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WHY MAKE PEOPLE PATIENTS?

THAÍS TAVARES GIROTTO - 044523

Marshall Marinker, em seu artigo publicado no Journal Medical Ethics, apresenta


uma questão intrigante: Por que as pessoas se tornar pacientes?. Apesar de todos nós
sermos pacientes pelo menos uma vez na vida, dificilmente paramos para pensar no por
quê nos colocamos nessa situação de pacientes. Para entender um pouco mais sobre
isso, Marshall propõe a análise de Ivan Illich sobre a profissão médica. Ivan Illich
questiona a visão da bioengenharia sobre saúde: de que o diagnóstico é apenas uma
questão de análise profunda da estrutura e função do corpo.
Nesse sentindo, uma análise feita pelo psicanalista Michael Balint ressalta que a
doença, além do que ela pode ou não ser, é sempre uma forma de comunicação. Para
ele, um dos conflitos mais comuns do homem é a desarmonia entre sua necessidade de
carinho e a quantidade e qualidade de carinho que o ambiente oferece. Assim, toda
doença é também uma forma de pedir amor e atenção.
Em consequência disso, o autor traz uma reflexão sobre os três diferentes modos
de insalubridade (unhealth) com os quais o médico é confrontado. O primeiro modo é a
“disease” que é um processo patológico, na maioria das vezes físico em que os médicos
são capazes de ver, tocar, medir, cheirar. O segundo modo é a “illness”, que é uma
experiência de insalubridade, interior à pessoa do paciente e pode não ser claramente
revelada. O terceiro modo é a “sickness”, que é um modo externo e público de
enfermidade, tendo um papel social, um status e também um grau de importância dentro
da sociedade.
Os três modos de doença podem trazer entendimento sobre a diferença dos
sintomas e sinais do paciente. Na pesquisa realizada pelo autor, foi descoberto que em
muitos casos o paciente retornava à consultas com seu clínico geral sem um motivo de
doença aparente, mas com assuntos triviais e não relacionados com a apresentação da
doença. Por fim, o autor afirma que é possível que uma pessoa experimente problemas
de saúde, tenha doença, sinta-se doente e esteja doente, sem tornar-se um paciente pois
tornar-se paciente é mais do que possuir uma doença, mas é estabelecer uma relação de
cura com a pessoa que articula a capacidade da sociedade para ajuda.

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