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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

DISCIPLINA DE GEOLOGIA E PALEONTOLOGIA– 2023/1


CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Profª: Valéria Gallo

O devorador de baleias ancestrais

Resenha do artigo :” O devorador de baleias ancestrais”


https://www.blogs.unicamp.br/colecionadores/2021/01/18/um-devorador-de-baleias-ancestrai
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Alunas: Letícia Lopes de Campos Ferro - 202210088411 e Fabíola Gomes da Silva


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Basilossaurídeos, o grande rei dos oceanos do Eoceno Médio

Basilossaurídeos eram cetáceos com o corpo alongado, que chegavam até 18 metros de
comprimento. Os fósseis mais antigos encontrados são do Eoceno Médio e são encontrados em
todo o mundo. Através dos fósseis desses cetáceos que paleontólogos tiveram as primeiras
pistas de que os golfinhos e baleias se originaram de mamíferos originalmente terrestres. E isso
só foi possível graças à preservação dos ossos vestigiais das patas traseiras. Essas nadadeiras
eram pequenas e provavelmente semelhantes às nadadeiras peitorais dos golfinhos atuais, isso
nos diz que os Basilossaurídeos não conseguiriam sustentar mais seu corpo na terra, seriam os
primeiros cetáceos completamente aptos à vida marinha. Além disso, também foram os
cetáceos mais antigos a mostrar a migração das narinas do focinho ao topo da cabeça.

Indícios de um formidável predador

Nos últimos tempos, achados recentes de novos restos fósseis de basilossaurídeos na região
do Egito, localizada no continente africano, revelaram interações nada amigáveis entre certas
espécies pertencentes a esse grupo. Alguns desses fósseis sugerem que o Basilosaurus isis,
era predador de uma espécie menor de basilosaurídeo chamada Dorudon atrox.
Em um estudo publicado em 2012, Julia M. Fahlke relata que foram encontrados fósseis das
duas espécies de basilossaurídeos no mesmo local fossilífero. No entanto, algo peculiar
chamou a atenção: no local, foram encontrados fósseis tanto de jovens quanto de adultos de
Dorudon atrox, enquanto apenas os fósseis de adultos de Basilosaurus isis eram encontrados.
No mesmo estudo, Fahlke menciona que alguns dos crânios de D. atrox apresentavam
grandes marcas de mordida, que foram interpretadas como ferimentos fatais. Essa descoberta
desafia a crença anterior de que cetáceos primitivos se alimentavam apenas de peixes,
indicando evidências de uma predação mais diversificada.
Em 2019, descobertas recentes revelaram informações sobre a alimentação e o
comportamento predatório de Basilosaurus isis. Manja Voss e colegas encontraram
evidências no conteúdo estomacal de um B. isis, incluindo partes de Dorudon atrox, um
pequeno peixe ósseo chamado Pycnodus mokattamensis e dentes de um grande tubarão
chamado Carcharocles sokolowi. Os pesquisadores sugeriram que B. isis possivelmente
atacava tia animais de grande porte, não sendo capazes de engoli-los inteiros, mas
cortando-os em pedaços com seus dentes adequados para tal tarefa. A comparação foi feita
com as orcas modernas, que também são predadores de topo e consomem presas maiores que
elas mesmas, incluindo filhotes de grandes baleias. Essas descobertas ampliaram o
conhecimento sobre a evolução da dieta dos cetáceos, que antes eram considerados
exclusivamente consumidores de peixes.
Fonte: ResearchGate - A comparative morphology of the three described whales,
Basilosaurus isis, Dorudon atrox, and Orcinus orca.

Referências

FAHLKE, Julia M. Bite marks revisited — evidence for middle-to-late Eocene Basilosaurus
isis predation on Dorudon atrox (both Cetacea, Basilosauridae). Palaeontologia Electronica,
v. 15, n. 3, p. 32A, 2012.

MARX, Felix G.; LAMBERT, Olivier; UHEN, Mark D. Cetacean paleobiology. John Wiley &
Sons, 2016.

VOSS, Manja., ANTAR, Mohammed Sameh., ZALMOUT, Iyad S., & GINGERICH, Philip D.
Stomach contents of the archaeocete Basilosaurus isis: Apex predator in oceans of the late
Eocene. PloS one, v. 14, n. 1, p. e0209021, 2019.

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