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1. Técnicas de animação e lazer
Deste modo, estão presentes diferentes “níveis de público”, onde no nível mais
baixo se encontra a “cultura de massas, que os grandes meios tecnológicos
difundiram e puseram ao alcance do grande público. No entanto, ainda continua a
existir um sector privilegiado em rendimentos e nível cultural que acede às mais
diversas formas culturais, de programas que incluem o desfrute e o acesso a
diversos acontecimentos culturais (teatros, museus, exposições, etc.).
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Podemos considerar três níveis de público:
«Público real»: Tem o privilégio de desfrutar e possuir a maior parte dos
instrumentos para acesso e disposição das infra-estruturas culturais, desenvolve
um trabalho de nível intelectual e possui níveis médios de instrução.
«Público potencial»: Possui níveis de instrução médios altos.
«Pré-público» e «Não-público»: possuem um baixo nível de instrução ou
analfabetismo, desenvolvem habitualmente actividades de carácter manual, estão
excluídos do acesso a qualquer tipo de infra-estruturas e de instrumentos e meios
de estudo depois da infância.
A animação não se pode reduzir ao carácter lúdico mas deve considerar um amplo
conjunto de realidades sociais (saúde, economia, cultura, espiritualidade, educação,
etc.).
A animação deve ainda orientar-se, no caso do jovem, para o trabalho, o
desenvolvimento pessoal (criatividade, juízo crítico, participação na vida cultura) e
a formação, tendo em vista o exercício dos direitos e das responsabilidades cívicas
(ou para a participação social).
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A ideia de cultura subjacente no conceito de animação sociocultural está presente
no sentido antropológico do termo, sendo assim um conceito muito amplo.
Devemos realizar projectos consoante as culturas, mas não devemos limitar o
acesso a outras culturas, pois se o fizermos estamos a legitimar a diferença,
limitando o acesso. Com jovens com deficiência nunca devemos limitar o acesso
mas devemos sim permitir o acesso aos mesmos desafios ainda que, por vezes,
redefinindo estratégias.
O que é animar?
Animar: Dar vida, dar ânimo.
Animação: existe sempre promoção de movimento e dinâmica. Participação activa,
é a cultura em evolução, liberdade de expressão para todos, criatividade, avaliação
do grupo, abertura a todos, progressismo, libertação, etc.
O conceito de animação sociocultural, engloba projectos que abarcam vários tipos
de práticas, instituições, meios, funções etc., e o que hoje esta expressão abrange
é muito mais antigo do que a própria denominação. Percebe-se por animação,
“acção e efeito de animar ou animar-se”, e o verbo animar, “comunicar com a
alma, comunicar valor, comunicar força e actividade a coisas inanimadas”, etc.
Assim temos a percepção do conceito de animar, tendo de ter em conta muitas
atitudes implícitas que revelam o ânimo da pessoa, pois quando temos ânimo, isso
manifesta-se de múltiplas formas, por isso, devemos ter sensibilidade para
perceber todos esses sinais. A animação sociocultural é uma prática social crítica e
libertadora.
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Permanente Reúne os melhores desejos gerados pela pedagogia. Contribuiu,
na sua abrangência para reforçar a aceitação da dimensão
educativa da animação sociocultural. Pode dizer-se então que, a
animação sociocultural, tal como qualquer outro processo
educativo, faz parte da educação permanente.
Educação social e Dentro do contexto de animação sociocultural, a pedagogia
Pedagogia social social pode ter três utilizações diferentes:
1. social é o contexto de actuação educativa, normalmente
não escolar. Acção de recuperação de jovens marginalizados
etc., por parte de educadores sociais.
2. pode ser uma dimensão da personalidade a que a acção
educativa se dirige. Disciplina que tem por objectivo a educação
social do indivíduo. Parte-se do princípio de que a personalidade
humana tem diversas facetas, podendo ser objecto de atenção
educativa específica, e que sobre ela se podem elaborar
disciplinas particulares. Aqui a relação entre pedagogia social e
ASC dá-se na medida em que a ultima salienta a atenção em
relação ao que é social.
o objecto da pedagogia social está definido em função dos
destinatários da acção educativa, que são quem se encontra em
situação de conflito social, tornando-se uma pedagogia da
necessidade. Procura-se uma animação com uma abordagem
pluri e multidisciplinar.
Educação não É comum situar a ASC no sector não formal. Actividades que se
formal e informal desenvolvem quase sempre fora dos currículos regularem.
Pretende-se dar atenção às necessidades e interesses concretos
das populações, com metodologias activas e participadas. A
própria escola inclui processos não formais e informais de
educação. É importante na ASC ter em conta, os contextos de
actuação e as actividades que se promovem, pois os programas
de ASC se concretizam em instituições de educação informal e
nos contextos de educação formal. As actividades concretas
promovidas pela ASC podem ser de carácter não formal ou
mesmo informal desde logo. A ASC pode colaborar para a
articulação da educação formal, não formal e informal.
Pedagogia do ócio e Ambos os sectores, quer a ASC que da pedagogia do ócio estão
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Educação nos em expansão. Ao falar-se de pedagogia do ócio lembramo-nos de
tempos livres actividades como ludotecas, grupos de escoteiros etc. –
instituições cujos utentes costumam ser jovem. Ao falar-se de
ASC as pessoas pesam em centros cívicos, universidades
populares etc. – instituições com uma clientela mais adulta. Esta
é a polarização existente entre os dois campos. A pedagogia já
se adequa à terceira idade sendo assim uma pedagogia/
intervenção nos tempos livres. Algo que também distingue estes
conceitos, a pedagogia centra mais o seu estudo em torno dos
tempos livres e a ASC em torno do conceito de cultura,
comunidade, participação etc.
Criatividade;
Actualização;
Difusão cultural;
Actividades ao ar livre;
Tradições locais.
São actividades que não visam a competição como objectivo principal, mas a
realização de uma tarefa de forma espontânea e com prazer.;
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Como caracterizações da animação sociocultural (existe um leque de formas
distintas para a caracterizar podendo a animação sociocultural ser vista como):
1. Acção, intervenção, actuação.
2. Actividade ou prática social.
3. Método, maneira de proceder, técnica.
4. Processo.
5. Programa, projecto.
6. Função social.
7. Factor, que gera, que produz etc.
Finalidades da animação sociocultural (apresentam-se algumas das finalidades
expressas nas definições de animação sociocultural):
1.Enunciados que enfatizam a dimensão cultural.
2.Enunciados que enfatizam a dimensão social.
3.Enunciados, também de carácter social, que enfatizam a
participação e o associativismo.
4.Enunciados que enfatizam os aspectos pessoais e educativos.
As fases de um projecto:
Ao considerarem a importância de delinearem estratégias para a concretização de
um projecto de animação devem ter em conta as seguintes fases:
Introdução: Onde existe a argumentação relativa à importância do projecto, a
pergunta de partida ou problema.
Objectivos: Devem definir o objectivo geral da intervenção e os objectivos
específicos de cada actividade.
Desenvolvimento: As práticas de animação podem ser argumentadas através de
alguns estudos efectuados. Da mesma forma devem sempre colocar a
caracterização do público-alvo e todas as actividades propostas.
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Metodologias: Devem ser descritas todos os métodos e técnicas que serão
utilizados para a realização de cada actividade de animação incluindo materiais
necessários, espaços físicos e possíveis parcerias.
Avaliação: Todos os projectos necessitam de avaliação durante ou após as práticas
de animação. Podem construir-se vários tipos de instrumentos e os participantes
podem e devem contar para a avaliação do projecto. É através da avaliação que se
consegue garantir o melhoramento das práticas.
Conclusão: Devem ser expostas todas as conclusões relativas às práticas utilizadas
com o público em questão.
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“Eu nunca” (10 doces): Todos os participantes recebem uma saca com doces
no início da actividade. Cada um no círculo termina a frase “Eu nunca...”
Todos aqueles que fizeram aquilo que o outro nunca fez deverão dar a essa
pessoa um dos seus doces. Objectivo: Auto e Hetero-conhecimento.
Conhecer o meu corpo: Com papel de cenário cada elemento do grupo deve
deitar-se e deixar ser contornado por outros elementos do seu grupo. Depois,
todos juntos, devem colorir e completar o corpo do colega. Objectivo: Esta
actividade contribui para que a pessoa fique a conhecer melhor a sua
estrutura física.
A utilização das diversas formas de arte deve ser uma constante em animação.
Veremos estas propostas mais à frente nesta formação.
De acordo com a tese piagetiana, "a criança nasce em um universo para ela
caótico, habitado por objectos evanescentes (que desapareceriam uma vez fora do
campo da percepção), com tempo e espaço subjectivamente sentidos, e
causalidade reduzida ao poder das acções, em uma forma de onipotência" (id ibid).
No recém-nascido, portanto, as funções mentais limitam-se ao exercício dos
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aparelhos reflexos inatos. Assim sendo, o universo que circunda a criança é
conquistado mediante a percepção e os movimentos (como a sucção, o movimento
dos olhos, por exemplo). Progressivamente, a criança vai aperfeiçoando tais
movimentos reflexos e adquirindo habilidades e chega ao final do período sensorio-
motor já se concebendo dentro de um cosmo "com objectos, tempo, espaço,
causalidade objectivados e solidários, entre os quais situa a si mesma como um
objecto específico, agente e paciente dos eventos que nele ocorrem".
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Crianças de 5 aos 6 anos
- Exploração de jogos para enriquecer o vocabulário;
- Exploração do imaginário: contar e inventar histórias; improvisação e teatro
infantil;
- Jogos de desenvolvimento da memória;
- Brincadeiras de observação de detalhes;
- Actividades de criação de hábitos de respeito às regras;
- Jogos colectivos de intensificação de atitudes e de integração, visando a
adaptação da criança à realidade.
Crianças acima dos 6 anos
- Jogos de concentração, precisão, de resistência e perseverança;
- Brincadeiras de grupo e de desafio;
- Jogos de aperfeiçoamento de habilidades;
- Jogos de classificação e organização;
- “Jogo de exercício”;
- “Jogo de regras”, onde estão inseridos os jogos tradicionais;
- “Jogo simbólico”;
- Jogos dramáticos.
O jogo dramático
É forma de expressão do real e do imaginário, ganha assim estatuto privilegiado na
formação da criança no que respeita ao desenvolvimento de parâmetros psico-
motores e sócio-afectivos. Não se sujeita a balizas comportamentais demasiado
rígidas, o que flexibiliza e facilita o mundo da fantasia sem esperar em troca
compensações, nem recear insucessos provocados por reforços positivos ou
negativos e evitando aspectos competitivos ou de mero treino de outro tipo de
jogos.
A actividade de jogo dramático descrito não resulta de regras, não resulta da
vontade de produzir uma obra nem de nenhuma expressão estética determinada.
Antes resulta da vontade da criança em exprimir os seus sentimentos, emoções e
interesses face a uma realidade que deseja viver e reviver através da acção, bem
como o desejo de compreensão de todo esse mundo.
Mas a criança, neste processo de jogo dramático, deseja comunicar com o outro o
que sente. Para sua afirmação e para exteriorização do Eu, tem necessidade que
outro jogue também.
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Importa ainda referir que esta actividade necessita de uma matriz/ um plano de
acção. Necessita igualmente de uma observação sistematizada e de intervenção.
Normalmente, o jogo dramático atinge o seu expoente máximo no Jardim de
Infância ou com crianças e jovens com défice cognitivo.
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apresentem. Após alguns minutos, peça a todos que virem os crachás para o outro
lado, ou seja do lado do número. Entregue a cada um uma folha numerada e veja
quem consegue escrever mais nomes ao lado do número correspondente.
Uma palavra de encorajamento:
Numa folha de papel peça para cada elemento desenhar o contorno da sua própria
mão. Com uma fita adesiva cole esse contorno nas costas deles. Enquanto circulam
pela sala cada um deve escrever alguma coisa positiva nas costas uns dos outros.
A teia:
Quando os jovens ou crianças não se conhecem e chegam à sala é importante
darem-se a conhecer. Para tal pegamos num novelo de lã colorido e cada um vai
ficando com a ponta que lhe chega depois de ser atirado de uns para os outros. As
crianças devem apresentar-se, na medida do possível, para que todos ouçam. No
final certamente já sabem o nome de alguns colegas e sentem-se mais desinibidos
para começarem o trabalho.
Exercício: O que entendem por jogos de interior? Quais as vossas propostas para
jogos de interior?
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Actividade de leitura: ler uma pequena história ao grupo pedindo, de seguida, que
cada elemento reescreva ou descreva a mesma sem utilizar uma letra do alfabeto.
No final, cada um irá ler a sua história para o grupo.
O espaço da animação:
Não se devem efectuar acções em espaços muito grandes, pois a dimensão elevada
dificulta a actuação. Por isso, sempre se considerou a animação como um tipo de
acção muito contextualizada e enraizada em âmbitos territoriais concretos. Não é
costume, falar-se de programas ou projectos de animação sociocultural que tenham
como âmbito de actuação, por exemplo, a Espanha, ou até uma grande cidade
como Barcelona. Em suma um programa de animação sociocultural pode ter como
âmbito de incidência próprio uma região ou um distrito e, mais geralmente, trata-
se de acções em povoações, zonas residenciais ou mesmo âmbitos mais reduzidos.
Devido a esta especificação territorial e altamente contextualizada precisamente, é
que não soaria muito bem falar, por exemplo, de animação sociocultural através
dos grandes meios de comunicação de massa.
O objectivo principal da animação sociocultural é promover nos membros
uma atitude de participação activa no processo do seu próprio desenvolvimento
quer social quer cultural. Claro que esta finalidade inclui a ideia de participação,
mas esta, constitui-se como outro dos núcleos mais essenciais da animação. E
salienta que não se trata apenas de facilitar a participação, mas de qualquer coisa
de alcance mais ambicioso: promover uma atitude participativa. Reside aí, na nossa
opinião, a dimensão mais inequivocamente educativa da animação sociocultural.
Assim, trata-se de transformar os destinatários da acção sociocultural em sujeitos
activos da comunidade a que pertencem.
Assim, é apontado também como objectivos principal da animação
sociocultural, estimular nos indivíduos e na comunidade uma atitude aberta e
decidida para se incorporarem nas dinâmicas e nos processos sociais e culturais
que os afectam e também para se responsabilizarem na medida que lhes
corresponde.
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Exercício: O que são jogos de exterior? Quais as vossas propostas para jogos de
exterior?
Dinamização de recreios;
Promoção e dinamização de feiras temáticas;
Horta pedagógica;
Jogos tradicionais;
Jogos de grupo;
Semana das profissões (articulação com meios locais);
Colóquios;
Semana de campo;
A actividade física faz parte da promoção e educação para a saúde que qualquer
entidade tem por obrigação promover. Como sabemos a actividade física pode ser
feita das mais diversas formas e favorece, acima de tudo, as crianças e jovens que
têm problemas associados à obesidade. Custosa poderá ser a realização de uma
aula de ginástica por isso mesmo, para além das actividades comuns tais como:
ginástica, basquetebol, voleibol, futebol, natação, etc.; devem ser promovidas
actividades que motivem os jovens e crianças à participação sem que
conscientemente esteja implicada a actividade física.
-Caça ao tesouro;
-Futebol sem bola;
-Jogos tradicionais;
-Apanhada;
-Labirinto;
-Esconde-esconde;
-Os animais da floresta;
-As plantas do parque;
etc., etc.
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1.8. Meios de expressão:
Exercício: Programe uma actividade de animação para o seu público onde pode
utilizar recursos diversos, espaços distintos, diferentes atores, ainda que no
contexto da arte plástica.
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1.8.2. Arte dramática:
O teatro e, por conseguinte a dramatização ou expressão dramática, desenvolve
grande parte da consciência emocional, desenvoltura verbal e autonomia das
crianças. É com certeza interessante na lógica da animação construir um “grupo de
teatro” em que cada criança será um actor, agindo no mundo imaginário, criando
alguma consciência e distinção entre a brincadeira e o mundo real, e
desenvolvendo a memória, a linguagem e a expressividade. Tal como com as
outras artes, é salutar proporcionar às crianças o contacto com atores e peças de
teatro amador e profissional adequadas à sua facha etária e às suas problemáticas.
A dramatização livre e espontânea dos contos de fadas e dos contos tradicionais
desenvolvem na criança e no jovem a criatividade, tornando-os mais
comunicativos, desenvolvendo assim a sua capacidade de socialização. É através do
imaginário, do maravilhoso, que a criança cresce afectivamente ultrapassando,
muitas vezes, traumas que uma educação repressiva, ou a doença, ajuda a criar. O
conto é um espaço de mediação entre o consciente e o inconsciente, entre o “eu”
da criança e o seu mundo. A dramatização ajuda o educador a encontrar o núcleo
gerador da interdisciplinariedade. A sua compreensão leva-o à descoberta dos
segredos da pedagogia.
1.8.3. Música:
A música deve ser uma constante no quotidiano das crianças e jovens. São
conhecidos em diversos estudos os benéficos efeitos da submissão das crianças a
certos géneros musicais. Pode utilizar-se a música enquanto música funcional, que
é a música de fundo para uma determinada actividade; ou como música de fundo,
que é a música utilizada em torno da qual se desenrola a actividade. É importante
proporcionar permanentemente um ambiente acolhedor e estimulante para que as
crianças se desenvolvam plenamente com música. Sabemos que é frequente a
utilização da música como meio de participação, comunicação e crescimento. É
importante levar a cabo ao longo do ano a intervenção de diversos agentes da
comunidade com distintos géneros musicais a serem apresentados, ao vivo, em
apresentação para as crianças. Ostetto (2007, p. 35-36) diz que "não é mesmo
novidade dizermos que é pelas diferentes experiências com/no mundo sensível que
a criança vai se apropriando de formas mais complexas de ver e ler esse mesmo
mundo." Pensando assim, reforçamos a ideia de que a criança faz sua interpretação
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em função das suas informações e dos seus interesses, tendo como fundamento as
suas vivências.
1.8.4. Literatura:
A literatura é uma arte que, por si mesma se entende como um bem essencial da
humanidade. Como tal, sabemos a importância da imagética para o
desenvolvimento saudável das crianças. Assim devem procurar proporcionar às
crianças momentos de “contos de fadas” onde a literatura adequada às idades em
causa os faça criar vontade de aprender e conhecer as histórias por detrás daquele
papel. Será interessante por exemplo comemorar ao longo do ano vários dias da
leitura/ de contos e elaboração criativa dos mesmos.
Exercício: Por favor procurem interpretar em voz alta, de forma dramática, o conto
a seguir apresentado.
Era uma vez uma rainha que sonhava em ter uma filha. Um dia, enquanto
costurava perto da janela, espetou o dedo na agulha e uma gota de sangue caiu na
neve.
— Ela pensou, então: "Quem me dera ter uma filha branca como a neve,
com os cabelos negros como o ébano e os lábios vermelhos como o meu sangue!"
Algum tempo depois, seus desejos foram realizados: ela deu à luz uma
filha que tinha a pele branca como a neve, os lábios vermelhos como sangue e os
cabelos negros como ébano. A princesa foi batizada como Branca de Neve.
Meses depois, a rainha faleceu e, passado um ano, o rei se casou de novo
com uma bela e orgulhosa mulher, que não admitia que nenhuma outra fosse mais
bonita do que ela. Possuía até um espelho encantado e um dia perguntou-lhe:
— Espelho, espelho meu! Existe no mundo alguém mais bela do que eu?
— Ah, minha cara rainha, só Branca de Neve possui beleza maior que a
sua.
A rainha ficou louca de raiva e ordenou a um caçador que levasse a
princesa para passear na floresta e lá, bem longe, desse um fim em sua vida. Como
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prova de que havia cumprido com a sua missão, a malvada pediu ao caçador que
lhe trouxesse o coração da pequena como troféu.
O caçador contou à Branca de Neve o que sua madrasta havia ordenado,
mas ficou com pena da linda jovem e resolveu deixá-la ir embora. No lugar do seu
coração, levou para rainha o de um animal.
Enquanto isso, a pobre menina, que vagava sozinha pela floresta, viu uma
pequena cabana no meio de uma clareira e resolveu entrar lá, para descansar um
pouco. Tudo lá dentro era pequeno. Havia uma mesinha coberta por uma toalha e
sete pratinhos, sete colherzinhas, sete faquinhas, sete garfinhos e sete copinhos.
No quarto, ficavam sete caminhas.
Branca de Neve estava com tanta fome e com tanta sede, que não resistiu
e tirou um pouquinho de comida de cada prato e um pouquinho de água de cada
copo, pois não queria tomar tudo de uma só vez.
Já era noite quando os donos da cabana voltaram. Eram sete anões, que
trabalhavam numa minha. Eles acenderam sete velas e, quando o interior da
cabana ficou iluminado, notaram que alguém tinha estado ali.
Um dos anões foi até o quarto e viu Branca de Neve deitada. Chamou,
então, os outros, para que a vissem. Ao notarem a doce menina dormindo, todos
exclamaram ao mesmo tempo:
— Uau! Que linda!
Os sete anõezinhos ficaram encantados e resolveram não acordar a bela
jovem.
Quando amanheceu, Branca de Neve acordou e ficou assustada
ao ver os sete anões. Eles, porém, se mostraram muito amáveis. A menina contou
o que aconteceu e eles a convidaram para morar ali e tomar conta da casa
enquanto trabalhavam.
No castelo, a rainha voltou a perguntar ao espelho encantado se havia,
agora, no mundo, mulher mais bela do que ela.
— Você é muito bela, minha rainha, mas sua enteada vive muito feliz com
os sete anões — respondeu o espelho.
A rainha ficou estarrecida quando soube que Branca de Neve ainda estava
viva e dirigiu-se a um aposento secreto, de aspecto sinistro. Lá, a malvada
preparou uma maçã envenenada e, em seguida, pintou o rosto e se vestiu como
uma pobre camponesa. E lá foi ela em direção à cabana dos sete anões.
Quando ouviu batidas na porta, Branca de Neve foi até a janela e disse:
— Não posso deixar ninguém entrar aqui. Ordem dos sete anões.
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— Não preciso entrar — replicou a madrasta disfarçada. — Só quero um
copo d'água.
Branca de Neve atendeu ao pedido daquela pobre senhora que, como
agradecimento, tirou uma maçã da sua cestinha e ofereceu à bondosa jovem.
Branca de Neve olhou para a maçã e seu aspecto era tão apetitoso, que
realmente dava água na boca. Então, quando mordeu a maçã, caiu mortinha.
A rainha, feliz da vida, voltou para o castelo e consultou o seu espelhou
mágico:
Espelho, espelho meu! Existe no mundo alguém mais bela do que eu?
Em verdade não há, minha senhora — respondeu o espelho. A rainha deu
pulos de alegria.
Quando voltaram para casa, os sete anões encontraram Branca de Neve
estendida no chão, imóvel, sem respirar. Eles a colocaram em um caixão de cristal
e se sentaram ao redor, chorando sem parar durante três dias.
Um príncipe que passava pela floresta, viu o caixão e, dentro dele, a linda
Branca de Neve.
— Por favor, me deixem levar o caixão. Darei o que vocês quiserem em
troca — disse o príncipe.
Os anões, porém, responderam:
— Não nos separamos dela nem em troca de todo o ouro que há no
mundo!
— Velarei por ela como o meu bem mais precioso — insistiu o príncipe.
Ao ouvirem aquelas palavras, os bondosos anões acabaram concordando.
O príncipe partiu levando o caixão, que foi carregado por seus soldados. De
repente, eles tropeçaram em um toco de árvore e o caixão quase caiu. Balançou
tanto, que o pedaço de maçã envenenada saltou da boca de Branca de Neve; ele
estava atravessado na sua garganta. Logo em seguida, ela abriu os olhos e
perguntou:
— Onde estou? — gritou a bela jovem.
— Está comigo! — exclamou o príncipe, contando tudo o que aconteceu. E
ele concluiu: — Eu te amo mais do que qualquer coisa no mundo. Venha comigo ao
palácio do meu pai. Você será minha esposa.
Branca de Neve aceitou o pedido e o casamento se realizou com a maior
pompa. A madrasta também foi convidada para a festa.
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Quando chegou ao casamento e reconheceu Branca de Neve, ela ficou com
tanta raiva e tanto medo, que foi incapaz de dar um passo. Na mesma hora, teve
um troço e caiu durinha.
1.8.5. Dança:
A dança é uma arte que promove a expressividade, a emotividade e a
desenvoltura pessoal e social. A dança, por inerência, está associada à música e ao
trabalho físico. Assim, é de extrema importância proporcionar às crianças
momentos de dança, orientados pelos docentes ou por convidados (professores de
dança).
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1.10. Técnicas de observação:
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Observador participante: Aquele que interage na situação que observa. O animador
por inerência é sempre um observador participante, porque tem de responder às
necessidades das crianças enquanto observa.
Observador não-participante: O observador permanece no seu papel de observador
e não interfere de forma alguma com a actividade de animação em decurso.
1.11. Entrevista:
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maior maleabilidade na escolha dos processos e meios utilizados na orientação da
entrevista.
Relativamente ao segundo princípio, procura salvaguardar-se a possibilidade de
alargamento, ao longo da entrevista, dos temas proposto ao entrevistado.
Em relação ao terceiro princípio, entende-se que a liberdade que se pretende dar ao
entrevistado não deverá ser incompatível com a necessidade de precisar os quadros
de referência do entrevistado, levando-o a esclarecer conceitos e situações.
Exercício: Elabore questões que podem fazer parte de uma entrevista na qual
pretende compreender as necessidades de animação de determinado público-alvo.
Não se esqueça que deve considerar desde logo as pessoas a entrevistar, sua facha
etária e grau de literacia.
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Exercício: Por favor observem as figuras a seguir apresentadas e procurem
escrever um diálogo entre as personagens da história:
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O trabalho em grupo promove a cooperação em busca de aprendizagem
contextualizada e significativa, tomando os conhecimentos prévios das crianças
como ponto de partida para novos conteúdos. Para isso, o animador necessita de
ser o mediador da aprendizagem, orientando as actividades de acordo com os
objectivos propostos, potencialidades, dificuldades e ritmo de aprendizagem
distintos. Para alcançar esse propósito, ele precisa de se responsabilizar pelo
planeamento detalhado do processo de animação, por meio do trabalho em grupo,
determinando as regras e as responsabilidades de cada um.
2. Actividades no exterior
Carla Superti
Balneário Camboriú/SC - A cada dia que passa, a tecnologia entra mais cedo na
vida das pessoas. É comum ver crianças de sete, oito anos com celulares próprios,
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sabendo muitas vezes mais sobre internet e computadores do que os próprios pais.
Esse novo mundo da infância também é aprendido muitas vezes nas salas de aula.
Professores ensinam a teoria das matérias e não a levam para a prática, que fica
fora de uma sala de aula, um laboratório de informática. A prática do aprendizado
ao ar livre, com actividades que se relacionam à natureza, acaba não recebendo
seu devido valor. E isso vem preocupando médicos e especialistas que estudam o
crescimento dos pequenos e defendem o ensino de actividades ao ar livre
proporcionado pelas escolas.
"Sabemos hoje que os primeiros sete anos de uma criança é o momento em que
seu corpinho está crescendo, desenvolvendo e adaptando-se à vida e, portanto,
muito ligado à natureza. Isso é triste, pois num momento aonde o ser humano
deve estar mais próximo dela (natureza), nos deixamos envolver pela indústria
(poder económico) e tecnologia. Actividades extra sala de aula são fundamentais,
promovendo o convívio e movimento com a natureza mãe", afirma o pediatra
Juarez Furtado.
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Ainda conforme o pediatra, existe um movimento médico sendo estabelecido, onde
é observado que as crianças estão passando por um 'transtorno de deficit de
natureza'. "Um problema sério, tratado com uma profunda falta de atenção.
Precisamos conscientizar a sociedade sobre a situação das crianças hoje em dia e
sobre como a forma com que elas estão sendo cuidadas está trazendo problemas
não somente para elas próprias, mas para toda a sociedade", argumenta.
"O fato das crianças assistirem de cinco a seis horas de TV por dia, de serem
submetidas a 20 ou 30 anúncios de junk food por dia, de verem pouco seus pais,
de só se alimentarem de industrializados, de não se exercitarem porque ficam
paradas em casa, de serem expostas ao consumismo, submetidas a estímulos
electrónicos em excesso – É UM CRIME", pontua o pediatra Furtado.
2.1. Excursão:
Sabemos que toda a situação que permita a saída da rotina causa maior interesse e
motivação às crianças e jovens. Claro que, em casos diferentes, pode ainda causar
casos de ansiedade. As visitas/ passeios que se organizam no âmbito da animação
devem ter sempre como propósito, uma componente educativa implícita para além
da componente lúdica. Interessa portanto que os utentes tragam mais do que
aquilo que levaram e que essa informação possa ser relevante para a sua vida.
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Exercício: Por favor programe em grupo uma excursão que possa ser feita
considerando um projecto de animação para um público específico.
2.3. Espectáculos:
2.4. Exposições:
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3. Actividades finais
“STOP”
Descrição: Prática de um jogo que consiste em um indivíduo começar a soletrar o
alfabeto mentalmente e, quando o elemento ao seu lado esquerdo proferir a
palavra STOP, o primeiro dirá em voz alta a letra em que parou e, seguidamente
todos eles escrevem, numa tabela, que lhes é fornecida, um animal, uma cidade,
uma planta, um nome, uma profissão e um objecto, nos quais a letra inicial
correspondesse à letra eleita anteriormente. Este exercício termina quando a
pessoa responsável por mandar parar o alfabeto, manda parar o exercício
proferindo novamente a palavra STOP. Cada palavra correcta e não repetida pelos
colegas vale dez pontos, cada palavra correcta mas repetida pelos colegas vale
cinco pontos, e quem não der resposta em alguma das opções tem zero pontos.
Posteriormente a pontuação individual de cada um tem de ser somada.
Objectivos:
Potenciar o desenvolvimento do pensamento criativo, de forma que,
rapidamente a destreza mental tenha de ser activada para responder às
exigências solicitadas.
A importância da presença da língua portuguesa, os cuidados ortográficos e
todo o processo de desenvolvimento da escrita.
Proporcionar aos indivíduos uma maior agilidade matemática, para que,
facilmente desenvolvam pequenos cálculos úteis e necessários.
“ROLE-PLAYING”
Descrição: Exercício de simulação com atribuição directa de papéis aos alunos.
Envolvimento dos participantes e observadores em situações ou mesmo problemas
da vida real e desejo de compreensão dessas situações ou da resolução desses
problemas Um problema é delineado, vivido e discutido. Alguns executam os
papéis, outros observam a representação. Normalmente é eleito um tema ético em
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que existem personagens que o defendem e personagens que o criticam. Por outro
lado existe um mediador. Pode simular-se o programa “Prós e contras”.
Permite a simulação de papéis e com isso a compreensão ou pelo menos o
respeito pela diferença.
Desenvolvimento da capacidade de comunicação.
Desenvolvimento da capacidade de argumentação.
Implica o estudo interessado acerca de determinado caso.
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