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HISTÓRIA DAS IDEIAS EM

BIOLOGIA
2014 – 2015
Nome Miguel Escalda Claudino Marques Fontes Nº 46173

A Lenda do Peixe-Bispo
No Renascimento assistiu-se a uma revolução na procura do conhecimento e nos métodos utilizados
para alcançar tal fim. Houve a fundação de bibliotecas, sociedades científicas, academias científicas e
toda uma panóplia de instituições que visavam o desenvolvimento científico. Ao contrário da Idade
Média em que o cavaleiro medieval era pouco culto e valorizava mais as atividades bélicas, o
Renascimento fez emergir homens ecléticos, intelectuais, ávidos por conhecimento e apaixonados
pelas várias formas de arte. No âmbito da Biologia houve um grande progresso havendo um
aparecimento de várias áreas da Medicina até então inexploradas. Destaca-se o trabalho dos
naturalistas de gabinete e dos naturalistas de campo que procuravam detalhar cada vez mais
pormenorizadamente animais, plantas, doenças e vários tipos de atividade biológica.

Contudo, esta tentativa de realizar relatórios e descrições fidedignas continuou a ter, por vezes,
alguma parte de imaginação assim como bastante influência da Igreja. A lenda do Peixe-Bispo é um
excelente exemplo desta situação. Esta espécie de monstro marinho, também chamado Bispo-do-
mar, é protagonista duma lenda em que se refere ter sido capturado em 1433 no mar Báltico e
oferecido ao Rei da Polónia que deparado com tal criatura desejou tê-la em sua posse. Foi então
apresentado a um grupo de bispos católicos provocando a inquietação do peixe, pedindo este que
fosse libertado. Desejo este prontamente acedido pelo rei que, em sinal de agradecimento do peixe,
assistiu ao Sinal da Cruz feito por este antes do seu desaparecimento nas profundezas do mar. Esta
criatura é descrita como sendo metade homem e metade peixe, sendo a sua cabeça repleta de
escamas formando uma espécie de mitra. As suas barbatanas lembravam a forma de uma batina,
semelhante às vestes eclesiásticas. Acredita-se ainda que estes peixes tinham funções eclesiásticas
entre as populações de criaturas marinhas.

Trabalho individual 1
Avaliação HPB 2014 / 2015

O Peixe-Bispo foi descrito pela primeira vez no quarto volume da obra


Historiae animalum do naturalista suíço Conrad Gesner por volta de
1551, que procurava combinar dados de fontes antigas como o Velho
Testamento, Folclore e Bestiários da Idade Média. Nessa obra Gesner
refere que um peixe-bispo foi capturado ao largo da costa alemã, tendo,
porém, recusado-se a comer morrendo passado três dias. Este peixe foi
também descrito na obra L'Histoire Entiere des Poissons publicada em
1558 pelo naturalista francês Guillaume Rondelet e, ainda, na obra
Hydrographie, publicada em 1643 por Fournier. O peixe-bispo é ainda
Peixe-bispo segundo referido e descrito pelo naturalista Pierre Belon (também conhecido
Rondelet
como Bellonius) e pelo médico Ambroise Paré.

É ainda referido em algumas obras, entre elas a Historiae animalum por Gesner e a De aquatilibus
(1453) por Bellonius, a existência de um peixe-monge, similar ao peixe-bispo. Esta criatura terá sido
encontrada na costa leste da ilha dinamarquesa, Zealand, por volta do ano de 1546, sendo descrita
como sendo um peixe semelhante a um homem trajado com o hábito de
um monge. Este peixe foi ainda imortalizado num poema de Guillaume
du Bartas's.

Para grande parte dos investigadores da atualidade estas criaturas


resultam de um excesso de imaginação aquando da interpretação de
espécies marinhas existentes como o tubarão-anjo.

Peixe-monge segundo
Bellonius
Tubarão-anjo

Fontes:

 http://www.resistnsurvive.com/2013/09/a-lenda-do-bispo-do-mar.html
 http://martaiansen.blogspot.pt/2011/05/peixe-monge-peixe-bispo-exoticas.html
 http://tabernadofauno.blogspot.pt/2014/11/os-estranhos-peixe-bispo-e-monge-do-
mar.html

Trabalho individual 2

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