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O CRESCIMENTO DA IGREJA HOJE


2 Coríntios 4.1-7

Introdução
Devemos almejar o crescimento da Igreja de Cristo. Recebemos um comissionamento
de ir e pregar o Evangelho a toda criatura (Mt 28.19) e Deus espera que, fortificados
na Graça de Cristo, estejamos dando sequencia à cadeia de transmissão de suas
verdades (2 Tm 2.1-2).

A Igreja, subsistindo em paz, edificada e encaminhada no temor do Senhor e no


conforto do Espírito Santo, crescerá em número também (At 9.31). Para alcançar
crescimento e organização podemos planejar nossas ações, em oração.

Por outro lado, nosso desejo de ver crescimento numérico não pode se sobrepor aos
nossos deveres de fidelidade ao conteúdo do Evangelho, nem representar uma
aceitação acrítica de qualquer método e nem desconsiderarmos a doutrina da
Soberania de Deus e que a ele pertencem os resultados. Nossa compreensão do que
é a conversão deve permanecer, de igual modo, biblicamente intacta, isto é: a
conversão é em sua essência um milagre da parte de Deus e não um mero
convencimento da vontade humana.

Nos últimos anos tem-se escrito muito sobre o crescimento de igrejas. Conferências e
convenções têm muitas vezes propagado os métodos e visões do que ficou conhecido
como o Movimento de Crescimento de Igrejas.

Neste campo, um dos maiores líderes é o Dr. Peter C. Wagner. Será que temos neste
Movimento a visão bíblica de crescimento? Será que existem neste movimento
ensinamentos que não encontram base bíblica?

Será que não estamos caindo na compreensão de que podemos produzir conversões
em abundância se apenas utilizarmos um pouco mais de astúcia e sagacidade em
nossos planos, esquecendo o que a Palavra nos ensina?

1 - O PLANEJAMENTO É UMA ATIVIDADE DIVINA, DELEGADA


AOS HOMENS
Não estamos condenando o planejamento adequado nas nossas vidas e,
especificamente, na evangelização. Deus planejou tudo e executa o seu plano (Is
46.9-11). Ele deu ao homem o mandato de dominar a Criação (Gn 1.28) e de sujeitá-
la, para sua glória.

Tendo sido criado à imagem e semelhança de Deus, o homem é um ser que planeja,
também, mesmo em sua condição de pecador e mesmo com esta imagem afetada
pelo pecado. Cada um de nós procura, consequentemente, determinar metas e
visualizar nossas ações antes destas ocorrerem (Pv 13.19 e 16.9).

Deus determinou ao seu povo, debaixo da Antiga Aliança, que planejasse e


organizasse toda a sistemática das cerimônias religiosas que ele mesmo havia
instituído. Deus desejava, através dela, focalizar as atenções dos israelitas no Messias
que haveria de vir e redimir o seu povo.

Neste sentido, as festas e sacrifícios eram planejados e organizados e existia


considerável rigidez litúrgica, assim como sistematização e repetição.

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Nada de "qualquer um faz qualquer coisa, a qualquer hora", mas sim ações e
obrigações definidas e todas relevantes ao enfoque central das práticas de adoração.

Na esfera administrativa, a sobrecarga e desorganização generalizadas,


temporariamente experimentadas por Moisés, quando todas as decisões e definições
foram colocadas sobre seus ombros, foi prontamente estruturada por Deus, através da
palavra sábia de Jetro (Êx 18.13-26).

Deus fez com que um sistema de delegação e representatividade fosse rapidamente


estabelecido, aliviando Moisés de uma tarefa impossível, permitindo que o grande
legislador se concentrasse na tarefa de realmente liderar.

Deus não é, portanto, avesso ao planejamento e sistematização da nossa parte, tanto


mais porque ele próprio nos ensina que ele interage com a sua criação em seus
tempos determinados (Ec 3.1-8), definindo, consequentemente, padrões de ordem e
uma hierarquia de prioridades que devem nos auxiliar na execução dos nossos
deveres, como seus servos.

2 – O PLANEJAMENTO TEM QUE SER EXECUTADO SOB A


CONSCIENTIZAÇÃO DA SUPREMA SOBERANIA DE DEUS EM
TUDO
Quando lemos a carta de Tiago (4.13- 16) parece termos indicação de que definir o
que vamos fazer no dia de amanhã seria errado. Neste trecho Tiago alerta para a
impossibilidade do homem discernir os acontecimentos futuros que estão abrigados na
soberana providência de Deus.

Isto faz com que os planos efetivados possam ser frustrados — os resultados nem
sempre correspondem às ações que os objetivavam. Seria errado, então, planejar?

Uma leitura mais cuidadosa da passagem nos indica, entretanto, que não é errado
planejar, mas sim fazê-lo na pressuposição de que Deus está ausente do todo e dos
detalhes da vida do homem. Errado é projetar as coisas como se Deus não fosse
soberano, como se não detivesse o controle de tudo, como se a nossa existência
fosse a coisa mais importante no universo.

Realizar planos sem a percepção da fragilidade de nossa vida e da nossa posição


perante o Criador, isto, sim, é errado. Mais errado ainda é o homem se orgulhar dos
planos que faz, como se fossem eles a causa final dos resultados obtidos, como nos
diz o verso 16, na passagem bíblica acima referida.

Este mesmo trecho nos ensina que, se tivermos a conscientização de que Deus está
acima de nossas intenções e planos, devemos e podemos planejar. Se qualificarmos o
nosso planejamento com o reconhecimento da sua soberania, devemos e podemos
planejar.

Se especificamente e seguramente afirmarmos a nossa limitação de conhecimento


indicando que as coisas planejadas ocorrerão "se Deus qui-ser", então devemos e
podemos planejar o que faremos e executaremos. "Faremos isto ou aquilo", diz o
texto, se Deus for servido em nos conservar com vida, e os resultados advirão dele.

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3 - O PLANEJAMENTO CORRETO É O PLANEJAMENTO DE


AÇÕES E NÃO O DOS RESULTADOS
Um dos maiores problemas do Movimento de Crescimento de Igrejas, é a
pressuposição básica, de que podemos e devemos planejar os resultados ou
estabelecermos metas quantitativas, no que diz respeito à evangelização e ao
crescimento da Igreja local, ou nacional. Não acreditamos que este planejamento de
resultados encontre base bíblica.

E verdade que a Palavra de Deus nos mostra que é correto (e desejável) planejar,
mas ela também enfatiza que a guerra que travamos é uma guerra espiritual. Não
lutamos contra carne e sangue, mas sim contra principados e potestades. Em adição a
isso, a conversão não é um mero exercício de persuasão humana, mas sim um
milagre da parte de Deus, operado no seu devido tempo, utilizando os seus frágeis
servos humanos (Rm 10.13-15).

Esta conversão de pecadores representa a execução do santo decreto de Deus, do


qual não participou homem algum. Deus chama os seus no seu tempo apontado (At
13.48) utilizando a nós, servos falíveis. Não podemos, portanto, confundir
planejamento com determinação prévia, de nossa parte, dos resultados almejados.

Deus não nos deixou órfãos, nem nos criou como robôs. Ele nos revelou a sua
vontade prescritiva, que são os mandamentos, os ensinamentos, as diretrizes, os
aconselhamentos e as admoestações encontradas na Palavra de Deus. Dentro dessa
esfera temos a responsabilidade e o dever de planejar nossas ações, mas não de
arbitrarmos as metas e resultados que só a Deus pertencem

4 - É POSSÍVEL SE TER UMA VISÃO ERRADA DOS MÉTODOS


E PLANEJAMENTO NA IGREJA
Muitos métodos modernos de planejamento e crescimento da igreja são o resultado de
uma visão humanista e pragmática do evangelho, que retira o aspecto sobrenatural e
soberano da ação do Espírito Santo de Deus. A evangelização moderna derivou muito
de sua prática dos ensinos de Charles G. Finney. Este negam, em tese e prática, a
soberania divina.

Na essência do seu ensino, Finney prescreveu métodos e planejamentos que traziam


em si o conceito de que a evangelização é como uma receita dc bolo: se os
ingredientes forem corretamente adicionados e misturados no tempo correto, os
resultados advirão.

Uma das afirmações de Finney, encontrada no prefácio de sua Teologia Sistemática,


era que "... um reavivamento não é um milagre ou não depende de um milagre, em
qualquer sentido. E meramente o resultado filosófico da aplicação correta dos
métodos".

Devemos estar sempre medindo nossa mensagem por nossa compreensão teológica,
das doutrinas que a Bíblia nos ensina e devemos ter ousadia e fidelidade de transmitir
estas doutrinas, mesmo que pareçam humanamente chocantes (At 20.27). Peter
Wagner, entretanto, diz, em um de seus livros, que considerações teológicas são de
pouca validade prática, em seus métodos.

O Movimento de Crescimento de Igrejas, nas palavras de Peter Wagner, "apoia-se


principalmente nas ciências sociais e no método científico das mesmas ".

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É construído em cima do que ele chama de "pragmatismo consagrado ", isto é: aquilo
que julgamos que funciona deve ser aplicado na evangelização. Na prática isso resulta
em um "casuísmo cristão": os fins justificam os meios.

Os crentes passam a ser dirigidos não por princípios, como nos ensina a Palavra (Jo
14.15,21 e 15.10) mas por uma consideração, que varia de pessoa para pessoa, do
que funciona ou não. Muitas vezes as próprias diretrizes divinas são atropeladas em
prol de algo que "funcione".

5 - MUITAS VEZES O PLANEJAMENTO VAI CONTRA O


CONCEITO DA SOBERANIA DE DEUS
Muitos livros produzidos pelo Movimento de Crescimento de Igrejas apresentam um
planejamento de resultados fundamentado em um conceito humanista do que seja a
conversão.

Ela é vista como sendo o fruto de uma eficaz persuasão humana. A vontade do
homem é apresentada como sendo autônoma, impenetrável à soberania de Deus, a
não ser que o homem venha a "convidar" a Deus a habitar em seu coração. Lógico
que se fala do trabalho e da soberania de Deus, mas este sempre é tratado como se
estivesse sujeito à vontade humana.

É uma contradição, mas Peter Wagner ensina que "O que Deus faz é normalmente
previsível, no entanto nós também abrimos espaço para que também ele aja
soberanamente e de modo imprevisível".

Ou seja, segundo ele, a soberania e imprevisibilidade de Deus é exercitada nos


espaços "que nós abrimos". Lógico que se apresenta Deus como sendo o diretor dos
passos dos homens, mas a soberania divina tem o seu conceito bíblico modificado e
as ações divinas são, em muitas ocasiões, apresentadas como sendo meras reações
aos passos de um homem que é senhor do seu destino. Esta compreensão não é
bíblica (Is 14.24) e fere a doutrina da soberania de Deus.

5 - É UM ERRO ACHAR QUE O CRESCIMENTO DA IGREJA É


UMA CONSEQÜÊNCIA NATURAL DA NOSSA ESTRATÉGIA E
EXPERIÊNCIA
Muitos métodos de crescimento estabelecem as metas numéricas ou quantitativas,
como consequências naturais do esforço organizado e do planejamento empregado
pelas pessoas envolvidas com as tarefas.

Em vários desses livros a experiência é o fator determinante da teologia, em vez de


ser o contrário. A interpretação da Bíblia, também fica sujeita a experiência humana.
Peter Wagner chega a aconselharas igrejas a "...reexaminar as Escrituras à luz da
experiência e reavaliar sua Teologia de acordo com a mesma".

Na realidade, o que ele propõe é que o método é tão determinante que pode chegar a
afetar o conteúdo, pois em uma outra afirmação, ensina: "A teoria de Crescimento da
Igreja apoia-se em uma abordagem fenomenológica que sustenta suas conclusões
teológicas um pouco mais em tentativas experimentais, estando aberta para reavaliá-
las quando necessário, à luz do que for aprendido através das experiências."

Em outro livro, Peter Wagner diz que "O que leva uma igreja a crescer, é ela estar no
lugar certo no tempo certo ".

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Ou seja, apesar de todas as ressalvas sobre a soberania divina, nestes livros nos é
ensinado outra coisa: que o que produzirá o crescimento e engrandecimento do Reino
de Deus será não o soprar soberano do Espírito Santo (como Jesus ensinou em Jo
3.8), mas sim a correta identificação das oportunidades por parte dos homens e a
alocação de recursos e esforços no planejamento e execução dos objetivos.

Isso é um planejamento humanista errôneo de metas, em vez do planejamento


saudável das ações.

CONCLUSÃO
Deus nos escolheu como transmissores das verdades, mas muitas vezes não veremos
os resultados. Paulo explicou, em Romanos 10.13-15 como Deus escolheu nos
utilizar, como pregadores do evangelho. Nesta tarefa devemos planejar, da melhor
forma, nossas ações.

Paulo continua, entretanto (v. 16 a 21), nos alertando para o erro de prevermos os
resultados dos nossos esforços de propagação do Evangelho, segundo os nossos
padrões de sucesso. Na realidade, ênfase é colocada na suprema soberania de Deus,
que encaminha os resultados para as esferas menos aparentes à percepção humana:
"...fui achado pelos que não me procuravam, revelei-me aos que não perguntavam por
mim ". (v. 20).

O grande pregador Thomas Boston, escreveu o seguinte: "...pescadores podem


trabalhar muito e nada apanhar. Contudo, nem por isso abandonam o seu trabalho.
Assim os pregadores podem pregar bastante e não obstante não apanhar qualquer
alma (Is 49.4 e 53.1), mas não devem desistir por isso... Fortaleçamo-nos e não
demos lugar a esses desencorajamentos".

APLICAÇÃO INDIVIDUAL
Aprendemos sobre a soberania de Deus. Temos igualmente examinado nossas
responsabilidades de ação? Leia algumas vezes Romanos 10:13-15 e peça que Deus
lhe mostre claramente as oportunidades que está abrindo para que você compartilhe a
sua fé.

Decore Colossenses 4.6 e peça a Deus que lhe dê sabedoria e a palavra certa, para
que você possa transmitir os ensinamentos da Palavra de Deus com gentileza e
fidelidade. e concentração nas ações que Deus lhe comandou.

AUTOR: NÃO INFORMADO PELA REVISTA

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