O impacto da pobreza no fenômeno da exclusão social atinge tanto
pessoas pobres quanto aquelas que simplesmente não estão inseridas no mercado de trabalho, isso é especialmente comum no Brasil, onde há a precarização de oportunidades de emprego nas áreas rurais e também nas grandes metrópoles, principalmente para aqueles que fazem parte de grupos sociais descriminados, como imigrantes e refugiados.
Também, há outros fatores que associam pobreza à exclusão social
além da baixa renda, podem ser citados a desigualdade existente dentro do país, acesso precário à serviços públicos, a privação do poder de ação à esses grupos e falta de representação digna dentro da política.
2. Desvinculação
No mais, a inserção no mercado de trabalho é o principal vínculo de
integração do indivíduo à sociedade, mas não é o único. Os vínculos familiares, de comunidade, vizinhança, instituição, quando quebrados, podem acarretar nessa exclusão e solidão, principalmente a família por ser nossa primeira base de contato humano.
Esse fenômeno de exclusão faz parte de um ciclo vicioso onde há
mecanismos que reforçam e expandem essa mesma ideia. 3. Mecanismo do conformismo
O conformismo se dá na naturalização desse ciclo de exclusão tanto da
parte do excluído quanto da sociedade que acreditam que nada pode ser feito nessa situação, é o jeito que as coisas são, e então não vale a pena nem tentar. O conformismo está fortemente ligado com a própria desvinculação social, já que quando o indivíduo se encontra sem apoio é muito menos provável que ele escape desse ciclo.
Além do conformismo, outro mecanismo que promove o ciclo de
exclusão é quando direito começa a ser tratado e visto como favor, um privilégio cedido ao indivíduo pelas classes mais altas. Essa visão é normalizada e se torna padrão quando o governo não costuma fornecer nem o mínimo para a sobrevivência pessoal.
4. Conclusão
No mundo atual, um ponto chave a ser relacionado à exclusão são os
processos de mundialização e transformação, nisso se encaixa o avanço tecnológico da comunicação, a facilitação do acesso à informação, toda essa diminuição de barreiras. Esses aspectos do mundo moderno são até positivos, porém é a perversão desses processos que se torna um problema.
Um fator importante que diferencia a exclusão contemporânea com a de
antigamente é o fato desse fenômeno produzir indivíduos facilmente descartáveis em relação ao seu papel como membro da sociedade, esses podem ser parte de um grupo social que é considerado um incômodo político, ou mesmo aqueles vistos como uma ameaça social pelo resto da sociedade. Tudo isso gera um distanciamento entre indivíduos excluídos e incluídos que reforça mais ainda o processo.
Assim, fica evidente que a exclusão social é um fenômeno
extremamente conectado às desigualdades, à pobreza, ao desemprego estrutural, à precarização de serviços públicos e à falha democracia brasileira, onde a cidadania e o exercício de direitos individuais de muitos é constantemente ameaçado.