A CONSTITUICAO DA

ASSISTÊNCIA SOCIAL COMO

POLÍTICA
PÚBLICA:INTERROGAÇÕES À
PSICOLOGIA
 Pobreza : status social desvalorizado e estigmatizado

categoria heterogênea: aumento do risco de isolamento entre seus membros

Seu ponto de encontro é a dependência dos serviços sociais

INTRODUÇÃO

SABIDO, ATRAVÉS DAS RECENTES PESQUISAS REALIZADAS NA FRANÇA

SOBRE A CONDIÇÃO DE VIDA DAS FAMÍLIAS, QUE A PRECARIEDADE DA VIDA
PROFISSIONAL ESTÁ CORRELACIONADA COM UMA DIMINUIÇÃO DA SOCIABI-
LIDADE.

OS DESEMPREGADOS TÊM, INVARIAVELMENTE, RELAÇÕES MAIS

DISTANTES COM OS MEMBROS DE SUA FAMÍLIA: QUANTO MAIS PRECÁRIA FOR A
SITUAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO, MAIOR É A POSSIBILIDADE DE O
INDIVÍDUO NÃO TER NENHUMA RELAÇÃO COM A FAMÍLIA..

OS HOMENS ENTRE
35 E 50 ANOS SÃO MAIS ATINGIDOS DO QUE AS MULHERES, TORNANDO-SE
MAIS INTROSPECTIVOS; MAIS ABSORTOS. A EXPERIÊNCIA DA PRECARIEDADE
PROFISSIONAL É, EFETIVAMENTE, MAIS DOLOROSA QUANDO ATINGE OS
INDIVÍDUOS NO CERNE DA VIDA ATIVA.

A CONSEQÜÊNCIA DISSO TUDO É QUE O RISCO DE ENFRAQUECIMENTO

DOS VÍNCULOS SOCIAIS É PROPORCIONAL ÀS DIFICULDADES ENCONTRADAS NO
MERCADO DE TRABALHO.
O ENFRAQUECIMENTO DOS VÍNCULOS SOCIAIS DIZ RESPEITO
ESSENCIALMENTE ÀS DUAS PRIMEIRAS FASES DA DESQUALIFICAÇÃO SOCIAL - A
FRAGILIDADE E A DEPENDÊNCIA.

A ANÁLISE DAS EXPERIÊNCIAS VIVIDAS QUE

SE REFEREM A ESSAS DUAS FASES PERMITE COMPREENDER O PROCESSO NA SUA
INTEGRIDADE.

OS INDIVÍDUOS DESPEDIDOS QUE INCORPORAM ESSA SITUAÇÃO

COMO UM FRACASSO PROFISSIONAL E OS QUE NÃO CONSEGUEM UM PRIMEIRO
EMPREGO, TOMAM PROGRESSIVAMENTE CONSCIÊNCIA DA DISTÂNCIA QUE OS
SEPARA DA GRANDE MAIORIA DA POPULAÇÃO E ACREDITAM QUE O FRACASSO
QUE OS ATINGE É VISÍVEL A TODOS.

A FRAGILIDADE PODE LEVAR A UMA FASE DE DEPENDÊNCIA, JÁ QUE A

PRECARIEDADE PROFISSIONAL, PARTICULARMENTE QUANDO É DURÁVEL, ACARRETA
UMA DIMINUIÇÃO DA RENDA E UMA DEGRADAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE VIDA
QUE PODE SER EM PARTE COMPENSADA PELOS SERVIÇOS SOCIAIS.

A DEPENDÊNCIA REPRESENTA, EFETIVAMENTE, A FASE ONDE OS SERVIÇOS SOCIAIS

SE ENCARREGAM DOS PROBLEMAS DOS INDIVÍDUOS.
 É DIGNO DE NOTA O FATO DE QUE ESTE MODO DE INTEGRAÇÃO PERMITE
CONSERVAR OS VÍNCULOS SOCIAIS. OS INDIVÍDUOS QUE SE ENCONTRAM
NESSA FASE PROCURAM COMPENSAR SEUS FRACASSOS VALORIZANDO SUA
IDENTIDADE.

AS RELAÇÕES QUE MANTÊM COM OS ASSISTENTES SOCIAIS PODEM SER

MUITO CORDIAIS, NA MEDIDA EM QUE ACEITAM COOPERAR COM ELES. A
ASSISTENTE SOCIAL PODE SE TORNAR, EM ALGUNS CASOS, A CONFIDENTE
QUE COMPREENDE E PROCURA SOLUÇÕES APROPRIADAS.

O STATUS DE ASSISTIDO GERA, ENTRETANTO, MUITAS INSATISFAÇÕES.A

RENDA DE ASSISTÊNCIA REVELA-SE INSUFICIENTE
PARA PAGAR AS TAXAS DE CONDOMÍNIO, A ESCOLA E AS ATIVIDADES
RECREATIVAS DAS CRIANÇAS.AS FAMÍLIAS ASSISTIDAS ESTÃO SEMPRE
ENDIVIDADAS.
RUPTURA DOS VÍNCULOS SOCIAIS

CARACTERIZAÇÃO DA FASE DE RUPTURA DOS VÍNCULOS SOCIAIS: PROBLEMAS EM TODOS OS

SETORES DA VIDA.

AFASTAMENTO DO MERCADO DE TRABALHO

PROBLEMAS DE SAÚDE
FALTA DE MORADIA
PERDA NO CONTATO COM A FAMÍLIA

FASE MARCADA POR UM ACÚMULO DE FRACASSOS QUE CONDUZ A UM GRAU ALTO DE

MARGINALIZAÇÃO

SEM ESPERANÇA O INDIVÍDUO SENTE-SE INÚTIL PARA A COLETIVIDADE

MUITOS SÃO MARCADOS POR GRAVES RUPTURAS SOCIAIS PASSANDO RAPIDAMENTE DA FASE DE
FRAGILIDADE PARA A ULTIMA FASE DO PROCESSO DE DESQUALIFICAÇÃO SOCIAL.

UMA DAS PRINCIPAIS RAZÕES É A AUSÊNCIA DE RELAÇÕES ESTÁVEIS COM A FAMÍLIA

PESQUISAS RECENTES REALIZADAS NA FRANÇA COLETARAM DADOS REFERENTES A ESTE GRUPO

SENDO FEITO O SEGUINTE QUESTIONAMENTO: " O QUE FALTOU NA SUA VIDA?"

FATORES RECORRENTES:

FATORES DE EMPREGO (46%)

FAMÍLIA (55%)
RELAÇÃES COM OS PAIS (29%)
CÔNJUGES (26%)

RECUSA EM TER CONTATO COM A FAMÍLIA

EM 1997 OBSERVOU-SE, ENTRETANTO, QUE ESSE
NÚMERO CORRESPONDE
A 32% DOS INDIVÍDUOS QUE ESTÃO NESSA
SITUAÇÃO HÁ MAIS DE TRÊS ANOS.

TODOS ESSES RESULTADOS CONVERGEM INDICANDO

QUE A RUPTURA DOS VÍNCULOS SOCIAIS É O
RESULTADO DE UM PROCESSO: A VIDA DE UM
MORADOR

DE RUA APÓS MESES OU ANOS DE PRIVAÇÃO

PARECE UMA FUGA SEM ESPERANÇA,
ONDE MUITOS NÃO TÊM MAIS NADA A PERDER.

A CONFIANÇA NA POLÍCIA DIMINUI REFERENTE AO

TEMPO QUE O INDIVÍDUO ENCONTRA-SE EM
SITUAÇÃO DE RUA.
 CONCLUSÃO

CONCLUI-SE ATRAVÉS DE ESQUISAS REALIZADAS EM DIVERSOS PAÍSES O LEVANTAMENTO DA HIPÓTESE

DE QUE NÃO QUER DIZER QUE A LÓGICA SOCIAL QUE PERMEIA O PROCESSO DE DESQUALIFICAÇÃO
SOCIAL DIFERENCIE-SE CONFORME O CONTEXTO NACIONAL. NESTA ACEPÇÃO OS MORADORES DE RUA
DOS PAÍSES DO SUL DA EUROPA TERIAM OS MESMOS PROBLEMAS, VIVERIAM AS MESMAS EXPERIÊNCIAS
E COM O PASSAR DO TEMPO ADOTARIAM AS MESMAS ATITUDES QUE OS MORADORES DE OUTROS PAÍSES