UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE

Centro de Educação, Letras e Artes

Licenciatura em Letras/Língua Portuguesa

Leitura e Produção de Textos I

2023

FICHA DE LEITURA

1. Identificação do texto

KOCH, I. V; ELIAS, V. M. Escrita e Interação. In: KOCH, I. V; ELIAS, V. M. Ler e

Escrever: estratégias de produção textual. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2018, p.
31-44.

2. Objetivo do texto

Neste capítulo, KOCH e ELIAS sustentam a ideia de que a escrita é uma ação fundamentada na
interação. Sendo evidente porque: 1) a escrita ocorre com a presença implícita de um destinatário,
mesmo o destinatário sendo o próprio autor; 2) a revisão do texto é um processo iterativo,
realizado tantas vezes quanto necessário, com o propósito de alinhar o conteúdo ao interesse do
escritor e à compreensão do leitor. O capitulo dois de uma forma explicativa tem por objetivo,
definir a escrita com foco na língua, com foco no escritor e com foco na interação. É destacado
também, de como atualmente a escrita faz parte do cotidiano das pessoas, seja por meio de uma
produção textual, seja por meio de uma leitura de um texto escrito.

3. Breve resumo do texto

Já teve dias em que a escrita era uma atividade proporcionada apenas para alguns privilegiados,
porém, nos dias atuais, a prática da escrita é algo comum, se tornando parte do nosso cotidiano.
Muitos estudos já foram conduzidos abordando vários conceitos que dizem respeito à escrita
como uma manifestação do pensamento, como o domínio das regras linguísticas ou até como uma
"atividade restrita". Entende-se que compreender o que é a escrita, requer a adoção de uma
concepção específica de linguagem, bem como de texto e do indivíduo que a utiliza. Há uma
compreensão de escrita com foco na língua, nessa concepção de sujeito como pré-determinado
pelo sistema, o texto é visto como algo a ser simplesmente interpretado, sem espaço para
interpretações sutis. A compreensão de escrita com foco no escritor é a que engloba a ideia de
que, ao escrevermos, estamos simplesmente expressando os nossos pensamentos. O escritor
controla suas ações e intenções, desconsiderando o conhecimento prévio e a necessidade de
interação com o leitor. A escrita com foco na interação considera as intenções do autor, levando
em conta os conhecimentos do leitor, que também passa a ser parte do processo como sujeito
ativo e construtor de sentido

4. Conceitos discutidos no texto

Conceito de escrita com foco na escrita - “Nessa concepção de sujeito como (pré)determinado
pelo sistema, o texto é visto como simples produto de uma decodificação realizada pelo escritor a
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ser decodificado pelo leitor, bastando a ambos, para tanto, o conhecimento do código utilizado.”
(KOCH; ELIAS, 2018, p.33, grifos do autor)

Conceito de escrita com foco no escritor - “[...] A escrita, assim, é entendida como uma atividade
por meio da qual aquele que escreve expressa seu pensamento, suas intenções, sem levar em
conta as experiências e os conhecimentos do leitor ou a interação que envolve esse processo.”
(KOCH; ELIAS, 2018, p.33, grifos do autor)

Conceito de escrita com foco na interação – “Nessa concepção interacional (dialógica) da língua,
tanto aquele que escreve como aquele para quem se escreve são vistos como atores/construtores
sociais, sujeitos ativos que – dialogicamente - se constroem e são construídos no texto, este
considerado um evento comunicativo para o qual concorrem aspectos linguísticos, cognitivos,
sociais e interacionais.” (BEAUGRANDE, 1997 apud KOCH; ELIAS, 2018, P.34, grifos do autor)

Conceito de escrita com foco no conhecimento de textos – “Nesse sentido, falar de conhecimento
de textos significa também falar de intertextualidade, um princípio que entra na constituição de
qualquer texto, visto que este é produzido em resposta a outro texto, sempre.” (KOCH; ELIAS,
2018, P.43-44, grifos do autor)

5. Destaques

▪ “Nessa concepção interacional (dialógica) da língua, tanto aquele que escreve como
aquele para quem se escreve são vistos como atores/construtores sociais, sujeitos ativos
que – dialogicamente - se constroem e são construídos no texto, este considerado um
evento comunicativo para o qual concorrem aspectos linguísticos, cognitivos, sociais e
interacionais.” (BEAUGRANDE, 1997, grifos do autor)

▪ “Entendemos, pois, a escrita como a atividade de produção textual.” (TORRANCE &

GALBRAITH, 1999)

▪ “A memória deixa de ser vista como um auxiliar do conhecimento, passando a ser

considerada parte integrante dele, ou mesmo como a forma de todo o conhecimento: o
conhecimento nada mais é que estruturas estabilizadas na memória de longo prazo, que
são utilizadas para o reconhecimento, a compreensão de situações – e de textos -, a ação e
a interação social.” (KOCH, 2002: 40)

▪ “É verdade que esses “modelos” são flexíveis e sofrem alterações longo do tempo, fato
esse acentuado no princípio de “estabilidade relativa” constitutivo dos gêneros textuais.”
(BAKHTIN, 1992)

6. Observações adicionais
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 Ao iniciar o capítulo 2, KOCH e ELIAS afirmam que, nos dias atuais, a escrita se tornou algo
comum e que mesmo pessoas pouco privilegiadas podem ter acesso. Trazendo em seu
texto uma leve questão social; ou seja, antes uma prática que era de difícil acesso e
considerada apenas para os eruditos e pessoas privilegiadas, agora pode ser usada para a
comunicação, trabalho e outras questões.
 As autoras deixam bem claro e explicativo os conceitos, sempre se utilizando de exemplos
como: tirinhas, anúncios e textos. Fazendo com que a leitura fique compreensiva e o leitor
entenda de uma forma simples o texto.