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Coletânea de legislação
6a edição
Atualizada até agosto de 2023
SENADO FEDERAL
Mesa
Biênio 2023 – 2024
Senador Weverton
SEGUNDO-SECRETÁRIO
SUPLENTES DE SECRETÁRIO
Senadora Mara Gabrilli
Senadora Ivete da Silveira
Senador Dr. Hiran
Senador Mecias de Jesus
Secretaria de Editoração e Publicações
Coordenação de Edições Técnicas
Educação básica
Coletânea de legislação
6a edição
Brasília – 2023
Edição do Senado Federal
Diretora-Geral: Ilana Trombka
Secretário-Geral da Mesa: Gustavo A. Sabóia Vieira
CDDir 341.2733
9 Apresentação
Normas principais
23 Lei no 9.394/1996
Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
49 Lei no 4.024/1961
Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
52 Decreto no 9.057/2017
Regulamenta o art. 80 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases
da educação nacional.
56 Decreto no 5.154/2004
Regulamenta o § 2o do art. 36 e os arts. 39 a 41 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e dá outras providências.
Normas correlatas
60 Lei no 14.180/2021
Institui a Política de Inovação Educação Conectada.
62 Lei no 14.164/2021
Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional),
para incluir conteúdo sobre a prevenção da violência contra a mulher nos currículos da educação […]
63 Lei no 14.113/2020
Regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (Fundeb), de que trata o art. 212‑A da Constituição Federal; revoga […]
90 Lei no 13.415/2017
Altera as Leis nos 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional, e 11.494, de 20 de junho 2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção e […]
93 Lei no 13.005/2014
Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e dá outras providências.
Apresentação
9
Dispositivos constitucionais
pertinentes
Constituição
da República Federativa do Brasil
Art. 22. Compete privativamente à União cípios, nem a União nos Municípios localizados
legislar sobre: em Território Federal, exceto quando:
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XXIV – diretrizes e bases da educação nacio- III – não tiver sido aplicado o mínimo exi-
nal; gido da receita municipal na manutenção e
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desenvolvimento do ensino e nas ações e ser- no ensino fundamental e médio fixado em lei
viços públicos de saúde; complementar do respectivo ente federativo.
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Art. 205. A educação, direito de todos e Art. 208. O dever do Estado com a educação
dever do Estado e da família, será promovida será efetivado mediante a garantia de:
e incentivada com a colaboração da sociedade, I – educação básica obrigatória e gratuita
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade,
seu preparo para o exercício da cidadania e sua assegurada inclusive sua oferta gratuita para
qualificação para o trabalho. todos os que a ela não tiveram acesso na idade
própria;
Art. 206. O ensino será ministrado com base II – progressiva universalização do ensino
nos seguintes princípios: médio gratuito;
I – igualdade de condições para o acesso e III – atendimento educacional especializado
permanência na escola; aos portadores de deficiência, preferencialmente
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar na rede regular de ensino;
e divulgar o pensamento, a arte e o saber; IV – educação infantil, em creche e pré-es-
III – pluralismo de ideias e de concepções cola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade;
pedagógicas, e coexistência de instituições públi- V – acesso aos níveis mais elevados do ensino,
cas e privadas de ensino; da pesquisa e da criação artística, segundo a
IV – gratuidade do ensino público em esta- capacidade de cada um;
belecimentos oficiais; VI – oferta de ensino noturno regular, ade-
V – valorização dos profissionais da educa- quado às condições do educando;
ção escolar, garantidos, na forma da lei, planos VII – atendimento ao educando, em todas as
de carreira, com ingresso exclusivamente por etapas da educação básica, por meio de progra-
concurso público de provas e títulos, aos das mas suplementares de material didático-escolar,
redes públicas; transporte, alimentação e assistência à saúde.
VI – gestão democrática do ensino público, § 1o O acesso ao ensino obrigatório e gratuito
na forma da lei; é direito público subjetivo.
VII – garantia de padrão de qualidade; § 2o O não oferecimento do ensino obri-
Educação básica
VIII – piso salarial profissional nacional para gatório pelo Poder Público, ou sua oferta irre-
os profissionais da educação escolar pública, gular, importa responsabilidade da autoridade
nos termos de lei federal; competente.
IX – garantia do direito à educação e à apren- § 3o Compete ao Poder Público recensear os
dizagem ao longo da vida. educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a
14
chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, § 7o O padrão mínimo de qualidade de que
pela frequência à escola. trata o § 1o deste artigo considerará as condições
adequadas de oferta e terá como referência o
Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, Custo Aluno Qualidade (CAQ), pactuados em
atendidas as seguintes condições: regime de colaboração na forma disposta em
I – cumprimento das normas gerais da edu- lei complementar, conforme o parágrafo único
cação nacional; do art. 23 desta Constituição.
II – autorização e avaliação de qualidade
pelo Poder Público. Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca
menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Fede-
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos ral e os Municípios vinte e cinco por cento,
para o ensino fundamental, de maneira a assegu- no mínimo, da receita resultante de impostos,
rar formação básica comum e respeito aos valo- compreendida a proveniente de transferências,
res culturais e artísticos, nacionais e regionais. na manutenção e desenvolvimento do ensino.
§ 1o O ensino religioso, de matrícula faculta- § 1o A parcela da arrecadação de impostos
tiva, constituirá disciplina dos horários normais transferida pela União aos Estados, ao Distrito
das escolas públicas de ensino fundamental. Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos
§ 2o O ensino fundamental regular será respectivos Municípios, não é considerada, para
ministrado em língua portuguesa, assegurada efeito do cálculo previsto neste artigo, receita
às comunidades indígenas também a utilização do governo que a transferir.
de suas línguas maternas e processos próprios § 2o Para efeito do cumprimento do disposto
de aprendizagem. no caput deste artigo, serão considerados os
sistemas de ensino federal, estadual e municipal
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Fede- e os recursos aplicados na forma do art. 213.
ral e os Municípios organizarão em regime de § 3o A distribuição dos recursos públicos
colaboração seus sistemas de ensino. assegurará prioridade ao atendimento das
§ 1o A União organizará o sistema federal de necessidades do ensino obrigatório, no que se
ensino e o dos Territórios, financiará as insti- refere a universalização, garantia de padrão
tuições de ensino públicas federais e exercerá, de qualidade e equidade, nos termos do plano
em matéria educacional, função redistributiva nacional de educação.
e supletiva, de forma a garantir equalização de § 4o Os programas suplementares de ali-
oportunidades educacionais e padrão mínimo mentação e assistência à saúde previstos no
de qualidade do ensino mediante assistência art. 208, VII, serão financiados com recursos
técnica e financeira aos Estados, ao Distrito provenientes de contribuições sociais e outros
Federal e aos Municípios. recursos orçamentários.
§ 2o Os Municípios atuarão prioritariamente § 5o A educação básica pública terá como
no ensino fundamental e na educação infantil. fonte adicional de financiamento a contribui-
§ 3o Os Estados e o Distrito Federal atua- ção social do salário-educação, recolhida pelas
Dispositivos constitucionais pertinentes
XII – lei específica disporá sobre o piso sala- o ensino fundamental e médio, na forma da
rial profissional nacional para os profissionais lei, para os que demonstrarem insuficiência
do magistério da educação básica pública; de recursos, quando houver falta de vagas e
XIII – a utilização dos recursos a que se refere cursos regulares da rede pública na localidade
o § 5o do art. 212 desta Constituição para a com- da residência do educando, ficando o Poder
plementação da União ao Fundeb, referida no Público obrigado a investir prioritariamente na
inciso V do caput deste artigo, é vedada. expansão de sua rede na localidade.
§ 1o O cálculo do VAAT, referido no inciso § 2o As atividades de pesquisa, de extensão e
VI do caput deste artigo, deverá considerar, de estímulo e fomento à inovação realizadas por
além dos recursos previstos no inciso II do universidades e/ou por instituições de educação
caput deste artigo, pelo menos, as seguintes profissional e tecnológica poderão receber apoio
disponibilidades: financeiro do Poder Público. 17
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de III – 17% (dezessete por cento), no terceiro
educação, de duração decenal, com o objetivo ano;
de articular o sistema nacional de educação em IV – 19% (dezenove por cento), no quarto
regime de colaboração e definir diretrizes, obje- ano;
tivos, metas e estratégias de implementação para V – 21% (vinte e um por cento), no quinto
assegurar a manutenção e desenvolvimento do ano;
ensino em seus diversos níveis, etapas e modali- VI – 23% (vinte e três por cento), no sexto
dades por meio de ações integradas dos poderes ano.
públicos das diferentes esferas federativas que § 1 o A parcela da complementação de
conduzam a: que trata a alínea “b” do inciso V do caput do
I – erradicação do analfabetismo; art. 212‑A da Constituição Federal observará,
II – universalização do atendimento escolar; no mínimo, os seguintes valores:
III – melhoria da qualidade do ensino; I – 2 (dois) pontos percentuais, no primeiro
IV – formação para o trabalho; ano;
V – promoção humanística, científica e tec- II – 5 (cinco) pontos percentuais, no segundo
nológica do País; ano;
VI – estabelecimento de meta de aplicação de III – 6,25 (seis inteiros e vinte e cinco cen-
recursos públicos em educação como proporção tésimos) pontos percentuais, no terceiro ano;
do produto interno bruto. IV – 7,5 (sete inteiros e cinco décimos) pon-
������������������������������������������������������������������������������� tos percentuais, no quarto ano;
V – 9 (nove) pontos percentuais, no quinto
CAPÍTULO VII – Da Família, da Criança, ano;
do Adolescente, do Jovem e do Idoso VI – 10,5 (dez inteiros e cinco décimos) pon-
������������������������������������������������������������������������������� tos percentuais, no sexto ano.
§ 2 o A parcela da complementação de
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do que trata a alínea “c” do inciso V do caput do
Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao art. 212‑A da Constituição Federal observará
jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, os seguintes valores:
à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à I – 0,75 (setenta e cinco centésimos) ponto
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao percentual, no terceiro ano;
respeito, à liberdade e à convivência familiar e II – 1,5 (um inteiro e cinco décimos) ponto
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda percentual, no quarto ano;
forma de negligência, discriminação, explora- III – 2 (dois) pontos percentuais, no quinto
ção, violência, crueldade e opressão. ano;
������������������������������������������������������������������������������� IV – 2,5 (dois inteiros e cinco décimos) pon-
tos percentuais, no sexto ano.
ATO DAS DISPOSIÇÕES
CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS Art. 60-A. Os critérios de distribuição da
������������������������������������������������������������������������������� complementação da União e dos fundos a que
se refere o inciso I do caput do art. 212‑A da
Art. 60. A complementação da União referida Constituição Federal serão revistos em seu sexto
no inciso IV do caput do art. 212‑A da Cons- ano de vigência e, a partir dessa primeira revisão,
tituição Federal será implementada progressi- periodicamente, a cada 10 (dez) anos.
vamente até alcançar a proporção estabelecida
Educação básica
no inciso V do caput do mesmo artigo, a partir Art. 61. As entidades educacionais a que se
de 1o de janeiro de 2021, nos seguintes valores refere o art. 213, bem como as fundações de
mínimos: ensino e pesquisa cuja criação tenha sido auto-
I – 12% (doze por cento), no primeiro ano; rizada por lei, que preencham os requisitos dos
II – 15% (quinze por cento), no segundo ano; incisos I e II do referido artigo e que, nos últimos
18 três anos, tenham recebido recursos públicos,
poderão continuar a recebê-los, salvo disposição Art. 79. É instituído, para vigorar até o ano de
legal em contrário. 20101, no âmbito do Poder Executivo Federal, o
Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, a
Art. 62. A lei criará o Serviço Nacional de ser regulado por lei complementar com o obje-
Aprendizagem Rural (SENAR) nos moldes da tivo de viabilizar a todos os brasileiros acesso
legislação relativa ao Serviço Nacional de Apren- a níveis dignos de subsistência, cujos recursos
dizagem Industrial (SENAI) e ao Serviço Nacio- serão aplicados em ações suplementares de
nal de Aprendizagem do Comércio (SENAC), nutrição, habitação, educação, saúde, reforço
sem prejuízo das atribuições dos órgãos públicos de renda familiar e outros programas de rele-
que atuam na área. vante interesse social voltados para melhoria
������������������������������������������������������������������������������� da qualidade de vida.
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1
Nota do Editor (NE): prazo prorrogado, conforme
a EC no 67/2010. 19
Normas principais
Índice sistemático da
Lei no 9.394/1996
23 Título I – Da Educação
23 Título II – Dos Princípios e Fins da Educação Nacional
23 Título III – Do Direito à Educação e do Dever de Educar
25 Título IV – Da Organização da Educação Nacional
28 Título V – Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino
28 Capítulo I – Da Composição dos Níveis Escolares
28 Capítulo II – Da Educação Básica
28 Seção I – Das Disposições Gerais
31 Seção II – Da Educação Infantil
31 Seção III – Do Ensino Fundamental
32 Seção IV – Do Ensino Médio
34 Seção IV-A – Da Educação Profissional Técnica de Nível Médio
34 Seção V – Da Educação de Jovens e Adultos
35 Capítulo III – Da Educação Profissional e Tecnológica
36 Capítulo IV – Da Educação Superior
40 Capítulo V – Da Educação Especial
41 Capítulo V-A – Da Educação Bilíngue de Surdos
41 Título VI – Dos Profissionais da Educação
43 Título VII – Dos Recursos Financeiros
45 Título VIII – Das Disposições Gerais
47 Título IX – Das Disposições Transitórias
Lei no 9.394/1996
Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
23
IV – acesso público e gratuito aos ensinos do professor e do aluno e que criem espaços
fundamental e médio para todos os que não coletivos de mútuo desenvolvimento.
os concluíram na idade própria;
V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, Art. 4o-A. É assegurado atendimento educacio-
da pesquisa e da criação artística, segundo a nal, durante o período de internação, ao aluno
capacidade de cada um; da educação básica internado para tratamento
VI – oferta de ensino noturno regular, ade- de saúde em regime hospitalar ou domiciliar
quado às condições do educando; por tempo prolongado, conforme dispuser o
VII – oferta de educação escolar regular Poder Público em regulamento, na esfera de
para jovens e adultos, com características e sua competência federativa.
modalidades adequadas às suas necessidades
e disponibilidades, garantindo-se aos que forem Art. 5o O acesso à educação básica obrigató-
trabalhadores as condições de acesso e perma- ria é direito público subjetivo, podendo qual-
nência na escola; quer cidadão, grupo de cidadãos, associação
VIII – atendimento ao educando, em todas as comunitária, organização sindical, entidade de
etapas da educação básica, por meio de progra- classe ou outra legalmente constituída e, ainda,
mas suplementares de material didático-escolar, o Ministério Público, acionar o poder público
transporte, alimentação e assistência à saúde; para exigi-lo.
IX – padrões mínimos de qualidade do § 1o O poder público, na esfera de sua com-
ensino, definidos como a variedade e a quan- petência federativa, deverá:
tidade mínimas, por aluno, de insumos indis- I – recensear anualmente as crianças e ado-
pensáveis ao desenvolvimento do processo de lescentes em idade escolar, bem como os jovens
ensino-aprendizagem adequados à idade e às e adultos que não concluíram a educação básica;
necessidades específicas de cada estudante, II – fazer-lhes a chamada pública;
inclusive mediante a provisão de mobiliário, III – zelar, junto aos pais ou responsáveis,
equipamentos e materiais pedagógicos apro- pela frequência à escola.
priados; § 2o Em todas as esferas administrativas, o
X – vaga na escola pública de educação infan- Poder Público assegurará em primeiro lugar o
til ou de ensino fundamental mais próxima de acesso ao ensino obrigatório, nos termos deste
sua residência a toda criança a partir do dia em artigo, contemplando em seguida os demais
que completar 4 (quatro) anos de idade; níveis e modalidades de ensino, conforme as
XI – alfabetização plena e capacitação gradual prioridades constitucionais e legais.
para a leitura ao longo da educação básica como § 3o Qualquer das partes mencionadas no
requisitos indispensáveis para a efetivação dos caput deste artigo tem legitimidade para peticio-
direitos e objetivos de aprendizagem e para o nar no Poder Judiciário, na hipótese do § 2o do
desenvolvimento dos indivíduos; art. 208 da Constituição Federal, sendo gratuita
XII – educação digital, com a garantia de e de rito sumário a ação judicial correspondente.
conectividade de todas as instituições públicas § 4o Comprovada a negligência da autori-
de educação básica e superior à internet em alta dade competente para garantir o oferecimento
velocidade, adequada para o uso pedagógico, do ensino obrigatório, poderá ela ser imputada
com o desenvolvimento de competências vol- por crime de responsabilidade.
tadas ao letramento digital de jovens e adultos, § 5o Para garantir o cumprimento da obri-
criação de conteúdos digitais, comunicação gatoriedade de ensino, o Poder Público criará
e colaboração, segurança e resolução de pro- formas alternativas de acesso aos diferentes
Educação básica
Art. 19. As instituições de ensino dos diferentes Art. 23. A educação básica poderá organi-
níveis classificam-se nas seguintes categorias zar-se em séries anuais, períodos semestrais,
administrativas: ciclos, alternância regular de períodos de estu-
I – públicas, assim entendidas as criadas ou dos, grupos não seriados, com base na idade,
incorporadas, mantidas e administradas pelo na competência e em outros critérios, ou por
Poder Público; forma diversa de organização, sempre que o
II – privadas, assim entendidas as mantidas interesse do processo de aprendizagem assim
e administradas por pessoas físicas ou jurídicas o recomendar.
de direito privado; § 1o A escola poderá reclassificar os alunos,
III – comunitárias, na forma da lei. inclusive quando se tratar de transferências entre
§ 1o As instituições de ensino a que se refe- estabelecimentos situados no País e no exterior,
rem os incisos II e III do caput deste artigo tendo como base as normas curriculares gerais.
podem qualificar-se como confessionais, aten- § 2o O calendário escolar deverá adequar-se
didas a orientação confessional e a ideologia às peculiaridades locais, inclusive climáticas e
específicas. econômicas, a critério do respectivo sistema
§ 2o As instituições de ensino a que se refe- de ensino, sem com isso reduzir o número de
rem os incisos II e III do caput deste artigo horas letivas previsto nesta Lei.
podem ser certificadas como filantrópicas, na
forma da lei. Art. 24. A educação básica, nos níveis funda-
Educação básica
pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer
terá por objetivo a formação básica do cidadão, formas de proselitismo.
mediante: § 1o Os sistemas de ensino regulamentarão
I – o desenvolvimento da capacidade de os procedimentos para a definição dos con-
aprender, tendo como meios básicos o pleno teúdos do ensino religioso e estabelecerão as
domínio da leitura, da escrita e do cálculo; 31
normas para a habilitação e admissão dos pro- III – ciências da natureza e suas tecnologias;
fessores. IV – ciências humanas e sociais aplicadas.
§ 2o Os sistemas de ensino ouvirão entidade § 1o A parte diversificada dos currículos de
civil, constituída pelas diferentes denominações que trata o caput do art. 26, definida em cada
religiosas, para a definição dos conteúdos do sistema de ensino, deverá estar harmonizada à
ensino religioso. Base Nacional Comum Curricular e ser articu-
lada a partir do contexto histórico, econômico,
Art. 34. A jornada escolar no ensino funda- social, ambiental e cultural.
mental incluirá pelo menos quatro horas de § 2o A Base Nacional Comum Curricular
trabalho efetivo em sala de aula, sendo progres- referente ao ensino médio incluirá obrigato-
sivamente ampliado o período de permanência riamente estudos e práticas de educação física,
na escola. arte, sociologia e filosofia.
§ 1o São ressalvados os casos do ensino § 3o O ensino da língua portuguesa e da
noturno e das formas alternativas de organi- matemática será obrigatório nos três anos do
zação autorizadas nesta Lei. ensino médio, assegurada às comunidades indí-
§ 2o O ensino fundamental será ministrado genas, também, a utilização das respectivas lín-
progressivamente em tempo integral, a critério guas maternas.
dos sistemas de ensino. § 4o Os currículos do ensino médio inclui-
rão, obrigatoriamente, o estudo da língua inglesa
e poderão ofertar outras línguas estrangeiras, em
SEÇÃO IV – Do Ensino Médio caráter optativo, preferencialmente o espanhol,
de acordo com a disponibilidade de oferta, locais
Art. 35. O ensino médio, etapa final da educa- e horários definidos pelos sistemas de ensino.
ção básica, com duração mínima de três anos, § 5o A carga horária destinada ao cumpri-
terá como finalidades: mento da Base Nacional Comum Curricular
I – a consolidação e o aprofundamento dos não poderá ser superior a mil e oitocentas horas
conhecimentos adquiridos no ensino funda- do total da carga horária do ensino médio, de
mental, possibilitando o prosseguimento de acordo com a definição dos sistemas de ensino.
estudos; § 6o A União estabelecerá os padrões de
II – a preparação básica para o trabalho e a desempenho esperados para o ensino médio,
cidadania do educando, para continuar apren- que serão referência nos processos nacionais
dendo, de modo a ser capaz de se adaptar com de avaliação, a partir da Base Nacional Comum
flexibilidade a novas condições de ocupação ou Curricular.
aperfeiçoamento posteriores; § 7o Os currículos do ensino médio deverão
III – o aprimoramento do educando como considerar a formação integral do aluno, de
pessoa humana, incluindo a formação ética e maneira a adotar um trabalho voltado para a
o desenvolvimento da autonomia intelectual e construção de seu projeto de vida e para sua
do pensamento crítico; formação nos aspectos físicos, cognitivos e
IV – a compreensão dos fundamentos cien- socioemocionais.
tífico-tecnológicos dos processos produtivos, § 8o Os conteúdos, as metodologias e as for-
relacionando a teoria com a prática, no ensino mas de avaliação processual e formativa serão
de cada disciplina. organizados nas redes de ensino por meio de ati-
vidades teóricas e práticas, provas orais e escri-
Art. 35-A. A Base Nacional Comum Curricular tas, seminários, projetos e atividades on-line,
Educação básica
definirá direitos e objetivos de aprendizagem do de tal forma que ao final do ensino médio o
ensino médio, conforme diretrizes do Conselho educando demonstre:
Nacional de Educação, nas seguintes áreas do I – domínio dos princípios científicos e tec-
conhecimento: nológicos que presidem a produção moderna;
I – linguagens e suas tecnologias; II – conhecimento das formas contemporâ-
32 II – matemática e suas tecnologias; neas de linguagem.
Art. 36. O currículo do ensino médio será Técnicos, dependerá, para sua continuidade,
composto pela Base Nacional Comum Curri- do reconhecimento pelo respectivo Conselho
cular e por itinerários formativos, que deverão Estadual de Educação, no prazo de três anos, e
ser organizados por meio da oferta de diferentes da inserção no Catálogo Nacional dos Cursos
arranjos curriculares, conforme a relevância Técnicos, no prazo de cinco anos, contados da
para o contexto local e a possibilidade dos sis- data de oferta inicial da formação.
temas de ensino, a saber: § 8o A oferta de formação técnica e profissio-
I – linguagens e suas tecnologias; nal a que se refere o inciso V do caput, realizada
II – matemática e suas tecnologias; na própria instituição ou em parceria com outras
III – ciências da natureza e suas tecnologias; instituições, deverá ser aprovada previamente
IV – ciências humanas e sociais aplicadas; pelo Conselho Estadual de Educação, homo-
V – formação técnica e profissional. logada pelo Secretário Estadual de Educação e
§ 1o A organização das áreas de que trata o certificada pelos sistemas de ensino.
caput e das respectivas competências e habili- § 9o As instituições de ensino emitirão cer-
dades será feita de acordo com critérios esta- tificado com validade nacional, que habilitará o
belecidos em cada sistema de ensino. concluinte do ensino médio ao prosseguimento
I – (Revogado); dos estudos em nível superior ou em outros
II – (Revogado); cursos ou formações para os quais a conclusão
III – (Revogado). do ensino médio seja etapa obrigatória.
§ 2o (Revogado) § 10. Além das formas de organização pre-
§ 3o A critério dos sistemas de ensino, poderá vistas no art. 23, o ensino médio poderá ser
ser composto itinerário formativo integrado, organizado em módulos e adotar o sistema de
que se traduz na composição de componentes créditos com terminalidade específica.
curriculares da Base Nacional Comum Cur- § 11. Para efeito de cumprimento das exigên-
ricular – BNCC e dos itinerários formativos, cias curriculares do ensino médio, os sistemas
considerando os incisos I a V do caput. de ensino poderão reconhecer competências e
§ 4o (Revogado) firmar convênios com instituições de educa-
§ 5o Os sistemas de ensino, mediante dispo- ção a distância com notório reconhecimento,
nibilidade de vagas na rede, possibilitarão ao mediante as seguintes formas de comprovação:
aluno concluinte do ensino médio cursar mais I – demonstração prática;
um itinerário formativo de que trata o caput. II – experiência de trabalho supervisionado
§ 6o A critério dos sistemas de ensino, a ou outra experiência adquirida fora do ambiente
oferta de formação com ênfase técnica e pro- escolar;
fissional considerará: III – atividades de educação técnica ofere-
I – a inclusão de vivências práticas de tra- cidas em outras instituições de ensino creden-
balho no setor produtivo ou em ambientes de ciadas;
simulação, estabelecendo parcerias e fazendo IV – cursos oferecidos por centros ou pro-
uso, quando aplicável, de instrumentos esta- gramas ocupacionais;
belecidos pela legislação sobre aprendizagem V – estudos realizados em instituições de
profissional; ensino nacionais ou estrangeiras;
II – a possibilidade de concessão de certi- VI – cursos realizados por meio de educação
ficados intermediários de qualificação para o a distância ou educação presencial mediada
trabalho, quando a formação for estruturada e por tecnologias.
organizada em etapas com terminalidade. § 12. As escolas deverão orientar os alunos
Normas principais
33
SEÇÃO IV-A – Da Educação Profissional Art. 36-C. A educação profissional técnica de
Técnica de Nível Médio nível médio articulada, prevista no inciso I do
caput do art. 36‑B desta Lei, será desenvolvida
Art. 36-A. Sem prejuízo do disposto na Seção de forma:
IV deste Capítulo, o ensino médio, atendida a I – integrada, oferecida somente a quem já
formação geral do educando, poderá prepará-lo tenha concluído o ensino fundamental, sendo o
para o exercício de profissões técnicas. curso planejado de modo a conduzir o aluno à
Parágrafo único. A preparação geral para habilitação profissional técnica de nível médio,
o trabalho e, facultativamente, a habilitação na mesma instituição de ensino, efetuando-se
profissional poderão ser desenvolvidas nos pró- matrícula única para cada aluno;
prios estabelecimentos de ensino médio ou em II – concomitante, oferecida a quem ingresse
cooperação com instituições especializadas em no ensino médio ou já o esteja cursando, efe-
educação profissional. tuando-se matrículas distintas para cada curso,
e podendo ocorrer:
Art. 36-B. A educação profissional técnica de a) na mesma instituição de ensino, apro-
nível médio será desenvolvida nas seguintes veitando-se as oportunidades educacionais
formas: disponíveis;
I – articulada com o ensino médio; b) em instituições de ensino distintas, apro-
II – subsequente, em cursos destinados a veitando-se as oportunidades educacionais dis-
quem já tenha concluído o ensino médio. poníveis;
§ 1o A educação profissional técnica de nível c) em instituições de ensino distintas,
médio deverá observar: mediante convênios de intercomplementari-
I – os objetivos e definições contidos nas dade, visando ao planejamento e ao desenvol-
diretrizes curriculares nacionais estabelecidas vimento de projeto pedagógico unificado.
pelo Conselho Nacional de Educação;
II – as normas complementares dos respec- Art. 36-D. Os diplomas de cursos de educação
tivos sistemas de ensino; profissional técnica de nível médio, quando
III – as exigências de cada instituição de registrados, terão validade nacional e habilita-
ensino, nos termos de seu projeto pedagógico. rão ao prosseguimento de estudos na educação
§ 2o As formas referidas nos incisos I e II superior.
do caput deste artigo poderão também ser ofe- Parágrafo único. Os cursos de educação
recidas em articulação com a aprendizagem profissional técnica de nível médio, nas for-
profissional, nos termos da Lei no 10.097, de mas articulada concomitante e subsequente,
19 de dezembro de 2000. quando estruturados e organizados em etapas
§ 3o Quando a educação profissional técnica com terminalidade, possibilitarão a obtenção
de nível médio for oferecida em articulação de certificados de qualificação para o trabalho
com a aprendizagem profissional, poderá haver após a conclusão, com aproveitamento, de cada
aproveitamento: etapa que caracterize uma qualificação para o
I – das atividades pedagógicas de educação trabalho.
profissional técnica de nível médio, para efeito
de cumprimento do contrato de aprendizagem
profissional, nos termos de regulamento; SEÇÃO V – Da Educação de Jovens e
II – das horas de trabalho em aprendizagem Adultos
profissional para efeito de integralização da
Educação básica
carga horária do ensino médio, no itinerário da Art. 37. A educação de jovens e adultos será
formação técnica e profissional ou na educação destinada àqueles que não tiveram acesso ou
profissional técnica de nível médio, nos termos continuidade de estudos nos ensinos funda-
de regulamento. mental e médio na idade própria e constituirá
instrumento para a educação e a aprendizagem
34 ao longo da vida.
§ 1o Os sistemas de ensino assegurarão gra- III – de educação profissional tecnológica
tuitamente aos jovens e aos adultos, que não de graduação e pós-graduação.
puderam efetuar os estudos na idade regular, § 3o Os cursos de educação profissional
oportunidades educacionais apropriadas, con- tecnológica de graduação e pós-graduação
sideradas as características do alunado, seus organizar-se-ão, no que concerne a objetivos,
interesses, condições de vida e de trabalho, características e duração, de acordo com as dire-
mediante cursos e exames. trizes curriculares nacionais estabelecidas pelo
§ 2o O Poder Público viabilizará e estimulará Conselho Nacional de Educação.
o acesso e a permanência do trabalhador na § 4o As instituições de educação superior
escola, mediante ações integradas e comple- deverão dar transparência e estabelecer critérios
mentares entre si. e procedimentos objetivos para o aproveita-
§ 3o A educação de jovens e adultos deverá mento das experiências e dos conhecimentos
articular-se, preferencialmente, com a educação desenvolvidos na educação profissional técnica
profissional, na forma do regulamento. de nível médio, sempre que o curso desse nível
e o de nível superior sejam de áreas afins, nos
Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos termos de regulamento.
e exames supletivos, que compreenderão a base
nacional comum do currículo, habilitando ao Art. 40. A educação profissional será desenvol-
prosseguimento de estudos em caráter regular. vida em articulação com o ensino regular ou por
§ 1o Os exames a que se refere este artigo diferentes estratégias de educação continuada,
realizar-se-ão: em instituições especializadas ou no ambiente
I – no nível de conclusão do ensino funda- de trabalho.
mental, para os maiores de quinze anos;
II – no nível de conclusão do ensino médio, Art. 41. O conhecimento adquirido na edu-
para os maiores de dezoito anos. cação profissional e tecnológica, inclusive no
§ 2o Os conhecimentos e habilidades adqui- trabalho, poderá ser objeto de avaliação, reco-
ridos pelos educandos por meios informais nhecimento e certificação para prosseguimento
serão aferidos e reconhecidos mediante exames. ou conclusão de estudos.
Parágrafo único. (Revogado)
sanções previstas no § 1o deste artigo, o processo III – em local visível da instituição de ensino
de reavaliação poderá resultar em redução de superior e de fácil acesso ao público;
vagas autorizadas e em suspensão temporária IV – deve ser atualizada semestralmente ou
de novos ingressos e de oferta de cursos. anualmente, de acordo com a duração das dis-
§ 4o É facultado ao Ministério da Educa- ciplinas de cada curso oferecido, observando
ção, mediante procedimento específico e com o seguinte: 37
a) caso o curso mantenha disciplinas com curso do mesmo nível e área ou equivalente,
duração diferenciada, a publicação deve ser respeitando-se os acordos internacionais de
semestral; reciprocidade ou equiparação.
b) a publicação deve ser feita até 1 (um) mês § 3o Os diplomas de Mestrado e de Douto-
antes do início das aulas; rado expedidos por universidades estrangeiras
c) caso haja mudança na grade do curso ou só poderão ser reconhecidos por universidades
no corpo docente até o início das aulas, os alunos que possuam cursos de pós-graduação reconhe-
devem ser comunicados sobre as alterações; cidos e avaliados, na mesma área de conheci-
V – deve conter as seguintes informações: mento e em nível equivalente ou superior.
a) a lista de todos os cursos oferecidos pela § 4o (Vetado)
instituição de ensino superior;
b) a lista das disciplinas que compõem a Art. 49. As instituições de educação superior
grade curricular de cada curso e as respectivas aceitarão a transferência de alunos regulares,
cargas horárias; para cursos afins, na hipótese de existência de
c) a identificação dos docentes que minis- vagas, e mediante processo seletivo.
trarão as aulas em cada curso, as disciplinas Parágrafo único. As transferências ex officio
que efetivamente ministrará naquele curso ou dar-se-ão na forma da lei.
cursos, sua titulação, abrangendo a qualificação
profissional do docente e o tempo de casa do Art. 50. As instituições de educação superior,
docente, de forma total, contínua ou intermi- quando da ocorrência de vagas, abrirão matrí-
tente. cula nas disciplinas de seus cursos a alunos
§ 2o Os alunos que tenham extraordinário não regulares que demonstrarem capacidade
aproveitamento nos estudos, demonstrado por de cursá-las com proveito, mediante processo
meio de provas e outros instrumentos de avalia- seletivo prévio.
ção específicos, aplicados por banca examina-
dora especial, poderão ter abreviada a duração Art. 51. As instituições de educação superior
dos seus cursos, de acordo com as normas dos credenciadas como universidades, ao deliberar
sistemas de ensino. sobre critérios e normas de seleção e admissão
§ 3o É obrigatória a frequência de alunos e de estudantes, levarão em conta os efeitos desses
professores, salvo nos programas de educação critérios sobre a orientação do ensino médio,
a distância. articulando-se com os órgãos normativos dos
§ 4o As instituições de educação superior sistemas de ensino.
oferecerão, no período noturno, cursos de
graduação nos mesmos padrões de qualidade Art. 52. As universidades são instituições
mantidos no período diurno, sendo obrigató- pluridisciplinares de formação dos quadros
ria a oferta noturna nas instituições públicas, profissionais de nível superior, de pesquisa,
garantida a necessária previsão orçamentária. de extensão e de domínio e cultivo do saber
humano, que se caracterizam por:
Art. 48. Os diplomas de cursos superiores reco- I – produção intelectual institucionalizada
nhecidos, quando registrados, terão validade mediante o estudo sistemático dos temas e pro-
nacional como prova da formação recebida por blemas mais relevantes, tanto do ponto de vista
seu titular. científico e cultural, quanto regional e nacional;
§ 1o Os diplomas expedidos pelas univer- II – um terço do corpo docente, pelo menos,
sidades serão por elas próprias registrados, e com titulação acadêmica de mestrado ou dou-
Educação básica
Art. 62-A. A formação dos profissionais a que Art. 64. A formação de profissionais de educa-
se refere o inciso III do art. 61 far-se-á por meio ção para administração, planejamento, inspeção,
de cursos de conteúdo técnico-pedagógico, em supervisão e orientação educacional para a edu-
nível médio ou superior, incluindo habilitações cação básica, será feita em cursos de graduação
tecnológicas. em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a
Educação básica
Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca
valorização dos profissionais da educação, asse- menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Fede-
gurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos ral e os Municípios, vinte e cinco por cento, ou
e dos planos de carreira do magistério público: o que consta nas respectivas Constituições ou
I – ingresso exclusivamente por concurso Leis Orgânicas, da receita resultante de impos-
público de provas e títulos; tos, compreendidas as transferências constitu-
II – aperfeiçoamento profissional continuado, cionais, na manutenção e desenvolvimento do
inclusive com licenciamento periódico remu- ensino público.
nerado para esse fim; § 1o A parcela da arrecadação de impostos
III – piso salarial profissional; transferida pela União aos Estados, ao Distrito
IV – progressão funcional baseada na titu- Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos
lação ou habilitação, e na avaliação do desem- respectivos Municípios, não será considerada,
penho; para efeito do cálculo previsto neste artigo,
V – período reservado a estudos, planeja- receita do governo que a transferir.
mento e avaliação, incluído na carga de trabalho; § 2o Serão consideradas excluídas das recei-
VI – condições adequadas de trabalho. tas de impostos mencionadas neste artigo as
§ 1o A experiência docente é pré-requisito operações de crédito por antecipação de receita
para o exercício profissional de quaisquer outras orçamentária de impostos.
funções de magistério, nos termos das normas § 3o Para fixação inicial dos valores corres-
de cada sistema de ensino. pondentes aos mínimos estatuídos neste artigo,
§ 2o Para os efeitos do disposto no § 5o do será considerada a receita estimada na lei do
art. 40 e no § 8o do art. 201 da Constituição orçamento anual, ajustada, quando for o caso,
Federal, são consideradas funções de magistério por lei que autorizar a abertura de créditos
as exercidas por professores e especialistas em adicionais, com base no eventual excesso de
educação no desempenho de atividades edu- arrecadação.
cativas, quando exercidas em estabelecimento § 4o As diferenças entre a receita e a des-
de educação básica em seus diversos níveis e pesa previstas e as efetivamente realizadas, que
modalidades, incluídas, além do exercício da resultem no não atendimento dos percentuais
docência, as de direção de unidade escolar e as mínimos obrigatórios, serão apuradas e corri-
de coordenação e assessoramento pedagógico. gidas a cada trimestre do exercício financeiro.
§ 3o A União prestará assistência técnica aos § 5o O repasse dos valores referidos neste
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios na artigo do caixa da União, dos Estados, do Dis-
elaboração de concursos públicos para provi- trito Federal e dos Municípios ocorrerá imedia-
mento de cargos dos profissionais da educação. tamente ao órgão responsável pela educação,
observados os seguintes prazos:
Normas principais
tuições de ensino, ou, quando efetivada fora dos Art. 75. A ação supletiva e redistributiva da
sistemas de ensino, que não vise, precipuamente, União e dos Estados será exercida de modo a
ao aprimoramento de sua qualidade ou à sua corrigir, progressivamente, as disparidades de
expansão; acesso e garantir o padrão mínimo de qualidade
de ensino.
44
§ 1o A ação a que se refere este artigo obede- os que demonstrarem insuficiência de recursos,
cerá a fórmula de domínio público que inclua quando houver falta de vagas e cursos regula-
a capacidade de atendimento e a medida do res da rede pública de domicílio do educando,
esforço fiscal do respectivo Estado, do Distrito ficando o Poder Público obrigado a investir
Federal ou do Município em favor da manuten- prioritariamente na expansão da sua rede local.
ção e do desenvolvimento do ensino. § 2o As atividades universitárias de pesquisa
§ 2o A capacidade de atendimento de cada e extensão poderão receber apoio financeiro
governo será definida pela razão entre os recur- do Poder Público, inclusive mediante bolsas
sos de uso constitucionalmente obrigatório na de estudo.
manutenção e desenvolvimento do ensino e o
custo anual do aluno, relativo ao padrão mínimo
de qualidade. TÍTULO VIII – Das Disposições Gerais
§ 3o Com base nos critérios estabelecidos nos
§§ 1o e 2o, a União poderá fazer a transferência Art. 78. O Sistema de Ensino da União, com a
direta de recursos a cada estabelecimento de colaboração das agências federais de fomento à
ensino, considerado o número de alunos que cultura e de assistência aos índios, desenvolverá
efetivamente frequentam a escola. programas integrados de ensino e pesquisa, para
§ 4o A ação supletiva e redistributiva não oferta de educação escolar bilíngue e intercul-
poderá ser exercida em favor do Distrito Federal, tural aos povos indígenas, com os seguintes
dos Estados e dos Municípios se estes oferece- objetivos:
rem vagas, na área de ensino de sua responsabi- I – proporcionar aos índios, suas comunida-
lidade, conforme o inciso VI do art. 10 e o inciso des e povos, a recuperação de suas memórias
V do art. 11 desta Lei, em número inferior à sua históricas; a reafirmação de suas identidades
capacidade de atendimento. étnicas; a valorização de suas línguas e ciências;
II – garantir aos índios, suas comunidades e
Art. 76. A ação supletiva e redistributiva pre- povos, o acesso às informações, conhecimentos
vista no artigo anterior ficará condicionada ao técnicos e científicos da sociedade nacional e
efetivo cumprimento pelos Estados, Distrito demais sociedades indígenas e não índias.
Federal e Municípios do disposto nesta Lei, sem
prejuízo de outras prescrições legais. Art. 78-A. Os sistemas de ensino, em regime
de colaboração, desenvolverão programas
Art. 77. Os recursos públicos serão destinados integrados de ensino e pesquisa, para oferta
às escolas públicas, podendo ser dirigidos a de educação escolar bilíngue e intercultural aos
escolas comunitárias, confessionais ou filan- estudantes surdos, surdo-cegos, com deficiência
trópicas que: auditiva sinalizantes, surdos com altas habilida-
I – comprovem finalidade não lucrativa e não des ou superdotação ou com outras deficiências
distribuam resultados, dividendos, bonificações, associadas, com os seguintes objetivos:
participações ou parcela de seu patrimônio sob I – proporcionar aos surdos a recuperação de
nenhuma forma ou pretexto; suas memórias históricas, a reafirmação de suas
II – apliquem seus excedentes financeiros identidades e especificidades e a valorização de
em educação; sua língua e cultura;
III – assegurem a destinação de seu patrimô- II – garantir aos surdos o acesso às informa-
nio a outra escola comunitária, filantrópica ou ções e conhecimentos técnicos e científicos da
confessional, ou ao Poder Público, no caso de sociedade nacional e demais sociedades surdas
Normas principais
Art. 86. As instituições de educação superior Art. 88. A União, os Estados, o Distrito Federal
constituídas como universidades integrar-se- e os Municípios adaptarão sua legislação edu-
-ão, também, na sua condição de instituições cacional e de ensino às disposições desta Lei
de pesquisa, ao Sistema Nacional de Ciência e no prazo máximo de um ano, a partir da data
Tecnologia, nos termos da legislação específica. de sua publicação.
§ 1o As instituições educacionais adaptarão
seus estatutos e regimentos aos dispositivos
TÍTULO IX – Das Disposições Transitórias desta Lei e às normas dos respectivos sistemas
de ensino, nos prazos por estes estabelecidos.
Art. 87. É instituída a Década da Educação, a § 2o O prazo para que as universidades cum-
iniciar-se um ano a partir da publicação desta pram o disposto nos incisos II e III do art. 52
Lei. é de oito anos.
§ 1o A União, no prazo de um ano a partir
da publicação desta Lei, encaminhará, ao Con- Art. 89. As creches e pré-escolas existentes
Normas principais
gresso Nacional, o Plano Nacional de Educação, ou que venham a ser criadas deverão, no prazo
com diretrizes e metas para os dez anos seguin- de três anos, a contar da publicação desta Lei,
tes, em sintonia com a Declaração Mundial integrar-se ao respectivo sistema de ensino.
sobre Educação para Todos.
§ 2o (Revogado) Art. 90. As questões suscitadas na transição
entre o regime anterior e o que se institui nesta 47
Lei serão resolvidas pelo Conselho Nacional de de 28 de novembro de 1968, não alteradas pelas
Educação ou, mediante delegação deste, pelos Leis nos 9.131, de 24 de novembro de 1995 e
órgãos normativos dos sistemas de ensino, pre- 9.192, de 21 de dezembro de 1995 e, ainda, as
servada a autonomia universitária. Leis nos 5.692, de 11 de agosto de 1971 e 7.044,
de 18 de outubro de 1982, e as demais leis e
Art. 90-A. Até a entrada em vigor da lei de decretos-lei que as modificaram e quaisquer
que trata o art. 14, os Conselhos Escolares e os outras disposições em contrário.
Fóruns dos Conselhos Escolares já instituídos
continuarão a observar as normas expedidas Brasília, 20 de dezembro de 1996; 175o da Inde-
pelos respectivos sistemas de ensino. pendência e 108o da República.
Art. 91. Esta Lei entra em vigor na data de FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
sua publicação.
Promulgada em 20/12/1996 e publicada no DOU
Art. 92. Revogam-se as disposições das Leis de 23/12/1996.
nos 4.024, de 20 de dezembro de 1961, e 5.540,
Educação básica
48
Lei no 4.024/1961
Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Normas principais
51
Decreto no 9.057/2017
Regulamenta o art. 80 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional.
Art. 4o As atividades presenciais, como tuto- titucional para oferta de cursos na modalidade
rias, avaliações, estágios, práticas profissionais a distância;
e de laboratório e defesa de trabalhos, previstas II – autorização, reconhecimento e renovação
nos projetos pedagógicos ou de desenvolvi- de reconhecimento de cursos na modalidade a
mento da instituição de ensino e do curso, serão distância; e
52 realizadas na sede da instituição de ensino, nos
III – resultados dos processos de avaliação CAPÍTULO III – Da Oferta de Cursos
e de supervisão da educação na modalidade a na Modalidade a Distância na Educação
distância. Superior
53
Art. 13. Os processos de credenciamento e da Educação, nos termos a serem estabelecidos
recredenciamento institucional, de autorização, em regulamento.
de reconhecimento e de renovação de reconhe- § 2o A extinção de polo de educação a dis-
cimento de cursos superiores na modalidade a tância deverá ser informada ao Ministério da
distância serão submetidos à avaliação in loco na Educação após o encerramento de todas as ati-
sede da instituição de ensino, com o objetivo de vidades educacionais, assegurados os direitos
verificar a existência e a adequação de metodo- dos estudantes matriculados e da comunidade
logia, de infraestrutura física, tecnológica e de acadêmica.
pessoal que possibilitem a realização das ativi-
dades previstas no Plano de Desenvolvimento Art. 17. Observado o disposto no art. 14, os
Institucional e no Projeto Pedagógico de Curso. pedidos de autorização, de reconhecimento
Parágrafo único. Os processos previstos no e de renovação de reconhecimento de cursos
caput observarão, no que couber, a disciplina superiores na modalidade a distância, ofertados
processual aplicável aos processos regulatórios nos limites dos Estados e do Distrito Federal
da educação superior em geral, nos termos da nos quais estejam sediadas as instituições de
legislação específica e das normas expedidas ensino dos sistemas estaduais e distrital, deverão
pelo Ministério da Educação. tramitar nos órgãos competentes de âmbito
estadual ou distrital, conforme o caso, aos quais
Art. 14. As instituições de ensino credenciadas caberá a supervisão das instituições de ensino.
para a oferta de educação superior na modali- Parágrafo único. Os cursos das instituições
dade a distância que detenham a prerrogativa de ensino de que trata o caput cujas atividades
de autonomia dos sistemas de ensino federal, presenciais forem realizadas fora do Estado da
estaduais e distrital independem de autoriza- sede da instituição de ensino, estarão sujeitos
ção para funcionamento de curso superior na à regulamentação do Ministério da Educação.
modalidade a distância.
Parágrafo único. Na hipótese de que trata o Art. 18. A oferta de programas de pós-gra-
caput, as instituições de ensino deverão informar duação stricto sensu na modalidade a distância
o Ministério da Educação quando da oferta ficará condicionada à recomendação da Coorde-
de curso superior na modalidade a distância, nação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
no prazo de sessenta dias, contado da data de Superior – Capes, observadas as diretrizes e os
criação do curso, para fins de supervisão, de pareceres do Conselho Nacional de Educação.
avaliação e de posterior reconhecimento, nos
termos da legislação específica. Art. 19. A oferta de cursos superiores na moda-
lidade a distância admitirá regime de parceria
Art. 15. Os cursos de pós-graduação lato sensu entre a instituição de ensino credenciada para
na modalidade a distância poderão ter as ativi- educação a distância e outras pessoas jurídicas,
dades presenciais realizadas em locais distintos preferencialmente em instalações da instituição
da sede ou dos polos de educação a distância. de ensino, exclusivamente para fins de funcio-
namento de polo de educação a distância, na
Art. 16. A criação de polo de educação a dis- forma a ser estabelecida em regulamento e res-
tância, de competência da instituição de ensino peitado o limite da capacidade de atendimento
credenciada para a oferta nesta modalidade, de estudantes.
fica condicionada ao cumprimento dos parâ- § 1o A parceria de que trata o caput deverá
metros definidos pelo Ministério da Educação, ser formalizada em documento próprio, o qual
Educação básica
de acordo com os resultados de avaliação ins- conterá as obrigações das entidades parceiras
titucional. e estabelecerá a responsabilidade exclusiva da
§ 1o As instituições de ensino deverão infor- instituição de ensino credenciada para educação
mar a criação de polos de educação a distância a distância ofertante do curso quanto a:
e as alterações de seus endereços ao Ministério I – prática de atos acadêmicos referentes ao
54 objeto da parceria;
II – corpo docente; avaliações in loco na sede tenham sido concluí-
III – tutores; das, terão a fase de análise finalizada pela Secre-
IV – material didático; e taria competente no Ministério da Educação.
V – expedição das titulações conferidas. § 1o Os processos de autorização de cursos
§ 2o O documento de formalização da par- a distância vinculados de que trata o caput pro-
ceria de que trata o § 1o, ao qual deverá ser tocolados por instituições de ensino detentoras
dada ampla divulgação, deverá ser elaborado em de autonomia, sem avaliação in loco realizada
consonância com o Plano de Desenvolvimento na sede, serão arquivados e a autorização ficará
Institucional de cada instituição de ensino cre- a cargo da instituição de ensino, após o cre-
denciada para educação a distância. denciamento.
§ 3o A instituição de ensino credenciada para § 2o Nos processos mencionados no caput,
educação a distância deverá manter atualizadas somente serão considerados para fins de cre-
junto ao Ministério da Educação as informações denciamento de polos de educação a distân-
sobre os polos, a celebração e o encerramento cia os endereços nos quais a avaliação in loco
de parcerias, na forma a ser estabelecida em tenha sido realizada, e aqueles não avaliados
regulamento, a fim de garantir o atendimento serão arquivados, sem prejuízo de sua posterior
aos critérios de qualidade e assegurar os direitos criação pela instituição de ensino, conforme o
dos estudantes matriculados. disposto no art. 16.
§ 3o O disposto no § 2o se aplica, no que
couber, aos processos de aditamento de creden-
CAPÍTULO IV – Disposições Finais e ciamento de polos de educação a distância em
Transitórias tramitação na data de publicação deste Decreto.
§ 4o Eventuais valores de taxas recolhidas
Art. 20. Os órgãos competentes dos sistemas de para avaliações não realizadas ficarão disponí-
ensino poderão, motivadamente, realizar ações veis para utilização em outros processos de ava-
de monitoramento, de avaliação e de supervi- liação referentes à mesma instituição de ensino.
são de cursos, polos ou instituições de ensino, § 5o As instituições de ensino poderão
observada a legislação em vigor e respeitados os optar pelo não arquivamento dos endereços
princípios do contraditório e da ampla defesa. não avaliados, na forma a ser estabelecida em
regulamento.
Art. 21. O disposto neste Decreto não afasta as
disposições específicas referentes aos sistemas Art. 24. Ficam revogados:
públicos de educação a distância, à Universidade I – o Decreto no 5.622, de 19 de dezembro
Aberta do Brasil e à Rede e-Tec Brasil. de 2005; e
II – o art. 1o do Decreto no 6.303, de 12 de
Art. 22. Os atos de credenciamento para a dezembro de 2007.
oferta exclusiva de cursos de pós-graduação lato
sensu na modalidade a distância concedidos a Art. 25. Este Decreto entra em vigor na data
instituições de ensino superior serão conside- de sua publicação.
rados também para fins de oferta de cursos de
graduação nesta modalidade, dispensado novo Brasília, 25 de maio de 2017; 196o da Indepen-
credenciamento ou aditamento. dência e 129o da República.
55
Decreto no 5.154/2004
Regulamenta o § 2o do art. 36 e os arts. 39 a 41 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e dá outras providências.
56
I – os objetivos contidos nas diretrizes cur- organizar-se-ão, no que concerne aos objeti-
riculares nacionais definidas pelo Conselho vos, características e duração, de acordo com as
Nacional de Educação; diretrizes curriculares nacionais definidas pelo
II – as normas complementares dos respec- Conselho Nacional de Educação.
tivos sistemas de ensino; e
III – as exigências de cada instituição de Art. 6o Os cursos e programas de educação
ensino, nos termos de seu projeto pedagógico. profissional técnica de nível médio e os cursos
§ 1o A articulação entre a educação profis- de educação profissional tecnológica de gra-
sional técnica de nível médio e o ensino médio duação, quando estruturados e organizados
dar-se-á de forma: em etapas com terminalidade, incluirão saídas
I – integrada, oferecida somente a quem já intermediárias, que possibilitarão a obtenção
tenha concluído o ensino fundamental, sendo o de certificados de qualificação para o trabalho
curso planejado de modo a conduzir o aluno à após sua conclusão com aproveitamento.
habilitação profissional técnica de nível médio, § 1o Para fins do disposto no caput consi-
na mesma instituição de ensino, contando com dera-se etapa com terminalidade a conclusão
matrícula única para cada aluno; intermediária de cursos de educação profissional
II – concomitante, oferecida somente a quem técnica de nível médio ou de cursos de educa-
já tenha concluído o ensino fundamental ou ção profissional tecnológica de graduação que
esteja cursando o ensino médio, na qual a com- caracterize uma qualificação para o trabalho,
plementaridade entre a educação profissional claramente definida e com identidade própria.
técnica de nível médio e o ensino médio pres- § 2o As etapas com terminalidade deverão
supõe a existência de matrículas distintas para estar articuladas entre si, compondo os itine-
cada curso, podendo ocorrer: rários formativos e os respectivos perfis profis-
a) na mesma instituição de ensino, apro- sionais de conclusão.
veitando-se as oportunidades educacionais
disponíveis; Art. 7o Os cursos de educação profissional
b) em instituições de ensino distintas, apro- técnica de nível médio e os cursos de educação
veitando-se as oportunidades educacionais dis- profissional tecnológica de graduação conduzem
poníveis; ou à diplomação após sua conclusão com apro-
c) em instituições de ensino distintas, veitamento.
mediante convênios de intercomplementari- Parágrafo único. Para a obtenção do diploma
dade, visando o planejamento e o desenvol- de técnico de nível médio, o aluno deverá con-
vimento de projetos pedagógicos unificados; cluir seus estudos de educação profissional téc-
III – subsequente, oferecida somente a quem nica de nível médio e de ensino médio.
já tenha concluído o ensino médio.
§ 2o Na hipótese prevista no inciso I do § 1o, Art. 8o Este Decreto entra em vigor na data
a instituição de ensino deverá, observados o de sua publicação.
inciso I do art. 24 da Lei no 9.394, de 1996, e as
diretrizes curriculares nacionais para a educação Art. 9o Revoga-se o Decreto no 2.208, de 17
profissional técnica de nível médio, ampliar a de abril de 1997.
carga horária total do curso, a fim de assegurar,
simultaneamente, o cumprimento das finali- Brasília, 23 de julho de 2004; 183o da Indepen-
dades estabelecidas para a formação geral e as dência e 116o da República.
condições de preparação para o exercício de
Normas principais
57
Normas correlatas
Lei no 14.180/2021
Institui a Política de Inovação Educação Conectada.
61
Lei no 14.164/2021
Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional),
para incluir conteúdo sobre a prevenção da violência contra a mulher nos currículos da educação
básica, e institui a Semana Escolar de Combate à Violência contra a Mulher.
1
Nota do Editor (NE): nos dispositivos que alteram
normas, suprimiram-se as alterações determinadas
uma vez que já foram incorporadas às normas às
62 quais se destinam.
Lei no 14.113/2020
Regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização
dos Profissionais da Educação (Fundeb), de que trata o art. 212‑A da Constituição Federal; revoga
dispositivos da Lei no 11.494, de 20 de junho de 2007; e dá outras providências.
Art. 1o Fica instituído, no âmbito de cada Art. 3o Os Fundos, no âmbito de cada Estado
Estado e do Distrito Federal, um Fundo de e do Distrito Federal, são compostos por 20%
Manutenção e Desenvolvimento da Educação (vinte por cento) das seguintes fontes de receita:
Básica e de Valorização dos Profissionais da I – Imposto sobre Transmissão Causa Mortis
Educação (Fundeb), de natureza contábil, nos e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCD)
termos do art. 212‑A da Constituição Federal. previsto no inciso I do caput do art. 155 da Cons-
Parágrafo único. A instituição dos Fundos tituição Federal;
previstos no caput deste artigo e a aplicação de II – Imposto sobre Operações Relativas à
seus recursos não isentam os Estados, o Distrito Circulação de Mercadorias e sobre Prestações
Federal e os Municípios da obrigatoriedade de Serviços de Transportes Interestadual e Inter-
da aplicação na manutenção e no desenvolvi- municipal e de Comunicação (ICMS) previsto
mento do ensino, na forma prevista no art. 212 no inciso II do caput do art. 155 combinado
da Constituição Federal e no inciso VI do caput e com o inciso IV do caput do art. 158 da Cons-
parágrafo único do art. 10 e no inciso V do caput tituição Federal;
do art. 11 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro III – Imposto sobre a Propriedade de Veículos
de 1996, de: Automotores (IPVA) previsto no inciso III do
I – pelo menos 5% (cinco por cento) do caput do art. 155 combinado com o inciso III
montante dos impostos e transferências que do caput do art. 158 da Constituição Federal;
compõem a cesta de recursos do Fundeb, a que IV – parcela do produto da arrecadação do
se referem os incisos I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII imposto que a União eventualmente instituir
e IX do caput e o § 1o do art. 3o desta Lei, de no exercício da competência que lhe é atribuída
modo que os recursos previstos no art. 3o desta pelo inciso I do caput do art. 154 da Constitui-
Lei somados aos referidos neste inciso garantam ção Federal, prevista no inciso II do caput do
a aplicação do mínimo de 25% (vinte e cinco por art. 157 da Constituição Federal;
cento) desses impostos e transferências em favor V – parcela do produto da arrecadação do
da manutenção e do desenvolvimento do ensino; Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural
II – pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) (ITR), relativamente a imóveis situados nos
Normas correlatas
cial em cada ente federado, definido de modo termos do § 3o do art. 13 desta Lei realizadas
a captar, direta ou indiretamente, a evasão no no penúltimo exercício financeiro anterior ao
ensino fundamental e médio. de referência;
§ 3o A medida de equidade de aprendizagem, III – em relação à complementação-VAAR:
prevista no inciso I do § 2o deste artigo: evolução de indicadores, nos termos do art. 14
desta Lei. 69
Parágrafo único. Para fins de apuração do cinco por cento) até 31 de julho, de 85% (oitenta
VAAT, os valores referidos no inciso II do caput e cinco por cento) até 31 de dezembro de cada
deste artigo serão corrigidos pelo percentual da ano e de 100% (cem por cento) até 31 de janeiro
variação nominal das receitas totais integrantes do exercício imediatamente subsequente.
dos Fundos, nos termos do art. 3o desta Lei, § 3o O valor da complementação da União,
para o período de 24 (vinte e quatro) meses, nos termos do art. 5o desta Lei, em função da
encerrado em junho do exercício anterior ao diferença, a maior ou a menor, entre a receita
da transferência. estimada para o cálculo e a receita realizada
do exercício de referência, será ajustado, no
Art. 16. O Poder Executivo federal publicará, primeiro quadrimestre, em parcela única, do
até 31 de dezembro de cada exercício, para exercício imediatamente subsequente e debitada
vigência no exercício subsequente: ou creditada à conta específica dos Fundos,
I – a estimativa da receita total dos Fundos, conforme o caso.
nos termos do art. 3o desta Lei; § 4o Para o ajuste da complementação da
II – a estimativa do valor da complementação União, de que trata o § 3o deste artigo, os Estados
da União, nos termos do art. 5o desta Lei; e o Distrito Federal deverão publicar em meio
III – a estimativa dos valores anuais por aluno oficial e encaminhar à Secretaria do Tesouro
(VAAF) no âmbito do Distrito Federal e de cada Nacional do Ministério da Economia, até o dia
Estado, nos termos do art. 11 desta Lei; 31 de janeiro, os valores da arrecadação efetiva
IV – a estimativa do valor anual mínimo por dos impostos e das transferências, nos termos
aluno (VAAF‑MIN) definido nacionalmente, do art. 3o desta Lei, referentes ao exercício ime-
nos termos do art. 12 desta Lei, e correspondente diatamente anterior.
distribuição de recursos da complementação- § 5o O FNDE divulgará em sítio eletrônico,
-VAAF às redes de ensino; até 31 de dezembro de cada exercício:
V – os valores anuais totais por aluno (VAAT) I – a memória de cálculo do índice de cor-
no âmbito das redes de ensino, nos termos do reção previsto no parágrafo único do art. 15
§ 3o do art. 13 desta Lei, anteriormente à com- desta Lei, elaborado pela Secretaria do Tesouro
plementação-VAAT; Nacional do Ministério da Economia;
VI – a estimativa do valor anual total mínimo II – o detalhamento das parcelas de receitas
por aluno (VAAT‑MIN) definido nacional- e disponibilidades, nos termos dos arts. 11 e 12
mente, nos termos do art. 13 desta Lei, e cor- e do § 3o do art. 13 desta Lei, consideradas no
respondente distribuição de recursos da com- cálculo do VAAT, por rede de ensino, a que se
plementação-VAAT às redes de ensino; refere o inciso V do caput deste artigo.
VII – as aplicações mínimas pelas redes de
ensino em educação infantil, nos termos do
art. 28 desta Lei; SEÇÃO V – Da Comissão
VIII – as redes de ensino beneficiadas com a Intergovernamental de Financiamento para a
complementação-VAAR e respectivos valores, Educação Básica de Qualidade
nos termos do art. 14 desta Lei.
§ 1o Após o prazo de que trata o caput deste Art. 17. Fica mantida, no âmbito do Ministério
artigo, as estimativas serão atualizadas a cada 4 da Educação, a Comissão Intergovernamental de
(quatro) meses ao longo do exercício de refe- Financiamento para a Educação Básica de Qua-
rência. lidade, instituída pelo art. 12 da Lei no 11.494,
§ 2o A complementação da União observará de 20 de junho de 2007, com a seguinte com-
Educação básica
cífica a que se refere o caput deste artigo serão ridos em decorrência das aplicações previstas
depositados pela União, pelo Distrito Federal, no caput deste artigo deverão ser utilizados na
pelos Estados e pelos Municípios na forma pre- mesma finalidade e de acordo com os mesmos
vista no § 5o do art. 69 da Lei no 9.394, de 20 de critérios e condições estabelecidos para utiliza-
dezembro de 1996. ção do valor principal do Fundo.
73
CAPÍTULO V – Da Utilização dos Recursos II – profissionais da educação básica: docen-
tes, profissionais no exercício de funções de
Art. 25. Os recursos dos Fundos, inclusive suporte pedagógico direto à docência, de dire-
aqueles oriundos de complementação da União, ção ou administração escolar, planejamento,
serão utilizados pelos Estados, pelo Distrito inspeção, supervisão, orientação educacional,
Federal e pelos Municípios, no exercício finan- coordenação e assessoramento pedagógico, e
ceiro em que lhes forem creditados, em ações profissionais de funções de apoio técnico, admi-
consideradas de manutenção e de desenvolvi- nistrativo ou operacional, em efetivo exercício
mento do ensino para a educação básica pública, nas redes de ensino de educação básica;
conforme disposto no art. 70 da Lei no 9.394, III – efetivo exercício: a atuação efetiva no
de 20 de dezembro de 1996. desempenho das atividades dos profissionais
§ 1o Observado o disposto nos arts. 27 e referidos no inciso II deste parágrafo associada
28 desta Lei e no § 2o deste artigo, os recursos à regular vinculação contratual, temporária ou
poderão ser aplicados pelos Estados e pelos estatutária com o ente governamental que o
Municípios indistintamente entre etapas, moda- remunera, não descaracterizada por eventuais
lidades e tipos de estabelecimento de ensino da afastamentos temporários previstos em lei com
educação básica nos seus respectivos âmbitos de ônus para o empregador que não impliquem
atuação prioritária, conforme estabelecido nos rompimento da relação jurídica existente.
§§ 2o e 3o do art. 211 da Constituição Federal. § 2o Os recursos oriundos do Fundeb, para
§ 2o A aplicação dos recursos referida no atingir o mínimo de 70% (setenta por cento)
caput deste artigo contemplará a ação redistri- dos recursos anuais totais dos Fundos desti-
butiva dos Estados, do Distrito Federal e dos nados ao pagamento, em cada rede de ensino,
Municípios em relação a suas escolas, nos ter- da remuneração dos profissionais da educação
mos do § 6o do art. 211 da Constituição Federal. básica em efetivo exercício, poderão ser aplica-
§ 3o Até 10% (dez por cento) dos recursos dos para reajuste salarial sob a forma de boni-
recebidos à conta dos Fundos, inclusive relativos ficação, abono, aumento de salário, atualização
à complementação da União, nos termos do ou correção salarial.
§ 2o do art. 16 desta Lei, poderão ser utilizados
no primeiro quadrimestre do exercício ime- Art. 26-A. Os Estados, o Distrito Federal e os
diatamente subsequente, mediante abertura de Municípios poderão remunerar, com a parcela
crédito adicional. dos 30% (trinta por cento) não subvinculada aos
profissionais da educação referidos no inciso II
Art. 26. Excluídos os recursos de que trata o do § 1o do art. 26 desta Lei, os portadores de
inciso III do caput do art. 5o desta Lei, propor- diploma de curso superior na área de psicologia
ção não inferior a 70% (setenta por cento) dos ou de serviço social, desde que integrantes de
recursos anuais totais dos Fundos referidos no equipes multiprofissionais que atendam aos
art. 1o desta Lei será destinada ao pagamento, educandos, nos termos da Lei no 13.935, de 11
em cada rede de ensino, da remuneração dos de dezembro de 2019, observado o disposto no
profissionais da educação básica em efetivo caput do art. 27 desta Lei.
exercício.
§ 1o Para os fins do disposto no caput deste Art. 27. Percentual mínimo de 15% (quinze
artigo, considera-se: por cento) dos recursos da complementação-
I – remuneração: o total de pagamentos -VAAT, previstos no inciso II do caput do art. 5o
devidos aos profissionais da educação básica desta Lei, será aplicado, em cada rede de ensino
Educação básica
especialmente em relação à aplicação da totali- fiscalização da aplicação dos recursos dos Fun-
dade dos recursos dos Fundos, serão exercidos: dos que receberem complementação da União.
I – pelo órgão de controle interno no âmbito
da União e pelos órgãos de controle interno no
75
SEÇÃO II – Dos Conselhos de c) a utilização em benefício do sistema de
Acompanhamento e de Controle Social ensino de bens adquiridos com recursos do
Fundo para esse fim.
Art. 33. O acompanhamento e o controle social § 2o Aos conselhos incumbe, ainda:
sobre a distribuição, a transferência e a aplica- I – elaborar parecer das prestações de con-
ção dos recursos dos Fundos serão exercidos, tas a que se refere o parágrafo único do art. 31
perante os respectivos governos, no âmbito da desta Lei;
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos II – supervisionar o censo escolar anual e a
Municípios, por conselhos instituídos especi- elaboração da proposta orçamentária anual, no
ficamente para esse fim. âmbito de suas respectivas esferas governamen-
§ 1o Os conselhos de âmbito estadual, distri- tais de atuação, com o objetivo de concorrer para
tal e municipal poderão, sempre que julgarem o regular e tempestivo tratamento e encami-
conveniente: nhamento dos dados estatísticos e financeiros
I – apresentar ao Poder Legislativo local e que alicerçam a operacionalização dos Fundos;
aos órgãos de controle interno e externo mani- III – acompanhar a aplicação dos recur-
festação formal acerca dos registros contábeis e sos federais transferidos à conta do Programa
dos demonstrativos gerenciais do Fundo, dando Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar
ampla transparência ao documento em sítio (PNATE) e do Programa de Apoio aos Siste-
da internet; mas de Ensino para Atendimento à Educação
II – convocar, por decisão da maioria de de Jovens e Adultos (PEJA) e, ainda, receber
seus membros, o Secretário de Educação com- e analisar as prestações de contas referentes a
petente ou servidor equivalente para prestar esses programas, com a formulação de pareceres
esclarecimentos acerca do fluxo de recursos e conclusivos acerca da aplicação desses recursos
da execução das despesas do Fundo, devendo a e o encaminhamento deles ao FNDE.
autoridade convocada apresentar-se em prazo § 3o Os conselhos atuarão com autonomia,
não superior a 30 (trinta) dias; sem vinculação ou subordinação institucional
III – requisitar ao Poder Executivo cópia ao Poder Executivo local e serão renovados
de documentos, os quais serão imediatamente periodicamente ao final de cada mandato dos
concedidos, devendo a resposta ocorrer em seus membros.
prazo não superior a 20 (vinte) dias, referentes a: § 4o Os conselhos não contarão com estru-
a) licitação, empenho, liquidação e paga- tura administrativa própria, e incumbirá à
mento de obras e de serviços custeados com União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
recursos do Fundo; Municípios garantir infraestrutura e condições
b) folhas de pagamento dos profissionais da materiais adequadas à execução plena das com-
educação, as quais deverão discriminar aque- petências dos conselhos e oferecer ao Ministério
les em efetivo exercício na educação básica e da Educação os dados cadastrais relativos à cria-
indicar o respectivo nível, modalidade ou tipo ção e à composição dos respectivos conselhos.
de estabelecimento a que estejam vinculados;
c) convênios com as instituições a que se Art. 34. Os conselhos serão criados por legis-
refere o art. 7o desta Lei; lação específica, editada no respectivo âmbito
d) outras informações necessárias ao desem- governamental, observados os seguintes crité-
penho de suas funções; rios de composição:
IV – realizar visitas para verificar, in loco, I – em âmbito federal:
entre outras questões pertinentes: a) 3 (três) representantes do Ministério da
Educação básica
determinada pelo disposto no inciso II deste III – nos casos de representantes de profes-
caput, excluídos os membros mencionados nas sores e servidores, pelas entidades sindicais da
suas alíneas “b” e “d”; respectiva categoria;
IV – em âmbito municipal: IV – nos casos de organizações da sociedade
a) 2 (dois) representantes do Poder Execu- civil, em processo eletivo dotado de ampla publi-
tivo municipal, dos quais pelo menos 1 (um) cidade, vedada a participação de entidades que 77
figurem como beneficiárias de recursos fisca- b) prestem serviços terceirizados, no âmbito
lizados pelo conselho ou como contratadas da dos Poderes Executivos em que atuam os res-
Administração da localidade a título oneroso. pectivos conselhos.
§ 3o As organizações da sociedade civil a § 6o O presidente dos conselhos previstos
que se refere este artigo: no caput deste artigo será eleito por seus pares
I – são pessoas jurídicas de direito privado em reunião do colegiado, sendo impedido de
sem fins lucrativos, nos termos da Lei no 13.019, ocupar a função o representante do governo
de 31 de julho de 2014; gestor dos recursos do Fundo no âmbito da
II – desenvolvem atividades direcionadas à União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
localidade do respectivo conselho; Municípios.
III – devem atestar o seu funcionamento § 7o A atuação dos membros dos conselhos
há pelo menos 1 (um) ano contado da data de dos Fundos:
publicação do edital; I – não é remunerada;
IV – desenvolvem atividades relacionadas II – é considerada atividade de relevante
à educação ou ao controle social dos gastos interesse social;
públicos; III – assegura isenção da obrigatoriedade
V – não figuram como beneficiárias de de testemunhar sobre informações recebidas
recursos fiscalizados pelo conselho ou como ou prestadas em razão do exercício de suas ati-
contratadas da Administração da localidade a vidades de conselheiro e sobre as pessoas que
título oneroso. lhes confiarem ou deles receberem informações;
§ 4o Indicados os conselheiros, na forma IV – veda, quando os conselheiros forem
dos incisos I, II, III e IV do § 2o deste artigo, o representantes de professores e diretores ou
Ministério da Educação designará os integrantes de servidores das escolas públicas, no curso
do conselho previsto no inciso I do caput deste do mandato:
artigo, e o Poder Executivo competente desig- a) exoneração ou demissão do cargo ou
nará os integrantes dos conselhos previstos nos emprego sem justa causa ou transferência
incisos II, III e IV do caput deste artigo. involuntária do estabelecimento de ensino em
§ 5o São impedidos de integrar os conselhos que atuam;
a que se refere o caput deste artigo: b) atribuição de falta injustificada ao serviço
I – titulares dos cargos de Presidente e de em função das atividades do conselho;
Vice-Presidente da República, de Ministro de c) afastamento involuntário e injustificado
Estado, de Governador e de Vice-Governador, da condição de conselheiro antes do término
de Prefeito e de Vice-Prefeito e de Secretário do mandato para o qual tenha sido designado;
Estadual, Distrital ou Municipal, bem como seus V – veda, quando os conselheiros forem
cônjuges e parentes consanguíneos ou afins, até representantes de estudantes em atividades do
o terceiro grau; conselho, no curso do mandato, atribuição de
II – tesoureiro, contador ou funcionário de falta injustificada nas atividades escolares.
empresa de assessoria ou consultoria que pres- § 8o Para cada membro titular deverá ser
tem serviços relacionados à administração ou nomeado um suplente, representante da mesma
ao controle interno dos recursos do Fundo, categoria ou segmento social com assento no
bem como cônjuges, parentes consanguíneos conselho, que substituirá o titular em seus impe-
ou afins, até o terceiro grau, desses profissionais; dimentos temporários, provisórios e em seus
III – estudantes que não sejam emancipados; afastamentos definitivos, ocorridos antes do
IV – pais de alunos ou representantes da fim do mandato.
Educação básica
Art. 35. O Poder Executivo federal poderá criar Art. 38. A verificação do cumprimento dos
e manter redes de conhecimento dos conselhei- percentuais de aplicação dos recursos do Fun-
ros, com o objetivo de, entre outros: deb, estabelecidos nos arts. 212 e 212‑A da Cons-
I – gerar, compartilhar e disseminar conhe- tituição Federal, em ações de manutenção e de
cimento e experiências; desenvolvimento do ensino, nas esferas estadual,
II – formular propostas de padrões, políticas, distrital e municipal, será realizada por meio de
guias e manuais; registro bimestral das informações em sistema
III – discutir sobre os desafios enfrentados de informações sobre orçamentos públicos em
e as possibilidades de ação quanto aos gastos educação, mantido pelo Ministério da Educação.
públicos do Fundeb e à sua eficiência; § 1o A ausência de registro das informações
IV – prospectar novas tecnologias para o de que trata o caput deste artigo, no prazo de até
fornecimento de informações e o controle e a 30 (trinta) dias após o encerramento de cada
participação social por meios digitais. bimestre, ocasionará a suspensão das transferên-
§ 1o Será assegurada a participação de todos cias voluntárias e da contratação de operações de
os conselheiros de todas as esferas de governo crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento
nas redes de conhecimento, admitida a parti- do principal atualizado da dívida mobiliária, até
cipação de instituições científicas, tecnológicas que a situação seja regularizada.
e de inovação interessadas. § 2o O sistema de que trata o caput deste
§ 2o Será estabelecido canal de comunicação artigo deve possibilitar o acesso aos dados e a
permanente com o FNDE, a quem cabe a coor- sua análise pelos presidentes dos conselhos de
denação das atividades previstas neste artigo. controle social do Fundeb e pelos Tribunais de
§ 3o Será facilitada a integração entre con- Contas dos Estados, do Distrito Federal e dos
selheiros do mesmo Estado da Federação, de Municípios.
Normas correlatas
modo a dinamizar o fluxo de comunicação entre § 3o O sistema de que trata o caput deste
os conselheiros. artigo deverá observar padrões de interopera-
§ 4o O Poder Executivo federal poderá criar bilidade e a necessidade de integração de dados
redes de conhecimento e de inovação dirigidas com os demais sistemas eletrônicos de dados
a outros agentes envolvidos no Fundeb, como contábeis, orçamentários e fiscais no âmbito
gestores públicos e comunidade escolar. do Poder Executivo federal e dos Tribunais de 79
Contas, como formas de simplificação e de efi- I – a avaliação dos efeitos redistributivos,
ciência nos processos de preenchimento e de da melhoria dos indicadores educacionais e da
disponibilização dos dados, e garantir o acesso ampliação do atendimento;
irrestrito aos dados, os quais devem ser legíveis II – estudos para avaliação da eficiência, da
por máquina e estar disponíveis em formato eficácia e da efetividade na aplicação dos recur-
aberto, respeitadas as Leis nos 12.527, de 18 de sos dos Fundos.
novembro de 2011, e 13.709, de 14 de agosto § 1o Os dados utilizados nas análises da ava-
de 2018. liação disposta no caput deste artigo deverão ser
divulgados em diversos formatos eletrônicos,
inclusive abertos e não proprietários, tais como
SEÇÃO IV – Do Apoio Técnico e da planilhas e texto, de modo a facilitar a análise
Avaliação das informações por terceiros.
§ 2o As revisões a que se refere o art. 60‑A
Art. 39. O Ministério da Educação atuará: do Ato das Disposições Constitucionais Transi-
I – no apoio técnico relacionado aos procedi- tórias considerarão os resultados das avaliações
mentos e aos critérios de aplicação dos recursos previstas no caput deste artigo.
dos Fundos, perante os Estados, o Distrito Fede- § 3o Em até 24 (vinte e quatro) meses do
ral e os Municípios e as instâncias responsáveis início da vigência desta Lei, o Ministério da
pelo acompanhamento, pela fiscalização e pelo Educação deverá expedir normas para orientar
controle interno e externo; sua atuação, de forma a incentivar e a estimular,
II – na coordenação de esforços para capa- inclusive com destinação de recursos, a realiza-
citação dos membros dos conselhos e para ção de pesquisas científicas destinadas a avaliar
elaboração de materiais e guias de apoio à sua e a inovar as políticas públicas educacionais
função, com a possibilidade de cooperação com direcionadas à educação infantil, devendo agir
instâncias de controle interno, Tribunais de em colaboração com as Fundações de Amparo à
Contas e Ministério Público; Pesquisa (FAPs) estaduais, o Conselho Nacional
III – na divulgação de orientações sobre a de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
operacionalização do Fundo e de dados sobre a (CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento
previsão, a realização e a utilização dos valores de Pessoal de Nível Superior (Capes).
financeiros repassados, por meio de publicação
e distribuição de documentos informativos e em
meio eletrônico de livre acesso público; CAPÍTULO VII – Disposições Finais e
IV – na realização de estudos técnicos com Transitórias
vistas à definição do valor referencial anual por SEÇÃO I – Disposições Transitórias
aluno que assegure padrão mínimo de qualidade
do ensino; Art. 41. A complementação da União referida
V – no monitoramento da aplicação dos no art. 4o desta Lei será implementada progres-
recursos dos Fundos, por meio de sistema de sivamente até alcançar a proporção estabele-
informações orçamentárias e financeiras e de cida no art. 5o desta Lei, a partir do primeiro
cooperação com os Tribunais de Contas dos ano subsequente ao da vigência desta Lei, nos
Estados e Municípios e do Distrito Federal; seguintes valores mínimos:
VI – na realização de avaliações dos resulta- I – 12% (doze por cento), no primeiro ano;
dos da aplicação desta Lei, com vistas à adoção II – 15% (quinze por cento), no segundo ano;
de medidas operacionais e de natureza políti- III – 17% (dezessete por cento), no terceiro
Educação básica
84
Anexo
n NPi NPki
fpki k 1
NPki j
N jki
fdki fski j 1
Em que
Njki : número de matrículas, na rede de ensino c) Valores anuais por aluno (VAAF) resultantes
k, no Estado i ou no Distrito Federal, em cada
j etapa, modalidade, duração de jornada e tipo VAAFi : valor anual por aluno do Estado i ou do
de estabelecimento de ensino [8] e Distrito Federal, referenciado nos anos iniciais
85
do ensino fundamental, antes da complemen- esses 2 (dois) Fundos até que seu valor anual
tação-VAAF [15] e por aluno se iguale ao valor anual por aluno do
Fundo imediatamente superior;
VAAFki : valor anual por aluno da rede de ensino
k, no Estado i ou no Distrito Federal, referen- iv) as operações ii) e iii) são repetidas tantas
ciado nos anos iniciais do ensino fundamental, vezes quantas forem necessárias até que a com-
antes da complementação-VAAF [16]: plementação-VAAF (CVF) tenha sido integral-
mente distribuída, de forma que o valor anual
F F
mínimo por aluno resulte definido nacional-
VAAF
=i =
= =i
VAAF
== ki
ki
mente (VAAFM I N ) em função dessa comple-
NPi NPki mentação;
a) Definição do valor anual mínimo por aluno b) Distribuição de recursos entre as redes de
nacional (VAAFMIN ) ensino no âmbito de cada Estado e do Distrito
Federal
CVF: valor da complementação-VAAF [19];
CVFi : valor da complementação-VAAF trans-
O cálculo para a distribuição dos recursos da ferido para o Fundo do Estado i ou do Distrito
complementação-VAAF, é realizado em 4 (qua- Federal [22]:
tro) etapas subsequentes:
CVFi = NPi (VAAFMIN − VAAFi )
i) ordenação decrescente dos valores anuais
por aluno (VAAFi ) obtidos nos Fundos de cada F*i: valor do Fundo do Estado i ou do Distrito
Estado i e do Distrito Federal; Federal, após a complementação-VAAF [23]:
VAAF*ji : valor anual por aluno do Estado i ou do RTki : receitas e transferências vinculadas à edu-
Distrito Federal, em cada j etapa, modalidade, cação da rede de ensino k, no Estado i ou no
duração de jornada e tipo de estabelecimento Distrito Federal [34]:
de ensino, após a complementação-VAAF [28] e
RTki = Fki + CVFki + MDE*ki + CSEki + PETk
VAAF : valor anual por aluno da rede de ensino
*
jki i + FNDEki
k, no Estado i ou no Distrito Federal, em cada
j etapa, modalidade, duração de jornada e tipo Em que
de estabelecimento de ensino, após a comple-
mentação-VAAF [29]: MDE*ki : 5% do montante dos impostos e trans-
ferências que compõem a cesta de recursos do
VAAF*ji = Øj VAAF*ji = VAAF*jki = Øj VAAF*jki Fundeb, a que se refere o art. 3o desta Lei, e 25%
dos demais impostos e transferências, nos ter-
2.2 Complementação-VAAT mos do art. 212, caput, da Constituição Federal,
de aplicação pela rede de ensino k, no Estado i
Normas correlatas
NP*ki : número de matrículas da rede de ensino k, CSEki : cota estadual ou municipal da arrecada-
no Estado i ou no Distrito Federal, ponderadas ção do salário-educação de que trata o § 6o do
pelos fatores de diferenciação e indicadores, art. 212 da Constituição Federal, transferido
87
para a rede de ensino k, no Estado i ou no Dis- iv) as operações ii) e iii) são repetidas tantas
trito Federal [36]; vezes quantas forem necessárias até que a com-
plementação-VAAT (CVT) tenha sido inte-
PETki : vinculações legais à educação, transferido gralmente distribuída, de forma que o valor
para rede de ensino k, no Estado i ou no Distrito aluno ano total resulte definido nacionalmente
Federal, de parcela da participação no resultado (VAATMIN ) em função dessa complementação;
ou da compensação financeira pela exploração
de petróleo e gás natural [37]; VAATM I N : valor aluno ano total nacional das
rede de ensino k, no Estado i ou no Distrito
FNDEk i : recursos transferidos pelo Fundo Federal, decorrente da distribuição da comple-
Nacional de Desenvolvimento da Educação, mentação-VAAT, referenciado nos anos iniciais
para rede de ensino k, no Estado i ou no Distrito do ensino fundamental [41]:
Federal, por meio dos programas de distribuição
universal [38]. nVT
CVT NPki* VAATki
VAATki : valor anual total por aluno na rede de VAATMIN k 1
nVT
ensino k, no Estado i ou no Distrito Federal, k 1
NPki*
após complementação-VAAF [39]:
RTki Em que
VAATki =
NPki* nV T : número de redes de ensino beneficiadas
com a complementação-VAAT [42];
c) Definição do valor aluno ano total mínimo d) Distribuição de recursos entre as redes de
nacional (VAATMIN ) ensino
Em que
3. Indicadores e ponderadores
cEI ki : coeficiente de destinação de recursos da
complementação-VAAT, da rede de ensino k, Até a atualização desta Lei, nos termos do art. 42,
no Estado i ou no Distrito Federal, à educação será adotado valor unitário para os seguintes
infantil [46]. indicadores e ponderadores:
89
Lei no 13.415/2017
Altera as Leis nos 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional, e 11.494, de 20 de junho 2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, a Consolidação das Leis do
Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e o Decreto-lei no 236,
de 28 de fevereiro de 1967; revoga a Lei no 11.161, de 5 de agosto de 2005; e institui a Política de
Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral.
Art. 2o O art. 26 da Lei no 9.394, de 20 de Art. 8o O art. 318 da Consolidação das Leis
dezembro de 1996, passa a vigorar com as do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-lei
seguintes alterações: no 5.452, de 1o de maio de 1943, passa a vigorar
������������������������������������������������������������������������������� com a seguinte redação:
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Art. 3o A Lei no 9.394, de 20 de dezembro de
1996, passa a vigorar acrescida do seguinte Art. 9o O caput do art. 10 da Lei no 11.494, de
art. 35‑A: 20 de junho de 2007, passa a vigorar acrescido
������������������������������������������������������������������������������� do seguinte inciso XVIII:
�������������������������������������������������������������������������������
Art. 4o O art. 36 da Lei no 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, passa a vigorar com as Art. 10. O art. 16 do Decreto-lei no 236, de
seguintes alterações: 28 de fevereiro de 1967, passa a vigorar com as
������������������������������������������������������������������������������� seguintes alterações:
�������������������������������������������������������������������������������
Art. 5o O art. 44 da Lei no 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, passa a vigorar acrescido Art. 11. O disposto no § 8o do art. 62 da Lei
do seguinte § 3o: no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, deverá
������������������������������������������������������������������������������� ser implementado no prazo de dois anos, con-
tado da publicação da Base Nacional Comum
Curricular.
Educação básica
Art. 19. O acompanhamento e o controle social Art. 22. Fica revogada a Lei no 11.161, de 5 de
sobre a transferência e a aplicação dos recursos agosto de 2005.
repassados com base no parágrafo único do
art. 13 serão exercidos no âmbito dos Estados e Brasília, 16 de fevereiro de 2017; 196o da Inde-
do Distrito Federal pelos respectivos conselhos pendência e 129o da República.
previstos no art. 24 da Lei no 11.494, de 20 de
junho de 2007. MICHEL TEMER
Parágrafo único. Os conselhos a que se
refere o caput analisarão as prestações de con- Promulgada em 16/2/2017 e publicada no DOU de
tas dos recursos repassados no âmbito desta 17/2/2017.
Educação básica
92
Lei no 13.005/2014
Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e dá outras providências.
serão cumpridas no prazo de vigência deste PNE, nacional, tendo como referência os estudos e as
desde que não haja prazo inferior definido para pesquisas de que trata o art. 4o, sem prejuízo de
metas e estratégias específicas. outras fontes e informações relevantes.
§ 3o A meta progressiva do investimento
Art. 4o As metas previstas no Anexo desta Lei público em educação será avaliada no quarto
deverão ter como referência a Pesquisa Nacional ano de vigência do PNE e poderá ser ampliada 93
por meio de lei para atender às necessidades Art. 7o A União, os Estados, o Distrito Federal
financeiras do cumprimento das demais metas. e os Municípios atuarão em regime de colabo-
§ 4o O investimento público em educação a ração, visando ao alcance das metas e à imple-
que se referem o inciso VI do art. 214 da Cons- mentação das estratégias objeto deste Plano.
tituição Federal e a meta 20 do Anexo desta § 1o Caberá aos gestores federais, estaduais,
Lei engloba os recursos aplicados na forma do municipais e do Distrito Federal a adoção das
art. 212 da Constituição Federal e do art. 60 medidas governamentais necessárias ao alcance
do Ato das Disposições Constitucionais Tran- das metas previstas neste PNE.
sitórias, bem como os recursos aplicados nos § 2o As estratégias definidas no Anexo desta
programas de expansão da educação profissional Lei não elidem a adoção de medidas adicionais
e superior, inclusive na forma de incentivo e em âmbito local ou de instrumentos jurídicos
isenção fiscal, as bolsas de estudos concedidas que formalizem a cooperação entre os entes
no Brasil e no exterior, os subsídios concedidos federados, podendo ser complementadas por
em programas de financiamento estudantil e mecanismos nacionais e locais de coordenação
o financiamento de creches, pré-escolas e de e colaboração recíproca.
educação especial na forma do art. 213 da Cons- § 3o Os sistemas de ensino dos Estados,
tituição Federal. do Distrito Federal e dos Municípios criarão
§ 5o Será destinada à manutenção e ao mecanismos para o acompanhamento local da
desenvolvimento do ensino, em acréscimo aos consecução das metas deste PNE e dos planos
recursos vinculados nos termos do art. 212 da previstos no art. 8o.
Constituição Federal, além de outros recursos § 4o Haverá regime de colaboração especí-
previstos em lei, a parcela da participação no fico para a implementação de modalidades de
resultado ou da compensação financeira pela educação escolar que necessitem considerar
exploração de petróleo e de gás natural, na forma territórios étnico-educacionais e a utilização de
de lei específica, com a finalidade de assegurar estratégias que levem em conta as identidades
o cumprimento da meta prevista no inciso VI e especificidades socioculturais e linguísticas
do art. 214 da Constituição Federal. de cada comunidade envolvida, assegurada a
consulta prévia e informada a essa comunidade.
Art. 6o A União promoverá a realização de § 5o Será criada uma instância permanente
pelo menos 2 (duas) conferências nacionais de de negociação e cooperação entre a União, os
educação até o final do decênio, precedidas de Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
conferências distrital, municipais e estaduais, § 6o O fortalecimento do regime de colabo-
articuladas e coordenadas pelo Fórum Nacional ração entre os Estados e respectivos Municípios
de Educação, instituído nesta Lei, no âmbito do incluirá a instituição de instâncias permanentes
Ministério da Educação. de negociação, cooperação e pactuação em cada
§ 1o O Fórum Nacional de Educação, além Estado.
da atribuição referida no caput: § 7o O fortalecimento do regime de colabo-
I – acompanhará a execução do PNE e o ração entre os Municípios dar-se-á, inclusive,
cumprimento de suas metas; mediante a adoção de arranjos de desenvolvi-
II – promoverá a articulação das conferên- mento da educação.
cias nacionais de educação com as conferên-
cias regionais, estaduais e municipais que as Art. 8o Os Estados, o Distrito Federal e os
precederem. Municípios deverão elaborar seus correspon-
§ 2o As conferências nacionais de educação dentes planos de educação, ou adequar os planos
Educação básica
Anexo
Metas e estratégias
Meta 1: universalizar, até 2016, a educação 1.4) estabelecer, no primeiro ano de vigência
infantil na pré-escola para as crianças de 4 do PNE, normas, procedimentos e prazos para
(quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a definição de mecanismos de consulta pública
oferta de educação infantil em creches de forma da demanda das famílias por creches;
a atender, no mínimo, 50% (cinquenta por cento)
das crianças de até 3 (três) anos até o final da 1.5) manter e ampliar, em regime de colaboração
vigência deste PNE. e respeitadas as normas de acessibilidade, pro-
grama nacional de construção e reestruturação
Estratégias: de escolas, bem como de aquisição de equipa-
mentos, visando à expansão e à melhoria da rede
1.1) definir, em regime de colaboração entre a física de escolas públicas de educação infantil;
União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
cípios, metas de expansão das respectivas redes 1.6) implantar, até o segundo ano de vigência
públicas de educação infantil segundo padrão deste PNE, avaliação da educação infantil, a
nacional de qualidade, considerando as pecu- ser realizada a cada 2 (dois) anos, com base em
liaridades locais; parâmetros nacionais de qualidade, a fim de
aferir a infraestrutura física, o quadro de pessoal,
1.2) garantir que, ao final da vigência deste PNE, as condições de gestão, os recursos pedagógicos,
seja inferior a 10% (dez por cento) a diferença a situação de acessibilidade, entre outros indi-
entre as taxas de frequência à educação infantil cadores relevantes;
das crianças de até 3 (três) anos oriundas do
quinto de renda familiar per capita mais elevado 1.7) articular a oferta de matrículas gratuitas em
e as do quinto de renda familiar per capita mais creches certificadas como entidades beneficentes
baixo; de assistência social na área de educação com
a expansão da oferta na rede escolar pública;
Educação básica
2.9) incentivar a participação dos pais ou res- 3.2) o Ministério da Educação, em articulação e
ponsáveis no acompanhamento das atividades colaboração com os entes federados e ouvida a
Educação básica
escolares dos filhos por meio do estreitamento sociedade mediante consulta pública nacional,
das relações entre as escolas e as famílias; elaborará e encaminhará ao Conselho Nacional
de Educação – CNE, até o 2o (segundo) ano
2.10) estimular a oferta do ensino fundamental, de vigência deste PNE, proposta de direitos e
em especial dos anos iniciais, para as populações objetivos de aprendizagem e desenvolvimento
98 para os(as) alunos(as) de ensino médio, a serem
atingidos nos tempos e etapas de organização de transferência de renda, no ensino médio,
deste nível de ensino, com vistas a garantir for- quanto à frequência, ao aproveitamento escolar
mação básica comum; e à interação com o coletivo, bem como das
situações de discriminação, preconceitos e vio-
3.3) pactuar entre União, Estados, Distrito lências, práticas irregulares de exploração do
Federal e Municípios, no âmbito da instância trabalho, consumo de drogas, gravidez precoce,
permanente de que trata o § 5o do art. 7o desta em colaboração com as famílias e com órgãos
Lei, a implantação dos direitos e objetivos de públicos de assistência social, saúde e proteção
aprendizagem e desenvolvimento que confi- à adolescência e juventude;
gurarão a base nacional comum curricular do
ensino médio; 3.9) promover a busca ativa da população de 15
(quinze) a 17 (dezessete) anos fora da escola, em
3.4) garantir a fruição de bens e espaços culturais, articulação com os serviços de assistência social,
de forma regular, bem como a ampliação da prá- saúde e proteção à adolescência e à juventude;
tica desportiva, integrada ao currículo escolar;
3.10) fomentar programas de educação e de
3.5) manter e ampliar programas e ações de cultura para a população urbana e do campo
correção de fluxo do ensino fundamental, por de jovens, na faixa etária de 15 (quinze) a 17
meio do acompanhamento individualizado do(a) (dezessete) anos, e de adultos, com qualificação
aluno(a) com rendimento escolar defasado e social e profissional para aqueles que estejam
pela adoção de práticas como aulas de reforço fora da escola e com defasagem no fluxo escolar;
no turno complementar, estudos de recuperação
e progressão parcial, de forma a reposicioná-lo 3.11) redimensionar a oferta de ensino médio
no ciclo escolar de maneira compatível com nos turnos diurno e noturno, bem como a
sua idade; distribuição territorial das escolas de ensino
médio, de forma a atender a toda a demanda, de
3.6) universalizar o Exame Nacional do Ensino acordo com as necessidades específicas dos(as)
Médio – ENEM, fundamentado em matriz de alunos(as);
referência do conteúdo curricular do ensino
médio e em técnicas estatísticas e psicométricas 3.12) desenvolver formas alternativas de oferta
que permitam comparabilidade de resultados, do ensino médio, garantida a qualidade, para
articulando-o com o Sistema Nacional de Ava- atender aos filhos e filhas de profissionais que
liação da Educação Básica – SAEB, e promover se dedicam a atividades de caráter itinerante;
sua utilização como instrumento de avaliação
sistêmica, para subsidiar políticas públicas para 3.13) implementar políticas de prevenção à eva-
a educação básica, de avaliação certificadora, são motivada por preconceito ou quaisquer for-
possibilitando aferição de conhecimentos e mas de discriminação, criando rede de proteção
habilidades adquiridos dentro e fora da escola, contra formas associadas de exclusão;
e de avaliação classificatória, como critério de
acesso à educação superior; 3.14) estimular a participação dos adolescentes
nos cursos das áreas tecnológicas e científicas.
3.7) fomentar a expansão das matrículas gra-
tuitas de ensino médio integrado à educação Meta 4: universalizar, para a população de 4
profissional, observando-se as peculiaridades das (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiên-
Normas correlatas
4.12) promover a articulação intersetorial entre 4.17) promover parcerias com instituições comu-
órgãos e políticas públicas de saúde, assistência nitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins
social e direitos humanos, em parceria com as lucrativos, conveniadas com o poder público,
famílias, com o fim de desenvolver modelos de visando a ampliar as condições de apoio ao aten-
atendimento voltados à continuidade do atendi- dimento escolar integral das pessoas com defi-
mento escolar, na educação de jovens e adultos, ciência, transtornos globais do desenvolvimento
das pessoas com deficiência e transtornos globais e altas habilidades ou superdotação matriculadas
do desenvolvimento com idade superior à faixa nas redes públicas de ensino;
etária de escolarização obrigatória, de forma a
assegurar a atenção integral ao longo da vida; 4.18) promover parcerias com instituições
comunitárias, confessionais ou filantrópicas
4.13) apoiar a ampliação das equipes de profis- sem fins lucrativos, conveniadas com o poder
sionais da educação para atender à demanda do público, visando a ampliar a oferta de formação
processo de escolarização dos (das) estudantes continuada e a produção de material didático
com deficiência, transtornos globais do desen- acessível, assim como os serviços de acessibili-
volvimento e altas habilidades ou superdotação, dade necessários ao pleno acesso, participação
garantindo a oferta de professores(as) do atendi- e aprendizagem dos estudantes com deficiência,
mento educacional especializado, profissionais transtornos globais do desenvolvimento e altas
de apoio ou auxiliares, tradutores(as) e intér- habilidades ou superdotação matriculados na
pretes de Libras, guias-intérpretes para surdos- rede pública de ensino;
Normas correlatas
5.2) instituir instrumentos de avaliação nacio- Meta 6: oferecer educação em tempo integral
nal periódicos e específicos para aferir a alfa- em, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) das
betização das crianças, aplicados a cada ano, escolas públicas, de forma a atender, pelo menos,
bem como estimular os sistemas de ensino e as 25% (vinte e cinco por cento) dos(as) alunos(as)
escolas a criarem os respectivos instrumentos da educação básica.
de avaliação e monitoramento, implementando
medidas pedagógicas para alfabetizar todos os Estratégias:
alunos e alunas até o final do terceiro ano do
ensino fundamental; 6.1) promover, com o apoio da União, a oferta
de educação básica pública em tempo integral,
5.3) selecionar, certificar e divulgar tecnologias por meio de atividades de acompanhamento
educacionais para a alfabetização de crianças, pedagógico e multidisciplinares, inclusive cul-
assegurada a diversidade de métodos e propostas turais e esportivas, de forma que o tempo de
pedagógicas, bem como o acompanhamento permanência dos(as) alunos(as) na escola, ou
dos resultados nos sistemas de ensino em que sob sua responsabilidade, passe a ser igual ou
forem aplicadas, devendo ser disponibilizadas, superior a 7 (sete) horas diárias durante todo
preferencialmente, como recursos educacionais o ano letivo, com a ampliação progressiva da
abertos; jornada de professores em uma única escola;
104
7.12) incentivar o desenvolvimento, selecionar, suplementares de material didático-escolar,
certificar e divulgar tecnologias educacionais transporte, alimentação e assistência à saúde;
para a educação infantil, o ensino fundamental
e o ensino médio e incentivar práticas peda- 7.18) assegurar a todas as escolas públicas de
gógicas inovadoras que assegurem a melhoria educação básica o acesso a energia elétrica, abas-
do fluxo escolar e a aprendizagem, assegurada tecimento de água tratada, esgotamento sanitário
a diversidade de métodos e propostas peda- e manejo dos resíduos sólidos, garantir o acesso
gógicas, com preferência para softwares livres dos alunos a espaços para a prática esportiva,
e recursos educacionais abertos, bem como o a bens culturais e artísticos e a equipamentos
acompanhamento dos resultados nos sistemas e laboratórios de ciências e, em cada edifício
de ensino em que forem aplicadas; escolar, garantir a acessibilidade às pessoas com
deficiência;
7.13) garantir transporte gratuito para todos(as)
os(as) estudantes da educação do campo na faixa 7.19) institucionalizar e manter, em regime de
etária da educação escolar obrigatória, mediante colaboração, programa nacional de reestrutura-
renovação e padronização integral da frota de ção e aquisição de equipamentos para escolas
veículos, de acordo com especificações defi- públicas, visando à equalização regional das
nidas pelo Instituto Nacional de Metrologia, oportunidades educacionais;
Qualidade e Tecnologia – INMETRO, e finan-
ciamento compartilhado, com participação da 7.20) prover equipamentos e recursos tecnoló-
União proporcional às necessidades dos entes gicos digitais para a utilização pedagógica no
federados, visando a reduzir a evasão escolar ambiente escolar a todas as escolas públicas da
e o tempo médio de deslocamento a partir de educação básica, criando, inclusive, mecanismos
cada situação local; para implementação das condições necessárias
para a universalização das bibliotecas nas insti-
7.14) desenvolver pesquisas de modelos alterna- tuições educacionais, com acesso a redes digitais
tivos de atendimento escolar para a população do de computadores, inclusive a internet;
campo que considerem as especificidades locais
e as boas práticas nacionais e internacionais; 7.21) a União, em regime de colaboração com os
entes federados subnacionais, estabelecerá, no
7.15) universalizar, até o quinto ano de vigência prazo de 2 (dois) anos contados da publicação
deste PNE, o acesso à rede mundial de computa- desta Lei, parâmetros mínimos de qualidade dos
dores em banda larga de alta velocidade e tripli- serviços da educação básica, a serem utilizados
car, até o final da década, a relação computador/ como referência para infraestrutura das escolas,
aluno(a) nas escolas da rede pública de educação recursos pedagógicos, entre outros insumos rele-
básica, promovendo a utilização pedagógica das vantes, bem como instrumento para adoção de
tecnologias da informação e da comunicação; medidas para a melhoria da qualidade do ensino;
7.16) apoiar técnica e financeiramente a gestão 7.22) informatizar integralmente a gestão das
escolar mediante transferência direta de recursos escolas públicas e das secretarias de educação
financeiros à escola, garantindo a participação dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
da comunidade escolar no planejamento e na pios, bem como manter programa nacional de
aplicação dos recursos, visando à ampliação da formação inicial e continuada para o pessoal
transparência e ao efetivo desenvolvimento da técnico das secretarias de educação;
Normas correlatas
gestão democrática;
7.23) garantir políticas de combate à violência
7.17) ampliar programas e aprofundar ações de na escola, inclusive pelo desenvolvimento de
atendimento ao(à) aluno(a), em todas as etapas ações destinadas à capacitação de educadores
da educação básica, por meio de programas para detecção dos sinais de suas causas, como
a violência doméstica e sexual, favorecendo a 105
adoção das providências adequadas para promo- disponibilizando materiais didáticos específicos,
ver a construção da cultura de paz e um ambiente inclusive para os(as) alunos(as) com deficiência;
escolar dotado de segurança para a comunidade;
7.28) mobilizar as famílias e setores da socie-
7.24) implementar políticas de inclusão e perma- dade civil, articulando a educação formal com
nência na escola para adolescentes e jovens que experiências de educação popular e cidadã, com
se encontram em regime de liberdade assistida os propósitos de que a educação seja assumida
e em situação de rua, assegurando os princípios como responsabilidade de todos e de ampliar o
da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 – Estatuto controle social sobre o cumprimento das polí-
da Criança e do Adolescente; ticas públicas educacionais;
7.25) garantir nos currículos escolares conteúdos 7.29) promover a articulação dos programas da
sobre a história e as culturas afro-brasileira e área da educação, de âmbito local e nacional,
indígenas e implementar ações educacionais, com os de outras áreas, como saúde, trabalho
nos termos das Leis nos 10.639, de 9 de janeiro e emprego, assistência social, esporte e cultura,
de 2003, e 11.645, de 10 de março de 2008, asse- possibilitando a criação de rede de apoio integral
gurando-se a implementação das respectivas às famílias, como condição para a melhoria da
diretrizes curriculares nacionais, por meio de qualidade educacional;
ações colaborativas com fóruns de educação para
a diversidade étnico-racial, conselhos escolares, 7.30) universalizar, mediante articulação entre
equipes pedagógicas e a sociedade civil; os órgãos responsáveis pelas áreas da saúde e
da educação, o atendimento aos(às) estudantes
7.26) consolidar a educação escolar no campo da rede escolar pública de educação básica por
de populações tradicionais, de populações iti- meio de ações de prevenção, promoção e aten-
nerantes e de comunidades indígenas e qui- ção à saúde;
lombolas, respeitando a articulação entre os
ambientes escolares e comunitários e garantindo: 7.31) estabelecer ações efetivas especificamente
o desenvolvimento sustentável e preservação da voltadas para a promoção, prevenção, atenção
identidade cultural; a participação da comuni- e atendimento à saúde e à integridade física,
dade na definição do modelo de organização mental e emocional dos (das) profissionais da
pedagógica e de gestão das instituições, consi- educação, como condição para a melhoria da
deradas as práticas socioculturais e as formas qualidade educacional;
particulares de organização do tempo; a oferta
bilíngue na educação infantil e nos anos iniciais 7.32) fortalecer, com a colaboração técnica e
do ensino fundamental, em língua materna das financeira da União, em articulação com o sis-
comunidades indígenas e em língua portuguesa; tema nacional de avaliação, os sistemas estaduais
a reestruturação e a aquisição de equipamentos; de avaliação da educação básica, com parti-
a oferta de programa para a formação inicial e cipação, por adesão, das redes municipais de
continuada de profissionais da educação; e o ensino, para orientar as políticas públicas e as
atendimento em educação especial; práticas pedagógicas, com o fornecimento das
informações às escolas e à sociedade;
7.27) desenvolver currículos e propostas peda-
gógicas específicas para educação escolar para 7.33) promover, com especial ênfase, em conso-
as escolas do campo e para as comunidades nância com as diretrizes do Plano Nacional do
Educação básica
estratégias que garantam a continuidade da esco- 9.1) assegurar a oferta gratuita da educação de
larização, após a alfabetização inicial; jovens e adultos a todos os que não tiveram
acesso à educação básica na idade própria;
8.3) garantir acesso gratuito a exames de certi-
ficação da conclusão dos ensinos fundamental 9.2) realizar diagnóstico dos jovens e adultos
e médio; com ensino fundamental e médio incompletos, 107
para identificar a demanda ativa por vagas na 9.11) implementar programas de capacitação
educação de jovens e adultos; tecnológica da população jovem e adulta, dire-
cionados para os segmentos com baixos níveis
9.3) implementar ações de alfabetização de de escolarização formal e para os(as) alunos(as)
jovens e adultos com garantia de continuidade com deficiência, articulando os sistemas de
da escolarização básica; ensino, a Rede Federal de Educação Profissio-
nal, Científica e Tecnológica, as universidades, as
9.4) criar benefício adicional no programa nacio- cooperativas e as associações, por meio de ações
nal de transferência de renda para jovens e adul- de extensão desenvolvidas em centros vocacio-
tos que frequentarem cursos de alfabetização; nais tecnológicos, com tecnologias assistivas que
favoreçam a efetiva inclusão social e produtiva
9.5) realizar chamadas públicas regulares para dessa população;
educação de jovens e adultos, promovendo-se
busca ativa em regime de colaboração entre entes 9.12) considerar, nas políticas públicas de jovens
federados e em parceria com organizações da e adultos, as necessidades dos idosos, com vistas
sociedade civil; à promoção de políticas de erradicação do anal-
fabetismo, ao acesso a tecnologias educacionais
9.6) realizar avaliação, por meio de exames espe- e atividades recreativas, culturais e esportivas, à
cíficos, que permita aferir o grau de alfabetização implementação de programas de valorização e
de jovens e adultos com mais de 15 (quinze) compartilhamento dos conhecimentos e expe-
anos de idade; riência dos idosos e à inclusão dos temas do
envelhecimento e da velhice nas escolas.
9.7) executar ações de atendimento ao(à) estu-
dante da educação de jovens e adultos por meio Meta 10: oferecer, no mínimo, 25% (vinte e
de programas suplementares de transporte, ali- cinco por cento) das matrículas de educação
mentação e saúde, inclusive atendimento oftal- de jovens e adultos, nos ensinos fundamental
mológico e fornecimento gratuito de óculos, em e médio, na forma integrada à educação pro-
articulação com a área da saúde; fissional.
de assistência social, financeira e de apoio psi- ensino médio regular, preservando-se seu caráter
copedagógico que contribuam para garantir pedagógico integrado ao itinerário formativo
o acesso, a permanência, a aprendizagem e a do aluno, visando à formação de qualificações
conclusão com êxito da educação de jovens e próprias da atividade profissional, à contex-
adultos articulada à educação profissional; tualização curricular e ao desenvolvimento da
juventude; 109
11.5) ampliar a oferta de programas de reco- mediante a adoção de políticas afirmativas, na
nhecimento de saberes para fins de certificação forma da lei;
profissional em nível técnico;
11.14) estruturar sistema nacional de informação
11.6) ampliar a oferta de matrículas gratui- profissional, articulando a oferta de formação
tas de educação profissional técnica de nível das instituições especializadas em educação pro-
médio pelas entidades privadas de formação fissional aos dados do mercado de trabalho e a
profissional vinculadas ao sistema sindical e consultas promovidas em entidades empresariais
entidades sem fins lucrativos de atendimento à e de trabalhadores.
pessoa com deficiência, com atuação exclusiva
na modalidade; Meta 12: elevar a taxa bruta de matrícula na
educação superior para 50% (cinquenta por
11.7) expandir a oferta de financiamento estu- cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três
dantil à educação profissional técnica de nível por cento) da população de 18 (dezoito) a 24
médio oferecida em instituições privadas de (vinte e quatro) anos, assegurada a qualidade
educação superior; da oferta e expansão para, pelo menos, 40%
(quarenta por cento) das novas matrículas, no
11.8) institucionalizar sistema de avaliação da segmento público.
qualidade da educação profissional técnica de
nível médio das redes escolares públicas e pri- Estratégias:
vadas;
12.1) otimizar a capacidade instalada da estru-
11.9) expandir o atendimento do ensino médio tura física e de recursos humanos das instituições
gratuito integrado à formação profissional para públicas de educação superior, mediante ações
as populações do campo e para as comunidades planejadas e coordenadas, de forma a ampliar
indígenas e quilombolas, de acordo com os seus e interiorizar o acesso à graduação;
interesses e necessidades;
12.2) ampliar a oferta de vagas, por meio da
11.10) expandir a oferta de educação profissional expansão e interiorização da rede federal de
técnica de nível médio para as pessoas com defi- educação superior, da Rede Federal de Educa-
ciência, transtornos globais do desenvolvimento ção Profissional, Científica e Tecnológica e do
e altas habilidades ou superdotação; sistema Universidade Aberta do Brasil, con-
siderando a densidade populacional, a oferta
11.11) elevar gradualmente a taxa de conclusão de vagas públicas em relação à população na
média dos cursos técnicos de nível médio na idade de referência e observadas as característi-
Rede Federal de Educação Profissional, Cientí- cas regionais das micro e mesorregiões definidas
fica e Tecnológica para 90% (noventa por cento) pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia
e elevar, nos cursos presenciais, a relação de e Estatística – IBGE, uniformizando a expansão
alunos(as) por professor para 20 (vinte); no território nacional;
estudantes e à conclusão dos cursos técnicos de em cursos noturnos e elevar a relação de estudan-
nível médio; tes por professor(a) para 18 (dezoito), mediante
estratégias de aproveitamento de créditos e ino-
11.13) reduzir as desigualdades étnico-raciais e vações acadêmicas que valorizem a aquisição de
regionais no acesso e permanência na educação competências de nível superior;
110 profissional técnica de nível médio, inclusive
12.4) fomentar a oferta de educação superior considerando as necessidades econômicas,
pública e gratuita prioritariamente para a for- sociais e culturais do País;
mação de professores e professoras para a edu-
cação básica, sobretudo nas áreas de ciências e 12.12) consolidar e ampliar programas e ações
matemática, bem como para atender ao défice de incentivo à mobilidade estudantil e docente
de profissionais em áreas específicas; em cursos de graduação e pós-graduação, em
âmbito nacional e internacional, tendo em vista
12.5) ampliar as políticas de inclusão e de assis- o enriquecimento da formação de nível superior;
tência estudantil dirigidas aos(às) estudantes de
instituições públicas, bolsistas de instituições 12.13) expandir atendimento específico a popu-
privadas de educação superior e beneficiários lações do campo e comunidades indígenas e
do Fundo de Financiamento Estudantil – FIES, quilombolas, em relação a acesso, permanên-
de que trata a Lei no 10.260, de 12 de julho de cia, conclusão e formação de profissionais para
2001, na educação superior, de modo a reduzir atuação nessas populações;
as desigualdades étnico-raciais e ampliar as taxas
de acesso e permanência na educação superior 12.14) mapear a demanda e fomentar a oferta
de estudantes egressos da escola pública, afro- de formação de pessoal de nível superior, des-
descendentes e indígenas e de estudantes com tacadamente a que se refere à formação nas
deficiência, transtornos globais do desenvolvi- áreas de ciências e matemática, considerando
mento e altas habilidades ou superdotação, de as necessidades do desenvolvimento do País, a
forma a apoiar seu sucesso acadêmico; inovação tecnológica e a melhoria da qualidade
da educação básica;
12.6) expandir o financiamento estudantil por
meio do Fundo de Financiamento Estudantil – 12.15) institucionalizar programa de composição
FIES, de que trata a Lei no 10.260, de 12 de julho de acervo digital de referências bibliográficas
de 2001, com a constituição de fundo garantidor e audiovisuais para os cursos de graduação,
do financiamento, de forma a dispensar progres- assegurada a acessibilidade às pessoas com
sivamente a exigência de fiador; deficiência;
12.7) assegurar, no mínimo, 10% (dez por cento) 12.16) consolidar processos seletivos nacionais e
do total de créditos curriculares exigidos para a regionais para acesso à educação superior como
graduação em programas e projetos de extensão forma de superar exames vestibulares isolados;
universitária, orientando sua ação, prioritaria-
mente, para áreas de grande pertinência social; 12.17) estimular mecanismos para ocupar as
vagas ociosas em cada período letivo na edu-
12.8) ampliar a oferta de estágio como parte da cação superior pública;
formação na educação superior;
12.18) estimular a expansão e reestruturação
12.9) ampliar a participação proporcional de das instituições de educação superior estaduais
grupos historicamente desfavorecidos na edu- e municipais cujo ensino seja gratuito, por meio
cação superior, inclusive mediante a adoção de de apoio técnico e financeiro do Governo Fede-
políticas afirmativas, na forma da lei; ral, mediante termo de adesão a programa de
reestruturação, na forma de regulamento, que
12.10) assegurar condições de acessibilidade considere a sua contribuição para a ampliação
Normas correlatas
Meta 13: elevar a qualidade da educação supe- 13.6) substituir o Exame Nacional de Desempe-
rior e ampliar a proporção de mestres e doutores nho de Estudantes – ENADE aplicado ao final
do corpo docente em efetivo exercício no con- do primeiro ano do curso de graduação pelo
junto do sistema de educação superior para 75% Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM, a
(setenta e cinco por cento), sendo, do total, no fim de apurar o valor agregado dos cursos de
mínimo, 35% (trinta e cinco por cento) doutores. graduação;
13.2) ampliar a cobertura do Exame Nacional de 13.8) elevar gradualmente a taxa de conclusão
Desempenho de Estudantes – ENADE, de modo média dos cursos de graduação presenciais
a ampliar o quantitativo de estudantes e de áreas nas universidades públicas, de modo a atin-
Educação básica
avaliadas no que diz respeito à aprendizagem gir 90% (noventa por cento) e, nas instituições
resultante da graduação; privadas, 75% (setenta e cinco por cento), em
2020, e fomentar a melhoria dos resultados
13.3) induzir processo contínuo de autoavaliação de aprendizagem, de modo que, em 5 (cinco)
das instituições de educação superior, fortale- anos, pelo menos 60% (sessenta por cento) dos
112 cendo a participação das comissões próprias de estudantes apresentem desempenho positivo
igual ou superior a 60% (sessenta por cento) no 14.7) manter e expandir programa de acervo
Exame Nacional de Desempenho de Estudantes digital de referências bibliográficas para os cur-
– ENADE e, no último ano de vigência, pelo sos de pós-graduação, assegurada a acessibili-
menos 75% (setenta e cinco por cento) dos estu- dade às pessoas com deficiência;
dantes obtenham desempenho positivo igual ou
superior a 75% (setenta e cinco por cento) nesse 14.8) estimular a participação das mulheres
exame, em cada área de formação profissional; nos cursos de pós-graduação stricto sensu, em
particular aqueles ligados às áreas de Engenha-
13.9) promover a formação inicial e continuada ria, Matemática, Física, Química, Informática e
dos(as) profissionais técnico-administrativos da outros no campo das ciências;
educação superior.
14.9) consolidar programas, projetos e ações que
Meta 14: elevar gradualmente o número de objetivem a internacionalização da pesquisa e
matrículas na pós-graduação stricto sensu, de da pós-graduação brasileiras, incentivando a
modo a atingir a titulação anual de 60.000 (ses- atuação em rede e o fortalecimento de grupos
senta mil) mestres e 25.000 (vinte e cinco mil) de pesquisa;
doutores.
14.10) promover o intercâmbio científico e
Estratégias: tecnológico, nacional e internacional, entre as
instituições de ensino, pesquisa e extensão;
14.1) expandir o financiamento da pós-gradua-
ção stricto sensu por meio das agências oficiais 14.11) ampliar o investimento em pesquisas com
de fomento; foco em desenvolvimento e estímulo à inovação,
bem como incrementar a formação de recursos
14.2) estimular a integração e a atuação articu- humanos para a inovação, de modo a buscar o
lada entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de aumento da competitividade das empresas de
Pessoal de Nível Superior – CAPES e as agências base tecnológica;
estaduais de fomento à pesquisa;
14.12) ampliar o investimento na formação de
14.3) expandir o financiamento estudantil por doutores de modo a atingir a proporção de 4
meio do FIES à pós-graduação stricto sensu; (quatro) doutores por 1.000 (mil) habitantes;
duação stricto sensu, especialmente os de douto- como a gestão de recursos hídricos no semiárido
rado, nos campi novos abertos em decorrência para mitigação dos efeitos da seca e geração de
dos programas de expansão e interiorização das emprego e renda na região;
instituições superiores públicas;
113
14.15) estimular a pesquisa aplicada, no âmbito escolas do campo e de comunidades indígenas
das IES e das ICTs, de modo a incrementar a e quilombolas e para a educação especial;
inovação e a produção e registro de patentes.
15.6) promover a reforma curricular dos cursos
Meta 15: garantir, em regime de colaboração de licenciatura e estimular a renovação pedagó-
entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os gica, de forma a assegurar o foco no aprendizado
Municípios, no prazo de 1 (um) ano de vigência do(a) aluno(a), dividindo a carga horária em
deste PNE, política nacional de formação dos formação geral, formação na área do saber e
profissionais da educação de que tratam os inci- didática específica e incorporando as modernas
sos I, II e III do caput do art. 61 da Lei no 9.394, tecnologias de informação e comunicação, em
de 20 de dezembro de 1996, assegurado que articulação com a base nacional comum dos
todos os professores e as professoras da educação currículos da educação básica, de que tratam as
básica possuam formação específica de nível estratégias 2.1, 2.2, 3.2 e 3.3 deste PNE;
superior, obtida em curso de licenciatura na
área de conhecimento em que atuam. 15.7) garantir, por meio das funções de avaliação,
regulação e supervisão da educação superior, a
Estratégias: plena implementação das respectivas diretrizes
curriculares;
15.1) atuar, conjuntamente, com base em plano
estratégico que apresente diagnóstico das neces- 15.8) valorizar as práticas de ensino e os estágios
sidades de formação de profissionais da educação nos cursos de formação de nível médio e superior
e da capacidade de atendimento, por parte de dos profissionais da educação, visando ao traba-
instituições públicas e comunitárias de educação lho sistemático de articulação entre a formação
superior existentes nos Estados, Distrito Federal acadêmica e as demandas da educação básica;
e Municípios, e defina obrigações recíprocas
entre os partícipes; 15.9) implementar cursos e programas especiais
para assegurar formação específica na educa-
15.2) consolidar o financiamento estudantil a ção superior, nas respectivas áreas de atuação,
estudantes matriculados em cursos de licen- aos docentes com formação de nível médio na
ciatura com avaliação positiva pelo Sistema modalidade normal, não licenciados ou licen-
Nacional de Avaliação da Educação Superior ciados em área diversa da de atuação docente,
– SINAES, na forma da Lei no 10.861, de 14 de em efetivo exercício;
abril de 2004, inclusive a amortização do saldo
devedor pela docência efetiva na rede pública 15.10) fomentar a oferta de cursos técnicos de
de educação básica; nível médio e tecnológicos de nível superior
destinados à formação, nas respectivas áreas
15.3) ampliar programa permanente de iniciação de atuação, dos(as) profissionais da educação
à docência a estudantes matriculados em cursos de outros segmentos que não os do magistério;
de licenciatura, a fim de aprimorar a formação
de profissionais para atuar no magistério da 15.11) implantar, no prazo de 1 (um) ano de
educação básica; vigência desta Lei, política nacional de formação
continuada para os(as) profissionais da educação
15.4) consolidar e ampliar plataforma eletrônica de outros segmentos que não os do magistério,
para organizar a oferta e as matrículas em cursos construída em regime de colaboração entre os
Educação básica
15.13) desenvolver modelos de formação docente 16.5) ampliar a oferta de bolsas de estudo para
para a educação profissional que valorizem a pós-graduação dos professores e das professoras
experiência prática, por meio da oferta, nas redes e demais profissionais da educação básica;
federal e estaduais de educação profissional, de
cursos voltados à complementação e certificação 16.6) fortalecer a formação dos professores e
didático-pedagógica de profissionais experientes. das professoras das escolas públicas de educação
básica, por meio da implementação das ações do
Meta 16: formar, em nível de pós-graduação, Plano Nacional do Livro e Leitura e da institui-
50% (cinquenta por cento) dos professores da ção de programa nacional de disponibilização
educação básica, até o último ano de vigência de recursos para acesso a bens culturais pelo
deste PNE, e garantir a todos(as) os(as) pro- magistério público.
fissionais da educação básica formação conti-
nuada em sua área de atuação, considerando as Meta 17: valorizar os(as) profissionais do
necessidades, demandas e contextualizações dos magistério das redes públicas de educação básica
sistemas de ensino. de forma a equiparar seu rendimento médio ao
dos(as) demais profissionais com escolaridade
Estratégias: equivalente, até o final do sexto ano de vigência
deste PNE.
16.1) realizar, em regime de colaboração, o pla-
nejamento estratégico para dimensionamento da Estratégias:
demanda por formação continuada e fomentar
a respectiva oferta por parte das instituições 17.1) constituir, por iniciativa do Ministério
públicas de educação superior, de forma orgâ- da Educação, até o final do primeiro ano de
nica e articulada às políticas de formação dos vigência deste PNE, fórum permanente, com
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; representação da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Municípios e dos trabalhadores da
16.2) consolidar política nacional de formação educação, para acompanhamento da atualização
de professores e professoras da educação básica, progressiva do valor do piso salarial nacional
definindo diretrizes nacionais, áreas prioritárias, para os profissionais do magistério público da
instituições formadoras e processos de certifi- educação básica;
cação das atividades formativas;
17.2) constituir como tarefa do fórum perma-
16.3) expandir programa de composição de nente o acompanhamento da evolução salarial
acervo de obras didáticas, paradidáticas e de por meio de indicadores da Pesquisa Nacional
literatura e de dicionários, e programa específico por Amostra de Domicílios – PNAD, periodi-
de acesso a bens culturais, incluindo obras e camente divulgados pela Fundação Instituto
materiais produzidos em Libras e em Braille, sem Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE;
prejuízo de outros, a serem disponibilizados para
os professores e as professoras da rede pública 17.3) implementar, no âmbito da União, dos
de educação básica, favorecendo a construção Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
do conhecimento e a valorização da cultura da planos de Carreira para os(as) profissionais do
Normas correlatas
18.3) realizar, por iniciativa do Ministério 19.1) priorizar o repasse de transferências volun-
da Educação, a cada 2 (dois) anos a partir do tárias da União na área da educação para os
segundo ano de vigência deste PNE, prova nacio- entes federados que tenham aprovado legislação
nal para subsidiar os Estados, o Distrito Federal específica que regulamente a matéria na área
Educação básica
19.7) favorecer processos de autonomia pedagó- maio de 2000, a transparência e o controle social
gica, administrativa e de gestão financeira nos na utilização dos recursos públicos aplicados em
estabelecimentos de ensino; educação, especialmente a realização de audiên-
cias públicas, a criação de portais eletrônicos de
19.8) desenvolver programas de formação de transparência e a capacitação dos membros de
diretores e gestores escolares, bem como aplicar conselhos de acompanhamento e controle social 117
do FUNDEB, com a colaboração entre o Minis- Nacional de Educação – FNE, pelo Conselho
tério da Educação, as Secretarias de Educação Nacional de Educação – CNE e pelas Comissões
dos Estados e dos Municípios e os Tribunais de de Educação da Câmara dos Deputados e de
Contas da União, dos Estados e dos Municípios; Educação, Cultura e Esportes do Senado Federal;
20.5) desenvolver, por meio do Instituto Nacio- 20.9) regulamentar o parágrafo único do art. 23
nal de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio e o art. 211 da Constituição Federal, no prazo de
Teixeira – INEP, estudos e acompanhamento 2 (dois) anos, por lei complementar, de forma
regular dos investimentos e custos por aluno da a estabelecer as normas de cooperação entre a
educação básica e superior pública, em todas as União, os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
suas etapas e modalidades; cípios, em matéria educacional, e a articulação
do sistema nacional de educação em regime de
20.6) no prazo de 2 (dois) anos da vigência deste colaboração, com equilíbrio na repartição das
PNE, será implantado o Custo Aluno-Qualidade responsabilidades e dos recursos e efetivo cum-
inicial – CAQi, referenciado no conjunto de primento das funções redistributiva e supletiva
padrões mínimos estabelecidos na legislação da União no combate às desigualdades educacio-
educacional e cujo financiamento será calculado nais regionais, com especial atenção às regiões
com base nos respectivos insumos indispensáveis Norte e Nordeste;
ao processo de ensino-aprendizagem e será pro-
gressivamente reajustado até a implementação 20.10) caberá à União, na forma da lei, a com-
plena do Custo Aluno Qualidade – CAQ; plementação de recursos financeiros a todos os
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
20.7) implementar o Custo Aluno Qualidade que não conseguirem atingir o valor do CAQi
– CAQ como parâmetro para o financiamento e, posteriormente, do CAQ;
da educação de todas etapas e modalidades da
educação básica, a partir do cálculo e do acom- 20.11) aprovar, no prazo de 1 (um) ano, Lei de
panhamento regular dos indicadores de gastos Responsabilidade Educacional, assegurando
educacionais com investimentos em qualificação padrão de qualidade na educação básica, em cada
e remuneração do pessoal docente e dos demais sistema e rede de ensino, aferida pelo processo
profissionais da educação pública, em aquisição, de metas de qualidade aferidas por institutos
manutenção, construção e conservação de ins- oficiais de avaliação educacionais;
talações e equipamentos necessários ao ensino
e em aquisição de material didático-escolar, 20.12) definir critérios para distribuição dos
alimentação e transporte escolar; recursos adicionais dirigidos à educação ao longo
do decênio, que considerem a equalização das
20.8) o CAQ será definido no prazo de 3 (três) oportunidades educacionais, a vulnerabilidade
anos e será continuamente ajustado, com base socioeconômica e o compromisso técnico e de
em metodologia formulada pelo Ministério da gestão do sistema de ensino, a serem pactuados
Educação – MEC, e acompanhado pelo Fórum na instância prevista no § 5o do art. 7o desta Lei.
Educação básica
118
Lei no 12.722/2012
Altera as Leis nos 10.836, de 9 de janeiro de 2004, 12.462, de 4 de agosto de 2011, e 11.977, de 7
de julho de 2009; dispõe sobre o apoio financeiro da União aos Municípios e ao Distrito Federal
para ampliação da oferta da educação infantil; e dá outras providências.
arts. 2o e 4o está vinculado à vigência do Fun- Art. 15. A Lei no 11.977, de 7 de julho de 2009,
deb, nos termos do art. 48 da Lei no 11.494, de passa a vigorar acrescida do seguinte art. 82‑D:
20 de junho de 2007, e não poderá ser conside- ����������������������������������������������������������������������������
rado pelos Municípios e pelo Distrito Federal
para os fins de cumprimento do art. 212 da Art. 16. Esta Lei entra em vigor na data de
120 Constituição Federal. sua publicação.
Art. 17. Fica revogado o parágrafo único do DILMA ROUSSEFF
art. 82 da Lei no 11.977, de 7 de julho de 2009.
Promulgada em 3/10/2012 e publicada no DOU
Brasília, 3 de outubro de 2012; 191o da Inde- de 4/10/2012.
pendência e 124o da República.
Normas correlatas
121
Lei no 12.695/2012
Dispõe sobre o apoio técnico ou financeiro da União no âmbito do Plano de Ações Articuladas; altera
a Lei no 11.947, de 16 de junho de 2009, para incluir os polos presenciais do sistema Universidade
Aberta do Brasil na assistência financeira do Programa Dinheiro Direto na Escola; altera a Lei
no 11.494, de 20 de junho de 2007, para contemplar com recursos do FUNDEB as instituições
comunitárias que atuam na educação do campo; altera a Lei no 10.880, de 9 de junho de 2004, para
dispor sobre a assistência financeira da União no âmbito do Programa de Apoio aos Sistemas de
Ensino para Atendimento à Educação de Jovens e Adultos; altera a Lei no 8.405, de 9 de janeiro de
1992; e dá outras providências.
Art. 2o O PAR será elaborado pelos entes fede- Art. 3o Fica instituído o Comitê Estratégico
rados e pactuado com o Ministério da Educa- do PAR, no âmbito do Ministério da Educa-
ção, a partir das ações, programas e atividades ção, com o objetivo de definir, monitorar e
definidas pelo Comitê Estratégico do PAR, de revisar as ações, programas e atividades que
que trata o art. 3o. serão objeto de apoio técnico ou financeiro da
§ 1o A elaboração do PAR será precedida União assegurada a representação do Conselho
de um diagnóstico da situação educacional, Nacional de Secretários de Estado da Educação
estruturado em 4 (quatro) dimensões: – CONSED e da União Nacional dos Dirigentes
I – gestão educacional; Municipais de Educação – UNDIME, na forma
II – formação de profissionais de educação; de regulamento.
III – práticas pedagógicas e avaliação; § 1o A inclusão ou a atualização das ações
IV – infraestrutura física e recursos peda- do PAR pelo comitê de que trata o caput poderá
Educação básica
Art. 10. O acompanhamento e o controle social Art. 15. A Lei no 8.405, de 9 de janeiro de 1992,
da transferência e da aplicação dos recursos passa a vigorar com as seguintes alterações:
repassados para a execução das ações do PAR, �������������������������������������������������������������������������������
conforme Termo de Compromisso, serão exer-
cidos em âmbito municipal e estadual pelos Art. 16. As despesas decorrentes do disposto
conselhos previstos no art. 24 da Lei no 11.494, nesta Lei correrão à conta de dotações espe-
de 20 de junho de 2007. cíficas consignadas ao orçamento vigente do
Parágrafo único. Os conselhos a que se refere Ministério da Educação, observadas as limita-
o caput analisarão as prestações de contas dos ções de movimentação, empenho e pagamento,
recursos repassados aos entes federados e enca- na forma da legislação orçamentária e financeira
minharão ao FNDE demonstrativo sintético em vigor.
anual da execução físico-financeira, com parecer
conclusivo acerca da aplicação dos recursos. Art. 17. Esta Lei entra em vigor na data de
sua publicação.
Art. 11. Os valores transferidos pela União
para a execução das ações do PAR não poderão Brasília, 25 de julho de 2012; 191o da Indepen-
ser considerados pelos beneficiários para fins dência e 124o da República.
de cumprimento do disposto no art. 212 da
Constituição Federal. MICHEL TEMER
124
Lei no 12.612/2012
Declara o educador Paulo Freire Patrono da Educação Brasileira.
Normas correlatas
125
Lei no 11.947/2009
Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola aos
alunos da educação básica; altera as Leis nos 10.880, de 9 de junho de 2004, 11.273, de 6 de fevereiro
de 2006, 11.507, de 20 de julho de 2007; revoga dispositivos da Medida Provisória no 2.178‑36, de
24 de agosto de 2001, e a Lei no 8.913, de 12 de julho de 1994; e dá outras providências.
as diretrizes de que trata o art. 2o desta Lei. ceiros visando a execução do PNAE nos Estados,
Distrito Federal, Municípios e escolas federais;
Art. 14. Do total dos recursos financeiros III – promover a articulação interinstitucio-
repassados pelo FNDE, no âmbito do PNAE, nal entre as entidades federais envolvidas direta
no mínimo 30% (trinta por cento) deverão ser ou indiretamente na execução do PNAE;
128 utilizados na aquisição de gêneros alimentícios
IV – promover a adoção de diretrizes e metas VII – promover e executar ações de sanea-
estabelecidas nos pactos e acordos internacio- mento básico nos estabelecimentos escolares
nais, com vistas na melhoria da qualidade de sob sua responsabilidade, na forma da legislação
vida dos alunos da rede pública da educação pertinente;
básica; VIII – divulgar em locais públicos informa-
V – prestar orientações técnicas gerais aos ções acerca do quantitativo de recursos finan-
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios ceiros recebidos para execução do PNAE;
para o bom desempenho do PNAE; IX – prestar contas dos recursos financeiros
VI – cooperar no processo de capacitação recebidos à conta do PNAE, na forma estabe-
dos recursos humanos envolvidos na execução lecida pelo Conselho Deliberativo do FNDE;
do PNAE e no controle social; X – apresentar ao CAE, na forma e no prazo
VII – promover o desenvolvimento de estu- estabelecidos pelo Conselho Deliberativo do
dos e pesquisas objetivando a avaliação das FNDE, o relatório anual de gestão do PNAE.
ações do PNAE, podendo ser feitos em regime
de cooperação com entes públicos e privados. Art. 18. Os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios instituirão, no âmbito de suas res-
Art. 17. Competem aos Estados, ao Distrito pectivas jurisdições administrativas, Conse-
Federal e aos Municípios, no âmbito de suas res- lhos de Alimentação Escolar – CAE, órgãos
pectivas jurisdições administrativas, as seguin- colegiados de caráter fiscalizador, permanente,
tes atribuições, conforme disposto no § 1o do deliberativo e de assessoramento, compostos da
art. 211 da Constituição Federal: seguinte forma:
I – garantir que a oferta da alimentação esco- I – 1 (um) representante indicado pelo Poder
lar se dê em conformidade com as necessida- Executivo do respectivo ente federado;
des nutricionais dos alunos, durante o período II – 2 (dois) representantes das entidades
letivo, observando as diretrizes estabelecidas de trabalhadores da educação e de discentes,
nesta Lei, bem como o disposto no inciso VII indicados pelo respectivo órgão de representa-
do art. 208 da Constituição Federal; ção, a serem escolhidos por meio de assembleia
II – promover estudos e pesquisas que permi- específica;
tam avaliar as ações voltadas para a alimentação III – 2 (dois) representantes de pais de alunos,
escolar, desenvolvidas no âmbito das respectivas indicados pelos Conselhos Escolares, Associa-
escolas; ções de Pais e Mestres ou entidades similares,
III – promover a educação alimentar e nutri- escolhidos por meio de assembleia específica;
cional, sanitária e ambiental nas escolas sob sua IV – 2 (dois) representantes indicados por
responsabilidade administrativa, com o intuito entidades civis organizadas, escolhidos em
de formar hábitos alimentares saudáveis aos assembleia específica.
alunos atendidos, mediante atuação conjunta § 1o Os Estados, o Distrito Federal e os
dos profissionais de educação e do responsável Municípios poderão, a seu critério, ampliar a
técnico de que trata o art. 11 desta Lei; composição dos membros do CAE, desde que
IV – realizar, em parceria com o FNDE, a obedecida a proporcionalidade definida nos
capacitação dos recursos humanos envolvidos incisos deste artigo.
na execução do PNAE e no controle social; § 2o Cada membro titular do CAE terá 1
V – fornecer informações, sempre que solici- (um) suplente do mesmo segmento represen-
tado, ao FNDE, ao CAE, aos órgãos de controle tado.
interno e externo do Poder Executivo, a respeito § 3o Os membros terão mandato de 4 (qua-
Normas correlatas
da execução do PNAE, sob sua responsabilidade; tro) anos, podendo ser reconduzidos de acordo
VI – fornecer instalações físicas e recursos com a indicação dos seus respectivos segmentos.
humanos que possibilitem o pleno funciona- § 4o A presidência e a vice-presidência do
mento do CAE, facilitando o acesso da popu- CAE somente poderão ser exercidas pelos
lação; representantes indicados nos incisos II, III e
IV deste artigo. 129
§ 5o O exercício do mandato de conselheiros na forma definida pelo Conselho Deliberativo
do CAE é considerado serviço público relevante, do FNDE.
não remunerado.
§ 6o Caberá aos Estados, ao Distrito Federal Art. 21. Ocorrendo a suspensão prevista no
e aos Municípios informar ao FNDE a compo- art. 20, fica o FNDE autorizado a realizar, em
sição do seu respectivo CAE, na forma estabe- conta específica, o repasse dos recursos equiva-
lecida pelo Conselho Deliberativo do FNDE. lentes, pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias,
diretamente às unidades executoras, conforme
Art. 19. Compete ao CAE: previsto no art. 6o desta Lei, correspondentes
I – acompanhar e fiscalizar o cumprimento às escolas atingidas, para fornecimento da ali-
das diretrizes estabelecidas na forma do art. 2o mentação escolar, dispensando-se o procedi-
desta Lei; mento licitatório para aquisição emergencial
II – acompanhar e fiscalizar a aplicação dos dos gêneros alimentícios, mantidas as demais
recursos destinados à alimentação escolar; regras estabelecidas para execução do PNAE,
III – zelar pela qualidade dos alimentos, em inclusive quanto à prestação de contas.
especial quanto às condições higiênicas, bem Parágrafo único. A partir da publicação desta
como a aceitabilidade dos cardápios oferecidos; Lei, o FNDE terá até 180 (cento e oitenta) dias
IV – receber o relatório anual de gestão do para regulamentar a matéria de que trata o caput
PNAE e emitir parecer conclusivo a respeito, deste artigo.
aprovando ou reprovando a execução do Pro-
grama. Art. 21-A. Durante o período de suspensão das
Parágrafo único. Os CAEs poderão desenvol- aulas nas escolas públicas de educação básica em
ver suas atribuições em regime de cooperação razão de situação de emergência ou calamidade
com os Conselhos de Segurança Alimentar e pública, fica autorizada, em todo o território
Nutricional estaduais e municipais e demais nacional, em caráter excepcional, a distribuição
conselhos afins, e deverão observar as diretri- imediata aos pais ou responsáveis dos estudantes
zes estabelecidas pelo Conselho Nacional de nelas matriculados, com acompanhamento pelo
Segurança Alimentar e Nutricional – CONSEA. CAE, dos gêneros alimentícios adquiridos com
recursos financeiros recebidos, nos termos desta
Art. 20. Fica o FNDE autorizado a suspender Lei, à conta do Pnae.
os repasses dos recursos do PNAE quando os
Estados, o Distrito Federal ou os Municípios: Art. 22. O Programa Dinheiro Direto na Escola
I – não constituírem o respectivo CAE ou dei- – PDDE, com o objetivo de prestar assistência
xarem de efetuar os ajustes necessários, visando financeira, em caráter suplementar, às escolas
ao seu pleno funcionamento; públicas da educação básica das redes estaduais,
II – não apresentarem a prestação de contas municipais e do Distrito Federal, às escolas de
dos recursos anteriormente recebidos para exe- educação especial qualificadas como beneficen-
cução do PNAE, na forma e nos prazos estabe- tes de assistência social ou de atendimento direto
lecidos pelo Conselho Deliberativo do FNDE; e gratuito ao público, às escolas mantidas por
III – cometerem irregularidades na execução entidades de tais gêneros e aos polos presenciais
do PNAE, na forma estabelecida pelo Conselho do sistema Universidade Aberta do Brasil – UAB
Deliberativo do FNDE. que ofertem programas de formação inicial ou
§ 1o Sem prejuízo do previsto no caput, fica continuada a profissionais da educação básica,
o FNDE autorizado a comunicar eventuais irre- observado o disposto no art. 25, passa a ser
Educação básica
Art. 25. Os Estados, o Distrito Federal e os que deveria ser inscrita, com o fim de alterar
Municípios deverão inscrever, quando couber, a verdade sobre os fatos, será responsabilizado
nos respectivos orçamentos os recursos finan- na forma da lei.
ceiros destinados aos estabelecimentos de ensino
a eles vinculados, bem como prestar contas dos Art. 27. Os entes federados, as unidades exe-
referidos recursos. cutoras próprias e as entidades qualificadas 131
como beneficentes de assistência social ou de Art. 33. Fica o Poder Executivo autorizado a
atendimento direto e gratuito ao público man- instituir o Programa Nacional de Educação na
terão arquivados, em sua sede, em boa guarda e Reforma Agrária – PRONERA, a ser implantado
organização, ainda que utilize serviços de con- no âmbito do Ministério do Desenvolvimento
tabilidade de terceiros, pelo prazo de 5 (cinco) Agrário – MDA e executado pelo Instituto
anos, contado da data de julgamento da pres- Nacional de Colonização e Reforma Agrária
tação de contas anual do FNDE pelo órgão de – INCRA.
controle externo, os documentos fiscais, origi- Parágrafo único. Ato do Poder Executivo
nais ou equivalentes, das despesas realizadas na disporá sobre as normas de funcionamento,
execução das ações do PDDE. execução e gestão do Programa.
Art. 28. A fiscalização da aplicação dos recur- Art. 33-A. O Poder Executivo fica autorizado a
sos financeiros relativos à execução do PDDE conceder bolsas aos professores das redes públi-
é de competência do FNDE e dos órgãos de cas de educação e a estudantes beneficiários do
controle externo e interno do Poder Executivo Programa Nacional de Educação na Reforma
da União e será feita mediante realização de Agrária – PRONERA.
auditorias, inspeções e análise dos processos que § 1o Os professores das redes públicas de
originarem as respectivas prestações de contas. educação poderão perceber bolsas pela partici-
Parágrafo único. Os órgãos incumbidos da pação nas atividades do PRONERA, desde que
fiscalização dos recursos destinados à execu- não haja prejuízo à sua carga horária regular
ção do PDDE poderão celebrar convênios ou e ao atendimento do plano de metas de cada
acordos, em regime de mútua cooperação, para instituição com seu mantenedor, se for o caso.
auxiliar e otimizar o controle do Programa. § 2o Os valores e os critérios para concessão
e manutenção das bolsas serão fixados pelo
Art. 29. Qualquer pessoa, física ou jurídica, Poder Executivo.
poderá denunciar ao FNDE, ao Tribunal de § 3o As atividades exercidas no âmbito do
Contas da União, aos órgãos de controle interno PRONERA não caracterizam vínculo empre-
do Poder Executivo da União e ao Ministério gatício e os valores recebidos a título de bolsa
Público irregularidades identificadas na apli- não se incorporam, para qualquer efeito, ao
cação dos recursos destinados à execução do vencimento, salário, remuneração ou proventos
PDDE. recebidos.
Art. 30. Os arts. 2o e 5o da Lei no 10.880, de Art. 34. Ficam revogados os arts. 1o a 14 da
9 de junho de 2004, passam a vigorar com a Medida Provisória no 2.178‑36, de 24 de agosto
seguinte redação: de 2001, e a Lei no 8.913, de 12 de julho de 1994.
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Art. 35. Esta Lei entra em vigor na data de
Art. 31. A Lei no 11.273, de 6 de fevereiro de sua publicação.
2006, passa a vigorar com as seguintes altera-
ções: Brasília, 16 de junho de 2009; 188o da Indepen-
������������������������������������������������������������������������������� dência e 121o da República.
132
Lei no 11.788/2008
Dispõe sobre o estágio de estudantes; altera a redação do art. 428 da Consolidação das Leis do
Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e a Lei no 9.394, de 20
de dezembro de 1996; revoga as Leis nos 6.494, de 7 de dezembro de 1977, e 8.859, de 23 de março de
1994, o parágrafo único do art. 82 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e o art. 6o da Medida
Provisória no 2.164‑41, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências.
Art. 1o Estágio é ato educativo escolar supervi- Art. 3o O estágio, tanto na hipótese do § 1o do
sionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, art. 2o desta Lei quanto na prevista no § 2o do
que visa à preparação para o trabalho produtivo mesmo dispositivo, não cria vínculo empregatício
de educandos que estejam frequentando o ensino de qualquer natureza, observados os seguintes
regular em instituições de educação superior, requisitos:
de educação profissional, de ensino médio, da I – matrícula e frequência regular do edu-
educação especial e dos anos finais do ensino cando em curso de educação superior, de edu-
fundamental, na modalidade profissional da cação profissional, de ensino médio, da educação
educação de jovens e adultos. especial e nos anos finais do ensino fundamen-
§ 1o O estágio faz parte do projeto pedagógico tal, na modalidade profissional da educação de
do curso, além de integrar o itinerário formativo jovens e adultos e atestados pela instituição de
do educando. ensino;
§ 2o O estágio visa ao aprendizado de com- II – celebração de termo de compromisso
petências próprias da atividade profissional e à entre o educando, a parte concedente do estágio
contextualização curricular, objetivando o desen- e a instituição de ensino;
volvimento do educando para a vida cidadã e III – compatibilidade entre as atividades
para o trabalho. desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no
termo de compromisso.
Art. 2o O estágio poderá ser obrigatório ou não § 1o O estágio, como ato educativo escolar
obrigatório, conforme determinação das diretri- supervisionado, deverá ter acompanhamento
zes curriculares da etapa, modalidade e área de efetivo pelo professor orientador da instituição
ensino e do projeto pedagógico do curso. de ensino e por supervisor da parte concedente,
§ 1o Estágio obrigatório é aquele definido comprovado por vistos nos relatórios referidos
como tal no projeto do curso, cuja carga horária é no inciso IV do caput do art. 7o desta Lei e por
Normas correlatas
134
CAPÍTULO III – Da Parte Concedente I – 4 (quatro) horas diárias e 20 (vinte) horas
semanais, no caso de estudantes de educação
Art. 9o As pessoas jurídicas de direito privado e especial e dos anos finais do ensino fundamen-
os órgãos da administração pública direta, autár- tal, na modalidade profissional de educação de
quica e fundacional de qualquer dos Poderes da jovens e adultos;
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos II – 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas
Municípios, bem como profissionais liberais de semanais, no caso de estudantes do ensino supe-
nível superior devidamente registrados em seus rior, da educação profissional de nível médio e
respectivos conselhos de fiscalização profissional, do ensino médio regular.
podem oferecer estágio, observadas as seguintes § 1o O estágio relativo a cursos que alternam
obrigações: teoria e prática, nos períodos em que não estão
I – celebrar termo de compromisso com a programadas aulas presenciais, poderá ter jor-
instituição de ensino e o educando, zelando por nada de até 40 (quarenta) horas semanais, desde
seu cumprimento; que isso esteja previsto no projeto pedagógico
II – ofertar instalações que tenham condi- do curso e da instituição de ensino.
ções de proporcionar ao educando atividades § 2o Se a instituição de ensino adotar verifi-
de aprendizagem social, profissional e cultural; cações de aprendizagem periódicas ou finais, nos
III – indicar funcionário de seu quadro de pes- períodos de avaliação, a carga horária do estágio
soal, com formação ou experiência profissional será reduzida pelo menos à metade, segundo esti-
na área de conhecimento desenvolvida no curso pulado no termo de compromisso, para garantir
do estagiário, para orientar e supervisionar até o bom desempenho do estudante.
10 (dez) estagiários simultaneamente;
IV – contratar em favor do estagiário seguro Art. 11. A duração do estágio, na mesma parte
contra acidentes pessoais, cuja apólice seja com- concedente, não poderá exceder 2 (dois) anos,
patível com valores de mercado, conforme fique exceto quando se tratar de estagiário portador
estabelecido no termo de compromisso; de deficiência.
V – por ocasião do desligamento do estagiário,
entregar termo de realização do estágio com Art. 12. O estagiário poderá receber bolsa ou
indicação resumida das atividades desenvolvidas, outra forma de contraprestação que venha a ser
dos períodos e da avaliação de desempenho; acordada, sendo compulsória a sua concessão,
VI – manter à disposição da fiscalização docu- bem como a do auxílio-transporte, na hipótese
mentos que comprovem a relação de estágio; de estágio não obrigatório.
VII – enviar à instituição de ensino, com § 1o A eventual concessão de benefícios rela-
periodicidade mínima de 6 (seis) meses, relatório cionados a transporte, alimentação e saúde, entre
de atividades, com vista obrigatória ao estagiário. outros, não caracteriza vínculo empregatício.
Parágrafo único. No caso de estágio obriga- § 2o Poderá o educando inscrever-se e con-
tório, a responsabilidade pela contratação do tribuir como segurado facultativo do Regime
seguro de que trata o inciso IV do caput deste Geral de Previdência Social.
artigo poderá, alternativamente, ser assumida
pela instituição de ensino. Art. 13. É assegurado ao estagiário, sempre
que o estágio tenha duração igual ou superior
a 1 (um) ano, período de recesso de 30 (trinta)
CAPÍTULO IV – Do Estagiário dias, a ser gozado preferencialmente durante
suas férias escolares.
Normas correlatas
Art. 10. A jornada de atividade em estágio será § 1o O recesso de que trata este artigo deverá
definida de comum acordo entre a instituição de ser remunerado quando o estagiário receber bolsa
ensino, a parte concedente e o aluno estagiário ou outra forma de contraprestação.
ou seu representante legal, devendo constar do § 2o Os dias de recesso previstos neste artigo
termo de compromisso ser compatível com as serão concedidos de maneira proporcional, nos
atividades escolares e não ultrapassar: 135
casos de o estágio ter duração inferior a 1 (um) § 1o Para efeito desta Lei, considera-se quadro
ano. de pessoal o conjunto de trabalhadores empre-
gados existentes no estabelecimento do estágio.
Art. 14. Aplica-se ao estagiário a legislação § 2o Na hipótese de a parte concedente contar
relacionada à saúde e segurança no trabalho, com várias filiais ou estabelecimentos, os quan-
sendo sua implementação de responsabilidade titativos previstos nos incisos deste artigo serão
da parte concedente do estágio. aplicados a cada um deles.
§ 3o Quando o cálculo do percentual disposto
no inciso IV do caput deste artigo resultar em
CAPÍTULO V – Da Fiscalização fração, poderá ser arredondado para o número
inteiro imediatamente superior.
Art. 15. A manutenção de estagiários em des- § 4o Não se aplica o disposto no caput deste
conformidade com esta Lei caracteriza vínculo de artigo aos estágios de nível superior e de nível
emprego do educando com a parte concedente do médio profissional.
estágio para todos os fins da legislação trabalhista § 5o Fica assegurado às pessoas portadoras de
e previdenciária. deficiência o percentual de 10% (dez por cento)
§ 1o A instituição privada ou pública que das vagas oferecidas pela parte concedente do
reincidir na irregularidade de que trata este estágio.
artigo ficará impedida de receber estagiários
por 2 (dois) anos, contados da data da decisão Art. 18. A prorrogação dos estágios contrata-
definitiva do processo administrativo corres- dos antes do início da vigência desta Lei apenas
pondente. poderá ocorrer se ajustada às suas disposições.
§ 2o A penalidade de que trata o § 1o deste
artigo limita-se à filial ou agência em que for Art. 19. O art. 428 da Consolidação das Leis
cometida a irregularidade. do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-lei
no 5.452, de 1o de maio de 1943, passa a vigorar
com as seguintes alterações:
CAPÍTULO VI – Das Disposições Gerais ��������������������������������������������������������������������������������
Art. 16. O termo de compromisso deverá ser Art. 20. O art. 82 da Lei no 9.394, de 20 de
firmado pelo estagiário ou com seu representante dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte
ou assistente legal e pelos representantes legais redação:
da parte concedente e da instituição de ensino, ��������������������������������������������������������������������������������
vedada a atuação dos agentes de integração a que
se refere o art. 5o desta Lei como representante Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua
de qualquer das partes. publicação.
Art. 17. O número máximo de estagiários em Art. 22. Revogam-se as Leis nos 6.494, de 7 de
relação ao quadro de pessoal das entidades con- dezembro de 1977, e 8.859, de 23 de março de
cedentes de estágio deverá atender às seguintes 1994, o parágrafo único do art. 82 da Lei no 9.394,
proporções: de 20 de dezembro de 1996, e o art. 6o da Medida
I – de 1 (um) a 5 (cinco) empregados: 1 (um) Provisória no 2.164‑41, de 24 de agosto de 2001.
estagiário;
II – de 6 (seis) a 10 (dez) empregados: até 2 Brasília, 25 de setembro de 2008; 187o da Inde-
Educação básica
Art. 2o O piso salarial profissional nacional Art. 3o O valor de que trata o art. 2o desta Lei
para os profissionais do magistério público da passará a vigorar a partir de 1o de janeiro de
educação básica será de R$ 950,00 (novecentos 2008, e sua integralização, como vencimento
e cinquenta reais) mensais, para a formação em inicial das Carreiras dos profissionais da educa-
nível médio, na modalidade Normal, prevista ção básica pública, pela União, Estados, Distrito
no art. 62 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro Federal e Municípios será feita de forma pro-
de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da gressiva e proporcional, observado o seguinte:
educação nacional. I – (Vetado);
§ 1o O piso salarial profissional nacional é o II – a partir de 1o de janeiro de 2009, acrés-
valor abaixo do qual a União, os Estados, o Dis- cimo de 2/3 (dois terços) da diferença entre o
trito Federal e os Municípios não poderão fixar valor referido no art. 2o desta Lei, atualizado
o vencimento inicial das Carreiras do magistério na forma do art. 5o desta Lei, e o vencimento
público da educação básica, para a jornada de, inicial da Carreira vigente;
no máximo, 40 (quarenta) horas semanais. III – a integralização do valor de que trata o
§ 2o Por profissionais do magistério público art. 2o desta Lei, atualizado na forma do art. 5o
da educação básica entendem-se aqueles que desta Lei, dar-se-á a partir de 1o de janeiro de
desempenham as atividades de docência ou 2010, com o acréscimo da diferença remanes-
as de suporte pedagógico à docência, isto é, cente.
direção ou administração, planejamento, ins- § 1o A integralização de que trata o caput
peção, supervisão, orientação e coordenação deste artigo poderá ser antecipada a qualquer
educacionais, exercidas no âmbito das unidades tempo pela União, Estados, Distrito Federal e
escolares de educação básica, em suas diversas Municípios.
etapas e modalidades, com a formação mínima § 2o Até 31 de dezembro de 2009, admitir-
Normas correlatas
determinada pela legislação federal de diretrizes -se-á que o piso salarial profissional nacional
e bases da educação nacional. compreenda vantagens pecuniárias, pagas a
§ 3o Os vencimentos iniciais referentes às qualquer título, nos casos em que a aplicação
demais jornadas de trabalho serão, no mínimo, do disposto neste artigo resulte em valor infe-
proporcionais ao valor mencionado no caput rior ao de que trata o art. 2o desta Lei, sendo
deste artigo. 137
resguardadas as vantagens daqueles que perce- o mesmo percentual de crescimento do valor
bam valores acima do referido nesta Lei. anual mínimo por aluno referente aos anos ini-
ciais do ensino fundamental urbano, definido
Art. 4o A União deverá complementar, na nacionalmente, nos termos da Lei no 11.494, de
forma e no limite do disposto no inciso VI do 20 de junho de 2007.
caput do art. 60 do Ato das Disposições Cons-
titucionais Transitórias e em regulamento, a Art. 6o A União, os Estados, o Distrito Federal e
integralização de que trata o art. 3o desta Lei, os Municípios deverão elaborar ou adequar seus
nos casos em que o ente federativo, a partir da Planos de Carreira e Remuneração do Magisté-
consideração dos recursos constitucionalmente rio até 31 de dezembro de 2009, tendo em vista
vinculados à educação, não tenha disponibili- o cumprimento do piso salarial profissional
dade orçamentária para cumprir o valor fixado. nacional para os profissionais do magistério
§ 1o O ente federativo deverá justificar sua público da educação básica, conforme disposto
necessidade e incapacidade, enviando ao Minis- no parágrafo único do art. 206 da Constituição
tério da Educação solicitação fundamentada, Federal.
acompanhada de planilha de custos compro-
vando a necessidade da complementação de Art. 7o (Vetado)
que trata o caput deste artigo.
§ 2o A União será responsável por cooperar Art. 8o Esta Lei entra em vigor na data de sua
tecnicamente com o ente federativo que não publicação.1
conseguir assegurar o pagamento do piso, de
forma a assessorá-lo no planejamento e aperfei- Brasília, 16 de julho de 2008; 187o da Indepen-
çoamento da aplicação de seus recursos. dência e 120o da República.
138 1
Nota do Editor (NE): ver ADI no 4.167.
Lei no 11.494/2007
Regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação – FUNDEB, de que trata o art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias; altera a Lei no 10.195, de 14 de fevereiro de 2001; revoga dispositivos das Leis nos 9.424,
de 24 de dezembro de 1996, 10.880, de 9 de junho de 2004, e 10.845, de 5 de março de 2004; e dá
outras providências.
1
Nota do Editor (NE): a Lei no 14.113/2020, publi-
cada no DOU de 25/12/2020 (edição extra), deter-
minou a revogação, a partir de 1o de janeiro de 2021,
da Lei no 11.494, de 20 de junho de 2007, ressalvado
o art. 12 e mantidos seus efeitos financeiros no que
se refere à execução dos Fundos relativa ao exercício
de 2020. 139
Lei no 10.880/2004
Institui o Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar – PNATE e o Programa de Apoio
aos Sistemas de Ensino para Atendimento à Educação de Jovens e Adultos, dispõe sobre o repasse de
recursos financeiros do Programa Brasil Alfabetizado, altera o art. 4o da Lei no 9.424, de 24 de dezembro
de 1996, e dá outras providências.
dos repasses, bem como as orientações e instru- por meio de assistência financeira, em caráter
ções necessárias à execução do PNATE, observado suplementar, aos sistemas de ensino estaduais,
o montante de recursos disponíveis para este fim municipais e do Distrito Federal.
constante da Lei Orçamentária Anual, e em suas § 1o O valor da assistência financeira será
alterações, aprovadas para o Fundo. estabelecido em ato do Ministro de Estado da
140 Educação e terá como base:
I – o número de estudantes atendidos exclusi- deverão ser reprogramados para o exercício sub-
vamente na educação de jovens e adultos nos esta- sequente, com estrita observância ao objeto de
belecimentos públicos de ensino, cujas matrículas sua transferência, nos termos de regulamentação
ainda não tenham sido computadas no âmbito do Conselho Deliberativo do FNDE.
do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da § 3o A parcela dos saldos, incorporados na
Educação Básica e de Valorização dos Profissio- forma do § 2o deste artigo, que exceder a 30%
nais da Educação – FUNDEB, de que trata a Lei (trinta por cento) do valor previsto para os repas-
no 11.494, de 20 de junho de 2007, independen- ses à conta do PNATE, no exercício no qual se
temente da situação cadastral no censo escolar; e der a incorporação, será deduzida daquele valor,
II – o valor anual mínimo por aluno definido nos termos de regulamentação do Conselho Deli-
nacionalmente para educação de jovens e adultos berativo do FNDE.
do ano anterior ao da assistência financeira, nos § 4o Os saldos dos recursos financeiros apu-
termos da Lei no 11.494, de 20 de junho de 2007. rados à conta do Programa de Apoio a Estados
§ 2o O Conselho Deliberativo do FNDE e Municípios para Educação Fundamental de
divulgará, a cada exercício financeiro, a forma Jovens e Adultos, instituído pela Medida Provi-
de cálculo, o valor a ser repassado aos sistemas sória no 2.178‑36, de 24 de agosto de 2001, deve-
de ensino estaduais, municipais e do Distrito rão ser incorporados, no exercício de 2004, ao
Federal, bem como as orientações e instruções Programa de Apoio aos Sistemas de Ensino para
necessárias à execução do Programa de Apoio aos Atendimento à Educação de Jovens e Adultos, nos
Sistemas de Ensino para Atendimento à Educação termos de regulamentação a ser expedida pelo
de Jovens e Adultos, observado o montante de Conselho Deliberativo do FNDE.
recursos disponíveis para este fim, constante da § 5o A regulamentação de que trata o § 4o deste
Lei Orçamentária Anual e em suas alterações, artigo disporá, para o exercício de 2004, sobre a
aprovadas para o Fundo. obrigatoriedade da utilização do saldo financeiro
§ 3o Os recursos financeiros a serem repassa- em ações específicas para educação fundamental
dos aos Estados, ao Distrito Federal e aos Muni- pública de jovens e adultos, em cursos presenciais
cípios, de que trata o § 1o deste artigo serão cal- com avaliação no processo.
culados com base:
I – nos dados oficiais do censo escolar reali- Art. 5o O acompanhamento e o controle social
zado pelo INEP, relativo ao ano imediatamente sobre a transferência e aplicação dos recursos
anterior ao do atendimento; ou repassados à conta do PNATE serão exercidos
II – no número de alfabetizados pelo Programa nos respectivos Governos dos Estados, do Dis-
Brasil Alfabetizado, nos termos da regulamen- trito Federal e dos Municípios pelos conselhos
tação. previstos no § 13 do art. 24 da Lei no 11.494, de
20 de junho de 2007.
Art. 4o A transferência de recursos financei- § 1o Fica o FNDE autorizado a suspender o
ros, objetivando a execução descentralizada do repasse dos recursos do PNATE nas seguintes
PNATE e do Programa de Apoio aos Sistemas de hipóteses:
Ensino para Atendimento à Educação de Jovens I – omissão na prestação de contas, conforme
e Adultos, será efetivada, automaticamente, pelo definido pelo seu Conselho Deliberativo;
FNDE, sem necessidade de convênio, acordo, con- II – rejeição da prestação de contas;
trato, ajuste ou instrumento congênere, mediante III – utilização dos recursos em desacordo
depósito em conta-corrente específica. com os critérios estabelecidos para a execução
§ 1o Os recursos financeiros de que trata o do Programa, conforme constatado por análise
Normas correlatas
caput deste artigo deverão ser incluídos nos orça- documental ou de auditoria.
mentos dos Estados, do Distrito Federal e dos § 2o Os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
Municípios beneficiados. cípios garantirão a infraestrutura necessária à
§ 2o Os saldos dos recursos financeiros rece- execução plena das competências dos Conselhos
bidos à conta dos Programas a que se refere o a que se refere o caput deste artigo.
caput deste artigo, existentes em 31 de dezembro, 141
§ 3o Os Conselhos a que se refere o caput Art. 7o A transferência dos recursos consignados
deste artigo deverão acompanhar a execução do no orçamento da União, a cargo do Ministério
PNATE e do Programa de Apoio aos Sistemas de da Educação, para execução do Programa Brasil
Ensino para Atendimento à Educação de Jovens Alfabetizado, quando destinados aos Estados, ao
e Adultos, podendo, para tanto, requisitar do Distrito Federal e aos Municípios, observará as
Poder Executivo dos Estados, do Distrito Federal disposições desta Lei.
e dos Municípios os dados, informações e docu- § 1o O montante dos recursos financeiros
mentos relacionados à utilização dos recursos será repassado em parcelas e calculado com base
transferidos. no número de alfabetizandos e alfabetizadores,
conforme disposto em regulamentação.
Art. 6o Os Estados, o Distrito Federal e os Muni- § 2o O Ministério da Educação divulgará, a
cípios apresentarão prestação de contas do total cada exercício financeiro, a forma de cálculo, o
dos recursos recebidos à conta do PNATE e do valor a ser repassado aos Estados, ao Distrito
Programa de Apoio aos Sistemas de Ensino para Federal e aos Municípios, bem como as orienta-
Atendimento à Educação de Jovens e Adultos, ções e instruções necessárias à execução do Pro-
na forma e prazo a serem definidos em regula- grama Brasil Alfabetizado, observado o montante
mentação do Conselho Deliberativo do FNDE. de recursos disponíveis para este fim, constante
§ 1o A prestação de contas dos Programas a da Lei Orçamentária Anual e em suas alterações,
que se refere o caput deste artigo será apresentada aprovadas para o Fundo.
ao respectivo Conselho, no prazo estabelecido § 3o O Programa Brasil Alfabetizado poderá
pelo Conselho Deliberativo do FNDE. ser executado pelo FNDE, desde que os recursos
§ 2o Os Conselhos a que se refere o art. 5o desta sejam consignados ao orçamento daquele Fundo,
Lei analisarão a prestação de contas e encaminha- ou a ele descentralizados.
rão ao FNDE demonstrativo sintético anual da
execução físico-financeira dos recursos repassa- Art. 8o A transferência de recursos financeiros,
dos à conta dos Programas, com parecer conclu- objetivando a execução descentralizada do Pro-
sivo acerca da aplicação dos recursos transferidos. grama Brasil Alfabetizado, será efetivada, auto-
§ 3o O responsável pela prestação de contas, maticamente, pelo Ministério da Educação aos
que inserir ou fizer inserir documentos ou decla- Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, sem
ração falsa ou diversa da que deveria ser inscrita, necessidade de convênio, acordo, contrato, ajuste
com o fim de alterar a verdade sobre o fato, res- ou instrumento congênere, mediante depósito
ponderá civil, penal e administrativamente. em conta-corrente específica.
§ 4o Os documentos que instruem a prestação § 1o Os recursos financeiros de que trata o
de contas, juntamente com os comprovantes de caput deste artigo deverão ser incluídos nos orça-
pagamentos efetuados com os recursos finan- mentos dos Estados, do Distrito Federal e dos
ceiros transferidos na forma desta Lei, serão Municípios beneficiados.
mantidos pelos Estados, pelo Distrito Federal § 2o Os saldos dos recursos financeiros rece-
e pelos Municípios em seus arquivos pelo prazo bidos à conta do Programa Brasil Alfabetizado,
de 5 (cinco) anos, a contar da data da aprovação existentes em 31 de dezembro, deverão ser repro-
da prestação de contas do FNDE pelo Tribunal gramados para o exercício subsequente, com
de Contas da União. estrita observância ao objeto de sua transferência,
§ 5o Os Estados, o Distrito Federal e os Muni- nos termos da regulamentação.
cípios deverão disponibilizar a documentação § 3o A bolsa referida no § 1o do art. 11 desta
referida no § 4o deste artigo ao Tribunal de Contas Lei poderá ser paga ao voluntário diretamente
Educação básica
da União, ao FNDE, aos órgãos do Sistema de pela União, observadas as normas do FNDE.
Controle Interno do Poder Executivo Federal
e aos Conselhos previstos no art. 5o desta Lei, Art. 9o Os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
sempre que solicitado, bem como divulgar seus cípios apresentarão prestação de contas do total
dados e informações de acordo com a Lei no 9.755, dos recursos recebidos à conta do Programa Brasil
142 de 16 de dezembro de 1998.
Alfabetizado, na forma e prazo a serem definidos da aplicação dos recursos relativos a esses Progra-
em regulamentação. mas, por sistema de amostragem, podendo, para
Parágrafo único. O Ministério da Educação tanto, requisitar o encaminhamento de documen-
elaborará relatórios anuais da execução do Pro- tos e demais elementos que julgar necessários,
grama Brasil Alfabetizado, que serão submetidos bem como realizar fiscalização in loco ou, ainda,
à análise da Comissão Nacional de Alfabetização. delegar competência nesse sentido a outro órgão
ou entidade estatal.
Art. 10. A fiscalização da aplicação dos recur-
sos financeiros relativos aos Programas de que Art. 11. As atividades desenvolvidas pelos alfa-
trata esta Lei é de competência do Ministério da betizadores no âmbito do Programa Brasil Alfa-
Educação, do FNDE e dos órgãos do Sistema de betizado são consideradas de natureza voluntária,
Controle Interno do Poder Executivo Federal e na forma definida no art. 1o e seu parágrafo único
será feita mediante a realização de auditorias, fis- da Lei no 9.608, de 18 de fevereiro de 1998.
calizações, inspeções e análise dos processos que § 1o O alfabetizador poderá receber uma bolsa
originarem as respectivas prestações de contas. para atualização e custeio das despesas realizadas
§ 1o A fiscalização de que trata o caput deste no desempenho de suas atividades no Programa.
artigo deverá, ainda, ser realizada pelos Conse- § 2o Os resultados e as atividades desenvol-
lhos referidos no art. 5o desta Lei na execução do vidas pelo alfabetizador serão avaliados pelo
PNATE e do Programa de Apoio aos Sistemas de Ministério da Educação.
Ensino para Atendimento à Educação de Jovens e § 3o O valor e os critérios para concessão e
Adultos e pela Comissão Nacional de Alfabetiza- manutenção da bolsa serão fixados pelo Minis-
ção na execução do Programa Brasil Alfabetizado. tério da Educação.
§ 2o Os órgãos incumbidos da fiscalização da § 4o Entende-se por alfabetizadores os pro-
aplicação dos recursos financeiros destinados aos fessores da rede pública ou privada ou outros
Programas de que trata esta Lei poderão celebrar agentes, nos termos do regulamento, que, volun-
convênios ou acordos, em regime de mútua coo- tariamente, realizem as atividades de alfabeti-
peração, para auxiliar e otimizar o seu controle, zação em contato direto com os alunos e por
sem prejuízo de suas competências institucionais. coordenadores de turmas de alfabetização os que,
§ 3o Qualquer pessoa física ou jurídica poderá voluntariamente, desempenhem supervisão do
denunciar ao Ministério da Educação, ao FNDE, processo de aprendizagem dos alfabetizandos.
aos órgãos do Sistema de Controle Interno do § 5o Aplica-se o regime desta Lei aos forma-
Poder Executivo Federal, ao Ministério Público dores voluntários dos alfabetizadores, nos termos
Federal, aos mencionados Conselhos e à Comis- do § 4o deste artigo, e aos tradutores e intérpretes
são Nacional de Alfabetização irregularidades voluntários da Língua Brasileira de Sinais – Libras
identificadas na aplicação dos recursos destinados que auxiliem na alfabetização de alunos surdos.
à execução dos Programas.
§ 4o A fiscalização do Ministério da Educação, Art. 12. (Revogado)
do FNDE e dos órgãos do Sistema de Controle
Interno do Poder Executivo Federal ocorrerá de Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua
ofício, a qualquer momento, ou será deflagrada, publicação.
isoladamente ou em conjunto, sempre que for
apresentada denúncia formal de irregularidade Brasília, 9 de junho de 2004; 183o da Indepen-
identificada no uso dos recursos públicos à conta dência e 116o da República.
dos Programas.
Normas correlatas
ou semestralidade escolar em prazo inferior a de que trata este artigo poderá tomar, dos inte-
ressados, termo de compromisso, na forma da
1
Nota do Editor (NE): nos dispositivos que alteram legislação vigente.
normas, suprimiram-se as alterações determinadas
uma vez que já foram incorporadas às normas às Art. 5o Os alunos já matriculados, salvo quando
144 quais se destinam. inadimplentes, terão direito à renovação das
matrículas, observado o calendário escolar da no inciso V do art. 53 do Estatuto da Criança
instituição, o regimento da escola ou cláusula e do Adolescente.
contratual.
Art. 7o São legitimados à propositura das ações
Art. 6 São proibidas a suspensão de provas
o
previstas na Lei no 8.078, de 1990, para a defesa
escolares, a retenção de documentos escolares dos direitos assegurados por esta Lei e pela legis-
ou a aplicação de quaisquer outras penalidades lação vigente, as associações de alunos, de pais
pedagógicas por motivo de inadimplemento, de alunos e responsáveis, sendo indispensável,
sujeitando-se o contratante, no que couber, às em qualquer caso, o apoio de, pelo menos, vinte
sanções legais e administrativas, compatíveis por cento dos pais de alunos do estabelecimento
com o Código de Defesa do Consumidor, e de ensino ou dos alunos, no caso de ensino
com os arts. 177 e 1.092 do Código Civil Bra- superior.
sileiro, caso a inadimplência perdure por mais
de noventa dias. Art. 8o O art. 39 da Lei no 8.078, de 1990, passa
§ 1o O desligamento do aluno por inadim- a vigorar acrescido do seguinte inciso:
plência somente poderá ocorrer ao final do �������������������������������������������������������������������������������
ano letivo ou, no ensino superior, ao final do
semestre letivo quando a instituição adotar o Art. 9o A Lei no 9.131, de 24 de novembro de
regime didático semestral. 1995, passa a vigorar acrescida dos seguintes
§ 2o Os estabelecimentos de ensino funda- artigos:
mental, médio e superior deverão expedir, a �������������������������������������������������������������������������������
qualquer tempo, os documentos de transferên-
cia de seus alunos, independentemente de sua Art. 10. Continuam a produzir efeitos os atos
adimplência ou da adoção de procedimentos praticados com base na Medida Provisória
legais de cobranças judiciais. no 1.890‑66, de 24 de setembro de 1999, e nas
§ 3o São asseguradas em estabelecimentos suas antecessoras.
públicos de ensino fundamental e médio as
matrículas dos alunos, cujos contratos, cele- Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de
brados por seus pais ou responsáveis para a sua publicação.
prestação de serviços educacionais, tenham sido
suspensos em virtude de inadimplemento, nos Art. 12. Revogam-se a Lei no 8.170, de 17 de
termos do caput deste artigo. janeiro de 1991; o art. 14 da Lei no 8.178, de
§ 4o Na hipótese de os alunos a que se refere 1o de março de 1991; e a Lei no 8.747, de 9 de
o § 2o, ou seus pais ou responsáveis, não terem dezembro de 1993.
providenciado a sua imediata matrícula em
outro estabelecimento de sua livre escolha, as Brasília, 23 de novembro de 1999; 178o da Inde-
Secretarias de Educação estaduais e municipais pendência e 111o da República.
deverão providenciá-la em estabelecimento de
ensino da rede pública, em curso e série corres- FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
pondentes aos cursados na escola de origem, de
forma a garantir a continuidade de seus estudos Promulgada em 23/11/1999 e publicada no DOU de
no mesmo período letivo e a respeitar o disposto 24/11/1999 – Edição extra.
Normas correlatas
145
Lei no 9.424/1996
Dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização
do Magistério, na forma prevista no art. 60, § 7o, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,
e dá outras providências.
146 1
Nota do Editor (NE): ver ADI no 1.627. 2
NE: ver ADI no 1.627.
Art. 15. O Salário-Educação, previsto no automaticamente em favor das Secretarias de
art. 212, § 5o, da Constituição Federal e devido Educação dos Estados, do Distrito Federal e dos
pelas empresas, na forma em que vier a ser dis- Municípios para financiamento de programas,
posto em regulamento, é calculado com base na projetos e ações do ensino fundamental.
alíquota de 2,5% (dois e meio por cento) sobre § 2o (Vetado)
o total de remunerações pagas ou creditadas, § 3o Os alunos regularmente atendidos, na
a qualquer título, aos segurados empregados, data da edição desta Lei, como beneficiários da
assim definidos no art. 12, inciso I, da Lei aplicação realizada pelas empresas contribuin-
no 8.212, de 24 de julho de 1991. tes, no ensino fundamental dos seus empre-
§ 1o O montante da arrecadação do Salá- gados e dependentes, à conta de deduções da
rio-Educação, após a dedução de 1% (um por contribuição social do Salário-Educação, na
cento) em favor do Instituto Nacional do Seguro forma da legislação em vigor, terão, a partir de
Social – INSS, calculado sobre o valor por ele 1o de janeiro de 1997, o benefício assegurado,
arrecadado, será distribuído pelo Fundo Nacio- respeitadas as condições em que foi concedido, e
nal de Desenvolvimento da Educação – FNDE, vedados novos ingressos nos termos do art. 212,
observada, em 90% (noventa por cento) de seu § 5o, da Constituição Federal.
valor, a arrecadação realizada em cada Estado
e no Distrito Federal, em quotas, da seguinte Art. 16. Esta Lei entra em vigor em 1o de
forma:3 janeiro de 1997.
I – Quota Federal, correspondente a um terço
do montante de recursos, que será destinada ao Art. 17. Revogam-se as disposições em con-
FNDE e aplicada no financiamento de progra- trário.
mas e projetos voltados para a universalização
do ensino fundamental, de forma a propiciar Brasília, 24 de dezembro de 1996; 175o da Inde-
a redução dos desníveis socioeducacionais pendência e 108o da República.
existentes entre Municípios, Estados, Distrito
Federal e regiões brasileiras; FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
II – Quota Estadual e Municipal, corres-
pondente a 2/3 (dois terços) do montante Promulgada em 24/12/1996 e publicada no DOU
de recursos, que será creditada mensal e de 26/12/1996.
Normas correlatas
3
NE: ver ADPF no 188. 147
Decreto-lei no 5.452/1943
Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho.
Art. 318. O professor poderá lecionar em um Art. 321. Sempre que o estabelecimento de
mesmo estabelecimento por mais de um turno, ensino tiver necessidade de aumentar o número
desde que não ultrapasse a jornada de trabalho de aulas marcado nos horários, remunerará o
semanal estabelecida legalmente, assegurado e professor, findo cada mês, com uma importância
Educação básica
Art. 319. Aos professores é vedado, aos domin- Art. 322. No período de exames e no de
gos, a regência de aulas e o trabalho em exames. férias escolares, é assegurado aos professores
o pagamento, na mesma periodicidade con-
148 tratual, da remuneração por eles percebida, na
conformidade dos horários, durante o período Art. 323. Não será permitido o funcionamento
de aulas. do estabelecimento particular de ensino que não
§ 1o Não se exigirá dos professores, no remunere condignamente os seus professores,
período de exames, a prestação de mais de oito ou não lhes pague pontualmente a remuneração
horas de trabalho diário, salvo mediante o paga- de cada mês.
mento complementar de cada hora excedente Parágrafo único. Compete ao Ministério da
pelo preço correspondente ao de uma aula. Educação e Saúde fixar os critérios para a deter-
§ 2o No período de férias, não se poderá minação da condigna remuneração devida aos
exigir dos professores outro serviço senão o professores bem como assegurar a execução do
relacionado com a realização de exames. preceito estabelecido no presente artigo.
§ 3o Na hipótese de dispensa sem justa causa, �������������������������������������������������������������������������������
ao término do ano letivo ou no curso das férias
escolares, é assegurado ao professor o paga-
mento a que se refere o caput deste artigo.
Normas correlatas
149
Decreto no 10.656/2021
Regulamenta a Lei no 14.113, de 25 de dezembro de 2020, que dispõe sobre o Fundo de Manutenção
e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação.
do art. 16 e no art. 46 da Lei no 14.113, de 2020, com as informações necessárias para o cálculo
serão realizados pelo FNDE. do Fundeb.
§ 2o Para fins do disposto no § 1o: § 3o As estimativas, as receitas e as atuali-
I – a Secretaria do Tesouro Nacional da zações de que tratam as alíneas “a”, “b” e “c” do
Secretaria Especial de Fazenda do Ministério inciso I do caput deverão ser encaminhadas ao
da Economia disponibilizará ao FNDE: 153
FNDE acompanhadas dos respectivos crono- I – disponibilizar ao Inep as informações
gramas de pagamento. de sua competência relativas às metodologias
§ 4 o As transferências decorrentes dos referidas nos incisos I a III e VII do caput; e
programas de distribuição universal geridos II – subsidiar e colaborar com o Inep, quando
pelo Ministério da Educação, a que se refere o couber, na elaboração das metodologias referi-
inciso V do § 3o do art. 13 da Lei no 14.113, de das nos incisos I ao III, V e VII do caput.
2020, para fins do cálculo do VAAT das redes § 2o As informações a que se refere o caput
de ensino, serão definidas em ato conjunto do deverão ser enviadas à Comissão Intergover-
Secretário de Educação Básica do Ministério da namental de Financiamento para a Educação
Educação e do Presidente do FNDE. Básica de Qualidade por meio de notas técnicas
§ 5o Os ajustes da complementação da do Inep que contenham, quando for o caso, as
União, decorrentes do disposto nos § 1o e § 3o propostas técnicas, as metodologias de aferição
do art. 16 da Lei no 14.113, de 2020, serão esta- e de cálculo, as fontes de dados dos indicado-
belecidos ato conjunto dos Ministros de Estado res e os resultados dos indicadores calculados
da Educação e da Economia. em formato de planilha e de texto, de modo a
facilitar a análise por terceiros.
Art. 14. Para fins do disposto no art. 18 da Lei § 3o As notas técnicas do Inep a que se refere
no 14.113, de 2020, o Inep encaminhará à Comis- o § 2o serão encaminhadas, no mesmo prazo a
são Intergovernamental de Financiamento para que se refere o § 1o, ao Ministério da Economia,
a Educação Básica de Qualidade, até 30 de abril que poderá manifestar-se por escrito ou pre-
de cada exercício, as informações referentes: sencialmente na Comissão Intergovernamental
I – à metodologia de cálculo do custo médio de Financiamento para a Educação Básica de
das diferentes etapas, modalidades, duração da Qualidade, sem direito a voto.
jornada e tipos de estabelecimento de ensino da § 4o O custo médio a que se refere o inciso
educação básica; I do caput será utilizado exclusivamente para
II – à metodologia de cálculo do indicador fins do cálculo das diferenças e ponderações
de nível socioeconômico dos educandos; quanto ao valor anual por aluno entre etapas,
III – à metodologia de cálculo dos indicado- modalidades, duração da jornada e tipos de
res de disponibilidade de recursos vinculados estabelecimento de ensino da educação básica,
à educação; nos termos do disposto na alínea “a” do inciso
IV – à metodologia de cálculo dos indica- I do caput do art. 18 da Lei no 14.113, de 2020.
dores de utilização do potencial de arrecadação
tributária; Art. 15. As deliberações relativas às compe-
V – à metodologia de cálculo dos indicadores tências estabelecidas no art. 18 da Lei no 14.113,
de atendimento e melhoria da aprendizagem de 2020, serão publicadas por meio de ato da
com redução das desigualdades, nos termos do Comissão Intergovernamental de Financia-
Sistema de Avaliação da Educação Básica – Saeb; mento para a Educação Básica de Qualidade
VI – à metodologia de aferição das condi- até 31 de julho de cada exercício, para vigência
cionalidades referidas no inciso III do caput do no exercício seguinte, e disponibilizadas no sítio
art. 5o da Lei no 14.113, de 2020; e eletrônico da Comissão.
VII – à metodologia de cálculo do indicador Parágrafo único. A Comissão Intergover-
referido no parágrafo único do art. 28 da Lei namental de Financiamento para a Educação
no 14.113, de 2020, para aplicação, pelos Muni- Básica de Qualidade disponibilizará, juntamente
cípios, de recursos da complementação-VAAT com o ato a que se refere o caput, relatório deta-
Educação básica
154
CAPÍTULO III – Da Transferência e da Siope, com a finalidade de evidenciar as res-
Gestão dos Recursos pectivas transferências, conforme o disposto
nos art. 20 e art. 23 da Lei no 14.113, de 2020.
Art. 16. A disponibilização de recursos ao Fun- § 4o Fica vedada a transferência de recursos
deb será realizada pelas unidades transferidoras do Fundeb provenientes da União, dos Estados e
a que se refere o art. 20 da Lei no 14.113, de 2020, do Distrito Federal para contas-correntes diver-
ao Banco do Brasil S.A. ou à Caixa Econômica sas das contas únicas e específicas do Fundeb,
Federal, que realizará a distribuição dos valores abertas na forma prevista no caput.
devidos aos Estados, ao Distrito Federal e aos § 5o Excepcionalmente, será permitida a
Municípios. transferência de valores entre as contas únicas e
§ 1o A instituição financeira responsável pela específicas do Fundeb, quando realizadas pelas
distribuição dos recursos, na forma prevista instituições financeiras de que trata o caput e
no caput, deverá manter sistema operacional destinadas exclusivamente a acertos de depósitos
destinado a processar e distribuir os valores indevidos realizados nas referidas contas.
devidos a cada ente federativo beneficiário, em § 6o As disposições de que tratam os § 1o,
conta bancária única e específica, instituída para § 5o e § 8o deste artigo e o § 2o do art. 18 serão
essa finalidade. regulamentadas em ato conjunto do Presidente
§ 2o As atribuições previstas no caput serão do FNDE e do Secretário do Tesouro Nacional
regulamentadas em ato conjunto do Presidente da Secretaria Especial de Fazenda do Ministério
do FNDE e do Secretário do Tesouro Nacional da Economia.
da Secretaria Especial de Fazenda do Ministério § 7o Os saldos existentes em 31 de dezem-
da Economia. bro de 2020 nas contas únicas e específicas dos
fundos de que trata a Lei no 11.494, de 20 de
Art. 17. As contas únicas e específicas dos junho de 2007, e aqueles transferidos na forma
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, estabelecida no § 1o art. 47 da Lei no 14.113, de
destinadas à movimentação dos recursos do 2020, deverão ser aplicados em ações conside-
Fundeb, serão abertas e mantidas no Banco do radas de manutenção e de desenvolvimento do
Brasil S.A. ou na Caixa Econômica Federal, nos ensino para a educação básica pública, conforme
termos do disposto no art. 21 da Lei no 14.113, o disposto no art. 70 da Lei no 9.394, de 1996.
de 2020, a critério do Chefe do Poder Execu- § 8o A movimentação dos recursos de que
tivo ou deste em conjunto com o Secretário de trata este artigo será realizada exclusivamente
Educação ou do dirigente máximo do órgão por meio eletrônico, mediante a realização de
equivalente, gestor dos recursos da educação pagamentos identificados diretamente nas con-
no ente federativo. tas-correntes de titularidade dos respectivos for-
§ 1o Os recursos do Fundeb serão automa- necedores e prestadores de serviços do Fundeb.
ticamente repassados para as contas únicas e § 9o O Banco do Brasil S.A. e a Caixa Eco-
específicas de cada ente federativo beneficiário, nômica Federal disponibilizarão no Siope os
e movimentados exclusivamente em uma das extratos das contas únicas e específicas dos
instituições financeiras referidas no caput, em Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
conformidade com o disposto no art. 21 da Lei destinadas à movimentação dos recursos do
no 14.113 de 2020. Fundeb, por meio de arquivo em leiaute especí-
§ 2o O repasse dos recursos deverá ser rea- fico, para garantir a transparência, a integração
lizado de maneira automática e periódica, na de dados declarados e possibilitar a fiscalização
mesma data em que ocorrer a disponibiliza- e o controle social da utilização dos recursos.
Normas correlatas
computadas nas instituições conveniadas serão validação das informações declaradas no Censo
creditados exclusivamente à conta do Fundeb Escolar da Educação Básica, em conformidade
do ente federativo competente. com o disposto no § 1o do art. 2o do Decreto
§ 1o O ente federativo competente repas- no 6.425, de 4 de abril de 2008.
sará às instituições conveniadas sob sua
158
CAPÍTULO VI – Do Acompanhamento e do Educação Básica do Ministério da Educação,
Controle Social o Inep e o FNDE.
Art. 28. O acompanhamento e o controle Art. 31. Os Municípios poderão unificar, nos
social sobre a distribuição, a transferência e a termos da legislação local específica e do dis-
aplicação dos recursos do Fundeb serão exer- posto no art. 48 da Lei no 14.113, de 2020, o Con-
cidos, perante os respectivos entes federativos, selho de Acompanhamento e Controle Social
no âmbito da União, dos Estados, do Distrito ao conselho municipal de educação, por meio
Federal e dos Municípios, por Conselhos de da instituição de câmara específica destinada
Acompanhamento e Controle Social instituídos ao acompanhamento e o controle social sobre
especificamente para essa finalidade, conforme a distribuição, a transferência e a aplicação dos
o disposto no art. 33 da Lei no 14.113, de 2020. recursos do Fundeb, observado o disposto no
§ 1o Compete ao FNDE estabelecer normas inciso IV do caput e nos § 1o, § 2o, § 4o e § 5o do
destinadas a orientar e subsidiar a ação dos art. 34 da Lei no 14.113, de 2020.
gestores públicos responsáveis pelas atividades § 1o A câmara específica de acompanha-
de criação, de composição, de funcionamento mento e de controle social sobre a distribuição,
e de cadastramento dos Conselhos de Acom- a transferência e a aplicação dos recursos do
panhamento e Controle Social, no âmbito da Fundeb, a que se refere o caput, terá competência
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos deliberativa e terminativa.
Municípios, a serem dispostas em regulamen- § 2o Aplica-se o disposto no § 5o do art. 34
tação específica. da Lei no 14.113, de 2020, para a constituição
§ 2o O cadastramento dos Conselhos de dos conselhos municipais de educação.
Acompanhamento e Controle Social pelos
entes federativos, observados os critérios de
composição de conselhos previstos no art. 34 CAPÍTULO VII – Da Transparência e do
da Lei no 14.113, de 2020, se dará mediante a Monitoramento
utilização do Sistema Informatizado de Gestão
de Conselhos, disponibilizado no sítio eletrônico Art. 32. O monitoramento da aplicação dos
do FNDE. recursos do Fundeb, exercido na forma do dis-
§ 3o Os novos Conselhos de Acompanha- posto no inciso V do caput do art. 39 da Lei
mento e Controle Social serão instituídos no no 14.113, de 2020, será realizado pelo Ministé-
prazo de noventa dias, contado da vigência do rio da Educação, em cooperação com os Tribu-
Fundeb, nos termos do disposto no art. 42 da nais de Contas dos Estados, do Distrito Federal
Lei no 14.113, de 2020. e dos Municípios, por meio do Siope.
Art. 29. A rede de conhecimento dos conse- Art. 33. Caberá ao ente federativo publicar, no
lheiros a que se refere o art. 35 da Lei no 14.113, prazo de trinta dias, contado do encerramento
de 2020, será instituída pelo FNDE, que estabe- de cada bimestre, o anexo “Demonstrativo das
lecerá prazo para o desenvolvimento de aplica- Receitas e Despesas com Manutenção e Desen-
ção tecnológica para essa finalidade, na forma volvimento do Ensino – MDE”, constante do
do regulamento. Relatório Resumido de Execução Orçamentária
– RREO, no Siope, conforme o disposto no § 3o
Art. 30. O Ministério da Educação atuará nas do art. 165 da Constituição e no caput do art. 38
ações de que tratam os incisos I a III e V do da Lei no 14.113, de 2020.
Normas correlatas
art. 212‑A da Constituição em ações de manu- com as instâncias de controle interno e com Tri-
tenção e desenvolvimento do ensino no prazo bunais de Contas para a verificação da aplicação
de trinta dias, contado do encerramento do dos recursos em manutenção e desenvolvimento
sexto bimestre de cada exercício; do ensino e para a operacionalização do Siope;
III – ausência de manifestação do Presidente III – estabelecer diretrizes para o funciona-
160 do Conselho de Acompanhamento e Controle mento e a operacionalização do Siope;
IV – disponibilizar versão atualizada do Siope “e” do inciso V do caput do art. 8o, e considerará
aos entes federativos; e obrigatoriamente:
V – adequar o Siope às alterações previstas I – o nível e o avanço, com maior peso para
no art. 43 Lei no 14.113, de 2020. o avanço, dos resultados médios dos estudantes
das redes públicas de ensino estaduais, distrital
e municipais nos testes nacionais aplicados pelo
CAPÍTULO VIII – Das Metodologias de Saeb, considerados pela taxa de participação
Aferição de Indicadores nessas avaliações e por medida de equidade de
aprendizagem;
Art. 40. O indicador para educação infantil que II – as taxas de aprovação nos ensinos fun-
estabelecerá percentuais mínimos de aplicação damental e médio nas redes públicas de ensino
dos Municípios beneficiados com a complemen- estaduais, distrital e municipais; e
tação-VAAT será elaborado pelo Inep, obser- III – as taxas de atendimento escolar das
vado o disposto na alínea “d” do inciso V do crianças e jovens na educação básica presencial
caput do art. 8o, e considerará obrigatoriamente: em cada ente federativo, com vistas a captar,
I – o déficit de cobertura, considerada a oferta direta ou indiretamente, a evasão no ensino
e a demanda anual pelo ensino; e fundamental e médio.
II – a vulnerabilidade socioeconômica da Parágrafo único. A medida de equidade de
população a ser atendida. aprendizagem, prevista no inciso I do caput, será
§ 1o O déficit de cobertura a que se refere o baseada na escala de níveis de aprendizagem,
inciso I do caput será estimado pelo Inep com definida pelo Inep, com relação aos resultados
base nos dados do Censo Escolar da Educação dos estudantes nos testes nacionais, e conside-
Básica, com a finalidade de uso para o cálculo rará em seu cálculo a proporção de estudan-
do indicador de educação infantil para efeito tes cujos resultados de aprendizagem estejam
da vinculação a que se refere o art. 28 da Lei abaixo do nível adequado, com maior peso para
no 14.113, de 2020. os estudantes com resultados mais distantes
§ 2o A vulnerabilidade socioeconômica a desse nível, e as desigualdades de resultados
que se refere o inciso II do caput será apurada nos diferentes grupos de nível socioeconômico
por meio de indicador de nível socioeconômico e de raça e dos estudantes com deficiência nas
calculado pelo Inep, atualizado a cada dois anos. redes públicas de ensino estaduais, distrital e
municipais.
Art. 41. O Inep realizará de forma amostral,
com representatividade probabilística, a cada
dois anos, avaliação da educação infantil, com CAPÍTULO IX – Das Condicionalidades
base em parâmetros nacionais de qualidade, com
a finalidade de aferir a infraestrutura física, o Art. 43. As condicionalidades referidas no
quadro de pessoal, as condições de gestão, os inciso III do caput do art. 5o da Lei no 14.113,
recursos pedagógicos e a situação de acessibili- de 2020, serão as seguintes:
dade, entre outros indicadores relevantes, con- I – provimento do cargo ou da função de
forme dispõe a estratégia 1.6 do Plano Nacional gestor escolar de acordo com critérios técnicos
de Educação, aprovado pela Lei no 13.005, de de mérito e desempenho ou a partir de escolha
25 de junho de 2014. realizada com a participação da comunidade
Parágrafo único. A avaliação da educação escolar entre candidatos aprovados previamente
infantil referida no caput será integrada ao Saeb. em avaliação de mérito e desempenho;
Normas correlatas
Art. 44. Excepcionalmente no ano de 2021, Art. 48. Para vigência em 2022, as deliberações
em razão do disposto no inciso III do § 3o do da Comissão Intergovernamental de Financia-
art. 41, nos § 1o e § 3o do art. 43 e no art. 44 ao mento para a Educação Básica de Qualidade a
art. 46 da Lei no 14.113, de 2020: que se refere o art. 15 deverão ser publicadas
I – a publicação das estimativas previstas até 31 de outubro de 2021 e considerarão estu-
nos incisos I a IV do caput do art. 13, no que dos elaborados pelo Inep e encaminhados à
se refere VAAF, deverá ser realizada até 31 de Comissão até 31 de julho de 2021.
Educação básica
março de 2021;
II – a publicação do previsto nos incisos II, V Art. 49. Para vigência em 2023, as informações
e VI do caput do art. 13, no que se refere VAAT, a que se referem os incisos V e VI do caput
deverá ser realizada até 30 de junho de 2021; do art. 14 pertinentes à definição dos níveis
III – as diferenças e as ponderações de considerados adequados pelas escalas de pro-
162 que trata o inciso I do caput do art. 18 da Lei ficiência do Saeb do ensino fundamental serão
encaminhadas pelo Inep à Comissão Intergo- Qualidade será instalada no âmbito da Secretaria
vernamental de Financiamento para a Educação de Educação Básica do Ministério da Educação,
Básica de Qualidade até 30 de setembro de 2022. na forma do disposto na Lei no 14.113, de 2020.
Parágrafo único. As informações a que se Parágrafo único. Ato do Ministro de Estado
referem os incisos V e VI do caput do art. 14 da Educação estabelecerá o regimento interno
pertinentes à definição dos níveis considera- da Comissão Intergovernamental de Financia-
dos adequados pelas escalas de proficiência mento para a Educação Básica de Qualidade.
do Saeb do ensino médio serão encaminhadas
à Comissão Intergovernamental de Financia- Art. 52. O disposto no § 2o do art. 25 deverá
mento para a Educação Básica de Qualidade até ser cumprido até 31 de março de 2022.
30 de setembro de 2024, para vigência em 2025.
Art. 53. Fica revogado o Decreto no 6.253, de
Art. 50. Em razão de adequações necessárias 13 de novembro de 2007.
na pesquisa do Censo Escolar da Educação
Básica, as informações a que se referem inciso Art. 54. Este Decreto entra em vigor na data
II do caput do art. 23 e o inciso V do caput do de sua publicação.
art. 24, serão aferidas a partir de 2022, de forma
a referenciar a distribuição do Fundeb em 2023. Brasília, 22 de março de 2021; 200o da Indepen-
dência e 133o da República.
Normas correlatas
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Decreto no 9.099/2017
Dispõe sobre o Programa Nacional do Livro e do Material Didático.
aberta aos titulares de direito autoral, de acordo I – Secretaria de Educação Básica do Minis-
com as regras, os prazos e as condições estabe- tério da Educação;
lecidas em edital. II – Conselho Nacional de Secretários de
Educação;
Art. 10. A avaliação pedagógica dos materiais III – União Nacional dos Dirigentes Muni-
166 didáticos no âmbito do PNLD será coordenada cipais de Educação;
IV – União Nacional dos Conselhos Muni- Art. 14. A avaliação pedagógica terá por
cipais de Educação; objetivo qualificar ou selecionar os materiais
V – Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais inscritos conforme os critérios estabelecidos
de Educação; neste Decreto e em edital.
VI – Conselho Nacional de Educação;
VII – Associação Nacional dos Dirigentes Art. 15. Em relação aos materiais didáticos
das Instituições Federais de Ensino Superior; sujeitos à qualificação a que se refere o art. 14,
VIII – Conselho Nacional das Instituições da as equipes de avaliação decidirão, de forma
Rede Federal de Educação Profissional, Cientí- fundamentada, sobre:
fica e Tecnológica; e I – a aprovação do material didático;
IX – entidades da sociedade civil escolhidas II – a aprovação do material didático con-
pelo Ministério da Educação para elaboração dicionada à correção de falhas pontuais, desde
das listas tríplices do Conselho Nacional de que observados os limites previstos em edital
Educação, conforme o disposto no Decreto específico; ou
no 3.295, de 15 de dezembro de 1999. III – a reprovação do material didático.
§ 1o O Ministro de Estado da Educação § 1o Na hipótese de que trata o inciso II do
poderá solicitar indicações de outras institui- caput, o titular de direito autoral poderá reapre-
ções para a escolha dos integrantes de que trata sentar o material corrigido, para conferência e
o caput. aprovação, no caso de as falhas apontadas terem
§ 2o Os integrantes da comissão técnica fir- sido devidamente sanadas, ou para reprovação,
marão termo no qual declararão: em caso negativo.
I – não prestar pessoalmente serviço ou con- § 2o Serão consideradas falhas pontuais
sultoria aos titulares de direito autoral inscritos as não repetitivas ou constantes que possam
no processo; ser corrigidas com simples indicação da ação
II – não possuir cônjuge ou parente até o de troca a ser efetuada pelo titular de direitos
terceiro grau, em linha reta ou colateral, entre autorais.
os titulares de direito autoral inscritos no pro- § 3o Não serão consideradas falhas pontuais:
cesso; e I – erros conceituais;
III – não estar em situação que configure II – erros gramaticais recorrentes;
impedimento ou conflito de interesse. III – necessidade de revisão global do mate-
rial;
Art. 13. Edital do Ministério da Educação esta- IV – necessidade de correção de unidades
belecerá regras para orientar e diretrizes a serem ou capítulos;
obedecidas na etapa da avaliação pedagógica. V – necessidade de adequação de exercícios
§ 1o Para realizar a avaliação pedagógica, ou atividades dirigidas;
serão constituídas equipes de avaliação forma- VI – supressão ou substituição de trechos
das por professores das redes públicas e privadas extensos; e
de ensino superior e da educação básica. VII – outras falhas que ocorram de forma
§ 2o Os integrantes das equipes de avaliação contínua no material didático.
firmarão termo no qual declararão: § 4o O limite para correção de falhas pon-
I – não prestar pessoalmente serviço ou con- tuais será definido em edital.
sultoria os titulares de direito autoral inscritos
no processo; Art. 16. A avaliação pedagógica cujo objeto é a
II – não possuir cônjuge ou parente até o seleção de acervos de materiais didáticos a que
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terceiro grau, em linha reta ou colateral, entre se refere o art. 14 indicará se a obra inscrita foi
os titulares de direito autoral inscritos no pro- selecionada ou não, com base nos critérios esta-
cesso; e belecidos neste Decreto e em edital, e resultará
III – não estar em situação que configure na classificação do conjunto das obras inscritas.
impedimento ou conflito de interesse.
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Art. 17. As decisões das equipes de avaliação Art. 22. O quantitativo de exemplares de mate-
poderão ser objeto de recurso fundamentado riais didáticos para os estudantes e os professores
por parte do titular de direito autoral, no prazo e de acervos para sala de aula e bibliotecas será
de dez dias, contado da data de publicação do definido com base nas projeções de matrícu-
resultado da avaliação pedagógica. las das escolas beneficiadas, de acordo com os
§ 1o É vedado o pedido genérico de revisão dados do Censo Escolar, conforme estabelecido
da avaliação. em Resolução do FNDE, ouvida a Secretaria de
§ 2o Os recursos contra as decisões de que Educação Básica do Ministério da Educação.
trata o caput serão dirigidos às equipes de ava- § 1o Será mantida reserva técnica de mate-
liação, as quais, na hipótese de não as reconside- rial didático para atendimento das matrículas
rarem no prazo de cinco dias, os encaminharão adicionais ou não computadas nas projeções,
à Secretaria de Educação Básica do Ministério conforme estabelecido em Resolução do FNDE.
da Educação. § 2o Fica o FNDE autorizado a realizar
§ 3o Para análise dos recursos, a Secretaria aquisições de exemplares adicionais de mate-
de Educação Básica do Ministério da Educação riais didáticos que já foram adquiridos, para
poderá dispor do auxílio de equipes de especia- a complementação de atendimento às novas
listas que não tenham participado de nenhuma matrículas, à reposição de materiais didáticos
das fases da avaliação pedagógica. reutilizáveis danificados ou não devolvidos, e
de materiais didáticos consumíveis.
Art. 18. Durante a etapa de escolha, por opção § 3o As redes de ensino federal, estaduais,
dos responsáveis pela rede, a adoção do material municipais e distrital que não desejarem receber
didático será única: materiais didáticos no âmbito do PNLD deverão
I – para cada escola; solicitar exclusão do Programa na forma e no
II – para cada grupo de escolas; ou prazo definidos em Resolução do FNDE.
III – para todas as escolas da rede.
§ 1o Na hipótese de que trata o inciso I do Art. 23. A etapa de monitoramento e avaliação
caput, serão distribuídos os materiais escolhidos consiste no controle de qualidade e na supervi-
pelo conjunto de professores da escola. são da produção e da distribuição do material
§ 2o Na hipótese de que tratam os incisos didático, no monitoramento das redes de ensino
II e III do caput, serão distribuídos os mate- participantes e na avaliação da execução do
riais escolhidos pelo conjunto de professores PNLD.
do grupo de escolas para o qual o material será Parágrafo único. O FNDE poderá dispor do
destinado. apoio de instituições contratadas ou conveniadas
para cumprimento da etapa de monitoramento
Art. 19. A etapa de negociação terá como obje- e avaliação.
tivo a pactuação do preço para aquisição de
materiais didáticos selecionados para compor
os acervos ou escolhidos pelas redes ou pelas CAPÍTULO III – Disposições Finais
escolas, quando for o caso.
Art. 24. O Ministério da Educação poderá criar
Art. 20. Para fins de aquisição, os materiais iniciativas suplementares para avaliar e disponi-
didáticos serão produzidos diretamente pelas bilizar materiais didáticos, a serem disciplinadas
empresas contratadas e caberá ao FNDE a res- em ato do Ministro de Estado da Educação,
ponsabilidade por sua distribuição, por inter- destinados a etapas e modalidades, objetivos ou
Educação básica
Art. 21. O FNDE divulgará os dados relativos à Art. 25. O Ministério da Educação adotará
aquisição e à distribuição dos materiais didáticos mecanismos para promoção da acessibilidade
168 referentes a cada edital.
no PNLD, destinados aos estudantes e aos pro- Art. 28. As despesas do PNLD correrão à conta
fessores com deficiência. das dotações consignadas na lei orçamentária
Parágrafo único. Os editais do PNLD deve- anual ao Ministério da Educação e ao FNDE, de
rão prever as obrigações para os participantes acordo com as suas áreas de atuação, observados
relativas aos formatos acessíveis. os limites estipulados na legislação orçamentária
e financeira.
Art. 26. A participação nas etapas do PNLD
não implica a obrigação de contratação pelo Art. 29. Fica revogado o Decreto no 7.084, de
Ministério da Educação ou pelas suas autar- 27 de janeiro de 2010.
quias e não confere aos participantes direito
de reivindicação, indenização ou reposição de Art. 30. Este Decreto entra em vigor na data
custos de participação no processo. da sua publicação.
Art. 27. O FNDE poderá requerer certifica- Brasília, 18 de julho de 2017; 196o da Indepen-
ção de origem do papel e de outros materiais dência e 129o da República.
utilizados na produção dos materiais didáticos
adquiridos no âmbito do PNLD, nos termos a MICHEL TEMER
serem definidos em Resolução.
Decretado em 18/7/2017 e publicado no DOU de
19/7/2017.
Normas correlatas
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Decreto no 3.276/1999
Dispõe sobre a formação em nível superior de professores para atuar na educação básica, e dá outras
providências.
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Nesta obra, as normas centrais são as Leis nos 9.394/1996 e 4.024/1961, responsáveis por
estabelecer as diretrizes e bases da educação nacional.