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Hipóteses sobre a origem dos vertebrados

Os Vertebrata constituem um subfilo do filo Chordata, nessa imagem está o


cladograma que representa as relações de parentesco dos cordados. Atualmente muitos
cientistas consideram o clado Craniata constituído por Vertebrata e Hyperotreti. São
animais com crânio, encéfalo e coluna vertebral, podendo ter esqueleto cartilaginoso ou
ósseo. Os primeiros vertebrados se originaram a partir dos cordados invertebrados,
originando os ostracodermos, há cerca de 500 milhões de anos no período Ordoviciano
da era Paleozóica, nessas imagens nos vemos a diversidade desses animais. Esses
animais eram bentônicos de corpo achatado de no máximo 33 cm, tinham uma armadura
de osso dérmico e provavelmente eram Agnatha que se alimentavam por filtração, estes
animais eram muito diferentes de qualquer vertebrado que vive atualmente.

De acordo com a literatura, a origem e evolução dos vertebrados ocorreram em


águas marinhas, contudo, a evidência fóssil e fisiológica, em uma determinada época,
pareceu apontar para uma origem em água doce, pois fósseis de ancestrais foram
recuperados do que aparentava ser depósitos de água doce ou delta de rios. Nessa
imagem vemos a evidência fóssil encontrada. Na década de 1930, o fisiologista Homer
Smith argumentou que o rim dos vertebrados funcionava bem para eliminar do corpo
qualquer influxo osmótico de excesso de água, uma questão entre os animais de água
doce, mas não dos marinhos. Entretanto, foi confirmada a origem dos primeiros
vertebrados como sendo em águas marinhas através da descoberta de fósseis de peixes
ainda mais antigos (do Cambriano). A partir dessa descoberta, mostrou-se que os rins
dos vertebrados, embora bons para manter o equilíbrio hídrico, precisam ser
interpretados como uma inovação das formas de água doce. Além disso, primeiro se
pensou que os sedimentos do Ordoviciano eram de água doce, mas ficou comprovado
que eram de partes rasas costeiras do mar. Nos dias atuais, poucos cientistas insistem
que os primeiros vertebrados eram produtos de ambientes de água doce.

Os primeiros Vertebrata representados por fósseis completamente articulados


datam do Ordoviciano Superior da Bolívia, Austrália e América do Norte. Dois tipos
diferentes de vertebrados do Cambriano Inferior, Myllokumingia e Haikouichthys, são
encontrados no mesmo depósito fóssil na China. Ambos eram pequenos, com cerca de 3
centímetros de comprimento, e tinham forma semelhante à de peixes. A evidência de
um crânio e miômeros em forma de W caracterizam estes animais como Vertebrata
verdadeiros. No entanto, diferentemente dos ostracodermos, não apresentam qualquer
evidência de osso ou de escamas mineralizadas. Ambos os animais apresentavam uma
nadadeira dorsal e nadadeiras ventrolaterais pares em forma de fita. Apesar da
antiguidade destes vertebrados primitivos, evidentemente eram mais derivados do que
as feiticeiras atuais, como é mostrado pela presença de uma nadadeira dorsal. Isso
sugere que a linhagem dos vertebrados diversificou-se consideravelmente antes dessa
época. Haikouichthys, parece ter tido suportes branquiais cartilaginosos como os das
lampreias (um cesto branquial) e pode ser o táxon irmão das lampreias.

Muitas das informações acerca da origem dos vertebrados é fornecida por


Haikouella lanceolata, um pequeno animal em forma de peixe, recentemente
descobertos 300 espécimes fósseis em sedimentos de 530 milhões de anos de idade na
China. Ela apresenta vários caracteres que a identificam como um cordado, incluindo
notocorda, faringe e cordão nervoso dorsal. Certas estruturas adicionais dos fósseis,
interpretadas como músculos faríngeos, olhos duplicados e cérebro dilatado, são
características de vertebrados. Todavia, ela não é um vertebrado porque nos fósseis
faltam evidências de vários atributos diagnósticos de vertebrados, que incluem crânio,
ouvido e um telencéfalo distinto. Estudiosos apontam que possa ser um táxon-irmão dos
vertebrados, mas essa informação não é muito difundida e aceita na comunidade
científica.

Em 1928, na Inglaterra, Walter Garstang supôs que o ancestral cordado era um


filtrador de alimento sedentário, como os tunicados ascidianos adultos, ele propôs a
hipótese da pedomorfose, processo que descreve a retenção evolutiva das características
juvenis ou larvais no corpo do adulto, nesse processo, o ciclo de vida ancestral dos
cordados permanecia o mesmo dos tunicados e um ancestral dos vertebrados perdeu a
capacidade de se metamorfosear em adulto séssil e, em vez disso, desenvolveu gônadas
e reproduziu-se, mantendo uma outra morfologia larval. Essa forma, agora livre-nadante
como um adulto, teria sido o ancestral dos cefalocordados e evoluindo, enfatizando a
cefalização, originou os primeiros vertebrados.

As evidências genéticas e do desenvolvimento permitiram testar a hipótese de


Garstang. Numerosas reconstruções filogenéticas, junto com evidências fósseis,
posicionam os cefalocordados como o táxon-irmão de um clado que consiste em
urocordados e vertebrados, sugerindo que os cefalocordados e vertebrados retêm a
condição ancestral de cordado e que as ascídias sésseis representam uma condição
derivada. Além disso, foi identificado, recentemente, um tecido embrionário de crista
neural nos urocordados, sustentando um parentesco de grupo-irmão com vertebrados.
Assim, a maioria dos zoólogos, atualmente, rejeita a hipótese de Garstang e considera o
cordado ancestral como uma criatura livre-nadante, talvez semelhante aos anfioxos
modernos.

Embora os urocordados agora sejam considerados os parentes vivos mais


próximos dos vertebrados, a forma de seu corpo séssil evoluiu em uma linhagem
ancestral somente para os urocordados, e não em uma ancestralidade vertebrada. A
maioria dos zoólogos vê os anfioxos como mantendo muito da estrutura corporal dos
cordados ancestral e pré-vertebrada. Os cefalocordados compartilham várias
características com os vertebrados que estão ausentes nos tunicados, incluindo
miômeros segmentados, aortas ventral e dorsal, arcos aórticos ou branquiais e
podócitos, células excretoras especializadas. No entanto, o anfioxo não é provavelmente
o ancestral mais comum dos vertebrados porque não possui cérebro tripartido, coração
em câmaras, órgãos sensoriais especiais, intestino muscular e faringe, e infere-se que o
tecido da crista neural tenha ocorrido neste ancestral. Esse grupo monofilético
compartilha as características básicas dos cordados com os outros dois subfilos, mas,
além disso, exibe um número de novos caracteres que os demais não compartilham.

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