemas,
As biomoléculas que constituem os  Utiliza, em segurança e com correção, material de laboratório. tabelas) sobre caraterísticas químicas dos nutrientes
nutrientes  Elabora memória descritiva de um trabalho laboratorial utilizando linguagem e orgânicos e inorgânicos.
formatos cientificamente adequados.  Construção de mapas conceptuais, sintetizando
Características químicas das
 Mobiliza conhecimentos sobre nutrição e biomoléculas para analisar questões informação.
biomoléculas
de impacte pessoal e social (ex. hábitos nutricionais pessoais ou da  Desenvolvimento de um projeto de sensibilização
Importância estrutural e funcional comunidade e sua relação com a saúde humana). e/ou educação junto da comunidade (palestras,
das biomoléculas posters, folhetos, …), para divulgar e promover
práticas de alimentação saudável.

Subtema 2.2: Exploração do organismo humano por seres vivos


Que seres vivos podem utilizar os nutrientes do corpo humano? Que benefícios ou prejuízos podem advir dessas interações?
Em que consistem doenças como malária, tuberculose ou SIDA? Como se podem prevenir e/ou tratar?
Quais as defesas que o organismo humano possui para se defender de agentes infeciosos? Como atuam as vacinas?

O subtema visa o estudo de alguns exemplos de interações que seres vivos de diferentes grupos taxonómicos (o aluno só estudará taxonomia na unidade temática
6) estabelecem com o organismo humano, destacando a existência de relações prejudiciais (por exemplo parasitárias) e benéficas (por exemplo simbióticas). A

[20]
exploração de casos de doenças parasitárias, e fundamentos biológicos essenciais subjacentes aos processos de infeção, visa promover uma compreensão científica
de situações do dia a dia, bem como contribuir para ampliar o conhecimento lexical e substantivo dos alunos sobre aspetos de diversidade biológica (conhecimento
de exemplos de caraterísticas de seres vivos eventualmente ainda não conhecidos do aluno).
Abordam-se mecanismos básicos de defesa do organismo humano, distinguindo defesas inatas de adquiridas e perspetivando o papel da vacinação.
Este subtema permite também ampliar aspetos de diversidade estrutural e funcional da célula, conhecendo constituintes nunca antes estudados, perspetivando
funcionalidades que serão aprofundadas na unidade temática seguinte.
Espera-se que o aluno seja capaz de desenvolver posicionamentos cientificamente fundamentados face aos seguintes aspetos: (i) saúde e interações humanas com
os microrganismos; (ii) reformulação de hábitos e comportamentos do dia a dia com vista à prevenção de doenças infeciosas.

Conteúdos Metas de aprendizagem Atividades práticas / prático-laboratoriais

Interações ecológicas do  Reconhece que o corpo humano pode servir de fonte de nutrientes e habitat a  Pesquisa e síntese de informação relativa a exemplos de
homem com seres vivos diversos seres vivos, interpretando essas interações numa perspetiva ecológica. organismos que vivem à superfície (ex. pele e mucosas) e
Interações prejudiciais  Enumera exemplos de seres vivos que estabelecem interações biológicas no interior do corpo humano (ex. sistema digestivo e
prejudiciais, não prejudiciais e benéficas para a saúde humana. respiratório), identificando exemplos de relações
Interações não
prejudiciais  Relaciona a diversidade dos microrganismos que colonizam o corpo humano prejudiciais e não prejudiciais para a saúde humana.
com as caraterísticas dos diferentes locais do corpo.  Interpretação de informação e legendagem de esquemas
Diversidade biológica e níveis
 Interpreta documentos relativos a doenças infeciosas, identificando agentes e que traduzam exemplos de ciclos de infeção (malária,
de complexidade de agentes tuberculose, SIDA, …).
vetores, bem como condições de propagação e de prevenção.
causadores de doenças  Comparação, baseada em esquemas simplificados, do
 Reconhece a diversidade biológica dos agentes que podem interagir benéfica ou
Multicelular vs unicelular negativamente com o homem, enumerando exemplos de seres de diferentes grau de complexidade estrutural e funcional (uni ou
Procariota, eucariota e taxa. multicelular, sistemas digestivo, reprodutor, …) de
vírus  Legenda esquemas simples que representem aspetos morfofisiológicos de diferentes agentes infeciosos.
Defesas imunitárias inatas agentes biológicos causadores de doenças (exemplos de sistemas de órgãos e de  Interpretação de esquemas simples que permitam
aspetos de ultraestrutura celular). comparar a estrutura e fisiologia de células e de vírus.
Barreiras físicas e
 Distingue vírus de células, em termos de organização estrutural e funções  Realização de trabalho laboratorial utilizando lupa e/ou
químicas
biológicas. MOC (observação de sangue humano em preparações
Fagocitose por leucócitos  Explica práticas que podem reduzir a proliferação de agentes infeciosos, definitivas, algas, larvas de insetos, …).
Reação inflamatória nomeadamente ao nível da higiene e proteção corporal, processamento de  Exploração de análises sanguíneas humanas (ou extratos
Defesas imunitárias alimentos ou gestão ambiental. simplificados): informações relativas a leucograma.
adquiridas  Utiliza, em segurança e com correção, material de laboratório.  Interpretação de documentos oficiais sobre vacinação e
Anticorpos produzidos por  Distingue processos básicos de defesa inata do organismo, de defesas adquiridas de boletins de vacinas.
leucócitos após contacto.  Desenvolvimento de projetos de sensibilização e/ou
 Explica a importância da vacinação na prevenção de algumas doenças infeciosas. educação junto da comunidade (palestras, posters,
Antigénio vs anticorpo
 Analisa criticamente hábitos e costumes numa perspetiva de prevenção de folhetos,…) visando promover a adoção de
Importância das vacinas contágio de doenças infeciosas. comportamentos que previnam infeções.

[21]
Unidade Temática 3 - Matéria e energia para a vida
Como é que as células obtêm a matéria e a energia que necessitam?
Que processos regulam a entrada e a saída de substâncias nas células? Quais as estruturas celulares que permitem assegurar estas funções?

Nesta unidade temática a diversidade biológica mantém-se como ponto de partida e fio condutor, estando o foco de aprendizagem prioritariamente voltado para a
compreensão da vida ao nível da estrutura e do funcionamento das células. Cada um dos três subtemas permite que o aluno amplie, de forma progressiva e
contextualizada, o seu conceito de célula, conhecendo novos aspetos estruturais e funcionais e integrando a nova informação no esquema concetual que já possui.
Em articulação com as aprendizagens desenvolvidas nas unidades anteriores, parte-se da exploração dos processos que permitem a obtenção de matéria pelas
células dos seres heterotróficos, estudando o papel da membrana celular na regulação do meio interno (subtema 3.1). Estudam-se depois aspetos básicos de
metabolismo que permitem a obtenção de energia a partir da degradação da glicose (subtema 3.2) e, por fim, processos de obtenção de matéria por células
autotróficas (subtema 3.3).
No final desta unidade o aluno poderá analisar questões de diversidade biológica e de relações de interdependência entre os seres vivos mobilizando saberes
relativos a níveis de complexidade macro e microscópicos. Para além da componente concetual e atitudinal, esta unidade temática valoriza bastante as metas de
aprendizagem relativas à vivência de processos de experimentação laboratorial e a de comunicação de resultados em ciência.

Subtema 3.1: Obter matéria por heterotrofia


Que estratégias utilizam os seres heterotróficos para garantir que todas as suas células recebem os nutrientes que necessitam?
Como é que os nutrientes, ou outras substâncias, atravessam as membranas das células? Em que medida as células conseguem regular o seu meio interno?

Inicia-se este subtema comparando algumas estratégias de obtenção de nutrientes utilizadas por seres heterotróficos distintos (homem, protozoário, fungo, ...).
Explora-se em que medida o grau de complexidade dos organismos exige processos de ingestão, digestão e absorção de matéria e perspetiva-se que as células
estabeleçam intercâmbios de substâncias com o meio.
Abordam-se aspetos básicos de ultraestrutura da membrana, assim como o seu papel na regulação do meio interno e na delimitação de compartimentos
intracelulares. Distinguem-se processos de transporte de natureza passiva e ativa e explora-se o conceito de digestão intracelular.
Concetualiza-se a funcionalidade de estruturas celulares eucarióticas introduzidas de novo, como lisossomas, vacúolos em células animais, e complexo de Golgi.
Espera-se que o aluno seja capaz de mobilizar fundamentos científicos para refletir sobre aspetos do dia a dia, nomeadamente: (i) hábitos pessoais e/ou
comunitários de ingestão de água e de sal; (ii) processos tradicionais de conservação e transformação de alimentos (salga, secagem, compotas, iogurte …).

[22]
Conteúdos Metas de aprendizagem Atividades práticas / prático-laboratoriais

Ingestão, digestão e absorção  Relaciona os processos de ingestão, digestão e absorção, reportando a sua  Pesquisa e síntese de informação, em grupos de
Ultraestrutura e funções da relevância a casos concretos de seres vivos com diferentes graus de complexidade alunos, relativa a estratégias de obtenção de matéria
membrana celular (homem, protozoário, fungo, …). por seres vivos que possuem diferentes graus de
Transporte passivo e ativo  Conhece a ultraestrutura da membrana celular e a importância funcional dos seus complexidade; debate plenário, confrontando
constituintes. saberes e clarificando o significado de conceitos.
através da membrana celular
 Distingue processos de transporte através da membrana celular (osmose, difusão  Representação gráfica e legendagem de esquemas
Osmose e difusão simples simples e facilitada, transporte ativo, endocitose, exocitose). relativos à ultraestrutura da membrana celular;
Difusão facilitada  Interpreta dados experimentais relativos a movimentos transmembranares de interpretação de imagens simplificadas (esquemas e
Transporte ativo substâncias e fatores que os condicionam. fotografias) de células ou estruturas celulares.
Endocitose e exocitose  Prevê alterações celulares (ex. em glóbulos vermelhos) e suas consequências face a  Análise e interpretação de dados laboratoriais
variações de concentração do meio extracelular. (tabelas e gráficos) relativos a movimentos
Fatores que influenciam o
 Explica o processo de digestão intracelular, mobilizando corretamente os conceitos transmembranares de substâncias
transporte de substâncias
de endocitose e exocitose, lisossoma, enzima e vacúolo digestivo.  Realização de um trabalho laboratorial, de cariz
Digestão intracelular  Interpreta e legenda esquemas simples de ultraestrutura celular, incluindo experimental, para observar evidências de processos
Ultraestrutura de células lisossomas e vacúolos digestivos, assim como o complexo de Golgi. de difusão e osmose: montagem de dispositivos,
heterotróficas  Utiliza, em segurança e com correção, material de laboratório. interpretação de resultados e redação de memória
 Elabora memória descritiva de um trabalho laboratorial utilizando linguagem e descritiva.
formatos cientificamente adequados.  Interpretação de imagens (esquemas e fotografias) de
células com importantes funções de endo/exocitose
(ex. leucócitos), mobilizando conceitos de transporte
membranar e digestão intracelular.

Subtema 3.2: Energia para a vida


Como é que as células utilizam os nutrientes que recebem?
Que forma de energia utilizam as células? Como a obtêm? Que estruturas celulares estão envolvidas nesses processos?
Que alimentos fermentados são tradicionalmente produzidos em Timor-Leste? Que vantagens e desvantagens nutricionais possuem?
O que distingue uma produção tradicional de alimentos fermentados de uma produção biotecnológica?

Neste subtema estudam-se aspetos básicos de metabolismo celular, nomeadamente vias metabólicas aeróbias e anaeróbias de degradação da glicose, bem como
fatores que determinam a sua ocorrência e eficácia. Salienta-se a importância das mitocôndrias nas células eucarióticas. Aborda-se o papel dos microrganismos na
produção de alimentos fermentados, comparando abordagens tradicionais e biotecnológicas.

[23]
Espera-se que o aluno seja capaz de mobilizar saberes científicos para tomar decisões relativas a (i) processos tradicionais e biotecnológicos de produção de
alimentos por processos fermentativos e (ii) controlo da atividade dos microrganismos na deterioração de alimentos.

Conteúdos Metas de aprendizagem Atividades práticas / prático-laboratoriais

Metabolismo  Utiliza corretamente os termos metabolismo, catabolismo e anabolismo.  Organização e síntese de informações em formato diverso
Catabolismo e anabolismo  Relaciona as vias metabólicas que sustentam a fermentação e a respiração (textos e esquemas) relativas a processos de degradação
aeróbia com a ultraestrutura celular (citoplasma e mitocôndria). de glicose em aerobiose e anaerobiose.
Glicólise
 Compara vias metabólicas (fermentativas e respiração aeróbia) em termos dos  Identificação de mitocôndrias (para além das estruturas já
Fermentação lática e seus produtos finais e rendimento energético (ATP/glicose). anteriormente estudadas) em imagens simplificadas de
alcoólica
 Interpreta dispositivos experimentais simples relativos ao estudo de fatores que células (esquemas e fotografias).
Respiração aeróbia afetam as vias fermentativas ou respiratória (variável em estudo, variáveis  Legendagem e comparação de esquemas de células
Fatores que influenciam as controladas, dispositivo controlo, …) e respetivos resultados. aeróbias eucarióticas e procarióticas.
taxas de fermentação e  Utiliza tabelas e gráficos (constrói, converte, interpreta) relativos a resultados  Realização de um trabalho laboratorial relativo a
respiração aeróbia experimentais. processos aeróbios ou anaeróbios: montagem de
Ultraestrutura de células  Interpreta representações (esquemas, fotografias, vídeo, modelos, …) de células dispositivos, organização de resultados em tabelas e
heterotróficas eucarióticas e procarióticas, identificando estruturas e sua funcionalidade, gráficos, interpretação e registo de conclusões.
nomeadamente mitocôndrias.  Pesquisa e síntese de informação relativa a processos
Alimentos fermentados e
 Utiliza, em segurança e com correção, material de laboratório. biotecnológicos tradicionais e/ou industriais de obtenção
biotecnologia
 Mobiliza conhecimentos para interpretar processos tradicionais de fermentação de alimentos fermentados; debate plenário, confrontando
Práticas tradicionais e de alimentos (ex. produção de bebidas alcoólicas). e sistematizando saberes (microrganismos envolvidos nos
industriais
 Elabora documentos de divulgação científica sobre processos de obtenção de processos, requisitos, vantagens e desvantagens
alimentos fermentados, suas potencialidades e limitações, do ponto de vista nutricionais, conservação de alimentos, …).
nutricional e económico.

Subtema 3.3: Obter matéria por autotrofia


Como é que os seres autotróficos produzem a matéria orgânica que necessitam? Que seres vivos, para além de plantas, sobrevivem por autotrofia?
Em que consiste o processo de fotossíntese? Que estruturas celulares estão envolvidas? E nas células procarióticas?
Que semelhanças e diferenças existem entre células auto e heterotróficas?

O subtema visa, essencialmente, o estudo global da fotossíntese, entendendo-a como um processo de transformação de energia luminosa em energia química.
Analisam-se alguns fatores que determinam a sua eficácia. Referem-se também exemplos de seres que realizam processos autotróficos de quimiossíntese.

[24]
Neste subtema concetualiza-se a funcionalidade de estruturas celulares apresentadas de novo, nomeadamente cloroplastos, parede celular e vacúolo vegetal,
característicos das células vegetais eucarióticas, bem como as estruturas que asseguram a fotossíntese em células procarióticas.
Espera-se que o aluno seja capaz de desenvolver posicionamentos cientificamente fundamentados face aos seguintes aspetos: (i) manipulação de fatores que
influenciam a fotossíntese para melhorar a produção agrícola; (ii) valorização do papel dos seres autotróficos, na preservação da biodiversidade e na produção de
oxigénio indispensável à sobrevivência dos seres aeróbios terrestres e aquáticos.

Conteúdos Metas de aprendizagem Atividades práticas / prático-laboratoriais

Fotossíntese  Distingue fotossíntese de quimiossíntese e enumera exemplos de seres vivos  Realização de um trabalho experimental para obter
Fatores que influenciam a que realizem esses processos. evidências sobre a realização de fotossíntese: montagem
fotossíntese  Identifica o cloroplasto como o organelo que contém pigmentos especializados de dispositivos, interpretação de resultados e redação de
para conversão de energia luminosa em energia química (compostos memória descritiva.
Quimiossíntese
orgânicos).  Interpretação de tabelas/gráficos com dados
Ultraestrutura de células  Conhece (enumera e explica) fatores que afetam a taxa de fotossíntese (ex. luz, experimentais relativos a fatores que afetam a taxa de
autotróficas água, dióxido de carbono). fotossíntese.
 Interpreta dispositivos experimentais simples relativos ao estudo de fatores  Identificação de cloroplasto, vacúolo vegetal e parede
que afetam a fotossíntese (variável em estudo, variáveis controladas, celular (para além das estruturas já anteriormente
dispositivo controlo, …) e respetivos resultados. estudadas) em imagens simplificadas de células vegetais
 Integra os processos de fotossíntese e a respiração celular para explicar (esquemas e fotografias).
dinâmicas micro e macrobiológicas (vida de uma célula vegetal e vida num  Comparação de esquemas de células fotossintéticas
ecossistema). eucarióticas e procarióticas.
 Utiliza, em segurança e com correção, material de laboratório.  Construção de modelos comparativos (cartão, gesso,
 Elabora memória descritiva de um trabalho laboratorial em linguagem e plasticina, …) de ultraestrutura de células (ex. bactéria vs
formatos cientificamente adequados. célula vegetal) com todas as estruturas estudadas nas
 Mobiliza conhecimentos sobre fatores que influenciam a taxa de fotossíntese UT1, 2 e 3; cada modelo deverá ser acompanhado de uma
para analisar questões de impacte social (melhoramento de práticas agrícolas, nota explicativa.
preservação da biodiversidade, qualidade do ar atmosférico, …).
 Interpreta representações (esquemas, fotografias, vídeo, modelos, …) de
células eucarióticas e procarióticas, identificando estruturas e sua
funcionalidade.

[25]

BIOLOGIA | 10.º ANO


PROGRAMA DA DISCIPLINA
BIOLOGIA
11.º ANO DE ESCOLARIDADE

5.1 APRESENTAÇÃO
Os conteúdos do programa de Biologia do 11.º ano estão organizados em três unidades
temáticas e respetivos subtemas que, tal como no 10.º ano de escolaridade, se articulam em
torno da ideia central “Biodiversidade: conhecer e valorizar para viver melhor” (ver fig. 1).
Em termos gerais, neste ano de escolaridade, o aprofundamento da compreensão do conceito
de biodiversidade decorre de duas vertentes essenciais: uma centrada em conhecimentos
fundamentais de morfofisiologia que permitem descrever aspetos de unidade e de diversidade
das células e dos organismos, e uma outra centrada no estudo de conceitos de evolução e
classificação biológica, que proporciona uma compreensão integrada e globalizante de
unidade e diversidade biológica.
As metas previstas para o 11.º ano exigem a mobilização dos saberes que os alunos
construíram no 10.º ano, visando o seu aprofundamento, sem perder de vista que os
conhecimentos de Biologia de nível secundário se destinam a preparar os alunos para
prosseguir estudos, bem como para exercerem uma cidadania responsável e informada que
lhes permita viver melhor. Em continuidade com a orientação adotada no 10.º ano, o estudo
da biodiversidade perspetiva o homem não apenas como agente que interfere nos
ecossistemas, mas como ser vivo que integra as suas dinâmicas.
As duas primeiras unidades temáticas do 11.º ano centram-se no estudo de processos de
morfologia e fisiologia vegetal e animal. Envolvem o estudo de conceitos biológicos a um nível
macroscópico, microscópico e molecular, bem como a sua mobilização para construir
perspetivas críticas, informadas e inovadoras sobre aspetos de utilização sustentada dos
recursos naturais, nomeadamente ao nível da produção de recursos agroflorestais, pecuários
ou piscícolas.
Pretende-se que o aluno aprofunde a compreensão de alguns mecanismos que asseguram a
funcionalidade dos organismos e de como reagem a situações abióticas ou bióticas. Para além
da construção de saberes substantivos deseja-se, ainda, que o aluno aprenda a mobilizar esses
saberes para avaliar, equacionar e procurar soluções que otimizem a produção de plantas e
animais, numa perspetiva de qualidade de vida dos seres humanos e de utilização sustentada
de recursos naturais.
A última unidade temática do 11.º ano desafia o aluno a mobilizar e integrar todos os
conhecimentos que foi desenvolvendo na disciplina de Biologia e introduz uma forte
componente de estudo dos processos de construção do próprio conhecimento científico em
Biologia. Os estudos da evolução biológica e de critérios de classificação do mundo vivo são
apresentados como dimensões do conhecimento que se assumem como instrumentos
indispensáveis para a compreensão da vida e da biodiversidade pelos cidadãos, para a
investigação e para a edificação do conhecimento científico em Biologia e Biotecnologia pelos
especialistas.
Em termos gerais, espera-se que, no final deste 11.º ano de escolaridade, os alunos (i)
conheçam aspetos de morfologia e fisiologia dos seres vivos; (ii) relacionem alterações
morfofisiológicas com interações ambientais (alimentos, infeções, ...); e (iii) analisem situações
que visam a produção de alimentos e a melhoria da qualidade vida das pessoas.

[26]
Biodiversidade: conhecer e valorizar para viver melhor
11.º ano

Que mecanismos biológicos Como se explica a diversidade


Que mecanismos biológicos
asseguram a vida das plantas? dos seres vivos?
asseguram a vida dos
Que condições afetam a animais? Que interpretações foram
produtividade vegetal? avançadas?
Que condições afetam a
Como usar a biotecnologia produtividade animal? Por que se classificam os seres
para melhorar a produção vivos?
Como usar a biotecnologia
vegetal?
para melhorar a produção Quais os critérios a usar?
animal?

Como melhorar a produção Como melhorar a produção Por que têm mudado as
agrícola e florestal de forma animal de forma sustentada? interpretações sobre a
sustentada? diversidade e sobre a
classificação dos seres vivos?

UT 4 UT 5 UT 6
Dinâmicas biológicas e Dinâmicas biológicas e Biodiversidade, evolução e
produção vegetal produção animal classificação
4.1 – Mobilização de 5.1 – Mobilização de 6.1 – Evolução biológica
nutrientes e trocas gasosas nutrientes e trocas gasosas 6.2 – Classificação dos seres
4.2 – Regulação e crescimento 5.2 – Regulação e crescimento vivos
4.3 – Práticas agrícolas e 5.3 – Práticas de produção
biotecnologia animal e biotecnologia

Figura 3 – Exemplos de questões orientadoras de aprendizagem para o 11.º ano de escolaridade de


Biologia

[27]
5.2 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DAS UNIDADES TEMÁTICAS
O programa de biologia para o 11.º ano estabelece orientações que clarificam o que se
pretende que os alunos aprendam, bem como o modo como tal deve ocorrer, na medida em
que ambas as dimensões – o que se aprende e o como se aprende – são essenciais ao
desenvolvimento das competências gerais e específicas que a disciplina estabelece.
Para cada uma das unidades temáticas e respetivos subtemas apresenta-se um breve resumo
que antecipa a leitura dos conteúdos, das metas de aprendizagem e das atividades práticas
propostas, e que clarifica algumas conexões pertinentes que devem ser estabelecidas com
outros subtemas ou unidades. Sugerem-se também exemplos de questões que podem orientar
percursos de aprendizagem mais significativos para os alunos, que o professor poderá
substituir por outras, equivalentes, que julgue mais adequadas aos interesses dos alunos ou às
caraterísticas do contexto em que leciona.
As metas de aprendizagem devem ser entendidas como o instrumento que permite identificar
as aprendizagens que se pretende que os alunos alcancem. Em articulação com as
competências gerais e específicas estabelecidas para o ciclo de estudos, as metas referem-se
ao conhecimento de factos, conceitos e processos científicos, a destrezas manipulativas, a
capacidades de raciocínio e de comunicação, bem como ao desenvolvimento de atitudes e
valores. Neste sentido, são um instrumento que serve para o professor orientar os processos
de ensino, de aprendizagem e de avaliação.
As atividades práticas são aspetos essenciais, na medida em que determinam a natureza das
oportunidades de aprendizagem que são facultadas aos alunos. Salienta-se que as dimensões
teórica e prática devem ser exploradas de forma articulada e integrada, pois apenas desse
modo se promoverá o efetivo desenvolvimento das competências que a disciplina preconiza.
Atendendo à natureza prática de algumas propostas de atividades (por exemplo as de cariz
laboratorial) recomenda-se que cada turma de alunos possa funcionar dividida em turnos, em
dois dos seus tempos semanais.
A lecionação das unidades e respetivos subtemas deve respeitar a sequência proposta pelo
programa, de modo a salvaguardar a sua coerência concetual. Assim, garante-se que os
conteúdos estudados num subtema se constituam como pré-requisitos para aprendizagens
posteriores.
Na Tabela III apresenta-se uma proposta de distribuição de tempos letivos (TL) que permite
assegurar a lecionação plena do programa, considerando que cada tempo letivo corresponde a
50 minutos.

11.º ano TL

UT 4 – Dinâmicas biológicas e produção vegetal .............................................................................. 35


UT 5 – Dinâmicas biológicas e produção animal .............................................................................. 35
UT 6 – Biodiversidade, evolução e classificação ............................................................................... 25
Total 95 TL
Tabela III – Tempos letivos por unidade temática.

[28]
A distribuição de tempos letivos deverá ser considerada indicativa. As escolas e os professores
podem fazer reajustes, em função das particularidades do contexto em que decorre a
implementação do programa, nomeadamente em função das estratégias didáticas e do nível
de aprofundamento que for considerado mais adequado face às caraterísticas dos alunos e dos
seus professores.
Independentemente da possibilidade de se reajustar a distribuição de tempos letivos, destaca-
-se a importância de garantir que todos os subtemas definidos para o 11.º ano de escolaridade
sejam lecionados, de modo a garantir a estrutura e a coerência do programa para o ciclo de
três anos.

[29]
Unidade Temática 4 - Dinâmicas biológicas e produção vegetal
Quais os mecanismos biológicos que asseguram a sobrevivência das plantas? Que condições abióticos e bióticos podem condicionar a sua produtividade?
Como mobilizar conhecimentos de Biologia e Biotecnologia para aumentar a produção agrícola de uma forma sustentável?

Esta unidade temática permite que os alunos identifiquem a fisiologia e a produção de plantas como um campo de estudo da disciplina de Biologia e percebam que
as plantas são indivíduos funcional e estruturalmente complexos. A compreensão do funcionamento das plantas reforça a importância da autotrofia como processo
base da transferência trófica num ecossistema, sendo essencial à sobrevivência humana. Estudam-se exemplos de respostas a stress abiótico (ex. hídrico ou
térmico) ou a interações bióticas (ex. parasitismo ou simbiose) que podem afetar a produção vegetal e condicionar a disponibilidade alimentar dos humanos.
A unidade inicia-se com a exploração da diversidade morfofisiológica de espécies vegetais, revêem-se e aprofundam-se conceitos relacionados com a mobilização
de nutrientes e as trocas gasosas (subtema 4.1). Seguidamente exploram-se conceitos que permitem compreender processos de regulação e crescimento vegetal
(subtema 4.2). O estudo da unidade temática termina com a exploração de conceitos que permitem refletir sobre práticas tradicionais e inovadoras de cultivo de
plantas e de combate de pragas, referindo exemplos de avanços de Biotecnologia ao serviço da melhoria da produtividade vegetal (subtema 4.3).
Valoriza-se que os alunos desenvolvam competências que lhes permitam intervir como cidadãos, com opiniões válidas e informadas. Por esse motivo, o programa
sugere a análise de exemplos com interesse socioeconómico para Timor-Leste.

Subtema 4.1 – Mobilização de nutrientes inorgânicos e trocas gasosas


Como são constituídas as plantas?
Que mecanismos fisiológicos asseguram a chegada de água e nutrientes a todas as células?
Como ocorrem as trocas gasosas indispensáveis aos processos de fotossíntese e respiração celular?

Neste subtema pretende-se que o aluno conheça aspetos fundamentais da morfofisiologia das plantas, compreendendo como ocorrem trocas de substâncias com o
solo e a atmosfera, e que ocorrem processos de regulação hídrica na planta. Mobilizam-se conceitos estudados no 10º ano, nomeadamente fotossíntese,
respiração, biomoléculas e seu papel na célula, ultraestrutura da célula vegetal e transporte ao nível da membrana celular.
Espera-se que os alunos compreendam que os conhecimentos de nutrição e trocas gasosas são essenciais para tomar decisões que visem manipular a produção
agroflorestal, numa perspetiva de desenvolvimento sustentável.

[30]
Conteúdos Metas de aprendizagem Atividades práticas / prático-laboratoriais

As plantas como organismos  Mobiliza (revê) conceitos sobre diversidade morfológica e funcional das plantas.  Pesquisa e organização de informação
produtores  Integra (revê) conceitos de ultraestrutura das células vegetais. diversificada sobre órgãos das plantas, sua
Diversidade e função de  Integra (revê) conceitos de regulação hídrica para explicar a abertura e fecho dos morfologia, funcionalidade e diversidade.
estruturas vegetais estomas.  Análise de imagens (esquemas, fotografias) de
Raiz, caule, folha, flor, fruto,  Relaciona processos celulares de respiração e fotossíntese com os processos de diferentes órgãos e tecidos das plantas.
semente trocas de gases realizados ao nível dos estomas.  Resolução de exercícios de interpretação de
Diversidade e função de tecidos  Relaciona a perda de água pelas folhas com a sua absorção pela raiz. dados experimentais (tabelas, gráficos, textos)
vegetais  Interpreta esquemas legendados de cortes anatómicos que esquematizam tecidos relativos a trocas gasosas, transpiração e
com funções diferenciadas. transporte no xilema.
Epiderme, parênquima,
 Explica a importância do xilema no transporte de água e nutrientes.  Planeamento e montagem experimental para
xilema, floema
 Interpreta dados experimentais relacionados com fatores que influenciam as estudo de fatores abióticos que influenciem a
Trocas gasosas trocas gasosas de CO2 e O2 e o transporte de água nas plantas. fisiologia das plantas (ex. taxa de transpiração).
Estomas: morfologia e função  Pesquisa e organiza dados (texto, gráfico, tabela, …) sobre nutrientes minerais e  Pesquisa e organização de informação sobre
Absorção e transporte de água e sua importância para as plantas. macro e micronutrientes, suas funções e
sais pelas plantas  Utiliza, em segurança e com correção, material de laboratório e de campo. problemas nutricionais que podem afetar a
 Elabora memória descritiva com resultados de trabalhos práticos utilizando produtividade agroflorestal.
Importância da água e dos sais
nas plantas linguagem e formatos cientificamente adequados

Subtema 4.2 – Mobilização de metabolitos, regulação e crescimento


Como é que a planta mobiliza os compostos orgânicos produzidos nos tecidos fotossintéticos para outros tecidos e órgãos de reserva?
Que mecanismos fisiológicos explicam a regulação do crescimento, germinação, floração ou frutificação das plantas?
Como é que as plantas se orientam em direção à luz?

Este subtema pretende rever, consolidar e aprofundar conceitos básicos de fisiologia vegetal, voltada para o transporte de substâncias orgânicas como açúcares,
vitaminas ou hormonas vegetais. Explora-se o papel de alguns destes metabolitos, nomeadamente as hormonas vegetais, e como estas podem afetar as plantas e a
produtividade das culturas, por exemplo ao nível de germinação, crescimento e maturação de frutos, bem como tropismos.
Espera-se que os alunos compreendam que os conhecimentos de regulação de crescimento das plantas são essenciais para tomar decisões que visem manipular a
produção agroflorestal, numa perspetiva de desenvolvimento sustentável.

[31]
Conteúdos Metas de aprendizagem Atividades práticas / prático-laboratoriais

Transporte de metabolitos  Mobiliza (revê) conceitos de morfologia, fotossíntese, transporte celular e  Construção de esquemas conceptuais (ex. mapas de
nas plantas ultraestrutura da célula para descrever aspetos de fisiologia das plantas. conceitos), relativos a aspetos de organização de
Modelos de transporte  Explica o transporte floémico, levando metabolitos a toda a planta (açúcares, tecidos e órgãos de transporte.
floémico hormonas, …).  Interpretação e transformação de dados (ex. tabelas,
Substâncias transportadas  Interpreta dados relativos ao modelo da translocação floémica por fluxo de massa. imagens, gráficos) sobre transporte floémico.
na seiva floémica  Enumera exemplos de hormonas vegetais e exemplos de seus efeitos.  Planificação e execução de atividades laboratoriais
 Interpreta situações (experimentais ou reais) relativas à influência de hormonas que permitam estudar exemplos de regulação e
Regulação e crescimento crescimento de plantas.
vegetais no crescimento e fisiologia de plantas.
Fototropismo e
 Relaciona efeitos de componentes abióticos com a germinação e o crescimento de  Interpretação e transformação de dados (textos,
gravitropismo tabelas, esquemas, imagens, gráficos,…) sobre efeitos
plantas.
 Explica o significado de fototropismo e gravitropismo, indicando exemplos. de hormonas vegetais (floração, frutificação,
germinação, enraizamento, maturação, …).
 Utiliza, em segurança e com correção, material de laboratório e de campo.
 Pesquisa e organização de informação sobre
 Elabora memória descritiva com resultados de trabalhos práticos utilizando
hormonas vegetais e/ou tropismos.
linguagem e formatos cientificamente adequados.

Subtema 4.3 – Práticas agrícolas e biotecnologia


Como melhorar a produção agrícola e florestal? Como aproveitar um solo agrícola sem o esgotar?
Quais os riscos e benefícios associados ao uso de pesticidas?
Em que medida a biotecnologia vegetal apresenta soluções para aumentar a produção vegetal?

Neste subtema exploram-se aspetos de produção agrícola e melhoramento vegetal, mobilizando conhecimentos de fisiologia vegetal. Analisam-se exemplos de
monoculturas vs culturas mistas, ponderando vantagens e desvantagens do ponto de vista económico e ecológico. Analisa-se a ação do homem como agente que
controla a produção agroflorestal, refletindo sobre a importância de promover uma utilização sustentável dos recursos naturais.
Espera-se que o aluno: (i) seja capaz de desenvolver atitudes cientificamente fundamentadas, reconhecendo que o homem pode adotar práticas agrícolas e de
consumo de alimentos sustentáveis e (ii) valorize as saídas profissionais relacionadas com as áreas de produção agroflorestal e biotecnologia vegetal.

[32]
Conteúdos Metas de aprendizagem Atividades práticas / prático-laboratoriais

Produção agroflorestal  Mobiliza conhecimentos de ecologia para interpretar processos de produção  Pesquisa e síntese de informação sobre situações de
Controlo de pragas e agroflorestal e seus efeitos no equilíbrio dinâmico dos ecossistemas. produção agroflorestal em Timor-Leste (ex.
doenças  Interpreta informação (textos, gráficos, tabelas, …) sobre problemas dos solos e de desflorestação, agricultura biológica, agricultura
produtividade agrícola (pobreza de nutrientes, desidratação, salinidade, ...). salina, pragas e doenças que afetam culturas).
Práticas sustentáveis
 Distingue práticas agrícolas tradicionais (culturas mistas, rotatividade, ...) de  Recolha de informação sobre práticas de combate a
Correção de solos doenças das plantas pelos produtores agroflorestais.
práticas agrícolas intensivas (monoculturas, mecanização do arranjo dos solos, …),
Produção vegetal e identificando vantagens e desvantagens em termos económicos e de  Desenvolvimento de um projeto de sensibilização da
biotecnologia sustentabilidade ecológica. comunidade (palestras, posters, folhetos,…),
 Distingue processos químicos (pesticidas) e biológicos de controlo de pragas e promovendo práticas agroflorestais sustentáveis.
doenças que prejudicam culturas (produção de arroz, milho, ...).  Pesquisa de informação sobre exemplos de
 Descreve exemplos de práticas de produção vegetal tradicionais e biotecnológicas. biotecnologia vegetal (ex. propagação vegetativa,
micropropagação), suas vantagens e desvantagens.

Unidade Temática 5 - Dinâmicas biológicas e produção animal


Quais os mecanismos biológicos que asseguram a sobrevivência dos animais? Que condições abióticas e bióticas podem condicionar a sua produtividade?
Como mobilizar conhecimentos de biologia e biotecnologia para aumentar a produção animal de uma forma sustentável?

Nesta unidade temática exploram-se aspetos de anatomia e fisiologia de diferentes animais, e exemplos de práticas que permitem melhorar a produção animal.
Mobilizam-se exemplos relativos ao corpo humano e a ecossistemas de pastagens ou marinhos, como contextos de aprendizagem conhecidos dos alunos e de
interesse económico para Timor-Leste. A unidade começa pelo estudo de conceitos relativos a transporte e trocas de substâncias com o meio (subtema 5.1); segue-
se o estudo de processos de coordenação e regulação (subtema 5.2); por fim, exploram-se exemplos de interações biológicas e de práticas biotecnológicas de
melhoramento de produção, particularmente em pecuária e aquicultura (subtema 5.3).
Espera-se que o aluno: (i) seja capaz de desenvolver atitudes cientificamente fundamentadas, reconhecendo que o homem pode adotar práticas de exploração
animal e de consumo de alimentos produzidos numa base sustentável e (ii) valorize as saídas profissionais relacionadas com as áreas de saúde humana, veterinária
e pecuária.

[33]
Subtema 5.1 – Mobilização de nutrientes e trocas gasosas
Quais as diferenças e as semelhanças fisiológicas que existem entre os animais adaptados a diferentes ambientes?
Que mecanismos asseguram a chegada de água e nutrientes a todas as células? Como ocorrem as trocas gasosas indispensáveis ao processo de respiração
celular?

Neste subtema estudam-se conceitos de fisiologia animal relativos a trocas gasosas, circulação e excreção, relacionando com exemplos de fisiologia humana.
Exploram-se problemas concretos relativos à fisiologia em ambientes terrestres (ex. uma pastagem) e marinhos, valorizando-se a mobilização de situações
conhecidas dos alunos. Espera-se que os alunos sejam capazes de aplicar os conhecimentos para interpretar e tomar decisões informadas em situações do dia a dia,
relacionadas com a sua própria fisiologia e com a de outros animais, nomeadamente ao nível de nutrição e trocas gasosas.

Conteúdos Metas de aprendizagem Atividades práticas / prático-laboratoriais

Os animais como organismos  Mobiliza (revê) conceitos de morfofisiologia humana (ex. sistemas digestivo,  Pesquisa e organização de informação (textos, imagens,
consumidores circulatório, excretor) para interpretar a morfofisiologia de animais vertebrados. relatos, …) sobre diversidade morfológica e fisiológica de
Diversidade e funções de  Relaciona as trocas gasosas (hematose branquial/pulmonar), circulação órgãos e tecidos animais.
órgãos e tecidos (simples/dupla) e excreção com o metabolismo e a sobrevivência das células e  Análise de imagens (esquemas, fotografias, vídeos, …)
Trocas gasosas tecidos. sobre tecidos e órgãos animais e sua fisiologia.
Circulação  Interpreta dados (ex. tabelas, gráficos, esquemas) relativos a modelos que  Interpretação de dados (tabelas, gráficos, textos,
explicam a fisiologia das trocas gasosas, circulação e excreção animal. imagens) relativos a processos fisiológicos de trocas
Excreção
 Utiliza, em segurança e com correção, material de laboratório e de campo. gasosas, circulação e excreção.
 Elabora memória descritiva com resultados de trabalhos práticos utilizando  Realização de atividades laboratoriais (ex. dissecação de
linguagem e formatos cientificamente adequados. um peixe; batimentos operculares em função da
temperatura da água, …).

[34]
Subtema 5.2 – Regulação e crescimento
Que mecanismos regulam a fisiologia dos animais e o seu crescimento?
Como se processa a regulação nervosa e hormonal? Que aspetos distinguem estes mecanismos de regulação?

Este subtema permite rever, consolidar e aprofundar conceitos básicos da fisiologia animal em particular o crescimento animal, regulação hormonal e homeostasia.
Estudam-se aspetos de regulação hormonal e nervosa, com exemplos relativos ao corpo humano. Pretende-se que os alunos reconheçam a diversidade destes
sistemas nos animais, incluindo os humanos.
Espera-se que os alunos sejam capazes de aplicar os conhecimentos, para tomar decisões informadas em situações do seu dia a dia, relacionados com a sua própria
fisiologia e com a de outros animais.

Conteúdos Metas de aprendizagem Atividades práticas / prático-laboratoriais

Regulação hormonal e  Descreve um exemplo de regulação hormonal em animais (ex. regulação da pressão  Construção de mapas de conceitos relativos a aspetos
homeostasia osmótica, ciclos sexuais masculino e feminino, ...). de regulação hormonal e nervosa.
Glândulas e hormonas  Interpreta situações de retroalimentação positiva e negativa.  Interpretação de dados (esquemas, gráficos,
animais  Distingue mecanismos de regulação hormonal de regulação nervosa. textos,...) sobre homeostasia (ex. regulação térmica e
Osmorregulação  Interpreta o mecanismo nervoso de regulação térmica em humanos. osmótica).
 Identifica centros de coordenação nervosa, nervos, recetores e efetores.  Interpretação e transformação de dados (textos,
Regulação nervosa tabelas, esquemas, imagens, gráficos, …) sobre
 Distingue atos voluntários de involuntários.
Neurónio e condução de regulação hormonal, sistema nervoso e homeostasia.
 Descreve o neurónio como unidade estrutural e funcional do sistema nervoso.
impulsos nervosos  Observação ao MOC de preparações definitivas de
 Utiliza, em segurança e com correção, material de laboratório e de campo.
Termorregulação células nervosas.
 Elabora memória descritiva com resultados de trabalhos práticos utilizando
linguagem e formato cientificamente adequados.

[35]
Subtema 5.3 – Práticas de produção animal e biotecnologia
Em que medida a ação do homem pode influenciar e melhorar a produção animal? Como combater pragas e doenças?
Que benefícios e riscos me trazem os usos de hormonas e antibióticos em explorações agropecuárias?
Que contributos biotecnológicos podem contribuir para o desenvolvimento da produtividade animal?

Neste subtema mobilizam-se conhecimentos de fisiologia animal para analisar aspetos de produção pecuária e melhoramento animal, nomeadamente exemplos de
espécies com interesse económico em Timor-Leste. Perspetiva-se a ação do homem como agente que controla a produção pecuária, numa perspetiva de
conservação e de equilíbrio, introduzindo a reflexão sobre a importância de promover uma utilização sustentável dos recursos naturais.
Espera-se que o aluno seja capaz de desenvolver atitudes cientificamente fundamentadas, (a) valorizando as áreas de produção pecuária e a pesca como saídas
profissionais, e (b) refletindo criticamente sobre a importância da biotecnologia animal, numa perspetiva de desenvolvimento e de sustentabilidade.

Conteúdos Metas de aprendizagem Atividades práticas / prático-laboratoriais

Produção animal  Mobiliza (revê) conhecimentos sobre ecologia para analisar a produtividade animal  Realização de saída de campo para estudo de
Controlo de pragas e doenças em campos de pastagem ou explorações de aquicultura. exploração pecuária ou viveiro de peixes.
Produção e práticas  Interpreta dados relativos a diferentes formas de controlar pragas e doenças nos  Pesquisa, síntese de informação e debate sobre ações
sustentáveis animais (ex. hormonas, antibióticos, cultura biológica). pecuárias, espécies usadas na alimentação, seus
Produção animal e  Descreve exemplos de intervenções biotecnológicas na produção animal. problemas e potencialidades.
biotecnologia  Explica em que consiste um sistema de aquicultura, suas desvantagens e  Elaboração de posters e debates sobre produção
potencialidades. animal sustentável e biotecnologicamente apoiada.

[36]
Unidade Temática 6 - Biodiversidade, evolução e classificação
Como se explica a diversidade dos seres vivos? Que interpretações têm sido avançadas ao longo do tempo?
Por que razão existem sistemas de classificação de seres vivos? Quais os critérios mais adequados para proceder à classificação dos seres vivos?

Esta unidade temática visa mobilizar e consolidar os conhecimentos sobre biodiversidade que têm sido trabalhados desde o 10.º ano. Analisa-se a evolução do
pensamento científico relativo à necessidade de agrupar e classificar os seres vivos em função das suas caraterísticas, mas também explicar a sua diversidade. No
subtema 6.1 estudam-se alguns argumentos que suportam o evolucionismo, nomeadamente o papel dos trabalhos de Darwin e de Wallace, e abordam-se
perspetivas neodarwinistas. No subtema 6.2 estudam-se aspetos de classificação biológica, salientando o caráter evolutivo e inacabado do conhecimento científico,
e o contributo da tecnologia (ex. biologia molecular) que conduz a um constante (re)ajuste na delimitação dos grupos taxonómicos.
Esta unidade pretende valorizar a importância da evolução e diversidade dos seres vivos, recorrendo a exemplos de biodiversidade timorense. Evita-se a descrição
exaustiva da classificação biológica, favorecendo-se antes o desenvolvimento de competências de raciocínio dos alunos (ex. interpretação e autonomia na consulta
de chaves dicotómicas).

Subtema 6.1 – Evolução biológica


Como explicar a diversidade dos seres vivos?
De que modo esta diversidade variou ao longo do tempo? Que interpretações têm sido avançadas?

Neste subtema analisa-se como é que, ao longo dos anos, o pensamento científico tem explicado a diversidade biológica. Analisam-se ideias fixistas em oposição às
ideias evolucionistas e respetivos argumentos; salienta-se a importância dos contextos socioculturais que envolveram o aparecimento dessas ideias. Espera-se que
aluno seja capaz de fundamentar opiniões, distinguindo argumentos científicos de não científicos.

Conteúdos Metas de aprendizagem Atividades práticas / prático-laboratoriais

Modelos que explicam a  Relaciona a história do pensamento fixista e evolucionista com aspetos de natureza  Pesquisa e síntese de informação relativa a modelos
biodiversidade sociocultural, política, científico-tecnológica, entre outros. fixistas vs evolucionistas e à natureza dos argumentos
Fixismo vs evolucionismo  Distingue darwinismo de neodarwinismo. que as sustentam; debate plenário, confrontando
 Pesquisa e organiza dados relativos a argumentos que apoiam o evolucionismo saberes e clarificando conceitos.
Argumentos científicos e
não científicos (anatómicos, paleontológicos, genéticos, ...).  Elaboração de posters, com exemplos de espécies
 Relaciona a capacidade adaptativa de uma população com a variabilidade dos (ex: milho, galos de luta, búfalos, ...) que possam ter
Evolucionismo sido selecionados natural e/ou artificialmente ao
indivíduos que a compõem.
Darwinismo e longo dos anos em Timor-Leste.

[37]
Neodarwinismo  Utiliza corretamente o conceito de seleção natural.  Análise e interpretação de dados (tabelas, gráficos,
Mecanismos de evolução  Explica mecanismos de evolução. imagens, modelos) relativos a argumentos que
 Discute exemplos de ações humanas que provocam seleção artificial (cruzamentos sustentam o evolucionismo.
não aleatórios, introdução de espécies exóticas, ...).

Subtema 6.2 – Classificação dos seres vivos


Qual a necessidade de classificar os seres vivos? Que critérios selecionar para o fazer?
Porque é que os sistemas de classificação têm sido modificados ao longo do tempo?

Este subtema exige que os alunos mobilizem conhecimentos que construíram ao longo da disciplina de Biologia: unicelular vs multicelular, procarionte vs
eucarionte, bem como caraterísticas morfológicas e funcionais de diferentes grupos de organismos. Estudam-se regras básicas de nomenclatura, hierarquia das
categorias taxonómicas e sistemas de classificação (ex: modelo de cinco reinos; modelo de três domínios), sublinhando o seu caráter provisório face à evolução do
conhecimento científico e tecnológico de Biologia, e outras áreas do saber, como a Química, a Paleontologia ou a Informática.

Conteúdos Metas de aprendizagem Atividades práticas / prático-laboratoriais

Sistemas de classificação  Interpreta exemplos simples de classificação, identificando critérios e sua natureza  Realização de trabalho prático de classificação de
Modelo de cinco Reinos: (prática, natural, artificial, racional, …). seres vivos recorrendo a chaves dicotómicas ou
Monera, Protista, Fungi,  Utiliza o modelo de cinco reinos para interpretar dados e identificar o reino a que cladogramas.
Plantae, Animalia pertencem exemplos de seres vivos.  Recolha de exemplares de seres vivos (ex. plantas,
Modelo de três domínios:  Identifica exemplos de critérios subjacentes ao modelo de classificação em cinco macroinvertebrados do solo) e organização de
reinos (ex. nível de organização celular, nutrição e interações nos ecossistemas). coleções para acervo museológico da escola.
Archaea
 Conhece o modelo de classificação que estabelece três domínios.  Planificação de um pequeno jardim botânico na
Bacteria, Eukarya escola com exemplares classificados e identificados
 Relaciona aspetos evolutivos com a organização de sistemas de classificação.
Critérios de classificação cientificamente, em português e em tétum.
 Interpreta informação mobilizando o conhecimento das categorias taxonómicas:
Hierarquia das categorias Domínio, Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Género, Espécie.
taxonómicas  Explica o significado da nomenclatura binominal e sua utilidade científica.
Reino, Filo, Classe, Ordem,  Utiliza chaves dicotómicas simples para classificar seres vivos.
Família, Género, Espécie  Explica em que medida se pode considerar que os sistemas de classificação
Regras de nomenclatura possuem um caráter provisório.
binominal

[38]

BIOLOGIA | 11.º ANO


PROGRAMA DA DISCIPLINA
BIOLOGIA
12.º ANO DE ESCOLARIDADE

6.1 APRESENTAÇÃO
Os conteúdos do programa de Biologia do 12.º ano estão organizados em três unidades
temáticas e respetivos subtemas. Como nos 10.º e 11.º anos, o programa articula-se em torno
da ideia central “Biodiversidade: conhecer e valorizar para viver melhor”.
Na primeira unidade temática estudam-se aspetos essenciais dos mecanismos de crescimento
dos organismos e da renovação das suas células, nomeadamente síntese proteica, ciclo celular
e divisão celular por mitose. Abordam-se aspetos fundamentais de regulação e de
diferenciação celular. A reconstrução e o aprofundamento do conhecimento de aspetos de
ultraestrutura das células são, também, objetivos desta unidade. Espera-se que os alunos
fiquem aptos para analisar aspetos de organização e renovação celular, compreender
processos de mitose e as suas implicações em organismos unicelulares e multicelulares.
Na segunda unidade temática exploram-se os processos biológicos que permitem a
continuidade da vida dos organismos e o crescimento das populações, nomeadamente
reprodução assexuada e sexuada, suas potencialidades e limitações biológicas. Estudam-se
processos celulares e moleculares básicos de meiose e de fecundação. Exploram-se aspetos
biológicos de reprodução humana e alguns processos biotecnológicos que permitem a sua
manipulação.
A última unidade centra-se no estudo do material genético, sua natureza e caráter hereditário,
explorando alguns aspetos básicos relativos à sua regulação e alteração. O estudo de conceitos
de genética e de hereditariedade permitirá que o aluno compreenda melhor a vida e a
biodiversidade, passando a ser capaz de considerar novas formas de interpretar situações do
seu dia a dia.
Abordam-se conceitos relacionados com as mutações e seus efeitos biológicos e com
processos biotecnológicos de engenharia genética. Os genes são considerados património
evolutivo das espécies e campo de intervenção biotecnológica. Valoriza-se a reflexão das
implicações que decorrem do uso social destes conhecimentos, ao nível da biodiversidade e ao
nível da qualidade de vida dos seres humanos.
Em termos gerais, espera-se que, no final deste ano de escolaridade, os alunos (i) conheçam e
valorizem os processos de renovação celular e a sua importância na renovação dos organismos
e na biodiversidade e equilíbrio dos seres vivos dos ecossistemas, (ii) valorizem aspetos de
reprodução e a sua influência na variabilidade dos seres vivos; (iii) reconheçam aspetos
importantes da reprodução humana, seu funcionamento, consequências e prevenção, assim
como aspetos associados às doenças sexualmente transmissíveis e à saúde materno-infantil e
da mulher grávida. Finalmente exploram-se aspetos biotecnológicos associados à saúde
humana à reprodução, entre outros. Valoriza-se, sempre que possível, que os alunos fiquem
aptos a formular opiniões e valores cientificamente fundamentados e sejam capazes de
ponderar vantagens e desvantagens destas temáticas de forte impacte na sociedade.
Para além do exposto, é importante salientar que o final do 12.º ano é também o final do ciclo
do ensino secundário que para muitos alunos representa o início do ensino universitário mas
para outros representa o início de uma vida profissional. Assim, espera-se que, ao longo destes
três anos, os alunos tenham consolidado conteúdos importantes da biologia atual, tanto numa
perspetiva de formação científica e tecnológica como para o exercício pleno de uma cidadania
responsável.

[39]
Biodiversidade: conhecer e valorizar para viver melhor
12.º ano

Como cresce um organismo?


Como estudar o património
Como se transmite a informação genético de um ser vivo?
genética às novas células?
Até que ponto os genes
Por que possuímos células Como se reproduzem os
determinam as nossas
diferentes? diferentes seres vivos?
características?
Como se expressam as Que acontecimentos celulares
Como são regulados os genes?
caraterísticas genéticas? estão envolvidos?
Podemos alterar os genes?
Como é que a reprodução afeta a
biodiversidade?

Como usar os conhecimentos de Como usar os avanços científicos


reprodução humana para sobre o património genético das
Como explicar a unidade e a melhorar a vida das pessoas? espécies?
variabilidade dos seres vivos?

UT 7 UT 8 UT 9
Crescimento e renovação dos Reprodução e variabilidade dos Biodiversidade e património
organismos seres vivos genético
7.1 – Síntese proteica 8.1 – Meiose e fecundação 9.1 – Hereditariedade
7.2 – Mitose e ciclo celular 8.2 – Ciclos de vida, reprodução 9.2 – Organização e regulação do
e variabilidade material genético
8.3 – Reprodução e saúde 9.3 – Mutações e fundamentos
humana de engenharia genética

Figura 4 – Exemplos de questões orientadoras de aprendizagem para o 12.º ano de escolaridade de


Biologia

[40]
6.2 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DAS UNIDADES TEMÁTICAS
O programa estabelece orientações que clarificam o que se pretende que os alunos aprendam,
bem como o modo como tal deve ocorrer, na medida em que ambas as dimensões – o que se
aprende e o como se aprende - são essenciais ao desenvolvimento das competências gerais e
específicas que a disciplina estabelece.
Para cada uma das unidades temáticas, e respetivos subtemas, apresenta-se um breve resumo
que antecipa a leitura dos conteúdos, das metas de aprendizagem e das atividades práticas
propostas, e que clarifica algumas conexões pertinentes que devem ser estabelecidas com
outros subtemas ou unidades. Sugerem-se também exemplos de questões que podem orientar
percursos de aprendizagem mais significativos para os alunos, que o professor poderá
substituir por outras, equivalentes, que julgue mais adequadas aos interesses dos alunos ou às
caraterísticas do contexto em que leciona.
As metas de aprendizagem devem ser entendidas como o instrumento que permite identificar
as aprendizagens que se pretende que os alunos alcancem. Em articulação com as
competências gerais e específicas estabelecidas para o ciclo de estudos, as metas referem-se
ao conhecimento de factos, conceitos e processos científicos, a destrezas manipulativas, a
capacidades de raciocínio e de comunicação, bem como ao desenvolvimento de atitudes e
valores. Neste sentido, são um instrumento que serve para o professor orientar os processos
de ensino, de aprendizagem e de avaliação.
As atividades práticas e prático-laboratoriais são aspetos essenciais, na medida em que
determinam a natureza das oportunidades de aprendizagem que são facultadas aos alunos.
Salienta-se que as dimensões teórica e prática devem ser exploradas de forma articulada e
integrada, pois apenas desse modo se promoverá o efetivo desenvolvimento das
competências que a disciplina preconiza.
Atendendo à natureza prática de algumas propostas de atividades (por exemplo as de cariz
laboratorial) recomenda-se que cada turma de alunos possa funcionar dividida em turnos, em
dois dos seus tempos semanais.
A lecionação das unidades e respetivos subtemas deve respeitar a sequência proposta pelo
programa, de modo a salvaguardar a sua coerência concetual. Assim, garante-se que os
conteúdos estudados num subtema se constituam como pré-requisitos para aprendizagens
posteriores.
Na Tabela III apresenta-se uma proposta de distribuição de tempos letivos (TL) que permite
assegurar a lecionação plena do programa, considerando que cada tempo letivo corresponde a
50 minutos.

12.º ano TL

UT 7 – Crescimento e renovação dos organismos ............................................................................. 40


UT 8 – Reprodução e variabilidade dos seres vivos ........................................................................... 40
UT 9 – Biodiversidade e património genético .................................................................................... 46
Total 126 TL
Tabela IV – Tempos letivos por Unidade Temática.

[41]
A distribuição de tempos letivos prevista na Tabela IV deverá ser considerada indicativa. Ou
seja, admite-se que as escolas e os professores possam fazer reajustes, em função das
particularidades do contexto em que decorre a implementação do programa. Destaca-se a
importância de garantir que todos os subtemas definidos para o 12.º ano de escolaridade
sejam lecionados, de modo a garantir a estrutura e a coerência do programa para o ciclo de
três anos.

[42]
Unidade Temática 7 - Crescimento e renovação dos organismos
Como explicar a unidade e a variabilidade dos seres vivos? Que mecanismos asseguram o crescimento e a regeneração de células e tecidos?
Como explicar que células de um mesmo organismo sejam diferentes em termos morfológicos e funcionais?

Nesta unidade estudam-se mecanismos que asseguram o crescimento dos organismos e a renovação das suas células, com especial destaque para a importância
dos ácidos nucleicos nos processos de síntese proteica (subtema 7.1), ciclo celular e divisão celular por mitose (subtema 7.2). Exploram-se conceitos de regulação e
de diferenciação celular. Aprofunda-se também o conhecimento sobre ultraestrutura das células.

Subtema 7.1 - Síntese proteica


Que mecanismos permitem a expressão das caraterísticas genéticas dos indivíduos?
Como é que um segmento de DNA codifica uma proteína? O que acontece se ocorrerem erros na leitura do código genético?

Este subtema pretende rever, consolidar e aprofundar conceitos relativos à composição e à estrutura dos ácidos nucleicos, para que os alunos sejam capazes de: (i)
distinguir DNA (ácido desoxirribonucleico) de RNA (ácido ribonucleico), do ponto de vista estrutural e funcional; (ii) compreender os processos de síntese que as
células possuem e que asseguram o seu crescimento. Mobilizam-se conceitos estudados no 10º ano sobre a importância das proteínas para o estudo da síntese de
proteínas, mostrando a sua importância para a manutenção da vida.
Espera-se que o aluno aprofunde o conceito de célula, integrando o papel dos ribossomas e dos sistemas membranares no modelo de ultraestrutura que foi
construindo ao longo dos anos anteriores, compreendendo que a síntese das proteínas está relacionada com outros processos biomoleculares.

Conteúdos Metas de aprendizagem Atividades práticas / prático-laboratoriais

 Mobiliza (revê) conceitos básicos para interpretar mecanismos de síntese de  Pesquisa e síntese de informação sobre constituição
DNA e gene
proteínas: ácidos nucleicos (nucleótido, base azotada, …); estrutura de proteínas dos ácidos nucleicos (DNA e RNA).
RNA (RNAm, RNAr, RNAt) (aminoácidos, ligação peptídica, …) e sua função (enzimas, ...); ultraestrutura  Construção de modelos de ácidos nucleicos.
Síntese proteica celular (núcleo, invólucro nuclear, citoplasma, …).  Interpretação de dados experimentais relativos a
Transcrição  Distingue DNA de RNA, quanto à sua composição nucleotídica, estrutura e função. processos de síntese de proteínas.
 Resolve exercícios simples de leitura de codogenes e/ou codões.  Realização de trabalhos práticos, de papel e lápis,
Tradução
 Relaciona os mecanismos de transcrição e tradução com a expressão da que envolvam complementaridade de nucleótidos e
Código genético informação genética. leitura de código genético.
 Prevê consequências de erros de leitura do código genético.  Esquematização da ultraestrutura de células animais
 Explica a importância da síntese de proteínas para o crescimento e renovação das e/ou vegetais, integrando as estruturas já estudadas
células e dos organismos. e as envolvidas em processos de síntese proteica.

[43]
Subtema 7.2 – Mitose e ciclo celular
Como crescem os organismos multicelulares?
Que mecanismos permitem manter a informação genética em todas as células de um indivíduo? Que fatores podem comprometer esse processo?
Como se explica que um mesmo organismo possua células diferentes em termos morfológicos e fisiológicos?

A divisão celular por mitose é entendida como um momento do ciclo celular que permite a formação de novas células geneticamente iguais, assegurando a
regeneração, renovação ou crescimento dos tecidos dos organismos pluricelulares.
A replicação do DNA é estudada como um processo muito importante para a manutenção da informação genética das células e dos organismos, antecedendo os
processos de divisão celular. Relaciona-se a manutenção da informação genética com a diversidade celular de organismos complexos, como os humanos. Exploram-
se fatores que podem interferir com o ciclo celular – nomeadamente na replicação do DNA – discutindo-se eventuais impactes ao nível das células, do indivíduo ou
da biodiversidade.

Conteúdos Metas de aprendizagem Atividades práticas / prático-laboratoriais

Ciclo celular  Mobiliza (revê) conceitos básicos sobre núcleo, DNA e código genético para interpretar  Pesquisa e síntese de informação sobre ciclo
Interfase e divisão celular processos de replicação de DNA e a divisão celular. celular, crescimento e diferenciação celular.
Replicação de DNA  Explica o significado do ciclo celular e a sua importância para a renovação e  Interpretação de dados experimentais relativos a
crescimento dos organismos multicelulares. variações de DNA e cromossomas no ciclo celular.
Modelo semiconservativo  Análise e interpretação de microfotografias de
 Justifica a importância da replicação do DNA no ciclo celular.
Mutação células em fases de mitose e em citocinese.
 Descreve o modelo de replicação semiconservativa do DNA.
Mitose  Relaciona erros de replicação de DNA com o aparecimento de mutações eventuais e  Planificação e realização de atividades
Profase, Metafase, suas consequências nas células e nos organismos. laboratoriais para observação de figuras de
Anafase, Telofase  Relaciona o grau de condensação da cromatina com o aspeto que o material nuclear mitoses em células vegetais (ex. vértices
apresenta nas imagens de mitose. vegetativos de Allium cepa).
Citocinese
 Relaciona a separação dos cromatídios na anafase com o papel do fuso acromático.  Construção de modelos analógicos que
Diferenciação celular representem a variação do grau de condensação
 Interpreta fotografias, esquemas ou gráficos, de etapas da mitose e de ciclo celular.
da cromatina ao longo da mitose.
 Relaciona a expressão do material genético com processos de diferenciação celular.
 Utiliza, em segurança e com correção, material de laboratório.

[44]
Unidade Temática 8 - Reprodução e variabilidade dos seres vivos
Como se reproduzem os seres vivos, considerando a sua biodiversidade? Em que medida a reprodução condiciona a biodiversidade?

Nesta unidade temática estudam-se os processos biológicos que permitem a continuidade da vida dos organismos e o crescimento das populações. Exploram-se os
processos assexuados e sexuados de reprodução, bem como as suas implicações biológicas. O subtema 8.1 centra-se no estudo da meiose e da fecundação; no
subtema 8.2 estuda-se a importância da meiose na reprodução sexuada e da mitose em reprodução assexuada. Por fim, o subtema 8.3 centra-se em aspetos de
reprodução humana, como os órgãos reprodutores masculino e feminino, a fertilidade, a fecundação e a gravidez. Estudam-se, também, aspetos básicos de saúde,
nomeadamente doenças sexualmente transmissíveis e aspetos técnicos e científicos que permitem manipular a fertilidade humana. Este estudo envolve os
conhecimentos da unidade anterior e implica o estudo da meiose e da fecundação.

Subtema 8.1: Meiose e fecundação


Que semelhanças e diferenças existem entre mitose e meiose? Quais as suas implicações biológicas?

Este subtema centra-se no estudo da meiose e sua importância nos processos de reprodução sexuada. Salienta-se o contributo da meiose para a variabilidade dos
indivíduos que se reproduzem de forma sexuada, valorizando a importância da redução da ploidia na formação de gâmetas e a sua restauração após fecundação.

Conteúdos Metas de aprendizagem Atividades práticas / prático-laboratoriais

Meiose  Mobiliza (revê) conceitos básicos sobre núcleo, DNA e código genético,  Pesquisa e síntese de informação sobre as fases e a
Divisão I divisão celular (fases da mitose), para interpretar processos de replicação de importância da meiose (em células animais e/ou
DNA e a divisão celular. vegetais) e de como esta se pode relacionar com a
Profase I, Metafase I,
 Distingue meiose de mitose. fecundação.
Anafase I, Telofase I
 Relaciona o grau de condensação do DNA com o aspeto do material nuclear  Interpretação de dados relativos a variações do
Divisão II número de cromossomas e de DNA nas divisão I e II
nas imagens de meiose.
Profase II, Metafase II, da meiose.
 Distingue anafase I de anafase II, relacionando a disjunção do material
Anafase II, Telofase II
nuclear com o papel do fuso acromático.  Análise e interpretação de microfotografias de
 Interpreta e legenda esquemas ou microfotografias de células em meiose. células em fases de meiose.
 Identifica os órgãos em que ocorre a meiose de animais e plantas que se  Observação ao MOC de figuras de meiose em
reproduzem de forma sexuada. anteras em diferentes estados de maturação.
 Relaciona a meiose e a fecundação com a variabilidade genética dos  Realização de atividades laboratoriais que permitam
indivíduos. observar gâmetas e, eventualmente, processos de
fecundação em mexilhão ou ouriço-do-mar.

[45]
Subtema 8.2: Ciclos de vida, reprodução e variabilidade
Em que medida as estratégias reprodutoras podem condicionar a sobrevivência das populações de seres vivos?
Qual o papel biológico da reprodução sexuada e assexuado? Em que medida influenciam a biodiversidade?

O subtema visa o estudo de alguns exemplos de formas de reprodução, sexuada ou assexuada, utilizadas por diferentes espécies de seres vivos e que condicionam
a variabilidade das suas populações. A reprodução assexuada permite o rápido crescimento de populações de indivíduos geneticamente semelhantes, permitindo-
lhes, assim, a possibilidade de colonizarem ambientes favoráveis. A reprodução sexuada assegura a variabilidade genética de uma espécie, o que pode tornar-se
importante em termos de capacidade de adaptação às variações do meio, ou à colonização de novos habitats. Os ciclos de vida dos organismos apresentam grande
diversidade e o estudo comparativo de alguns exemplos permite identificar a diversidade de estratégias encontradas pelos seres vivos para assegurar o sucesso
reprodutivo e fazer face aos desafios que o meio lhes impõe.
Espera-se que o aluno seja capaz de desenvolver posicionamentos cientificamente fundamentados face a aspetos como: (i) vantagens e desvantagens da
reprodução assexuada e da reprodução sexuada; (ii) interpretação de ciclos de vida.

Conteúdos Metas de aprendizagem Atividades práticas / prático-laboratoriais

Reprodução assexuada  Distinguir processos de reprodução assexuada e sexuada, relacionando-os  Pesquisa e síntese de informação relativa a processos de
Bipartição e gemulação com os diferentes processos de divisão celular. reprodução assexuada em seres vivos de diferentes taxa
 Relaciona o ciclo de vida dos organismos com a sobrevivência das espécies. (ex. estrela do mar, leveduras, árvores de frutos,
Propagação vegetativa,
 Interpreta ciclos de vida, identificando o tipo de reprodução e localizando a batateira).
Fragmentação
meiose e fecundação.  Realização de trabalho laboratorial utilizando MOC para
Reprodução sexuada observar gemulação em leveduras.
 Identifica vantagens e limitações da reprodução sexuada e assexuada.
Ciclo de vida
 Utiliza, em segurança e com correção, material de laboratório.  Interpretação de esquemas simples de ciclos de vida de
 Interpreta práticas tradicionais de propagação de plantas. diferentes organismos.
 Interpreta e distingue práticas tradicionais de propagação e de  Planificação e realização de trabalho experimental, sobre
micropropagação de plantas, suas potencialidades e limitações. fatores que podem influenciar a eficácia de processos de
propagação vegetativa (ex. quadrados foliares, pecíolos
de folhas, fragmentos de tubérculo de batata).

[46]
Subtema 8.3: Reprodução e saúde humana
Que mecanismos biológicos asseguram e regulam a reprodução humana? Quais as possíveis causas de infertilidade?
De que modo os processos reprodutivos interferem na qualidade de vida dos seres humanos?
Que procedimentos tecnológicos permitem, atualmente, controlar a gametogénese, a fecundação e a gestação?

Este subtema visa o estudo da reprodução humana. Aprofunda-se a anatomia e a fisiologia dos sistemas reprodutores masculino e feminino, bem como
mecanismos de regulação hormonal. Aborda-se a fertilidade humana e a saúde reprodutiva: aspetos biológicos associados a doenças sexualmente transmissíveis,
gravidez e saúde materna e fetal. Exploram-se alguns processos biotecnológicos que permitem a manipulação da fertilidade humana (e de mamíferos em geral),
dando ao aluno conhecimentos técnicos e científicos que o ajudem a saber pensar sobre implicações éticas e sociais de alguns destes processos, uma vez que
envolvem valores e influenciam o crescimento populacional.
Espera-se que os alunos desenvolvam posicionamentos cientificamente fundamentados sobre aspetos que envolvem a saúde e a reprodução humanas.

Conteúdos Metas de aprendizagem Atividades práticas / prático-laboratoriais

Carateres sexuais primários e  Mobiliza (revê) aspetos relativos à morfologia e fisiologia geral dos sistemas  Interpretação de imagens (esquemas,
secundários reprodutores masculino e feminino. microfotografias, vídeo…) relativas a estruturas
Morfologia dos sistemas reprodutores  Enumera carateres sexuais primários e secundários femininos e masculinos reprodutoras humanas e estádios da gestação.
masculino e feminino  Interpreta dados relativos a estruturas reprodutoras (ex. espermatozoides,  Pesquisa e síntese de informação sobre gestação,
Gametogénese e fecundação ovário, testículo…) parto e aleitamento.
 Analisa e interpreta dados relativos ao ciclo ovárico e sua regulação  Realização de exercícios, de papel e lápis, sobre
Ciclo ovárico e ovulação aspetos de regulação hormonal da reprodução
hormonal.
Espermatogénese (regulação hormonal do ciclo ovárico, contracetivos
 Descreve o papel da regulação hormonal no processo de nidação, gravidez,
Regulação hormonal parto e aleitamento. orais…).
Fecundação  Analisa criticamente situações que envolvam a possibilidade de fatores  Pesquisa e síntese de informação sobre processos
pessoais e ambientais afetarem os processos reprodutivos. de manipulação da fertilidade humana (ex. causas
Nidação e gravidez
 Valoriza a interdependência das dimensões biológica, psicológica e ética na de infertilidade, técnicas de reprodução assistida).
Parto e aleitamento  Organização de palestras ou documentos
reprodução e na sexualidade humana.
Saúde reprodutiva  Descreve exemplos de doenças sexualmente transmissíveis (ex. SIDA, sífilis, informativos (folhetos, cartazes…) para divulgar
Fertilização medicamente assistida gonorreia...) e processos que previnem o contágio. conhecimentos sobre reprodução e saúde
reprodutiva a outros jovens ou comunidades. Estas
Contraceção  Interpreta dados relativos a técnicas de fertilização medicamente assistida.
sessões podem ser enriquecidas com contributos
Doenças sexualmente  Descreve exemplos de processos contracetivos referindo os fundamentos
de especialistas.
transmissíveis biológicos que explicam os seus mecanismos de ação.

[47]
Unidade Temática 9 - Biodiversidade e património genético
De que modo os conhecimentos de genética podem ser utilizados para melhorar a qualidade de vida das pessoas?

Esta unidade centra-se no estudo do material genético, sua natureza e caráter hereditário (subtema 9.1), explorando alguns aspetos básicos relativos à sua
regulação e alteração (subtema 9.2). Abordam-se conceitos que permitem compreender a natureza e os efeitos biológicos das mutações e dos processos
biotecnológicos de engenharia genética (subtema 9.3). Os genes são considerados património evolutivo das espécies e campo de intervenção biotecnológica.
Valoriza-se a reflexão das implicações que decorrem do uso social destes conhecimentos, ao nível da biodiversidade e ao nível da qualidade de vida dos seres
humanos.

Subtema 9.1: Hereditariedade


Que meios são utilizados para estudar o património genético dos organismos? Até que ponto os genes determinam as nossas caraterísticas?
Como saber se uma determinada doença possui ou não um caráter hereditário?

Este subtema centra-se no estudo dos genes, nomeadamente a sua natureza, caráter hereditário e sua alteração. Promove-se, também, a reflexão sobre algumas
implicações dos conhecimentos de genética na qualidade de vida dos indivíduos e na biodiversidade. Estudam-se casos de hereditariedade de caraterísticas
explicadas com base em dominância, codominância, associação de alelos múltiplos. Centram-se as aprendizagens em casos de hereditariedade humana ou, em
alternativa, explorarem a transmissão de caraterísticas hereditárias em populações de plantas e de animais. Os genes como património evolutivo das espécies e
como campo de intervenção biotecnológica são perspetivas também contempladas neste subtema.
Espera-se que o aluno seja capaz de desenvolver posicionamentos cientificamente fundamentados face a aspetos relacionados com o património genético e a
transmissão de caraterísticas genéticas hereditárias.

Conteúdos Metas de aprendizagem Atividades práticas / prático-laboratoriais

Transmissão de  Integra conhecimentos sobre meiose, gametogénese e hereditariedade.  Pesquisa bibliográfica sobre os trabalhos de Mendel e
caraterísticas genéticas  Compara contributos dos trabalhos de investigadores como Mendel ou Morgan e sua contextualização em termos históricos, sociais
hereditárias Morgan. e tecnológicos.
Contributos de Mendel e  Resolve exercícios simples sobre a transmissão hereditária de carateres.  Resolução de exercícios de papel e lápis sobre interpretação
de Morgan  Constrói e interpreta árvores genealógicas simples (até 3 gerações). e previsão da transmissão de algumas caraterísticas.
Fenótipo e Genótipo  Resolve exercícios sobre mono e diibridismo, retrocruzamentos e ligação ao  Construção de árvores genealógicas simples.
sexo.  Pesquisa, organização de informação e debate plenário
Homozigotia, heterozigotia
 Analisa dados (esquemas, figuras, tabelas, imagens, ...) relativos a algumas sobre exemplos de doenças humanas com caráter
e hemizigotia.
caraterísticas hereditárias humanas (daltonismo, fenilcetonúria, hemofilia,...). hereditário.
Heredograma

[48]
Subtema 9.2: Organização e regulação do material genético
De que forma se explica que células com um mesmo genoma sejam diferentes? Como são regulados os nossos genes?

Este subtema centra-se no estudo da organização e regulação do material genético. Exploram-se conceitos bioquímicos e funcionais, integrados numa perspetiva da
ultraestrutura funcional da célula, nomeadamente a composição e função do núcleo. Valorizam-se aspetos associados ao cariótipo humano.
Espera-se que o aluno seja capaz de desenvolver posicionamentos cientificamente fundamentados face a aspetos relacionados com a organização e regulação do
material genético.

Conteúdos Metas de aprendizagem Atividades práticas / prático-laboratoriais

Genoma  Mobiliza (revê) conceitos sobre núcleo e DNA, célula procariótica e eucariótica,  Pesquisa e síntese de informação sobre organização de
DNA nuclear e extra transcrição e tradução. material genético em células de diferentes organismos
nuclear  Interpreta dados (esquemas, fotografias, textos, …) relativos à organização eucariontes e procariontes.
Núcleo geral do material nuclear e localização da informação genética.  Realiza exercícios de papel e lápis (interpretando
 Distingue conceitos básicos (genoma, gene, DNA, cromossoma, cariótipo, …) imagens, esquematizando, legendando, …) sobre
Invólucro nuclear utilizando-os corretamente para caraterizar situações ou explicar fenómenos. organização do material genético e sobre cariótipos de
Cromatina e  Descreve aspetos que caraterizem o cariótipo humano (feminino e masculino), diferentes organismos.
Cromossomas e que o distinguem de outras espécies.  Pesquisa e síntese de informação sobre alterações do
Nucléolo  Interpreta representações de cariótipos humanos normais e com alterações cariótipo humano, sua origem e consequências ao nível
numéricas e estruturais. do fenótipo e saúde do indivíduo.
Cariótipo e cariograma
 Formula hipóteses explicativas de aparecimento de mutações cromossómicas.  Constrói organizadores gráficos (mapas de conceitos,
Cariótipo humano  Interpreta processos de regulação da expressão durante a tradução, transcrição esquemas…) sobre processos de regulação génica.
Regulação génica e processamento de proteínas.
 Relaciona mecanismos de regulação génica com processos de diferenciação
celular.

[49]
Subtema 9.3 - Mutações e fundamentos de engenharia genética
Como podem ser alterados os alelos que herdamos? Com que consequências?
Até que ponto as mutações podem ser transmitidas para a geração seguinte? Poder-se-á corrigir um defeito genético?

Neste subtema estudam-se aspetos relativos a alterações de material genético, numa perspetiva de mutação (espontânea ou induzida) e numa perspetiva de
manipulação biotecnológica. Analisam-se exemplos de mutações (nomeadamente em humanos) para compreender como surgem e prever possíveis consequências.
Exploram-se ainda aspetos básicos de biologia molecular e engenharia genética, usadas em campos de melhoramento vegetal e animal, ou na saúde.
Espera-se que o aluno seja capaz de desenvolver posicionamentos cientificamente fundamentados sobre alteração de material genético, nomeadamente no que
respeita à prevenção de exposição a agentes mutagénicos. Espera-se, também, que compreenda as potencialidades da biotecnologia que utiliza princípios de
engenharia genética e suas aplicações, formando opiniões fundamentadas face aos seus impactes na vida dos indivíduos, da sociedade e da preservação da
biodiversidade.

conteúdos metas de aprendizagem atividades práticas / prático-laboratoriais

Mutações cromossómicas  Distingue mutações cromossómicas (numéricas e estruturais) de mutações  Pesquisa e síntese de informação sobre mutagénese, suas
Mutações génicas génicas. consequências e formas de prevenção (ex. utilização de
Agentes mutagénicos  Carateriza exemplos simples de mutações genéticas e cromossómicas filtros UV na pele, rejeição de partes carbonizadas de
apresentadas em esquemas ou descrições. alimentos, não fumar).
Engenharia genética:  Avalia efeitos de mutações ocorridas em células somáticas e germinativas.  Resolução de exercícios sobre processos de manipulação
Transformação genética  Distingue mutações espontâneas de induzidas. de DNA (sequenciação de etapas, legendagem de
Organismos geneticamente  Enumera exemplos de agentes mutagénicos e formas de evitar a sua ação. esquemas, …).
modificados  Interpreta sequências de procedimentos laboratoriais de manipulação de DNA.  Construção de modelos analógicos que ilustrem técnicas
 Interpreta dados (esquemas, imagens, figuras, ...) relativos a transformação de engenharia genética (ex. produção de DNA
genética e organismos geneticamente transformados. recombinante, ação de enzimas de restrição)
 Desenvolve uma atitude responsável e crítica face à utilização dos processos de  Pesquisa, organização de informação e debate sobre casos
clonagem e engenharia genética em seres vivos. de produção de OGM (plantas e animais), analisando a
 Identifica exemplos de aplicações de engenharia genética (ex. ciências pertinência dos objetivos que orientaram a sua produção,
forenses). bem como respetivos impactes científicos, económicos,
 Argumenta, de forma científica, acerca de potencialidades e limitações da sociais, …
engenharia genética e suas aplicações.  Planificação e execução de sessões de esclarecimento
(alunos de outras áreas de estudos ou concidadãos) sobre
aplicações da engenharia genética, suas potencialidades,
limitações e questões éticas.

[50]

BIOLOGIA | 12.º ANO


7. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
No que respeita aos aspetos metodológicos, considera-se que os professores e as escolas
desempenham um papel central na seleção das melhores opções para a implementação
efetiva do programa. No entanto, recomenda-se que esta autonomia de gestão das
abordagens metodológicas deva ter sempre em conta os aspetos que seguidamente se
apresentam.

Centrar os processos de ensino nos alunos


Os alunos devem ser vistos como agentes ativos na construção do seu próprio conhecimento,
pesquisando e organizando informação, analisando e interpretando dados, planificando e
executando atividades práticas, bem como divulgando o trabalho que realizam,
individualmente e em grupo. Neste sentido, salienta-se a importância de ter em conta os seus
conhecimentos prévios, valorizar as suas vivências e objetivos, pois estes aspetos condicionam,
de modo decisivo, a forma como se envolvem no processo educativo e a qualidade das suas
aprendizagens.

Promover a colaboração e a comunicação interpares


As dinâmicas de aprendizagem devem privilegiar o trabalho em grupos de alunos,
possibilitando que estes aprendam em conjunto, confrontando pontos de vista e negociando
estratégias para a resolução das propostas de trabalho. A comunicação é um fator chave de
aprendizagem, pelo que deve prevalecer um clima favorável ao diálogo entre os alunos e entre
estes e o professor. Deste modo os alunos terão oportunidade de explicitarem as suas ideias,
confrontá-las com as dos seus pares e com outras versões mais científicas veiculadas pelo
professor.

Valorizar a realização de atividades práticas


A componente prática deverá ser parte integrante e fundamental dos processos de ensino e
aprendizagem em todas as unidades temáticas.
O trabalho prático deve ser entendido como um conceito abrangente que engloba atividades
de natureza diversa, que vão desde as que se concretizam com recurso a papel e lápis, àquelas
que exigem um laboratório ou uma saída de campo.
Os alunos deverão desenvolver e/ou aperfeiçoar competências tão diversificadas como, a
utilização de instrumentos óticos como lupas e microscópios, a apresentação e interpretação
gráfica de dados, a execução de memórias descritivas e interpretativas de atividades práticas,
a pesquisa autónoma de informações em diferentes suportes (manual, livros, revistas,
internet, entre outros), sem esquecer o reforço das capacidades de expressão e, se possível, o
recurso a novas tecnologias da informação e comunicação.
Atribui-se especial importância ao desenvolvimento de atividades experimentais que
impliquem os alunos na manipulação e no controlo de variáveis.
As abordagens práticas deverão, sempre, integrar as dimensões teórica e prática da Biologia,
assim como o trabalho cooperativo entre os alunos. Ao professor caberá decidir o grau de
abertura das tarefas, ponderando as competências que os alunos já possuem, o tempo e os
recursos disponíveis.

[51]
Explorar relações explícitas e recíprocas entre Ciência, Tecnologia e
Sociedade
A organização de atividades de ensino e aprendizagem centradas em contextos reais, com
significado para os alunos, facilitam o desenvolvimento integrado de competências de
natureza concetual, procedimental e atitudinal.
A mobilização de questões de âmbito local, nacional ou internacional, situações do dia a dia,
ou mesmo casos históricos que envolvam controvérsias sociais em torno de aplicações
científicas ou tecnológicas, possibilitam a organização de processos de ensino-aprendizagem
interessantes e válidos para a concretização das finalidades e metas de aprendizagem do
programa.
Neste tipo de abordagens, o conhecimento e a compreensão de conceitos e processos
científicos apresentam-se como meios indispensáveis para a compreensão efetiva das
questões em análise, permitindo que os alunos compreendam as situações e avaliem
criticamente diferentes argumentos ou pontos de vista.
Esta orientação metodológica visa a alfabetização científica dos alunos, valorizando a
possibilidade de se tornarem cidadãos capazes de assumir posturas críticas e responsáveis,
face ao desafio de participarem nos processos democráticos de tomada de decisão, quando
estão em jogo questões de natureza científico-tecnológica com impacte social e ou ambiental.
Nesta perspetiva, é indispensável que o estudo dos conceitos e processos, que estão previstos
no programa, inclua a análise das interrelações Biologia – Biotecnologia, assim como a análise
de questões sociais e/ou ambientais relacionadas com a sua génese e aplicação.

Promover a identificação e exploração de situações problemáticas


abertas
Valoriza-se que os processos de ensino e aprendizagem sejam centrados em problemáticas
com significado para os alunos, ou seja, organizados numa perspetiva de resolução de
problemas.
A compreensão de um problema abrangente e a seleção de caminhos para a sua resolução
deverá supor a formulação de questões, articuladas e progressivamente mais simples,
suscetíveis de orientar a definição de percursos de aprendizagem intencionais.
A resolução de problemas deverá incluir o desenvolvimento de atividades de planificação,
pesquisa de informação, execução de atividades práticas, avaliação de resultados e,
desejavelmente, a confrontação e avaliação de argumentos, assim como a síntese de
informação.
O grau de abertura das propostas deverá ser criteriosamente ponderado pelos professores,
considerando as competências que os alunos já possuem, ou seja desenvolver uma
aproximação progressiva a formas de trabalhar que exijam elevada autonomia e
responsabilidade.

Integrar aspetos da história da ciência


O conhecimento científico em Biologia está em permanente atualização e mudança. Os
grandes avanços que se registaram nas últimas décadas influenciaram a forma como os seres
humanos passaram a perspetivar a própria existência, bem como a relação com os demais
seres vivos e o ambiente. As referências à evolução da Biologia, aos cientistas que a

[52]
protagonizaram, bem como ao contexto social que enquadrou essas descobertas, permite que
o aluno compreenda a dimensão cultural do empreendimento científico.
Esta dimensão metodológica pode envolver a recapitulação de fases essenciais da construção
dos conhecimentos científicos, agindo como instrumento de mudança concetual e permitindo
apresentar a Ciência como um empreendimento humano que envolve processos pessoais e
sociais.
Importa, porém, selecionar criteriosamente os episódios cruciais, evitando a reconstrução de
um elevado número de factos históricos para um dado conceito, ou a exploração de narrativas
empíricas sem qualquer critério.

8. RECURSOS DIDÁTICOS
Os recursos didáticos disponíveis por escola devem incluir recursos bibliográficos,
equipamentos didáticos, equipamentos laboratoriais, equipamentos de proteção, material de
laboratório e ainda reagentes e outros consumíveis.
O computador com ligação à Internet com projetor multimédia permitirá apresentar
animações e simulações que serão especialmente úteis para lecionar conceitos de biologia
celular e molecular.
É absolutamente necessário que existam condições materiais e espaços convenientemente
preparados para realização das atividades laboratoriais propostas no programa. Essas
condições incluem reagentes, materiais de laboratório (por exemplo material de vidro)
equipamentos laboratoriais (por exemplo balanças) e infraestruturas (por exemplo água
canalizada). A definição das condições mínimas e dos recursos necessários à implementação
deste programa será feita em documento autónomo, o qual terá em conta as necessidades de
todas as disciplinas da área Ciências Físicas e Naturais.
Enumeram-se, em seguida, alguns recursos considerados básicos e essenciais para o
funcionamento de um laboratório de Biologia e para apoio a saídas de campo.

Mapas e modelos
 Coleções de seres vivos em modelos e/ou exemplares conservados.
 Mapa mural com regras de segurança.
 Mapas murais de morfologia interna de seres de diferentes taxa; ciclos de
vida; ultraestrutura celular, por exemplo.
 Modelos de esqueletos humanos e/ou animais.

Equipamentos diversos
 Balanças de precisão
 Estojo de primeiros socorros
 Lamparinas
 Lupas binoculares
 Lupas de mão
 Microscópios óticos compostos (MOC)

[53]
 Placas de aquecimento
 Termómetros

Material básico de laboratório e de campo


 Algodão
 Caixas de Petri
 Caixas para recolha de amostras de campo
 Copos de precipitação 100, 250, 500, 1000 mL
 Esguichos de água
 Frascos de vidro com tampa roscada 100 a 1000 mL
 Funis
 Lamelas
 Lâminas
 Luvas de borracha
 Papel absorvente
 Parafilme ou película aderente
 Pás
 Película de alumínio
 Pipeta graduada 1, 5, 10, 25 mL
 Pompetes
 Provetas graduadas 50, 100, 250, 500 mL
 Suportes para tubos de ensaio
 Suportes universais com nozes
 Tabuleiros de plástico ou metal
 Tubos de ensaio
 Varetas de vidro
 Vidros de relógio

Material básico de dissecação


 Agulhas
 Bisturis (cabo e lâmina) ou lâmina de barba
 Pinças
 Tesouras

Reagentes
 Acetona
 Ácido clorídrico diluído
 Álcool etílico (etanol)
 Água destilada
 Peróxido de hidrogénio (água oxigenada)
 Cloreto de sódio (sal de cozinha)

[54]
 Glicerina
 Glicose
 Sacarose (açúcar comercial)
 Corantes
 Azul de metileno
 Orceína acética
 Solução de lugol ou iodeto de potássio
 Vermelho neutro

Recursos eletrónicos de livre acesso


www.biorede.pt/ [em 24/01/2011]
Imagens (fotografias e esquemas), textos de apoio e glossários de vários temas de Biologia,
nomeadamente de biologia celular e molecular e diversidade morfofisiológica animal.
Universidade de Aveiro – Portugal. Em português. Para professores e alunos.
http://volvox.cienciaviva.pt/protocols.html [em 24/01/2011]
Alguns protocolos experimentais que podem ser utilizados para as unidades temáticas do 10º
ano. Projeto Volvox - rede de professores e especialistas da área de Biologia de 10 países
europeus. Em português. Para professores.
Contém ligações que permitem aceder a outros recursos, (ex. animações), em várias línguas.
http://www.biology.arizona.edu/ [em 24/01/2011]
The Biology Project – online interactive resource for learning Biology
Imagens (fotografias e esquemas) e animações, textos de apoio, tutoriais de atividades e
glossários de vários temas de Biologia. Universidade do Arizona (EUA) com apoio de várias
universidades da América Latina e Espanha. Em inglês e espanhol. Para professores e alunos.
http://learn.genetics.utah.edu/ [em 24/01/2011]
Learn Genetics – genetic science learning center
Imagens (fotografias e esquemas) e animações, textos de apoio, tutoriais de atividades e
glossários de vários temas de Biologia. Universidade de Utah (EUA). Em inglês e espanhol. Para
professores e alunos.
http://www.cellsalive.com/ [em 24/01/2011]
Imagens microscópicas, esquemas e animações de células e de processos celulares. Em inglês.
Para professores e alunos.
http://bio.rutgers.edu/ [em 24/01/2011]
Laboratório virtual. Descrição e exemplificação de procedimentos e resultados laboratoriais e
experimentais sobre os seguintes temas: estrutura celular, divisão celular (mitose e meiose),
protistas, evolução de plantas, reprodução de plantas angiospérmicas, sistemas de transporte
das plantas. Em inglês. Para professores e alunos.
http://mlhsscience.com/biovlab.aspx [em 24/01/2011]
Laboratório virtual. Propostas de atividades interativas e animações. Permite que os alunos
compreendam o funcionamento de alguns equipamentos. Cobre várias temáticas do programa:
ecossistemas e modulação de populações, divisão celular, genética, evolução, nutrição, entre
outros. Em inglês. Para professores e alunos.

[55]
http://serendip.brynmawr.edu/sci_edu/waldron/#mitosis [em 24/01/2011]
Planos de atividades práticas e de protocolos sobre temas fundamentais de Biologia (células,
enzimas, osmose, …), genética, evolução e fisiologia humana, entre outros. Em inglês. Para
professores.

9. AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS


As atividades de avaliação deverão ser entendidas como parte integrante dos processos
educativos e, nesse sentido, perfeitamente articuladas com as estratégias didáticas utilizadas,
pois ensinar, aprender e avaliar são, na realidade, três processos interdependentes e
inseparáveis.
De acordo com as propostas do programa, os processos de avaliação deverão integrar as
dimensões teórica e prática do ensino da Biologia. Deste modo o objeto da avaliação não
poderá ficar limitado ao domínio concetual, mas integrar, necessariamente, os dados relativos
aos aspetos processuais e atitudinais da aprendizagem dos alunos.
Em permanente articulação com as estratégias didáticas utilizadas pelos professores, as
atividades de avaliação das aprendizagens deverão ser concebidas de modo a averiguar não só
as construções conceptuais alcançadas pelos alunos mas, também, a forma como tal
aconteceu, os procedimentos realizados, as destrezas desenvolvidas e as atitudes reveladas.
Nesta perspetiva avaliar é uma tarefa permanente e complexa que supõe o uso de diferentes
técnicas e instrumentos. Valorizam-se os processos de observação e, para além de testes e
questionários, sugere-se o recurso a memórias descritivas de atividades, ensaios, portfolios,
mapas conceptuais, V de Gowin, listas de verificação, entre outros.
À semelhança do que foi dito acerca das sugestões metodológicas, considera-se que a escola,
como um todo, desempenha um papel central na monitorização dos processos de avaliação
dos seus alunos, no entanto, salienta-se que a avaliação dos alunos deve revestir-se de funções
diagnóstica, formativa e sumativa, articuladas com o processo de ensino e de aprendizagem.

Avaliação diagnóstica
Esta modalidade de avaliação permite aferir o ponto de partida dos alunos, sendo essencial
para que o professor selecione as estratégias mais adequadas à consecução das metas de
aprendizagem preconizadas no programa.

Avaliação formativa
A avaliação com funções formativas deverá prevalecer durante todo o processo educativo,
possibilitando o acompanhamento permanente da qualidade dos processos de ensino e de
aprendizagem, fornecendo elementos que o professor deverá utilizar para reforçar, corrigir e
incentivar a aprendizagem dos alunos, bem como reformular as suas estratégias de ensino.
Os resultados dos processos de avaliação formativa devem ser detalhadamente explicados aos
alunos pelos professores, uma vez que são considerados elementos centrais e ativos no
processo educativo. Pretende-se que os jovens consciencializem os aspetos em que são mais
fortes e aqueles em que têm mais dificuldades. Deste modo, com ajuda do professor, poderão
decidir formas de reforçar ou reorientar as suas estratégias de estudo.

[56]
Avaliação sumativa
A avaliação sumativa ocorre em momentos do ano letivo previamente estabelecidos. Possui
um caráter terminal (final de período e final de ano letivo) e tem como funções principais a
classificação e a certificação das aprendizagens dos alunos.
A avaliação sumativa deve incidir sobre as metas de aprendizagem definidas para cada
subtema do programa.

[57]
10. BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA

Livros
AZEITEIRO U. (2003). Complementos de Biologia. Lisboa: Univ. Aberta. ISBN: 9789726743972
Obra em português abrangendo temas diversos de Biologia, nomeadamente microbiologia,
biologia das plantas e biologia dos animais. O livro contempla grande parte das temáticas do
programa, podendo ser utilizado pelos alunos sob supervisão do professor.
AZEVEDO C. (1996). Biologia Celular e Molecular. Lisboa: Lidel. ISBN: 9789727573547
Obra de aprofundamento. Aborda aspetos recentes de biologia celular e molecular, sem deixar
de fazer referência aos trabalhos dos citologistas clássicos. Para professores, podendo contudo
ser utilizada por alunos sob supervisão do professor.
FERNANDES D. (2005). Avaliação das Aprendizagens: Desafios às Teorias, Práticas e Políticas. Lisboa:
Texto Editora. ISBN: 972-47-2470-0
Analisa e discute conceitos considerados chave para a implementação das propostas do
programa relativas à avaliação das aprendizagens, nomeadamente o conceito de avaliação
formativa como elemento chave e regulador dos processos de ensino e de aprendizagem.
Destina-se aos professores.
MINTZES J.J., WANDERSEE J.H., & NOVAK J.D. (Coords.) (2000). Ensinando ciência para a compreensão,
uma visão construtivista. Lisboa: Plátano Ed. ISBN: 972-707-264-X
Apresenta, de modo acessível, aspetos de fundamentação teórica e empírica que suportam os
modelos construtivistas de ensino e de aprendizagem das ciências. Sugere estratégias de ensino
fundamentadas, destinadas a promover a reestruturação dos conhecimentos e a aprendizagem
significativa. Destina-se aos professores.
ODUM E.P., BARRET G. (2007) Fundamentos de Ecologia. 5ª ed. São Paulo: Cengage Learning ISBN:
9788522105410
ou
ODUM E.P., BARRET G. (1996) Fundamentos de Ecologia. 5ª ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
ISBN: 9723101580, Portugal
Obra de aprofundamento. Utiliza exemplos reais levando o leitor a aprender como os princípios
ecológicos podem ser aplicados na gestão de recursos, na biologia da conservação, em
toxicologia ecológica, saúde do ecossistema, etc. Para professores, podendo contudo ser utilizada
por alunos sob supervisão do professor.
OLIVEIRA M. T. (Coord.) (1991) Didática da Biologia. Lisboa: Universidade Aberta. ISBN: 9726740606
Apresentam de forma sintética alguns dos aspetos de didática (ex. conceções alternativas,
mudança concetual, modelos de ensino). Destina-se aos professores.
PURVES W., SADAVA D., ORIANS G., & HELLER E. H. (2005). Vida - A Ciência da Biologia (6ª Ed.). Porto
Alegre: Artmed Ed. SA.
Vol I – Célula e Hereditariedade. ISBN: 85-363-0497-9
Vol II – Evolução diversidade e Ecologia. ISBN: 85-363-0498-7
Vol III – Plantas e Animais. ISBN: 85-363-0499-5
Compêndio de Biologia que cobre todas as unidades temáticas do programa. Texto claro com
excelentes ilustrações. Os livros podem ser utilizados pelos alunos sob supervisão do professor.
Trata-se de uma tradução da obra em inglês Life, The science of Biology. Sunderland Sinauer
Associates N.Y., cuja editora disponibiliza atividades, textos e animações on line:
http://bcs.whfreeman.com/thelifewire/default.asp?s=&n=&i=&v=&o=&ns=0&t=&uid=0&rau=0

[58]
RAVEN P., EVERT R. & EICHHOR S. (2005) Biology of Plants. 7ªed. Worth N.Y.: Freeman. ISBN: 0-7167-
1007-2
Compêndio de Biologia que cobre todas as temáticas de biologia vegetal do programa. Texto em
inglês, com boas ilustrações, podendo ser utilizado pelos alunos sob supervisão do professor. A
editora disponibiliza atividades, textos e animações on line:
http://bcs.whfreeman.com/raven7e/default.asp?s=&n=&i=&v=&o=&ns=0&uid=0&rau=0
BEGON M., TOWNSEND C.R. & HARPER J.L. (2007) Ecologia - de indivíduos a ecossistemas. 4ª ed. Porto
Alegre: Artmed Ed. ISBN: 9788536308845
Obra de aprofundamento. Aborda todos os aspetos da ecologia, desde os princípios ecológicos
fundamentais até uma reflexão vívida sobre a nossa compreensão da ecologia no século XXI. Para
professores, podendo contudo ser utilizada por alunos sob supervisão do professor.
VÁRIOS (Grupo de Estudos para a Reconstrução de Timor Leste) (2002) Atlas de Timor-Leste. Lidel. ISBN:
9789727572250
Obra de aprofundamento. Explora aspetos ambientais, climatológicos, geológicos, sociais, entre
outros, de Timor-Leste. Elemento complementar dos manuais escolares e de consulta genérica
para um melhor conhecimento do território. Para professores e alunos.

Textos em formato eletrónico com livre acesso


http://mac122.icu.ac.jp/biobk/biobooktoc.html [em 24/01/2011]
FARABEE, M. J. (2001) On-Line Biology Book.
Livro online de Biologia. Cobre as mais diversas áreas da Biologia, com informação pertinente
para todas as unidades temáticas do programa. Para professores e alunos. Em inglês.
http://www.learner.org/courses/biology/textbook/index.html [em 24/01/2011]
ANNENBERG FOUNDATION (2011) Rediscovering Biology.
Livro online de Biologia. Texto em inglês acessível, com esquemas interessantes. Interessante
para professores, cobrindo muitas temáticas do programa e permitindo o aprofundamento de
temas da atualidade. Para professores.
Em http://www.learner.org/courses/biology/archive/images.html são disponibilizadas imagens e
em http://www.learner.org/courses/biology/archive/animations.html animações.
http://eec.dgidc.min-edu.pt/documentos/publicacoes_caderno_mono.pdf [em 24/01/2011]
DES (ed.) (2001) Cadernos Didáticos de Ciências, vol. 1, Lisboa: Ministério da Educ. ISBN: 972-8417-55-1.
http://eec.dgidc.min-edu.pt/documentos/publicacoes_caderno_2.pdf [em 24/01/2011]
DES (ed.) (2001) Cadernos Didáticos de Ciências, vol. 1, Lisboa: Ministério da Educ. ISBN: 972-20-8417-
84-5.
Livros em português que incluem vários textos para o professor, nomeadamente sobre didática
das ciências e sobre Biologia.

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