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ENGENHARIA DE

RESERVATÓRIOS AVANÇADA

ISPTEC - Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e


Ciências
Docente: Geraldo A. R. Ramos, PhD
NOÇÕES BÁSICAS DE ENGENHARIA
DE RESERVATÓRIOS

ENGENHARIA DE RESERVATÓRIOS AVANÇADA


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GERALDO RAMOS, PhD
Capítulo 1 – Noções Básicas de Engenharia de
Reservatórios
 1.1. Sistema de Produção versus Sistema Petrolífero;
 1.2. Engenharia de Reservatórios: funções e objectivos;
 1.2. Tipos de reservatórios definidos pelo diagramas de fases;
 1.5. Mecanismos de produção de reservatórios.
 1.6. Propriedades dos fluidos
 1.7. Propriedades das rochas
 1.8. Cálculo de Contacto água/hidrocarbonetos
 1.9. Cálculo de Volumes Originais e Reservas

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GERALDO RAMOS, PhD
Interface do nível de fluido livre
 Pressão hidrostática é a pressão do fluido em condições estáticas;
 Se interface entre o óleo e a água não está movendo, então, as
forças em ambos os lados da interface devem estar em equilíbro.
 Na interface do nível de óleo livre (FOL): pg = po; pc=0
 Na interface do nível de água livre (FWL): po = pw; pc=0

 A pressão na figura, indica que a inclinação muda conforme a


massa específica do fluido muda (p = ρgh).

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Interface do nível de fluido livre
 Definindo a pressão na zona do nível de óleo livre (FOL) do lado de
gás:
𝑝𝑍𝐹𝑂𝐿 = 𝑝𝑔 + 𝜌𝑔 𝑔 𝑍𝐹𝑂𝐿 − 𝑍𝑔

 Definindo a pressão do nível de óleo livre (FOL) do lado óleo):


𝑝𝑍𝐹𝑂𝐿 = 𝑝𝑜 − 𝜌𝑜 𝑔 𝑍𝑜 − 𝑍𝐹𝑂𝐿

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GERALDO RAMOS, PhD
Interface do nível de fluido livre
 Definindo a pressão na zona do nível de óleo livre (FOL) do lado de gás:
𝑝𝑍𝐹𝑂𝐿 = 𝑝𝑔 + 𝜌𝑔 𝑔 𝑍𝐹𝑂𝐿 − 𝑍𝑔

 Definindo a pressão do nível de óleo livre (FOL) do lado óleo):


𝑝𝑍𝐹𝑂𝐿 = 𝑝𝑜 − 𝜌𝑜 𝑔 𝑍𝑜 − 𝑍𝐹𝑂𝐿

Nota: A pressão aumenta conforme descemos e diminui


conforme avançamos para cima.
 Resolvendo as duas equações:
𝑝𝑜 − 𝑝𝑔 + 𝜌𝑔 𝑔𝑍𝑔 − 𝜌𝑜 𝑔𝑍𝑜
𝑍𝐹𝑂𝐿 =
𝜌𝑔 − 𝜌𝑜 𝑔

 Seguindo o mesmo procedimento na zona do nível de água livre:


𝑝𝑤 − 𝑝𝑜 + 𝜌𝑜 𝑔𝑍𝑜 − 𝜌𝑤 𝑔𝑍𝑤
𝑍𝐹𝑊𝐿 =
𝜌𝑜 − 𝜌𝑤 𝑔

 O contacto óleo/água corresponde ao nível baixo do qual a saturação de


água é 100%
 O nível de água livre equivaleria ao nível do reservatório onde a pressão
capilar é nula.
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Contacto de hidrocarbonetos/água
 Suponha que tenhamos um manômetro como mostrado, com o lado curto
enegrecido.
 Dada a pressão no óleo, pressão atmosférica, massa específica do óleo e
massa específica da água, poderíamos determinar a altura (ou volume) do
óleo?

 Para interface: pressão no óleo= pressão


na água

𝑝𝑎𝑡𝑚 + 𝜌𝑤 𝑔𝐷𝑜𝑤𝑐 = 𝑝𝑜 + 𝜌𝑜 𝑔 𝐷𝑜𝑤𝑐 − 𝐷𝑜𝑚

𝑝𝑜 − 𝑝𝑎𝑡𝑚 − 𝜌𝑜 𝑔𝐷𝑜𝑚
𝐷𝑜𝑤𝑐 =
𝑔 𝜌𝑤 − 𝜌𝑜

 Para unidades de campo:

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Contacto de hidrocarbonetos/água
 O resultado final é independente da forma do manômetro.
 O que isso tem a ver com reservatórios de hidrocarbonetos?
 Lembre-se, reservatórios de hidrocarbonetos tem a presença de água.
 Assumimos que o óleo no reservatório está em comunicação hidráulica
com a água nos aquíferos circundantes.

 Como obtermos a profundidade de contacto de hidrocarbonetos/água?


 Através de diagrafias durante a perfuração
 Análise de pressões

SUPOSIÇÕES
 A água subjacente aos hidrocarbonetos está em
contato hidráulico com água dos aquíferos
circundantes.
 As medições de pressão são feitas nos aquíferos
circundantes e no óleo.
 A salinidade (densidade) da água na região é
aproximadamente constante.
 A massa específica do óleo é medida.

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Contacto de hidrocarbonetos/água
Se a massa específica do óleo e da água forem constantes, podemos escrever
em qualquer profundidade:
 Equação da água:
𝜌𝑤 𝑔
𝑝𝑤 𝐷 = 𝐷 + 𝐶𝑤
144𝑔𝑐
 Equação do óleo:
𝜌𝑜 𝑔
𝑝𝑜 𝐷 = 𝐷 + 𝐶𝑜
144𝑔𝑐

Equação da Água:
 Frequentemente, a massa específica da água não é medida
 A equação da água tem 2 incógnitas – massa específica da água,e Cw
 Precisa de duas medições em aquíferos para consertar os duas incógnitas
Equação do petróleo:
 Um desconhecido: Co - precisa de uma medição da pressão.
 Pressão do óleo = pressão da água no contacto óleo / água

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Exemplos
1. Um poço pioneiro é perfurado em um anticlinal e encontra óleo; (nenhum
contato O / W foi detectado). Uma amostra de óleo tinha uma massa
específica de 46 lbm / ft3 nas condições do reservatório. As pressões
também foram medidas em aquíferos vizinhos, conforme mostrado.
a) Qual é a profundidade do contato O / W?

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Exemplos
SOLUÇÃO
Determinação da equação do óleo:
𝜌𝑜 𝑔
𝑝𝑜 𝐷 = 𝐷 + 𝐶𝑜
144𝑔𝑐
A partir da medição da pressão:
46
2830,5 = 5623 + 𝐶𝑜
144

𝐶𝑜 = 1034,3 𝑝𝑠𝑖𝑎
A equação de óleo é:
𝑝𝑜 𝐷 = 0,3194𝐷 + 1034,3

Determinação da equação de água:


𝜌𝑤 𝑔
𝑝𝑤 𝐷 = 𝐷 + 𝐶𝑤
144𝑔𝑐
Temos duas variávesis – precisamos duas equações

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Exemplos
SOLUÇÃO
A partir de medições de aquífero:
𝜌𝑤
2773 = 5517 + 𝐶𝑤 … … . (1)
144
𝜌𝑤
3079 = 6213 + 𝐶𝑤 … … . (2)
144
Eq. (2) – Eq.(1):
𝜌𝑤
3079 − 2773 = 6213 − 5517
144
𝜌𝑤
⟹ = 0,44𝑝𝑠𝑖/𝑓𝑡
144
𝜌
Substituindo o resultado na Eq. (1) (Substituição de 𝑤 na Eq. (1) por 0,44. A
144
outra alternativa é determinar o valor de 𝜌𝑤 = 0,44x144 = 63,36, e substituir na
Eq.(1) ) :

2773 = 0,44 5517 + 𝐶𝑤

⟹ 𝐶𝑤 = 345,5 𝑝𝑠𝑖𝑎
A equação da água é:
𝑝𝑤 𝐷 = 0,44𝐷 + 345,5

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Exemplos
SOLUÇÃO
A equação de óleo é:
𝑝𝑜 𝐷 = 𝟎, 𝟑𝟏𝟗𝟒𝐷 + 1034,3

A equação da água é:
𝑝𝑤 𝐷 = 𝟎, 𝟒𝟒𝐷 + 345,5

No contacto de água/óleo, as pressões são iguais: 𝑝𝑜 𝐷 = 𝑝𝑤 𝐷

0,44𝐷 + 345,5 = 0,3194𝐷 + 1034,3

1034,3 − 345,5
𝐷= = 5711𝑓𝑡
(0,44 − 0,3194)

NOTA: Os valores 0,3194 e 0,44 nas equações de óleo e água são conhecidos
como pressão gradiente de óleo e pressão gradiente de água.

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Gradiente de pressões
Gradientes Típicos
Líquido Gradiente em psi/ft
Água 0,433 – 0,450
Óleo 0,33
Gás 0,07

Água da Formação Área Gradiente, psi/ft


Água doce Rock Mountain, USA 0,433
Água salgada Comum nas bacias sedimentares do 0,442
mundo
Água salgada Mar do Norte, Parte sul da China 0,452
Água salgada Golf de México, USA 0,465
Água salgada Golf de México 0,478

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Cálculo de Volumes Originais
e Reservas

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Prefixos do Sistema de Unidades de Campo e Métricos
PREFIXO SÍMBOLO FACTOR DE MULTIPLICAÇÃO
Mil M 103
Milhão MM 106
Bilhão MMM ou B 109
Trilhão T 1012

PREFIXO SÍMBOLO FACTOR DE MULTIPLICAÇÃO


GIGA G 109
MEGA M 106
KILO k 103
CENTI c 10-2
MILI m 10-3
MICRO µ 10-6
NANO n 10-9

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Cálculo de Volumes Originais e Reservas

 A estimativa volumétrica do óleo e gás originalmente existente no


reservatório (OOIP = Original Oil In Place, OGIP=Original Gás In Place)
é a primeira e mais importante função dos engenheiros de
reservatórios de Petróleo.
 Vários dados são necessários para determinar com precisão o volume
do óleo e gás originalmente existente no reservatório, destacando
entre eles os dados petrofísicos.
 Os volumes originais e reservas são determinados usando os métodos
de: analogia, análise de risco, volumétrico e desempenho de
reservatórios.
 O método de desempenho de reservatórios divide-se em: análise de
declínio de produção, equação de balanço de materiais (EBM) e
simulação matemática de reservatórios.

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Métodos de Cálculos de Volumes Originais
 Analogia - quando ainda não existe poço exploratório perfurado no
reservatório, as estimativas são feitas com bases nos dados sísmicos e
reservatórios localizados nas proximidades.
 Analise de risco - também é utilizado antes da perfuração do primeiro
poço exploratório e é diferente do método anterior, por utilizar
tratamento estatístico apresenta uma faixa de valores possíveis.
 Método volumétrico – nesse método um poço foi perfurado e é
usado na determinação volumétrica da quantidade total de
hidrocarbonetos originalmente existente no reservatório.
 Desempenho do reservatório - São modelos de previsão de
comportamento futuro que se baseiam em dados do
comportamento passado.

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Métodos de Cálculos de Volumes Originais
 DESEMPENHO DO RESERVATÓRIO:
 Análise do declínio de produção - baseia-se na observação do
histórico da produção e a partir disso estima-se a tendência de
declínio das vazões.
 Equação de balanço de materiais: a equação é escrita em função
das propriedades da rocha, do comportamento do fluido em função
da pressão, das propriedades fluido-rocha, do histórico da produção
e é particularizada para cada caso, dependendo dos mecanismos
de produção.
 Simulação matemática de reservatórios - são introduzidos no modelo
as informações geológicas, os dados de rocha, os dados de fluído, as
propriedades da rocha-fluido, de maneira que este reproduza com
uma certa precisão o histórico de produção. Quando o modelo
passa a descrever bem o passado está pronto para ser utilizado para
prever o comportamento futuro. Estimando volume original e reserva
entre outras informações.

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Métodos de Cálculos de Volumes Originais
 Existem outras abordagens usados na indústria para determinar o
volume de óleo originalmente existente no reservatório.
 Abordagem determinístico – baseado no valor médio fixo para
cada propriedade de reservatório.
 Abordagem probabilístico – baseada numa faixa ou num
intervalo de valores máximos e mínimos para cada propriedade.
 Normalmente, um método determinístico simples é usado. No
entanto, a abordagem probabilística é desejável porque o
reservatório não é homogêneo e há uma incerteza nos dados. Nos
últimos tempos, a abordagem probabilística está sendo usada com
frequência crescente.

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Definições
 Volume original (N) − quantidade de fluido existente no reservatório na
época da sua descoberta.
 Factor de recuperação (FR) − quociente entre o volume recuperável e o
volume original, ou seja, fracção do volume original que se espera produzir
de um reservatório.
𝑁𝑅 𝑁𝑅
𝐹𝑅 = = × 100
𝑁 𝑁
 Volume remanescente ou restante (Nrest) – diferença entre o volume
original (N) e o volume produzido (NP).
𝑁𝑟𝑒𝑠𝑡 = 𝑁 − 𝑁𝑃
 Volume recuperável (NR) − volume de óleo ou gás que se espera produzir
de uma acumulação de petróleo.
𝑁𝑅 = 𝑁 × 𝐹𝑅

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Definições
 Produção acumulada (NA) – quantidade do
fluido que já foi produzida de um reservatório
até uma determinada época. A produção
acumulada vai crescendo gradativamente
com o tempo se o reservatório está em
produção. Produção acumulada pode ser
referida também como volume produzido (Np)
até uma determinada época.
 Fracção recuperada (fR) − quociente entre a
produção acumulada e o volume original, ou
seja, fracção do fluido original que foi
produzida até um determinado instante.
𝑁𝐴 𝑁𝐴 𝑁𝑝 𝑁𝑝
𝐹𝑅 = = × 100 = = × 100
𝑁 𝑁 𝑁 𝑁
 Reserva − quantidade de fluido que ainda
pode ser obtida de um reservatório de petróleo
numa época qualquer da sua vida produtiva.
Na época da descoberta, como ainda
nenhum fluido foi produzido, a reserva é
numericamente igual ao volume recuperável.

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Exemplos
1. Um reservatório de óleo com um volume original de de 3.200.000 Sm3 que será
capaz de produzir um volume de 736.000 Sm3 ao longo de oito anos. Mas
após três anos o reservatório tenha produzido um volume igual a 400.000 Sm3
de óleo.
a) Determina o factor de recuperação de óleo (FR)
b) Calcular a fracção recuperada de óleo (fR)
c) Calcular a reserva

SOLUÇÃO
N=3.200.000 Sm3 𝑵𝒓 𝟕𝟑𝟔. 𝟎𝟎𝟎 𝑺𝒎𝟑
NR=736.000 Sm3 𝑭𝑹 = × 𝟏𝟎𝟎 = × 𝟏𝟎𝟎 = 𝟐𝟑%
𝑵 𝟑. 𝟐𝟎𝟎. 𝟎𝟎𝟎 𝑺𝒎𝟑
Np=400.000 Sm3

𝑵𝒑 𝟒𝟎𝟎. 𝟎𝟎𝟎 𝑺𝒎𝟑


𝒇𝑹 = × 𝟏𝟎𝟎 = × 𝟏𝟎𝟎 = 𝟏𝟐, 𝟓%
𝑵 𝟑. 𝟐𝟎𝟎. 𝟎𝟎𝟎 𝑺𝒎𝟑

Reserva= 𝑵𝑹 − 𝑵𝒑 =736.000-400.000=336.000 𝑺𝒎𝟑

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Método volumétrico
 Para um reservatório de óleo, o volume de
óleo em condições padrão é obtido
dividindo-se o seu volume em condições
de reservatório pelo factor volume-
formação do óleo, ou seja:
𝑽𝒓 𝝓 𝟏−𝑺𝒘𝒊
𝑵=
𝑩𝒐𝒊

 Onde N é o volume original de óleo


medido em condições padrão;
 Boi é o factor volume-formação do óleo
em condições inciais de reservatório.

 Onde N é em Sm3; Vr é em m3; Boi é em m3/Sm3

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Método Volumétrico em Unidades de Campo

7.758𝑉𝑟 𝜙 1 − 𝑆𝑤𝑖 7.758𝐴ℎ𝜙 1 − 𝑆𝑤𝑖


𝑁= =
𝐵𝑜𝑖 𝐵𝑜𝑖

 7758 = factor de conversão de acre-ft para bbl;


 A = área do reservatório (acres) dados do mapa;
 h = altura ou espessura da zona de produtora (ft) do log e / ou dados de
amostra;
 ø = porosidade (decimal) do log e / ou dados de amostra
 Swi = saturação inicial de água (decimal) do log e / ou dados de amostra;
 Boi = fator de volume de formação para óleo nas condições iniciais
(reservatório bbl /Stb);
 N= Volume original de óleo medido em condições padrão, Stb;

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Método volumétrico
 Para reservatório de Gás, o volume original
de gás (G) medido em condições padrão
é expressa:
𝑽𝒓 𝝓 𝟏−𝑺𝒘𝒊
𝑮=
𝑩𝒈𝒊

 No reservatório de óleo, pode-se também


determinar o volume de gás dissolvido no
óleo, expressa pela equação:
𝑽𝒓 𝝓 𝟏−𝑺𝒘𝒊 𝑹𝒔𝒊
𝑮𝒔 = 𝑵𝑹𝒔𝒊 =
𝑩𝒐𝒊

 Onde Vr é em m3; Bgi é em m3/Sm3; G é em Sm3, Rsi é a razão de solubilidade medido


em Sm3/Sm3.

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Método Volumétrico em Unidades de Campo

43.560𝑉𝑟 𝜙 1 − 𝑆𝑤𝑖 43.560𝐴ℎ𝜙 1 − 𝑆𝑤𝑖


𝐺= =
𝐵𝑔𝑖 𝐵𝑔𝑖

 43560 = factor de conversão de acre-ft para ft3;


 A = área do reservatório (acres) dados do mapa;
 h = altura ou espessura da zona de produtora (ft) do log e / ou dados de
amostra;
 ø = porosidade (decimal) do log e / ou dados de amostra
 Swi = saturação inicial de água (decimal) do log e / ou dados de amostra;
 G = Volume original de gás medido em condições padrão, Scf;
 Bgi = fator de volume de formação para gás nas condições iniciais (RES ft3/Scf).

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Cálculo do volume de rocha (Vr)
 O cálculo do volume de rocha é obtido de mapa fornecido pelos geólogos;
 A partir da perfuração de poços e da delimitação do campo é traçado o
chamado mapa isópacas;
 Mapa isópaca indica os pontos do reservatório que contêm
hidrocarbonetos e possuem espessuras iguais da formação;
 O Vr pode ser obtido pela regra trapezoidal e a regra Simpson,
respectivamente:

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Cálculo do volume de rocha (Vr)
 Considerando ainda que a saturação inicial de água pode variar
horizontal e verticalmente no interior do reservatório, o cálculo
volumétrico pode ser feito de maneira mais exacta caso sejam
construídos mapas com valores iguais do produto hΦ (1−Swi),
chamados mapas de isoíndices ou isopetróleo.
 Neste caso a área abaixo da curva hΦ(1−Swi) versus área de
contorno fornece directamente o volume original de
hidrocarbonetos em condições de reservatório, isto é, o produto
VrΦ(1−Swi).

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Cálculo do volume de rocha (Vr)

1
𝑉𝑏 = Δℎ(𝐴1 + 2𝐴2 + ⋯ + 2𝐴𝑛−1 + 𝐴𝑛 )
2

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Cálculo do volume de rocha (Vr)

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Cálculo do volume de rocha (Vr)

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Cálculo do volume de rocha (Vr)

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EXEMPLOS

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Método Volumétrico - Exemplo

1. Calcular o volume original de gás conhecidas as seguintes


propriedades de reservatório:
a) Vr=30,500 X 106 Sm3; Ф=15%; Swi=30%; Bgi=1,10 m3/Sm3
Solução
𝑉𝑟 𝜙 1 − 𝑆𝑤𝑖 30,500 × 106 0,15 1 − 0,30
𝐺= = = 2,911,364𝑆𝑚3
𝐵𝑔𝑖 1,10
b) A=3.000 acres; h=30ft; Ф=15%; Swi=20%; Bgi= 0,0054 ft3/Scf
Solução
43.560𝐴ℎ𝜙 1 − 𝑆𝑤𝑖 43.560(3.000)(30)(0,15) 1 − 0,20
𝐺= =
𝐵𝑔𝑖 0,0054
= 8,712 × 1010 𝑠𝑐𝑓 = 87,12𝑀𝑀𝑀𝑠𝑐𝑓

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Método Volumétrico - Exemplo
Os seguintes dados são de um reservatório óleo:
Volume total---------------------------------------------------------------------- 33,847x106 m3.
Porosidade média----------------------------------------------------------------12,4%
Saturação média de água conata---------------------------------------------35,2%
Factor volume-formação inicial do óleo------------------------------------1,111m3/Sm3
Factor volume-formação inicial do óleo na pressão de bolha-------- 1,117m3/Sm3
Razão de solubilidade inicial--------------------------------------------------25,4 Sm3/Sm3
a) Calcular o volume original
b) Calcular o volume de óleo existente no reservatório na pressão de bolha
c) Volume de gás em solução originalmente existente no reservatório
d) Volume de gás produzido desde a pressão inicial até a pressão de bolha
Solução
𝑽𝒓 𝚽 𝟏−𝑺𝒘𝒊 𝟑𝟑,𝟖𝟒𝟕×𝟏𝟎𝟔 ×𝟎,𝟏𝟐𝟒× 𝟏−𝟎,𝟑𝟓𝟐
N= = = 𝟐, 𝟒𝟒𝟖 × 𝟏𝟎𝟔 𝑺𝒎𝟑
𝑩𝒐𝒊 𝟏,𝟏𝟏𝟏

𝑽𝒓 𝚽 𝟏 − 𝑺𝒘𝒊 𝟑𝟑, 𝟖𝟒𝟕 × 𝟏𝟎𝟔 × 𝟎, 𝟏𝟐𝟒 × 𝟏 − 𝟎, 𝟑𝟓𝟐


𝑵𝒃 = = = 𝟐, 𝟒𝟑𝟓 × 𝟏𝟎𝟔 𝑺𝒎𝟑
𝑩𝒐𝒊 𝟏, 𝟏𝟏𝟕

𝑮𝒔 = 𝑵𝑹𝒔𝒊 = 𝟐, 𝟒𝟒𝟖 × 𝟏𝟎𝟔 × 𝟐𝟓, 𝟒 = 𝟔𝟐, 𝟏𝟕𝟗 × 𝟏𝟎𝟔 𝑺𝒎𝟑

𝑵𝒑𝒃 = 𝑵 − 𝑵𝒃 = 𝟐, 𝟒𝟒𝟖 × 𝟏𝟎𝟔 − 𝟐, 𝟒𝟑𝟓 × 𝟏𝟎𝟔 =0,013 𝑺𝒎𝟑

𝑮𝒑𝒃 = 𝑵𝒑𝒃 𝑹𝒔𝒊 = 𝟎, 𝟎𝟏𝟑 × 𝟏𝟎𝟔 × 𝟐𝟓, 𝟒 = 𝟎, 𝟑𝟑𝟎 × 𝟏𝟎𝟔 𝑺𝒎𝟑


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Estimativa de Volume Recuperável/Reservas
 Estimativa de reserva: é conhecer a quantidade de fluído que pode
ser retirado de um reservatório. Isso possibilitará decidir se o projecto
será viável.
 Na época da descoberta, como ainda nenhum fluido foi produzido, a
reserva é numericamente igual ao volume recuperável.
 𝑅𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑠 = 𝑁𝑅 = 𝑁 × 𝐹𝑅
 Após o início da produção, Reservas são determinadas pela diferença
do volume recuperável e da produção acumulada.
 𝑅𝑒𝑠𝑒𝑟𝑣𝑎𝑠 = 𝑁𝑅 − 𝑁𝐴

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Estimativa de Volume Recuperável/Reservas

 Conhecendo as condições iniciais e de abandono de reservatórios de gás, o


volume recuperável ou reservas para gás e óleo são expressa
respectivamente:
𝟏 𝟏
𝐑𝐞𝐬𝐞𝐫𝐯𝐚𝐬 = 𝑽𝒓 𝝓 𝟏 − 𝑺𝒘𝒊 −
𝑩𝒈𝒊 𝑩𝒈𝒂

 Para estimar as reservas de óleo quando a saturação de óleo residual e os


factores de volume de formação de óleo são conhecidos com algum grau de
confidência no final da vida produtiva do reservatório. A recuperação final de
petróleo e as reservas podem ser estimadas com base na seguinte equação:
𝑺𝒐𝒊 𝑺𝒐𝒓
𝑹𝒆𝒔𝒆𝒓𝒗𝒂𝒔 = 𝑽𝒓 𝝓 𝟏 − 𝑺𝒘𝒊 −
𝑩𝒐𝒊 𝑩𝒐𝒓

 onde Bga é o factor volume-formação de gás em condições de abandono e


Bor factor volume-formação de óleo residual e Sor saturação de óleo residual.

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Tipo de Reservas

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Tipo de Reservas
Reservas Provadas - quantidades de petróleo, que por análises da geologia e dados da engenharia, podem ser
estimadas com uma razoável certeza de ser comercialmente recuperada, sob condições econômicas actuais,
métodos operacionais e regulamentações governamentais. As reservas provadas podem ser classificadas em
“desenvolvidas” e “não desenvolvidas”.

Reservas não provadas - estas reservas também são baseadas nos mesmos dados usados para estimar as reservas
provadas, mas que tecnicamente, contratualmente, economicamente ou por outras razões de incertezas impedem
que tais reservas sejam classificadas como provadas. As reservas não provadas podem no futuro serem classificadas
como reservas prováveis ou reservas possíveis.

Reservas Prováveis - são reservas não provadas cujas análises da geologia e dados da engenharia sugerem que haja
maior probabilidade de não serem recuperadas. Neste contexto, quando métodos probabilísticos são usados, deve
ter ao menos 50% de probabilidade de que a quantidade actualmente recuperada seja igual ou exceda a soma total
das reservas provadas mais as prováveis estimadas.

Reservas Possíveis - são reservas não provadas cujas análises da geologia e dados da engenharia sugerem menor
probabilidade de serem recuperadas que as reservas prováveis. Neste contexto, quando métodos probabilísticos são
usados, deve ter ao menos 10% de probabilidade que as quantidades actualmente recuperadas sejam iguais ou
excedam a soma total das reservas provadas com as prováveis estimadas.

Reservas Desenvolvidas- Reservas de petróleo e gás natural que podem ser recuperadas através de poços existentes
e quando todos os equipamentos necessários à produção já se encontram instalados.

As reservas não desenvolvidas-são aquelas que podem vir a ser recuperadas de poços novos em áreas não
perfuradas, re-entrada ou recompletação de poços existentes, ou que necessitem a instalação de equipamentos para
a produção e transporte previstos nos projetos de recuperação convencionais ou melhorados.

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Tipos de Reservas
 A estimativa dos volumes a
serem produzidos são feitas não
só por ocasião da descoberta
da jazida como também ao
longo de sua vida produtiva, à
medida que vão sendo obtidas
mais informações a respeito do
reservatório.

 Provadas: Podem ser estimadas com certeza e são recuperáveis sob


condições económicas específicas - 80 à 90 % de confiança.
 Prováveis: Menor certeza do que as provadas um nível de confiança
de 50%
 Possíveis: Reservas ainda não descobertas nível de confiança de 10%

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Tipo de Reservas
As reservas também são denotadas como
quantidades:
1P (provadas),
2P (provadas + prováveis) e
3P (provadas + prováveis + possíveis)

Reservas em MMstb
1P(Provadas): 9,997
2P(Provadas + Prováveis): 11.841
3P(Provadas + Prováveis + Possíveis): 13.878

 1P - Verificou-se que 90% do óleo original simulado corresponde a 9,997 MMstb ou mais. Esta
observação leva à previsão de que há um 90% de probabilidade de que o óleo no reservatório
seria 9,997 MMstb ou superior.
 2P - Da mesma forma, a linha de probabilidade de 50% indica o volume original de óleo no
reservatório é de 11.841 MMstb.
 3P - Por último,o gráfico indica que há apenas uma probabilidade de 10% de encontrar um
volume de óleo de 13.878 MMstb ou mais.

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42
GERALDO RAMOS, PhD
Tipo de Reservas
ABORDAGEM DETERMINÍSTICA E PROBABILÍSTICA

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GERALDO RAMOS, PhD
Tipo de Reservas
PAÍSES DA OPEP EM BILHÕES

Fonte: Petrangola, 2021 (Direito ao ponto)

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44
GERALDO RAMOS, PhD
Sistemas em Camadas
 Cálculos de hidrocarbonetos no local podem ser usados no
reservatório em camadas com propriedades variáveis em cada
camada;
𝑛=3
∅𝐴
𝑁= ℎ𝑖 1 − 𝑆𝑤𝑖
𝑩𝑜𝑖
𝑖=1

 Esquema mostrando um reservatório


em camadas com as seguintes
variáveis: espessura e saturação de
água.

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45
GERALDO RAMOS, PhD
Sistemas em Camadas
𝑛=3
𝐴
𝑁= ℎ𝑖 ∅𝑖 1 − 𝑆𝑤𝑖
𝑩𝑜𝑖
𝑖=1

Esquema mostrando um
reservatório em camadas com as
seguintes variáveis: espessura,
porosidade e saturação de água.

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46
GERALDO RAMOS, PhD
Net to Gross (Líquido para Bruto)
 Existem outros parâmetros que podem ser incluídos nas equações para
volumes originais, como o líquido para o bruto (NTG), que é a razão entre a
fracção da secção do reservatório e a secção total estudada (secções do
reservatório e não do reservatório).
 Por exemplo, na figura abaixo, a secção total inclui rochas reservatório e
rochas impermeáveis.
 A fração da secção do reservatório para a secção total, neste caso, será:
𝒉𝟏 + 𝒉𝟐 + 𝒉𝟑 + 𝒉𝟒
𝑵𝑻𝑮 =
𝒉𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍

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47
GERALDO RAMOS, PhD
Net to Gross (Líquido para Bruto)
 O NTG é uma fracção que pode variar de 0 a 1: quanto maior o número,
maior a fracção do reservatório.
 Observe que a localização do contato óleo / água (OWC) pode afectar o
valor de NTG, pois rochas reservatório abaixo do OWC (totalmente
saturadas com água) não são consideradas viáveis e, portanto, apenas
rochas reservatório acima do OWC são consideradas.
 O NTG é geralmente calculado usando ferramentas de registos de
perfilgens.
∅𝐴ℎ𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑁𝑇𝐺 1 − 𝑆𝑤𝑖
𝑁=
𝐵𝑜𝑖

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GERALDO RAMOS, PhD
Cut-off ou Cutoff
Durante os estudos de reservatórios determina-se alguns valores limite
das propriedades para que o reservatório seja produtor de forma
economicamente viável. Estes limites são conhecidos como Cutoff ou
parâmetro de corte. Alguns desses parâmetros são:
 Cut-off de porosidade: utiliza-se 0,08 (8%) para reservatórios de
óleo e 0,06(6%) para reservatórios de gás.
 Cut-off de saturação: normalmente é utilizado 0,5 (50%) para
saturação de água (Sw). Para Sw > 50%, dificilmente o
reservatório produzirá óleo, pois a permeabilidade relativa será
totalmente favorável à produção de água.
 Cut-off de argilosidade: valores elevados indicam que o
reservatório é argiloso, e com argila diminuíndo severamente a
qualidade do reservatório. Normalmente se utiliza um máximo
de 30% como valor limite.
 Cut-off de espessura: depende do contexto. Pode ser 1 - 2 m
para poços rasos onshore, e mais de 10 m para poços offshore.

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49
GERALDO RAMOS, PhD
Equação de Balanço de
Materiais

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GERALDO RAMOS, PhD
Equação de Balanço de Materiais
 A Equação de Balanço de Materiais (EBM) é baseada no balanço
de massas dos fluidos existentes no interior dos poros da rocha-
reservatório.
 A massa de fluidos existente no reservatório é a diferença entre a
massa original e a massa produzida.
 Como os volumes dos fluidos produzidos são geralmente medidos
em uma determinada condição-padrão de pressão e de
temperatura, a equação de balanço de materiais é comumente
escrita:

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51
GERALDO RAMOS, PhD
Equação de Balanço de Materiais
A técnica de EBM situa-se entre a análise volumétrica e a simulação
de reservatório:
 Semelhante à análise volumétrica, a técnica de EBM permite o
cálculo volume de hidrocarbonetos existentes no reservatório.
 Semelhante à simulação de reservatório, utiliza dados de
produção para estimar o volume de hidrocarbonetos no
reservatórios.
 Ao contrário da análise volumétrica, a técnica de EBM não
requer informações sobre as dimensões do reservatório e o
conhecimento sobre as propriedades do volume poroso (por
exemplo, porosidade e saturação).
 A técnica EBM, em geral, é mais precisa do que a análise
volumétrica e fornece um bom complemento para um estudo
detalhado de simulação de reservatório.

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52
GERALDO RAMOS, PhD
Equação de Balanço de Materiais
Utilizações práticas de EBM:
 Determinação do volume original de gás
 Determinação do volume original de óleo
 Determinação do influxo de água proveniente de aquíferos
 Previsão do comportamento de reservatórios
Dados necessários:
 Dados de produção
 Pressão média do reservatório
 Dados de PVT para os fluidos de reservatório

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53
GERALDO RAMOS, PhD
INTRODUÇÃO
SÍMBOLO DESCRIÇÃO SÍMBOLO DESCRIÇÃO

Pi Pressão inicial do reservatório Boi Factor de volume -formação de óleo inicial

p Pressão média volumétrica do reservatório Bo Factor de volume -formação de óleo

∆p Variação na pressão do reservatório = pi - p Bgi Factor de volume de formação de gás inicial

pb Pressão do ponto de bolha Winj Volume acumulado de água injectada (CP)

N Volume original óleo (CP) Ginj Volume acumulado de água injectado (CP)

Np Volume acumulado de óleo produzido (CP) We Volume acumulado de influxo de água

Gp Volume acumulado de gás produzido (CP) m Razão entre o volume inicial do reservatório de gás e
o volume inicial de óleo do reservatório
Wp Água acumulada produzida G Volume original de gás capa (CP)

Rp Razão gás/óleo acumulada, Rp=Gp/Np Vp Volume poroso

GOR ou R Razão gás/óleo de produção instantânea cw Compressibilidade de água

Rsi Razão de solubilidade inicial de gás/água cf Compressibilidade de formação (rocha)

Rs Razão de solubilidade gás/água

CP=Condições padrão

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54
GERALDO RAMOS, PhD
Equação de Balanço de Materiais Generalizada
Variação do volume do óleo e do gás em solução
+ Equação I
Variação do volume de gás capa
+
Variação do volume de água conata na zona de óleo Compressibilidade
+
Variação do volume de água conata na capa de gás
+
Contração do volume poroso
+
Injecção acumulada de água
+ Poços de injecção
Injecção acumulada de gás
+
Influxo de água Aquíferos
=
Produção acumulada de óleo, gás e água Poços produtores

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GERALDO RAMOS, PhD
Equação de Balanço de Materiais Generalizada
Volume poroso ocupado pelo óleo inicialmente no reservatório para pi
+ Eq. 2
Volume poroso de ocupado pelo gás capa para pi
=
Volume poroso ocupado pelo óleo remanescente para p
+
Volume proso ocupado pelo gás capa para p
+
Volume de poros ocupado pelo gás em solução para p
+
Volume de poros ocupado pelo influxo de água para p
+
Variação no volume poroso devido à expansão da água conata e redução de volume
devido à expansão da rocha
+
Volume poroso ocupado pelo gás injectado para p
+
Volume poroa ocupado pela água injectada para p

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GERALDO RAMOS, PhD
Equação de Balanço de Materiais Generalizada
A equação 1 ou 2 traduz-se no seguinte:
𝑚𝑁𝐵𝑜𝑖
𝑁𝐵𝑜𝑖 + 𝑚𝑁𝐵𝑜𝑖 = 𝑁 − 𝑁𝑝 𝐵𝑜 + 𝐵𝑔 + 𝑁𝑅𝑠𝑖 − 𝑁𝑝 𝑅𝑝 − 𝑁 − 𝑁𝑝 𝑅𝑠 𝐵𝑔 + 𝑊𝑒 − 𝑊𝑝 𝐵𝑤
𝐵𝑔𝑖
𝑆𝑤𝑖 𝑐𝑤 + 𝑐𝑓
+𝑁𝐵𝑜𝑖 1 + 𝑚 ∆𝑝 + 𝐺𝑖𝑛𝑗 𝐵𝑔𝑖𝑛𝑗 + 𝑊𝑖𝑛𝑗 𝐵𝑤 Eq. 3
1 − 𝑆𝑤𝑖

Re-arranjando e explicitando o volume original de óleo, tem-se:


𝑁𝑝 𝐵𝑜 + 𝑅𝑝 − 𝑅𝑠 𝐵𝑔 − 𝑊𝑒 − 𝑊𝑝 𝐵𝑤 − 𝐺𝑖𝑛𝑗 𝐵𝑔𝑖𝑛𝑗 − 𝑊𝑖𝑛𝑗 𝐵𝑤
𝑁=
𝐵𝑔 𝑆𝑤𝑖 𝑐𝑤 + 𝑐𝑓 Eq. 4
𝐵𝑜 − 𝐵𝑜𝑖 + 𝑅𝑠𝑖 − 𝑅𝑠 𝐵𝑔 + 𝑚𝐵𝑜𝑖 − 1 + 𝐵𝑜𝑖 1 + 𝑚 ∆𝑝
𝐵𝑔𝑖 1 − 𝑆𝑤𝑖

Expressando combinando Gp=NpRp tem-se:


𝑁𝑝 𝐵𝑜 + 𝐺𝑝 − 𝑁𝑝 𝑅𝑠 𝐵𝑔 − 𝑊𝑒 − 𝑊𝑝 𝐵𝑤 − 𝐺𝑖𝑛𝑗 𝐵𝑔𝑖𝑛𝑗 − 𝑊𝑖𝑛𝑗 𝐵𝑤
𝑁= Eq. 5
𝐵𝑔 𝑆𝑤𝑖 𝑐𝑤 + 𝑐𝑓
𝐵𝑜 − 𝐵𝑜𝑖 + 𝑅𝑠𝑖 − 𝑅𝑠 𝐵𝑔 + 𝑚𝐵𝑜𝑖 − 1 + 𝐵𝑜𝑖 1 + 𝑚 ∆𝑝
𝐵𝑔𝑖 1 − 𝑆𝑤𝑖

Combinando com o factor do volume de formação total 𝐵𝑡 = 𝐵𝑜 + 𝑅𝑠𝑖 − 𝑅𝑠 𝐵𝑔 , tem-se:

𝑁𝑝 𝐵𝑡 + 𝑅𝑝 − 𝑅𝑠𝑖 𝐵𝑔 − 𝑊𝑒 − 𝑊𝑝 𝐵𝑤 − 𝐺𝑖𝑛𝑗 𝐵𝑔𝑖𝑛𝑗 − 𝑊𝑖𝑛𝑗 𝐵𝑤


𝑁=
𝐵𝑔 𝑆𝑤𝑖 𝑐𝑤 + 𝑐𝑓 Eq. 6
𝐵𝑡 − 𝐵𝑡𝑖 + 𝑚𝐵𝑡𝑖 − 1 + 𝐵𝑡𝑖 1 + 𝑚 ∆𝑝
𝐵𝑔𝑖 1 − 𝑆𝑤𝑖

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57
GERALDO RAMOS, PhD
Equação de Balanço de Materiais Generalizada
Investigar a equação de balanço de materiais linearizada para cada
mecanismo de produção estudado na Aula 1.
 Mecanismo de solução de gás,
 capa de gás e
 influxo de água

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GERALDO RAMOS, PhD
EBM em Reservatórios de gás
 A aplicação directa dos princípios de EBM para determinar o volume de
gás envolve as suposições de que o reservatório está fechado e de que
não há movimentação de água ou intrusão de óleo.
 Geralmente, os reservatórios de gás seco classificam-se em duas
categorias:
 Reservatórios volumétricos de gás seco
 Reservatórios de gás seco sob influxo de água
 A equação 1 é EBM generalizada para o gás para um reservatório
volumétrico:
𝑝 1 𝑝𝑖 𝑉𝑖 𝑇𝑝𝑠𝑐
= − 𝐺 −−−−−−−−−−− −(1)
𝑧 𝑉 𝑧𝑖 𝑇𝑠𝑐 𝑝

 Onde o factor volume-formação do gás (Bgi) é dado por:


𝑧𝑖 𝑇𝑝𝑠𝑐
𝐵𝑔𝑖 = −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− −(2)
𝑇𝑠𝑐 𝑝𝑖
 A equação 1 pode ser expressa como:
𝑝 𝑝𝑖 𝑝𝑖
= − 𝐺 −−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− −(3)
𝑧 𝑧𝑖 𝑧𝑖 𝐺 𝑝

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GERALDO RAMOS, PhD
Reservatório volumétrico de gás seco

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60
GERALDO RAMOS, PhD
Reservatório volumétrico de gás seco
A representação gráfica da equação 12 pode ser usada para detetar a
presença de influxo de água, como ilustrada a seguir:

 a representa o mecanismo de influxo de água activo, b o mecanismo de


influxo de água parcial, e c o mecanismo de influxo de água fraco

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61
GERALDO RAMOS, PhD
Reservatórios volumétricos anormalmente pressurizados

𝑝 𝑐𝑤 𝑆𝑤𝑖 + 𝑐𝑓 ∆𝑝 𝑝𝑖 𝑇𝑝𝑠𝑐
1− = − 𝐺 − −(4)
𝑧 1 − 𝑆𝑤𝑖 𝑧𝑖 𝑉𝑖 𝑇𝑠𝑐 𝑝
Volume inicial de gás também pode ser determinado:
𝑧𝑖 𝑇𝑝𝑠𝑐
𝑉𝑖 = 𝐺𝐵𝑔𝑖 = 𝐺 −−−−− −(5)
𝑝𝑖 𝑇𝑠𝑐
Subsitituindo (5) na (4), tem-se:
𝑝 𝑐𝑤 𝑆𝑤𝑖 + 𝑐𝑓 ∆𝑝 𝑝𝑖 𝑝𝑖
1− = − 𝐺 − −(6)
𝑧 1 − 𝑆𝑤𝑖 𝑧𝑖 𝑧𝑖 𝐺 𝑝

Defini-se compressibilidade efectica do sistema água-formação como:


𝑐𝑤 𝑆𝑤𝑖 + 𝑐𝑓
𝑐𝑒𝑤𝑓 = −−− −(7)
1 − 𝑆𝑤𝑖
Para reservatórios com pressão normal, defini-se variável a como:
𝑝𝑖
𝑎= −−−−−−− −(8)
𝑧𝑖 𝐺

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62
GERALDO RAMOS, PhD
Compressibilidade efectiva do sistema água-
formação
Substituindo na (7) (8) na (6), tem-se:
𝑝 𝑝𝑖
1 − 𝑐𝑒𝑤𝑓 ∆𝑝 = − 𝑎𝐺𝑝 −−− −(9)
𝑧 𝑧𝑖
O gráfico de (1 − 𝑐𝑒𝑤𝑓 ∆𝑝) × 𝑝/𝑧 versus Gp resultará numa recta de coeficiente
angular –a.
Pode-se considerar o termo referente a compressibilidade como uma
correcção de (p/z) para (p/z)corrigido.

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63
GERALDO RAMOS, PhD
Reservatórios volumétricos anormalmente pressurizados

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64
GERALDO RAMOS, PhD
Para o fluxo monofásico a EBM geral de um reservatório de gás toma a
seguinte forma:
𝑐𝑤 𝑆𝑤𝑖 + 𝑐𝑓
𝐺𝑝 𝐵𝑔 + 𝑊𝑝 𝐵𝑤 = 𝐺 𝐵𝑔 − 𝐵𝑔𝑖 + 𝐺𝐵𝑔𝑖 ∆𝑝 + 𝑊𝑒 + 𝑊𝑖𝑛𝑗 𝐵𝑤 + 𝐺𝑖𝑛𝑗 𝐵𝑔𝑖𝑛𝑗
1 − 𝑆𝑤𝑖

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65
GERALDO RAMOS, PhD
Curvas de Declínio da Produção

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66
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Curvas de Declínio da Produção
 A análise de curvas de declínio de produção:
 É um método usado para obter directamente as reservas
petrolíferas ou gasoíferas, desde que se disponha de um
histórico de produção confiável e representativo.
 É um método tradicional para identificação dos
problemas de produção dos poços, de reservatórios ou
campos e prever o desempenho e vida do poço baseado
nos dados de produção reais.
 É bastante usado na prática para realização de ajuste
histórico, previsão de comportamento de poços isolados,
de reservatórios ou mesmo de campos de óleo.
 Estes modelos incluem: Exponencial, Harmónico,
Hiperbólico;

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GERALDO RAMOS, PhD
Previsão por análise do declínio da produção

Produção Acumulada
Vazão
𝑞(𝑡) 𝑡
𝑁𝑝 = 0
𝑞 𝑡 𝑑𝑡………(Eq.1)

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GERALDO RAMOS, PhD
Comparação entre os tipos de declínio

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GERALDO RAMOS, PhD
Resumo
𝑛
1 𝑑𝑞 𝑞
𝑎=− ; 𝑎 = 𝑎𝑖 ; 𝑒𝑚 𝑞𝑢𝑒: 0 ≤ 𝑛 ≤ 1
𝑞 𝑑𝑡 𝑞𝑖

Mais optimista
𝑛 = 0 ⇒ 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 0 < 𝑛 < 1 ⇒ ℎ𝑖𝑝𝑒𝑟𝑏ó𝑙𝑖𝑐𝑜
𝑞𝑖 𝑛 = 1 ⇒ ℎ𝑎𝑟𝑚ô𝑛𝑖𝑐𝑜
𝑞= 𝑞𝑖
𝑞 = 𝑞𝑖 exp(−𝑎𝑖 𝑡) 1 + 𝑛𝑎𝑖 𝑡 1/𝑛 𝑞=
1 + 𝑎𝑖 𝑡
𝑛
ln 𝑞 = ln 𝑞𝑖 − 𝑎𝑖 𝑡 𝑞𝑖
= 1 + 𝑛𝑎𝑖 𝑡 1 1 𝑎𝑖
𝑞 = + 𝑡
1−𝑛 𝑞 𝑞𝑖 𝑞𝑖
𝑞𝑖 − 𝑞 𝑁𝑝 = 365
𝑞𝑖 1
1−
𝑞
𝑁𝑝 = 365 𝑎𝑖 1 − 𝑛 𝑞𝑖
𝑎𝑖 𝑞𝑖 𝑞𝑖
𝑁𝑝 𝑁𝑝 = 365 ln
𝑞𝑖 1 1−1/𝑛
𝑎𝑖 𝑞
= 365 1 + 𝑛𝑎𝑖 𝑡 −1
𝑎𝑖 𝑛−1

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GERALDO RAMOS, PhD
TRABALHO DE CASA

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BIBLIOGRAFIA
1 - ROSA, A. J.; CARVALHO, R. D. S.; XAVIER, J. A. D. Engenharia de
Reservatórios de Petróleo. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2006, 808 p..
2 - MCCAIN, W. D. The Properties of Petroleum Fluids. 2nd. ed. Tulsa:
PennWell Books, 1990. 548 p..
3 - AHMED, T. H. Reservoir Engineering Handbook. 3rd. ed. Burlington, MA,
USA: Gulf Professional Publishing, Elsevier, 2010. 1376 p.
4 - Ramos, G. A. R. (2016). Aplicação de VBA Nos Fundamentos da
Engenharia de Petróleos. Mayamba Editora.
5 - Ramos, G. A. R. (2020). Indústria do Gás Natural. Engenharia de Produção
do Gás Natural., volume 2. Editora Dois.
6 - Guo, B. (2011). Petroleum production engineering, a computer-assisted
approach. Elsevier.

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