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Amado Timóteo

Cultive a Humildade
C. J. Mahaney

Introdução:
O autor reconhece as diferenças entre ele e Timóteo, destacando que Timóteo
possui vantagens que ele não teve como pais na fé, história de membresia em
igrejas maduras e um sólido entendimento das doutrinas bíblicas. Ele ressalta
que, quando era jovem, enfrentou desafios ao seguir seu chamado sem um
mentor experiente. Por isso, fez um compromisso de ajudar a nova geração de
líderes. Ele se alegra ao ver jovens como Timóteo cultivando relacionamentos
e se beneficiando disso.

A lição que podemos tirar desse texto é a importância dos relacionamentos e


mentoria na jornada da fé e do ministério. O autor reconhece que teve desafios
ao começar seu ministério sem um mentor experiente ao seu lado. No entanto,
ele valoriza e se alegra ao ver que Timóteo tem a oportunidade de contar com
pais na fé, uma história de membresia em igrejas maduras e um sólido
entendimento das doutrinas bíblicas.

Isso nos ensina que ter mentores e relacionamentos saudáveis na fé é


extremamente valioso. Poder contar com pessoas mais experientes que
possam nos orientar aconselhar e ensinar é uma bênção. Esses
relacionamentos podem nos fortalecer espiritualmente, nos ajudar a crescer na
fé e nos capacitar a cumprir nosso chamado e propósito na vida. Além disso, o
texto também nos lembra da importância de sermos mentores e investir na
nova geração, compartilhando nossas experiências e sabedoria para ajudar a
preparar líderes futuros.

Durante a celebração do aniversário da Igreja da Aliança da Vida, um homem


chamado Jim refletiu sobre as diferenças entre sua igreja anterior e a atual.
Enquanto ouvia o pastor Gary falar sobre o amor pela Palavra de Deus, por
Jesus Cristo, pela graça, adoração e importância dos relacionamentos, Jim
percebeu que ambos compartilhavam esses valores. No entanto, a ênfase na
humildade, especialmente entre os líderes, destacou-se como uma
característica ausente em sua igreja anterior, apontando para uma distinção
significativa.
Assim diz o Senhor: O céu é o meu trono, e a terra, o estrado dos meus pés; que casa
me edificareis vós? E qual é o lugar do meu repouso? Porque a minha mão fez todas
estas coisas, e todas vieram a existir, diz o Senhor, mas o homem para quem olharei é
este: o aflito e abatido de espírito e que treme da minha palavra (Is 66.1,2).

Assim como Timóteo, os israelitas tinham muitas coisas boas. Tinham sua própria
identidade, a Lei de Deus, a aliança e o templo. No entanto, eles tinham um problema:
eram orgulhosos. Deus então mostrou a eles que não deviam se preocupar tanto com
a aparência externa, mas sim com o coração. Ele disse que olharia para aqueles que
são humildes, aflitos de espírito e respeitam Sua palavra. Isso nos ensina que
devemos valorizar a humildade e a sinceridade em nosso relacionamento com Deus.

O autor está alertando Timóteo sobre o perigo do orgulho em seu ministério e


enfatizando a importância de ser vigilante e humilde.

O Orgulho:
“Em todos os estágios do desenvolvimento de nossa vida cristã e em todas as
esferas de nosso discipulado cristão, o orgulho é o nosso maior inimigo e a
humildade nossa melhor amiga” J.I.Packer

O orgulho é o primeiro e mais ofensivo pecado, tanto entre os anjos como entre
os homens. É considerado abominável por Deus e está no topo da lista dos
pecados que Ele detesta. A Bíblia usa palavras fortes, como ódio, abominação
e detestável, para descrevê-lo. Não há linguagem mais forte do que essa.

Há coisas que odiamos como o aborto, o racismo e o abuso de crianças. Mas o


ódio que Deus tem pelo orgulho é infinitamente maior e mais intenso. Seu ódio
pelo orgulho é supremamente puro, santo e imutável. É impossível expressar o
quanto Deus detesta e abomina o orgulho.

Mas por que Deus odeia tanto assim o orgulho?


“O orgulho levanta o coração contra Deus. Ele contende pela supremacia com
Ele.” Charles Bridges
O orgulho é uma atitude de confiança excessiva em si mesmo, de
independência em relação a Deus e de superioridade em relação aos outros.
Ele nega a honra e a glória que pertencem a Deus. Embora possa se
manifestar de várias maneiras, seu objetivo é sempre a busca pela própria
glória. Não é surpreendente, então, que Deus se oponha aos orgulhosos
(Soberbos 1 Pe 5.5.)

Oh, quão terríveis são os perigos do orgulho!


O orgulho pode destruir pastores, casamentos, famílias, relacionamentos e
igrejas. No entanto, a humildade traz ricas promessas, pois Deus não apenas
se opõe ao orgulho, mas também aceita a humildade.
Deus valoriza especialmente a humildade, olhando para aqueles que a
possuem. O homem humilde receberá graça e favor de Deus, pois sua
motivação é glorificar a Deus, não a si mesmo. Deus estenderá e manterá seu
favor sobre aqueles que buscam Sua vontade com humildade.

O autor está elogiando o conhecimento e amor de Timóteo pelas Escrituras,


destacando sua capacidade de falar sobre orgulho e humildade. Ele propõe
uma reflexão sobre o porquê de algumas igrejas prosperarem enquanto outras
não. Embora não tenha dado a resposta específica, indica que sabe a resposta
e sugere que é um assunto complexo.

Muitos crêem na Bíblia e a conhecem bem, reconhecendo sua importância


como guia confiável. No entanto, igrejas verdadeiramente fortes são aquelas
em que os membros estão crescendo em santificação e glorificando cada vez
mais a Deus, tanto em suas vidas públicas quanto privadas e os líderes não
apenas ensinam a sã doutrina, mas também exemplificam a aplicação
consistente da Palavra de Deus em suas próprias vidas. É nessa combinação
de conhecimento e prática que as igrejas prosperam e glorificam a Deus.

O autor diz que, com confiança, acredita que, daqui a dez anos, o ministério de
Timóteo terá prosperado na medida em que ele tenha ensinado as Escrituras
de maneira adequada e as tenha aplicado consistentemente em sua própria
vida, na vida de sua família, entre seus colegas presbíteros e em sua igreja.
Ele enfatiza que igrejas eficazes são construídas não apenas pelo ensino da
verdade bíblica, mas também pela aplicação dessa verdade, com a graça de
Deus.

Algumas formas específicas com as quais C. J.


Mahaney procura tremer diante da Palavra de Deus.
“O homem orgulhoso pode respeitar a Palavra de Deus, pode acreditar nela, e até mesmo
ensiná-la, mas tremer diante da Palavra de Deus é exclusividade dos humildes”

Então, que passos práticos um cristão pode dar para cultivar a humildade
e desta forma tremer diante da Palavra de Deus?

Lista anual de C. J. Mahaney


1. Estudar os atributos de Deus (Focando-me especialmente nos
atributos incomunicáveis): Aqueles que não possuem nenhum reflexo
ou equivalente no ser humano ou em qualquer parte da criação.
Considere a infinitude de Deus. Ele é ilimitado e onipresente, não tendo
nenhum ponto de concentração ou localização específica. Ele é auto-
existente e auto-suficiente, enquanto toda a criação depende Dele.
Refletir sobre a grandeza de Deus enfraquece o orgulho e nos leva à
humildade. É uma bondade de Deus revelar em Sua Palavra a Sua
singularidade incompreensível, ajudando-nos a cultivar a humildade.
2. Nunca se desvie do caminho da cruz: Viva sempre consciente da
maravilhosa cruz, onde o Príncipe da Glória morreu. Nada é mais
importante do que a centralidade do sacrifício de nosso Salvador. “Como
alguém pode ser arrogante quando se coloca ao lado da cruz?” Carl
Henry
3. Estude as doutrinas da graça: Ao estudar a eleição, chamado,
justificação e perseverança, lembre-se de que tudo em nossa vida cristã
vem de Deus, termina em Deus e depende dele. Essas doutrinas nos
ensinam a não nos vangloriar. A arrogância pessoal e uma verdadeira
apreciação pela teologia reformada não podem co-existir; a verdade
expulsará o orgulho de seu covil.

4. Estude a doutrina do pecado: Ao compreender a profundidade e a


corrupção do pecado em nossa vida, não podemos nos orgulhar de nós
mesmos. Antes de estudar o pecado, é importante estudar a santidade
de Deus, pois nela encontramos a ausência total de pecado. Isso nos
permite abordar o estudo do pecado de forma adequada.
5. Ponha a doutrina do pecado em prática: Existem dois grupos de
pecadores: aqueles que admitem seu pecado e aqueles que não
admitem. Entre aqueles que admitem, há dois outros grupos: aqueles
que tomam uma atitude em relação a isso e aqueles que não fazem
nada. O cristão humilde é aquele que toma uma atitude, especialmente
através da confissão e busca pela correção. É fácil admitir nossa
depravação geral, mas é difícil confessar áreas específicas de pecado
em nossas vidas. Devemos confessar nossos pecados a Deus e,
quando apropriado, aos irmãos.

Obs.: Recomendo que cada pastor (Cristão) tenha um grupo de homens


com quem possa se abrir e confessar seus pecados regularmente.
Essas confissões devem ser completas e específicas, sem seleção ou
parcialidade. Além disso, buscar a correção em áreas de caráter é
essencial. Um pastor deve ser persistentemente receptivo a feedback e
disposto a pedir ajuda quando necessário. Isso contribui para a saúde
espiritual e evita falhas no ministério causadas pela falta de confissão e
correção.

Os itens que C. J. Mahaney citou ajudarão qualquer cristão a crescer em


humildade, mas os que estão alistados a seguir se aplicam
especificamente a pastores.

1. Estude diligentemente, mas reconheça suas limitações teológicas. Você


será confrontado com questões que não pode responder, tanto por seus
filhos quanto pelos membros da congregação. Lembre-se de que na
estimativa de Calvino mesmo os melhores teólogos estão certos apenas
em cerca de 80% das vezes. Reconheça que suas ideias não são
originais e que está construindo sobre o conhecimento de outros. Seja
humilde em suas atitudes, tom de voz e conversas, consciente de suas
limitações e dependente dos ensinamentos dos que vieram antes de
você. “Além do mais, até onde eu saiba, nunca tive algum pensamento
original. Quando ensino ou aconselho, estou me beneficiando dos trabalhos de
homens melhores e mais sábios que vieram antes de mim. Se hoje enxergo
alguma coisa, é apenas porque me apoio nos ombros deles”

2. Antes de pregar, leia Spurgeon. Busque ler um sermão dele na noite


anterior sobre o mesmo assunto ou texto que você estará pregando.
Spurgeon exemplifica como a pregação deve ser feita, ao mesmo tempo
em que lembra que você não pode pregar da mesma forma. Ler as
palavras do "Príncipe dos Pregadores" diminui minha opinião sobre meu
próprio sermão e aumenta minha dependência de Deus.

3. É importante utilizar ilustrações e exemplos em sermões e


aconselhamentos que não envolvam elogios ou autopromoção. Ao
inserir confissões pessoais apropriadas ou histórias que tragam
humildade, enriquecemos nossa mensagem. Essas são as coisas que
as pessoas mais lembram e se conectam. Além disso, compartilhar
experiências humildes oferece um exemplo desafiador de humildade
para aqueles que nos ouvem.

4. Reconheça que, embora você seja um instrumento vital da graça para


sua igreja e para aqueles que você serve você também é substituível e
relativamente insignificante. Charles DeGaulle observou isto: “Os
cemitérios estão cheios de homens indispensáveis”

Conclusão:

Comece o dia reconhecendo sua dependência de Deus e expressando gratidão


a Ele. Pratique as disciplinas espirituais diariamente para cultivar a humildade.
Aproveite o tempo para memorizar e meditar nas Escrituras durante o trajeto.
Deposite suas preocupações nas mãos de Deus ao longo do dia. Ao fim do dia,
transfira a glória para Deus e confie a Ele o que não pôde ser concluído.
Reconheça que, como pastor, você é um meio de graça, mas não pode salvar
ninguém. Durma reconhecendo sua incapacidade e a dependência de Deus.
Que todas essas práticas sejam motivadas pela graça e pelo descanso na obra
de Cristo. Esteja aberto para compartilhar como Deus tem agido em sua vida.

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