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Questão 1

(Fuvest - 2014) A civilização “pós-moderna” culminou em um progresso inegável, que


não foi percebido antecipadamente, em sua inteireza. Ao mesmo tempo, sob o “mau
uso” da ciência, da tecnologia e da capacidade de invenção nos precipitou na miséria
moral inexorável. Os que condenam a ciência, a tecnologia e a invenção criativa por
essa miséria ignoram os desafios que explodiram com o capitalismo monopolista de sua
terceira fase.

Em páginas secas premonitórias, E. Mandel1 apontara tais riscos. O “livre jogo do


mercado” (que não é e nunca foi “livre”) rasgou o ventre das vítimas: milhões de seres
humanos nos países ricos e uma carrada maior de milhões nos países pobres. O centro
acabou fabricando a sua periferia intrínseca e apossou-se, como não sucedeu nem sob o
regime colonial direto, das outras periferias externas, que abrangem quase todo o “resto
do mundo”.

1: Ernest Ezra Mandel (1923-1995): economista e militante político belga.

O emprego de aspas em uma dada expressão pode servir, inclusive, para indicar que ela:

I. foi utilizada pelo autor com algum tipo de restrição;


II. pertence ao jargão de uma determinada área do conhecimento;
III. contém sentido pejorativo, não assumido pelo autor.

Considere as seguintes ocorrências de emprego de aspas presentes no texto:

A. “pós-moderna” (L. 1);


B. “mau uso” (L. 2);
C. “livre jogo do mercado” (L.6);
D. “livre” (L. 7);
E. “resto do mundo” (L. 9).

As modalidades I, II e III de uso de aspas, elencadas acima, verificam-se,


respectivamente, em:

a) A, C e E
b) B, C e D
c) C, D e E
d) A, B e E
e) B, D e A

Questão 2
(Enem - 2012) “Ele era o inimigo do rei”, nas palavras de seu biógrafo, Lira Neto. Ou,
ainda, “um romancista que colecionava desafetos, azucrinava D. Pedro II e acabou
inventando o Brasil”. Assim era José de Alencar (1829-1877), o conhecido autor de O
guarani e Iracema, tido como o pai do romance no Brasil.
Além de criar clássicos da literatura brasileira com temas nativistas, indianistas e
históricos, ele foi também folhetinista, diretor de jornal, autor de peças de teatro,
advogado, deputado federal e até ministro da Justiça. Para ajudar na descoberta das
múltiplas facetas desse personagem do século XIX, parte de seu acervo inédito será
digitalizada.

História Viva, n.° 99, 2011.

Com base no texto, que trata do papel do escritor José de Alencar e da futura
digitalização de sua obra, depreende-se que

a) a digitalização dos textos é importante para que os leitores possam compreender seus
romances.
b) o conhecido autor de O guarani e Iracema foi importante porque deixou uma vasta
obra literária com temática atemporal.
c) a divulgação das obras de José de Alencar, por meio da digitalização, demonstra sua
importância para a história do Brasil Imperial.
d) a digitalização dos textos de José de Alencar terá importante papel na preservação da
memória linguística e da identidade nacional.
e) o grande romancista José de Alencar é importante porque se destacou por sua
temática indianista.

Questão 3
(Enem - 2012) A substituição do haver por ter em construções existenciais, no
português do Brasil, corresponde a um dos processos mais característicos da história da
língua portuguesa, paralelo ao que já ocorrera em relação à aplicação do domínio de ter
na área semântica de “posse”, no final da fase arcaica.

Mattos e Silva (2001:136) analisa as vitórias de ter sobre haver e discute a emergência
de ter existencial, tomando por base a obra pedagógica de João de Barros. Em textos
escritos nos anos quarenta e cinquenta do século XVI, encontram-se evidências, embora
raras, tanto de ter “existencial”, não mencionado pelos clássicos estudos de sintaxe
histórica, quanto de haver como verbo existencial com concordância, lembrado por Ivo
Castro, e anotado como “novidade” no século XVIII por Said Ali.

Como se vê, nada é categórico e um purismo estreito só revela um conhecimento


deficiente da língua. Há mais perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma
única e prescritiva? É válido confundir o bom uso e a norma com a própria língua e
dessa forma fazer uma avaliação crítica e hierarquizante de outros usos e, através deles,
dos usuários? Substitui-se uma norma por outra?

Para a autora, a substituição de “haver” por “ter” em diferentes contextos


evidencia que

a) o estabelecimento de uma norma prescinde de uma pesquisa histórica.


b) os estudo clássicos de sintaxe histórica enfatizam a variação e a mudança na língua.
c) a avaliação crítica e hierarquizante dos usos da língua fundamenta a definição da
norma.
d) a adoção de uma única norma revela uma atitude adequada para os estudos
linguísticos.
e) os comportamentos puristas são prejudiciais à compreensão da constituição
linguística.
Questão 4
(UERJ - 2016/1) “Todo abacate é verde. O incrível Hulk é verde. O incrível Hulk é um
abacate.”

Todo argumento pode se tornar um sofisma: um raciocínio errado ou inadequado que


nos leva a conclusões falsas ou improcedentes.

O último parágrafo do texto é um exemplo de sofisma, considerando que, da


constatação de que todo abacate é verde, não se pode deduzir que só os abacates têm cor
verde.

Esse é o tipo de sofisma que adota o seguinte procedimento:

a) enumeração incorreta
b) generalização indevida
c) representação imprecisa
d) exemplificação inconsistente
Questão 5
(ETEC - 2017/1) "Em um mundo marcado por conflitos em diferentes regiões, as
operações de manutenção da paz das Nações Unidas são a expressão mais visível do
compromisso solidário da comunidade internacional com a promoção da paz e da
segurança.

Embora não estejam expressamente mencionadas na Carta da ONU, elas funcionam


como instrumento para assegurar a presença dessa organização em áreas conflagradas,
de modo a incentivar as partes em conflito a superar suas disputas por meio pacífico –
razão pela qual não devem ser vistas como forma de intervenção armada."

Acesso em: 26.08.2016. Adaptado.

Historicamente, o Brasil envia soldados para participar de operações de paz. Em 2004,


foi criada pelo Conselho de Segurança da ONU a Missão das Nações Unidas para
Estabilização do Haiti (Minustah).

De acordo com o texto, essa missão foi criada para

a) restabelecer a segurança e normalidade institucional do Haiti após sucessivos


episódios de turbulência política e de violência, que marcaram esse país no início do
século XXI.
b) atacar os garimpos ilegais de diamantes no interior do Haiti, que usavam mão de obra
infantil nas minas onde esse minério é encontrado.
c) combater o narcotráfico comandado pelo Cartel de Medelin, que a partir do Haiti
distribuía drogas para todos os países da América Latina.
d) acabar com os problemas ambientais crônicos no Haiti, pois esse país era o principal
responsável pela poluição ambiental no Caribe.
e) extinguir a rede de trabalho escravo existente no Haiti, que utilizava esse tipo de mão
de obra nas plantações de soja e trigo
Questão 6
(Fatec - 2013) Leia o texto para responder às questões.

O labirinto dos manuais

Há alguns meses troquei meu celular. Um modelo lindo, pequeno, prático. Segundo a
vendedora, era capaz de tudo e mais um pouco. Fotografava, fazia vídeos, recebia e-
mails e até servia para telefonar. Abri o manual, entusiasmado. “Agora eu aprendo”,
decidi, folheando as 49 páginas. Já na primeira, tentei executar as funções. Duas horas
depois, eu estava prestes a roer o aparelho. O manual tentava prever todas as
possibilidades. Virou um labirinto de instruções!

Na semana seguinte, tentei baixar o som da campainha. Só aumentava. Buscava o


vibracall, não achava. Era só alguém me chamar e todo mundo em torno saía correndo,
pensando que era o alarme de incêndio! Quem me salvou foi um motorista de táxi.

— Manual só confunde – disse didaticamente. – Dá uma de curioso.

Insisti e finalmente descobri que estava no vibracall há meses! O único problema é que
agora não consigo botar a campainha de volta!

Atualmente, estou de computador novo. Fiz o que toda pessoa minuciosa faria. Comprei
um livro. Na capa, a promessa: “Rápido e fácil” – um guia prático, simples e colorido!
Resolvi: “Vou seguir cada instrução, página por página. Do que adianta ter um
supercomputador se não sei usá-lo?”. Quando cheguei à página 20, minha cabeça
latejava. O livro tem 342! Cada vez que olho, dá vontade de chorar! Não seria melhor
gastar o tempo relendo Guerra e Paz*?

Tudo foi criado para simplificar. Mas até o micro-ondas ficou difícil. A não ser que eu
queira fazer pipoca, que possui sua tecla própria. Mas não posso me alimentar só de
pipoca! Ainda se emagrecesse... E o fax com secretária eletrônica? O anterior era
simples. Eu apertava um botão e apagava as mensagens. O atual exige que eu toque em
um, depois em outro para confirmar, e de novo no primeiro! Outro dia, a luzinha estava
piscando. Tentei ouvir a mensagem. A secretária disparou todas as mensagens, desde o
início do ano!

Eu sei que para a garotada que está aí tudo parece muito simples. Mas o mundo é
para todos, não é? Talvez alguém dê aulas para entender manuais! Ou o jeito seria
aprender só aquilo de que tenho realmente necessidade, e não usar todas as
funções. É o que a maioria das pessoas acaba fazendo!

(Walcyr Carrasco, Veja SP, 19.09.2007. Adaptado)

* Livro do escritor russo Liev Tolstói. Com mais de mil páginas e centenas de
personagens, é considerada uma das maiores obras da história da literatura.
Pelos comentários feitos pelo narrador, pode-se concluir corretamente que:

a) a leitura de obras-primas da literatura é atividade mais produtiva do que utilizar


celulares e computadores.
b) os manuais cujas diversas instruções os usuários não conseguem compreender e pôr
em prática são improdutivos.
c) a vendedora foi convincente, pois o narrador comprou o celular, embora duvidasse
das qualidades prometidas pelo aparelho.
d) o manual sobre computadores, ao contrário de outros do gênero, cumpria a promessa
assumida nos dizeres impressos na capa.
e) os jovens deveriam ensinar computação aos mais velhos, pois, dessa forma, estes
últimos entenderiam as funções básicas do equipamento.
2) Analise as afirmações sobre trechos do texto e assinale a correta.

a) Em – Há alguns meses, troquei meu celular. –, o verbo haver indica tempo decorrido
e pode ser substituído, corretamente, por Fazem.
b) Em – Fotografava, fazia vídeos, recebia e-mails e até servia para telefonar. –, o termo
em destaque expressa a ideia de exclusão.
c) Em – Virou um labirinto de instruções! –, o termo em destaque foi empregado em
sentido figurado, indicando confusão, incompreensibilidade.
d) Em – Fiz o que toda pessoa minuciosa faria. –, o termo em destaque pode ser
substituído, corretamente e sem alteração do sentido do texto, por limitada.
e) Em – Mas não posso me alimentar só de pipoca! –, a conjunção em destaque
expressa a ideia de comparação.

Questão 7
(Fuvest - 2013) A essência da teoria democrática é a supressão de qualquer
imposição de classe, fundada no postulado ou na crença de que os conflitos e
problemas humanos – econômicos, políticos, ou sociais – são solucionáveis pela
educação, isto é, pela cooperação voluntária, mobilizada pela opinião pública
esclarecida. Está claro que essa opinião pública terá de ser formada à luz dos melhores
conhecimentos existentes e, assim, a pesquisa científica nos campos das ciências
naturais e das chamadas ciências sociais deverá se fazer a mais ampla, a mais vigorosa,
a mais livre, e a difusão desses conhecimentos, a mais completa, a mais imparcial e em
termos que os tornem acessíveis a todos.

(Anísio Teixeira, Educação é um direito. Adaptado.)

No trecho “chamadas ciências sociais”, o emprego do termo “chamadas” indica


que o autor

a) vê, nas “ciências sociais”, uma panaceia, não uma análise crítica da sociedade.
b) considera utópicos os objetivos dessas ciências.
c) prefere a denominação “teoria social” à denominação “ciências sociais”.
d) discorda dos pressupostos teóricos dessas ciências.
e) utiliza com reserva a denominação “ciências sociais”.
Questão 8
(Unesp - 2010)

Texto 1

Porque morrer é uma ou outra destas duas coisas: ou o morto não tem absolutamente
nenhuma existência, nenhuma consciência do que quer que seja, ou, como se diz, a
morte é precisamente uma mudança de existência e, para a alma, uma migração deste
lugar para um outro. Se, de fato, não há sensação alguma, mas é como um sono, a morte
seria um maravilhoso presente. […] Se, ao contrário, a morte é como uma passagem
deste para outro lugar, e, se é verdade o que se diz que lá se encontram todos os mortos,
qual o bem que poderia existir, ó juízes, maior do que este? Porque, se chegarmos ao
Hades, libertando-nos destes que se vangloriam serem juízes, havemos de encontrar os
verdadeiros juízes, os quais nos diria que fazem justiça acolá: Monos e Radamante,
Éaco e Triptolemo, e tantos outros deuses e semideuses que foram justos na vida; seria
então essa viagem uma viagem de se fazer pouco caso? Que preço não seríeis capazes
de pagar, para conversar com Orfeu, Museu, Hesíodo e Homero?

(Platão. Apologia de Sócrates, 2000.)

Texto 2

Ninguém sabe quando será seu último passeio, mas agora é possível se despedir em
grande estilo. Uma 300C Touring, a versão perua do sedã de luxo da Chrysler, foi
transformada no primeiro carro funerário customizado da América Latina. A mudança
levou sete meses, custou R$ 160 mil e deixou o carro com oito metros de comprimento
e 2 340 kg, três metros e 540 kg além da original. O Funeral Car 300C tem luzes
piscantes na já imponente dianteira e enormes rodas, de aro 22, com direito a pequenos
caixões estilizados nos raios. Bandeiras nas pontas do capô, como nos carros de
diplomatas, dão um toque refinado. Com o chassi mais longo, o banco traseiro foi
mantido para familiares acompanharem o cortejo dentro do carro. No encosto dos
dianteiros, telas exibem mensagens de conforto. O carro faz parte de um pacote de
cerimonial fúnebre que inclui, além do cortejo no Funeral Car 300C, serviços como
violinistas e revoada de pombas brancas no enterro.

(Funeral tunado. Folha de S.Paulo, 28.02.2010.)

Confrontando o conteúdo dos dois textos, pode-se afirmar que:

a) embora os dois textos transmitam concepções divergentes acerca da morte, eles


tratam de visões concernentes à mesma época, a saber, a sociedade atual.
b) sob o ponto de vista filosófico, não há diferenças qualitativas entre uma e outra
concepção sobre a morte.
c) os comentários do texto grego sobre a morte são coerentes com uma filosofia de forte
valorização do corpo em detrimento da alma, e do mundo sensível sobre o mundo
inteligível.
d) o texto de Platão evidencia uma cultura monoteísta, enquanto que o segundo é
politeísta.
e) enquanto no primeiro texto transparece a dignidade metafísica da morte, no segundo
sugere-se a conversão do funeral em espetáculo da sociedade de consumo.
Questão 9
(Enem - 2013)

Adolescentes: mais altos, gordos e preguiçosos

A oferta de produtos industrializados e a falta de tempo têm sua parcela de


responsabilidade no aumento da silhueta dos jovens. “Os nossos hábitos alimentares, de
modo geral, mudaram muito”, observa Vivian Ellinger, presidente da Sociedade
Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), no Rio de Janeiro. Pesquisas
mostram que, aqui no Brasil, estamos exagerando no sal e no açúcar, além de tomar
pouco leite e comer menos frutas e feijão.

Outro pecado, velho conhecido de quem exibe excesso de gordura por causa da gula,
surge como marca da nova geração: a preguiça. “Cem por cento das meninas que
participam do Programa não praticava nenhum esporte”, revela a psicóloga Cristina
Freire, que monitora o desenvolvimento emocional das voluntárias.

Você provavelmente já sabe quais são as consequências de uma rotina sedentária e


cheia de gordura. “E não é novidade que os obesos têm uma sobrevida menor”, acredita
Claudia Cozer, endocrinologista da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e
da Síndrome Metabólica. Mas, se há cinco anos os estudos projetavam um futuro
sombrio para os jovens, no cenário atual as doenças que viriam na velhice já são parte
da rotina deles. “Os adolescentes já estão sofrendo com hipertensão e diabete”,
exemplifica Claudia.

DESGUALDO, P. Revista Saúde. Disponível em: http://saude.abril.com.br. Acesso em:


28 jul. 2012 (adaptado).

Sobre a relação entre os hábitos da população adolescente e as suas condições de


saúde, as informações apresentadas no texto indicam que

a) a falta de atividade física somada a uma alimentação nutricionalmente desequilibrada


constituem fatores relacionados ao aparecimento de doenças crônicas entre os
adolescentes.
b) a diminuição do consumo de alimentos fontes de carboidratos combinada com um
maior consumo de alimentos ricos em proteínas contribuíram para o aumento da
obesidade entre os adolescentes.
c) a maior participação dos alimentos industrializados e gordurosos na dieta da
população adolescente tem tornado escasso o consumo de sais e açúcares, o que
prejudica o equilíbrio metabólico.
d) a ocorrência de casos de hipertensão e diabetes entre os adolescentes advém das
condições de alimentação, enquanto que na população adulta os fatores hereditários são
preponderantes.
e) a prática regular de atividade física é um importante fator de controle da diabetes
entre a população adolescente, por provocar um constante aumento da pressão arterial
sistólica.
Questão 10
(UERJ - 2016)
A última fala da tirinha causa um estranhamento, porque assinala a ausência de um
elemento fundamental para a instalação de um tribunal: a existência de alguém que
esteja sendo acusado.

Essa fala sugere o seguinte ponto de vista do autor em relação aos usuários da
internet:

a) proferem vereditos fictícios sem que haja legitimidade do processo


b) configuram julgamentos vazios ainda que existam crimes comprovados
c) emitem juízos sobre os outros mas não se veem na posição de acusados
d) apressam-se em opiniões superficiais mesmo que possuam dados concretos
Questão 11
(Enem - 2017)

Os textos publicitários são produzidos para cumprir determinadas funções


comunicativas. Os objetivos desse cartaz estão voltados para a conscientização dos
brasileiros sobre a necessidade de:
a) as crianças frequentarem a escola regularmente.
b) a formação leitora começar na infância.
c) a alfabetização acontecer na idade certa.
d) a literatura ter o seu mercado consumidor ampliado.
d) as escolas desenvolverem campanhas a favor da leitura.
Questão 12
(UEA - 2017) Leia o trecho de Quincas Borba, de Machado de Assis:

E enquanto uma chora, outra ri; é a lei do mundo, meu rico senhor; é a perfeição
universal. Tudo chorando seria monótono, tudo rindo cansativo; mas uma boa
distribuição de lágrimas e polcas1, soluços e sarabandas2, acaba por trazer à alma do
mundo a variedade necessária, e faz-se o equilíbrio da vida.

(Quincas Borba, 1992.)

1
polca: tipo de dança.
2
sarabanda: tipo de dança.
De acordo com o narrador:

a) os erros do passado não afetam o presente.


b) a existência é marcada por antagonismos.
c) a sabedoria está em perseguir a felicidade.
d) cada instante vivido deve ser festejado.
e) os momentos felizes são mais raros que os tristes.
Questão 13
(Unesp - 2011)

O fim do marketing
A empresa vende ao consumidor
— com a web não é mais assim
Com a internet se tornando onipresente, os Quatro Ps do marketing — produto, praça,
preço e promoção — não funcionam mais. O paradigma era simples e unidirecional: as
empresas vendem aos consumidores. Nós criamos produtos; fixamos preços; definimos
os locais onde vendê-los; e fazemos anúncios. Nós controlamos a mensagem. A internet
transforma todas essas atividades.

(...)

Os produtos agora são customizados em massa, envolvem serviços e são marcados pelo
conhecimento e os gostos dos consumidores. Por meio de comunidades online, os
consumidores hoje participam do desenvolvimento do produto. Produtos estão se
tornando experiências. Estão mortas as velhas concepções industriais na definição e
marketing de produtos.

(...)
Graças às vendas online e à nova dinâmica do mercado, os preços fixados pelo
fornecedor estão sendo cada vez mais desafiados. Hoje questionamos até o conceito de
“preço”, à medida que os consumidores ganham acesso a ferramentas que lhes
permitem determinar quanto querem pagar. Os consumidores vão oferecer vários preços
por um produto, dependendo de condições específicas. Compradores e vendedores
trocam mais informações e o preço se torna fluido. Os mercados, e não as empresas,
decidem sobre os preços de produtos e serviços.

(...)

A empresa moderna compete em dois mundos: um físico (a praça, ou marketplace) e um


mundo digital de informação (o espaço mercadológico, ou marketspace). As empresas
não devem preocupar-se com a criação de um web site vistoso, mas sim de uma grande
comunidade online e com o capital de relacionamento. Corações, e não olhos, são o que
conta. Dentro de uma década, a maioria dos produtos será vendida no espaço
mercadológico. Uma nova fronteira de comércio é a marketface — a interface entre o
marketplace e o marketspace.

(...)

Publicidade, promoção, relações públicas etc. exploram “mensagens” unidirecionais, de


um-para-muitos e de tamanho único, dirigidas a consumidores sem rosto e sem poder.
As comunidades online perturbam drasticamente esse modelo. Os consumidores com
frequência têm acesso a informações sobre os produtos, e o poder passa para o lado
deles. São eles que controlam as regras do mercado, não você. Eles escolhem o meio e a
mensagem. Em vez de receber mensagens enviadas por profissionais de relações
públicas, eles criam a “opinião pública” online.

Os marqueteiros estão perdendo o controle, e isso é muito bom.

(Don Tapscott. O fim do marketing. INFO, São Paulo, Editora Abril, janeiro 2011, p.
22.)

A leitura atenta deste instigante artigo de Don Tapscott revela que o tema central
de sua mensagem é:

a) O advento do comércio via internet subverteu as teorias tradicionais de marketing.


b) O comércio via internet confirma todas as teorias de publicidade e marketing
vigentes.
c) A aplicação dos princípios tradicionais de marketing se tornou vital para o sucesso do
comércio online.
d) O comércio realizado em lojas físicas é ainda preferível ao realizado online.
e) A lei da oferta e da procura não influencia de nenhum modo o comércio via internet.
Questão 14
(PUC-SP)

(...) Da garrafa estilhaçada, no ladrilho já sereno escorre uma coisa espessa que é leite,
sangue... não sei. Por entre objetos confusos, mal redimidos da noite, duas cores se
procuram, suavemente se tocam, amorosamente se enlaçam, formando um terceiro tom
a que chamamos aurora.

(Carlos Drummond de Andrade)

No fragmento anterior, Carlos Drummond de Andrade constrói, poeticamente, a


aurora. O que permite visualizar este momento do dia corresponde:

a) a objetos confusos mal redimido da noite.


b) à garrafa estilhaçada e ao ladrilho sereno.
c) à aproximação suave de dois corpos.
d) ao enlace amoroso de duas cores.
e) ao fluir espesso do sangue sobre o ladrilho.
Questão 15
(Vunesp - 2014)

A vida dá voltas

Sou um tipo meio fatalista. Acho que a vida dá voltas. Um amigo meu, Luís, casou-se
com Cláudia, uma mulher egoísta. Ele era filho único, de mãe separada e sem pensão.
Durante algum tempo, a mãe de Luís foi sustentada pelo próprio tio, um solteirão.
Quando este faleceu, começaram as brigas domésticas: Cláudia não admitia que Luís
desse dinheiro à mãe. Ele era um rapaz de classe média. Por algum tempo, arrumou
trabalhos extras para ajudar a idosa.

Convencido pela esposa, ele mudou-se para longe. Visitava a mãe uma vez por ano.
Para se livrar da questão financeira, Luís convenceu a mãe a vender o apartamento.
Durante alguns anos, ela viveu desse dinheiro. Muitas vezes, lamentava a falta do filho,
mas o que fazer? Luís, sempre tão ocupado, viajando pelo mundo todo, não tinha tempo
disponível. Na casa da mãe, faltou até o essencial. E ela faleceu sozinha.

O tempo passou. Hoje, Luís, antes um profissional disputado, está desempregado. Foi
obrigado a se instalar com a família na casa dos sogros, onde é atormentado
diariamente. A filha de Luís e Cláudia cresceu e saiu de casa. Quer seguir seu próprio
rumo!

Luís não tem renda, nem bens. Está quase se divorciando. Ficou fora do mercado de
trabalho. O que vai acontecer? A filha cuidará dele? Tenho dúvidas, porque ele não a
ensinou com seu próprio exemplo.

A vida é um eterno ciclo afetivo. Em uma época todos nós somos filhos. Em outra,
tornamo-nos pais: é a nossa vez de cuidar de quem cuidou de nós.

(Walcyr Carrasco. http://vejasp.abril.com.br. Acesso em 30.12.2013. Adaptado)

Considerando o último parágrafo do texto, pode-se afirmar que a relação entre


pais e filhos deve ser baseada:
a) no medo.
b) na persistência.
c) na expectativa.
d) na esperança.
e) na troca.

Questão 16
(FCC-2013)

esta vida é uma viagem


pena eu estar
só de passagem
(Paulo Leminski, La vie em close. 5a ed. S.Paulo: Brasiliense, 2000, p.134)

No poema de apenas três versos, o poeta lamenta-se:

a) da fugacidade da vida.
b) demonstra preferir a vida espiritual à terrena.
c) revolta-se contra o seu destino.
d) sugere que a vida não tem sentido.
e) abomina a agitação da vida.
Questão 17

Quanto à tirinha acima, é correto afirmar:

a) A linguagem verbal isoladamente não consegue transmitir a mensagem pretendida.


b) Transmite que faz parte da infância pegar as coisas da mãe para brincar.
c) A frase do primeiro quadrinho não pertence à sequência.
d) A principal mensagem da tirinha é a inocência de Mafalda, que responde à mãe que
pegou “só” os cremes de beleza, querendo com isso dizer que não pegou outros tipos de
cremes para brincar, como de culinária, por exemplo.
e) A mãe está brava com Mafalda, por isso, a sua fala está com letras maiúsculas.
Questão 18
A tirinha acima é uma crítica:

a) ao fato de os pais não explicarem as coisas corretamente às crianças.


b) quanto à cautela dos pais para que as crianças não distorçam na rua o que ouvem em
casa.
c) ao fato de as crianças contarem aos amigos o que os pais falam em casa.
d) à fala das pessoas, que muitas vezes não tem importância.
e) ao fato de Mafalda ter criado uma expectativa no amigo que o desiludiu.
Questão 19

Quanto ao anúncio acima, é correto afirmar:

I. O propósito deste anúncio publicitário é convencer a compra de Doril.


II. O principal recurso utilizado para tentar mostrar a eficácia do produto anunciado é
desfocar a palavra “dor” da frase “Tomou doriu a (dor) sumiu.”.
III. O nome Doril contém uma brincadeira com as palavras “dor” e “sumiu”, um dos
recursos que promoveu o sucesso do produto.
a) Apenas I está correta.
b) Todas as afirmações estão corretas.
c) I e II estão corretas.
d) A afirmação III não faz sentido.
e) Todas estão erradas.
Questão 20

Quanto à tirinha acima, é correto afirmar:

a) A intenção da tirinha é mostrar como é fácil convencer as crianças.


b) A tirinha critica as pessoas que mudam de opinião após serem subornadas.
c) A intenção da tirinha é refletir sobre alimentação saudável.
d) A tirinha desperta o leitor para o grande desafio dos pais na alimentação dos filhos.
e) Esta tirinha tem como objetivo ensinar como os pais devem agir diante do mau
comportamento dos filhos.
Questão 21

Na tirinha acima, Calvin induz o leitor a pensar que iria se esforçar para tirar boas notas
se o pai premiasse o seu desempenho, mas a sua intenção era outra. Explique.

Atividade 22
Leia o texto de Millôr Fernandes e responda às questões abaixo:

A morte da tartaruga

O menininho foi ao quintal e voltou chorando: a tartaruga tinha morrido. A mãe foi ao
quintal com ele, mexeu na tartaruga com um pau (tinha nojo daquele bicho) e constatou
que a tartaruga tinha morrido mesmo. Diante da confirmação da mãe, o garoto pôs-se a
chorar ainda com mais força. A mãe a princípio ficou penalizada, mas logo começou a
ficar aborrecida com o choro do menino. “Cuidado, senão você acorda seu pai”. Mas o
menino não se conformava. Pegou a tartaruga no colo e pôs-se a acariciar-lhe o casco
duro. A mãe disse que comprava outra, mas ele respondeu que não queria, queria
aquela, viva! A mãe lhe prometeu um carrinho, um velocípede, lhe prometeu uma surra,
mas o pobre menino parecia estar mesmo profundamente abalado com a morte do seu
animalzinho de estimação.

Afinal, com tanto choro, o pai acordou lá dentro, e veio, estremunhado , ver de que se
tratava. O menino mostrou-lhe a tartaruga morta. A mãe disse: – “Está aí assim há meia
hora, chorando que nem maluco. Não sei mais o que faço. Já lhe prometi tudo mas ele
continua berrando desse jeito”. O pai examinou a situação e propôs:

– “Olha, Henriquinho. Se a tartaruga está morta não adianta mesmo você chorar. Deixa
ela aí e vem cá com o pai”. O garoto depôs cuidadosamente a tartaruga junto do tanque
e seguiu o pai, pela mão. O pai sentou-se na poltrona, botou o garoto no colo e disse: –
“Eu sei que você sente muito a morte da tartaruguinha. Eu também gostava muito dela.
Mas nós vamos fazer pra ela um grande funeral”. (Empregou de propósito a palavra
difícil). O menininho parou imediatamente de chorar. “Que é funeral?” O pai lhe
explicou que era um enterro. “Olha, nós vamos à rua, compramos uma caixa bem
bonita, bastante balas, bombons, doces e voltamos para casa. Depois botamos a
tartaruga na caixa em cima da mesa da cozinha e rodeamos de velinhas de aniversário.
Aí convidamos os meninos da vizinhança, acendemos velinhas, cantamos o Happy-
Birth-Day-To-You pra tartaruguinha morta e você assopra as velas.

Depois pegamos a caixa, abrimos um buraco no fundo do quintal, enterramos a


tartaruguinha e botamos uma pedra em cima com o nome dela e o dia que ela morreu.
Isso é que é um funeral! Vamos fazer isso? O garotinho estava com outra cara. “Vamos,
papai, vamos! A tartaruguinha vai ficar contente lá no céu, não vai? Olha, eu vou
apanhar ela”. Saiu correndo. Enquanto o pai se vestia, ouviu um grito no quintal.
“Papai, papai, vem cá, ela está viva!” O pai correu pro quintal e constatou que era
verdade. A tartaruga estava andando de novo, normalmente. “Que bom, hein?” – disse –
“Ela está viva! Não vamos ter que fazer o funeral!” “Vamos sim, papai” – disse o
menino ansioso, pegando uma pedra bem grande – “Eu mato ela”.

Moral: O importante não é a morte, é o que ela nos tira.

1) Quais foram os artifícios utilizados pela mãe e pelo pai para que o menino
parasse de chorar?

2) 2) A mãe ofereceu uma surra ao menino, mas antes tinha oferecido um


carrinho ou um velocípede. Por que?

3) 3) Que palavra difícil o pai do menino usou na conversa com ele?

4) 4) O que fez o menino parar de chorar?

5) 5) Por que o menino quis matar a tartaruga?

Atividade 23
Leia esse texto, mais uma crônica de Millôr Fernandes, e responda:

Cão! Cão! Cão!

Abriu a porta e viu o amigo que há tanto não via. Estranhou apenas que ele, amigo,
viesse acompanhado de um cão. O cão não muito grande mas bastante forte, de raça
indefinida, saltitante e com um ar alegremente agressivo. Abriu a porta e cumprimentou
o amigo, com toda efusão. "Quanto tempo!". O cão aproveitou as saudações, se
embarafustou casa adentro e logo o barulho na cozinha demonstrava que ele tinha
quebrado alguma coisa.

O dono da casa encompridou um pouco as orelhas, o amigo visitante fez um ar de que a


coisa não era com ele. "Ora, veja você, a última vez que nos vimos foi..." "Não, foi
depois, na..." "E você, casou também?" O cão passou pela sala, o tempo passou pela
conversa, o cão entrou pelo quarto e novo barulho de coisa quebrada. Houve um sorriso
amarelo por parte do dono da casa, mas perfeita indiferença por parte do visitante.
"Quem morreu definitivamente foi o tio... você se lembra dele?" "Lembro, ora, era o
que mais... não?"

O cão saltou sobre um móvel, derrubou o abajur, logo trepou com as patas sujas no sofá
(o tempo passando) e deixou lá as marcas digitais de sua animalidade. Os dois amigos,
tensos, agora preferiam não tomar conhecimento do dogue. E, por fim, o visitante se foi.
Se despediu, efusivo como chegara, e se foi. Se foi.

Mas ainda ia indo, quando o dono da casa perguntou: "Não vai levar o seu cão?" "Cão?
Cão? Cão? Ah, não! Não é meu, não. Quando eu entrei, ele entrou naturalmente comigo
e eu pensei que fosse seu. Não é seu, não?"

Moral: Quando notamos certos defeitos nos amigos, devemos sempre ter uma conversa
esclarecedora.

1) Por que o amigo visitante não se manifestou ao perceber que o cão tinha
partido algo na cozinha?

2) Por que os amigos estavam tensos?

3) O que significa “sorriso amarelo” e por que o dono sorriu dessa


forma?

4) Quem é o dono do cão?

5) O que torna a crônica engraçada?

Atividade 24
"Recentemente, inclusive, foi noticiado o temor das drogarias quanto à possibilidade de
desabastecimento de semaglutida, medicamento para diabetes tipo 2, que tem sido
usado "off-label" para tratar a obesidade, virando uma febre nos consultórios médicos e
nas rodas de conversa, especialmente entre as mulheres. Os pontos de venda se isentam
da responsabilidade, já que na bula não há indicação para a redução de peso. Enfim,
Brasil sendo Brasil."

1) De acordo com o texto, qual a preocupação das drogarias?

a) a escassez de medicamentos para tratar a obesidade

b) a obesidade feminina

c) desabastecimento de semaglutida

d) a utilização de off label de semaglutida para tratar a obesidade

e) a preocupação que as mulheres têm com a sua forma

2) Qual a intenção do artigo com a frase “Enfim, Brasil sendo Brasil.”?

a) dizer que, no Brasil, muitos não assumem as suas responsabilidades

b) dizer que, no Brasil, tudo é feito conforme as regras

c) dizer que, no Brasil, as pessoas zelam muito pela aparência

d) dizer que, há muitos casos de diabetes tipo 2 no Brasil.

e) dizer que, no Brasil, as pessoas as pessoas são irresponsáveis

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