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AGNATOS

➢ Os Ostracodermes: Até recentemente nossas primeiras evidências mais antigas de


vertebrados consistia de fragmentos da armadura dérmica de Agnatos mais
conhecidos como ostracodermes (do grego ostrac=casca e derma=pele), que são
bem diferentes dos verdadeiros Agnatos viventes atualmente (feiticeiras e
Lampreias) que perderam completamente os ossos.
Recentemente foram encontrados fósseis de vertebrados primitivos na china
e datam do período Cambriano Inferior, denominados Myllokunmingia e
Haikouichthys, com cerca de 3 centímetros de comprimentos e com forma
semelhante a de peixes, além de presença de um crânio e miômeros em forma de W
os caracterizam como vertebrata verdadeiros. Entretanto, diferente dos
ostracodermes, eles não apresentavam ossos ou escamas mineralizadas.Os dois
animais apresentam uma nadadeira dorsal e nadadeiras ventro laterais pares em
forma de fita. Além disso, Haikouichthys, parece ter tido um cesto branquial assim
como os das lampreias, podendo ser um táxon irmão das mesmas.
Outras evidências de vertebrados primitivos datam do Ordoviciano Inferior,
como diversos lugares do mundo apresentam fósseis na forma de fragmentos
ósseos, isso indica que nesse período eles eram diversificados e tinham uma ampla
distribuição mundial. Peixes dessa época apresentam armadura e tem forma de
torpedo variando de 12 a 35 centímetros de comprimento.Sua armadura externa era
constituída por várias pequenas partículas de placas ósseas poligonais, bem
próximas umas das outras e com 3 a 5 milímetros de comprimento, na região das
brânquias e na cabeça elas estão em contato uma com as outras formando um
escudo cefálico, já na região caudal essas placas estão sobrepostas como as
escamas dos peixes atuais.Também está presente canais sensoriais que é uma
proteção especial em torno dos olhos e oitos aberturas branquiais em cada lado da
cabeça.
Depois das extinções do final do cambriano, o Ordoviciano foi o período de
grande irradiação e diversificação de invertebrados marinhos.A primeira irradiação
de vertebrata envolveu tanto grupos gnatostomados como agnatos. Levando em
consideração como evidências os tipos de escamas encontradas, os primeiros
Ostracodermes ocorreram no Ordoviciano Inferior e os primeiros peixes
gnatostomados apareceram um pouco mais tarde no Ordoviciano Médio.

➢ Os Conodontes: São microfósseis do período Cambriano superior até o Triássico


Superior. Elementos conodontes são estruturas pequenas geralmente com 1
milímetro de comprimento semelhantes a espinhos ou pentes composto de apatita
(Cálcio mineralizado). Esse composto já foi descrito anteriormente como parte
esquelética de algas e invertebrados marinhos, entretanto estudos atuais mostraram
que sua microestrutura é similar à dentina que é um tecido peculiar dos
vertebrados.Esta interpretação está sendo confirmada com a descoberta de
presença do elemento conodontes no interior da faringe em organismos complexos.
Os conodontes parecem ter tipo notocorda, crânio, miômeros, raios de
nadadeira e grandes olhos, há evidências de músculos exteriores para mover os
olhos, A faringe pode ter sido muscular para operar o aparelho conodonte e não
existe vestígios de fendas branquiais.Esse organismo possui um tamanho muito
pequeno cerca de 40 milímetros de comprimento, sua respiração pode ter sido por
difusão de gases pela superfície do corpo. Levando em consideração que seus
ancestrais (vertebrados verdadeiros) possuem brânquias essas estruturas por serem
desnecessárias levando em consideração o tamanho do organismo foram perdidas.

OBS: As estruturas semelhantes a dentes dos conodontes e esqueletos ósseos dérmicos


de ostracodermes são os motivos para considerar estes animais como tipos mais derivados
de vertebrados do que os peixes agnatos, de corpo mole, que vivem atualmente.

A ORIGEM DO OSSO E DE OUTROS TECIDOS MINERALIZADOS

Tecidos mineralizados compostos de uma mistura de carbonato de cálcio e fosfato


de cálcio (apatita), como osso, dentina e esmalte é um importante aspecto novo dos
vertebrados sendo o esmalte e a dentina mais mineralizados do que o osso,eles são tecido
encontrados nos dentes de vertebrados atuais e são mais antigos do que o osso e foram
encontrados em íntima associação com o osso na armadura dérmica dos ostracodermes.
As unidades básicas de tecido mineralizado parecem ser os odontóides,pequenos
elementos na forma de dentes gerados na pele. Consistem de projeções de dentina,
cobertas em alguns casos por uma camada externa de enamelóide com uma base óssea.
Nossos dentes são semelhantes e homólogos a essas estruturas.
Odontódios ocorrem em uma forma quase não modificada como os agudos
dentículos do tegumento de tubarões e as escamas e placas e escudos maiores da cabeça
de muitos ostracodermos e peixes ossos antigos são interpretados como agregações
destas unidades.Esses elementos não são externos ao tegumento como a concha em
molusco, mas eram formados no interior da derme e recoberto por uma camada de
epiderme. A condição primitiva para o osso dos vertebrados é a de não apresentar células
na forma adulta, esse tipo de osso acelular e bem conhecido como aspidina. Osso celular
são encontrados apenas em gnatostomados e em alguns ostracodermes derivados
(osteóstracos).
A capacidade de formar tecidos mineralizados na pele pode ser uma caracerística
vertebrata primitiva, mas a produção de dentes ou estruturas semelhantes a dentes pode ter
evoluído independentemente em diferentes momentos entre os vertebrados. Mas, qual seria
a vantagem evolutiva de ter tecidos mineralizados? Os escudos cefálicos dos
ostracodermos foram considerados como estruturas defensivas contra ataque de
predadores, porém análises detalhadas dessas estruturas sugerem que eles tinham uma
função mais complexa, a dentina do escudo cefálico tinha um característico sistema de
poros e pequenas projeções o que sugere que o tecido tinha uma função sensorial.
Em seguida, a regulação do fósforo pode ter sido uma das principais forças
evolutivas na evolução do osso. Além de ter função de sustentação e protetora, o osso
também serve como reserva de cálcio e fósforo. IMPORTANTE: As explicações propostas
para a origem do osso e outros tecidos mineralizados – proteção, eletrorrecepção e
armazenagem de minerais — todas elas podem ter estado envolvidas na origem evolutiva
deste tecido complexo.

O AMBIENTE DO INÍCIO DA EVOLUÇÃO DOS VERTEBRATA

Os pesquisadores acreditam que os primeiros vertebrados teria surgido na água


doce , opinião baseada no rim dos vertebrados que é claramente vantajoso neste habitat,
atuando na rápida eliminação do excesso de água que entra no corpo por osmose,
entretanto agora a origem marinha também é aceita, considerando-se que por acaso o rim
foi pré-adaptado para esta função na água doce em vez de ter evoluído especificamente
para este propósito.
Existe duas linhas de evidências para a origem marinha, a primeira é o fato de que
os fósseis de vertebrados são encontrados em sedimentos marinhos e a segunda é que
todos os cordados não-vertebrados e os filos de invertebrados deuterostômios são
exclusivamente formas marinhas.

PEIXES AGNATOS ATUAIS

Os vertebrados, agnatos, atuais são as feiticeiras e as lampreias, elas não possuem


maxilas e nem dois conjuntos de nadadeiras pares. Tendo algumas características
primitivas, como, não possuem ductos reprodutivos especializados; óvulos e
espermatozóides são liberados no interior do celoma, e contrações da parede do corpo
expelem as células sexuais através de poros que se abrem na porção caudal do ducto
arquinéfrico (ducto que drena do rim). tanto as feiticeiras como as lampreias têm
fecundação externa.
Antes os “Agnatha atuais” eram classificados junto com os ostracodermes na classe
AGNATHA , pois não possuíam características dos gnatostomados, no entanto os sistemas
filogenéticos não agrupam mais com base em caracteres primitivos compartilhados e agora
está claro que os “Agnatha” constituem um grupo parafilético. Os agnatos atuais muitas
vezes têm sido reunidos como ciclóstomos (antigo táxon em que se agrupam os peixes com
boca circular e desprovidos de mandíbulas, ou seja, as mixinas e as lampreias). Porém,
esse grupo também é parafilético , isso porque as lampreias parecem ser mais
proximamente aparentadas com os gnatostomados do que as feiticeiras. Tanto as feiticeiras
como as lampreias parecem ser mais primitivas do que os ostracodermes com armadura da
Era paleozóica.

FEITICEIRAS — MYXINOIDEA

Com cerca de 40 espécies reconhecidas de feiticeiras distribuídas nos gêneros


Eptatretus e Myxine, as feiticeiras adultas geralmente têm menos de 1 metro de
comprimento, são alongadas, sem escamas e de coloração rósea a púrpura, são
inteiramente marinhas, habitando águas profundas e frias. São os principais carniceiros do
assoalho de mares profundos.
Um caráter peculiar delas é que possuem grandes glândulas de muco que se abrem
para o exterior na parede do corpo, elas secretam enormes quantidades de muco e
filamentos proteicos firmemente enrolados. Em contato com a água esses filamentos são
expandidos para manter o muco viscoso perto do corpo da feiticeira. Uma feiticeira adulta
consegue produzir muco suficiente para transformar um balde de água numa massa
gelatinosa em poucos minutos.
Esse comportamento aparentemente é um meio de intimidar seus predadores.
Quando o perigo passa elas dão um nó em seu corpo raspando a massa de muco e depois
espirra fortemente para deixar livres suas passagens nasais.

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