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Introdução
Devemos almejar o crescimento da Igreja de Cristo. Recebemos um comissionamento
de ir e pregar o Evangelho a toda criatura (Mt 28.19) e Deus espera que, fortificados
na Graça de Cristo, estejamos dando sequencia à cadeia de transmissão de suas
verdades (2 Tm 2.1-2).
Por outro lado, nosso desejo de ver crescimento numérico não pode se sobrepor aos
nossos deveres de fidelidade ao conteúdo do Evangelho, nem representar uma
aceitação acrítica de qualquer método e nem desconsiderarmos a doutrina da
Soberania de Deus e que a ele pertencem os resultados. Nossa compreensão do que
é a conversão deve permanecer, de igual modo, biblicamente intacta, isto é: a
conversão é em sua essência um milagre da parte de Deus e não um mero
convencimento da vontade humana.
Nos últimos anos tem-se escrito muito sobre o crescimento de igrejas. Conferências e
convenções têm muitas vezes propagado os métodos e visões do que ficou conhecido
como o Movimento de Crescimento de Igrejas.
Neste campo, um dos maiores líderes é o Dr. Peter C. Wagner. Será que temos neste
Movimento a visão bíblica de crescimento? Será que existem neste movimento
ensinamentos que não encontram base bíblica?
Será que não estamos caindo na compreensão de que podemos produzir conversões
em abundância se apenas utilizarmos um pouco mais de astúcia e sagacidade em
nossos planos, esquecendo o que a Palavra nos ensina?
Tendo sido criado à imagem e semelhança de Deus, o homem é um ser que planeja,
também, mesmo em sua condição de pecador e mesmo com esta imagem afetada
pelo pecado. Cada um de nós procura, consequentemente, determinar metas e
visualizar nossas ações antes destas ocorrerem (Pv 13.19 e 16.9).
Nada de "qualquer um faz qualquer coisa, a qualquer hora", mas sim ações e
obrigações definidas e todas relevantes ao enfoque central das práticas de adoração.
Isto faz com que os planos efetivados possam ser frustrados — os resultados nem
sempre correspondem às ações que os objetivavam. Seria errado, então, planejar?
Uma leitura mais cuidadosa da passagem nos indica, entretanto, que não é errado
planejar, mas sim fazê-lo na pressuposição de que Deus está ausente do todo e dos
detalhes da vida do homem. Errado é projetar as coisas como se Deus não fosse
soberano, como se não detivesse o controle de tudo, como se a nossa existência
fosse a coisa mais importante no universo.
Este mesmo trecho nos ensina que, se tivermos a conscientização de que Deus está
acima de nossas intenções e planos, devemos e podemos planejar. Se qualificarmos o
nosso planejamento com o reconhecimento da sua soberania, devemos e podemos
planejar.
E verdade que a Palavra de Deus nos mostra que é correto (e desejável) planejar,
mas ela também enfatiza que a guerra que travamos é uma guerra espiritual. Não
lutamos contra carne e sangue, mas sim contra principados e potestades. Em adição a
isso, a conversão não é um mero exercício de persuasão humana, mas sim um
milagre da parte de Deus, operado no seu devido tempo, utilizando os seus frágeis
servos humanos (Rm 10.13-15).
Deus não nos deixou órfãos, nem nos criou como robôs. Ele nos revelou a sua
vontade prescritiva, que são os mandamentos, os ensinamentos, as diretrizes, os
aconselhamentos e as admoestações encontradas na Palavra de Deus. Dentro dessa
esfera temos a responsabilidade e o dever de planejar nossas ações, mas não de
arbitrarmos as metas e resultados que só a Deus pertencem
Devemos estar sempre medindo nossa mensagem por nossa compreensão teológica,
das doutrinas que a Bíblia nos ensina e devemos ter ousadia e fidelidade de transmitir
estas doutrinas, mesmo que pareçam humanamente chocantes (At 20.27). Peter
Wagner, entretanto, diz, em um de seus livros, que considerações teológicas são de
pouca validade prática, em seus métodos.
É construído em cima do que ele chama de "pragmatismo consagrado ", isto é: aquilo
que julgamos que funciona deve ser aplicado na evangelização. Na prática isso resulta
em um "casuísmo cristão": os fins justificam os meios.
Os crentes passam a ser dirigidos não por princípios, como nos ensina a Palavra (Jo
14.15,21 e 15.10) mas por uma consideração, que varia de pessoa para pessoa, do
que funciona ou não. Muitas vezes as próprias diretrizes divinas são atropeladas em
prol de algo que "funcione".
Ela é vista como sendo o fruto de uma eficaz persuasão humana. A vontade do
homem é apresentada como sendo autônoma, impenetrável à soberania de Deus, a
não ser que o homem venha a "convidar" a Deus a habitar em seu coração. Lógico
que se fala do trabalho e da soberania de Deus, mas este sempre é tratado como se
estivesse sujeito à vontade humana.
É uma contradição, mas Peter Wagner ensina que "O que Deus faz é normalmente
previsível, no entanto nós também abrimos espaço para que também ele aja
soberanamente e de modo imprevisível".
Na realidade, o que ele propõe é que o método é tão determinante que pode chegar a
afetar o conteúdo, pois em uma outra afirmação, ensina: "A teoria de Crescimento da
Igreja apoia-se em uma abordagem fenomenológica que sustenta suas conclusões
teológicas um pouco mais em tentativas experimentais, estando aberta para reavaliá-
las quando necessário, à luz do que for aprendido através das experiências."
Em outro livro, Peter Wagner diz que "O que leva uma igreja a crescer, é ela estar no
lugar certo no tempo certo ".
Ou seja, apesar de todas as ressalvas sobre a soberania divina, nestes livros nos é
ensinado outra coisa: que o que produzirá o crescimento e engrandecimento do Reino
de Deus será não o soprar soberano do Espírito Santo (como Jesus ensinou em Jo
3.8), mas sim a correta identificação das oportunidades por parte dos homens e a
alocação de recursos e esforços no planejamento e execução dos objetivos.
CONCLUSÃO
Deus nos escolheu como transmissores das verdades, mas muitas vezes não veremos
os resultados. Paulo explicou, em Romanos 10.13-15 como Deus escolheu nos
utilizar, como pregadores do evangelho. Nesta tarefa devemos planejar, da melhor
forma, nossas ações.
Paulo continua, entretanto (v. 16 a 21), nos alertando para o erro de prevermos os
resultados dos nossos esforços de propagação do Evangelho, segundo os nossos
padrões de sucesso. Na realidade, ênfase é colocada na suprema soberania de Deus,
que encaminha os resultados para as esferas menos aparentes à percepção humana:
"...fui achado pelos que não me procuravam, revelei-me aos que não perguntavam por
mim ". (v. 20).
APLICAÇÃO INDIVIDUAL
Aprendemos sobre a soberania de Deus. Temos igualmente examinado nossas
responsabilidades de ação? Leia algumas vezes Romanos 10:13-15 e peça que Deus
lhe mostre claramente as oportunidades que está abrindo para que você compartilhe a
sua fé.
Decore Colossenses 4.6 e peça a Deus que lhe dê sabedoria e a palavra certa, para
que você possa transmitir os ensinamentos da Palavra de Deus com gentileza e
fidelidade. e concentração nas ações que Deus lhe comandou.