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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

IBRAG
DEPARTAMENTO DE BIOFÍSICA E BIOMETRIA

CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 2020/01 (12/12/20)

NOME: Yan Ribeiro Kurtz de Assumpção


MATRÍCULA: 201710097711
SEGUNDA PROVA PARCELADA

QUESTÃO 1 - Duas cepas bacterianas de E. coli (uma selvagem para os


mecanismos de reparo de DNA e outra deficiente na proteína DNA polimerase I)
foram irradiadas com diferentes doses de uvC . Com base nas tabelas abaixo:

a) Construa as respectivas curvas de sobrevivência;

Obs: Professor, não consegui escanear a folha, então colocarei o resultado dos cálculos
aqui também, para o senhor se guiar, caso não consiga observar o gráfico direito.
CEPA 1 CEPA 2
N0 (0 J/m²) 1x100 1x100
N1 (5 J/m²) 1x100 1x10-1
N2 (10 J/m²) 1x100 5x10-3
N3 (20 J/m²) 5x10-2 1x10-3
N4 (40 J/m²) 1x10-2 5x10-5

b) Identifique ambas as cepas. Justifique;

R: A cepa 1 corresponde a cultura bacteriana selvagem, pois a curva se mantém estável


nos primeiros testes e depois ocorre o decaimento de forma gradual, demonstrando que
os sistemas de reparo estão em ação. A cepa 2 corresponde a cultura bacteriana com
deficiência na proteína DNA polimerase I, pois o decaimento da curva ocorre de forma
abrupta, demonstrando que os sistemas de reparo não estão funcionando corretamente.

c) Descreva o principal mecanismo de reparo envolvido na correção destas


lesões;

R: Normalmente, na cepa selvagem, ao sofrer efeito da radiação ultravioleta, serão


formadas lesões na fita de DNA, que serão corrigidas a partir do reparo de excisão de
nucleotídeo (NER). Primeiramente, um dímero de UvrA é formado e se ligará a lesão;
em seguida, esse dímero será reconhecido pela UvrB, que se ligará a UvrA e causará
seu desligamento da fita. A partir disso, a UvrC se ligará a UvrB formando o complexo
UvrBC, onde a UvrB fará um corte no sentido 5’ e a UvrC no sentido 3’ da lesão. Após
esses processos, a UvrD (topoisomerase) retirará a fração lesionada da fita, formando
uma lacuna na molécula, que será reconhecida pela DnaPol I, onde ocorrerá a
polimerização de uma fração nova - corrigida - e a ligação dessa fração nova à fita
antiga, a partir da ação da Ligase.
QUESTÃO 2 – Além da curva de sobrevivência, a cepa deficiente na DNA polimerase I,
na dose de 5J/m2, foi submetida a uma técnica de medição de quebras de DNA. Como
você descreveria o gráfico obtido nas seguintes situações:

R: Há dois gráficos possíveis para esse caso (gráfico 1 e 2). No gráfico 1 (em ambiente
sem luz, onde não ocorre a fotorreativação), o número de quebras de DNA continuará
estável ao longo do tempo, pois a cepa 2 é deficiente para a proteína DNA Polimerase
I, que é a polimerazadora de novas fitas corrigidas; tendo somente a ação do complexo
UvrABCD, que realizará a excisão da fração lesionada da fita, ou seja, não ocorrerá a
correção das quebras na fita de DNA. No gráfico 2 (ambiente com luz, onde ocorre a
fotorreativação), a cepa 2 também não sofrerá a ação da DNAPol I, porém ainda terá a
ação do mecânismo de fotorreativação, ou seja, as fitas de DNA serão corrigidas pela
ligação da fotoliase a lesão causada pelos raios UV, não sendo necessária a ação da
DNA Pol I.

QUESTÃO 3 – Diferentes tecidos do corpo apresentam diferentes sensibilidades as


radiações ionizantes. Geralmente células muito diferenciadas são radiorresistentes.
Entretanto, algumas vezes estas células morrem quando a região é irradiada com baixas
doses de radiação. Com você explica esse fato?

R: Existem diversos tipos de abordagens que modificam a radiossensibilidade celular,


como: qualidade da radiação, fracionamento da dose, efeito oxigênio e a ação no ciclo
celular. A qualidade da radiação está diretamente relacionada com o tipo de radiação
que é direcionada para as células como radiação gama, alfa, etc. O fracionamento de
dose é caracterizado pela redução na quantidade de radiação por dose e o no aumento
de números de doses, a fim de preservar o tecido bom em volta do tumor; realizando
“enfraquecimento” da célula cancerígena ao longo do tratamento e permitindo o
desenvolvimento de respostas contra danos causados pela radiação. O efeito oxigênio
baseasse no conhecimento de que células irradiadas na presença de oxigênio são mais
sensíveis do que na ausência de oxigênio, visto que o oxigênio aumenta o número de
radicais livres no interior das células, aumentando, por conseguinte, a
radiossensibilidade das células e também por se ligar as quebras de fitas simples
provadas pela radiação, impedindo o reparo das fitas. Há também a irradiação durante
a fase M e G2 do ciclo celular, onde as células são mais sensíveis a radiação, pois estão
em grande processo de replicação, ou seja, seu DNA fica mais exposto a radiações. Em
radioterapia também são empregadas combinações de métodos, como a junção do
efeito oxigênio e o fracionamento de dose. Essa combinação consiste na irradiação
fragmentada, a fim de afetar, inicialmente, somente as células que possuem oxigênio,
permitindo que oxigênio – proveniente dos capilares- se difunda para o restante das
células que estavam em hipoxia; em seguida, é realizada uma nova irradiação,
eliminando as células em hipoxia e expondo as células em anoxia ao oxigênio,
permitindo com que sejam afetadas pela próxima dose de radiação. Ou seja, esse
método aumenta a radiossensibilidade das células ao longo do tratamento.

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