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do Consumidor
e normas correlatas
7a edição
Atualizada até fevereiro de 2023
SENADO FEDERAL
Mesa
Biênio 2023 – 2024
Senador Weverton
SEGUNDO-SECRETÁRIO
SUPLENTES DE SECRETÁRIO
Senadora Mara Gabrilli
Senadora Ivete da Silveira
Secretaria de Editoração e Publicações
Coordenação de Edições Técnicas
Código de Defesa
do Consumidor
e normas correlatas
7a edição
Brasília – 2023
Edição do Senado Federal
Diretora-Geral: Ilana Trombka
Secretário-Geral da Mesa: Gustavo A. Sabóia Vieira
CDDir 342.5981
9 Apresentação
Normas principais
15 Lei no 8.078/1990
Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências.
37 Decreto no 11.034/2022
Regulamenta a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990 – Código de Defesa do Consumidor, para
estabelecer diretrizes e normas sobre o Serviço de Atendimento ao Consumidor.
41 Decreto no 7.962/2013
Regulamenta a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para
dispor sobre a contratação no comércio eletrônico.
43 Decreto no 5.903/2006
Regulamenta a Lei no 10.962, de 11 de outubro de 2004, e a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990.
46 Decreto no 2.181/1997
Dispõe sobre a organização do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor – SNDC, estabelece as
normas gerais de aplicação das sanções administrativas previstas na Lei no 8.078, […]
Normas correlatas
64 Lei no 13.455/2017
Dispõe sobre a diferenciação de preços de bens e serviços oferecidos ao público em função do prazo ou
do instrumento de pagamento utilizado, e altera a Lei no 10.962, de 11 de outubro de 2004.
65 Lei no 12.965/2014
Estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil.
72 Lei no 12.741/2012
Dispõe sobre as medidas de esclarecimento ao consumidor, de que trata o § 5o do artigo 150 da
Constituição Federal; altera o inciso III do art. 6o e o inciso IV do art. 106 da Lei no 8.078, […]
74 Lei no 12.529/2011
Estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência; dispõe sobre a prevenção e repressão às
infrações contra a ordem econômica; altera a Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, […]
Apresentação
9
Dispositivos constitucionais
pertinentes
Constituição
da República Federativa do Brasil
sobre:
������������������������������������������������������������������������������� ATO DAS DISPOSIÇÕES
VIII – responsabilidade por dano ao meio CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS
ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de �������������������������������������������������������������������������������
valor artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico; Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de
������������������������������������������������������������������������������� cento e vinte dias da promulgação da Constitui-
ção, elaborará código de defesa do consumidor.
TÍTULO VI – Da Tributação e do �������������������������������������������������������������������������������
Orçamento
CAPÍTULO I – Do Sistema Tributário
Nacional
�������������������������������������������������������������������������������
12
Normas principais
Índice sistemático da
Lei no 8.078/1990
I – o modo de seu fornecimento; anterior, não podendo ser inferior a sete nem
II – o resultado e os riscos que razoavelmente superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de
dele se esperam; adesão, a cláusula de prazo deverá ser conven-
III – a época em que foi fornecido. cionada em separado, por meio de manifestação
§ 2o O serviço não é considerado defeituoso expressa do consumidor.
pela adoção de novas técnicas. § 3o O consumidor poderá fazer uso ime-
§ 3o O fornecedor de serviços só não será diato das alternativas do § 1o deste artigo sempre
responsabilizado quando provar: que, em razão da extensão do vício, a substitui-
I – que, tendo prestado o serviço, o defeito ção das partes viciadas puder comprometer a
inexiste; qualidade ou características do produto, dimi-
II – a culpa exclusiva do consumidor ou de nuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.
terceiro. § 4o Tendo o consumidor optado pela alter-
§ 4o A responsabilidade pessoal dos profis- nativa do inciso I do § 1o deste artigo, e não
sionais liberais será apurada mediante a veri- sendo possível a substituição do bem, poderá
ficação de culpa. haver substituição por outro de espécie, marca
18 ou modelo diversos, mediante complementação
ou restituição de eventual diferença de preço, I – a reexecução dos serviços, sem custo adi-
sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do cional e quando cabível;
§ 1o deste artigo. II – a restituição imediata da quantia paga,
§ 5o No caso de fornecimento de produtos in monetariamente atualizada, sem prejuízo de
natura, será responsável perante o consumidor eventuais perdas e danos;
o fornecedor imediato, exceto quando identifi- III – o abatimento proporcional do preço.
cado claramente seu produtor. § 1o A reexecução dos serviços poderá ser
§ 6o São impróprios ao uso e consumo: confiada a terceiros devidamente capacitados,
I – os produtos cujos prazos de validade por conta e risco do fornecedor.
estejam vencidos; § 2o São impróprios os serviços que se mos-
II – os produtos deteriorados, alterados, adul- trem inadequados para os fins que razoavel-
terados, avariados, falsificados, corrompidos, mente deles se esperam, bem como aqueles
fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos que não atendam as normas regulamentares
ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas de prestabilidade.
regulamentares de fabricação, distribuição ou
apresentação; Art. 21. No fornecimento de serviços que
III – os produtos que, por qualquer motivo, se tenham por objetivo a reparação de qualquer
revelem inadequados ao fim a que se destinam. produto considerar-se-á implícita a obrigação
do fornecedor de empregar componentes de
Art. 19. Os fornecedores respondem solidaria- reposição originais adequados e novos, ou que
mente pelos vícios de quantidade do produto mantenham as especificações técnicas do fabri-
sempre que, respeitadas as variações decorren- cante, salvo, quanto a estes últimos, autorização
tes de sua natureza, seu conteúdo líquido for em contrário do consumidor.
inferior às indicações constantes do recipiente,
da embalagem, rotulagem ou de mensagem Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas
publicitária, podendo o consumidor exigir, empresas, concessionárias, permissionárias ou
alternativamente e à sua escolha: sob qualquer outra forma de empreendimento,
I – o abatimento proporcional do preço; são obrigados a fornecer serviços adequados,
II – complementação do peso ou medida; eficientes, seguros e, quanto aos essenciais,
III – a substituição do produto por outro contínuos.
da mesma espécie, marca ou modelo, sem os Parágrafo único. Nos casos de descumpri-
aludidos vícios; mento, total ou parcial, das obrigações referidas
IV – a restituição imediata da quantia paga, neste artigo, serão as pessoas jurídicas compeli-
monetariamente atualizada, sem prejuízo de das a cumpri-las e a reparar os danos causados,
eventuais perdas e danos. na forma prevista neste Código.
§ 1o Aplica-se a este artigo o disposto no
§ 4o do artigo anterior. Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os
§ 2o O fornecedor imediato será responsável vícios de qualidade por inadequação dos produ-
quando fizer a pesagem ou a medição e o ins- tos e serviços não o exime de responsabilidade.
trumento utilizado não estiver aferido segundo
os padrões oficiais. Art. 24. A garantia legal de adequação do pro-
duto ou serviço independe de termo expresso,
Art. 20. O fornecedor de serviços responde vedada a exoneração contratual do fornecedor.
pelos vícios de qualidade que os tornem impró-
Normas principais
prios ao consumo ou lhes diminuam o valor, Art. 25. É vedada a estipulação contratual de
assim como por aqueles decorrentes da dispari- cláusula que impossibilite, exonere ou atenue
dade com as indicações constantes da oferta ou a obrigação de indenizar prevista nesta e nas
mensagem publicitária, podendo o consumidor Seções anteriores.
exigir, alternativamente e à sua escolha: § 1 o Havendo mais de um responsável
pela causação do dano, todos responderão 19
solidariamente pela reparação prevista nesta e social. A desconsideração também será efetivada
nas Seções anteriores. quando houver falência, estado de insolvência,
§ 2o Sendo o dano causado por componente encerramento ou inatividade da pessoa jurídica
ou peça incorporada ao produto ou serviço, provocados por má administração.
são responsáveis solidários seu fabricante, § 1o (Vetado)
construtor ou importador e o que realizou a § 2o As sociedades integrantes dos grupos
incorporação. societários e as sociedades controladas, são sub-
sidiariamente responsáveis pelas obrigações
decorrentes deste Código.
SEÇÃO IV – Da Decadência e da Prescrição § 3o As sociedades consorciadas são solida-
riamente responsáveis pelas obrigações decor-
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios rentes deste Código.
aparentes ou de fácil constatação caduca em: § 4o As sociedades coligadas só responderão
I – trinta dias, tratando-se de fornecimento por culpa.
de serviço e de produto não duráveis; § 5o Também poderá ser desconsiderada a
II – noventa dias, tratando-se de forneci- pessoa jurídica sempre que sua personalidade
mento de serviço e de produto duráveis. for, de alguma forma, obstáculo ao ressarci-
§ 1o Inicia-se a contagem do prazo decaden- mento de prejuízos causados aos consumidores.
cial a partir da entrega efetiva do produto ou do
término da execução dos serviços.
§ 2o Obstam a decadência: CAPÍTULO V – Das Práticas Comerciais
I – a reclamação comprovadamente formu- SEÇÃO I – Das Disposições Gerais
lada pelo consumidor perante o fornecedor
de produtos e serviços até a resposta negativa Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do
correspondente, que deve ser transmitida de seguinte, equiparam-se aos consumidores todas
forma inequívoca; as pessoas determináveis ou não, expostas às
II – (Vetado); práticas nele previstas.
III – a instauração de inquérito civil, até seu
encerramento.
§ 3o Tratando-se de vício oculto, o prazo SEÇÃO II – Da Oferta
decadencial inicia-se no momento em que ficar
evidenciado o defeito. Art. 30. Toda informação ou publicidade, sufi-
cientemente precisa, veiculada por qualquer
Art. 27. Prescreve em cinco anos a preten- forma ou meio de comunicação com relação
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
são à reparação pelos danos causados por fato a produtos e serviços oferecidos ou apresen-
do produto ou do serviço prevista na Seção tados, obriga o fornecedor que a fizer veicular
II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do ou dela se utilizar e integra o contrato que vier
prazo a partir do conhecimento do dano e de a ser celebrado.
sua autoria.
Parágrafo único. (Vetado) Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou
serviços devem assegurar informações corretas,
claras, precisas, ostensivas e em língua portu-
SEÇÃO V – Da Desconsideração da guesa sobre suas características, qualidades,
Personalidade Jurídica quantidade, composição, preço, garantia, prazos
de validade e origem, entre outros dados, bem
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a per- como sobre os riscos que apresentam à saúde
sonalidade jurídica da sociedade quando, em e segurança dos consumidores.
detrimento do consumidor, houver abuso de Parágrafo único. As informações de que
direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou trata este artigo, nos produtos refrigerados
20 ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato
oferecidos ao consumidor, serão gravadas de Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa
forma indelével. ou abusiva.
§ 1o É enganosa qualquer modalidade de
Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão informação ou comunicação de caráter publici-
assegurar a oferta de componentes e peças de tário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qual-
reposição enquanto não cessar a fabricação ou quer outro modo, mesmo por omissão, capaz
importação do produto. de induzir em erro o consumidor a respeito da
Parágrafo único. Cessadas a produção ou natureza, características, qualidade, quantidade,
importação, a oferta deverá ser mantida por propriedades, origem, preço e quaisquer outros
período razoável de tempo, na forma da lei. dados sobre produtos e serviços.
§ 2o É abusiva, dentre outras, a publicidade
Art. 33. Em caso de oferta ou venda por tele- discriminatória de qualquer natureza, a que
fone ou reembolso postal, deve constar o nome incite à violência, explore o medo ou a supers-
do fabricante e endereço na embalagem, publi- tição, se aproveite da deficiência de julgamento
cidade e em todos os impressos utilizados na e experiência da criança, desrespeita valores
transação comercial. ambientais, ou que seja capaz de induzir o con-
Parágrafo único. É proibida a publicidade de sumidor a se comportar de forma prejudicial
bens e serviços por telefone, quando a chamada ou perigosa à sua saúde ou segurança.
for onerosa ao consumidor que a origina. § 3o Para os efeitos deste Código, a publi-
cidade é enganosa por omissão quando deixar
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço de informar sobre dado essencial do produto
é solidariamente responsável pelos atos de seus ou serviço.
prepostos ou representantes autônomos. § 4o (Vetado)
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou servi- Art. 38. O ônus da prova da veracidade e corre-
ços recusar cumprimento à oferta, apresentação ção da informação ou comunicação publicitária
ou publicidade, o consumidor poderá, alterna- cabe a quem as patrocina.
tivamente e à sua livre escolha:
I – exigir o cumprimento forçado da obri-
gação, nos termos da oferta, apresentação ou SEÇÃO IV – Das Práticas Abusivas
publicidade;
II – aceitar outro produto ou prestação de Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos
serviço equivalente; ou serviços, dentre outras práticas abusivas:2
III – rescindir o contrato, com direito à res- I – condicionar o fornecimento de produto
tituição de quantia eventualmente antecipada, ou de serviço ao fornecimento de outro produto
monetariamente atualizada, e a perdas e danos. ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites
quantitativos;
II – recusar atendimento às demandas dos
SEÇÃO III – Da Publicidade consumidores, na exata medida de suas disponi-
bilidades de estoque, e, ainda, de conformidade
Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal com os usos e costumes;
forma que o consumidor, fácil e imediatamente, III – enviar ou entregar ao consumidor, sem
a identifique como tal. solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer
Parágrafo único. O fornecedor, na publici- qualquer serviço;
Normas principais
23
SEÇÃO II – Das Cláusulas Abusivas XVII – condicionem ou limitem de qualquer
forma o acesso aos órgãos do Poder Judiciário;
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre XVIII – estabeleçam prazos de carência em
outras, as cláusulas contratuais relativas ao caso de impontualidade das prestações men-
fornecimento de produtos e serviços que: sais ou impeçam o restabelecimento integral
I – impossibilitem, exonerem ou atenuem a dos direitos do consumidor e de seus meios de
responsabilidade do fornecedor por vícios de pagamento a partir da purgação da mora ou do
qualquer natureza dos produtos e serviços ou acordo com os credores;
impliquem renúncia ou disposição de direitos. XIX – (Vetado).
Nas relações de consumo entre o fornecedor e § 1o Presume-se exagerada, entre outros
o consumidor pessoa jurídica, a indenização casos, a vantagem que:
poderá ser limitada, em situações justificáveis; I – ofende os princípios fundamentais do
II – subtraiam ao consumidor a opção de sistema jurídico a que pertence;
reembolso da quantia já paga, nos casos pre- II – restringe direitos ou obrigações funda-
vistos neste Código; mentais inerentes à natureza do contrato, de
III – transfiram responsabilidades a terceiros; tal modo a ameaçar seu objeto ou o equilíbrio
IV – estabeleçam obrigações consideradas contratual;
iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor III – se mostra excessivamente onerosa para
em desvantagem exagerada, ou sejam incom- o consumidor, considerando-se a natureza e
patíveis com a boa-fé ou a equidade; conteúdo do contrato, o interesse das partes e
V – (Vetado); outras circunstâncias peculiares ao caso.
VI – estabeleçam inversão do ônus da prova § 2o A nulidade de uma cláusula contra-
em prejuízo do consumidor; tual abusiva não invalida o contrato, exceto
VII – determinem a utilização compulsória quando de sua ausência, apesar dos esforços de
de arbitragem; integração, decorrer ônus excessivo a qualquer
VIII – imponham representante para con- das partes.
cluir ou realizar outro negócio jurídico pelo § 3o (Vetado)
consumidor; § 4o É facultado a qualquer consumidor ou
IX – deixem ao fornecedor a opção de con- entidade que o represente requerer ao Ministé-
cluir ou não o contrato, embora obrigando o rio Público que ajuíze a competente ação para
consumidor; ser declarada a nulidade de cláusula contratual
X – permitam ao fornecedor, direta ou que contrarie o disposto neste Código ou de
indiretamente, variação do preço de maneira qualquer forma não assegure o justo equilíbrio
unilateral; entre direitos e obrigações das partes.
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
Art. 53. Nos contratos de compra e venda de Art. 54-A. Este Capítulo dispõe sobre a preven-
móveis ou imóveis mediante pagamento em ção do superendividamento da pessoa natural,
prestações, bem como nas alienações fiduciá- sobre o crédito responsável e sobre a educação
rias em garantia, consideram-se nulas de pleno financeira do consumidor.
direito as cláusulas que estabeleçam a perda total § 1o Entende-se por superendividamento
das prestações pagas em benefício do credor a impossibilidade manifesta de o consumidor
que, em razão do inadimplemento, pleitear a pessoa natural, de boa-fé, pagar a totalidade de
resolução do contrato e a retomada do produto suas dívidas de consumo, exigíveis e vincendas,
alienado. sem comprometer seu mínimo existencial, nos
§ 1o (Vetado) termos da regulamentação.
§ 2o Nos contratos do sistema de consórcio § 2o As dívidas referidas no § 1o deste artigo
de produtos duráveis, a compensação ou a res- englobam quaisquer compromissos financeiros
tituição das parcelas quitadas, na forma deste assumidos decorrentes de relação de consumo,
artigo, terá descontada, além da vantagem eco- inclusive operações de crédito, compras a prazo
nômica auferida com a fruição, os prejuízos que e serviços de prestação continuada.
o desistente ou inadimplente causar ao grupo. § 3o O disposto neste Capítulo não se aplica
§ 3o Os contratos de que trata o caput deste ao consumidor cujas dívidas tenham sido con-
artigo serão expressos em moeda corrente nacio- traídas mediante fraude ou má-fé, sejam oriun-
nal. das de contratos celebrados dolosamente com
o propósito de não realizar o pagamento ou
decorram da aquisição ou contratação de pro-
SEÇÃO III – Dos Contratos de Adesão dutos e serviços de luxo de alto valor.
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas Art. 54-B. No fornecimento de crédito e na
cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade venda a prazo, além das informações obriga-
competente ou estabelecidas unilateralmente tórias previstas no art. 52 deste Código e na
pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem legislação aplicável à matéria, o fornecedor ou
que o consumidor possa discutir ou modificar o intermediário deverá informar o consumi-
substancialmente seu conteúdo. dor, prévia e adequadamente, no momento da
§ 1o A inserção de cláusula no formulário oferta, sobre:
não desfigura a natureza de adesão do contrato. I – o custo efetivo total e a descrição dos
§ 2o Nos contratos de adesão admite-se cláu- elementos que o compõem;
sula resolutória, desde que alternativa, cabendo II – a taxa efetiva mensal de juros, bem como
a escolha ao consumidor, ressalvando-se o dis- a taxa dos juros de mora e o total de encargos,
posto no § 2o do artigo anterior. de qualquer natureza, previstos para o atraso
§ 3o Os contratos de adesão escritos serão no pagamento;
Normas principais
redigidos em termos claros e com caracteres III – o montante das prestações e o prazo de
ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não validade da oferta, que deve ser, no mínimo, de
será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar 2 (dois) dias;
sua compreensão pelo consumidor. IV – o nome e o endereço, inclusive o ele-
§ 4o As cláusulas que implicarem limitação trônico, do fornecedor;
de direito do consumidor deverão ser redigidas 25
V – o direito do consumidor à liquidação I – informar e esclarecer adequadamente
antecipada e não onerosa do débito, nos termos o consumidor, considerada sua idade, sobre a
do § 2o do art. 52 deste Código e da regulamen- natureza e a modalidade do crédito oferecido,
tação em vigor. sobre todos os custos incidentes, observado
§ 1o As informações referidas no art. 52 deste o disposto nos arts. 52 e 54‑B deste Código, e
Código e no caput deste artigo devem constar sobre as consequências genéricas e específicas
de forma clara e resumida do próprio contrato, do inadimplemento;
da fatura ou de instrumento apartado, de fácil II – avaliar, de forma responsável, as condi-
acesso ao consumidor. ções de crédito do consumidor, mediante aná-
§ 2o Para efeitos deste Código, o custo efetivo lise das informações disponíveis em bancos
total da operação de crédito ao consumidor con- de dados de proteção ao crédito, observado
sistirá em taxa percentual anual e compreenderá o disposto neste Código e na legislação sobre
todos os valores cobrados do consumidor, sem proteção de dados;
prejuízo do cálculo padronizado pela autoridade III – informar a identidade do agente finan-
reguladora do sistema financeiro. ciador e entregar ao consumidor, ao garante e a
§ 3o Sem prejuízo do disposto no art. 37 outros coobrigados cópia do contrato de crédito.
deste Código, a oferta de crédito ao consumidor Parágrafo único. O descumprimento de
e a oferta de venda a prazo, ou a fatura mensal, qualquer dos deveres previstos no caput deste
conforme o caso, devem indicar, no mínimo, artigo e nos arts. 52 e 54‑C deste Código poderá
o custo efetivo total, o agente financiador e a acarretar judicialmente a redução dos juros, dos
soma total a pagar, com e sem financiamento. encargos ou de qualquer acréscimo ao principal
e a dilação do prazo de pagamento previsto
Art. 54-C. É vedado, expressa ou implicita- no contrato original, conforme a gravidade da
mente, na oferta de crédito ao consumidor, conduta do fornecedor e as possibilidades finan-
publicitária ou não: ceiras do consumidor, sem prejuízo de outras
I – (Vetado); sanções e de indenização por perdas e danos,
II – indicar que a operação de crédito poderá patrimoniais e morais, ao consumidor.
ser concluída sem consulta a serviços de pro-
teção ao crédito ou sem avaliação da situação Art. 54-E. (Vetado)
financeira do consumidor;
III – ocultar ou dificultar a compreensão Art. 54-F. São conexos, coligados ou interde-
sobre os ônus e os riscos da contratação do pendentes, entre outros, o contrato principal de
crédito ou da venda a prazo; fornecimento de produto ou serviço e os con-
IV – assediar ou pressionar o consumidor tratos acessórios de crédito que lhe garantam o
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
ao garante e aos outros coobrigados cópia da manterão comissões permanentes para elabora-
minuta do contrato principal de consumo ou do ção, revisão e atualização das normas referidas
contrato de crédito, em papel ou outro suporte no § 1o, sendo obrigatória a participação dos
duradouro, disponível e acessível, e, após a con- consumidores e fornecedores.
clusão, cópia do contrato; § 4o Os órgãos oficiais poderão expedir noti-
ficações aos fornecedores para que, sob pena 27
de desobediência, prestem informações sobre produtos, de suspensão do fornecimento de
questões de interesse do consumidor, resguar- produto ou serviço, de cassação do registro do
dado o segredo industrial. produto e revogação da concessão ou permis-
são de uso serão aplicadas pela administração,
Art. 56. As infrações das normas de defesa do mediante procedimento administrativo, assegu-
consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às rada ampla defesa, quando forem constatados
seguintes sanções administrativas, sem prejuízo vícios de quantidade ou de qualidade por inade-
das de natureza civil, penal e das definidas em quação ou insegurança do produto ou serviço.
normas específicas:
I – multa; Art. 59. As penas de cassação de alvará de
II – apreensão do produto; licença, de interdição e de suspensão tempo-
III – inutilização do produto; rária da atividade, bem como a de intervenção
IV – cassação do registro do produto junto administrativa serão aplicadas mediante pro-
ao órgão competente; cedimento administrativo, assegurada ampla
V – proibição de fabricação do produto; defesa, quando o fornecedor reincidir na prática
VI – suspensão de fornecimento de produtos das infrações de maior gravidade previstas neste
ou serviço; Código e na legislação de consumo.
VII – suspensão temporária de atividade; § 1o A pena de cassação da concessão será
VIII – revogação de concessão ou permissão aplicada à concessionária de serviço público,
de uso; quando violar obrigação legal ou contratual.
IX – cassação de licença do estabelecimento § 2o A pena de intervenção administrativa
ou de atividade; será aplicada sempre que as circunstâncias de
X – interdição, total ou parcial, de estabele- fato desaconselharem a cassação de licença, a
cimento, de obra ou de atividade; interdição ou suspensão da atividade.
XI – intervenção administrativa; § 3o Pendendo ação judicial na qual se dis-
XII – imposição de contrapropaganda. cuta a imposição de penalidade administrativa,
Parágrafo único. As sanções previstas neste não haverá reincidência até o trânsito em jul-
artigo serão aplicadas pela autoridade adminis- gado da sentença.
trativa, no âmbito de sua atribuição, podendo
ser aplicadas cumulativamente, inclusive por Art. 60. A imposição de contrapropaganda
medida cautelar antecedente ou incidente de será cominada quando o fornecedor incorrer
procedimento administrativo. na prática de publicidade enganosa ou abusiva,
nos termos do art. 36 e seus parágrafos, sempre
Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo às expensas do infrator.
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
Art. 65. Executar serviço de alto grau de peri- Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de
culosidade, contrariando determinação de auto- ameaça, coação, constrangimento físico ou
ridade competente: moral, afirmações falsas, incorretas ou enga-
Pena – Detenção de seis meses a dois anos nosas ou de qualquer outro procedimento que
e multa. exponha o consumidor, injustificadamente, a
§ 1o As penas deste artigo são aplicáveis sem ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso
prejuízo das correspondentes à lesão corporal ou lazer:
e à morte. Pena – Detenção de três meses a um ano
§ 2o A prática do disposto no inciso XIV do e multa.
art. 39 desta Lei também caracteriza o crime
previsto no caput deste artigo. Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do con-
sumidor às informações que sobre ele constem
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou em cadastros, banco de dados, fichas e registros:
Normas principais
omitir informação relevante sobre a natureza, Pena – Detenção de seis meses a um ano
característica, qualidade, quantidade, segurança, ou multa.
desempenho, durabilidade, preço ou garantia
de produtos ou serviços: Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente
Pena – Detenção de três meses a um ano informação sobre consumidor constante de
e multa. 29
cadastro, banco de dados, fichas ou registros Art. 78. Além das penas privativas de liberdade
que sabe ou deveria saber ser inexata: e de multa, podem ser impostas, cumulativa
Pena – Detenção de um a seis meses ou ou alternadamente, observado o disposto nos
multa. arts. 44 a 47, do Código Penal:
I – a interdição temporária de direitos;
Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o II – a publicação em órgãos de comunicação
termo de garantia adequadamente preenchido de grande circulação ou audiência, às expen-
e com especificação clara de seu conteúdo: sas do condenado, de notícia sobre os fatos e
Pena – Detenção de um a seis meses ou a condenação;
multa. III – a prestação de serviços à comunidade.
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de
para os crimes referidos neste Código incide que trata este Código, será fixado pelo juiz, ou
nas penas a esses cominadas na medida de sua pela autoridade que presidir o inquérito, entre
culpabilidade, bem como o diretor, adminis- cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus do
trador ou gerente da pessoa jurídica que pro- Tesouro Nacional (BTN), ou índice equivalente
mover, permitir ou por qualquer modo aprovar que venha a substituí-lo.
o fornecimento, oferta, exposição à venda ou Parágrafo único. Se assim recomendar a
manutenção em depósito de produtos ou a oferta situação econômica do indiciado ou réu, a
e prestação de serviços nas condições por ele fiança poderá ser:
proibidas. a) reduzida até a metade de seu valor
mínimo;
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.
crimes tipificados neste Código:
I – serem cometidos em época de grave crise Art. 80. No processo penal atinente aos cri-
econômica ou por ocasião de calamidade; mes previstos neste Código, bem como a outros
II – ocasionarem grave dano individual ou crimes e contravenções que envolvam relações
coletivo; de consumo, poderão intervir, como assistentes
III – dissimular-se a natureza ilícita do pro- do Ministério Público, os legitimados indicados
cedimento; no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é
IV – quando cometidos: facultado propor ação penal subsidiária, se a
a) por servidor público, ou por pessoa cuja denúncia não for oferecida no prazo legal.
condição econômico-social seja manifestamente
superior à da vítima;
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cum- Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo
primento da obrigação de fazer ou não fazer, o único deste Código, a ação de regresso poderá
juiz concederá a tutela específica da obrigação ser ajuizada em processo autônomo, facultada
ou determinará providências que assegurem a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos
o resultado prático equivalente ao do adim- autos, vedada a denunciação da lide.
plemento.
Normas principais
cia do pedido, para beneficiar todas as vítimas o mínimo existencial, nos termos da regulamen-
e seus sucessores, na hipótese do inciso III do tação, e as garantias e as formas de pagamento
parágrafo único do art. 81. originalmente pactuadas.
§ 1o Os efeitos da coisa julgada previstos § 1o Excluem-se do processo de repactuação
nos incisos I e II não prejudicarão interesses e as dívidas, ainda que decorrentes de relações
de consumo, oriundas de contratos celebrados 33
dolosamente sem o propósito de realizar paga- remanescentes mediante plano judicial compul-
mento, bem como as dívidas provenientes de sório e procederá à citação de todos os credores
contratos de crédito com garantia real, de finan- cujos créditos não tenham integrado o acordo
ciamentos imobiliários e de crédito rural. porventura celebrado.
§ 2o O não comparecimento injustificado § 1o Serão considerados no processo por
de qualquer credor, ou de seu procurador com superendividamento, se for o caso, os documen-
poderes especiais e plenos para transigir, à tos e as informações prestadas em audiência.
audiência de conciliação de que trata o caput § 2o No prazo de 15 (quinze) dias, os cre-
deste artigo acarretará a suspensão da exigibi- dores citados juntarão documentos e as razões
lidade do débito e a interrupção dos encargos da negativa de aceder ao plano voluntário ou
da mora, bem como a sujeição compulsória ao de renegociar.
plano de pagamento da dívida se o montante § 3o O juiz poderá nomear administrador,
devido ao credor ausente for certo e conhecido desde que isso não onere as partes, o qual, no
pelo consumidor, devendo o pagamento a esse prazo de até 30 (trinta) dias, após cumpridas
credor ser estipulado para ocorrer apenas após as diligências eventualmente necessárias, apre-
o pagamento aos credores presentes à audiência sentará plano de pagamento que contemple
conciliatória. medidas de temporização ou de atenuação dos
§ 3o No caso de conciliação, com qualquer encargos.
credor, a sentença judicial que homologar o § 4o O plano judicial compulsório assegurará
acordo descreverá o plano de pagamento da aos credores, no mínimo, o valor do principal
dívida e terá eficácia de título executivo e força devido, corrigido monetariamente por índices
de coisa julgada. oficiais de preço, e preverá a liquidação total da
§ 4o Constarão do plano de pagamento refe- dívida, após a quitação do plano de pagamento
rido no § 3o deste artigo: consensual previsto no art. 104‑A deste Código,
I – medidas de dilação dos prazos de paga- em, no máximo, 5 (cinco) anos, sendo que a
mento e de redução dos encargos da dívida ou primeira parcela será devida no prazo máximo
da remuneração do fornecedor, entre outras de 180 (cento e oitenta) dias, contado de sua
destinadas a facilitar o pagamento da dívida; homologação judicial, e o restante do saldo será
II – referência à suspensão ou à extinção das devido em parcelas mensais iguais e sucessivas.
ações judiciais em curso;
III – data a partir da qual será providenciada Art. 104-C. Compete concorrente e faculta-
a exclusão do consumidor de bancos de dados tivamente aos órgãos públicos integrantes do
e de cadastros de inadimplentes; Sistema Nacional de Defesa do Consumidor
IV – condicionamento de seus efeitos à a fase conciliatória e preventiva do processo
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
35
TÍTULO VI – Disposições Finais o parágrafo único a constituir o caput, com a
seguinte redação:
Art. 109. (Vetado) �������������������������������������������������������������������������������
Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18
art. 1o da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985: da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985:
������������������������������������������������������������������������������� �������������������������������������������������������������������������������
Art. 111. O inciso II do art. 5o da Lei no 7.347, Art. 117. Acrescente-se à Lei no 7.347, de 24
de 24 de julho de 1985, passa a ter a seguinte de julho de 1985, o seguinte dispositivo, renu-
redação: merando-se os seguintes:
������������������������������������������������������������������������������� �������������������������������������������������������������������������������
Art. 112. O § 3o do art. 5o da Lei no 7.347, de 24 Art. 118. Este Código entrará em vigor dentro
de julho de 1985, passa a ter a seguinte redação: de cento e oitenta dias a contar de sua publi-
������������������������������������������������������������������������������� cação.
Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4o, 5o Art. 119. Revogam-se as disposições em con-
e 6o ao art. 5o da Lei no 7.347, de 24 de julho trário.
de 1985:
������������������������������������������������������������������������������� Brasília, 11 de setembro de 1990; 169o da Inde-
pendência e 102o da República.
Art. 114. O art. 15 da Lei no 7.347, de 24 de
julho de 1985, passa a ter a seguinte redação: FERNANDO COLLOR
�������������������������������������������������������������������������������
Promulgada em 11/9/1990, publicada no DOU de
Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da 12/9/1990 – Edição extra – e retificada no DOU de
Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, passando 10/1/2007.
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
36
Decreto no 11.034/2022
Regulamenta a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990 – Código de Defesa do Consumidor, para
estabelecer diretrizes e normas sobre o Serviço de Atendimento ao Consumidor.
tação do serviço e durante o seu fornecimento; e ao histórico de suas demandas, sem ônus.
II – nos canais eletrônicos do fornecedor. § 2o O histórico das demandas a que se refere
o § 1o:
I – será enviado ao consumidor, mediante
CAPÍTULO III – Da Qualidade do solicitação, no prazo de cinco dias corridos,
Tratamento das Demandas contado da data da solicitação, por correspon-
dência ou por meio eletrônico, a critério do
Art. 8o No tratamento das demandas, o SAC consumidor; e
garantirá a: II – conterá todas as informações relaciona-
I – tempestividade; das à demanda, incluído o conteúdo da resposta
II – segurança; do fornecedor, observado o disposto no § 2o
III – privacidade; e do art. 13.
IV – resolutividade da demanda. § 3o Quando se tratar de chamada telefônica,
Parágrafo único. No tratamento das deman- a manutenção da gravação da chamada efetuada
das serão observados ainda os princípios da: para o SAC é obrigatória, pelo prazo mínimo de
38 I – dignidade; noventa dias, contado da data do atendimento.
§ 4o Durante o prazo de que trata o § 3o, o rescisão e as multas incidentes por descumpri-
consumidor poderá requerer acesso ao conteúdo mento de cláusulas contratuais de permanência
da chamada efetuada. mínima, quando cabíveis;
§ 5o O registro do atendimento será man- IV – o comprovante do pedido de cancela-
tido à disposição do consumidor e do órgão ou mento será encaminhado por correspondência
da entidade fiscalizadora pelo prazo mínimo ou por meio eletrônico, a critério do consu-
de dois anos, contado da data de resolução da midor; e
demanda. V – poderá ser oferecida a opção para can-
celamento programado, sujeita à anuência do
consumidor.
CAPÍTULO V – Do Tratamento das Parágrafo único. Os órgãos ou as entida-
Demandas des reguladoras competentes fixarão prazo
para a conclusão do processamento técnico
Art. 13. As demandas do consumidor serão da demanda de que trata o inciso II do caput.
respondidas no prazo de sete dias corridos,
contado da data de seu registro.
§ 1o O consumidor será informado sobre CAPÍTULO VI – Da Efetividade
a conclusão do tratamento de sua demanda e,
mediante solicitação, receberá do fornecedor a Art. 15. À Secretaria Nacional do Consumidor
comprovação pertinente por correspondência do Ministério da Justiça e Segurança Pública
ou por meio eletrônico, a critério do consu- competirá desenvolver a metodologia e imple-
midor. mentar a ferramenta de acompanhamento da
§ 2o A resposta do fornecedor: efetividade dos SAC, ouvidos os órgãos e as
I – será clara, objetiva e conclusiva; e entidades reguladoras, os integrantes do Sis-
II – abordará todos os pontos da demanda tema Nacional de Defesa do Consumidor e os
do consumidor. representantes de prestadores de serviços de
§ 3o Quando a demanda tratar de serviço relacionamento com consumidores.
não solicitado ou de cobrança indevida, o for- § 1o No desenvolvimento da metodologia e
necedor adotará imediatamente as medidas na implementação da ferramenta de que trata
necessárias à suspensão da cobrança. o caput, serão considerados, no mínimo, os
§ 4o Os órgãos ou as entidades regulado- seguintes parâmetros:
ras competentes poderão estabelecer, no setor I – quantidade de reclamações referentes ao
regulado, prazo para resolução das demandas SAC, ponderada por quantidade de clientes ou
no SAC. de unidades de produção;
II – taxa de resolução das demandas, sob a
Art. 14. O recebimento e o processamento ótica do consumidor;
imediato do pedido de cancelamento de ser- III – índice de reclamações junto aos órgãos
viço feito pelo consumidor, por meio do SAC, de defesa do consumidor, principalmente no
observará as seguintes diretrizes: Sistema Nacional de Informações de Defesa
I – o pedido de cancelamento será permi- do Consumidor e no sítio eletrônico do consu-
tido e assegurado ao consumidor por todos os midor.gov.br, ou nas plataformas que venham
meios disponíveis para a contratação do serviço, a substituí-los;
observadas as condições aplicáveis à rescisão e IV – índice de reclamações no órgão ou na
as multas decorrentes de cláusulas contratuais; entidade reguladora setorial; e
Normas principais
ou as entidades reguladoras competentes, nos Art. 17. Fica revogado o Decreto no 6.523, de
termos do disposto no Decreto no 10.046, de 9 31 de julho de 2008.
de outubro de 2019.
§ 5o Com base na ferramenta de que trata Art. 18. Este Decreto entra em vigor cento e
o caput, a Secretaria Nacional do Consumidor oitenta dias após a data de sua publicação.
do Ministério da Justiça e Segurança Pública
poderá, ao averiguar a baixa efetividade dos Brasília, 5 de abril de 2022; 201o da Indepen-
SAC de determinados fornecedores, estabe- dência e 134o da República.
lecer horário de atendimento telefônico por
humano superior ao previsto no inciso I do JAIR MESSIAS BOLSONARO
caput do art. 5o.
Decretado em 5/4/2022 e publicado no DOU de
6/4/2022.
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
40
Decreto no 7.962/2013
Regulamenta a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para dispor sobre a contratação no comércio
eletrônico.
42
Decreto no 5.903/2006
Regulamenta a Lei no 10.962, de 11 de outubro de 2004, e a Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990.
V – legibilidade, a informação que seja visível Art. 6o Os preços de bens e serviços para o
e indelével. consumidor nos estabelecimentos comerciais de
que trata o inciso II do art. 2o da Lei no 10.962,
Art. 3o O preço de produto ou serviço deverá de 2004, admitem as seguintes modalidades
ser informado discriminando-se o total à vista. de afixação:
I – direta ou impressa na própria embalagem; 43
II – de código referencial; ou e a distância que os separa, demonstrando gra-
III – de código de barras. ficamente o cumprimento da distância máxima
§ 1o Na afixação direta ou impressão na pró- fixada neste artigo.
pria embalagem do produto, será observado o
disposto no art. 5o deste Decreto. Art. 8o A modalidade de relação de preços de
§ 2o A utilização da modalidade de afixação produtos expostos e de serviços oferecidos aos
de código referencial deverá atender às seguintes consumidores somente poderá ser empregada
exigências: quando for impossível o uso das modalidades
I – a relação dos códigos e seus respectivos descritas nos arts. 5o e 6o deste Decreto.
preços devem estar visualmente unidos e pró- § 1o A relação de preços de produtos ou
ximos dos produtos a que se referem, e ime- serviços expostos à venda deve ter sua face
diatamente perceptível ao consumidor, sem a principal voltada ao consumidor, de forma a
necessidade de qualquer esforço ou desloca- garantir a pronta visualização do preço, inde-
mento de sua parte; e pendentemente de solicitação do consumidor
II – o código referencial deve estar fisica- ou intervenção do comerciante.
mente ligado ao produto, em contraste de cores e § 2o A relação de preços deverá ser também
em tamanho suficientes que permitam a pronta afixada, externamente, nas entradas de restau-
identificação pelo consumidor. rantes, bares, casas noturnas e similares.
§ 3o Na modalidade de afixação de código
de barras, deverão ser observados os seguintes Art. 9o Configuram infrações ao direito básico
requisitos: do consumidor à informação adequada e clara
I – as informações relativas ao preço à vista, sobre os diferentes produtos e serviços, sujei-
características e código do produto deverão estar tando o infrator às penalidades previstas na Lei
a ele visualmente unidas, garantindo a pronta no 8.078, de 1990, as seguintes condutas:
identificação pelo consumidor; I – utilizar letras cujo tamanho não seja uni-
II – a informação sobre as características do forme ou dificulte a percepção da informação,
item deve compreender o nome, quantidade e considerada a distância normal de visualização
demais elementos que o particularizem; e do consumidor;
III – as informações deverão ser disponibi- II – expor preços com as cores das letras e
lizadas em etiquetas com caracteres ostensivos do fundo idêntico ou semelhante;
e em cores de destaque em relação ao fundo. III – utilizar caracteres apagados, rasurados
ou borrados;
Art. 7o Na hipótese de utilização do código IV – informar preços apenas em parcelas,
de barras para apreçamento, os fornecedores obrigando o consumidor ao cálculo do total;
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
Normas principais
45
Decreto no 2.181/1997
Dispõe sobre a organização do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor – SNDC, estabelece as
normas gerais de aplicação das sanções administrativas previstas na Lei no 8.078, de 11 de setembro
de 1990, revoga o Decreto no 861, de 9 julho de 1993, e dá outras providências.
tempo, nunca inferior à vida útil do produto de-se por publicidade a veiculação de mensa-
ou serviço; gem, em meio analógico ou digital, inclusive
XXII – propor ou aplicar índices ou formas por meio de provedor de aplicação, que vise a
de reajuste alternativos, bem como fazê-lo em promover a oferta ou a aquisição de produto
desacordo com aquele que seja legal ou contra- ou de serviço disponibilizado no mercado de
tualmente permitido; consumo.
XXIII – recusar a venda de produto ou a
prestação de serviços, publicamente ofertados, Art. 14-A. Para fins do disposto no art. 14,
diretamente a quem se dispõe a adquiri-los o órgão de proteção e defesa do consumidor
mediante pronto pagamento, ressalvados os deverá considerar as práticas de autorregulação
casos regulados em leis especiais; adotadas pelo mercado de publicidade em geral.
XXIV – deixar de trocar o produto impró-
prio, inadequado, ou de valor diminuído, por Art. 15. O processo referente ao fornecedor de
outro da mesma espécie, em perfeitas condi- produtos ou de serviços que tenha sido acionado
ções de uso, ou de restituir imediatamente a em mais de um Estado pelo mesmo fato gerador
50 quantia paga, devidamente corrigida, ou fazer de prática infrativa poderá ser remetido ao órgão
coordenador do SNDC pela autoridade máxima IX – cassação de licença do estabelecimento
do sistema estadual. ou de atividade;
§ 1o O órgão coordenador do SNDC apurará X – interdição, total ou parcial, de estabele-
o fato e aplicará as sanções cabíveis, ouvido o cimento, de obra ou de atividade;
Conselho Nacional de Defesa do Consumidor. XI – intervenção administrativa;
§ 2o Na hipótese de a autoridade máxima XII – imposição de contrapropaganda.
do sistema estadual optar por não encaminhar § 1o Responderá pela prática infrativa, sujei-
o processo, o fato deverá ser comunicado ao tando-se às sanções administrativas previstas
órgão coordenador do SNDC. neste Decreto, quem por ação ou omissão lhe
der causa, concorrer para sua prática ou dela
Art. 16. Nos casos de processos administra- se beneficiar.
tivos em trâmite em mais de um Estado, que § 2o As penalidades previstas neste artigo
envolvam interesses difusos ou coletivos, a serão aplicadas pelos órgãos oficiais integrantes
Secretaria Nacional do Consumidor do Minis- do SNDC, sem prejuízo das atribuições do órgão
tério da Justiça e Segurança Pública poderá avo- normativo ou regulador da atividade, na forma
cá-los, ouvido o Conselho Nacional de Defesa da legislação vigente.
do Consumidor, e as autoridades máximas dos § 3o As penalidades previstas nos incisos III
sistemas estaduais. a XI deste artigo sujeitam-se a posterior con-
firmação pelo órgão normativo ou regulador
Art. 17. As práticas infrativas classificam-se da atividade, nos limites de sua competência.
em:
I – leves: aquelas em que forem verificadas Art. 19. Toda pessoa física ou jurídica que
somente circunstâncias atenuantes; fizer ou promover publicidade enganosa ou
II – graves: aquelas em que forem verificadas abusiva ficará sujeita à pena de multa, cumu-
circunstâncias agravantes. lada com aquelas previstas no artigo anterior,
sem prejuízo da competência de outros órgãos
administrativos.
SEÇÃO III – Das Penalidades Parágrafo único. Incide também nas penas
Administrativas deste artigo o fornecedor que:
a) deixar de organizar ou negar aos legíti-
Art. 18. A inobservância das normas contidas mos interessados os dados fáticos, técnicos e
na Lei no 8.078, de 1990, e das demais normas científicos que dão sustentação à mensagem
de defesa do consumidor constituirá prática publicitária;
infrativa e sujeitará o fornecedor às seguintes b) veicular publicidade de forma que o
penalidades, que poderão ser aplicadas isolada consumidor não possa, fácil e imediatamente,
ou cumulativamente, inclusive de forma caute- identificá-la como tal.
lar, antecedente ou incidente no processo admi-
nistrativo, sem prejuízo das de natureza cível, Art. 20. Sujeitam-se à pena de multa os órgãos
penal e das definidas em normas específicas: públicos que, por si ou suas empresas concessio-
I – multa; nárias, permissionárias ou sob qualquer outra
II – apreensão do produto; forma de empreendimento, deixarem de for-
III – inutilização do produto; necer serviços adequados, eficientes, seguros
IV – cassação do registro do produto junto e, quanto aos essenciais, contínuos.
ao órgão competente;
Normas principais
União e órgãos federais reverterão para o Fundo ções dos órgãos do SNDC caracterizam deso-
de Direitos Difusos de que tratam a Lei no 7.347, bediência, na forma do art. 330 do Código
de 1985, e Lei no 9.008, de 21 de março de 1995, Penal, ficando a autoridade administrativa com
gerido pelo Conselho Federal Gestor do Fundo poderes para determinar a imediata cessação da
de Defesa dos Direitos Difusos – CFDD. prática, além da imposição das sanções admi-
nistrativas e civis cabíveis.
Art. 30. As multas arrecadadas serão desti- § 3o A autoridade administrativa poderá
nadas para a reconstituição dos bens lesados, determinar, no curso das averiguações prelimi-
nos termos do disposto no caput do art. 13 nares e dos processos administrativos sancio-
da Lei no 7.347, de 1985, após aprovação pelo nadores, a adoção de medidas cautelares, nos
respectivo Conselho Gestor, em cada unidade termos do disposto no art. 18, com ou sem oitiva
federativa. prévia da pessoa que estará sujeita a seus efeitos.
§ 4o Na hipótese de ser indicada a baixa
Art. 31. Na ausência de Fundos municipais, os lesão ao bem jurídico tutelado, inclusive em
recursos serão depositados no Fundo do respec- relação aos custos de persecução, a autoridade
54 tivo Estado e, faltando este, no Fundo federal.
administrativa, mediante ato motivado, poderá SEÇÃO II – Da Reclamação
deixar de instaurar processo administrativo
sancionador. Art. 34. O consumidor poderá apresentar a
§ 5o Para fins do disposto no § 4o, a autori- sua reclamação pessoalmente ou por meio de
dade administrativa deverá utilizar outros ins- telegrama, carta, telex, fac-símile ou qualquer
trumentos e medidas de supervisão, observados outro meio de comunicação, físico ou eletrônico,
os princípios da finalidade, da motivação, da a qualquer órgão oficial de proteção e defesa
razoabilidade e da eficiência. do consumidor.
Parágrafo único. As reclamações apresen-
tadas na forma prevista no caput orientarão a
SEÇÃO I-A – Das Averiguações Preliminares implementação das políticas públicas de pro-
teção e defesa do consumidor.
Art. 33-A. A averiguação preliminar é o pro-
cedimento investigatório de natureza inquisi-
torial, instaurado pela autoridade competente SEÇÃO III – Dos Autos de Infração, de
de proteção e defesa do consumidor, quando Apreensão e do Termo de Depósito
os indícios ainda não forem suficientes para a
instauração imediata de processo administrativo Art. 35. Os Autos de Infração, de Apreensão
sancionador. e o Termo de Depósito deverão ser impressos,
§ 1o Na averiguação preliminar, a autoridade numerados em série e preenchidos de forma
competente poderá exercer quaisquer compe- clara e precisa, sem entrelinhas, rasuras ou
tências instrutórias legalmente previstas, inclu- emendas, mencionando:
sive requerer esclarecimentos do representado I – o Auto de Infração:
ou de terceiros, por escrito ou pessoalmente. a) o local, a data e a hora da lavratura;
§ 2o Da averiguação preliminar poderá b) o nome, o endereço e a qualificação do
resultar: autuado;
I – a instauração de processo administrativo c) a descrição do fato ou do ato constitutivo
sancionador; ou da infração;
II – o arquivamento do caso. d) o dispositivo legal infringido;
§ 3o A averiguação preliminar poderá ser e) a determinação da exigência e a intima-
desmembrada, quando conveniente para a ins- ção para cumpri-la ou impugná-la no prazo
trução do caso. estabelecido no caput do art. 42;
f) a identificação do agente autuante, sua
Art. 33-B. No prazo de até vinte dias após assinatura, a indicação do seu cargo ou função
a publicação oficial da decisão que resultar e o número de sua matrícula;
no arquivamento da averiguação preliminar, g) a designação do órgão julgador e o res-
o superior hierárquico do órgão prolator da pectivo endereço;
decisão poderá avocar o processo, de ofício ou h) a assinatura do autuado;
mediante provocação. i) a cientificação do autuado para apresentar
Parágrafo único. A autoridade responsável defesa no prazo estabelecido no caput do art. 42
por avocar a averiguação preliminar poderá: e especificar as provas que pretende produzir,
I – ratificar a decisão de arquivamento; ou de modo a declinar, se for o caso, a qualificação
II – determinar o retorno dos autos à auto- completa de até três testemunhas, mediante
ridade competente para a continuidade da fornecimento do motivo para o seu arrolamento
Normas principais
ria, a especificidade do tema ou a repercussão dos por qualquer servidor em exercício no órgão
social da demanda, a autoridade competente processante e serão realizados nas dependências
poderá, de ofício, a requerimento das partes do referido órgão, exceto se houver impossibi-
ou de quem pretenda se manifestar, solicitar lidade comprovada de deslocamento da teste-
ou admitir a participação de pessoa natural ou munha, sob as expensas da parte que a arrolou.
jurídica, órgão ou entidade especializada, com § 3o Os depoimentos e as oitivas de que tra-
representatividade adequada, na condição de tam o § 2o serão realizados preferencialmente
amicus curiae, no prazo de quinze dias, contado por meio de videoconferência ou de recurso
da data de intimação. tecnológico de transmissão de sons e imagens
Parágrafo único. A intervenção de que trata em tempo real, desde que estejam presentes as
o caput não: condições técnicas para realização da diligência
I – implicará alteração de competência; ou e segundo critério de conveniência e oportuni-
II – autorizará a interposição de recursos. dade da autoridade competente.
§ 4o Na hipótese de realização de prova tes-
temunhal, cabe ao representado informar ou
58 intimar a testemunha por ele arrolada o dia, a
hora e o local da audiência designada, dispen- III – a multa estipulada, sua individualização
sada a intimação por parte do órgão responsável e sua dosimetria;
pela instrução do processo. IV – a multa diária, em caso de continuidade
§ 5o Na hipótese de que trata o § 4o, o não da infração;
comparecimento injustificado da testemunha V – as demais sanções descritas na Lei
presumirá que a parte desistiu de sua inquirição. no 8.078, de 1990, se for o caso;
§ 6o A juntada de prova documental poderá VI – a multa em caso de descumprimento
ser realizada até o saneamento do processo, das providências estipuladas, se for o caso; e
excetuadas as seguintes hipóteses: VII – o prazo para pagamento da multa
I – necessidade de demonstração de fato e para cumprimento das demais obrigações
ocorrido após o encerramento da instrução determinadas.
processual; § 2o A decisão condenatória poderá consistir
II – necessidade de contraposição a fato em declaração de concordância com pareceres,
levantado após o encerramento da instrução notas técnicas ou decisões, hipótese em que
processual; integrarão o ato decisório.
III – o documento ter se tornado conhecido, § 3o (Revogado)
acessível ou disponível após o encerramento da
instrução processual, hipótese em que caberá Art. 47. Quando a cominação prevista for a
à parte que os produzir comprovar o motivo contrapropaganda, o processo poderá ser ins-
que a impediu de juntá-los anteriormente; ou truído com indicações técnico-publicitárias,
IV – o documento ter sido formado após a das quais se intimará o autuado, obedecidas,
instauração do processo sancionatório. na execução da respectiva decisão, as condições
§ 7o O órgão processante poderá admitir a constantes do § 1o do art. 60 da Lei no 8.078,
utilização de prova produzida em outro pro- de 1990.
cesso, administrativo ou judicial, e lhe atribuirá
o valor probatório adequado, observados os
princípios do contraditório e da ampla defesa. SEÇÃO VII – Das Nulidades
Art. 46. A decisão administrativa conterá: Art. 48. A inobservância de forma não acarre-
I – a identificação do representado e, quando tará a nulidade do ato, se não houver prejuízo
for o caso, do representante; para a defesa.
II – o resumo dos fatos imputados ao repre- Parágrafo único. A nulidade prejudica
sentado, com a indicação dos dispositivos legais somente os atos posteriores ao ato declarado
infringidos; nulo e dele diretamente dependentes ou de que
III – o sumário das razões de defesa; sejam consequência, cabendo à autoridade que
IV – o registro das principais ocorrências no a declarar indicar tais atos e determinar o ade-
andamento do processo; quado procedimento saneador, se for o caso.
V – a apreciação das provas; e
VI – o dispositivo, com a conclusão a respeito
da configuração da prática infrativa, com a espe- SEÇÃO VIII – Dos Recursos
cificação dos fatos que constituam a infração Administrativos
apurada na hipótese de condenação.
§ 1o Na hipótese de caracterização de infra- Art. 49. Das decisões da autoridade compe-
ção contra as normas de proteção e defesa do tente do órgão público que aplicou a sanção
Normas principais
consumidor, a decisão também deverá conter: caberá recurso, sem efeito suspensivo, no prazo
I – a indicação das providências a serem de dez dias, contados da data da intimação da
tomadas pelos responsáveis para fazê-la cessar, decisão, a seu superior hierárquico, que proferirá
quando for o caso; decisão definitiva.
II – o prazo no qual deverão ser iniciadas e Parágrafo único. (Revogado)
concluídas as providências referidas no inciso I; 59
§ 1o Na hipótese de aplicação de multas, o SEÇÃO IX – Da Inscrição na Dívida Ativa
recurso será recebido, com efeito suspensivo,
pela autoridade superior. Art. 55. Não sendo recolhido o valor da multa
§ 2o A decisão recorrida pode ser confir- em trinta dias, será o débito inscrito em dívida
mada, total ou parcialmente, pelos seus próprios ativa do órgão que houver aplicado a sanção,
fundamentos. para subsequente cobrança executiva.
§ 3o Na hipótese prevista no § 2o, a autori-
dade competente poderá apenas fazer remissão à
própria decisão anterior, no caso de confirmação CAPÍTULO VI – Do Elenco de Cláusulas
integral, ou ao trecho confirmado, no caso de Abusivas e do Cadastro de Fornecedores
confirmação parcial, desde que tenham sido SEÇÃO I – Do Elenco de Cláusulas Abusivas
confrontados todos os argumentos deduzidos
no recurso capazes, em tese, de infirmar a con- Art. 56. Na forma do art. 51 da Lei no 8.078,
clusão adotada na decisão recorrida. de 1990, e com o objetivo de orientar o Sis-
tema Nacional de Defesa do Consumidor, a
Art. 50. Quando o processo tramitar no âmbito Secretaria Nacional do Consumidor divulgará,
do Departamento de Proteção e Defesa do Con- anualmente, elenco complementar de cláusulas
sumidor, o julgamento do feito será de respon- contratuais consideradas abusivas, notadamente
sabilidade do Diretor daquele órgão, cabendo para o fim de aplicação do disposto no inciso
recurso ao titular da Secretaria Nacional do IV do caput do art. 22.
Consumidor, no prazo de dez dias, contado da § 1o Na elaboração do elenco referido no
data da intimação da decisão, como segunda e caput e posteriores inclusões, a consideração
última instância recursal. sobre a abusividade de cláusulas contratuais se
dará de forma genérica e abstrata.
Art. 51. Não será conhecido o recurso inter- § 2o O rol de cláusulas consideradas abu-
posto fora dos prazos e condições estabelecidos sivas tem natureza exemplificativa, o que não
neste Decreto. impede que outras cláusulas possam ser assim
consideradas pelos órgãos da administração
Art. 52. Sendo julgada insubsistente a infração, pública incumbidos da defesa dos interesses e
a autoridade julgadora recorrerá à autoridade direitos protegidos pela Lei no 8.078, de 1990,
imediatamente superior, nos termos fixados e pela legislação correlata, por meio de ato pró-
nesta Seção, mediante declaração na própria prio, observado o disposto no art. 4o da Lei
decisão. no 13.874, de 2019.
§ 3o A apreciação sobre a abusividade de
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
Art. 53. A decisão é definitiva quando não cláusulas contratuais, para fins de sua inclusão
mais couber recurso, seja de ordem formal ou no rol a que se refere o caput se dará de ofício
material. ou por provocação dos legitimados previstos
Parágrafo único. Na hipótese de não caber no art. 82 da Lei no 8.078, de 1990, ou por ter-
mais recursos em relação à aplicação da pena de ceiros interessados, mediante procedimento
multa, o infrator será notificado para efetuar o de consulta pública, a ser regulamentado em
recolhimento no prazo de dez dias, nos termos ato do Secretário Nacional do Consumidor do
do disposto nos art. 29 a art. 32. Ministério da Justiça e Segurança Pública.
§ 4o Compete exclusivamente à Secretaria
Art. 54. Todos os prazos referidos nesta Seção Nacional do Consumidor do Ministério da
são preclusivos. Justiça e Segurança Pública elencar as cláusu-
las abusivas, observadas as disposições deste
Decreto, quando o fornecedor de produtos ou
serviços utilizá-las uniformemente em âmbito
nacional.
60
SEÇÃO II – Do Cadastro de Fornecedores a todos acessíveis, gratuitamente, vedada a uti-
lização abusiva ou, por qualquer outro modo,
Art. 57. Os cadastros de reclamações fun- estranha à defesa e orientação dos consumi-
damentadas contra fornecedores constituem dores, ressalvada a hipótese de publicidade
instrumento essencial de defesa e orientação comparativa.
dos consumidores, devendo os órgãos públicos
competentes assegurar sua publicidade, confia- Art. 61. O consumidor ou fornecedor poderá
bilidade e continuidade, nos termos do art. 44 requerer, em cinco dias a contar da divulgação
da Lei no 8.078, de 1990. do cadastro e mediante petição fundamentada,
a retificação de informação inexata que nele
Art. 58. Para os fins deste Decreto, conside- conste, bem como a inclusão de informação
ra-se: omitida, devendo a autoridade competente, no
I – cadastro: o resultado dos registros feitos prazo de dez dias úteis, pronunciar-se, motiva-
pelos órgãos públicos de defesa do consumidor damente, pela procedência ou improcedência
de todas as reclamações fundamentadas contra do pedido.
fornecedores; Parágrafo único. No caso de acolhimento do
II – reclamação fundamentada: a notícia de pedido, a autoridade competente providenciará,
lesão ou ameaça a direito de consumidor ana- no prazo deste artigo, a retificação ou inclusão
lisada por órgão público de defesa do consumi- de informação e sua divulgação, nos termos do
dor, a requerimento ou de ofício, considerada § 1o do art. 59 deste Decreto.
procedente, por decisão definitiva.
Art. 62. Os cadastros específicos de cada órgão
Art. 59. Os órgãos públicos de defesa do consu- público de defesa do consumidor serão consoli-
midor devem providenciar a divulgação perió- dados em cadastros gerais, nos âmbitos federal
dica dos cadastros atualizados de reclamações e estadual, aos quais se aplica o disposto nos
fundamentadas contra fornecedores. artigos desta Seção.
§ 1o O cadastro referido no caput deste artigo
será publicado, obrigatoriamente, no órgão de
imprensa oficial local, devendo a entidade res- CAPÍTULO VII – Das Disposições Gerais
ponsável dar-lhe a maior publicidade possível
por meio dos órgãos de comunicação, inclusive Art. 63. Nos termos do disposto na Lei no 8.078,
eletrônica. de 1990, e na legislação complementar, a Secre-
§ 2o O cadastro será divulgado anualmente, taria Nacional do Consumidor do Ministério
podendo o órgão responsável fazê-lo em período da Justiça e Segurança Pública poderá editar
menor, sempre que julgue necessário, e conterá atos administrativos com vistas à observância
informações objetivas, claras e verdadeiras sobre das normas de proteção e defesa do consumi-
o objeto da reclamação, a identificação do for- dor, facultada a oitiva do Conselho Nacional de
necedor e o atendimento ou não da reclamação Defesa do Consumidor.
pelo fornecedor.
§ 3o Os cadastros deverão ser atualizados Art. 64. Poderão ser lavrados Autos de Com-
permanentemente, por meio das devidas anota- provação ou Constatação, a fim de estabelecer
ções, não podendo conter informações negativas a situação real de mercado, em determinado
sobre fornecedores, referentes a período supe- lugar e momento, obedecido o procedimento
rior a cinco anos, contado da data da intimação adequado.
Normas principais
da decisão definitiva.
Art. 65. Em caso de impedimento à aplicação
Art. 60. Os cadastros de reclamações funda- do presente Decreto, ficam as autoridades com-
mentadas contra fornecedores são considerados petentes autorizadas a requisitar o emprego de
arquivos públicos, sendo informações e fontes força policial.
61
Art. 65-A. As normas procedimentais estabele- Art. 67. Fica revogado o Decreto no 861, de 9
cidas pela Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, de julho de 1993.
e pela Lei no 13.105, de 16 de março de 2015
– Código de Processo Civil, aplicam-se subsi- Brasília, 20 de março de 1997; 176o da Indepen-
diariamente e supletivamente a este Decreto. dência e 109o da República.
Art. 66. Este Decreto entra em vigor na data FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
de sua publicação.
Decretado em 20/3/1997 e publicado no DOU de
21/3/1997.
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
62
Normas correlatas
Lei no 13.455/2017
Dispõe sobre a diferenciação de preços de bens e serviços oferecidos ao público em função do prazo
ou do instrumento de pagamento utilizado, e altera a Lei no 10.962, de 11 de outubro de 2004.
Art. 1o Fica autorizada a diferenciação de pre- Art. 3o Esta Lei entra em vigor na data de sua
ços de bens e serviços oferecidos ao público em publicação.
função do prazo ou do instrumento de paga-
mento utilizado. Brasília, 26 de junho de 2017; 196o da Indepen-
Parágrafo único. É nula a cláusula contratual, dência e 129o da República.
estabelecida no âmbito de arranjos de paga-
mento ou de outros acordos para prestação de MICHEL TEMER
serviço de pagamento, que proíba ou restrinja
a diferenciação de preços facultada no caput Promulgada em 26/6/2017 e publicada no DOU de
deste artigo. 27/6/2017.
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
1
Nota do Editor (NE): nos dispositivos que alteram
normas, suprimiram-se as alterações determinadas
uma vez que já foram incorporadas às normas às
64 quais se destinam.
Lei no 12.965/2014
Estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil.
Art. 21. O provedor de aplicações de internet Art. 24. Constituem diretrizes para a atuação
que disponibilize conteúdo gerado por terceiros da União, dos Estados, do Distrito Federal e
será responsabilizado subsidiariamente pela dos Municípios no desenvolvimento da internet
violação da intimidade decorrente da divul- no Brasil:
gação, sem autorização de seus participantes, I – estabelecimento de mecanismos de gover-
de imagens, de vídeos ou de outros materiais nança multiparticipativa, transparente, cola-
contendo cenas de nudez ou de atos sexuais de borativa e democrática, com a participação do
caráter privado quando, após o recebimento governo, do setor empresarial, da sociedade civil
de notificação pelo participante ou seu repre- e da comunidade acadêmica;
sentante legal, deixar de promover, de forma II – promoção da racionalização da gestão,
diligente, no âmbito e nos limites técnicos do expansão e uso da internet, com participação do
seu serviço, a indisponibilização desse conteúdo. Comitê Gestor da internet no Brasil;
Parágrafo único. A notificação prevista no III – promoção da racionalização e da intero-
caput deverá conter, sob pena de nulidade, ele- perabilidade tecnológica dos serviços de governo
mentos que permitam a identificação especí- eletrônico, entre os diferentes Poderes e âmbitos
fica do material apontado como violador da da Federação, para permitir o intercâmbio de
intimidade do participante e a verificação da informações e a celeridade de procedimentos;
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
Normas correlatas
73
Lei no 12.529/2011
Estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência; dispõe sobre a prevenção e repressão às
infrações contra a ordem econômica; altera a Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, o Decreto-lei
no 3.689, de 3 de outubro de 1941 – Código de Processo Penal, e a Lei no 7.347, de 24 de julho de
1985; revoga dispositivos da Lei no 8.884, de 11 de junho de 1994, e a Lei no 9.781, de 19 de janeiro
de 1999; e dá outras providências.
sem direito a voto, das reuniões do Tribunal e lhe sejam atribuídas pelo regimento interno.
proferir sustentação oral, na forma do regimento Parágrafo único. Compete à Procuradoria
interno; Federal junto ao Cade, ao dar execução judi-
II – cumprir e fazer cumprir as decisões do cial às decisões da Superintendência-Geral e
Tribunal na forma determinada pelo seu Pre- do Tribunal, manter o Presidente do Tribunal,
sidente; os Conselheiros e o Superintendente-Geral 79
informados sobre o andamento das ações e aos Conselheiros do Tribunal, exceto quanto
medidas judiciais. ao comparecimento às sessões.
TÍTULO III – Do Ministério Público Federal Art. 24. São contribuintes da taxa processual
perante o CADE que tem como fato gerador a apresentação dos
atos previstos no art. 88 desta Lei qualquer das
Art. 20. O Procurador-Geral da República, requerentes.
ouvido o Conselho Superior, designará membro
do Ministério Público Federal para, nesta quali- Art. 25. O recolhimento da taxa processual que
dade, emitir parecer, nos processos administra- tem como fato gerador a apresentação dos atos
tivos para imposição de sanções administrativas previstos no art. 88 desta Lei deverá ser com-
por infrações à ordem econômica, de ofício ou provado no momento da protocolização do ato.
a requerimento do Conselheiro-Relator. § 1o A taxa processual não recolhida no
momento fixado no caput deste artigo será
cobrada com os seguintes acréscimos:
TÍTULO IV – Do Patrimônio, das Receitas I – juros de mora, contados do mês seguinte
e da Gestão Administrativa, Orçamentária e ao do vencimento, à razão de 1% (um por cento),
Financeira calculados na forma da legislação aplicável aos
tributos federais;
Art. 21. Compete ao Presidente do Tribunal II – multa de mora de 20% (vinte por cento).
orientar, coordenar e supervisionar as ativi- § 2o Os juros de mora não incidem sobre o
dades administrativas do Cade, respeitadas as valor da multa de mora.
atribuições dos dirigentes dos demais órgãos
Normas correlatas
forma regulamentada pelo Poder Executivo. abuso de direito, excesso de poder, infração da
lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos
Art. 29. O Cade submeterá anualmente ao ou contrato social.
Ministério da Justiça a sua proposta de orça- Parágrafo único. A desconsideração também
mento, que será encaminhada ao Ministério será efetivada quando houver falência, estado
do Planejamento, Orçamento e Gestão para de insolvência, encerramento ou inatividade
inclusão na lei orçamentária anual, a que se da pessoa jurídica provocados por má admi-
refere o § 5o do art. 165 da Constituição Federal. nistração.
§ 1o O Cade fará acompanhar as propostas
orçamentárias de quadro demonstrativo do Art. 35. A repressão das infrações da ordem
planejamento plurianual das receitas e despe- econômica não exclui a punição de outros ilí-
sas, visando ao seu equilíbrio orçamentário e citos previstos em lei.
financeiro nos 5 (cinco) exercícios subsequentes.
§ 2o A lei orçamentária anual consignará as
dotações para as despesas de custeio e capital do
82 Cade, relativas ao exercício a que ela se referir.
CAPÍTULO II – Das Infrações IV – criar dificuldades à constituição, ao fun-
cionamento ou ao desenvolvimento de empresa
Art. 36. Constituem infração da ordem econô- concorrente ou de fornecedor, adquirente ou
mica, independentemente de culpa, os atos sob financiador de bens ou serviços;
qualquer forma manifestados, que tenham por V – impedir o acesso de concorrente às fontes
objeto ou possam produzir os seguintes efeitos, de insumo, matérias-primas, equipamentos ou
ainda que não sejam alcançados: tecnologia, bem como aos canais de distribuição;
I – limitar, falsear ou de qualquer forma pre- VI – exigir ou conceder exclusividade para
judicar a livre concorrência ou a livre iniciativa; divulgação de publicidade nos meios de comu-
II – dominar mercado relevante de bens ou nicação de massa;
serviços; VII – utilizar meios enganosos para provocar
III – aumentar arbitrariamente os lucros; e a oscilação de preços de terceiros;
IV – exercer de forma abusiva posição domi- VIII – regular mercados de bens ou serviços,
nante. estabelecendo acordos para limitar ou controlar
§ 1o A conquista de mercado resultante de a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico, a
processo natural fundado na maior eficiência produção de bens ou prestação de serviços, ou
de agente econômico em relação a seus com- para dificultar investimentos destinados à pro-
petidores não caracteriza o ilícito previsto no dução de bens ou serviços ou à sua distribuição;
inciso II do caput deste artigo. IX – impor, no comércio de bens ou servi-
§ 2o Presume-se posição dominante sempre ços, a distribuidores, varejistas e representantes
que uma empresa ou grupo de empresas for preços de revenda, descontos, condições de
capaz de alterar unilateral ou coordenadamente pagamento, quantidades mínimas ou máximas,
as condições de mercado ou quando contro- margem de lucro ou quaisquer outras condições
lar 20% (vinte por cento) ou mais do mercado de comercialização relativos a negócios destes
relevante, podendo este percentual ser alterado com terceiros;
pelo Cade para setores específicos da economia. X – discriminar adquirentes ou fornecedores
§ 3o As seguintes condutas, além de outras, de bens ou serviços por meio da fixação diferen-
na medida em que configurem hipótese prevista ciada de preços, ou de condições operacionais
no caput deste artigo e seus incisos, caracterizam de venda ou prestação de serviços;
infração da ordem econômica: XI – recusar a venda de bens ou a prestação
I – acordar, combinar, manipular ou ajustar de serviços, dentro das condições de pagamento
com concorrente, sob qualquer forma: normais aos usos e costumes comerciais;
a) os preços de bens ou serviços ofertados XII – dificultar ou romper a continuidade
individualmente; ou desenvolvimento de relações comerciais
b) a produção ou a comercialização de uma de prazo indeterminado em razão de recusa
quantidade restrita ou limitada de bens ou a da outra parte em submeter-se a cláusulas e
prestação de um número, volume ou frequência condições comerciais injustificáveis ou anti-
restrita ou limitada de serviços; concorrenciais;
c) a divisão de partes ou segmentos de um XIII – destruir, inutilizar ou açambarcar
mercado atual ou potencial de bens ou serviços, matérias-primas, produtos intermediários ou
mediante, dentre outros, a distribuição de clien- acabados, assim como destruir, inutilizar ou difi-
tes, fornecedores, regiões ou períodos; cultar a operação de equipamentos destinados
d) preços, condições, vantagens ou abstenção a produzi-los, distribuí-los ou transportá-los;
em licitação pública; XIV – açambarcar ou impedir a exploração
Normas correlatas
critério do valor do faturamento bruto, a multa lamento de tributos federais por ele devidos
será entre R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) ou para que sejam cancelados, no todo ou em
e R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais); parte, incentivos fiscais ou subsídios públicos;
III – no caso de administrador, direta ou indi- V – a cisão de sociedade, transferência de
retamente responsável pela infração cometida, controle societário, venda de ativos ou cessação
quando comprovada a sua culpa ou dolo, multa parcial de atividade;
de 1% (um por cento) a 20% (vinte por cento) VI – a proibição de exercer o comércio em
daquela aplicada à empresa, no caso previsto nome próprio ou como representante de pessoa
no inciso I do caput deste artigo, ou às pessoas jurídica, pelo prazo de até 5 (cinco) anos; e
jurídicas ou entidades, nos casos previstos no VII – qualquer outro ato ou providência
inciso II do caput deste artigo. necessários para a eliminação dos efeitos nocivos
§ 1o Em caso de reincidência, as multas à ordem econômica.
cominadas serão aplicadas em dobro.
§ 2o No cálculo do valor da multa de que Art. 39. Pela continuidade de atos ou situações
trata o inciso I do caput deste artigo, o Cade que configurem infração da ordem econômica,
84 poderá considerar o faturamento total da após decisão do Tribunal determinando sua
cessação, bem como pelo não cumprimento de o inspecionado ao pagamento de multa de
obrigações de fazer ou não fazer impostas, ou R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a R$ 400.000,00
pelo descumprimento de medida preventiva (quatrocentos mil reais), conforme a situação
ou termo de compromisso de cessação previs- econômica do infrator, mediante a lavratura de
tos nesta Lei, o responsável fica sujeito a multa auto de infração pelo órgão competente.
diária fixada em valor de R$ 5.000,00 (cinco mil
reais), podendo ser aumentada em até 50 (cin- Art. 43. A enganosidade ou a falsidade de
quenta) vezes, se assim recomendar a situação informações, de documentos ou de declara-
econômica do infrator e a gravidade da infração. ções prestadas por qualquer pessoa ao Cade ou
à Secretaria de Acompanhamento Econômico
Art. 40. A recusa, omissão ou retardamento será punível com multa pecuniária no valor de
injustificado de informação ou documentos R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 5.000.000,00
solicitados pelo Cade ou pela Secretaria de (cinco milhões de reais), de acordo com a gra-
Acompanhamento Econômico constitui infra- vidade dos fatos e a situação econômica do
ção punível com multa diária de R$ 5.000,00 infrator, sem prejuízo das demais cominações
(cinco mil reais), podendo ser aumentada em legais cabíveis.
até 20 (vinte) vezes, se necessário para garantir
sua eficácia, em razão da situação econômica Art. 44. Aquele que prestar serviços ao Cade ou
do infrator. a Seae, a qualquer título, e que der causa, mesmo
§ 1o O montante fixado para a multa diária que por mera culpa, à disseminação indevida
de que trata o caput deste artigo constará do de informação acerca de empresa, coberta por
documento que contiver a requisição da auto- sigilo, será punível com multa pecuniária de
ridade competente. R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 20.000,00 (vinte
§ 2o Compete à autoridade requisitante a mil reais), sem prejuízo de abertura de outros
aplicação da multa prevista no caput deste artigo. procedimentos cabíveis.
§ 3o Tratando-se de empresa estrangeira, § 1o Se o autor da disseminação indevida
responde solidariamente pelo pagamento da estiver servindo o Cade em virtude de man-
multa de que trata o caput sua filial, sucursal, dato, ou na qualidade de Procurador Federal
escritório ou estabelecimento situado no País. ou Economista-Chefe, a multa será em dobro.
§ 2o O Regulamento definirá o procedi-
Art. 41. A falta injustificada do representado mento para que uma informação seja tida como
ou de terceiros, quando intimados para prestar sigilosa, no âmbito do Cade e da Seae.
esclarecimentos, no curso de inquérito ou pro-
cesso administrativo, sujeitará o faltante à multa Art. 45. Na aplicação das penas estabelecidas
de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 15.000,00 nesta Lei, levar-se-á em consideração:
(quinze mil reais) para cada falta, aplicada con- I – a gravidade da infração;
forme sua situação econômica. II – a boa-fé do infrator;
Parágrafo único. A multa a que se refere o III – a vantagem auferida ou pretendida pelo
caput deste artigo será aplicada mediante auto infrator;
de infração pela autoridade competente. IV – a consumação ou não da infração;
V – o grau de lesão, ou perigo de lesão, à
Art. 42. Impedir, obstruir ou de qualquer livre concorrência, à economia nacional, aos
outra forma dificultar a realização de inspe- consumidores, ou a terceiros;
ção autorizada pelo Plenário do Tribunal, pelo VI – os efeitos econômicos negativos pro-
Normas correlatas
85
CAPÍTULO IV – Da Prescrição 11 de setembro de 1990, poderão ingressar em
juízo para, em defesa de seus interesses indi-
Art. 46. Prescrevem em 5 (cinco) anos as ações viduais ou individuais homogêneos, obter a
punitivas da administração pública federal, cessação de práticas que constituam infração
direta e indireta, objetivando apurar infrações da da ordem econômica, bem como o recebimento
ordem econômica, contados da data da prática de indenização por perdas e danos sofridos,
do ilícito ou, no caso de infração permanente independentemente do inquérito ou processo
ou continuada, do dia em que tiver cessada a administrativo, que não será suspenso em vir-
prática do ilícito. tude do ajuizamento de ação.
§ 1o Interrompe a prescrição qualquer ato § 1o Os prejudicados terão direito a ressar-
administrativo ou judicial que tenha por objeto a cimento em dobro pelos prejuízos sofridos em
apuração da infração contra a ordem econômica razão de infrações à ordem econômica previstas
mencionada no caput deste artigo, bem como nos incisos I e II do § 3o do art. 36 desta Lei,
a notificação ou a intimação da investigada. sem prejuízo das sanções aplicadas nas esferas
§ 2o Suspende-se a prescrição durante a administrativa e penal.
vigência do compromisso de cessação ou do § 2o Não se aplica o disposto no § 1o deste
acordo em controle de concentrações. artigo aos coautores de infração à ordem econô-
§ 3o Incide a prescrição no procedimento mica que tenham celebrado acordo de leniência
administrativo paralisado por mais de 3 (três) ou termo de compromisso de cessação de prá-
anos, pendente de julgamento ou despacho, tica cujo cumprimento tenha sido declarado
cujos autos serão arquivados de ofício ou pelo Cade, os quais responderão somente pelos
mediante requerimento da parte interessada, prejuízos causados aos prejudicados.
sem prejuízo da apuração da responsabilidade § 3o Os signatários do acordo de leniência
funcional decorrente da paralisação, se for o e do termo de compromisso de cessação de
caso. prática são responsáveis apenas pelo dano que
§ 4o Quando o fato objeto da ação punitiva causaram aos prejudicados, não incidindo sobre
da administração também constituir crime, a eles responsabilidade solidária pelos danos cau-
prescrição reger-se-á pelo prazo previsto na sados pelos demais autores da infração à ordem
lei penal. econômica.
§ 4o Não se presume o repasse de sobrepreço
Art. 46-A. Quando a ação de indenização por nos casos das infrações à ordem econômica
perdas e danos originar-se do direito previsto previstas nos incisos I e II do § 3o do art. 36
no art. 47 desta Lei, não correrá a prescrição desta Lei, cabendo a prova ao réu que o alegar.
durante o curso do inquérito ou do processo
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
Art. 70. Na decisão que instaurar o processo Art. 73. Em até 5 (cinco) dias úteis da data
administrativo, será determinada a notificação de conclusão da instrução processual deter-
do representado para, no prazo de 30 (trinta) minada na forma do art. 72 desta Lei, a Supe-
dias, apresentar defesa e especificar as provas rintendência-Geral notificará o representado
que pretende sejam produzidas, declinando para apresentar novas alegações, no prazo de
a qualificação completa de até 3 (três) teste- 5 (cinco) dias úteis.
munhas.
§ 1o A notificação inicial conterá o inteiro Art. 74. Em até 15 (quinze) dias úteis con-
teor da decisão de instauração do processo tados do decurso do prazo previsto no art. 73
administrativo e da representação, se for o caso. desta Lei, a Superintendência-Geral remeterá
§ 2o A notificação inicial do representado os autos do processo ao Presidente do Tribunal,
será feita pelo correio, com aviso de recebi- opinando, em relatório circunstanciado, pelo seu
mento em nome próprio, ou outro meio que arquivamento ou pela configuração da infração.
assegure a certeza da ciência do interessado
ou, não tendo êxito a notificação postal, por Art. 75. Recebido o processo, o Presidente do
edital publicado no Diário Oficial da União Tribunal o distribuirá, por sorteio, ao Conselhei-
e em jornal de grande circulação no Estado ro-Relator, que poderá, caso entenda necessário,
em que resida ou tenha sede, contando-se os solicitar à Procuradoria Federal junto ao Cade
prazos da juntada do aviso de recebimento, ou que se manifeste no prazo de 20 (vinte) dias.
da publicação, conforme o caso.
§ 3o A intimação dos demais atos processuais Art. 76. O Conselheiro-Relator poderá deter-
será feita mediante publicação no Diário Oficial minar diligências, em despacho fundamentado,
da União, da qual deverá constar o nome do podendo, a seu critério, solicitar que a Superin-
representado e de seu procurador, se houver. tendência-Geral as realize, no prazo assinado.
§ 4o O representado poderá acompanhar o Parágrafo único. Após a conclusão das dili-
processo administrativo por seu titular e seus gências determinadas na forma deste artigo, o
diretores ou gerentes, ou por seu procurador, Conselheiro-Relator notificará o representado
Normas correlatas
assegurando-se-lhes amplo acesso aos autos para, no prazo de 15 (quinze) dias úteis, apre-
no Tribunal. sentar alegações finais.
§ 5o O prazo de 30 (trinta) dias mencionado
no caput deste artigo poderá ser dilatado por até Art. 77. No prazo de 15 (quinze) dias úteis
10 (dez) dias, improrrogáveis, mediante requi- contado da data de recebimento das alegações
sição do representado. 91
finais, o Conselheiro-Relator solicitará a inclu- CAPÍTULO V – Da Medida Preventiva
são do processo em pauta para julgamento.
Art. 84. Em qualquer fase do inquérito admi-
Art. 78. A convite do Presidente, por indica- nistrativo para apuração de infrações ou do
ção do Conselheiro-Relator, qualquer pessoa processo administrativo para imposição de san-
poderá apresentar esclarecimentos ao Tribunal, ções por infrações à ordem econômica, poderá
a propósito de assuntos que estejam em pauta. o Conselheiro-Relator ou o Superintendente-
-Geral, por iniciativa própria ou mediante pro-
Art. 79. A decisão do Tribunal, que em qual- vocação do Procurador-Chefe do Cade, adotar
quer hipótese será fundamentada, quando for medida preventiva, quando houver indício ou
pela existência de infração da ordem econômica, fundado receio de que o representado, direta ou
conterá: indiretamente, cause ou possa causar ao mer-
I – especificação dos fatos que constituam a cado lesão irreparável ou de difícil reparação,
infração apurada e a indicação das providên- ou torne ineficaz o resultado final do processo.
cias a serem tomadas pelos responsáveis para § 1o Na medida preventiva, determinar-se-á
fazê-la cessar; a imediata cessação da prática e será ordenada,
II – prazo dentro do qual devam ser iniciadas quando materialmente possível, a reversão à
e concluídas as providências referidas no inciso situação anterior, fixando multa diária nos ter-
I do caput deste artigo; mos do art. 39 desta Lei.
III – multa estipulada; § 2o Da decisão que adotar medida preven-
IV – multa diária em caso de continuidade tiva caberá recurso voluntário ao Plenário do
da infração; e Tribunal, em 5 (cinco) dias, sem efeito suspen-
V – multa em caso de descumprimento das sivo.
providências estipuladas.
Parágrafo único. A decisão do Tribunal será
publicada dentro de 5 (cinco) dias úteis no Diá- CAPÍTULO VI – Do Compromisso de
rio Oficial da União. Cessação
Art. 80. Aplicam-se às decisões do Tribunal o Art. 85. Nos procedimentos administrativos
disposto na Lei no 8.437, de 30 de junho de 1992. mencionados nos incisos I, II e III do art. 48
desta Lei, o Cade poderá tomar do representado
Art. 81. Descumprida a decisão, no todo ou compromisso de cessação da prática sob inves-
em parte, será o fato comunicado ao Presidente tigação ou dos seus efeitos lesivos, sempre que,
do Tribunal, que determinará à Procuradoria em juízo de conveniência e oportunidade, devi-
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
Federal junto ao Cade que providencie sua exe- damente fundamentado, entender que atende
cução judicial. aos interesses protegidos por lei.
§ 1o Do termo de compromisso deverão
Art. 82. O descumprimento dos prazos fixados constar os seguintes elementos:
neste Capítulo pelos membros do Cade, assim I – a especificação das obrigações do repre-
como por seus servidores, sem justificativa devi- sentado no sentido de não praticar a conduta
damente comprovada nos autos, poderá resultar investigada ou seus efeitos lesivos, bem como
na apuração da respectiva responsabilidade obrigações que julgar cabíveis;
administrativa, civil e criminal. II – a fixação do valor da multa para o caso
de descumprimento, total ou parcial, das obri-
Art. 83. O Cade disporá de forma complemen- gações compromissadas;
tar sobre o inquérito e o processo administrativo. III – a fixação do valor da contribuição pecu-
niária ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos
quando cabível.
§ 2o Tratando-se da investigação da prá-
92 tica de infração relacionada ou decorrente das
condutas previstas nos incisos I e II do § 3o § 14. O Cade definirá, em resolução, normas
do art. 36 desta Lei, entre as obrigações a que complementares sobre o termo de compromisso
se refere o inciso I do § 1o deste artigo figu- de cessação.
rará, necessariamente, a obrigação de recolher § 15. Aplica-se o disposto no art. 50 desta
ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos um Lei ao Compromisso de Cessação da Prática.
valor pecuniário que não poderá ser inferior ao § 16. (Vetado)
mínimo previsto no art. 37 desta Lei.
§ 3o (Vetado)
§ 4o A proposta de termo de compromisso CAPÍTULO VII – Do Programa de
de cessação de prática somente poderá ser apre- Leniência
sentada uma única vez.
§ 5o A proposta de termo de compromisso Art. 86. O Cade, por intermédio da Superin-
de cessação de prática poderá ter caráter con- tendência-Geral, poderá celebrar acordo de
fidencial. leniência, com a extinção da ação punitiva da
§ 6o A apresentação de proposta de termo administração pública ou a redução de 1 (um)
de compromisso de cessação de prática não sus- a 2/3 (dois terços) da penalidade aplicável, nos
pende o andamento do processo administrativo. termos deste artigo, com pessoas físicas e jurí-
§ 7o O termo de compromisso de cessação de dicas que forem autoras de infração à ordem
prática terá caráter público, devendo o acordo econômica, desde que colaborem efetivamente
ser publicado no sítio do Cade em 5 (cinco) com as investigações e o processo administrativo
dias após a sua celebração. e que dessa colaboração resulte:
§ 8o O termo de compromisso de cessação de I – a identificação dos demais envolvidos
prática constitui título executivo extrajudicial. na infração; e
§ 9o O processo administrativo ficará sus- II – a obtenção de informações e documentos
penso enquanto estiver sendo cumprido o que comprovem a infração noticiada ou sob
compromisso e será arquivado ao término do investigação.
prazo fixado, se atendidas todas as condições § 1o O acordo de que trata o caput deste
estabelecidas no termo. artigo somente poderá ser celebrado se preen-
§ 10. A suspensão do processo administra- chidos, cumulativamente, os seguintes requi-
tivo a que se refere o § 9o deste artigo dar-se-á sitos:
somente em relação ao representado que firmou I – a empresa seja a primeira a se qualifi-
o compromisso, seguindo o processo seu curso car com respeito à infração noticiada ou sob
regular para os demais representados. investigação;
§ 11. Declarado o descumprimento do II – a empresa cesse completamente seu
compromisso, o Cade aplicará as sanções nele envolvimento na infração noticiada ou sob
previstas e determinará o prosseguimento do investigação a partir da data de propositura
processo administrativo e as demais medidas do acordo;
administrativas e judiciais cabíveis para sua III – a Superintendência-Geral não disponha
execução. de provas suficientes para assegurar a conde-
§ 12. As condições do termo de compro- nação da empresa ou pessoa física por ocasião
misso poderão ser alteradas pelo Cade se se da propositura do acordo; e
comprovar sua excessiva onerosidade para o IV – a empresa confesse sua participação no
representado, desde que a alteração não acarrete ilícito e coopere plena e permanentemente com
prejuízo para terceiros ou para a coletividade. as investigações e o processo administrativo,
Normas correlatas
§ 13. A proposta de celebração do compro- comparecendo, sob suas expensas, sempre que
misso de cessação de prática será indeferida solicitada, a todos os atos processuais, até seu
quando a autoridade não chegar a um acordo encerramento.
com os representados quanto aos seus termos. § 2o Com relação às pessoas físicas, elas
poderão celebrar acordos de leniência desde
93
que cumpridos os requisitos II, III e IV do § 1o § 9o Considera-se sigilosa a proposta de
deste artigo. acordo de que trata este artigo, salvo no interesse
§ 3o O acordo de leniência firmado com das investigações e do processo administrativo.
o Cade, por intermédio da Superintendên- § 10. Não importará em confissão quanto
cia-Geral, estipulará as condições necessárias à matéria de fato, nem reconhecimento de
para assegurar a efetividade da colaboração e ilicitude da conduta analisada, a proposta de
o resultado útil do processo. acordo de leniência rejeitada, da qual não se
§ 4o Compete ao Tribunal, por ocasião do fará qualquer divulgação.
julgamento do processo administrativo, verifi- § 11. A aplicação do disposto neste artigo
cado o cumprimento do acordo: observará as normas a serem editadas pelo
I – decretar a extinção da ação punitiva da Tribunal.
administração pública em favor do infrator, nas § 12. Em caso de descumprimento do acordo
hipóteses em que a proposta de acordo tiver sido de leniência, o beneficiário ficará impedido de
apresentada à Superintendência-Geral sem que celebrar novo acordo de leniência pelo prazo de
essa tivesse conhecimento prévio da infração 3 (três) anos, contado da data de seu julgamento.
noticiada; ou
II – nas demais hipóteses, reduzir de 1 (um) a Art. 87. Nos crimes contra a ordem econômica,
2/3 (dois terços) as penas aplicáveis, observado tipificados na Lei no 8.137, de 27 de dezembro de
o disposto no art. 45 desta Lei, devendo ainda 1990, e nos demais crimes diretamente relacio-
considerar na gradação da pena a efetividade nados à prática de cartel, tais como os tipificados
da colaboração prestada e a boa-fé do infrator na Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, e os
no cumprimento do acordo de leniência. tipificados no art. 288 do Decreto-lei no 2.848,
§ 5o Na hipótese do inciso II do § 4o deste de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, a
artigo, a pena sobre a qual incidirá o fator celebração de acordo de leniência, nos termos
redutor não será superior à menor das penas desta Lei, determina a suspensão do curso do
aplicadas aos demais coautores da infração, prazo prescricional e impede o oferecimento
relativamente aos percentuais fixados para a da denúncia com relação ao agente beneficiário
aplicação das multas de que trata o inciso I do da leniência.
art. 37 desta Lei. Parágrafo único. Cumprido o acordo de
§ 6o Serão estendidos às empresas do mesmo leniência pelo agente, extingue-se automatica-
grupo, de fato ou de direito, e aos seus dirigen- mente a punibilidade dos crimes a que se refere
tes, administradores e empregados envolvidos o caput deste artigo.
na infração os efeitos do acordo de leniência,
desde que o firmem em conjunto, respeitadas
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
TÍTULO VIII – Da Execução Judicial das derá a incidência de juros de mora e atualização
Decisões do CADE monetária, podendo o Cade, na hipótese do
CAPÍTULO I – Do Processo § 2o deste artigo, promover a execução para
cobrança da diferença entre o valor revertido ao
Art. 93. A decisão do Plenário do Tribunal, Fundo de Defesa de Direitos Difusos e o valor
cominando multa ou impondo obrigação de da multa atualizado, com os acréscimos legais,
fazer ou não fazer, constitui título executivo como se sua exigibilidade do crédito jamais
extrajudicial. tivesse sido suspensa.
§ 4o (Revogado)
Art. 94. A execução que tenha por objeto
exclusivamente a cobrança de multa pecuniá- Art. 99. Em razão da gravidade da infração da
ria será feita de acordo com o disposto na Lei ordem econômica, e havendo fundado receio
no 6.830, de 22 de setembro de 1980. de dano irreparável ou de difícil reparação,
ainda que tenha havido o depósito das multas
Art. 95. Na execução que tenha por objeto, e prestação de caução, poderá o Juiz determinar
96 além da cobrança de multa, o cumprimento de
a adoção imediata, no todo ou em parte, das § 1o Aplica-se ao interventor, no que couber,
providências contidas no título executivo. o disposto nos arts. 153 a 159 da Lei no 6.404,
de 15 de dezembro de 1976.
Art. 100. No cálculo do valor da multa diária § 2o A remuneração do interventor será
pela continuidade da infração, tomar-se-á como arbitrada pelo Juiz, que poderá substituí-lo a
termo inicial a data final fixada pelo Cade para qualquer tempo, sendo obrigatória a substi-
a adoção voluntária das providências contidas tuição quando incorrer em insolvência civil,
em sua decisão, e como termo final o dia do seu quando for sujeito passivo ou ativo de qualquer
efetivo cumprimento. forma de corrupção ou prevaricação, ou infrin-
gir quaisquer de seus deveres.
Art. 101. O processo de execução em juízo
das decisões do Cade terá preferência sobre as Art. 107. O juiz poderá afastar de suas funções
demais espécies de ação, exceto habeas corpus os responsáveis pela administração da empresa
e mandado de segurança. que, comprovadamente, obstarem o cumpri-
mento de atos de competência do interventor,
devendo eventual substituição dar-se na forma
CAPÍTULO II – Da Intervenção Judicial estabelecida no contrato social da empresa.
§ 1o Se, apesar das providências previstas
Art. 102. O Juiz decretará a intervenção na no caput deste artigo, um ou mais responsáveis
empresa quando necessária para permitir a pela administração da empresa persistirem em
execução específica, nomeando o interventor. obstar a ação do interventor, o juiz procederá na
Parágrafo único. A decisão que determinar a forma do disposto no § 2o deste artigo.
intervenção deverá ser fundamentada e indicará, § 2o Se a maioria dos responsáveis pela admi-
clara e precisamente, as providências a serem nistração da empresa recusar colaboração ao
tomadas pelo interventor nomeado. interventor, o juiz determinará que este assuma
a administração total da empresa.
Art. 103. Se, dentro de 48 (quarenta e oito)
horas, o executado impugnar o interventor por Art. 108. Compete ao interventor:
motivo de inaptidão ou inidoneidade, feita a I – praticar ou ordenar que sejam praticados
prova da alegação em 3 (três) dias, o juiz decidirá os atos necessários à execução;
em igual prazo. II – denunciar ao Juiz quaisquer irregularida-
des praticadas pelos responsáveis pela empresa
Art. 104. Sendo a impugnação julgada pro- e das quais venha a ter conhecimento; e
cedente, o juiz nomeará novo interventor no III – apresentar ao Juiz relatório mensal de
prazo de 5 (cinco) dias. suas atividades.
Art. 105. A intervenção poderá ser revogada Art. 109. As despesas resultantes da interven-
antes do prazo estabelecido, desde que com- ção correrão por conta do executado contra
provado o cumprimento integral da obrigação quem ela tiver sido decretada.
que a determinou.
Art. 110. Decorrido o prazo da intervenção,
Art. 106. A intervenção judicial deverá restrin- o interventor apresentará ao juiz relatório cir-
gir-se aos atos necessários ao cumprimento da cunstanciado de sua gestão, propondo a extinção
decisão judicial que a determinar e terá duração e o arquivamento do processo ou pedindo a
Normas correlatas
máxima de 180 (cento e oitenta) dias, ficando o prorrogação do prazo na hipótese de não ter
interventor responsável por suas ações e omis- sido possível cumprir integralmente a decisão
sões, especialmente em caso de abuso de poder exequenda.
e desvio de finalidade.
Art. 111. Todo aquele que se opuser ou obsta-
culizar a intervenção ou, cessada esta, praticar 97
quaisquer atos que direta ou indiretamente nesta Lei as disposições das Leis nos 5.869, de
anulem seus efeitos, no todo ou em parte, ou 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo
desobedecer a ordens legais do interventor será, Civil, 7.347, de 24 de julho de 1985, 8.078, de 11
conforme o caso, responsabilizado criminal- de setembro de 1990, e 9.784, de 29 de janeiro
mente por resistência, desobediência ou coação de 1999.
no curso do processo, na forma dos arts. 329, 330
e 344 do Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro Art. 116. O art. 4o da Lei no 8.137, de 27
de 1940 – Código Penal. de dezembro de 1990, passa a vigorar com a
seguinte redação:
�������������������������������������������������������������������������������
TÍTULO IX – Disposições Finais e
Transitórias Art. 117. O caput e o inciso V do art. 1o da
Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, passam a
Art. 112. (Vetado) vigorar com a seguinte redação:
�������������������������������������������������������������������������������
Art. 113. Visando a implementar a transição
para o sistema de mandatos não coincidentes, Art. 118. Nos processos judiciais em que se
as nomeações dos Conselheiros observarão os discuta a aplicação desta Lei, o Cade deverá ser
seguintes critérios de duração dos mandatos, intimado para, querendo, intervir no feito na
nessa ordem: qualidade de assistente.
I – 2 (dois) anos para os primeiros 2 (dois)
mandatos vagos; e Art. 119. O disposto nesta Lei não se aplica aos
II – 3 (três) anos para o terceiro e o quarto casos de dumping e subsídios de que tratam os
mandatos vagos. Acordos Relativos à Implementação do Artigo
§ 1o Os mandatos dos membros do Cade e VI do Acordo Geral sobre Tarifas Aduanei-
do Procurador-Chefe em vigor na data de pro- ras e Comércio, promulgados pelos Decretos
mulgação desta Lei serão mantidos e exercidos nos 93.941 e 93.962, de 16 e 22 de janeiro de
até o seu término original, devendo as nomea- 1987, respectivamente.
ções subsequentes à extinção desses mandatos
observar o disposto neste artigo. Art. 120. (Vetado)
§ 2o Na hipótese do § 1o deste artigo, o Con-
selheiro que estiver exercendo o seu primeiro Art. 121. Ficam criados, para exercício na
mandato no Cade, após o término de seu man- Secretaria de Acompanhamento Econômico
dato original, poderá ser novamente nomeado e, prioritariamente, no Cade, observadas as
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
Art. 122. Os órgãos do SBDC poderão requisi- Art. 125. O Poder Executivo disporá sobre a
tar servidores da administração pública federal estrutura regimental do Cade, sobre as compe-
direta, autárquica ou fundacional para neles ter tências e atribuições, denominação das unidades
exercício, independentemente do exercício de e especificações dos cargos, promovendo a alo-
cargo em comissão ou função de confiança. cação, nas unidades internas da autarquia, dos
Parágrafo único. Ao servidor requisitado cargos em comissão e das funções gratificadas.
na forma deste artigo são assegurados todos os
direitos e vantagens a que façam jus no órgão ou Art. 126. Ficam extintos, no âmbito do Poder
entidade de origem, considerando-se o período Executivo Federal, os seguintes cargos em
de requisição para todos os efeitos da vida fun- comissão do Grupo-Direção e Assessoramento
cional, como efetivo exercício no cargo que Superiores – DAS e Funções Gratificadas – FG:
ocupe no órgão ou entidade de origem. 3 (três) DAS‑5, 2 (duas) FG‑1 e 16 (dezesseis)
FG‑3.
Art. 123. Ato do Ministro de Estado do Pla-
nejamento, Orçamento e Gestão fixará o quan- Art. 127. Ficam revogados a Lei no 9.781, de 19
titativo ideal de cargos efetivos, ocupados, a de janeiro de 1999, os arts. 5o e 6o da Lei no 8.137,
serem mantidos, mediante lotação, requisição de 27 de dezembro de 1990, e os arts. 1o a 85 e
ou exercício, no âmbito do Cade e da Secretaria 88 a 93 da Lei no 8.884, de 11 de junho de 1994.
de Acompanhamento Econômico, bem como
fixará cronograma para que sejam atingidos Art. 128. Esta Lei entra em vigor após decorri-
os seus quantitativos, observadas as dotações dos 180 (cento e oitenta) dias de sua publicação
consignadas nos Orçamentos da União. oficial.
Art. 124. Ficam criados, no âmbito do Poder Brasília, 30 de novembro de 2011; 190o da Inde-
Executivo Federal, para alocação ao Cade, os pendência e 123o da República.
seguintes cargos em comissão do Grupo-Di-
reção e Assessoramento Superiores – DAS: 2 DILMA ROUSSEFF
(dois) cargos de natureza especial NES de Pre-
sidente do Cade e Superintendente-Geral do Promulgada em 30/11/2011, publicada no DOU de
Cade, 7 (sete) DAS‑6, 16 (dezesseis) DAS‑4, 1o/12/2011 e retificada no DOU de 2/12/2011.
Normas correlatas
99
Lei no 12.414/2011
Disciplina a formação e consulta a bancos de dados com informações de adimplemento, de pessoas
naturais ou de pessoas jurídicas, para formação de histórico de crédito.
esses direitos foram infringidos; e deste artigo deve ser objeto de verificação, na
VI – confirmação de cancelamento do cadas- forma de regulamentação a ser expedida pelo
tro. Poder Executivo.
§ 1o É vedado aos gestores de bancos de
dados estabelecerem políticas ou realizarem Art. 8o São obrigações das fontes:
operações que impeçam, limitem ou dificultem I – (Revogado);
o acesso do cadastrado previsto no inciso II II – (Revogado);
do art. 5o. III – verificar e confirmar, ou corrigir, em
§ 2o O prazo para atendimento das informa- prazo não superior a 2 (dois) dias úteis, infor-
ções de que tratam os incisos II, III, IV e V do mação impugnada, sempre que solicitado por
caput deste artigo será de 10 (dez) dias. gestor de banco de dados ou diretamente pelo
cadastrado;
Art. 7o As informações disponibilizadas nos IV – atualizar e corrigir informações envia-
bancos de dados somente poderão ser utili- das aos gestores, em prazo não superior a 10
zadas para: (dez) dias;
102
V – manter os registros adequados para de concessão de crédito somente aos gestores
verificar informações enviadas aos gestores de registrados no Banco Central do Brasil.
bancos de dados; e § 1o (Revogado)
VI – fornecer informações sobre o cadas- § 2o (Revogado)
trado, em bases não discriminatórias, a todos os § 3o O Conselho Monetário Nacional ado-
gestores de bancos de dados que as solicitarem, tará as medidas e normas complementares
no mesmo formato e contendo as mesmas infor- necessárias para a aplicação do disposto neste
mações fornecidas a outros bancos de dados. artigo.
Parágrafo único. É vedado às fontes estabele- § 4o O compartilhamento de que trata o
cer políticas ou realizar operações que impeçam, inciso III do caput do art. 4o desta Lei, quando
limitem ou dificultem a transmissão a banco de referente a informações provenientes de institui-
dados de informações de cadastrados. ções autorizadas a funcionar pelo Banco Central
do Brasil, deverá ocorrer apenas entre gestores
Art. 9o O compartilhamento de informações registrados na forma deste artigo.
de adimplemento entre gestores é permitido na § 5o As infrações à regulamentação de que
forma do inciso III do caput do art. 4o desta Lei. trata o § 3o deste artigo sujeitam o gestor ao
§ 1o O gestor que receber informação por cancelamento do seu registro no Banco Central
meio de compartilhamento equipara-se, para do Brasil, assegurado o devido processo legal, na
todos os efeitos desta Lei, ao gestor que anotou forma da Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
originariamente a informação, inclusive quanto § 6o O órgão administrativo competente
à responsabilidade por eventuais prejuízos a poderá requerer aos gestores, na forma e no
que der causa e ao dever de receber e proces- prazo que estabelecer, as informações neces-
sar impugnações ou cancelamentos e realizar sárias para o desempenho das atribuições de
retificações. que trata este artigo.
§ 2o O gestor originário é responsável por § 7o Os gestores não se sujeitam à legislação
manter atualizadas as informações cadastrais aplicável às instituições financeiras e às demais
nos demais bancos de dados com os quais com- instituições autorizadas a funcionar pelo Banco
partilhou informações, sem nenhum ônus para Central do Brasil, inclusive quanto às disposi-
o cadastrado. ções sobre processo administrativo sancionador,
§ 3o (Revogado) regime de administração especial temporária,
§ 4o O gestor deverá assegurar, sob pena de intervenção e liquidação extrajudicial.
responsabilidade, a identificação da pessoa que § 8o O disposto neste artigo não afasta a
promover qualquer inscrição ou atualização de aplicação pelos órgãos integrantes do Sistema
dados relacionados com o cadastrado, regis- Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC),
trando a data desta ocorrência, bem como a na forma do art. 17 desta Lei, das penalidades
identificação exata da fonte, do nome do agente cabíveis por violação das normas de proteção
que a efetuou e do equipamento ou terminal do consumidor.
a partir do qual foi processada tal ocorrência.
Art. 13. O Poder Executivo regulamentará o
Art. 10. É proibido ao gestor exigir exclusivi- disposto nesta Lei, em especial quanto:
dade das fontes de informações. I – ao uso, à guarda, ao escopo e ao com-
partilhamento das informações recebidas por
Art. 11. (Revogado) bancos de dados;
II – aos procedimentos aplicáveis aos gestores
Normas correlatas
104
Lei no 12.291/2010
Torna obrigatória a manutenção de exemplar do Código de Defesa do Consumidor nos estabelecimentos
comerciais e de prestação de serviços.
Art. 1o São os estabelecimentos comerciais e Art. 3o Esta Lei entra em vigor na data de sua
de prestação de serviços obrigados a manter, em publicação.
local visível e de fácil acesso ao público, 1 (um)
exemplar do Código de Defesa do Consumidor. Brasília, 20 de julho de 2010; 189o da Indepen-
dência e 122o da República.
Art. 2o O não cumprimento do disposto nesta
Lei implicará as seguintes penalidades, a serem LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
aplicadas aos infratores pela autoridade admi-
nistrativa no âmbito de sua atribuição: Promulgada em 20/7/2010 e publicada no DOU de
21/7/2010.
Normas correlatas
105
Lei no 10.962/2004
Dispõe sobre a oferta e as formas de afixação de preços de produtos e serviços para o consumidor.
Normas correlatas
107
Lei no 9.870/1999
Dispõe sobre o valor total das anuidades escolares e dá outras providências.
rado na forma dos parágrafos precedentes terá atribuições, comprovação documental refe-
vigência por um ano e será dividido em doze ou rente a qualquer cláusula contratual, exceto
seis parcelas mensais iguais, facultada a apre- dos estabelecimentos de ensino que tenham
sentação de planos de pagamento alternativos, firmado acordo com alunos, pais de alunos ou
desde que não excedam ao valor total anual associações de pais e alunos, devidamente lega-
ou semestral apurado na forma dos parágrafos lizadas, bem como quando o valor arbitrado for
anteriores. decorrente da decisão do mediador.
§ 6o Será nula, não produzindo qualquer Parágrafo único. Quando a documentação
efeito, cláusula contratual de revisão ou rea- apresentada pelo estabelecimento de ensino não
justamento do valor das parcelas da anuidade corresponder às condições desta Lei, o órgão
ou semestralidade escolar em prazo inferior a de que trata este artigo poderá tomar, dos inte-
ressados, termo de compromisso, na forma da
1
Nota do Editor (NE): nos dispositivos que alteram legislação vigente.
normas, suprimiram-se as alterações determinadas
uma vez que já foram incorporadas às normas às Art. 5o Os alunos já matriculados, salvo quando
108 quais se destinam. inadimplentes, terão direito à renovação das
matrículas, observado o calendário escolar da no inciso V do art. 53 do Estatuto da Criança
instituição, o regimento da escola ou cláusula e do Adolescente.
contratual.
Art. 7o São legitimados à propositura das ações
Art. 6 São proibidas a suspensão de provas
o
previstas na Lei no 8.078, de 1990, para a defesa
escolares, a retenção de documentos escolares dos direitos assegurados por esta Lei e pela legis-
ou a aplicação de quaisquer outras penalidades lação vigente, as associações de alunos, de pais
pedagógicas por motivo de inadimplemento, de alunos e responsáveis, sendo indispensável,
sujeitando-se o contratante, no que couber, às em qualquer caso, o apoio de, pelo menos, vinte
sanções legais e administrativas, compatíveis por cento dos pais de alunos do estabelecimento
com o Código de Defesa do Consumidor, e de ensino ou dos alunos, no caso de ensino
com os arts. 177 e 1.092 do Código Civil Bra- superior.
sileiro, caso a inadimplência perdure por mais
de noventa dias. Art. 8o O art. 39 da Lei no 8.078, de 1990, passa
§ 1o O desligamento do aluno por inadim- a vigorar acrescido do seguinte inciso:
plência somente poderá ocorrer ao final do �������������������������������������������������������������������������������
ano letivo ou, no ensino superior, ao final do
semestre letivo quando a instituição adotar o Art. 9o A Lei no 9.131, de 24 de novembro de
regime didático semestral. 1995, passa a vigorar acrescida dos seguintes
§ 2o Os estabelecimentos de ensino funda- artigos:
mental, médio e superior deverão expedir, a �������������������������������������������������������������������������������
qualquer tempo, os documentos de transferên-
cia de seus alunos, independentemente de sua Art. 10. Continuam a produzir efeitos os atos
adimplência ou da adoção de procedimentos praticados com base na Medida Provisória
legais de cobranças judiciais. no 1.890‑66, de 24 de setembro de 1999, e nas
§ 3o São asseguradas em estabelecimentos suas antecessoras.
públicos de ensino fundamental e médio as
matrículas dos alunos, cujos contratos, cele- Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de
brados por seus pais ou responsáveis para a sua publicação.
prestação de serviços educacionais, tenham sido
suspensos em virtude de inadimplemento, nos Art. 12. Revogam-se a Lei no 8.170, de 17 de
termos do caput deste artigo. janeiro de 1991; o art. 14 da Lei no 8.178, de
§ 4o Na hipótese de os alunos a que se refere 1o de março de 1991; e a Lei no 8.747, de 9 de
o § 2o, ou seus pais ou responsáveis, não terem dezembro de 1993.
providenciado a sua imediata matrícula em
outro estabelecimento de sua livre escolha, as Brasília, 23 de novembro de 1999; 178o da Inde-
Secretarias de Educação estaduais e municipais pendência e 111o da República.
deverão providenciá-la em estabelecimento de
ensino da rede pública, em curso e série corres- FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
pondentes aos cursados na escola de origem, de
forma a garantir a continuidade de seus estudos Promulgada em 23/11/1999 e publicada no DOU de
no mesmo período letivo e a respeitar o disposto 24/11/1999 – Edição extra.
Normas correlatas
109
Lei no 9.656/1998
Dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde.
por conta e ordem do consumidor; tuídas sob as leis brasileiras para operar planos
II – Operadora de Plano de Assistência à privados de assistência à saúde.
Saúde: pessoa jurídica constituída sob a moda- § 4o É vedada às pessoas físicas a operação
lidade de sociedade civil ou comercial, coope- dos produtos de que tratam o inciso I e o § 1o
rativa, ou entidade de autogestão, que opere deste artigo.
produto, serviço ou contrato de que trata o
inciso I deste artigo; Arts. 2o a 7o (Revogados)
III – Carteira: o conjunto de contratos de
cobertura de custos assistenciais ou de serviços Art. 8o Para obter a autorização de funciona-
de assistência à saúde em qualquer das moda- mento, as operadoras de planos privados de
lidades de que tratam o inciso I e o § 1o deste assistência à saúde devem satisfazer os seguintes
artigo, com todos os direitos e obrigações nele requisitos, independentemente de outros que
contidos. venham a ser determinados pela ANS:
§ 1o Está subordinada às normas e à fiscaliza- I – registro nos Conselhos Regionais de
ção da Agência Nacional de Saúde Suplementar Medicina e Odontologia, conforme o caso,
110 – ANS qualquer modalidade de produto, serviço
em cumprimento ao disposto no art. 1o da Lei credenciados ou referenciados, na forma e nos
no 6.839, de 30 de outubro de 1980; prazos a serem definidos pela ANS.
II – descrição pormenorizada dos serviços
de saúde próprios oferecidos e daqueles a serem Art. 9o Após decorridos cento e vinte dias de
prestados por terceiros; vigência desta Lei, para as operadoras, e duzen-
III – descrição de suas instalações e equi- tos e quarenta dias, para as administradoras de
pamentos destinados a prestação de serviços; planos de assistência à saúde, e até que sejam
IV – especificação dos recursos humanos definidas pela ANS, as normas gerais de registro,
qualificados e habilitados, com responsabili- as pessoas jurídicas que operam os produtos de
dade técnica de acordo com as leis que regem que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei,
a matéria; e observado o que dispõe o art. 19, só poderão
V – demonstração da capacidade de atendi- comercializar estes produtos se:
mento em razão dos serviços a serem prestados; I – as operadoras e administradoras estiverem
VI – demonstração da viabilidade econômi- provisoriamente cadastradas na ANS; e
co-financeira dos planos privados de assistência II – os produtos a serem comercializados
à saúde oferecidos, respeitadas as peculiarida- estiverem registrados na ANS.
des operacionais de cada uma das respectivas § 1o O descumprimento das formalida-
operadoras; des previstas neste artigo, além de configurar
VII – especificação da área geográfica coberta infração, constitui agravante na aplicação de
pelo plano privado de assistência à saúde. penalidades por infração das demais normas
§ 1o São dispensadas do cumprimento das previstas nesta Lei.
condições estabelecidas nos incisos VI e VII § 2o A ANS poderá solicitar informações,
deste artigo as entidades ou empresas que man- determinar alterações e promover a suspensão
têm sistemas de assistência privada à saúde na do todo ou de parte das condições dos planos
modalidade de autogestão, citadas no § 2o do apresentados.
art. 1o. § 3o A autorização de comercialização será
§ 2o A autorização de funcionamento será cancelada caso a operadora não comercialize os
cancelada caso a operadora não comercialize planos ou os produtos de que tratam o inciso I
os produtos de que tratam o inciso I e o § 1o e o § 1o do art. 1o desta Lei, no prazo máximo
do art. 1o desta Lei, no prazo máximo de cento de cento e oitenta dias a contar do seu registro
e oitenta dias a contar do seu registro na ANS. na ANS.
§ 3o As operadoras privadas de assistência à § 4o A ANS poderá determinar a suspen-
saúde poderão voluntariamente requerer auto- são temporária da comercialização de plano
rização para encerramento de suas atividades, ou produto caso identifique qualquer irregu-
observando os seguintes requisitos, indepen- laridade contratual, econômico-financeira ou
dentemente de outros que venham a ser deter- assistencial.
minados pela ANS:
a) comprovação da transferência da carteira Art. 10. É instituído o plano-referência de
sem prejuízo para o consumidor, ou a inexistên- assistência à saúde, com cobertura assistencial
cia de beneficiários sob sua responsabilidade; médico-ambulatorial e hospitalar, compreen-
b) garantia da continuidade da prestação dendo partos e tratamentos, realizados exclusi-
de serviços dos beneficiários internados ou em vamente no Brasil, com padrão de enfermaria,
tratamento; centro de terapia intensiva, ou similar, quando
c) comprovação da quitação de suas obriga- necessária a internação hospitalar, das doenças
Normas correlatas
ciências da saúde, baseada em evidências cien- Saúde Suplementar à qual compete assessorar
tíficas e plano terapêutico; ou a ANS nas atribuições de que trata o § 4o do
II – existam recomendações pela Comissão art. 10 desta Lei.
Nacional de Incorporação de Tecnologias no § 1 o O funcionamento e a composi-
Sistema Único de Saúde (Conitec), ou exista ção da Comissão de Atualização do Rol de
recomendação de, no mínimo, 1 (um) órgão 113
Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar Art. 11. É vedada a exclusão de cobertura às
serão estabelecidos em regulamento. doenças e lesões preexistentes à data de contra-
§ 2o A Comissão de Atualização do Rol de tação dos produtos de que tratam o inciso I e o
Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar § 1o do art. 1o desta Lei após vinte e quatro meses
terá composição e regimento definidos em regu- de vigência do aludido instrumento contratual,
lamento, com a participação nos processos de: cabendo à respectiva operadora o ônus da prova
I – 1 (um) representante indicado pelo Con- e da demonstração do conhecimento prévio do
selho Federal de Medicina; consumidor ou beneficiário.
II – 1 (um) representante da sociedade de Parágrafo único. É vedada a suspensão da
especialidade médica, conforme a área tera- assistência à saúde do consumidor ou benefi-
pêutica ou o uso da tecnologia a ser analisada, ciário, titular ou dependente, até a prova de que
indicado pela Associação Médica Brasileira; trata o caput, na forma da regulamentação a ser
III – 1 (um) representante de entidade repre- editada pela ANS.
sentativa de consumidores de planos de saúde;
IV – 1 (um) representante de entidade repre- Art. 12. São facultadas a oferta, a contratação
sentativa dos prestadores de serviços na saúde e a vigência dos produtos de que tratam o inciso
suplementar; I e o § 1o do art. 1o desta Lei, nas segmentações
V – 1 (um) representante de entidade repre- previstas nos incisos I a IV deste artigo, respeita-
sentativa das operadoras de planos privados de das as respectivas amplitudes de cobertura defi-
assistência à saúde; nidas no plano-referência de que trata o art. 10,
VI – representantes de áreas de atuação pro- segundo as seguintes exigências mínimas:
fissional da saúde relacionadas ao evento ou I – quando incluir atendimento ambulatorial:
procedimento sob análise. a) cobertura de consultas médicas, em
§ 3o A Comissão de Atualização do Rol de número ilimitado, em clínicas básicas e espe-
Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar cializadas, reconhecidas pelo Conselho Federal
deverá apresentar relatório que considerará: de Medicina;
I – as melhores evidências científicas dis- b) cobertura de serviços de apoio diag-
poníveis e possíveis sobre a eficácia, a acurá- nóstico, tratamentos e demais procedimentos
cia, a efetividade, a eficiência, a usabilidade ambulatoriais, solicitados pelo médico assis-
e a segurança do medicamento, do produto tente;
ou do procedimento analisado, reconhecidas c) cobertura de tratamentos antineoplásicos
pelo órgão competente para o registro ou para domiciliares de uso oral, incluindo medicamen-
a autorização de uso; tos para o controle de efeitos adversos relacio-
II – a avaliação econômica comparativa dos nados ao tratamento e adjuvantes;
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
§ 2o O contrato de que trata o caput deve forma a atender às necessidades dos consumi-
estabelecer com clareza as condições para a dores, privilegiando os casos de emergência
sua execução, expressas em cláusulas que defi- ou urgência, assim como as pessoas com mais
nam direitos, obrigações e responsabilidades de sessenta e cinco anos de idade, as gestantes,
das partes, incluídas, obrigatoriamente, as que lactantes, lactentes e crianças até cinco anos;
determinem: 117
III – a manutenção de relacionamento de III – nome do produto;
contratação, credenciamento ou referencia- IV – segmentação da assistência (ambulato-
mento com número ilimitado de operadoras, rial, hospitalar com obstetrícia, hospitalar sem
sendo expressamente vedado às operadoras, obstetrícia, odontológica e referência);
independente de sua natureza jurídica consti- V – tipo de contratação (individual/familiar,
tutiva, impor contratos de exclusividade ou de coletivo empresarial e coletivo por adesão);
restrição à atividade profissional. VI – âmbito geográfico de cobertura;
Parágrafo único. A partir de 3 de dezembro VII – faixas etárias e respectivos preços;
de 1999, os prestadores de serviço ou profissio- VIII – rede hospitalar própria por Município
nais de saúde não poderão manter contrato, (para segmentações hospitalar e referência);
credenciamento ou referenciamento com ope- IX – rede hospitalar contratada ou referen-
radoras que não tiverem registros para funcio- ciada por Município (para segmentações hos-
namento e comercialização conforme previsto pitalar e referência);
nesta Lei, sob pena de responsabilidade por X – outros documentos e informações que
atividade irregular. venham a ser solicitados pela ANS.
§ 4o Os procedimentos administrativos para
Art. 19. Para requerer a autorização definitiva registro provisório dos produtos serão tratados
de funcionamento, as pessoas jurídicas que já em norma específica da ANS.
atuavam como operadoras ou administradoras § 5o Independentemente do cumprimento,
dos produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do por parte da operadora, das formalidades do
art. 1o desta Lei, terão prazo de cento e oitenta registro provisório, ou da conformidade dos
dias, a partir da publicação da regulamentação textos das condições gerais ou dos instrumen-
específica pela ANS. tos contratuais, ficam garantidos, a todos os
§ 1o Até que sejam expedidas as normas de usuários de produtos a que alude o caput, con-
registro, serão mantidos registros provisórios tratados a partir de 2 de janeiro de 1999, todos
das pessoas jurídicas e dos produtos na ANS, os benefícios de acesso e cobertura previstos
com a finalidade de autorizar a comercialização nesta Lei e em seus regulamentos, para cada
ou operação dos produtos a que alude o caput, segmentação definida no art. 12.
a partir de 2 de janeiro de 1999. § 6o O não cumprimento do disposto neste
§ 2o Para o registro provisório, as operadoras artigo implica o pagamento de multa diária no
ou administradoras dos produtos a que alude valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) aplicada
o caput deverão apresentar à ANS as informa- às operadoras dos produtos de que tratam o
ções requeridas e os seguintes documentos, inciso I e o § 1o do art. 1o.
independentemente de outros que venham a § 7o As pessoas jurídicas que forem iniciar
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
Art. 26. Os administradores e membros (cinco mil reais) e não superior a R$ 1.000.000,00
dos conselhos administrativos, deliberativos, (um milhão de reais) de acordo com o porte
consultivos, fiscais e assemelhados das opera- econômico da operadora ou da prestadora de
doras de que trata esta Lei respondem solida- serviço.
riamente pelos prejuízos causados a terceiros, § 3o A assinatura do termo de compromisso
inclusive aos acionistas, cotistas, cooperados e de ajuste de conduta não importa confissão 121
do compromissário quanto à matéria de fato, de beneficiário, nas mesmas condições de
nem reconhecimento de ilicitude da conduta cobertura assistencial de que gozava quando
em apuração. da vigência do contrato de trabalho, desde que
§ 4o O descumprimento do termo de com- assuma o seu pagamento integral.
promisso de ajuste de conduta, sem prejuízo § 1o O período de manutenção da condição
da aplicação da multa a que se refere o inciso de beneficiário a que se refere o caput será de um
II do § 2o, acarreta a revogação da suspensão terço do tempo de permanência nos produtos
do processo. de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o, ou
§ 5o Cumpridas as obrigações assumidas no sucessores, com um mínimo assegurado de seis
termo de compromisso de ajuste de conduta, meses e um máximo de vinte e quatro meses.
será extinto o processo. § 2o A manutenção de que trata este artigo
§ 6o Suspende-se a prescrição durante a é extensiva, obrigatoriamente, a todo o grupo
vigência do termo de compromisso de ajuste familiar inscrito quando da vigência do contrato
de conduta. de trabalho.
§ 7o Não poderá ser firmado termo de com- § 3o Em caso de morte do titular, o direito
promisso de ajuste de conduta quando tiver de permanência é assegurado aos dependentes
havido descumprimento de outro termo de cobertos pelo plano ou seguro privado coletivo
compromisso de ajuste de conduta nos termos de assistência à saúde, nos termos do disposto
desta Lei, dentro do prazo de dois anos. neste artigo.
§ 8o O termo de compromisso de ajuste de § 4o O direito assegurado neste artigo não
conduta deverá ser publicado no Diário Oficial exclui vantagens obtidas pelos empregados
da União. decorrentes de negociações coletivas de tra-
§ 9o A ANS regulamentará a aplicação do balho.
disposto nos §§ 1o a 7o deste artigo. § 5o A condição prevista no caput deste
artigo deixará de existir quando da admissão
Art. 29-A. A ANS poderá celebrar com as do consumidor titular em novo emprego.
operadoras termo de compromisso, quando § 6o Nos planos coletivos custeados integral-
houver interesse na implementação de práticas mente pela empresa, não é considerada contri-
que consistam em vantagens para os consumi- buição a coparticipação do consumidor, única
dores, com vistas a assegurar a manutenção da e exclusivamente, em procedimentos, como
qualidade dos serviços de assistência à saúde. fator de moderação, na utilização dos serviços
§ 1o O termo de compromisso referido no de assistência médica ou hospitalar.
caput não poderá implicar restrição de direitos
do usuário. Art. 31. Ao aposentado que contribuir para
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
Art. 35-F. A assistência a que alude o art. 1o Art. 35-L. Os bens garantidores das provisões
desta Lei compreende todas as ações necessárias técnicas, fundos e provisões deverão ser regis-
à prevenção da doença e à recuperação, manu- trados na ANS e não poderão ser alienados,
tenção e reabilitação da saúde, observados os prometidos a alienar ou, de qualquer forma,
termos desta Lei e do contrato firmado entre gravados sem prévia e expressa autorização,
as partes. sendo nulas, de pleno direito, as alienações
realizadas ou os gravames constituídos com
Art. 35-G. Aplicam-se subsidiariamente aos violação deste artigo.
contratos entre usuários e operadoras de pro- Parágrafo único. Quando a garantia recair
dutos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o em bem imóvel, será obrigatoriamente inscrita
desta Lei as disposições da Lei no 8.078, de 1990. no competente Cartório do Registro Geral de
Imóveis, mediante requerimento firmado pela
Art. 35-H. Os expedientes que até esta data operadora de plano de assistência à saúde e
foram protocolizados na SUSEP pelas operado- pela ANS.
ras de produtos de que tratam o inciso I e o § 1o
do art. 1o desta Lei e que forem encaminhados à Art. 35-M. As operadoras de produtos de que
ANS em consequência desta Lei, deverão estar tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei
acompanhados de parecer conclusivo daquela poderão celebrar contratos de resseguro junto
Autarquia. às empresas devidamente autorizadas a operar
em tal atividade, conforme estabelecido na Lei
Art. 35-I. Responderão subsidiariamente pelos no 9.932, de 20 de dezembro de 1999, e regula-
direitos contratuais e legais dos consumidores, mentações posteriores.
prestadores de serviço e fornecedores, além dos
débitos fiscais e trabalhistas, os bens pessoais dos Art. 36. Esta Lei entra em vigor noventa dias
diretores, administradores, gerentes e membros após a data de sua publicação.
de conselhos da operadora de plano privado de
assistência à saúde, independentemente da sua Brasília, 3 de junho de 1998; 177o da Indepen-
natureza jurídica. dência e 110o da República.
126
Lei no 8.987/1995
Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175
da Constituição Federal, e dá outras providências.
CAPÍTULO III – Dos Direitos e Obrigações Brasília, 13 de fevereiro de 1995; 174o da Inde-
dos Usuários pendência e 107o da República.
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FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Art. 7o-A. As concessionárias de serviços
públicos, de direito público e privado, nos Promulgada em 13/2/1995, publicada no DOU de
Estados e no Distrito Federal, são obrigadas 14/2/1995 e republicada no DOU de 28/9/1998.
a oferecer ao consumidor e ao usuário, dentro
Normas correlatas
127
Lei no 8.137/1990
Define crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo, e dá outras
providências.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos erro, por via de indicação ou afirmação falsa
e multa. ou enganosa sobre a natureza, qualidade de
III – (Revogado); bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio,
IV – (Revogado); inclusive a veiculação ou divulgação publicitária;
V – (Revogado); VIII – destruir, inutilizar ou danificar maté-
VI – (Revogado); ria-prima ou mercadoria, com o fim de provocar 129
alta de preço, em proveito próprio ou de ter- a estes cominadas, na medida de sua culpa-
ceiros; bilidade.
IX – vender, ter em depósito para vender ou Parágrafo único. Quando a venda ao consu-
expor à venda ou, de qualquer forma, entregar midor for efetuada por sistema de entrega ao
matéria-prima ou mercadoria, em condições consumo ou por intermédio de distribuidor ou
impróprias ao consumo; revendedor, seja em regime de concessão comer-
Pena – detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, cial ou outro em que o preço ao consumidor
ou multa. é estabelecido ou sugerido pelo fabricante ou
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos concedente, o ato por este praticado não alcança
II, III e IX pune-se a modalidade culposa, redu- o distribuidor ou revendedor.
zindo-se a pena e a detenção de 1/3 (um terço)
ou a de multa à quinta parte. Art. 12. São circunstâncias que podem agravar
de 1/3 (um terço) até a metade as penas previstas
nos arts. 1o, 2o e 4o a 7o:
CAPÍTULO III – Das Multas I – ocasionar grave dano à coletividade;
II – ser o crime cometido por servidor
Art. 8o Nos crimes definidos nos arts. 1o a 3o público no exercício de suas funções;
desta Lei, a pena de multa será fixada entre 10 III – ser o crime praticado em relação à
(dez) e 360 (trezentos e sessenta) dias-multa, prestação de serviços ou ao comércio de bens
conforme seja necessário e suficiente para repro- essenciais à vida ou à saúde.
vação e prevenção do crime.
Parágrafo único. O dia-multa será fixado Art. 13. (Vetado)
pelo juiz em valor não inferior a 14 (quatorze)
nem superior a 200 (duzentos) Bônus do Art. 14. (Revogado)
Tesouro Nacional – BTN.
Art. 15. Os crimes previstos nesta Lei são de
Art. 9o A pena de detenção ou reclusão poderá ação penal pública, aplicando-se-lhes o dis-
ser convertida em multa de valor equivalente a: posto no art. 100 do Decreto-lei no 2.848, de 7
I – 200.000 (duzentos mil) até 5.000.000 de dezembro de 1940 – Código Penal.
(cinco milhões) de BTN, nos crimes definidos
no art. 4o; Art. 16. Qualquer pessoa poderá provocar
II – 5.000 (cinco mil) até 200.000 (duzentos a iniciativa do Ministério Público nos crimes
mil) BTN, nos crimes definidos nos arts. 5o e 6o; descritos nesta Lei, fornecendo-lhe por escrito
III – 50.000 (cinquenta mil) até 1.000.000 informações sobre o fato e a autoria, bem como
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
(um milhão de BTN), nos crimes definidos indicando o tempo, o lugar e os elementos de
no art. 7o. convicção.
Parágrafo único. Nos crimes previstos nesta
Art. 10. Caso o juiz, considerado o ganho ilí- Lei, cometidos em quadrilha ou coautoria, o
cito e a situação econômica do réu, verifique coautor ou partícipe que através de confissão
a insuficiência ou excessiva onerosidade das espontânea revelar à autoridade policial ou
penas pecuniárias previstas nesta Lei, poderá judicial toda a trama delituosa terá a sua pena
diminuí-las até a décima parte ou elevá-las ao reduzida de um a dois terços.
décuplo.
Art. 16-A. (Vetado)
Normas correlatas
131
Decreto-lei no 2.848/1940
Código Penal.
132
Decreto no 10.417/2020
Institui o Conselho Nacional de Defesa do Consumidor.
Normas correlatas
135
Decreto no 8.771/2016
Regulamenta a Lei no 12.965, de 23 de abril de 2014, para tratar das hipóteses admitidas de
discriminação de pacotes de dados na internet e de degradação de tráfego, indicar procedimentos
para guarda e proteção de dados por provedores de conexão e de aplicações, apontar medidas de
transparência na requisição de dados cadastrais pela administração pública e estabelecer parâmetros
para fiscalização e apuração de infrações.
Art. 7o O responsável pela transmissão, pela Art. 10. As ofertas comerciais e os modelos de
comutação ou pelo roteamento deverá ado- cobrança de acesso à internet devem preservar
tar medidas de transparência para explicitar uma internet única, de natureza aberta, plural
ao usuário os motivos do gerenciamento que e diversa, compreendida como um meio para
implique a discriminação ou a degradação de a promoção do desenvolvimento humano, eco-
que trata o art. 4o, tais como: nômico, social e cultural, contribuindo para a
I – a indicação nos contratos de prestação de construção de uma sociedade inclusiva e não
serviço firmado com usuários finais ou prove- discriminatória.
dores de aplicação; e
II – a divulgação de informações referentes
às práticas de gerenciamento adotadas em seus CAPÍTULO III – Da Proteção aos Registros,
sítios eletrônicos, por meio de linguagem de aos Dados Pessoais e às Comunicações
fácil compreensão. Privadas
Parágrafo único. As informações de que trata SEÇÃO I – Da Requisição de Dados
esse artigo deverão conter, no mínimo: Cadastrais
I – a descrição dessas práticas;
II – os efeitos de sua adoção para a qualidade Art. 11. As autoridades administrativas a que
de experiência dos usuários; e se refere o art. 10, § 3o, da Lei no 12.965, de 2014,
III – os motivos e a necessidade da adoção indicarão o fundamento legal de competência
dessas práticas. expressa para o acesso e a motivação para o
pedido de acesso aos dados cadastrais.
Art. 8o A degradação ou a discriminação § 1o O provedor que não coletar dados
decorrente da priorização de serviços de emer- cadastrais deverá informar tal fato à autoridade
gência somente poderá decorrer de: solicitante, ficando desobrigado de fornecer
I – comunicações destinadas aos prestadores tais dados.
dos serviços de emergência, ou comunicação § 2o São considerados dados cadastrais:
Normas correlatas
Art. 19. A apuração de infrações à ordem eco- Art. 22. Este Decreto entra em vigor trinta
nômica ficará a cargo do Sistema Brasileiro dias após a data de sua publicação.
de Defesa da Concorrência, nos termos da Lei
no 12.529, de 30 de novembro de 2011. Brasília, 11 de maio de 2016; 195o da Indepen-
dência e 128o da República.
Art. 20. Os órgãos e as entidades da admi-
nistração pública federal com competências DILMA ROUSSEFF
específicas quanto aos assuntos relacionados
a este Decreto atuarão de forma colaborativa, Decretado em 11/5/2016 e publicado no DOU de
consideradas as diretrizes do CGIbr, e deverão 11/5/2016 – Edição extra.
zelar pelo cumprimento da legislação brasileira,
Normas correlatas
139
Decreto no 7.963/2013
Institui o Plano Nacional de Consumo e Cidadania e cria a Câmara Nacional das Relações de Consumo.
142
Decreto no 4.680/2003
Regulamenta o direito à informação, assegurado pela Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990,
quanto aos alimentos e ingredientes alimentares destinados ao consumo humano ou animal que
contenham ou sejam produzidos a partir de organismos geneticamente modificados, sem prejuízo
do cumprimento das demais normas aplicáveis.
§ 2o O consumidor deverá ser informado mentação fiscal, dos produtos a que se refere
sobre a espécie doadora do gene no local reser- o caput, independentemente do percentual da
vado para a identificação dos ingredientes. presença de soja transgênica, exceto se:
§ 3o A informação determinada no § 1o deste I – a soja ou o ingrediente a partir dela produ-
artigo também deverá constar do documento zido seja oriundo de região excluída pelo Minis-
fiscal, de modo que essa informação acompanhe tério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 143
do regime de que trata a Medida Provisória Art. 6o À infração ao disposto neste Decreto
no 113, de 26 de março de 2003, de conformi- aplica-se as penalidades previstas no Código
dade com o disposto no § 5o do seu art. 1o; ou de Defesa do Consumidor e demais normas
II – a soja ou o ingrediente a partir dela aplicáveis.
produzido seja oriundo de produtores que
obtenham o certificado de que trata o art. 4o Art. 7o Este Decreto entra em vigor na data
da Medida Provisória no 113, de 2003, devendo, de sua publicação.
nesse caso, ser aplicadas as disposições do art. 4o
deste Decreto. Art. 8o Revoga-se o Decreto no 3.871, de 18
§ 2o A informação referida no § 1o pode de julho de 2001.
ser inserida por meio de adesivos ou qualquer
forma de impressão. Brasília, 24 de abril de 2003; 182o da Indepen-
§ 3o Os alimentos a que se refere o caput dência e 115o da República.
poderão ser comercializados após 31 de janeiro
de 2004, desde que a soja a partir da qual foram LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
produzidos tenha sido alienada pelo produtor
até essa data. Decretado em 24/4/2003, publicado no DOU de
25/4/2003 e republicado no DOU de 28/4/2003.
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
144
Decreto no 1.306/1994
Regulamenta o Fundo de Defesa de Direitos Difusos, de que tratam os arts. 13 e 20 da Lei no 7.347,
de 24 de julho de 1985, seu Conselho Gestor e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das Art. 3o O FDD será gerido pelo Conselho
atribuições que lhe confere o art. 84, incisos Federal Gestor do Fundo de Defesa de Direitos
IV e VI, da Constituição, e tendo em vista o Difusos (CFDD), órgão colegiado integrante
disposto nos arts. 13 e 20, da Lei no 7.347, de da estrutura organizacional do Ministério da
24 de julho de 1985, Justiça, com sede em Brasília, e composto pelos
seguintes membros:
DECRETA: I – um representante da Secretaria Nacional
do Consumidor do Ministério da Justiça, que
Art. 1o O Fundo de Defesa de Direitos Difusos o presidirá;
(FDD), criado pela Lei no 7.347, de 24 de julho II – um representante do Ministério do Meio
de 1985, tem por finalidade a reparação dos Ambiente e da Amazônia Legal;
danos causados ao meio ambiente, ao consumi- III – um representante do Ministério da
dor, a bens e direitos de valor artístico, estético, Cultura;
histórico, turístico, paisagístico, por infração à IV – um representante do Ministério da
ordem econômica e a outros interesses difusos Saúde vinculado à área de vigilância sanitária;
e coletivos. V – um representante do Ministério da
Fazenda;
Art. 2o Constituem recursos do FDD o pro- VI – um representante do Conselho Admi-
duto da arrecadação: nistrativo de Defesa Econômica – CADE;
I – das condenações judiciais de que tratam VII – um representante do Ministério
os arts. 11 e 13, da Lei no 7.347, de 24 de julho Público Federal;
de 1985; VIII – três representantes de entidades civis
II – das multas e indenizações decorrentes que atendam aos pressupostos dos incisos I e
da aplicação da Lei no 7.853, de 24 de outubro II, do art. 5o, da Lei no 7.347, de 24 de julho
de 1989, desde que não destinadas à reparação de 1985.
de danos a interesses individuais; § 1o Cada representante de que trata este
III – dos valores destinados à União em vir- artigo terá um suplente, que o substituirá nos
tude da aplicação da multa prevista no art. 57 seus afastamentos e impedimentos legais.
e seu parágrafo único e do produto de inde- § 2o É vedada a remuneração, a qualquer
nização prevista no art. 100, parágrafo único, título, pela participação no CFDD, sendo a ati-
da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990; vidade considerada serviço público relevante.
IV – das condenações judiciais de que trata
o parágrafo 2o, do art. 2o, da Lei no 7.913, de 7 Art. 4o Os representantes e seus respectivos
de dezembro de 1989; suplentes serão designados pelo Ministro da
V – das multas referidas no art. 84, da Lei Justiça; os dos incisos I a V dentre os servidores
no 8.884, de 11 de junho de 1994; dos respectivos Ministérios, indicados pelo
Normas correlatas
VI – dos rendimentos auferidos com a apli- seu titular; o do inciso VI dentre os servidores
cação dos recursos do Fundo; ou Conselheiros, indicado pelo Presidente da
VII – de outras receitas que vierem a ser Autarquia; o do inciso VII indicado pelo Procu-
destinadas ao Fundo; rador-Geral da República, dentre os integrantes
VIII – de doações de pessoas físicas ou jurí- da carreira, e os do inciso VIII indicados pelas
dicas, nacionais ou estrangeiras. 145
respectivas entidades devidamente inscritas Parágrafo único. Os recursos serão priorita-
perante o CFDD. riamente aplicados na reparação específica do
Parágrafo único. Os representantes serão dano causado, sempre que tal fato for possível.
designados pelo prazo de dois anos, admitida
uma recondução, exceto quanto ao represen- Art. 8o Em caso de concurso de créditos
tante referido no inciso I, do art. 3o, que poderá decorrentes de condenação prevista na Lei
ser reconduzido por mais de uma vez. no 7.347, de 24 de julho de 1985, e deposita-
dos no FDD, e de indenizações pelos prejuí-
Art. 5o Funcionará como Secretaria-Executiva zos individuais resultantes do mesmo evento
do CFDD a Secretaria Nacional do Consumi- danoso, estas terão preferência no pagamento,
dor do Ministério da Justiça. de acordo com o art. 99 da Lei no 8.078, de 1990.
Parágrafo único. Neste caso, a importância
Art. 6o Compete ao CFDD: recolhida ao FDD terá sua destinação sustada
I – zelar pela aplicação dos recursos na enquanto pendentes de recurso as ações de
consecução dos objetivos previstos nas Leis indenização pelos danos individuais, salvo
nos 7.347, de 1985, 7.853, de 1989, 7.913, de na hipótese de o patrimônio do devedor ser
1989, 8.078, de 1990 e 8.884, de 1994, no âmbito manifestamente suficiente para responder pela
do disposto no art. 1o deste decreto; integralidade das dívidas.
II – aprovar convênios e contratos, a serem
firmados pela Secretaria Executiva do Conse- Art. 9o O CFDD estabelecerá sua forma
lho, objetivando atender ao disposto no inciso de funcionamento por meio de Regimento
I deste artigo; Interno, que será elaborado dentro de sessenta
III – examinar e aprovar projetos de recons- dias, a partir da sua instalação, aprovado por
tituição de bens lesados, inclusive os de caráter Portaria do Ministro da Justiça.
científico e de pesquisa;
IV – promover, por meio de órgãos da admi- Art. 10. Os recursos destinados ao Fundo
nistração pública e de entidades civis interes- serão centralizados em conta especial man-
sadas, eventos educativos ou científicos; tida no Banco do Brasil S.A., em Brasília, DF,
V – fazer editar, inclusive em colaboração denominada “Ministério da Justiça – CFDD
com órgãos oficiais, material informativo – Fundo”.
sobre as matérias mencionadas no art. 1o deste Parágrafo único. Nos termos do Regimento
Decreto; Interno do CFDD, os recursos destinados ao
VI – promover atividades e eventos que Fundo provenientes de condenações judiciais e
contribuam para a difusão da cultura, da pro- de aplicação de multas administrativas deverão
Código de Defesa do Consumidor e normas correlatas
Normas correlatas
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Esta obra reproduz o texto integral da Lei no 8.078/1990, conhecida como Código de Defesa
do Consumidor (CDC). A Constituição Federal de 1988 já apontara, em seus arts. 5o,
XXXII, 150 e 170, a necessidade de promoção de uma política de defesa do consumidor.
Promulgado em 11 de setembro de 1990 e reconhecido internacionalmente como um
avançado marco na área, o CDC passou a regular as relações de consumo no Brasil nas
esferas civil, administrativa e penal.