ESCRITA E PRÁTICAS COMUNICATIVAS ESCRITA E INTERTEXTUALIDADE
Ingedore Villaça Koch
Vanda Maria Elias O MODO COMO CONCEBEMOS A ESCRITA NÃO ESTÁ DISSOCIADO DO MODO PELO QUAL SE ENTENDE A LINGUAGEM, O TEXTO E O SUJEITO QUE O ESCREVE
1- Escrita: foco na Língua – pensa-se que basta
conhecer as regras gramaticais da língua e ter um bom vocabulário. - De acordo com essa visão de escrita, pensa-se, então, uma concepção de Linguagem como um sistema pronto, acabado, devendo o escritor se apropriar desse sistema e de suas regras. - Assim, o Texto é entendido como um simples produto de uma codificação realizada pelo escritor a ser decodificado pelo leitor, bastando, para ambos, o conhecimento do código utilizado. 2- Escrita: foco no escritor – alguns entendem a escrita como representação do pensamento (um sujeito visto como um ego que constrói uma representação mental, “transpõe” essa representação para o papel e deseja que seja “captada” pelo leitor da maneira como foi mentalizada. - A escrita é entendida como uma atividade, por meio da qual, quem escreve expressa seu pensamento, suas intenções, sem levar em conta as experiências e o conhecimento do leitor. - O Texto é entendido como um produto do pensamento do escritor. 3- Escrita: foco na interação – concepção pela qual a escrita é entendida como produção textual, que exige do escritor a ativação de conhecimentos e a mobilização de estratégias variadas ( o produtor de textos “pensa” no que vai escrever e em seu leitor) - Sob essa concepção interacional, quem escreve e para quem se escreve, são vistos como atores/ construtores sociais, sujeitos ativos que – dialogicamente- se constroem e são construídos no texto. - O Texto é compreendido como um evento comunicativo para o qual concorrem aspectos linguísticos, cognitivos, sociais e interacionais. A ESCRITA E ATIVAÇÃO DE CONHECIMENTOS 1- Conhecimento Linguístico – ortografia, gramática, léxico da língua 2- Conhecimento Enciclopédico – conhecimento sobre as coisas do mundo que se encontram armazenadas em nossa memória 3- Conhecimento Interacional – ativação de conhecimentos que o escritor possui sobre práticas interacionais diversas, histórica e culturalmente constituídas. GÊNEROS TEXTUAIS - De acordo com Marcuschi (2002), os Gêneros Textuais (GTs) são práticas socialmente constituídas com propósito comunicacional, configuradas concretamente em textos. - Competência Metagenérica – diz respeito ao conhecimento de genêros textuais, sua caracterização e função. É essa competência que nos possibilita a escolha adequada do que produzir, textualmente, nas situações comunicativas de que participamos. - Capacidade Metatextual – é a capacidade que adquirimos, pelo contato com textos da vida cotidiana (avisos, bilhetes, e- mails, catálogos, receitas médicas, artigos de jornais etc), de nos orientar quanto à construção e compreensão de textos de gêneros variados. - É importante lembrar que os GTs são compostos por Tipos Textuais (TTs), compreendidas como Sequências Textuais (narração, descrição, dissertação, injunção, exposição, argumentação) INTERTEXTUALIDADE - Todo texto faz remissão a outro(s) texto(s), efetivamente, já produzido(s) e que faz(em) parte da memória social dos produtores e leitores. Isso é Intertextualidade. - Modos de constituição da Intertextualidade: 1- Intertextualidade não-explícita – não explicita a fonte do texto citado. 2- Intertextualidade explícita – as fontes textuais são explicitadas. 3- Intertextualidade intergêneros – ocorre quando o escritor produz um gênero em formato diferente do que é esperado, dependendo do propósito que tem em mente. REFERÊNCIA
.KOCH, Ingedore Villaça e ELIAS, Vanda
Maria. Ler e escrever: estratégias de produção. São Paulo: Contexto, 2014.