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De acordo com Collares e Moysés (1986), existe um processo social e

escolar de patologizar algumas práticas da própria infância, principalmente dentro


do contexto escolar, com objetivo de gerar uma consequência de medicalização em
detrimento de uma análise dos fatores sociais, familiares, escolares, estruturais que
permeia aquele discente e reflete na sua vida acadêmica. Logo, ao atender uma
demanda de queixa escolar é impreterível que o psicólogo se mantenha ainda mais
alerta a outras variáveis que irão refletir no desempenho escolar do aluno.
Nesse viés, elaborar um documento psicológico oriundo do processo de
avaliação é uma tarefa crucial para profissionais da psicologia principalmente
quando de contextos como o ambiente escolar. O objetivo principal é registrar de
forma detalhada e sistemática as informações obtidas durante a avaliação
psicológica de um indivíduo a partir de uma demanda apresentada por professores,
ou pelos pais do aluno considerando queixas em relação ao ambiente escolar.
Para elaborar um documento psicológico detalhado, é necessário pontuar as
informações de identificação do discente em questão, nome, idade, nível de
escolarização; informações sobre o contexto, o que levou aos professores e pais a
procurarem uma avaliação psicológica - deve conter informações sobre a vida
acadêmica, descrição do ambiente familiar e de quaisquer fatores externos que
influenciam no desempenho escolar; devem ser estruturados as metodologias e
ferramentas utilizadas para a realização da avaliação; seguido dos resultados
quantitativos e qualitativos das avaliações realizadas; realizar uma análise dos
dados coletados, por fim concluir o documento com as considerações finais,
recomendações, considerações éticas e os dados de identificação do psicólogo
(BUENO; PEIXOTO, 2018).
Fundamento nessa concepção, a presença de um profissional de psicologia
dentro do ambiente escolar, só ratifica a importância de uma equipe multidisciplinar
no desenvolvimento físico, motor, cognitivo e psicossocial dos estudantes
(ANDALÓ, 1984).
A presença de uma equipe multiprofissional pode promover o
desenvolvimento emocional e social; identificação de possíveis problemas de
aprendizado, comportamentais ou emocionais de maneira precocemente; apoio às
necessidades individuais por meio de aconselhamento e orientação; assim como,
mediação de conflitos (DIAS; PATIAS; ABAID, 2014).
REFERÊNCIAS
ANDALÓ, C. O papel do Psicólogo escolar. Psicologia, ciência e profissão. 1984.
BUENO, J; PEIXOTO, E. Avaliação Psicológica no Brasil e no Mundo. Psicologia,
ciência e profissão. 2018.
COLLARES, C; MOYSÈS, M. Educação ou Saúde? Educação X Saúde? Educação
e Saúde! Cadernos CEDES. v. 15. 1986.
DIAS, A; PATIAS, N; ABAID, J. Psicologia Escolar e possibilidades de atuação do
psicólogo: algumas reflexões. Revista Quadrimestral da Associação Brasileira
de Psicologia Escolar e Educacional. 2014.

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