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ANEXO16

Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER3, Página 13

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J USTIÇA FEDERAL
sEçÃo JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

TERMO DE AUDIÊNCIA E 1N'l`ERROGATÓRl()

Proc esso r›° 2004.70.00.015190-3


Data 16.12.2004
Hora 09:00

Pres 611165
MM. .luiz Federal Dr. Sergio Fernando Moro
MM .luiz Federal Dr. Nivaldo Brunoni - 3' Vara Federal Criminal
Minis tério Público Federal Dr. Januário Paludo
Dra. Elena Urbanavlclus Marques
Dra. Adriana Aparecida Storoz Mathias dos Santos
Dr. Wladimir Arras
Denu nciado Antônio Celso Garcia
Defe nsores Dr. Carlos Alberto Farracha de Castro.0AB/PR n.° 20.812 .

Com escritório profissional na Rua Moyses Marcondes s

659, Juvevê, nesta Capital, telefone: 254-6100


Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto, OABIPR n.” 16.950
Com endereço na Rua Roberto Barrozo, 1385, Mercês s

nesta capital, Telefone: 338-9610

Compareceu o denunciado que se identificou como se consigna a seguir

Nome ,ANTÓNIO CELSO GARCM


Nacionalidade p
Brasileiro
Estado Civil ,Casado
Filiação Felix Garcia Guerrero c de Anésia Grihaldo Gancia l

Natural de ,São Paulo/SP


Data de Nascimento 23.04.1953
Cédula de identidade RG n° il

6.035.666-I
CPF n° 359.490.409-10
Endereço residencial Rua Francisco Lipka, 90, ap. 01, Mossunguê, nesta capital,
ltelefone: 3023-4669, atualmente recolhido no COPE
Endereço comercial Rua Carlos de Carvalho, 417, cj. 3201, Batel, nesta capital,
telefone: 222-6636
1
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Empresário
.

Profiss`
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Q
- Bairro Anú - curitiba/PR - CEP aoszao-iso - :ei/fax
Av. Anna Gâribzidiešlãéndaf (41) 3134511 e 313-4508
Site para consulta processual: www.jfpr.gov.br - e-mail: prctbcr02sec@jfpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER3, Página 14

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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo Juo|ciÁRiA Do PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Renda mensal aproximada l


RS 8.500,00
lGrau de escolaridade l3
°
grau incompleto em Ciências Contábeis

Aberta a audiência, foi discutido e celebrado acordo de colaboração nos termos


anexos. Em
seguida, foi colhido o depoimento de Antônio Celso Garcia. Foram cientificados os
presentes de que a coleta do interrogatório será efetuada através de gravação em fita cassete.
Pelos presentes foi manifestado o consentimento quanto à adoção do sistema de registro de
depoimentos. A seguir foi cientifrcado(a) o(a) acusado(a) da realização do presente ato
consoante a Lei 10.792, de 1° de dezembro de 2003, publicada no D.O.U. de 02.12.2003, a
qual altera artigos correlatos do Código de Processo Penal (Decreto-Lei n° 3.689, de 3 de
outubro de 1941). Assim, foi inicialmente assegurada ao(à) acusado(a) a presença de seu(s)
defensortes), constituido(s) ou nomeado no ato, como também o direito de realizar entrevista
resewada, e anterior ao interrogatório, com seu(s) defensor(es). Do mesmo modo, foi-lhe
inforrnado, pelo(a) MM. Juiz(a), e antes de iniciado o interrogatório, do seu direito de
permanecer calado(a) e de não responder perguntas que lhe forem formuladas, sendo que o seu
silêncio não importará em confissão nem poderá ser interpretado em prejuízo da defesa. Após
procedido ao interrogatório, pelo(a) MM. .luiz(a) restaram indagadas as partes se restou algum
fato para ser esclarecido, fomrulando as perguntas correspondentes que entendeu pertinentes e
relevantes.
¡
›-f¬-V Ao o Juízo determinou a distribuição deste por dependência ao processo acima,
final,
decretando o sigilo absoluto sobre os autos. Fica registrado que no decorrer da audiência foram
mostrados comprovantes de deposito de posse atual do MPF e que lhe foram passados pelo
acusado e também lhe foi mostrado documento aparentemente de autoria do senhor C ésar Bordin
e que foi apreendido pela Policia conforme oficio 4477/2004.
NADA MAIS. Eu,
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, GBB, digitei e imprimi.

MM. Juiz Federal ~


Dr. Nivaldo Brunoni ¡
`
Dr. Januário Paludo
Dra. Elena Urban vi us Ma q U -
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Dra. Adriana A cr oz Mathias dos Santo Mflzb


Dr. Vladimir Arras _
Denunciado Antônio Celso Garcia ,,

1
Dr. Carlos Alberto Farracha de Castr /
Dr. Antônio Augusto Figueiredo
/ v

Av. Anita Garibaldi, 888, 2° andar - Bairro Ahú - CuritibalPR - CEP 80540-180 - tellfax (41) 313-4511 e 313-4508
Site para consulta processual: www.¡fpr,gov.br - e-mail: prctbcr02se¢@ifpr.gov.br
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-.JUSTIÇA FEDERAL

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sEçÃo JUDICIÁRIA Do PARANÁ
2' VARA FEDERAL CRIMINAL DE CURITIBA

TERMO DE TRAl\SCRlÇAO
J
Aos quatorzedo mês de janeiro do ano de dois mil e cinco. em
dias
cumprimento nos temtos Provimento n° 05/2003, Seção VII, artigos 248 e seguintes da
Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional Federal da 4” Região, procedo a transcrição do
\ODO\IO\UJi~bJ

depoimento colhido na audiência de interrogatório, realizado nos autos n°


2004.70.00.43116-0, em data de 16.12.2004.

10 ANTONIO CELSO GARCIA


ll
12 Juiz Federal:- Senhor Antônio Celso Garcia, o senhor responde a processos criminais perante
13 essa 2” Vara Federal Criminal, o senhor, na condição de acusado, o senhor tem o direito de
14 pemtanecer em silêncio, se 0 senhor fizer uso desse direito isso não vai lhe trazer qualquer
15 prejuízo. Agora, a reunião de hoje foi no sentido de, o Ministério Público lhe oferece uma
16 proposta de acordo, de cooperação, através da qual o senhor recebe alguns beneficios e o
17 senhor prestaria uma cooperação irrestrita com as investigações do Ministério Público. O
18 senhor leu esse acordo?
19 lnterrogadm- Li.
20 .luiz Federalz- O senhor concorda com os termos específicos desse acordo?
21 lnterrogadoz- Concordo.
22 Juiz Federal:- O senhor vai prestar uma cooperação irrestrita com o Ministerio Público?
23 lnterrogadoz- Sim.
24 Juiz Federal:- Significando inclusive que o senhor vai dizer a verdade quando for chamado a
25 depor em Juizo?
26 lnterrogadoz- Sim.
27 Juiz Federalz- O senhor está ciente que se o senhor mentir, se o senhor ocultar a verdade,
28 esse acordo é quebrado?
29 lnterrogado:-Sim.
30 .luiz Federalz- O senhor está ciente que esse acordo prevê para o senhor redução de pena?
31 lnterrogado:- Sim.
LJ.)
U Juiz FederaI:- Senhor Antônio Celso, do adiantado da hora, vou colher apenas o depoimento
LM ba de um ponto especifico. Em outra data nós o ouvimos novamente. O senhor impetrou um
oa
Habeas Corpus no Superior Tribunal de Justiça para impedir o andamento, ou para obter uma
ua
decisão favorável no caso do Consórcio Garibalddi. O senhor pode me relatar a história desse
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Habeas Corpus?
lnterrogadoz- Sim. O Bertoldo. Roberto Bertoldo era, que tinha sido. pelo partido. indicado
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L.)

L.)
para ser o meu suplente ao Senado e me acenou com a possibilidade. porque eu não sabia se
ua
seria candidato ou não ao Senado com essa Ação que poderia me prejudicar numa campanha
40 majoritária. Ele me falou que teria como prestar esse serviço, que ele poderia arranjar uma
41 maneira de trancar essa Ação no STJ e que para isso precisaria acertar um valor em dinheiro
42 para que essa decisão fosse proferida. Liminarmeme seria RS 600.000,00 (seiscentos mil
43 reais) e da confimiação do mérito mais RS 300.000,00 (trezentos mil reais)
44 Juiz Federal:- Ele falou que o dinheiro era destinado ao Ministro? ,(2

45 lnterrogado:-Ministro Vicente Leal.


46 Juiz Federal:- E 0 senhor pagou esse dinheiro para ele?

Av. ANITA GARIBALDI. BBB. 2” ANDAR. CUHITIBAIPR. 50540-I BO A TEL 1411 313-451 I E 313-4512 /'FA›‹ 3I3-4508
s/'rs vaia; coNsuI.¬rA PnocsssuA|_:\v\vw.]fpr.gov.prI E-MAIL; prctbcI'0Zset@jfpr.gov.br
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lnterrogadoz- Paguei.
Juiz Fetleralz- Seiscentos mil?
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lnterr0gad0:- Sim.
Juiz Federalz- Os trezentos mil depois?
lnterrogadoz- Não.
Juiz Federalz- O senhor pagou como esse dinheiro?
lnterrogado:-Depositado em uma conta de uma empresa que ele indicou.
.luiz Federal:- E esse dinheiro saiu da onde? De que conta do senhor, ou como é que o senhor
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levantou esse dinheiro e fez o pagamento?


l0 lnterrogadoz- Efetivamente eu pensei ter saído de uma conta, mas eu não tenho certeza
ll absoluta, mas saiu o depósito de uma empresa não sei se de uma empresa chamada Maggiori.
12 .luiz Federalz- O senhor sabe depois do depósito desse dinheiro na conta indicada pelo senhor
13 Roberto Bertoldo como ele fez para passar esse dinheiro para o Ministro?
l4 lnterrogadm- Não senhor, não.
15 Juiz Federalz- Quem mais que estava envolvido nessa, que 0 senhor tem conhecimento, nessa
ló compra dessa liminar?
l7 lnterrogado:- Nesse caso, só ele.
l8 .luiz Federalz- Não tinha algum outro escritório envolvido de advocacia?
19 lnterrogado:-Não.
20 .luiz Federalz- Ele lhe falou alguma coisa?
21 Interrogadoz- Ele falou que para chegar nessa decisão. ele começaria pelo escritório do filho
22 do i\linistro Vicente Leal.
23 .luiz Federalz- O filho do Ministro Vicente Leal?
24 lnterrogadoz- Filho, ou parente, do Ministro Vicente Leal que chegaria para essa decisão.
25 Juiz Federalz- Ele chegou a falar desses seiscentos mil como e que seria dividido?
26 lnterrogadoz- Não. Falou que seria seiscentos...
27 Juiz Federalz- Quanto e que ficaria para ele, quando é que ficaria para o Ministro?
28 lnterrogadm- Não, seiscentos era para a decisão?
29 Juiz Federalz- Para a decisão?
30 lntcrrogadoz- Decisão.
3] .luiz Federalz- E quanto e que o senhor pagou para ele?
L.)
lnterrogadoz- Seiscentos mil.
Juiz Federalz- Mas e a parte do senhor Roberto Bertoldo?
lnterrogadm- Não, não, nada. Era a contribuição dele para ele ser 0 meu suplente na chapa
bau:

de Senador, de primeiro suplente.


Juiz Federalz- Então ele faria isso e o pagamento dele seria essa situação, a sua
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concordância?
lnterrogadoz-lsso. Contribuiria, contribuiria com isso dai.
Juiz Fedcralz- Uma outra situação especifica diz respeito a uma possivel interceptação
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40 telefônica aqui na 2” Vara Federal Criminal. O que o senhor pode me dizer sobre isso?
41 lnterrogadoz- Eu tive conhecimento. eu não sei precisar a data, mas ntiin determinado dia,
42 meia noite e vinte eu recebi uma ligação do meu filho, que o Bertoldo teria ligado para ele.
43 que estaria indo na minha casa. Ele chegou lá por volta da meia noite e meia, mais oii menos,
44 me dizendo que teria interceptado uma ligação sua com a Força Tarefa, aonde que teria saido,
45 teria sido expedido um Mandado de Prisão para mim, preventiva, e que ele teria ido lá para
46 me tirar de casa.
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Av. ANNA GARiEALDi. BBB, 2° ANDAR. Cui=‹i¬risAlPR_ 505404 80 » rEi_ l4|l 3I3«15I E 3I3-4512 I I Fiix 3! 3-4505
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER4, Página 6

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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo
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Federalz- O senhor ouviu os diálogos?


.JuDic|ÁRiA
VARA FEDERAL CRIMINAL DE
Do PARANÁ
CuR|1'isÀ / /

lnterrogadoz- O diálogo não. Ele nie falou que 0 diálogo era entre o senhor e alguém da
Força Tarefa aonde dizia claramente que aconteceria aquilo naquela
madrugada. A
madrugada acho que era de, acho que era de quinta para sexta. alguma coisa, ou de sexta para
sábado.
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Juiz Federah- lsso por volta do início do ano?


lnterrogadoz- Nâo, não.
Juiz Federalz- Foi que data aproximadamente?
lnterrogadoz-Acho que é, acho que e' perto de, acho que é abril ou maio. Abril ou maio, não
10 era perto do inicio do ano.
ll Juiz FederaI:- E o senhor chegou a deixar a sua residência por conta disso?
12 lnterrogadoz- Deixei. Deixei.
13 .luiz Federalz- Sua faniilia também?
Interrogadoz- Tambem. Era por volta da uma e meia da manhã ai a hora que nós subimos
ate'
14
15 o apartamento, que eu fiquei conversando com ele no carro, hora que eu subi no apartamento,
16 ele foi até convencer a minha esposa. que a gente não queria sair porque achava que
não tinha
17 0 porquê. Ele insistiu, insistiu, até que às duas e meia da manhã ela saiu com os meus filhos
18 para a casa da mãe dela e eu fui para a casa dele.
19 Juiz Federalz- Essa questão das escutas, quem fez? Foi o senhor Roberto Benoldo ou foi o
20 senhor?
21 lnterrogadm- Näo.
22 .luiz Federalz- O senhor não pediu para que ele fizesse essas escutas?
23 lnterrogadoz-Não. nada, nada. Neni...
24 .luiz Federalz- Não foi sua iniciativa?
25 lnterrogadm- Nada, não. Não fui eu que fiz, não fui eu que... Agora, ele me falou
26 anteriormente a isso, perto de março, alguma coisa assim, que eles estaria escutando o senhor.
27 Juiz FederaI:- E quem mais estaria envolvido nessa escuta?
28 lnterrogadoz- Ele me falou que ele. ele estaria escutando e que teria maneira, e de que teria
29 maneira de se prever qualquer coisa.
30 .luiz Federak- Através de quem que ele fez essa escuta?
31 1nterrogado:- Ele me falava que tinha um contato na PIC, que teria um contato na PIC, que
L» era uma pessoa de la que faria isso para ele.
L.:
.luiz Federalz- E quem que é essa pessoa?
L.:
Interrogadoz-Não sei precisar, não me falou.
Lu Juiz Federal:- Na sua interceptação tem alguns comentários dos seus amigos lá, 0 senhor
Roberto Siqueira e o senhor Antônio Eduardo, que o senhor teria deixado a sua casa de
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ua
madrugada por conta dessa prisão.
ts: lnterrogadoz- lsso.
L.:
.luiz Federalz- E esse episódio?
40 Interrogadoz- É, é esse episódio.
41 .luiz Federalz- E depois que a prisão não veio. o que aconteceu?
42 lnterrogado:- Voltei para casa.
43 .luiz FederaI:- i\4as e ai, o que o senhor conversou com ele. o que foi falado?
44 1nterrogado:- Falei para ele que eu achava que aquilo não tinha acontecido, ele falou que
45 não. que tinha. Que depois ele pegaria a fita e me mostraria que teve a conversa. E até eu falei
46 para ele, bom, isso daí eu estou. até teria dito, isso aí eu estou achando que foi uma maneiraø

Av. Amn Gmiauoi, aaa. 2° mam. cumriaa/PR. ao54o-i ao _ ¬rzL mii 3 :â~45i E ala-asi 2
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5/75 PARA co›‹sui_TA =Ro‹:sssuAi_; www.jfpr.gov.pr/ E-›-14/L:prctbcr\)Z‹tt@]fVr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER4, Página 7

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JUSTIÇA FEDERAL
s¡~:çÃo .JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' VARA Fec›:aA|_ Cmmiuâc DE curavrian

deles saberem, eles estavam desconfiados que alguém estavam grampeando por alguma
atitude e deve ter feito alguma coisa para ver quem é que se movimentava. Entendeu? Eu acho
que dever ter sido isso dai, deve ter sido blefe. Ele falou que é, que verificou, tanto é que eu
fiquei na casa dele na sexta à noite e no sábado. Ele ficou verificando se procedia aquilo. Se
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tinha sido desam1ada qualquer operação que teria sido feita. que teria sido descoberto que eu
não estaria emE foi isso que aconteceu.
casa.
Juiz Federalz- Tem alguma indagação especifica sobre isso aí?
Nlinistério Público Federal (Dr. Januário):- Até quando teria durado essa interceptação?
lnterrogadoz- Até esse dia, esse dia que ele falou para mim, eu não tenho direito o dia, mas
IO eu posso precisar isso com a minha esposa.
ll Juiz Federal:- SÓ um minuto.... e o senhor concordou com esse grampo ai que teria sido
l2 feito?
l3 lnterrogadm- Quando ele falou pra mim em
março, mais ou menos. fevereiro ou março, que
I4 ele estaria lhe monitorando, que ele falou pra mim que achava importante ate para o nosso
IS assunto, da maneira que 0 senhor tinha se movimentado no processo lá no STJ. falado com o
l6 Ministro, ou colocado alguma... alguma maneira o senhor se pronunciava no processo para
l7 que sejulgasse o Habeas Corpus. era bom para que a gente tivesse esse acompanhamento.
18 Juiz Federalz- Ele falou que eu tinha falado com o Ministro?
l9 lnterrogadot- Não, ele falou que o senhor tinha... no processo teria alguma... o senhor tinha
20 entrado no processo pedindo para que se tivesse um julgamento... apressasse o julgamento
21 daquilo.
22 Juiz Federalz- Tá bom. O senhor se recorda bem: ele falou que eu teria falado com o
23 i\4inistro? Falado verbalmente?
24 lnterrogado:- Falou que o senhor teria levado memoriais lá, falado Ministro por Ministro
25 tentando apressar o caso la, conversando...
26 Juiz Federal:- Não, mas ele chegou a falar que eu teria falado com 0 i\flinistro Paulo Galotti?
27 lnterrogadot- Falou que teria falado com... não era o Paulo Galoti, deixa eu lembrar com
28 quem que o senhor teria falado... um Ministro de São Paulo, que era o Presidente do STJ, que
29 foi sucedido pelo atual... é... qual que o antecessor?
e'

30 .luiz Federalz- Nilson Naves?


31 lnterrogadoz- Isso. Que é da mesma Turma, que é da mesma Turma que julgou o meu
L.)
Habeas Corpus.
L.:
Juiz Federalz- Ele falou que estaria grampeando mais algum Juiz, fora eu?
L» lnterrogador- Não. me falou que estaria grampeando o senhor e aí quando ele me falou:
“Isso e' até bom para você. Você não concorda que é bom?” Falei: “Concordo Porque se a
gente ficar sabendo dos passos, a gente pode se anteceder.” Entendeu? A esses fatos. Mas ai
L.:
\0oo\|O\UJ:.'zz›\¡

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L» ele queria, no decorrer da coisa, ver o desdobramento, para ver quem que ele poderia
uz
grampear mais. E isso. Para saber, para poder monitorar outros processos, alguma coisa que
uz
estaria em suas mãos, fora o meu.
40 .luiz Federalz- Eu vou lhe mostrar um documento aqui que foi apreendido no seu escritório.
41 lnterrogadoz-Certo.
42 Juiz FederaI:- Eu peço para o senhor dar uma olhadinha. O senhor reconhece esse
43 documento?
44 lnterrogadoz- Conheço.
45 Juiz Federalz- O quê que é esse documento? - áfí

4
Av. ANIYA GAR|sALn|. BBB. 2° ANDAR. CuR|1'\sA/PR, 50540450 - YEL (4Il 3I3-45I E 3|3-45|2 I / Fax 3|3-4508
sir: Pâru consuuix s=›=oc:ssu›u.: www.jfpr.gov.pr I E-MA/L: prctbzr0Lsec@¡fpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER4, Página 8

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JUSTIÇA FEDERAL
si-:çÃo .Ju|:›|<:|ÁR|A Do PARANÁ
2' VAnA Fzozmu. Cmmiuu. DE CuR|¬r|aA

lnterrogadoa- Esse documento e um dossiê feito por uma pessoa, por uma pessoa que
trabalha na COPEL, que aqui eu acho que ele não se identificou, mas é 0 senhor Bordin. Eu
tenho conhecimento dessa operação inteirinha desde o início, como e que ela começou...
Juiz Federal:- Mas como é que esse documento chegou nas suas mãos?
\°0O\lÓ'\U-¡5bJ\J›-^

lnterrogadoz- Pelo César Bordin.


.luiz Federalz- Ele que lhe entregou?
lnterrogado:-Ele que me entregou.
Juiz Federalz- E 0 senhor guardou isso aqui?
lnterrogado:- Guardei. Guardei e mostrei isso ao Doutor Hans.
10 Juiz Federalz- Tem alguma indagação agora?
ll Ministério Público Federal (Dr. Vladim ir):- Tem sobre o Vicente Leal ainda. O caso do
I2 Vicente Leal.
13 .luiz Federal:- Então só pergunte no microfone, doutor.
l4 Ministério Público Federal (Dr. Vladimir):- O senhor tem alguma documentação a respeito
15 desses depósitos que o senhor, desse pagamento dos seiscentos mil que o senhor falou?
16 lnterrogado:- Tenho. O depó sito feito na conta do senhor Bertoldo.
I7 Ministério Público Federal ( Dr. Vladimir):- O senhor poderia explicar que documentos são
18 esses?
l9 lnterrogado:- Esse aqui é a conta dele? O depósito feito na conta dele?
20 Ministério Público Federal ( Dr. Vladimir):- Pode esclarecer para ficar gravado?
21 lnterrogado:-Ah, tá. Seiscentos mil reais na conta da Antecipa Assessoria e Planejamento e
22 Construção Administrativa Ltda.
23 Ministério Público Federal ( Dr. Vladimir):- E essa Antecipa pertence a quem?
24 lnterrogadoz- Ao Roberto Bertoldo.
25 Ministério Público Federal ( Dr. VIadimir):- E esses outros documentos ai?
26 lnterrogadoz- Que data que é essa? Eu não estou... eu não estou...
27 Ministério Público Federal Dr. Vladimir): Sao dois recibos: um de...
1'

28 lnterrogado:- Was qual foi a data que foi fe ito o depósito? Foi 22 do 04?
29 Ministério Público Federal (Dr. Vladimi r):- E, pelo recibo sim. O senhor lembra do que é
30 isso ai?
31 lnterrogado:-Eu acho que é daquele cento e quinze mil que ele teria me pedido para fazer o

\)
parte daquele cento e quinze mil que ele me pediu para fazer a coisa com o i\'linistro
e'

L.: LM Galotti.

VJ;
Ministério Público Federal (Dr. Vladimir):- Certo, voltando aqui a esse depósito de
seiscentos mil, e' de 08 de agosto de 2002. Quando é que saiu a liminar?
.luiz Federal:- Só um minuot. (pausa) Então só retomando o depoimento, esse documento
uàuàuàuàuà

\0‹×›\|O'\
que o Doutor Vladimir lhe mostrou 0 que é?
lnterrogado:- Esse é de outro, que foi entregue, que era para ser pago para o o outro
advogado, que era o Michel Saliba, que era para entregar no Tribunal de Contas a respeito de
40 um RESP.
41 Ministério Público Federal (Dr. VIadimir):- Tribunal de Contas ou Tribunal de Justiça?
42 lnterrogadoz- Tribunal de Justiça, perdão.
43 Ministério Público Federal (Dr. Vladimir):- E quem que seria a pessoa que receberia lá?
44 lnterrogado:-O presidente do Tribunal. o Doutor Otto Sporiholtz.
45 Ministério Público Federal (Dr. VIadimir):- Quem foram os intermediários? É
5
Av. ANNA GARIBALDL 585. 2° ANDAR Cum¬r|sA/PR. 805404 BO - TEL (4 I) 313-45! I E 3|3f45 I 2 I FA× 3|3~4SO5
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER4, Página 9

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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÁo ..iuoiciÁRiA oo PARANÁ
2' VAHA FEDERAL Cnmiiuai. DE CURIYIBA

Interrogado:- Michel Saliba. Wichel Saliba, desse caso especifico, o Michel Saliba foi no
escritório do Benoldo que foi acertado isso, aonde eu fui chamado, o Michel estava lá e o
Michel acertou de fazer isso daí.
Ministério Público Federal (Dr. Vladimir):- Muito bem.
\OOO\lO\\JJ`-bJ\)›-^

.luiz Federalz- Nesse caso do Ministro Vicente Leal. o senhor entregou o dinheiro então
para
o senhor Roberto Bertoldo sabendo que ia para o Ministro?
Interrogadoz- Sabia.
Ministério Público Federal (Dr. VIadimir):- E que dia saiu a liniinar? O deposito foi dia 08
de agosto de 2002 e a liminar saiu antes ou depois disso?
10 Interrogado:- Não, saiu depois. Ela saiu acho que dia 02 ou dia 04 de...
11 Ministério Público Federal (Dr. Vladimir):- Setembro?
12 lnterrogado:-Não, de agosto.
13 Ministério Público Federal (Dr. Vladimir):- Saiu antes então do depósito?
14 Interrogadoz- Não, antes do depósito. Era só no sucesso da liminar.
15 .luiz Federal:- Pronto? Então só para complementar o depoimento, senhor Antônio, a
16 questão... quem é que faria essa interceptação telefônica aqui do telefone?
17 Interrogadoz- O Bertoldo falou para mim que teria alguem na PIC. na PIC.
18 Juiz Federal:- Quem que é essa pessoa?
19 Interrogadoz- Eu não tenho o nome preciso dele, mas ele falou que era um policial da PIC
20 que antes fazia com uma pessoa chamada Razera e que não era de confiança, que esse da PIC
21 era melhor. E que ele estaria já há algum tempo o seu grampo. Entendeu? E se achou que
22 seria interessante, se eu achava interessante que continuasse. Eu falei que achava interessante
23 que continuasse o grampo porque a gente pudesse saber já que se tinha alguma coisa, uma
24 coisa que incutiram na minha cabeça que o senhorjá tinha pre-julgado o caso e que queria me
25 prejudicar. Então por isso qualquer movimento que nós pudéssemos nos aiiteceder seria uma
26 coisa viável e eu concordei que ele continuasse.
27 Winistério Público Federal (Dr. Vladimir):- Mas o senhor sabia quais os telefones estavam
28 sendo grampeados? Celular, fixo?
29 Interrogado:-Não, ele falou que tinha grampeado os telefones do Doutor Sergio i\×loro.
30 Ministério Público Federal (Dr. VIadimir):- Mas não disse se era o celular ou o fixo?
31 lnterrogadoz- Se era o fixo ou não. E nessa conversa que teria tido o Doutor Sergio Moro
L» com a Força Tarefa, eu acho que pelo que ele me falou seria o celular.
L.:
Juiz Federalz- Ele falou o conteúdo da conversa?
CJ
Interrogadoz- Falou.
L,›
©00\1<7\<JJ`-L›J×›
Juiz Federalz- O quê que era o conteúdo da conversa?
1,» Interrogadoz- Que estaria pronta a prisão preventiva, a operação para ser feita naquele dia, e
Ca
que tinha que estar tudo organizado para ser feito naquele dia. Que era a sua conversa com
an alguma pessoa da Força Tarefa, não sei quem que era.
L.)
Ministério Público Federal (Dr. Vladimir):- Ele comentou com o senhor alguma outra
40 conversa da atividade do juiz aqui, ou só essa especificamente?
41 Interrogado:-Não, ele tinha outros interesses aqui. Fora o meu caso, ele estaria grampeando
42 o Doutor Sergio por outros interesses e quando ele me falou do grampo que ele iria continuar,
43 que ele me colocou que já estava fazendo a escuta, que se eu não concordava que continuasse
44 gravando para a gente saber com antecedência se ele poderia tomar alguma medida extrema
45 em relação a mim já que era uma posição que todos falavam que era contrário o juizo a minha
46 pessoa. E eu concordei que continuasse.

Av. Amn emizami. ese. 2°


6
Azúmtw. cumriaa/PR. aosâo-iso _ rei. 14ii :‹ii3~45i i
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E :ii:âf45i2 1 Fi\× :tia-4505
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER4, Página 10

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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo .JuD|c|ÁR|A oo PARANÁ
2' VÀRA FEDERAL cflwnman. DE Cunmaâ

Ministério Público Federal (Dr. Vladimir):- Esse grampo era feito na própria PIC?
lnterrogadoz- Ele me falou que era uma pessoa da PIC. Agora, eu não sei se usava a estrutura
da PIC.
©OO\lO\U-$>LzJ\)'-'
Juiz Federalz- Encerrado?
'”
a ser transcrito eu
Nada mais havendo ((Gisele Becker Bitello (Técnica
Judiciária) encerrei o presente temio e certifico que e reprodução fiel dos depoimentos
colhidos fonograficamente.
Ciente,
l0 Curitiba, dejaneiro de 2005
ll
12
l3 Juiz Federal
l4 2” Vara Federal Criminal

_...

Av. ANITA GAMEALDI, 555, 2" ANDAR. CumY|sA/PR. 80540-I EO - YEL l4|) 313-45! E 3l3-45I2 I I FA× 313-4508
5/rE tuna ‹:c››‹su\_n øRocEssuA|_; ww\-.r.jfpr.gov.pr/ Ewaizz prctíb:r0Zsec@)fpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 1

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JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

TERMO DE AUDIÊNCIA E LN'I`ERROGA'I`ÓRlO


Przzeââo rr°
2004.70.00.043116-5 '

Dazz 19.01.1005
Hora 09:30

Presentes
MM. Juiz Federal Dr. Sergio Fernando Moro
Ministério Público Federal Dr. Januário Paludo
Denunciado Antônio Celso Garcia
Defensores Dr. Carlos Alberto Fan-acha de Castro, OAB/PR n.° 20.812
Com escritório profissional na Rua Moyses Marcondes,
659, Juvevê, nesta Capital, telefone: 254-6100
Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto, OAB/PR n.° 16.950
e Dr. Luiz Gustavo Rodrigues Flores, OAB/PR n° 27.865
Com endereço na Rua Roberto Barroso, l38S, Mercês, *

nesta capital, Telefone: 338-9610


Delegado da Policia Federal Dr. Tiago Santos Luz

Compareceu o denunciado que se identificou como se consigna a seguir


Nome ,
ANTÔNIO CELSO GARCLÀ
Nacionalidade
.

Brasileiro
Estado Civil Casado
Filiação Garcia Guerrero e de Anésia Gribaldo Garcia
*Felix
Natural de São Paulo/SP
Data de Nascimento 23.04.1953
Cédula de ióenzidzde RG rf
_

*õ.03s.õóó-i I

CPF n° 359.490.409-10
Endereço residencial Rua Francisco Lipka, 90, ap. 01, Mossunguê, nesta capital,
telefone: 3023-4669, atualmente recolhido no COPE `¡

Endereço comercial Rua Carlos de. Carvalho, 417, cj. 3201, Batel, nesta capital,
222-6636
telefone:
Proñssao Empresário
i

Renda mensal aproximada I


RS 8.500,00
Grau de escolaridade 3 °
grau incompleto em Ciências Conlá is I

Â/

Av na Garibaldi aaa fzrrazr . Bairro Ahú-c mira/PR-CEP 80540-1 0-re ‹41›3134511 E 313-4505 ‹/ `

Site para consulta processual: www.jfpr.gov.br - e›mai/.' prCtbCI'02S€ IfDf~9°V-bl


Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 2


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JUSTIÇA FEDERAL \,
sEçÃo .|uD|c|ÁR|A oo PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Abena a audiência, foram cientificados os presentes de que a coleta do interrogatório


será efetuada através de gravação em fita cassete e, independentemente de novas intimações, o
temio de transcrição estara juntado aos autos em cinco dias, podendo as partes nesse mesmo dia
apontar qualquer discrepância entre o depoimento gravado e a respectiva transcrição. Pelos
presentes manifestado o consentimento quanto à adoção do sistema de registro de
foi

depoimentos. A seguir foi cientil`icado(a) o(a) acusado(a) da realização do presente ato


consoante a Lei 10.792, de I" de dezembro de 2003, publicada no D.O.U. de 02.12.2003, a
qual altera artigos correlatos do Código de Processo Penal (Decreto-Lei n° 3.689, de 3 de
outubro de l94l). Assim, foi inicialmente assegurada ao(à) acusado(a) a presença de seu(s)
defensor(es), constituido(s) ou nomeado no ato, como também o direito de realizar entrevista
reservada, e anterior ao interrogatório, com seu(s) defensor(es). Do mesmo modo, foi-lhe
informado, pelo(a) MM. Juiz(a), e antes de iniciado o interrogatório, do seu direito de
pemanecer calado(a) e de não responder perguntas que lhe forem formuladas, sendo que o seu
silêncio não importará em confissão nem podera ser interpretado em prejuizo da defesa. Ficou
o(a) mesmo(a), ainda, ciente,também, de que eventual mudança ou ausência por periodo superior
a sete dias do endereço oficializado nos autos como seu poderá implicar em decretação de sua
revelia, podendo ensejar até mesmo sua prisão preventiva. Passando o(a) MM. Juiz(a) a
interrogar o(a) acusado(a) na forma do art. 187 (com a nova redação conferida pela Lei 10.792)
do Código de Processo Penal. Após procedido ao interrogatório, pelo(a) MM. .luiz(a) restaram
indagadas as partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas
correspondentes que entendeu pertinentes e relevantes.
Pelo MM. Juiz foi dito: “Junte-se após este termo cópia do documento contendo
recibos de depósitos que foi mostrado ao acusado durante audiência e que teria sido
entregue pela defesa ao MPF.”
NADA MAIS. GBB, digitei e imprimi.
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MM. Juiz Federal «Â

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Dr. Januário Pal
Dr. Tiago Santos Luz
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Denunciado Antônio Celso

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Dr Antônio Augusto Figueiredo Basto '


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Dr. Luiz Gustavo Rodrigues Flores


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Av. Anita Garibaldi. 888, 2° andar - Bairro Ahú Cur¡tibaIPR - CEP 80540-180
- - tel/fax (41) 3134511 e 3134508
Site para consulla processual: www,jfpr.gov.br - e-mail: pr‹:tbcr02sec@jfpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 6

JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

TERMO DE AUDIÊNCIA E lN'l`ERROGATÓRl0

Processo n° 2004.70.00.043 1 16-6


Data 20.01.2005
Hora 09:30

Presentes
MM. Juiz Federal Dr. Sergio Fernando Moro
Ministério Público Federal Dr. Januário Paludo
Denunciado Antônio Celso Garcia
Defensores Dr. Carlos Alberto Fanaclia de Castro, OAB/?R n.° 20.812 *

Com escritório profissional na Rua Moyses Marcondes,


659, Juvevê, nesta Capital, telefone: 254-6100
Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto, OAB/PR n.°16.950
e Dr. Luiz Gustavo Rodrigues Flores. OAB/PR n° 27.865
Com endereço na Rua Roberto Barroso, 1385, Mercês, '

nesta capital, Telefone: 338-9610


Delegado da Policia Federal Dr. Tiago Santos Luz

Compareceu o denunciado que se identificou como se consigna a seguir

Nome .
ANTÓNio ci:Lso GARCM ;

_ . . . l

Nacionalidade
. .

Brasileiro i

Estado Civil 'Casado


Filiação Felix Garcia Guerrero e de Anésia Gribzilda Garcia
Natural de São Paulo/SP
Data de Nascimento .
23.04.1953
céóuiz de âóznziózóe Rc; nâzf l‹s.oss.õóó-i
CPF n° 359.490.409-io
Endereço residencial Rua Francisco Llpka,
90, ap. 01, Mossunguê, nesta capital,|
telefone: 3023-4669, atualmente recolhido no COPE
`

Endereço comercial
É

Rua Carlos de Carvalho, 417, cj. 3201, Batel, nesta- capital, i

itelefonez 222-6636

iírei
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Profissao \
Empresario :

Ren da mensa aproxima da RS 8.500, 00


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,

3 ° grau incomplet
X

Grau de escolaridade iências Contábeis

Av Anna Garibaldi. 888, 2°


Site
andar Bairro Ahu Cu a/PR -
para consulta processual: www.ifpr.gov.br -
80540-180
e-mai/_'
- tel/fax (41)
prctbcr02se0@lfpr_gov.br
3134511 e 3134508 \
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 7

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JUSTIÇA FEDERAL
sE‹;Ão JuD|c|ÁRiA Do PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Aberta a audiência, em continuação a audiência anterior, foram cientificados os


presentes de que a coleta do interrogatório será efetuada atraves de gravação em fita cassete e.
independentemente de novas intimações, o termo de transcrição estará juntado aos autos em
cinco dias, podendo as partes nesse mesmo dia apontar qualquer discrepância entre o depoimento
gravado e a respectiva transcrição. Pelos presentes foi manifestado o consentimento quanto à
adoção do sistema de registro de depoimentos. A seguir foi cientit'rcado(a) o(a) acusado(a) da
realização do presente ato consoante a Lei 10.792, de l° de dezembro de 2003, publicada no
D.0.U. de 02.12.2003, a qual altera artigos correlatos do Código de Processo Penal
(Decreto-Lei ir" 3.689, de 3 de outubro de 1941). Assim, foi inicialmente assegurada ao(à)
acusado(a) a presença de seu(s) defensor(es), constituido(s) ou nomeado no ato, como também o
direito de realizar entrevista reservada, e anterior ao interrogatório, com seu(s) defensor(es). Do
mesmo modo, foi-lhe informado, pelo(a) r\fIM_ Juiz(a), e antes de iniciado o interrogatório, do seu
direito de permanecer calado(a) e de nâo responder perguntas que lhe forem formuladas, sendo
que o seu silêncio não importará em confissão nem poderá ser interpretado em prejuizo da defesa.
Ficou o(a) mesmo(a), ainda, ciente, também, de que eventual mudança ou ausência por periodo
superior a sete dias do endereço oficializado nos autos como seu poderá implicar em decretação
de sua revelia podendo ensejar até mesmo sua prisão preventiva. Passando o(a) MM. Juiz(a) a
interrogar o(a) acusado(a) na fomia do art 187 (com a nova redação conferida pela Lei 10.792)
do Código de Processo Penal. Após, procedido ao interrogatório, pelo(a) MM. J uiz(a) restaram
indagadas as partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas
correspondentes que entendeu pertinentes e relevantes.

í
Pelo IVÍM. Juiz foi dito: “Desentranhe-se a petição de fl. 45/59, encaminhando-se
a esse juízo.”
NADA MAIS. Eu G r e imprrmi.

MM. Juiz Federal


Dr. Januário Paludo
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Dr. Tiago Santos Luz \\‹Ít"\€:\fí›


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Denunciado Antônio Celso cia z
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Dr. Carlos Alberto Farracha de

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Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto


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Dr. Luiz Gustavo Rodrigues Flor

Av. Anita Garibaldi. 888. 2" andar - Bairro Ahú › Curitiba/PR - CEP 80540-180 - tel/fax (41) 3134511 e 3134508
Site para consulta processual; www.¡fpr.gov.br - e-mai/: prctbcr02sec@ifpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 8

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J_us11ç1i FEDERAL
SEÇAO JUDICIARIA oo PARANÁ
Za Vara Criminal de Curitiba

TERMO D1: AUDIÊNCIA E 1Nr1‹:RRocATÓRI0


Processo n° 2004.70.00.0431 16-6

O
Data 21.01.2005
Hora 09:30

Presentes
'

MMS Juiz Federal Dr. Sergio Fernando Moro


`Ministério Público Federal Dr. Januário Paludo
Denunciado Antônio Celso Garcia
Defensores Dr. Carlos Alberto Farracha de Castro, OAB/PR n.' 20.812
`

Com na Rua Moyses Marcondes,


escritório profissional
659, Juvevê, nesta Capital, telefone: 254-6100
Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto, OAB/'PR n.° 16.950
Com endereço na Rua Roberto Barroso. 1385. Mercês, .

nesta capital, Telefone: 338-9610


Delegado da Policia Federal Dr. Tiago Santos Luz

Compareceu o denunciado que se identificou como se consigna a seguir

Nome ANTONIO CELSO GARCIA


iNacionalidade Brasileiro
i

.Estado Civil Casado


Filiação Felix Garcia Guerrero e de Anésia Gribnldo Garcia
iSã0 Paulo/SP
i

`Natural de

,
Data de Nascimento ,
23.04.1953
l
cédula de iúenúâzúe RG nâ‹›° ,õ.o3s.óóó-1
CPF n° 359.490.409-io
:Endereço residencial Rua Francisco Lipka, 90, ap. 01, Mossunguê, nesta capital, ›

telefone: 3023-4669, atualmente recolhido no COPE


Endereço comercial Rua Carlos de Carvalho, 417, cj. 3201, Batel, nesta capital,
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,
telefo ÍIC.° 222-6636 i

Profissão Empresário
Renda mensal aproximada RS 8.500,00
Grau de escolaridade __
°
grau incom I o "m Ciências Contábeis
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 9

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uu_sT|çA. FEDERAL
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
ä' VARA Rotas Clwnmac oc mansa

Aberta a audiência, em continuação as audiências anteriores, foram cientificados


os presentes de que a coleta do interrogatório será efetuada através de gravação em fita cassete e,
independentemente de novas intimações, 0 termo de transcrição estará juntado aos autos em
cinco dias, podendo as partes nesse mesmo dia apontar qualquer discrepância entre o depoimento
gravado e a respectiva transcrição. Pelos presentes foi manifestado o consentimento quanto à
adoção do sistema de registro de depoimentos. A seguir foi c¡entiticado(a) o(a) acusado(a) da
realização do presente ato consoante a Lei 10.792, de 1° de dezembro de 2003, publicada no
D.0.U. de 02.12.2003, a qual altera artigos correlatos do Código de Processo Penal
(Decreto-Lei ri" 3.689, de 3 de outubro de 1941). Assim, foi inicialmente assegurada ao(à)
acusado(a) a presença de seuts) defensor(es), constituidots) ou nomeado no ato, como também o
direito de realizar entrevista reservada, e anterior ao interrogatório, com seu(s) defeiisor(es). Do
mesmo modo, foi-lhe informado, pelo(a) MM. de iniciado o interrogatório, do seu
J uiz(a), e antes
direito de permanecer calado(a) e de não responder perguntas que lhe forem fomiuladas, sendo
que o seu silêncio não importará em confissão nem podera ser interpretado em prejuizo da defesa.
Ficou o(a) mesmo(a), ainda, ciente, tambem, de que eventual mudança ou ausência por periodo
superior a sete dias do endereço oficializado nos autos como seu podera implicar em decretação
de sua revelia, podendo ensejar até mesmo sua prisão preventiva. Passando o(a) MM. .luiz(a) a
interrogar o(a) acusadota) na forma do
l87 (com a nova redação conferida pela Lei l0.792)
art.

do Código de Processo Penal. Após, procedido ao interrogatório, pelo(a) MM. Juiz(a) restaram
indagadas as partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas
correspondentes que entendeu pertinentes e relevantes.
Pelo MM. Juiz foi dito: “Requisite-se a apresentação do acusado para 25, O fi «-

26.01, às 9-,30 horas, para prestar depoimento perante este juizo. Ficam os presentes
intimados.
A defesa informa que tem pessoas procurando o acusado para falar com ele no
COPE, dentre eles Cassilo e Bertoldo. Diante disso o iV[PF e a Defesa requerem autorização
para desde logo gravarem conversas no interesse da investigação. Diante do requerimento
das partes, considerando que a gravação será ainda feita pelo interlocutor ou com o
consentimento deste e que insere-se na linha do objeto da investigar; , tiro a gravação -

dos diálogos por escuta ambiental em termos específicos a serem ace dos elo MPF e pela
Policia Federal.”
NADA s. M Bié
Gaia, digitei e impiimi.
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MM. Juiz Pede ‹
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r. Januário Palu

Dr. Tiago Santos Luz Denunciado Ant


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Dr. Carlos Albert F cha, astro Dr. Antonio Angu 0 Figueiredo Basto

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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 11

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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo .JuD|‹:iÁR|A Do PARANÁ
2' VARA FEDERAL CR|›‹1|NA\_ DE Cumrian

TERMO DE AUDIÊNCÍIA E l_NTERRÍ)GA'l`ÓR.lÍ)


Processo n° 2004.70.00.043116-0 l

Dara 25.0 LZ005


Hora 09:30

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Presentes
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Dr. Sergio Fernando Moro
.

Mlvi. Juiz rederai


l Ministério Público Federal Dr. Januário Paludo l

Dr. Carlos Fernando dos Santos Lima


Denunciado Antônio Celso Garcia
Defensores Dr. Carlos Alberto Farracha de Castro, OAB/PR n.° 20.812
Com escritório profissional na Rua Moyses Marcondes,
659, Juvevê, nesta Capital, telefone: 254-6100
Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto, OA B/PR n.° 16.950
Com endereço na Rua Roberto Barroso, 1385, Mercês,
nesta capital, Telefone: 338-9610
I

_Delegado da Policia Federal Dr. Thiago Santos Luz.


V

Compareceu o denunciado que se identificou como se consigna a seguir

INcme .ANTÔNIO CELSO GARCLA l

Nacionalidade
I

l
Brasileiro i

_
Estado Civil :Casado
ràiâzçâõ :Felix Garcia Guerrero e de Anésia Gribaldo Garcia
l

Natural de *sào Paulo/sp


,Data de Nascimento ,
23.04.1953
RG ff
,

'Cédula de ióemíózóe z'ó.úss.óóó-1 “

l
CPF n° ,359.490.409- l 0 4

,Endereço residencial *Rua Francisco Lipkâ, 90, ap. Gl, Mossunguê, nesta capitalf
telefone: 3023-4669, atualmente recolhido no COPE
Endereço comercial Rua Carlos de Carvalho, 417, cj. 3201, Batel, nesta capital,
I
telefone: 222-6636 1
.

Profissao
i

›Empresar¡o

/
_

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Renda mensal aproximada ,
R5 8.500,00 ¡

Grau de escolaridade 3 ° grau incompleto em Ciências Contábeis


' '
I

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V. AN|TA GARIBALDI 85,8 2 ANDAR CURIHEA/FR, E0540-IBO - L K4 3|3-451 E 3|3-45l2


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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 12

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JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ
2' VARA Fzozrur. cmmrui. os Cunmtas

Aberta a audiência, em continuidade as audiências anteriores, foram cientiticados


os presentes de que a coleta do interrogatório será efetuada através de gravação em fita cassete e,
independentemente de novas intimações, 0 temio de transcrição estará juntado aos autos em
cinco dias, podendo as partes nesse mesmo dia apontar qualquer discrepância entre o depoimento
gravado e a respectiva transcrição. Pelos presentes foi manifestado o consentimento quanto à
adoção do sistema de de depoimentos. A seguir foi cientificado(a) o(a) acusadota) da
registro
realização do presente ato consoante a Lei 10.792, de l° de dezembro de 2003, publicada no
D.0.U. de 02.12.2003, a qual altera artigos correlatos do Código de Processo Penal
(Decreto-Lei ri" 3.689, de 3 de outubro de 1941). Assim, foi inicialmente assegurada ao(à)
acusado(a) a presenca de seuts) defensor(es), constituido(s) ou nomeado no ato, como também o
direito de realizar entrevista reservada, e anterior ao interrogatório, com seu(s) defensor(es). Do
mesmo modo, foi-lhe informado, pelo(a) MM. Juiz(a), e antes de iniciado o interrogatório, do seu
direito de permanecer calado(a) e de não responder perguntas que lhe forem formuladas, sendo
que o seu silêncio não importará em confissão nem poderá ser interpretado em prejuizo da defesa.
Ficou o(a) mesmo(a), ainda, ciente, também, de que eventual mudança ou ausência por periodo
superior a sete dias do endereço oficializado nos autos como seu poderá implicar em decretação
de sua revelia, podendo ensejar até mesmo sua prisão preventiva. Passando o(a) MM. Juiz(a) a
interrogar o(a) acusado(a) na forma do art 187 (com a nova redação conferida pela Lei l0.792)
do Código de Processo Penal. Após procedido ao interrogatório, pelo(a) MM. Juiz(a) restaram
indagadas as partes se restou algum fato para ser esclarecido, fonnulando as perguntas
correspondentes que entendeu pertinentes e relevantes.
Pelo MM. Juiz foi dito: “A pedido das partes, requisiteyše a resentação do =

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acusado às 9:00 horas de amanhã e não às 9:30 org como anterior te r quisitado.” ~

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NADA MAIS. Eu. GBB. digitei z mpúmà.

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Dr. Januário Paludo \


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Dr. Carlos

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Denunciado Arrtônio Celso Garcia _


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Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto A
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AV ANNA GARIEALDL EEB. 2" ANDAR CURITIBA/PR, 50540480 ~ TEL l4|l 3I3-45I E 3l3f45I2 I I FAX 3I3~1-#505
s/TE PARA coNsur_rA PROCESSUAL;www.]fpr.gov.pr/ E-MAIL: prr:th:r0Zsec@jfpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 19

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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo Juo|ciÁR|A oo PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

'l`ERMO DE AUDIÊNCIA E INTERROGATÓRIO


Processo n° 2004.70.00.043116-0
Data 26.01.2005
Hora 09:00

Presentes
i\/IM. Juiz Federal Dr. Sergio Fernando Moro
.Ministério Público Federal Dr. Januário Paludo
Dr. Carlos Fernando dos Santos Lima
Denunciado Antônio Celso Garcia
"

Defensores Dr. Carlos Alberto Farracha de Castro, OAB/PR n.° 20.812


Com escritório profissional na Rua Moyses Marcondes,
659, Juvevê, nesta Capital, telefone: 254-6100
Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto. OAB/PR n.° 16.950
Com endereço na Rua Roberto Barroso, 1385, Mercês,
nesta capital, Telefone: 338-9610
Delegado da Policia Federal Dr. Thiago Santos Luz

Compareceu 0 denunciado que se identificou como se consigna a seguir

Nome ANTôNio cEi.so GARCIA


Nacionalidade Brasileiro
l

Estado Civil :Casado


Filiação Felix Garcia Guerrero e de Anésia Gribaldo Garcia
Natural de `São Paulo/SP
Data de Nascimento ,
23.04.1953
Cédula de identidade RG n° 6.035.666-1 ,

CPF n° 359.490.409- 10
Endereço residencial Rua Francisco Lipka, Mossunguê, nesta 90, ap. 01, capital,
i'

telefone: 3023-4669, atualmente recolhido no COPE


Endereço comercial Rua Carlos de Carvalho, 417, cj. 3201, Batel, nesta capital,
telefone: 222-6636
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.

Profissão Empresário i

Renda mensal aproximada RS 8.500 00


Grau de escolaridade 3 ° grau incompleto em Ciencias n beis

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Av Anita Garibaldi. 888, 2° andar Bairro Ahu Curitiba/PR - CEP 80540 1 tel/fax (41)'313-4511 e 313-4508
Site para consulla processual: www.jfpr.gov.br - e-mail: prctbcr02sec@jfpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 20

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J USTlÇA FEDERÀL
SEÇÃO JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Aberta a audiência, em continuidade. as audiências anteriores, foram cientificados


os presentes de que a coleta do interrogatório será efetuada através de gravação em fita cassete e,
independentemente de novas intimações, o temio de transcrição estará juntado aos autos em
cinco dias, podendo as partes nesse mesmo dia apontar qualquer discrepância entre o depoimento
gravado e a respectiva transcrição. Pelos presentes foi manifestado o consentimento quanto à
adoção do sistema de registro de depoimentos. A seguir foi cientifrcado(a) o(a) acusado(a) da
realização do presente ato consoante a Lei 10.792, de 1° de dezembro de 2003, publicada no
D.0.U. de 02.12.2003, a qual altera artigos correlatos do Código de Processo Penal
(Decreto-Lei n” 3.689, de 3 de outubro de 1941). Assim, foi inicialmente assegurada ao(à)
acusado(a) a presença de seuts) del`ensor(,es), constituido(s) ou nomeado no ato, corno também o
direito de realizar entrevista reservada, e anterior ao interrogatório, com seu(s) defensortes). Do
mesmo modo, foi-lhe informado, pelo(a) MM. Juiz(a), e antes de iniciado o interrogatório, do seu
direito de permanecer calado(a) e de não responder perguntas que lhe forem formuladas, sendo
que o seu silêncio não importará ein confissão nem poderá ser interpretado em prejuízo da defesa.
Ficou o(a) mesmo(a), ainda, ciente, também, de que eventual mudança ou ausência por periodo
superior a sete dias do endereço oficializado nos autos como seu poderá implicar em decretação
de sua revelia, podendo ensejar ate' mesmo sua prisão preventiva. Passando o(a) l'v1M. Juiz(a) a
interrogar o(a) acusado(a) na forma do art. 187 (com a nova redação conferida pela Lei 10.792)
do Código de Processo Penal. Após procedido ao interrogatório, pelo(a) Ml\‹L Juiz(a) restaram
indagadas as partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas
correspondentes que entendeu pertinentes e relevantes.
Tendo em vista a necessidade da colheita da prova, o acusado, assistido pela
Defesa, concorda com a interceptação de suas comunicações telefônicas, bem como com a
realização de escutas ambientais com a sua participação, em sua residência ou em seu
escritório, ou aonde for necessário, comprometendo-se ainda a seguir as orientações da
Polícia Federal e do Ministério Publico Federal incluindo, dentre essas, a utilização
exclusiva dos terminais telefônicos acordados com a Polícia Federal e o MPF. Compromete
se ainda o acusado em não deixar o pais e não requerer passaporte em seu nome e que sua
saída da cidade deverá ser comunicada à Polícia Federal, Ministério Público Federal,
podendo ser vetada para fins de cumprimento do acordo. Afirma o acusado que não possui
passaporte atualmente.
Pelo MM. Juiz foi dito: “Em vista do requerido pela acusação e pela Defesa e em
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vista da necessidade de cumprimento do acordo, fica ciente o ac o das condições acima

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- - tellfax (41) 313-4511 e 313-4508
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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo JuDic|ÁR|A Do PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

assumidas, que passam a ser também determinação judicial, e que a inobservância


implicará na quebra do acor
NADA MAIS. Eu, ,GBB, i
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. lvflvl. Juiz Federal


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Dr. Januário Paludo
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Dr. Carlos Femando dos i =

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Dr. Thiago Santos Luz \l '

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Denunciado Antônio Celso Gare -
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Dr. Carlos Alberto Farracha de Castro

Dr, Antônio Augusto Figueiredo Basto

Av. Anita Garibaldi. 888. 2° andar -


Bairro Ahú - Curitiba/PR - CEP 80540-180 - teVfa× (41) 313-4511 e 313-4508
Site para consulta processual: wwvv.jfpr.gov.br - e-mail: prctbcr02sec@jfpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 23

imerrogatóriú - Autos n° 2oo4.7o.oo.o4311ô‹o .\‹'¬'ƒ`*~-


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Data; 19. 2o E 21/oi/zoos.

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JUSTIÇA FEDERAL ‹

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2' VARA FEDERAL CR|M|NAL DE Cunmafit

TERMO DE TRANSCRIÇÃO
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Em
26 de janeiro de 2005, em cumprimento aos termos do Provimento n°
05/2003, Seção Vll, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
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Federal da 4” Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento
Criminal Diverso n° 2004.70.00.043116-0, em audiência realizada no dia l9.0l .2005.

ANTÓNIO CELSO GARCIA


l0
ll Juiz Federal: Senhor António Celso Garcia. Senhor Antônio, 0 senhor está sendo acusado de
l2 crimes, 0 senhor tem o direito de permanecer em silêncio. se o senhor fizer uso desse direito isso
13 não lhe trazer qualquer prejuízo. Agora, como e' do seu conhecimento, em virtude desse acordo
l4 celebrado com o Ministerio Público. 0 senhor se comprometeu em dizer a verdade sob pena de
lã perder os beneficios desse acordo. O senhor prefere ficar em silêncio ou o senhor prefere falar?
ló lnterrogado: Prefiro falar.
l7 Juiz Federal: Senhor Antônio, vamos começar com uma questão relativa ao “Caso Garibaldi”,
18 sobre uma suposta apropriação de 4 milhões de reais, que teria sido, que teria sido feita pelo
l9 Síndico com o auxilio do Doutor .loão Casilo, 0 senhor pode me esclarecer o que foi este
20 episódio?
21 lnterrogadoz O episódio é que o próprio Agostinho. em l995. um pouco depois da intervenção
22 do Banco Central falou que a situação da empresa, ele teria de caixa 4 milhões, que ele teria 4
23 milhões e meio no caixa e mais alguma coisa a receber de parcelas atrasadas e que, sendo feito 0
24 reajuste do saldo de caixa, que estaria, que não teria divida alguma a empresa, e que isso daí,
25 durante o processo, aconteceria. Eu vejo depois que, agora vim a saber que não tinha mais
26 dinheiro, foi dilapidado todo o património de lá. E foi por tinta pessoa que esteve trabalhando lá
27 e que disse que aquilo foi retirado com aluguéis, de alguma maneira o dinheiro foi sendo
28 dilapidado e não se fazer cumprir o que se deveria cumprir.
29 Juiz Federal: Mas tinha 4 milhões e meio em caixa?
30 lnterrogado: Em caixa.
31 Juiz Federal: Em saldo, em contas da empresa? E o senhor sabe porque o senhor viu os extratos
ba ×)
_ ou foi o Agostinho quem lhe disse?
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lnterrogadoz Não, 0 Agostinho me disse o que teria em caixa.
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Juiz Federal: lsso na época da liquidação?
lnterrogado: Na época da liquidação.
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L.:

L,.›

Juiz Federal: Alguma outra pessoa falou disso para o senhor? Desses 4 milhões e meio que
estariam em caixa?
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lnterrogado: Não, ele me falou, e teve uma pessoa, que agora eu não recordo 0 nome porque
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isso faz muito tempo, que l ano. ano e pouco depois acho. que esteve la trabalhando na
l

40 falência, e me falou que as coisas eram feitas, que o dinheiro estava sendo sacado para não pagar
4l as coisas do consórcio. que estava sendo desviado para outros fins.
42 Juiz Federal: Mas o senhor tem alguma informação mais concreta? Como isso era sacado?
43 Quem sacava? Para quem ia esse dinheiro?
44 lnterrogado: Eles falavam que quem fazia era o Síndico junto com o Advogado entendeu, e
45 que transformava aquilo em aluguéis e de alguma outra maneira que se colocava. se calçava comf
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l Av. AN|rà GARtaA\.c›|. BBB. 2 ° ANDAR. CuR|T|sAlPR. 80540-ISO - TEL l4Il 3|3‹45l E 31344 si
I I Ax 313-4505
sir: PARA t:oNsu|_u i=nocEssuA\_; www.jfpr.gov.pr I E-MA/L: prctb‹r0Zsec@1fpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 24

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JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ
2' VARA FEDERAL CMMINAL DE Cun|¬nsA

notas lá para se tirar 0 dinheiro, para se tirar de lá. lsso eu fiquei sabendo 1 ano e pouco depois
de, da...
Juiz Federal: O senhor não lenibra a pessoa que lhe disse isso?
lnterrogado: Não. Não me lenibro, faz muito tempo, mas só que é coisa que é facilmente
comprovado se for ver a contabilidade da empresa e tudo, eu acho que se chega nesses desvios ai
\OO0\IC7\LJi-¿>L..r\)›_‹

que
Juiz Federal: O senhor, na época em que o senhor ouviu isso o senhor tomou alguma
providência a esse respeito?
lnterrogadoa Não, eu nunca tomei providência nenhuma em relação ao consórcio, eu ouvia o
10 que se falava, ouvia, até porque foi uma conversa junto com o Doutor Casilo, uma vez que o
11 Agostinho falou que tinha, que o patrimônio da empresa, foi a primeira conversa depois da
12 liquidação, e as outras conversas |`oi^am eles com os advogados e o que eu ouvi foi extra-
13 oficialmente de uma pessoa que esteve la dentro, até que chegou para mim por uma outra pessoa
14 que estavam desviando todo o dinheiro de lá de dentro.
15 .luiz Federal: Mas essa conversa então que tinha 4 milhões e meio em caixa foi feita na
16 presença do Doutor Casilo?
l7 lnterrogado: Do Doutor Casilo, foi no escritório dele, logo depois, foi em 1995, logo depois da
18 intervenção.
19 Juiz Federal: Quem estava presente nesse...
20 Interrogadoz Doutor Casilo; o Agostinho; 0 Rui Libreti; o pai do Rui Libreti, Doutor Homero
21 Libreti, e eu.
22 Juiz Federal: E como que, e como que se poderia obter prova disso? Alguma coisa mais
23 concreta do que uma simples afirmação que o senhor ouviu dizer?
24 lnterrogado: Eu acho que na própria contabilidade da empresa e tudo pode-se fazer facilmente
25 isso dai.
26 Juiz Federal: O senhor sabe quem foi o beneficiário disso?
27 lnterrogado: Como?
28 Juiz Federal: O senhor sabe quem foi o beneficiário desses supostos desvios?
29 lnterrogadoz De todos não sei.
30 Juiz Federal: De alguns deles?
31 lnterrogado: Eles falavam que era ein forma de aluguel para o Doutor Casilo.
t.,à U Juiz Federal: Eni fomia de aluguel para o Doutor Casilo?
L.: bl
lnterrogado: É. Vamos supor, o aluguel era 1 mil reais, que o prédio era dele, que foi dado para
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ele o predio, era mil reais, e depois de tinta detemainada época passou a ser 12 mil reais de
1
L/Já

aluguel.
Juiz Federal: Que prédio que o senhor está falando?
t.aL,.:uJL,Jt,›

lnterrogado: O prédio que a empresa, que era do consórcio, que foi passado para o Doutor
Casilo a título de honorários para ele cuidar da falência. E que o aluguel era de 1 mil reais e
\Oo0\|O\

passou para 11, 12 mil reais logo em seguida.


40 .luiz Federal: O prédio do Consórcio Garibaldi foi passado para o
41 lnterrogado: Para o Doutor Casilo.
42 Juiz Federal: Para o Casilo?
43 lnterrogado: Foi.
44 Juiz Federal: Mas isso às claras ou foi feito às ocultas? Como que foi feito isso?
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Av. ANirA GAi=iQAi_m, ass. 2” A~nAn. cunmaA/PR, aosâo-tao _ ~rz|_ t4|i 311451 t E sia-45i2 / FA× sia-4505
s/'rs PARA coNsuL1'A i=RocsssuA|,:\v\v\-1.jfpr.gov.urI 5-1‹‹A¡L:prctbcr02sec@]fpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 25

Interrogatório- Autos n° 2004.70.00.043116-0 ,-iš7ƒ,/iÍÍ" ~:_

Data: 19, 2o e 21/01/2005. ,-É-zz-


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JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ
2* VAaA FEDEHAL CRIMINAL os Cum¬risA

lnterrogado: Eu acho que foi feito, eu acho que foi feito naturalmente. Eu acho que 0
Consórcio passou, agora não sei se já tinha tido a intervenção ou não, alguma coisa, mas foi
passado para ele.
Juiz Federal: Foi vendido para ele quando eleja era advogado do Consórcio?
\0OO\IÓ\<JJLL›J\J_^

lnterrogado: Já era advogado.


.luiz Federal: Isso foi antes da intervenção? Ou depois?
lnterrogado: Eu acho que durante, durante a intervenção, eu não me recordo dos fatos, aí tem
quasejá, e muito tempo, eu não sei se foi antes ou depois, mas que isso aconteceu, aconteceu.
Juiz Federal: Há alguma prova que o senhor tenha desses desvios? Algum documento? Alguma
l0 coisa?
ll lnterrogado: Não.
12 Juiz Federal: E essas pessoas que o senhor mencionou, o senhor não se recorda o nome delas?
13 lnterrogado: Não, mas veja, eu posso ir buscar isso, e dentro da contabilidade da própria
14 empresa eu acho que a gente vai conseguir, fazendo uma perícia lá, que nós estamos levantando.
15 já tem um trabalho sendo feito para que a gente possa apresentar essas provas aí.
ló .luiz Federal: Sobre esse tópico especifico tem mais alguma coisa que o senhor teria a dizer?
17 Que possa ser mais esclarecedor?
18 lnterrogado: Eu não me lembro, ah, foi passado primeiro o prédio para o Eduardo Albertini e
I9 depois, dele, foi passado para o Doutor Casilo.
20 Juiz Federal: Esse prédio foi vendido em leilão ou coisa parecida ou foi...?
21 lnterrogado: Não, não tenho ideia. Foi passado para o Eduardo para o Eduardo passar para o
22 Doutor Casilo...
23 Juiz Federal: O senhor fale no microfone por favor. Como que e'?

DO 24
25
26
27
lnterrogado: Foi passado para o Eduardo, eu não sei quanto tempo ficou no nome do Eduardo,
para depois ele transferir para o Doutor Casilo.
.luiz Federal: Que Eduardo é esse? Albertini?
lnterrogado: Eduardo Albertini, e.
28 .luiz Federal: Quem e essa pessoa?
29 lnterrogado: É o Eduardo que esteve aqui presente...
Juiz Federal: Sim, sim.
lnterrogado: E que foi laranja do Doutor Casilo em uma outra empresa que aconteceu agora
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recentemente também.
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Juiz Federal: O senhor lembra o nome da empresa?
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lnterrogado: Da empresa?
.luiz Federal: Que ele foi laranja?
lnterrogadoz Agora, dessa daqui, e', Diamantina ou Compto, uma das duas.
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.luiz Federal: E como que o senhor ficou sabendo desses fatos?


lnterrogado: Como?
\Ooo\10\

Juiz Federal: Como o senhor ficou sabendo desses fatos? De ter passado o prédio para essa
40 empresa que o Albertini era laranja?
41 lnterrogadoz Não, fiquei sabendo porque estava, agora. o senhor acabou de me lembrar, eu não
42 tinha nem me recordado disso, agora eu só sei que o predio foi feito em pagamento para ele
43 cuidar da intervenção, na época não era nem liquidação, foi feito isso dai, isso que eu fiquei
44 sabendo.
45 JZiz}Federal: E por que teria sido passado o predio primeiro para essa empresa e não
46 d para o Doutor Casilo?

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Av. ANIYA GjxRtsAu:>|. 556. 2° ANDAR. CuR|r|sA/PR, 80540-I BO - rei. |4|l 3 3-451 E 3|3f45|fi Ax 3¡3f45OB
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f s/rs vARA cousuuu m=oc:ssuAL: w\v\~/.jfpr.gov.pr/ E-MA/L: prctbcnJ2se:@1fpr.guv.br


Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 26

Interrogatório- Autos n° 2004.70.00.043116-0 = "z /Í .À

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JUSTIÇA FEDERAL
si-:çÃo .JuDiciÁRiA Do PARANÁ
2' VARA FEDERAL CR|MiNAi. DE CuR|¬riaA

lnterrogado: lsso foi o Doutor Casilo que deve ter sugerido.


Juiz Federal: O senhor falou com o senhor Albertini sobre esses fatos?
lnterrogado: Sobre esses, específicos, não.
Juiz Federal: Sobre a transferência do imóvel para essa empresa?
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lnterrogado: Não, especificamente disso aqui, agora, não.


.luiz Federal: Ele falou para o senhor...
lnterrogado: Na época, falou.
.luiz Federal: Falou o que para o senhor?
lnterrogado: Falou que estava sendo passado 0 prédio para ele, que 0 Doutor Casilo estava
10 passando 0 prédio, que não teria lastro, que não teria tudo, e que estaria passando 0 prédio, e que
11 depois estaria passando para o Doutor Casilo, posteriormente.
12 Juiz Federal: Esse prédio hoje está no nome do Doutor Casilo, e' de propriedade dele ainda?
13 lnterrogado: Era de propriedade dele, não tenho idéia, mas depois era de propriedade dele,
14 pessoal.
15 Juiz Federal: Coino que o Doutor Casilo chegou no Albertini?
16 lnterrogado: O Albertini trabalha, o Albertini e meu amigo desde a infância, e o Doutor Casilo,
17 o Albertini trabalhava, trabalhou comigo. nós nos criamos juntos e vivíamos em Curitiba, e ele
18 prestava serviços. às vezes para mim, para o Doutor Casilo, e o Doutor Casilo deve ter
19 conversado com ele para se passar primeiro para ele para depois passar adiante.
20 Juiz Federal: Só um minutinho. Então, prosseguindo senhor Antônio. O senhor mencionou
21 então que o senhor Albertini foi laranja nessa operação?
22 lnterrogado: Nessa operação. Foi.
23 Juiz Federal: A empresa era essa tal de Compto?
24 lnterrogado: Compto.
25 .luiz Federal: E o senhor ficou sabendo desses fatos na época ou mais recentemente?
26 lnterrogado: Na época. Na época fiquei sabendo também que
27 Juiz Federal: O senhor Albertini chegou a falar com o senhor sobre esses fatos?
28 lnterrogadoz Falou. Falou.
29 Juiz Federal: E o fato de ele ter sido utilizado como laranja não contou com a sua
30 concordância? O senhor não teve participação nisso?
31 lnterrogado: Não, participação não. Ele me colocou que 0 Doutor Casilo estava pedindo isso
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para ele se ele poderia fazer, eu falei que era uma avaliação dele, que ele poderia fazer, que eu
t,.›
tinha confiança no Casilo.
L,.›
Juiz Federal: O senhor chegou a conversar com 0 Doutor Casilo sobre esse fato?
t,›
lntcrrogadoz Não.
Juiz Federal: O senhor já utilizou o senhor Albertini da mesma forma em outras empresas ou
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coisa parecida?
u.:
lnterrogadoz Já.
DJ
.luiz Federal: O Doutor Casilo chegou a ele por intermédio do senhor?
40 lnterrogado: Meu intermédio.
41 Juiz Federal: Foi o senhor quem indicou?
42 lnterrogado: Não, ele conhecia, a gente freqüentava, freqüentava às vezes festa de final de ano
43 juntos e tal, ele conhecia e eles tinham amizade própria também. %~
44 Juiz Federal: i\4as 0 Doutor Casilo chegou a lhe procurar pedindo que indicasse alguém para
45 esse pr 'sito especifico?
46 Inter 00 0: Não. Nâo.

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4
Av. ANi1'A GARtaAL1i. 555. 2° ANDAR. CuRmsAlPR, 50540~l5O 7 TEL (41) 313-45I I E 3I3-45|24 FA× 3|3~450ã
_-sir: mn; consuen i=ao‹:zssuAi_. \vwi.'.)fpr.gov.pr I E MA/L. prctb:r0Zsec@¡fpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 27

_ Autos 11° 2004 70 oo 043116 - o "'”'*~`


interrogatório . . . F1 ',] f;

Dar a 19 2 0 e 21/01/2005
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SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' VA=A FsnsaAL Cm›4mAL DE Çuairiaa

Juiz Federal: lsso foi iniciativa do Doutor Casilo niesino?


Do Doutor Casilo mesmo.
\¡._.

lnterrogado:
Juiz Federal: Que procurou diretamente o Albertini?
lnterrogado: O Albertini, e o Albertini falou comigo.
Juiz Federal: E o imóvel da Garibaldi foi passado então para essa empresa?
\OOO\IÓ\UJ¡~bJ

lnterrogado: Para essa empresa, e depois, posteriormente, passado para o Doutor Casilo.
Juiz Federal: O senhor tem conhecimento se o senhor Albertini recebeu alguma coisa ein
virtude disso?
lnterrogado: Ele recebia o aluguel inicial que era de 1 mil reais, ele recebia. E segundo ele. que
10 agora fiquei sabendo, que quando passou para 1 ou 12 mil, ai ele não recebeu mais nada.
l

11 Juiz Federal: Ele, essa questão de subir, era 1 mil reais que se pagava, como é que foi isso de
12 subir ou não subir, o senhor pode me esclarecer?
13 lnterrogado: Eu fiquei sabendo agora que ele falou que ele recebia. Quando era 1 mil reais, ele
14 ia sempre lá no final do mês buscar o aluguel, ficava para ele. E depois que foi mudado para 1 1

15 ou 12 mil, ele não recebeu mais.


16 .luiz Federal: E algum motivo para que tenha passado para 12 e tal, que o senhor tenha
17 conhecimento?
18 lnterrogado: Não.
19 Juiz Federal: Algumajustificativa foi apresentada?
20 lnterrogado: Não. Não.
21 Juiz Federal: Salvo engano, ele mencionou, em uma oportunidade, uma garrafa de uísque?
22 lnterrogado: Ah, isso foi agora, nessa, no final dessa outra empresa aí, que seria a Diamantina,
23 dessa que teria mandado dinheiro para fora, não foi desse caso, que ele recebeu a garrafa de
24 uísque foi dessa outra empresa.
25 Juiz Federal: Outra situação?
26 lnterrogado: Outra situação.
27 Juiz Federal: A escolha do Doutor Casilo como advogado nesse caso foi do senhor?
28 lnterrogado: Näo. Do Doutor Nilton Libreti.
29 Juiz Federal: Sobre essa questão específica o i\fliniste'rio Público Federal tem alguma pergunta?
Ministério Público Federal (Doutor .Januário Paludo): Não, não tenho nada doutor.
Luuatn

×)›-Q
Juiz Federal: O Delegado teria alguma indagação sobre esse ponto específico?
Delegado (Doutor Tiago Santos Luz): .

uz

CJ 'ada mais havendo a ser transcrito eu vanice Grosskopf (Diretora de Secretaria) e eu


,

t.: 1 `sele Becker Bitello (técnico judiciário)¡ encerramos o presente termo. e certificamos que e
produçao fiel dos depoimentos colhidos Tmograficamente.
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L.:

L» Ciente.
tn Curitiba, 26 de janeiro de 2005.
40
41
42
43 io Fe 1 oro
44 Juiz Federal
45 2” Vara Federal Criminal
46
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Av. ANiTA G›,RisALo|. 558. 2° ANDAR. CuR|TisAlPR. 505404 BO - YEL (411 3134151 E 313-4512 1 I Fax 313-4505
s/rs wAnA consuma i=nocEssuAi_zmw1.jfpr.g‹›v.pr/ :~M,z¡L- prctt›cr02sec@jfpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 28

interrogatório - Autos n° 2oo4.7o.oo.o4311ô-o


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Data; 19, 20 e 21/01/2005.

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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo .JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' VARA FEDERAL CRIMINAL DE Cufl|¬r|aA

\¡._.
TERMO DE TRANSCRIÇÃO
Em
26 de janeiro de 2005, em cumprimento aos termos do Provimento n°
05/2003, Seção VII, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
Federal da 4” Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento
\OO0\|O\U-bb:
Criminal Diverso n° 2004.70.00.0431 16-0, em audiência realizada no dia 19.01.2005.

ANTÔNIO CELSO GARCIA


F'
10 .luiz Federal: Seguindo aqui na lista. um novo caso. Consta aqui que o senhor tinha uma ação
11 civil pública proposta contra o senhor na Justiça Estadual?
12 lnterrogado: Na Justiça Estadual, sim.
13 Juiz Federal: Em decorrência desse “Caso Gariba1di”?
14 lnterrogado: Sim.
15 .luiz Federal: Quem era o seu advogado nesse caso?
16 lnterrogado: O Doutor Casilo.
17 .luiz Federal: O Doutor Casilo também. Qual a participação do advogado Michel Saliba nesse
18 caso?
19 lnterrogado: Na, para se fazer o recurso especial, para que subisse para 0 STJ, o Michel me foi
20 apresentado pelo Doutor Bertoldo, para que conversasse com o Presidente do Tribunal para que
21 se autorizasse a subir o recurso.
22 Juiz Federal: Mas como que foi isso? O seu advogado no caso era o Doutor Casilo?
23 lntcrrogado: Era.
24 .luiz Federal: E como que se chegou a essa situação do Bertoldo, do Michel Saliba interferirem
25 nisso?
26 lnterrogado: Porque eu fui falar com alguns amigos. que eram amigos do Doutor Oto, e na
27 epoca eles falaram que não tinha condições, que era pressão politica, e que ia analisar, mas
28 ningue'm me deu um fechamento disso. AÍ eu fui procurado pelo Bertoldo que teria uma pessoa
29 que poderia falar, que conversava bem com o filho do Doutor Oto e tal e que conversaria bem a
30 respeito disso. Marcaram um encontro no escritório do Bertoldo, eu estive lá com o Benoldo e o
31 Michel Saliba, onde me foi proposto que se acertada uma quantia sairia o recurso.
Lu .luiz Federal: Por volta de quando que foi isso?
ba
lnterrogado: Foram 2 meses, 60 dias antes de sair o recurso.
L.:
.luiz Federal: Mas era o quê? Era um recurso especial nesse caso?
L.:
lnterrogado: Isso, um recurso especial para se pudesse subir para o STJ.
C» \O0‹7\10\u-Jàuâu

Juiz Federal: Para o STJ?



lnterrogado: Isso.
ua
.luiz Federal: Mas e, o recurso não seria recebido sem essa..., como que foi essa história?
ua
lnterrogado: Não, se o Presidente, o recurso especial que vai direto para o Presidente do
40 Tribunal, é uma decisão monocrática, se ele não, se ele indeferisse...
41 .luiz Federal: Mas o senhor tinha noticia de que ele não iria deferir?
42 lnterrogado: Tinha.
43 .luiz Federal: Noticia, quem lhe deu essa informação?
44 lnterrogado: Varias pessoas que eu procurei e que era amigas dele que chegaram Toni. lu
45 di/íc` orque tem muitu pressão inclusive deputados..... de pessoas....

AV. ÁNITA GARIÊALDI, 555, 2" ANDAR CURITIBA/PR, 80540'l8O - TEL Í4Il 313-451 E 313?/2 I I FAX 313-4505
- s/'rs PARA co~sunA Pnocsssuâcz\wvw.)fpr.9ov.pr/ :wa/L: pr:ti›zr0Ls:c@jfpr.gQv: r
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 29

Interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0


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Data: 19. 2o e 21/ot/2005.


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JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ
2' VARA FEDERAL CRIMINAL DE CURIYIEA

.luiz Federal: Alguem, por exemplo, que lhe falou isso? Que o recurso não seria recebido
porque haveria pressão?
J\J-1

lnterrogadoz Um
amigo dele pessoal, eu conheço ele por esse nome, não sei, o Cruz, que é do
Cartório, 1° Distribuidor, que é amigo dele, foi a pessoa com quem eu falei e que pedi para que
ele falasse com ele e me deu a negativa.
\OO0\lC'\\J-Iàb
Juiz Federal: Disse que não ia ser recebido?
lnterrogado: É.
Juiz Federal: O recurso especial?
lnterrogado: É, que estava muito dificil, tem muita pressão, que tinha isso... Nós passamos
10 adiante, falamos do recurso especial. Antes disso. eu tive em embate muito grande com o
11 Tribunal quando fui presidente da CPI da telefonia. Teve uma guerra de liminares, de Governo. e
12 a companhia telefônica contra a CPI, e eu acabei, numa entrevista na rede globo, eu critiquei o
13 Tribunal, eu critiquei o Tribunal pela decisão, e o mesmo, era a mesma pessoa que havia
14 concedido a liminar era a pessoa que era o relator do meu processo, nós vínhamos ganhando esse
15 processo em todas as instâncias, e depois disso mudou o fato e eu perdi esse recurso.
16 Juiz Federal: Was então quem lhe falou que esse recurso não seria recebido foi esse Cruz?
17 lnterrogado: Foi o Cruz.
18 Juiz Federal: Mas ele falou nesses temtos? Que 0 recurso não seria recebido?
19 lnterrogado: Que teria falado com ele, que era muito dificil, que não. que era uma coisa que
20 tinha muita pressão politica, que seria um ato contra 0 Tribunal, era uma decisão...
21 .luiz Federal: Mais alguém?
22 lnterrogado: Não.
23 Juiz Federal: Só com ele que o senhor falou?
24 Interrogadoz SÓ.
25 Juiz Federal: O senhor falou em “amigos” antes?
26 lnterrogado: Não, o próprio Doutor Casilo foi lá conversar e também não saiu com a garantia
27 de nada. Quem mais? Para deputado, mas para deputado você pede e ele fala "0Ihu. es/fi vendo.
28 vai ver com bons 01/tos mas especificamente quem me falou que não iria dar, que não iria subir
29 foi o Cruz.
30 Juiz Federal: E ai então o senhor teve esse contato com o Michel Saliba e cont o Roberto
LJ
\)-^
Bertoldo, isso?
DJ
lnterrogadoz Isso.
La-I DJ
Juiz Federal: E houve uma reunião?
I_,›
lnterrogado: Houve.
CJ
Juiz Federal: Quem estava presente nessa reunião?
L.:
lnterrogado: O Bertoldo, o Saliba e eu.
E onde? Essa reunião?
\O00\IO\UJ:-

tn .luiz Federal: isso foi


Lú lnterrogado: No do Bertoldo,
escritório
L.:
Juiz Federal: Uns 2 meses antes do recurso. e' isso?
40 lnterrogado: Mais ou menos uns 2 meses antes do recurso.
41 Juiz Federal: E qual foi o teor do diálogo da ocasião?
42 lnterrogatlo: Que teria que acertar uma quantia para sair o recurso.
43 Juiz Federal: Ta, mas uma quantia para os advogados?
44 lnterrogado: Uma quantia para o Tribunal, para acenar com o Presidente do Tribunal.
45 Juiz Federal: Eles falaram isso?
46 Interro: Falaram.
7
I tt z
AV. ANITA GARIBALDI. BBB. E e NDAR. CURITIBA/FR, 50540-I EO - TEL I4Il 3 3f45| E 3I'3-4512 I I / FAX 3I3-4508
5/TE PARA cousuurâ PROCESSUAL: www.]¶pr.gov.pI/ E-MAIL: prctbcrOZsee@jfpr.gov.l:Ir ›

I
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 30

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Interrogatorio - Autos n° 2004.70.00.043116-0
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oâiâz 19, 20 E 21/oi/2005.
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JU5TlÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ
2' VAHA Fzc›:iaAi_ cmi-‹iNAi_ DE Cui=maA

Juiz Federal : Os dois?


lnterrogado: Os dois. Não, nesse caso, principalmente o Michel Saliba.
Juiz Federal : O senhor conhecia o Michel Saliba antes?
lnterrogado: Conhecia da campanha.
Juiz Federal Ele não era seu advogado no caso?
\O00\lO\Ui-V-l¢a\›._.

lnterrogado: Não.
Juiz Federal : E ele falou que precisava de dinheiro para 0 Presidente?
lnterrogado: Isso.
Juiz Federal : E ele cobrou quanto para ele?
10 lnterrogado: Eu não sei o quanto para ele, eu sei que o total foi RS 65.000,00.
ll Juiz Federal : 65 mil reais?
l2 lnterrogado: É.
13 Juiz Federal : E o objetivo disso era apenas o recebimento do recurso especial?
l4 lnterrogado: Perfeito.
15 Juiz Federal E o senhor pagou esse dinheiro?
:

ló lnterrogado: Paguei
17 Juiz Federal Como que o senhor pagou esse dinheiro?
:

18 lnterrogado: Esse eu acho que são daqueles depósitos que eu acho que nós já entregamos na
19 Procuradoria, aí teve algum depósito que foi feito.
20 Juiz Federal: Tem aqui um documento apresentado pelo Ministério Público, esses valores
2l foram pagos de uma vez só ou separadamente? Como e' que foi isso? Como que o senhor pagou
22 isso, seo senhor se lembra?
23 lnterrogado: Eu acho que se foi feito depósito foi feito em ou 2 vezes, mas eu não me l

24 recordo como que foi, eu não me recordo como que foi feito, eu sei que foi paga a quantia total.
25 Juiz Federal E foi pago para quem?
:

26 lnterrogado: Para o Saliba.


27 Juiz Federal Foi depositado na conta dele? Conto que foi feito o depósito?
:

28 lnterrogado: Não sei, porque aí eu passei direto para o financeiro da empresa e pedi para que
29 fizesse o que ele detenninasse. Ele Michel Saliba.
30 Juiz Federal Não foi o senhor quem fez diretamente os depósitos?
:

3l lnterrogado: Não. Não.


L,J
ס
Juiz Federal O senhor chegou a ver esses recibos de depósitos posteriormente?
:

bl ba
lnterrogado: Eu vi aqui quando foi entregue porque estava dentro da empresa.
MJ
U4;
Juiz Federal Eu vou lhe mostrar aqui um documento de folha 03, que vai serjuntado depois a
:

este processo eu peço para o senhor dar uma olhadinha. São esses os depósitos?
,

lnterrogado: Antecipa. São.


Juiz Federal Esses depósitos feitos nessa conta dessa empresa Antecipa. RS 24.000,00.
uat.,›t..JL,.›t...›

lnterrogado: E R$ 41.000,00.
~Ooo\|0\

Juiz Federal Esses são os RS 65.000,00 que foi combinado?


:

40 lnterrogado: Foi.
41 Juiz Federal Algum motivo para ter sido pago em 2 vezes que o senhor tenha conhecimento?
:

42 lnterrogado: Não tenho idéia, não sei se foi feito no mesmo dia. se eram cheques. não sei se foi
43 feito no mesmo dia, nesse dia 22/04.
44 Juiz Federal 22/04. :

45 lnterrogado: dois foram no mesmo dia.


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46 Juiz Federal El)

Av. ANi1'A GARiaAL:›i. 555. N ANDAR. CuRi1'isAIPR, 50540¬ 80 - Tai. (41) 3 3-451
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srrs PARA coi‹suL'rA ›=ac›cEssuAi_: www.1fpr.gov.pr/ E-MA/L: prcti›cr02sec@)fpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 31

tnterwgztófio - Autos n° 2004.10.00.043116-0


Data: 19, 20 e 21/01/2005.
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JUSTIÇA FEDERAL
sEc_Ão .JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2* Vàna FEDERAL Cmmflâc uz Cum¬riaA

lnterrogado : Eu acho que é por causa de contas diferentes, deve ter saido dinheiro, alguma
coisa assim
.luiz Federal: Essa empresa Antecipa, é do Saliba?
UJ;k.›\›--

lnterrogado: Não. Eu acho que a Antecipa e' do Bertoldo.


Juiz Federal: Esse negócio foi feito com 0, quem ia prestar o serviço? O Saliba ou o Benoldo?
lnterrogadoz O Saliba, o Saliba.
.luiz Federal: O Bertoldo apenas estavajunto na reunião?
lnterrogado: O Bertoldo chamou o Saliba porque disse que na Justiça Estadual ele teria uma
\OO0\l0'\

boa entrada para se resolver isso.


10 Juiz Federal: E como esse dinheiro chegaria até o Presidente do Tribunal?
ll lnterrogado: Não tenho idéia.
12 Juiz Federal Quem mais que participaria desse serviço?
:

13 lnterrogado: Só o Saliba. e mais ninguém. Só o doutor, segundo ele, o próprio Presidente do


14 Tribunal, 0 Doutor Oto.
15 .luiz Federal Mas ele, o Saliba, ele iria diretamente ao Presidente do Tribunal?
:

16 lnterrogado: Diretamente. Diretamente. Ele falou com 0 Presidente...


17 Juiz Federal Utilizaria algum outro escritório de Advocacia?
:

18 lnterrogado: Não, diretamente. falou que o Oto era padrinho de casamento dele, que o
19 relacionamento dele era pessoal corn 0 Doutor Oto.
20 .luiz Federal E ele garantiu que conseguiria?
:

21 lnterrogado: Garantiu.
22 Juiz Federal E esse dinheiro era para o Saliba ou era para o Presidente?
:

23 lnterrogado: Não, era para o Presidente.


24 .luiz Federal lsso foi dito categoricamente?
:

25 lnterrogado: Categoricamente.
26 .luiz Federal E a decisão de recebimento do recurso especial foi feita?
:

27 lnterrogado: Foi feita.


28 Juiz Federal Confome havia sido combinado?
:

29 lnterrogado: Confonne combinado.


30 .luiz Federal Algum outro fato relevante sobre esse episódio que merecia menção pelo senhor?
:

31 lnterrogado: Sim, teve uma decisão, uma decisão, quando eles pediram para antecipar o
UJ \)
pagamento eles pediram para que, que ia sair uma decisão, uma decisão, que ela não seria a
DJ DJ
definitiva, mas que seria uma maneira de provar, acenar que sairia o recurso, para antecipar o
1,1
dinheiro, que eles estariam precisando do dinheiro.
Lu .luiz Federal O dinheiro foi pago antes ou depois da decisão?
:

t.,J

\Ooo\|O\L/4:-
lnterrogado: Da definitiva, um pouco antes. t\‹las teve uma decisão, que ai que eu pergunto se
t,›
esse documento foi juntado desde a primeira audiência eu havia lhe perguntado se na apreensão
L.:
estaria esse documento, estaria um documento onde teria a
L.:
Juiz Federal O que e' esse documento? E um rascunho?
:

40 lnterrogado: Não. E uma decisão assinada pelo Presidente...


41 Juiz Federal Assinada?
:

42 lnterrogado: E depois ela foi mudada, em 2 tópicos ela foi modificada.


43 Juiz Federal Essa decisão, ela foi mostrada ao senhor?
:

44 lnterrogado: Foi. Não, mostrada não. ficou na minha mão.


45 Juiz Fed l: Foi entregue.

9
Av. ANITA GA;=tsALDi, E5, 2” ANDAR, Cu›=u¬r|s›JF'H. 805404 BO 7 TEL MI) 313-45! I E 313/-[BIZ / Fax 3|3f45OB
sff: mma cousuen ønocsssuacz \v\vw.1fpr.gov.pr I E-MA/L:prct:bcr1J2se‹@jfpr.gev.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 32

Interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 J.


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Data: 19, 20 e 21/01/2005. ju.
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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÁo .JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' VARA FEDEHAL Cm›‹|NAi_ os CURITIBA

lnterrogado: Quando foi dado o dinheiro eles levaram a decisão. Ficou comigo. Eu não tenho
certeza se estava na minha casa, no escritório ou num dos carros apreendidos, e possivelmente
esteja naquele carro preto, na zafira, no banco de tras da Zafira, naqueles, naquele porta-trecos
O-lr-u›\›._.

que tem atrás do banco da zatira.


.luiz Federal: Quem lhe entregou essa decisão?
lnterrogado: O Michel Saliba.
Juiz Federal: Tinha mais alguem presente na ocasião?
Interrogado: Não. Não. Ele me entregou, ele me entregou a decisão, ele foi levar no meu
\OOO\IO\

escritório. Ele foi levar no meu escritório a decisão.


l0 Juiz Federal: E ele levou essa decisão para demonstrar que ia ser cumprido então?
ll Interrogado: Que ia ser cumprido. Aquilo era uma garantia de que a outra, que ia ter uma
l2 modificaçãozinha, mas que aquilo era amostra de que a coisa estava acertada.
13 Juiz Federal: Quanto tempo antes de sair a decisão lhe foi moslrado...?
14 lnterrogado: Uns lã dias.
15 Juiz Federal: 15 dias antes?
16 interrogado: É.
l7 Juiz Federal: E o senhor mencionou, o senhor chegou a ver a decisão original depois?
IS lnterrogado: Vi.
19 Juiz Federal: E o senhor mencionou que havia alguma modificação no texto?
20 Interrogado: Havia 2 modificações e ele pediu para que eu rasgasse a outra.
21 Juiz Federal: E esse documento o senhor não rasgou?
22 lnterrogado: Com certeza não rasguei.
23 .luiz Federal: O senhor acredita que está entre o material apreendido?
24 lnterrogado: Está.
25 Juiz Federal: Ou na zatira que o senhor mencionou?
26 lnterrogado: Ou no banco detrás da Zafira, naqueles...
27 Juiz Federal: O senhor chegou a ter contato direto com o Presidente do Tribunal?
28 Interrogado: Não. Não.
29 Juiz Federal: Mais alguém presenciou esses fatos?
30 Interrogado: Não. Não.
31 Juiz Federal: Sobre esse ponto específico, o Ministério Público Federal?

Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): O despacho, esse de admissão do
L.)
recurso, teria sido feito pelos advogados ou teria sido feito pelo próprio Presidente do Tribunal?
t..›
lnterrogado: Não, pelo próprio Presidente.
L,›
\O00\|O\U.L:_L,›×›
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Pelo próprio presidente?
t,›
interrogado: É idêntico ao outro que eu recebi.
t,.›
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Quem teria escrito esse despacho?
L.:
Teria sido o próprio Presidente do Tribunal ou teria sido os advogados?
uz
Interrogado: O próprio Presidente. O próprio Presidente. Que depois houve duas modificações,
40 mas pequenas, o teor da coisa mesmo era quase o mesmo, foram dois tópicos só que foram
41 modificados, mas era o mesmo, o mesmo papel, só não tinha o carimbo da secretaria, tinha só a
42 assinatura do presidente para se mostrar que a coisa tinha saido, para se adiantar 0 dinheiro. foi
43 isso.
44 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Não tenho mais perguntas.
45 Juiz Federal: As datas dessa primeira decisão e da segunda que foi publicada são, é a mesma
46 data qu onst no despacho? O senhor chegou a verificar isso?

10
Av. AN|TA GAR|a Di. 85 2 ANDAR. CuR|T|aAIPR,
. 50540450 - TEL (4Il 3I3-45I E 3I3- 5I2
I I FA× 3I3-4508
ht s/fz Paim consuma PRo‹::ssuAi_z\v\‹vw.)fpr.gov.prI E-Mari; prct1›cr0Zsec@]fpr.go{l:r/
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 33

interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0


om; 19, 20 e 21/01/2005. =‹1-= z ;


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.v 3,4/
JUSTIÇA FEDERAL
4.

sEçÁo .JuDic|ÁR|A Do PARANÁ


2' Vain FEDERAL cmM|mu_ DE Cufimaa

lnterrogado: Não, não. A data de uma, e'


como eu lhe disse, é 10, 15, 16 dias, não posso
precisar, mas é, pelo menos acho que uns 10, 15 dias, com a mesma data do dia. A outra data, a
LIJ;L,.r\)›_-

outra foi
.luiz Federal: É digitado ou é manuscrito? O documento?
lnterrogadoz Digitado.
.luiz Federal: Estava assinado?
lnterrogado: Assinado por ele, tudo. A única coisa que não tinha é que não estava registrado
em Cartório esse documento, era um documento assinado pelo presidente. a assinatura. o papel
\O0O\10\

timbrado normal. tudo.


10 .luiz Federal: Sobre esse fato, alguma coisa relevante que o senhor acha que seria o caso de
ll mencionar.
12 lnterrogado: Não. Não. É tudo.
13 .luiz Federal: O Delegado teria alguma
`

agação específica sobre isso? A Defesa teria alguma


14 indagação? Não.
15
16 \'ada mais havendo a ser transcrito eu vanice Grosskopf (Diretora de Secretaria) e eu
,

17 Í isele Becker Bitello (técnico judiciário), encerramos o presente termo. e certificamos que é
18 produção fiel dos depoimentos colhidos nograficamente.
`

19
20 Ciente, ',

21 Curitiba, 26 de janeiro de 2005.


22
23
24
25
26 Juiz Federal
27 2” Vara Federal Criminal
28
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 34

Interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 .¬‹'_`i_Í."'" .,

Dara; 19, 20 e 21/01/2005.


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JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO .JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' Vain FEQERAL CRIMINAL DE Cumrtsa

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TERMO DE TRANSCRIÇÃO
Em
26 de janeiro de 2005, em cumprimento aos tem1os do Provimento n°
U-lšbä

05/2003, Seção VII, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
Federal da 4” Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento
Criminal Diverso n° 2004.70.00.043l 16-0, em audiência realizada no dia 19.01.2005.

ANTÓNIO cELso GARCIA


\DOO\|C7\

10 Juiz Federal: Então, retomando o depoimento do senhor Antônio Celso Garcia. Sobre esse caso
11 Copel/Olvepar, o senhor pode me fazer um relato, qual e o seu conhecimento a respeito disso?
12 Qual a sua eventual participação nesses episódios?
13 Interrogado: Conheço. Essa, essa operação, mais ou menos em abril de 2002, eu fui procurado
14 por uma pessoa da Copel, chamado César Bordin, e ele teria me procurado com o intuito de
15 querer ajudar na futura campanha política que seria do candidato a Governador e candidato ao
16 Senado, do Governo, e que teria uma maneira de angariar recursos, de recursos em cima de uma
17 empresa concordataria que teria alguns créditos com o Govemo, e se eu tivesse interesse ele
18 levaria essa pessoa que teria esses créditos para conversar comigo e eu encaminharia, iria
19 encaminhar para frente para ver se o Govemo teria interesse ou não de se fazer essa operação.
20 Uns 4 ou 5 dias depois dessa conversa ele me levou essa pessoa, ele me levou essa pessoa, eu
21 não tenho o nome dele aqui, mas é Luiz alguma coisa, que era de Paranaguá, e essa pessoa se
22 dizendo credor dessa empresa Olvepar, que teria uma maneira de se fazer, de fazer uma doação
23 para a campanha na casa de 35% de devolução do que seria pago, 30% a 35% do que seria pago,
24 que teria de crédito dessa empresa, se 0 Govemo quitasse isso antes de ela ser, de ela ir para a
25 falência, ela era concordatária, ele tinha muito pouco tempo, se isso dai fosse uma coisa de
26 interesse, teria que ser rapidamente resolvido.
27 Juiz Federal: Só para esclarecer, quem da Copel lhe procurou inicialmente?
28 Interrogadoz O Doutor César Bordin.
29 .luiz Federal: E ele que levou essa outra pessoa?
30 Interrogado: E. Ele que levou depois o Luiz, depois tem nos autos o nome do Luiz. que eu,
31 mais especifico eu...
t_..›
Juiz Federal: Luiz Sérgio da Silva?
L.:
Interrogado: Pode ser. Luiz Sérgio, é isso.
ua
.luiz Federal: E ai, qual foi o resultado dessa reunião?
L.:
lnterrogadot Essa reunião teria, que teria, que se fossem acertados esses créditos, se fosse feito
antes de ela falir, que teria uma maneira de retomar 30% a 35% do que fosse pago, do que fosse
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L.:

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pago, que daria para fazer para a campanha política.
Lzà
Juiz Federal: O senhor pode prosseguir.
ua
Interrogadoz E eu, com isso na mão, procurei, procurei o Doutor Heinz, que teve uma reunião
40 comigo, foram apresentados alguns documentos, e ele levou para análise junto com o Doutor
41 Ingo, e quem mais, Doutor Ingo e o próprio Governador.
42 Juiz Federal: E essa, como que foi? O senhor, as pessoas lhe procuraram e o senhor foi quem
43 procurou o senhor Heinz?
44 Interrogado: Fui eu.
45 Juiz Fe eral: Senhor Hienz, o atual presidente do Tribunal de Contas?
46 Inter 0 0: Perfeito. Que era auditor, que era auditor da Copel e da Secretaria de Fazenda.

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AV. ANITA GARIBA lt. BEE, 2° ANDAR CURITIBA/PR. 80540-150 - TEL (41) 3I3-451 E šI3-4505
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 35

interrogatório - Autos n° 2004.10.00.043115-0


Data: 19, 20 e 21/oi/2005. í~

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SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' VARA Fanzine Cair-anal. DE Cu›=n'|sA

Juiz Federal: Mas o senhor chamou ele para ir até o seu escritório ou foi ate ele? Como que foi
isso aí?
Interrogado: Eu chamei ele para uma reunião no meu escritório.
.luiz Federal: E ele foi nessa reunião?
Interrogado: Foi.
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Juiz Federal: E quem estava presente nessa reunião?


Interrogado: O Sérgio,
esse Sérgio, o doutor César Borditt, ele e eu.
.luiz Federal: E aí o senhor expôs a clc toda a questão?
lnterrogado: Toda a questão.
IO Juiz Federal: Inclusive que o dinheiro seria utilizado também em campanha política?
II Interrogado: Perfeitamente, que seria para utilizar para a campanha politica.
12 Juiz Federal: Quem eram os candidatos ai?
I3 lnterrogado: Ainda não tinha. Ainda não tinha. Os candidatos seriam 0, seria, o candidato do
I4 Governo seria, o candidato do Governo, que seria escolhido um candidato, e eu seria o candidato
I5 ao Senado.
l6 Juiz Federal: E ai, nessa reunião, 0 senhor mencionou em seguida o que aconteceu?
17 Intcrrogado: Conto? Nessa reunião?
I8 Juiz Federal: Isso, que o senhor conversou lá com o senhor Heinz. e o que o Heinz ficou de
19 fazer?
20 lnterrogado: Ele ficou de falar com o Ingo, de falar com o Govemador. para que essa operação
2l se concretizasse. E ela chegou, ela chegou a ponto de estar, maio, final de maio, quasejunho, ela
22 chegou a ponto de estar com tudo certo para se fazer a operação, a operação estava, a operação
23 estava praticamente feita. O que aconteceu é que houve um vazamento disso daí, e esse
24 vazamento foi parar com o Álvaro Dias, e o Alvaro cobrou uma postura do Governador, que
25 seria o Governador Jaime Lemer não colocar nenhum recurso, não viabilizar nenhum recurso do
26 Governo na campanha, na campanha do candidato do Govemo, porque ele era favorito nas
27 pesquisas e que o comprometimento era um acordo branco entendeu, o Governo simplesmente
28 não ajudaria candidato nenhum com dinheiro. e em troca disso, se ele ganhasse, não retalharia o
29 Govemo anterior.
.luiz Federal: O senhor tem conhecimento se o senhor Heinz foi de fato falar com o senhor Ingo
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e com o Governador.
Interrogado: Tive.

Juiz Federal: O senhor tem esse conhecimento em virtude do quê?
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lnterrogado: Ele conversou com. ele conversou várias vezes, ele conversou com o Ingo,
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voltava das reuniões, nós tivemos várias reuniões depois para se resolver essa questão. E as
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conversas eram sempre com o Ingo e com o Governador.


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.luiz Federal: O senhor conversou alguma vez diretamente com o Ingo ou com o Govemador
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sobre esse tópico?
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lnterrogado: Cont 0 Ingo. uma vez. E junto cont o Guaraci de Andrade, que era o Secretário
40 Especial do Govemador.
41 Juiz Federal: E essa reunião foi feita onde?
42 Interrogado: Uma delas foi feita no próprio Palácio.
43 Juiz Federal: Sobre esse caso da Olvepar?
44 lnterrogado: Olvepar. Sim.
45 Juiz Fede I: E aí a operação, e nessas reuniões eles chegaram a mencionar que isso era de
46 conheci entb do Govemador Jaime Lerner?

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AV. ANITA GARIBALDI, äfifi. 2 ANDAR. CURITIEA/PR. 50540¬| BO - TEL 141) 3l3¬45| l E 3|3-45I2 I A 3-4505
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interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043115-0


Data: 19, 20 e 21/01/2005.
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SEÇAO -JUDICIARIA DO PARANA
2' VARA Faosfinc Cmmnuc os Cuntrtaút

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lntcrrogado: Era. Tudo era feito com o conhecimento do Govemador.
Juiz Federal: E aí, a operação, o senhor mencionou, naufragou então?
lnterrogado: Naufragou porque o Álvaro, sabendo disso, uma pessoa que, segundo 0 que se
fala, que era 0 diretor financeiro, um tal de Ricardo Portugal, teria feito isso vazar porque ele não
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estaria sendo beneficiado com nada nessa operação. lsso foi dito para mim pelo próprio Cesar
Bordin.
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Juiz Federal: E quem lhe deu a informação de que a operação teria, que teria havido a
desistência dela?
lnterrogado: O próprio César Bordin.
10 Juiz Federal: O senhor chegou a falar com o senhor lngo, ou com o senhor Guaraci ou com o
11 senhor Heinz sobre a frustração dessa operação?
12 lntcrrogado: Falei com o Heinz.
13 Juiz Federal: Ele, quem lhe deu essa explicação de que teria a questão naufragado por conta
14 desse problema com o Álvaro Dias?
15 lnterrogado: Eu estava presente num almoço, num almoço onde estava 0 Álvaro, no Hotel
16 Boubon, e ele recebeu uma ligação do Guaraci, e depois recebeu uma outra ligação do Jaime, o
17 Guaraci ligando, falando que dali a uns 15, 20 minutos ligaria para ele o Govemador, e nessa
18 conversa eu presenciei, a conversa onde ele disse que não, que não tinha essa operação, que não
19 existia nada, e se houvesse ia ser abortada, e conto realmente foi. lsso foi num sábado e a
20 operação foi abortada na segunda-feira. Inclusive, se não me engano, tinham sido até emitidos já
21 os primeiros cheques da operação, que depois foram cancelados.
22 Juiz Federal: Nereu Procopiak, participou dessas reuniões também?
23 lnterrogado: Eu acho que esse Nereu, eu não me recordo direito, mas esse Nereu eu acho que é
24 o que esteve na primeira reunião la com o Bordin, junto com o Luiz, tinha uma outra pessoa que
25 eu não sei 0 nome, que pode ser esse Nereu.
26 Juiz Federal: O senhor mencionou que foram feitas várias reuniões?
27 lnterrogado: Várias.
28 Juiz Federal: Nessas reuniões, quem estava sempre presente ali? O senhor, o Bordin?
29 lnterrogado: O Bordin.
30 .luiz Federal: O l-leinz também?
31 lnterrogado: O Heinz também.
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.luiz Federal: E depois do malogro dessa operação, o que aconteceu?
ua DJ
lnterrogado: Bom, primeiro, quem avisou aí do malogro da operação, eu avisei o Heinz, ele
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estava numa viagemjunto com o Rafael latauro, ele estava inclusive num navio, ele me ligou às
L.:
5 horas da tarde e eu disse para ele que a operação tinha dado errado porque o Govemador ou o
L.:
\Oo<>\IO\U-¿2-
lngo teriam mandado abortar e que eu teria sido comunicado às 10 horas da manhã pelo Cesar
L.:
Bordin.
L,›
.luiz Federal: Mas depois a operação acabou sendo efetuada?
L» lnterrogado: Efetuada. Ai fiquei sabendo, ai fiquei fora da questão. Voltei a saber da operação,
40 voltei a saber da operação quando uma pessoa de dentro da Copel teria falado para alguém que
41 estaria saindo uma operação da Olvepar que estaria sendo consumada nos últimos dias do
42 Govemo. Ai eu falei com o César Bordin.
43 .luiz Federal: O
senhor chamou 0 César Bordin ou 0 senhor foi até ele?
44 lnterrogado: Chame.
45 Juiz Federal: E el
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é lá?
46 lnterrogado: Foi.

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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 37

interrogatório- Autos n° 2004.70.00.043116-0


Data: 19, 2o e 21/oi/zooõ.
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JUSTIÇA FEDERAL
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2' VARA FEDERAL CR|›4iNAi. DE CuRi¬risA

.luiz Federal: Sozinho ou com mais alguém?


lnterrogado: Sozinho. Foi até o meu escritório e falou que a operação realmente estaria seiido
feita, só que a empresa já não era, já não era mais concordatária, ela era, era uma empresa falida
já, e que estaria sendo resolvido com procurador, e que o desagio né, teria sido maior porque era
uma operação mais diflcil de se concretizar. E o que seria na base de 30% que seria na época,
DO\IO'\LJi-ll-bJ\)._.

teria ido para 50% da operação, 50 e tantos por cento. o que sobraria dessa operação eram 40
inilhöes.
.luiz Federal: E o senhor mencionou procurador, que procurador? Como assim?
9 lnterrogado: Procurador da massa falida.
10 .luiz Federal: Da Olvepar?
11 lnterrogado: Da Olvepar, e. Que era do Mato Grosso.
12 .luiz Federal: E esse dinheiro, nessa nova operação, ele seria destinado a quê? Esse ágio seria
13 destinado a quê?
14 interrogado: Antes era para campanha politica.
15 .luiz Federal: Mas e ele não sabia? Ou ele não falou?
16 interrogado: Depois não, aí o César, o Bordin, me falou que seria, que o dinheiro seria
17 entregue para o Doutor Heinz, para 0 Guaraci, para o Ingo, para o Ingo, para, para todos que
18 estivessem envolvidos de uma questão ou outra que essa operação passou, porque diz que foi
19 uma operação dificil para passar pelo Tribunal de Contas, teve pareceres. e esse próprio César
20 Bordin que fez toda a operação, autorizado pelo Govemador e autorizado pelo Ingo.
21 .luiz Federal: O senhor chegou a falar dai depois com alguem mais, com o Heinz. com o Ingo
22 sobre essa operação?
23 interrogado: Falei. Falei. Porque num documento apreendido foi-me entregue aquele dossiê de
24 como teria sido feita a operação, foi-me entregue pelo Cesar Bordin. e eu avisei ao Heinz e dei o
25 documento para o Heinz ler no meu escritório. E ele leu todo o documento.
26 .luiz Federal: Seu novo contato com ele foi só nessa epoca? Na epoca em que o César Bordin
27 lhe falou que a operação estava sendo realizada, o senhor chegou a entrar em contato com ele ou
28 com 0 Heinz?
29 lnterrogado: Não. Não.
.luiz Federal: O senhor não ficou, vamos dizer, chateado de ter sido colocado fora dessa...?
L.›L.Jt_,›

×››-O
lnterrogadoz Não, porque era coisa da campanha política. era para a campanha política, na
verdade era para acertar campanhas de panido como se faz né, para pagar grafica, para pagar
L..›

essas coisas que faz o Govemo quando arrecada dinheiro, então era coisa da campanha politica,
L.:
não era dinheiro específico para pegar na mão, “ah não, vai ficar tanto para fulano, tanto para
ba
cicrano”, não, era um todo para uma campanha política, para se acertar, acertar acordos, apoios
L.:
e, ondc se faz né, o partido vai ter 500 mil camisetas. vai ter tantas bolas de futebol. tantos jogos
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Lu de camisa, essas coisas seriam pagas com esse dinheiro, seria entregue para os panidos que
L.:
seriam coligados.
ua
.luiz Federal: Mas o senhor não ficou de alguma forma chateado ou revoltado ou não tomou
40 alguma providencia pelo fato de ter sido excluído da segunda fase?
41 interrogado: Não, para falar a verdade, eu procurei o Heinz quando fiquei, falei com ele, ele
42 me falou que não, que não era ele mais quem estava conduzindo isso, e que se estivesse alguém
43 conduzindo era o Ingo direto com o Govemador, que ele estava fora, que ele queria ficar fora, e
44 quando, na verdade, depois, eu vim a descobrir que o parecer foi feito pelo gabinete dele, pela
45 Desiree, e foi passada essa operação teria que ser levada a plenário e não foi levada a plenário,
46 acho que foi us de uma prerrogativa la, regimental. para que não se levasse a plenário, e foi

Av. ANITA GARiaAi.Di. ® 15


588. 2 ANDAR. CuRi1'|sA/PR. E0540-ISO - TEL i4|l 313-451 E 3I3-4512 I

s/rs vlw. co›:sui_fA vnoczssuixez \vv‹w.]fpr.gov.pr/ E-mi/L: prcthcr0Zsec@jfpr.gov.br


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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 38

interrogatório - Amos n° 2oo4.7o.oo.o4311ô-o


Data; 19, 20 tz 21/01/2005,

-JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ
2' VARA FEDERAL CRIMINAL DE CuR|1'|sA

feita direto com o


Presidente do Tribunal, e para no final essa operação ter validade e para ela ser
concretizada precisaria ter um Decreto do Governador, onde que sem esse Decreto do
Governador não teria sido efetivada a operação. Ele fez o Decreto acho que no dia, entre o dia 20
U-l2\‹J\)›-'

e 27, o Govemador fez um Decreto que validou essa operação.


Juiz Federal: 20 e 27 de quando?
interrogado: De dezembro de 2002. Nos últimos dias do Govemo do Jaime.
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.luiz Federal: E esse Decreto o senhor tem conhecimento de que foi feito especificamente para
amparar essa operação?
lnterrogado: O Decreto existe, esta no Diario Oficial, é só procurar que...
10 Juiz Federal: Mas quem lhe falou isso? Que o Decreto tinha esse objetivo?
11 lnterrogado: O César Bordin.
12 Juiz Federal: Naquela reunião?
13 lnterrogado: Nessas conversas que eu tive com o César ele me falou que o Decreto foi feito,
l4 depois, ele já tinha sido preso, o César Bordin, já era o Requião, já era outro Governo, já era
15 tudo, quando ele veio falar para mim o que tinha sido feito e que ele queria que pagasse
16 advogados para ele.
17 Juiz Federal: Essa operação da qual o senhor não participou, ela foi feita em moldes similares
18 àquela anterior, que estava sendo conversada anteriormente?
19 lnterrogado: Como assim?
20 Juiz Federal: Essa operação da Copel/Olvepar, o senhor mencionou que uma primeira foi
21 frustrada, depois eles retomaram e fizeram. Os moldes eram iguais? Semelhantes?
22 lnterrogado: Aí eu não sei, aquela ia ser feita em cheques, ein vários cheques de alguns bancos
23 entendeu, que seriam entregues para essa empresa, para a Olvepar, e essa empresa devolveria a
24 parte em dinheiro.
25 Juiz Federal: Devolveria em dinheiro?
26 lnterrogado: Em dinheiro, lógico, que era um dinheiro por fora. Esse era o molde dessa
27 operação. Agora da outra operação eu não participei, eu não sei quais foram os moldes em que
28 foi feita.
29 Juiz Federal: O senhor mencionou que posteriomtente 0 César Bordin lhe procurou
30 novamente?
31 lnterrogado: Procurou.
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.luizFederal: lsso antes ou depois da prisão dele?
L.:
bú'

interrogado: Depois da prisão dele. Depois da prisão dele, ele falou que estava se sentido
ua
injustiçado, que ninguém falava com ele.
ua
Juiz Federal: Ele foi até o seu escritório ou o senhor foi até ele?
ba
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lnterrogado: Ele foi até o meu escritório.
tn Juiz Federal: Alguem mais estava presente ou só ele e o senhor?
ua
lnterrogado: Não, estava ele e uma outra pessoa que estava com ele, que trabalha na Copel
L.:
também, que também tinha sido presa, puxa, se eu não me engano, não tenha certeza absoluta,
40 André, que era uma pessoa que trabalhava com ele, que era. que ele era contador e esse outro era
41 tesoureiro, Andre.
42 Juiz Federal: E qual foi, o que eles falaram para o senhor na ocasião?
43 lnterrogado: Falaram que tinham sido abandonados, que tinham sido presos, que não tinham
44 dinheiro nem para pagar advogado, que tinham sido colocados para fora, e que ninguém estava
45 atendendo mais eles, que o Heinz não atendia, que o Guaraci não atendia mais ninguém. que eles

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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 39

interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0


Data: 19, 20 e 21/01/2005. _‹Í-.¿<_äÊ¡'¡-«.,,Í'
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SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vain FEDERAL Cmt-usar. os Cumfiaà

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não conseguiam mais falar, e que eles estavam desesperados, que eles não tinham recursos para
pagar advogado.
.luiz Federal: Eles queriam dinheiro então?
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interrogado: Eles queriam que pagasse advogado.


.luiz Federal: Advogado?
interrogado: Advogado. E queriam conversar, e queriam que eu intercedesse porque eu
conhecia a operação, e que quem teria denunciado por não ter participado teria sido esse Ricardo
Portugal ai, que teria feito porque não tinha tido a parte dele, segundo o que ele me falou. a pane
\OOO\IO\

dele não foi entregue.


10 .luiz Federal: E qual foi 0 resultado da conversa? O senhor ficou da falar com eles, com o
11 Heinz, com o
12 interrogado: Falei.
13 .luiz Federal: O senhor chamou eles até o escritório? Foi até lá? Ou falou por telefone?
14 interrogado: Falei com o Heinz. falei direto, dessa vez, que eu falei a primeira vez com ele
15 acho que foi no Tribunal, foi lá que eu falei com ele. Falei que 0 Cesar tinha me procurado e que
16 estava muito agastado, que estava, tinha perdido um filho num acidente, e estava desesperado
17 porque não tinha mais o que perder na vida, e agora não estava ninguém atendendo ele e ele nâo
18 tinha dinheiro para pagar advogado. E que eles tinham que procurar... “ah, não, não, isso vai ser
19 feito, eu quero bem ele e tal, vai ser resolvido, mas pode ficar fora disso, que eu também não
20 quero me meter, isso ai eu vou botar o Guaraci para falar com ele, e isso eles vão se acertar”.
21 .luiz Federal: E eles de fato tomaram alguma providência para amparar lá o Bordin?
22 interrogado: Eu acredito que, eu acredito que num determinado momento. ate um detemtinado
23 momento não. Porque depois eu tive tinta conversa com ele, junto com o advogado dele, na casa
24 do advogado dele, Doutor Acrisio Cansado, onde ele me entregou, ele me falou desse dossiê e
25 depois me entregou uma cópia.
26 Juiz Federal: Como que foi? Houve uma outra reunião da casa do Bordin? É isso?
27 interrogado: Não, na casa do advogado dele, de um advogado que era da empresa, da Copel...
28 Juiz Federal: O senhor e quem mais estava presente? O senhor, o advogado e o Bordin?
29 interrogado: Eu, o advogado e o Bordin.
30 .luiz Federal: Mais alguem?
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interrogado: Ninguém.
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.luiz Federal: E foi falado o qué?
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interrogado: Foi falado que eles não continuavam, continuavam não atendendo, que eles não
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estavam interessados na defesa dele, e que eles não iam tomar providências. e que eu falasse, e
L» se eu tinha alguma maneira a mais de falar com 0 Heinz, de falar com alguém para ajudar. Eu
L.:
falei que eujá tinha falado, e eles falaram que iam fazer um, dali saiu que ele estava fazendo um
dossiê e que ia me entregar, até para eu saber como teria sido feita a última operação, para eu
\O00\|O'\L/J`-

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ua
entregar para o Doutor Heinz.
ua
.luiz Federal: E esse dossiê, ele foi entregue?
40 interrogado: Foi.
41 .luiz Federal: Eu lhe mostrei num outro depoimento ao senhor, mas eu vou lhe mostrar aqui
42 novamente, folha 29 dos autos. eu peço para o senhor dar uma olhadinha.
43 interrogado: Foi.
44 Juiz Federal: É esse documento?
45 interrogado: É esse documento.
46 Juiz Por quem ao senhor?

17
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AV. ANITA GAÊIEALDI. EEB. 2 rNDAR. CURITIBA/FH. 50540-IEO - TEL (41) 3I3-45! E 3l3-45l2 I IFAX 3l3-4505
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 40

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JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ
2' VAnA FEDERAL CRIMINAL DE CuR|r|sA

lnterrogado: César Bordin.


.luiz Federal: E o senhor guardou esse documento?
L/-I;b.v×››-›

lnterrogado: Guardei.
Juiz Federal: Depois que lhe foi entregue esse documento, o senhor tomou alguma
providência?
lnterrogado: Tomei, chamei o Heinz, ele foi no final da tarde, eu entreguei isso daí para ele, e
falei: “Olha, isso daqui, eu comecei a operação dentro do meu escritório, ela não foi efetivada,
depois vocês fizeram juntos, e isso aqui aconteceu, está aqui Ó, isso foi-me entregue, e voces
\OO0\IO\

estão negligenciando o caso, e isso aqui foi colocado porque eles estão com medo, vocês vão
10 deixar eles jogados, estão com medo de ameaça, ele está fazendo esses dossiês e entregando para
11 varias pessoas”. Que na verdade. o Bordin tinha medo de retaliação.
12 .luiz Federal: E tinha mais alguém ou era só o senhor e o Heinz?
13 lnterrogado: Só eu e ele.
14 .luiz Federal: E ele falou o quê? Diante do documento.
15 lnterrogado: Que ele ia procurar, que ele ia procurar, que isso não era coisa dele, que isso era
16 coisa do Jaime Lemer, que ele não tinha feito, que tinha que falar com o Ingo e com o Jaime e o
17 Guaraci, que ia botar para procurar, mas que eu não me envolvesse mais...
18 Juiz Federal: Ele chegou a ler o documento na ocasião?
19 lnterrogado: Leu.
20 Juiz Federal: Ele falou alguma coisa que era falso?
21 lnterrogado: Não.
22 .luiz Federal: Não o quê?
23 lntcrrogado: Não falou que era falso, pelo contrário, ficou bem, ficou bem nervoso.
24 .luiz Federal: E o senhor sabe daí se foi feito algum amparo, alguma coisa para o César Bordin
25 então, para que esse dossiê não viesse à tona?
26 lnterrogado: Não, ai eu fiquei sabendo, 0 César falou que ai, a outra pessoa que estaria ne, que
27 estavam juntos nessa operação e que teve contatos com o, teve contato com o Heinz e com o
28 Jaime e tudo, teria sido o Beto Youssef, que estava nessa operação e que o Bordin estava
29 procurando ele, e que estava tentando buscar ajuda com ele também porque eles teriam, eles
30 teriam feito essa operação e nessa operação ele ia procurar quem de direito para poder ajudar,
31 para poder ter contato, porque eles continuavam não atendendo, continuavam não fazendo e
L.J
deixando eles de lado.
L.)
.luiz Federal: Por volta de quando que foi essa reunião com o Bordin que ele entregou para o
ua
senhor esse dossiê?
L.)

\O00\IO'\K./.L`-bJ\)
lnterrogado: Logo depois da prisão dele.
L.:
Juiz Federal: Logo depois da prisão?
t...›
lnterrogado: É. O quê, uma semana, não sei, não posso precisar, não vou falar a data que eu
ua
não posso, mas foi, aborda a prisão dele, acho que aborda tudo ai já no dossiê não é?
ua
Juiz Federal: Teve uma outra operação envolvendo a Copel e uma empresa Adifea...
40 lnterrogado: Adifea.
41 Juiz Federal: O senhor tem conhecimento dessa operação também?
42 lntcrrogado: Eu tenho, eu tenho conhecimento do que o César me falou, que dessa operação
43 saiu mais 15 milhões.
44 Juiz Federal: Nos mesmos moldes?
45 lnterrogado: N nesmos moldes.
46 Juiz Federal: as mesmas pessoas envolvidas?

AV. ANITA GARIBALDI. 58%, 2 ANDAR. CURITIBA/PR, E0540-ISO - TEL (4Il 3I3-451 I E 3l3¬45I2/I FAX 3I3-4508
s/rs =›ALA coNsut_¬rA ›=›=o‹::ssuAL:www.1fpr.gov.pr/ :ema/L: pr:thcr0Zse:@jfpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 41

interwgzzório - Autos n° 2004.10.00.043116-0


Data: 19, 20 e 21/01/2005.

JUS-l'lÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ
2' VARA FEDEHAL Cmmlrul. DE CuR|1'|sA

lnterrogadoz Com as mesmas pessoas envolvidas.


Juiz Federal: Depois que 0 senhor passou isso para o Heinz, o Bordin lhe procurou novamente?
Alguma outra questão?
Interrogado: Me procurou atrave's do Doutor Acrisio Cansado que era o advogado dele.
Juiz Federal: Em que sentido?
©OO\IO\U-|šbJ\)›_-

lnterrogado: Não, de falar que eles estavam negligenciando. que tinha CPI, tinha a CPI, que o,
que eles estavam deixando, jogando 0 César para os leões, que estavam deixando as coisas
acontecerem e que ninguém estava tomando providências, e que tinha a CPI desse caso aí e que
o César ia ser ouvido, e que se dependesse da coisa como continuasse o César ia levar a
10 documentação toda e ia na CPI, entregar.
ll Juiz Federal: E o senhor tem conhecimento se ele levou mesmo, se ele revelou?
12 Interrogado: Não.
l3 Juiz Federal: E o senhor tem conhecimento do porquê que ele não revelou esses fatos?
l4 lnterrogado: Não. Não porque dessa parte para frente eu perdi contato com eles, eu falava só
15 com o Heinz, e o Heinz falava que não estava mais lidando com isso daí, que tinha passado para
16 o Guaraci.
17 Juiz Federal: O senhor tem conhecimento de alguma participação nesses fatos do Cid
18 Campelo?
19 lnterrogado: O Cid Campelo fez um parecer com relação a essa operação tambe'm.
20 Juiz Federal: O senhor chegou a conversar, ou ele estaria envolvido naquele primeiro momento
2l em que se discutia aquela primeira operação?
22 lnterrogado: Ele teve, nessa conversa que teve com o lngo, o Heinz e o Guaraci, ele, por um
23 momento ele passou, mas passou rapidamente nessa reunião, onde ele ia analisar, para se fazer
24 uma análise daquele primeiro, daquela primeira pane...
25 Juiz Federal: O senhor estava presente quando ele passou?
26 lnterrogado: Eu estava presente no Palácio quando ele passou lá. Estava o Ingo, eu e o Heinz...
27 Juiz Federal: E foi exposto a ele sobre essa operação?
28 lnterrogado: Foi colocado para ele que iria ter uma operação, que precisaria passar pelo crivo
29 dele, para ele analisar, foi o lngo quem falou isso para ele.
30 Juiz Federal: Mas foi falado que havia a imaginação de ir para a campanha politica?
31 lnterrogado: Não. Não. Não porque ele era contra, ele queria que o candidato ao Govemo fosse
L.)
o Rafael Greca, ele trabalhava para o Rafael, então não se falou o motivo para ele, até porque
CJ
politicamente ele era contrário a qualquer outro tipo de candidato.
CJ
Juiz Federal: Depois que, nesse ano, no ano passado, no começo do ano houve ate' a prisão de
L.: \O00\10\u.r.L.z.›\›

algumas dessas pessoas envolvidas, teve algum contato com 0 Cesar Bordin ou com essas
L.:
pessoas relativamente a isso?
\.,›
lnterrogado: Não, eu tive depois da prisão deles, eu acho que foi nesse ano passado não é? Ano
L.:
passado não, retrasado né.
ua
Juiz Federal: No ano passado houve uma prisão, inclusive dos secretários não é?
40 Interrogado: Ah e', ah não. ai teve do Cid e do lngo né?
41 Juiz Federal: lsso.
42 lnterrogado: Ai eu não sei se foi dessa operação. Não. Ai eu não tive mais contato.
43 Juiz Federal: Sobre essa questão especifica, o t\'liniste'rio Público Federal tem perguntas?
44 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): O senhor mantém contato freqüente
45 com o Heinz, eu go ia de saber qual e o relacionamento, que tipo de relacionamento que o
46 senhor tem com el .

Sá?
19
AV. ANITA GARIBALDI. BEE. 2 AND R, CLIRIYIEA/PR, 50540-ISO - TEL (41) 3l3-45I E 3l3-45I2/I/(A× 313-4505
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 42

iniermgaióiio - Autos n° 2004.70.00.043116-0 .¬›2f”f .,

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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÀo .JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' VARA Fsnsnn. CH|M|NAL DE CuR|r|sA

l lnterrogado: Eu tive, eu tive ele e 0 Rafael latauro de sócios na rádio.


2 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Na rádio independência?
3 lnterrogado: Isso.
4 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): E por que razão 0 senhorjustificaria o
fato de eles terem alijado o senhor do processo, do segundo processo da Olvepar? Alguma
explicação que lhe deram. uma...
lntcrrogado: Nós conversamos politicamente, e ali eu acho que a coisa foi simplesmente
OO\|O'\U

dinheiro ne. Não era mais nada político né. Ali era uma questão de raspar o tacho, entendeu. Para
9 mim não falaram nada, me colocaram, me deixaram, justamente eu, eu levei a operação, eu levei
10 as pessoas, que na verdade foram trazidas pelo César, como 0 contato ficoti direto do César
ll Bordin, do Ingo junto com eles, obviamente eu estava fora do processo, não era mais candidato,
l2 tinha passado, para que colocar mais uma pessoa no meio disso. Eles fizeram a coisa para
l3 simplesmente levantar dinheiro.
14 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): E a partir disso, a partir desse
lã episódio, como e que ficou o seu relacionamento com o Heinz?
16 lnterrogado: Ele sempre falou para mim que nunca ficou com nada. entendeu. Que isso era
17 coisa do Jaime Lerner, que era coisa de compromisso com o Jaime que tinha. que ele não ficou
18 nada, que ele só teve no começo, que ele não se envolveu. que ele só deu esse parecer e na
l9 verdade se envolveu nisso dai para ajudar, e que ele não tinha culpa de nada, e que. só. Sem
20 muitas e maiores explicações.
21 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Nada mais.
22 .luiz Federal: O Delegado tem alguma questão a colocar? Nâo. A Defesa teria alguma
23 indagação especifica sobre isso? Não. O senhor mencionou, salvo engano, que haveria algumas
24 fitas gravadas sobre esses fatos?
25 lnterrogado: Isso, eu ia falar agora sobre isso. O César. 0 César Bordin tem gravação com a
26 Desiree, com o Lucena, e com o Heinz.
27 Juiz Federal: Em que sentido são essas gravações? O senhor chegou a ouvir essas gravações?
28 lnterrogado: Ouvi a da Desiree, na casa do
29 Juiz Federal: E o que se diz ali?
ua
lnterrogado: Da operação. De como fazer a operação, de pressionar o Lucena por uni parecer
L.:
porque na Secretaria da Fazenda para que se saísse a operação, e o Lucena diz que não
L» dependeria dele, do parecer dele, que essa era uma decisão que o próprio Secretário poderia dar.

E realmente foi feita pelo Secretário.

Juiz Federal: E as outras fitas o senhor chegou a ouvir?
lnterrogado: Não.
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oz
.luiz Federal: Chegou a falar dessas fitas para o senhor Heinz?
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lnterrogado: Não.
1.1
Juiz Federal: Chegou a falar dessas fitas para alguem?
Lú lnterrogado: Não.
40 Juiz Federal: O senhor sabe se ele tem ainda essas fitas na posse dele? O senhor Bordin?
41 lnterrogado: Acredito que sim, faz tempo que eu não tenho contato com ele, esse ano eu não
42 tive contato com ele, mas eu acredito que sim, que era uma maneira de ele se preservar né.
43 Juiz Federal: O senhor sabe o conteúdo das fitas no que se refere ao Heinz com o Bordin?
44 lntcrrogado: Não, diz ue tem uma conversa, a mesma conversa que ele teve com a Desiree ein
45 relação ao parecer, d ele teve com o Heinz e teve coin a Desiree junto com o Lucena.

20
AV. ANIYA GARIBALDI. BSB. 2° NDA CURITIBA/PR. 56540480 - TEL (4Il 3|3>45I E 3I3-4512 FA× -4508
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 43

inzerrogzióúo - Autos n° 2004.70.00.043116-0


Data: is, 20 e 21/oi/2005. a ' `
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-JU_STlÇA. FEDERAE
SEÇAO JUDICIÁRIA DO PARANA
2' VAnA FEDERAL CRiMiNAi. DE Cuniriaâ

Juiz Federal:O senhor tem conhecimento de qual e a participação nesse fato de uma empresa
chamada Embracom? De propriedade de um tal de i\'laurício da Silva?
lnterrogador Não. Não.
Juiz Federal: O senhor Bordin, nesse dossiê, ele menciona que “...esses cheques seriam
\OO0\|O\U-F-bJ\J-~

passados ao senhor Heinz e por sua vez atenderiam a diversos interesses govemamentais,
compromissos assumidos na campanha eleitoral do senhor Beto Richa e pessoal repasse de
recursos ao senhor Rafael latauro, Hemias Brandão, Durval Amaral. Heinz, Guaraci. Silvio
Name, Valdir Rossoni e outros...”. O senhor tem algum conhecimento sobre isso?
lnterrogadoz Esse seria o estafe ai da campanha, da campanha do Beto e tal, agora essa
10 declaração, quando o Heinz falava isso dai, eu mesmo comuniquei isso daí ao Beto, e foi uma
ll questão até de uma discussão grande ai do pai do Beto com o Heinz, porque nada disso chegou
12 na campanha do Beto, nada disso, nenhum tostão disso daí chegou, e a própria família que teve
13 que assumir o rescaldo de campanha do Beto, e o próprio Beto enfrentou dificuldade. a coligação
14 que seria com o nosso partido e com tudo não houve, porque não houve o aceno, essa operação
15 não foi feita na epoca que era para se consolidar as alianças, então nada disso aconteceu.
16 Juiz Federal: O senhor falou dessa afirmação... Então, prosseguindo no depoimento do senhor
17 Antônio Celso Garcia no caso Copel/Olvepar. Então. para retomar a pergunta. o Heinz falou ao
18 senhor que esse dinheiro da Copel teria esses repasses aqui mencionados pelo senhor Bordin?
19 Inclusive para a campanha eleitoral do Beto Richa.
20 Interrogado: Que seria para pagar rescaldo da campanha, que ele não ficou com nada, quiseram
21 pagar as coisas que tinham ficado, e as contas do Jaime Lemer, e que ele não tinha ficado com
22 nada, só tinha se incomodado, e que ele falou que era para pagar campanha de quem, do Beto, eu
23 procurei o Beto, eu procurei o Beto e falei “Olha Beto, o Heinz é teu amigo, é amigo do teu pai,
24 mas ele está falando que esse dinheiro que foi feito, que foi pego da Olvepar foi para pagar parte
25 da tua campanha”. Ele falou: “i\'lentira, quem pagou foi minha familia. isso ai está acontecendo,
26 eu já ouvi falar isso daí, mas você ouviu isso da boca dele?”. Eu falei que ouvi. Ele falou com o
27 pai dele e inclusive foi uni motivo de discussão aí do pai do Beto com o Heinz na época.
28 .luiz Federal: O senhor presenciou essa discussão?
29 lnterrogado: Não.
30 Juiz Federal: O senhor ouviu falar dela?
31 lnterrogado: O Beto falou para mim.
ua \)
Juiz Federal: O Beto falou para o senhor?
L.: LN lnterrogado: O Beto falou para mim porque estava decepcionado, que o pai estava
uz
decepcionado, porque deixaram tudo para a família pagar, que ele tinha assumido um
ua
compromisso com a família da mulher dele para poder pagar isso dai, que ele não tinha dinheiro
L.:

\Ooo\10'\UJ*-
e não foi dado um tostão para ele de nada.
t.,.~

.luiz Federal: Então o senhor acredita que esse fato não e verdadeiro? Essa afirmação do
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Heinz?
ua
lnterrogado: Não. Não. Essa e' completainente....
40 Juiz Federal: Mas o senhor transmitiu essa afirmação ao Beto Richa?
41 lnterrogadoz Ao Beto.
42 Juiz Federal: Então ele tem conhecimento dessa afimmção?
43 interrogado: Tem conhecimento.
44 .luiz Federal: E ele e lhe relatou esse episódio de briga do pai dele com o senhor Heinz?

AV. ANITA GARIBALDI.


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CURITIBA/PR 50540450 - TEL (41) 3I3>45I E 313-45I2


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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 44

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JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ
2' VARA FEDERAL CR|mNAL DE Cum1'|sA

lnterrogado: Não é bem briga, e' uma discussão ein relação do ficava-se falando, do que estava
circulando na cidade, já que era de conhecimento, porque política todo mundo fica sabendo, que
\)›_-

teria, pane desse dinheiro teria sido para pagar a campanha do Beto, coisa que não aconteceu.
Juiz Federal: O senhor saberia onde estão essas fitas do senhor Bordin?
Interrogado: A princípio estava com ele, eu ouvi na casa do, eu ouvi um dia, às 10 horas da
noite, na casa do advogado dele, do Doutor Acrisio Cansado.
\OO0\zlO'\KJ|-IÃLJ

Juiz Federal: Qual e' o seu relacionamento com o senhor Bordin?


lnterrogado: Hoje nenhum.
Juiz Federal: Mas por que ele lhe procurou inicialmente? Tinha algum motivo?
10 lnterrogado: Na época, na época era ele quem atendia todos os deputados, qualquer
11 reivindicação de Copel. essas coisas assim, o atendimento, o primeiro atendimento com
12 deputados era ele quem fazia. Antes de chegar qualquer coisa...
13 Juiz Federal: Mas algum motivo, ele que lhe procurou o senhor que procurou ele?
14 Interrogado: Não. Não. Ele me procurou. Ele que me procurou porque ele tinha a pessoa e
15 sabia que eu era candidato ao senado, e ele queria contribuir, queria ajudar, só isso.
16 Juiz Federal: Algum outro ponto, alguma questão específica sobre esse tema que o senhor
17 acharia importante esclarecer?
18 lnterrogado: Nâo.
19 .luiz Federal: O senhor chegou a falar com o Govemador Jaime Lemer alguma vez sobre essa
20 operação?
21 lnterrogado: Falei com o Guaraci de Andrade, que falava em nome do Govemador.
22 Juiz Federal: Com o Govemador diretamente o senhor não falou?
23 lnterrogado: Nâo.
24 Juiz Federal: O senhor tem algum outro documento relativo a esses fatos?
25 Interrogado: Não.
26 Juiz Federal: Na época daquelas tratativas iniciais, o senhor não guardou nenhum documento
27 ou foi feita alguma coisa por escrito naquela ocasião?
28 lnterrogado: Não. Não. Eu acredito que o César Bordin tenha alguns documentos na época
29 que, de, e inclusive no diário da Copel ele tem, de como seriam feitos os cheques, como que
30 iriam sair os cheques, as quantias, e os dias da semana em que iriam sair os cheques da operação,
do diário, para quem seria entregue e tudo, por isso que ele cita esses vários nomes aí, eu acho
que ele tinha uma lista que ele deveria entregar o dinheiro para alguém.
JLzJL,J
›u›-

lz kz Juiz Federal: Pelo Ministério Público, alguma questão?


Ca
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Nem nas agendas. em algum
CJ
documento apreendido, no seu computador existe algum
c..~

lnterrogado: No meu computador?


Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): É, algum dado, nada?
\'>0O\|O\u-1:.

ua

ua
lnterrogado: Nada. Nada.
C1
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): E de que forma o senhor pode
40 colaborar nesse caso especifico da Olvepar? Alem do seu depoimento, de que forma mais o
41 senhor acredita que pode trazer alguma outra prova?
42 lnterrogado: Com o César Bordin, ir atrás dele, do advogado dele, para que ele entregue as
43 fitas, e esse documento foi ele quem me entregou. lsso
e'
um depoimento dele. E ele, ele, eu acho
44 que ele tem interesse porque ele está num processo, envolvido em cima disso. E um documento
45 apreendido, fica mais fácil para ele relatar em cima disso daí até do que ele tem, do que eu

22
Q)
AV. ANIYA GARIBALDI. BEE. É: íNDAR, CURITIBA/PR, EO540¬I BO - TEL ¡4ll 3I3~45| 1 E 313'45|2 I 13-4508
sir: PARA cc›NsuL'rA =ac›css5uAt.:\v\.v\~/.]fpr.gov.prI :WA/L: prct.l:›cr02S£t@]fPr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 45

interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 ›‹Z;"',"


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Data; 19, 20 e 21/01/2005.

98
JUSTIÇA FEDERAL
sEçAo .Juo|<:|AR|A Do PARANA
2' Vmu FEDERAL cmM|NAL os cu›=|¬r|sA

ouvi, de que eu ouvi a fita com 0 advogado dele, isso eu posso, com certeza, testemunharjunto
com o advogado dele e fazer ele trazer a fita.
\_¡._.

Juiz Federal: Mas o senhor tem conhecimento se ele tem interesse em trazer essas fitas à tona?
lnterrogado: Eu acredito que a partir do momento em que foi apreendido um documento que
eu estou dando esse depoimento, vou falar para ele, vou levar para ele que esse documento foi
apreendido, isso depende de nós combinarmos, que foi apreendido e que eu fui obrigado a falar
\O0G\10'\UJ`-tz.:

sobre isso dai, eu acredito que ele vai ter interesse...


Juiz Federal: Eles têm algum, ou manifestaram, eles não têm receio que esses processos, as
ações penais sobre esse caso que correm agora no Tribunal de Justiça e que isso leve à prisão
10 deles ou coisa parecida?
ll Interrogadoz Têm. Mas ai tem, tem aquele, que faz anojá que eu não falo com ele né. Mas aí
l

12 tem aquela força política, que a coisa vai correr no Tribunal, que e mais fácil de se ver...
13 Juiz Federal: Ele quem que o senhor está falando?
I4 Interrogado: O próprio Cesar, na época, falou que eles estavam, falaram para ele que era para
I5 ele ficar tranqüilo, que a coisa era no Tribunal, que eles teriam maneiras de contomar isso dai,
l6 para não ficar preocupado.
17 Juiz Federal: Quem teria falado isso para o César?
18 Interrogado: O Doutor Heinz e o Doutor Ingo.
19 Juiz Federal: Os dois teriam falado para ele?
20 interrogado: Principalmente o Doutor Ingo, que teria falado com ele...
21 Juiz Federal: Que teriam como evitar alguma coisa no Tribunal?
22 Interrogado: É. Para ele ficar tranqüilo, que era um grupo, que tinham que entrar unidos e sair
23 unidos, que um não podia ficar atirando no outro, e que ele estava assumindo a responsabilidade
24 dele, ele, Ingo, entendeu, estava assumindo a responsabilidade dele, cada um tinha que assumir a
25 sua, mas que isso dai com jeito e com o tempo eles resolveriam, e foi isso que foi falado para ele
26 e ele continuava se sentindo inseguro de que as coisas não estavam...
27 Juiz Federal: Chegaram a falar em alguém no Tribunal?
28 Interrogado: Não. Para mim ele não conversou a respeito disso. Eu não conversei mais com
29 ele, só sei que a última conversa foi essa, que eles estavam totalmente, totalmente já desgastados
já em conversas e tal, e que as reuniões teriam sido, teriam sido ele, o Ingo. o Heinz, e o
babaua

\›--O Guaraci...
Juiz Federal: Nesse sentido que eles teriam como...
DJ La.)
lnterrogado: Como ajuda-lo.
La)
Juiz Federal: Como ajuda-lo.
LN Interrogado: Como ajuda-lo nas ações.
ba
\OOO\IC\U-lâ-
Juiz Federal: E como contomar os problemas no Tribunal? É isso?
U4
Interrogado: Isso.
'MJ
Juiz Federal: A Defesa? Alguma cois o.
Lu

40 Nada mais havendo a ser transcrito eu ,


Grosskopf (Diretora de Secretaria) e eu
I
' i/ce

4l ifisele Becker Bitello (técnico judiciário , encerramos o presente termo. e certificamos que e'

42 r produção fiel dos depoimentos colhidos fonograftcamente.


43
44
45
46

23
Av. Arm-A emraatm. see. 2° mma, cuâmsa/PR. sosâo-nao - :ze 1411 313-451 | z 313-4512 /Fu 313-4505
s/rs PARA ::oNsuuA ==nc›cEssuA|.: \vww.]fpr.gov.prl Ef/44/L: prctbcr02set@jfpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 46

lmermgarófiz _ Autos n° 2004.10.00.043116-0 ,'f';§`~'


om: 19, 2o z 21/01/zoos.
,

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-JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo .JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' VARA FEDERAL C›=m|~AL as CunmaA

\¡._.

Ciente,
Curitiba, 26 dejaneiro de 2005.

\DOO\IO\UJšbJ

crgio Fernando Moro 1

Juiz Federal
2“ Vara Fedcra1 Criminal
10
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Av. Amr.-. AmzALm. aaa. 2° ANDAR cunmsA/PR. aosâo-iso _ :EL ‹4|› 313-4s| | E :â|:à~45|z 1 FA× 31: 4505
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 47

Interrogatório - A to ° 2004.70.00.043116-0 z‹" ._.

Data: 19. 20 e 21/Lot/Szllos.


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JUSTIÇA FEDERAL
SEÇAO JUDICIÁRIA DO PARANA
2' VARA FEDERAL CRiMiNAL DE Cunirisa

TERMO DE Ti1»\NscRiÇÃo
Em
26 de janeiro de 2005, em cumprimento aos ternios do Provimento n°
05/2003, Seção VII. artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
\OO0\|O'\UiJ`-bJ\)›-

Federal da 4” Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento


Criminal Diverso n° 2004.70.00.043116-0, em audiência realizada no dia l9.0l .2005.

Ai\'TÓNio CELSO cARciA


IO Juiz Federal: O próximo caso aqui da lista, eu acho que poderiamos deixar. porque eu gostaria
ll de indagar sobre isso com a degravação, que e o caso 4.
12 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Ainda tem o caso Copel/Sercointel
13 aqui ne, na seqüência.
I4 Juiz Federal: Ah, desculpe. Copel/Sercomtel. O que o senhor tem de conhecimento sobre isso?
15 lnterrogado: Essa foi, essa foi uma, foi uma CPI que houve dentro da Assembléia e que, e que
l6 na verdade, foi feita no interesse politico para se pressionar a Vice-govemadora. e foi ela pedida
I7 para que fosse feita pelo Secretário, 0 Giovani Gionedis, foi feito o pedido aos Deputados e
IS lideres que se fizesse essa CPI e se constituísse ela para pressionar o marido dela, que era o
I9 Belinati, em Londrina, e que, e que os problemas que ela estaria causando eles consegtiissem
20 contomar com essa pressão que se fizesse em cima da CPI.
2l Juiz Federal: Que problemas que ela estaria causando?
22 Interrogado: Políticos. Ela estaria discordando de algumas coisas de Governo, tinha uma briga
23 pessoal dela ate. na época, com o Giovani Gionedis, briga pessoal, de questão de autoridade.
24 Eles tinham uma discussão muito grande. E Giovani arranjou uma maneira de fazer, com os
25 aliados, de fazer a CPI para se tentar pressionar. No meio desse caminho aí houve turbulência,
26 porque foi logo no inicio do meu mandato e o Aníbal era vivo ainda e não queria a CPI, aí tentou
27 demover os Deputados da CPI, não conseguiram. Os Deputados, os deputados não conseguiram
28 mais ter contato com o Giovani que mandou fazer a CPI e a pressão do Aníbal, e ai se. tinha que
29 se fazer uma operação urgente, onde teria que se sanar alguns problemas que teriam sido
‹.,›
levantados para acabar a CPI. O Anibal se dispôs a fazer, e 0 Giovani, o Giovani, numa decisão
CJ
lá para se levantar 2 milhões fez um. mandou fazer uma fatura de tiina empresa de São Paulo
uz
para se levantar 2 milhões, que seria para quitar algumas coisas que teriam que ser qtiitadas, não
uz
sei o qué, que era do interesse de amigos dos Deputados, e que ele levantoti numa operação feita
L.:
numa, numa empreiteira de São Paulo. À epoca da CPI, ã epoca da CPI, estava presente nessa
i.z
\.O00\|O'\L/Jr_t.›\¡--O

reunião o Giovani, o lider do Governo e eu, e seu eu não me engano. o Heinz, que era Secretario
oz
de Obras.
L» Juiz Federal: Mas. para esclarecer, com esse dinheiro seriam pagos os Deputados? O que seria

feito desse dinheiro?
uz
lnterrogado: Não seria pago aos deputados, teria algumas coisas que eles ficavam. veja, o
40 Govemo Jaime Lemer atuava de uma maneira na Assembléia, eles tinham verba. empenhos que
=Il eles tinham para fazer para os Deputados. eles não tinham como fazer e eles ficavam retardando
42 e enganando os Deputados, e havia pressão, os Deputados viviam fazendo pressão, pressão.
43 pressão e eles não resolviam porque não tinha no orçamento, não tinha nisso. Eles resolviam de
44 que maneir tão: eles resolviam pela Secretaria de Fazenda ou Secretaria de Obras, de alguma
45 maneira e pudesse, o dinheiro que eles tinham que mandar para o Prefeito, se não saísse

25
AV. ANiTA GAniEALDi. Bäã. 2 ANQAR. CuRi1'iaAlPR, 50540-IEO - TEL (4|i 3|3f45l I E 3I3~45l2 I FA× 3 4 B)

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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 48

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JUSTIÇA FEDERAL
sEçAo .Juo|c|AR|A Do PARANÁ
2* VARA FEDERAL Cn|M|z›‹A|_ DE Cu›=ur|EA

diretamente, como uma coisa fonnal, eles fariam informalmente chegar para acabar quadra, para
acabar, sabe, o que tinha...
«J-I*-t.›×›.-.

.luiz Federal: Qual é a relação desses fatos que o senhor está me falando com a CPI da Copel?
Interrogado: Porque para se encerrar a CPI, os deputados colocaram que eles tinham um monte
de compromissos que eles não tinham cumprido, e estavam pedindo para eles agora uma coisa
que era um desgaste muito grande.
Juiz Federal: E esse dinheiro dai foi levantado para encerrar a CPI então?
lnterrogado: Foi praticamente para que o Anibal resolvesse a coisa na Assembléia, entendeu. E
\OO0\lO\

que se acertasse o que tivesse que acertar com os Prefeitos para se liquidar...
10 .luiz Federal: Mas por que a questão de encerrar a CPI que eles mesmos tinham interesse em
11 ser aberta?
12 Interrogado: Porque eu acho que conseguiram, na pressão, na pressão, demover a Vice-
13 governadora de continuar pressionando.... ah, e urna vez eu encontrei, quando estava no meio
14 dessa CPI, eu encontrei o marido dela, o Belinati, na sala do Giovani Gionedis, na sala do
15 Giovani, estava ele discutindo sobre a CPI, entendeu. Que isso aí tinha que ser desfeito, que ele
16 não tinha interesse nessa briga, nessa discussão, e o Giovani falou que não era ele, que era a
17 Assembléia e que ia ver o que poderia fazer. Na verdade, a CPI foi constituida para se resolver
13 um problema político. E depois teve que se usar de outros meios ai para que o Aníbal pudesse
19 encerrar, para que liquidar alguns compromissos que tinham com prefeitos, compromissos que
20 não teriam sido formalizados.
21 Juiz Federal: Agora, sobre essa operação entre a Copel e a Sercomtel, o senhor tem algum
22 conhecimento sobre isso?
23 Interrogado: Da Copel/Sercomtel. aquela lá atrás?
24 Juiz Federal: Isso. Isso.
25 lnterrogado: Não. Não. Essa, eu não era Deputado, quando tios estávamos começando ajuntar
26 documentos para a CPI, para tudo, foi interrompida e foi obrigada, pelo Anibal, quase que na
27 verdade pelo Govemo, a serem retiradas as assinaturas dos deputados. Se retiraram as 23
28 assinaturas que tinham na CPI.
29 Juiz Federal: Isso foi por volta de quando?
30 lnterrogado: 1999, 0 Anibal era vivo ainda.
31 .luiz Federal: Então essa CPI não chegou a ser instalada?
ba \)
lnterrogado: Chegou. o Anibal ficou protelando, tem nosjomais, tem...
bl Lú)
Juiz Federal: Sim.
C;
lnterrogado: Ficou protelando ela por 2 semanas e meia, ele ficou protelando, até que as coisas
L.:
andassem e não saísse.
Ca
\Doo\|O\L/-L;
Juiz Federal: E ela não saiu porque 0 Giovani Gionedis conseguiu levantar esse dinheiro para
L.:
saldar compromissos, é isso?
ua
lnterrogado: Para saldar compromissos.
ua
Juiz Federal: Do Govemo com os Deputados?
40 Interrogado: Do Govemo, na verdade, o Aníbal
formalizaria as coisas que teriam que ser
41 informais. Pronto. O
Aníbal que teria que resolver as questões de Prefeitura, de tudo, que o
42 Govemo não poderia fazer, que não tinha no orçamento.
43 Juiz Federal: Mas como que foi levantado esse dinheiro pelo Giovani Gionedis?
44 lnterrogado: Uma fatura de 4 milhões teria se transformado numa fatura de 6 milhões.
45 Juiz Feder- Pa`ra pagar que empresa?
.

26
1
Av. ANITA Gnmaacoi. 555, 2 AN QQ
R, Cumrlsa/PR. 80540-ISO - rat, l4|l 313-451 E 3|3-4512
I I F I3-4505
511-Ezwanu zzowsuu-A =nocEssuAL: ww\-:.1fpr.gov.pr/ E-MA/L: prcrbcr0Zsec@jf}1r.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 49

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Interrogatório n° 2004.70.00.043116-0 . *lx

Dara; 19, 20 É 21/01/2005.

JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO .Juo|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' VARA Fapema. C›=|M1›ut|_ DE Cumrlsa

interrogado: Para pagar uma empresa, uma empreiteira de São Paulo, aí me perguntam como
que pode chegar a essa operação, é ver à época da CPI, à época de uma fatura paga de 6 milhões,
ver quem é a empresa porque foi essa empresa quem retomou os 2 milhões que excediam dessa
operação.
\OOO\IO'\U|J`-bJ\››_-

.luizFederal: E havia um serviço de fato


prestado por essa empreiteira?
interrogado: Havia no Estado, ela era empreiteira do Estado.
Juiz Federal: Mas ai foi pago superfaturado então?
interrogado: Superfaturado, isso ai.
Juiz Federal: E isso chegou ao seu conhecimento como?
10 Interrogado: No dia, no dia ele falou “bom, nós temos que ver isso aqui com aquele nosso
11 amigo da empreiteira de São Paulo, tem uma fatura agora para vencer, de 4 milhões, ele que
12 adiante esse dinheiro e depois fature 6”.
13 .luiz Federal: Mas ele falou para o senhor?
14 interrogado: Ele.
15 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Ele quem?
16 lnterrogado: Ele, o Giovani Gionedis.
17 Ministério Público Federal (Doutor .Januário Paludo): O Giovani Gionedis?
18 interrogado: É.
19 Juiz Federal: Quer dizer, o dinheiro não era da empreiteira, o Estado pagou para a empreiteira a
20 mais do que era devido?
21 lnterrogado: A mais do que era devido, isso, era uma fatura de 4 que se transformou numa
22 fatura de 6.
23 Juiz Federal: E o empreiteiro adiantou o dinheiro, não sei se eu entendi bem?
24 lnterrogado: O empreiteiro adiantaria esse dinheiro...
25 Juiz Federal: Os 2 milhões?
26 lnterrogado: Os 2 milhões, ate' que a fatura fosse paga.
27 Juiz Federal: E o senhor sabe como que esses 2 milhões foram adiantados pela empreiteira?
28 Interrogado: Não. Eu sei que seria em dinheiro e seria entregue para o Anibal.
29 Juiz Federal: Para o Aníbal?
30 lnterrogado: É. Khouri. Mas a operação existiu porque foi feita a operação e essa fatura dos 4
31 milhões se transformou em 6, ai não sei como elesjogaram, como impostos, com isso, mas eu sei
L.: \)
que teria que sair 2 milhões líquidos.
Lu DJ Juiz Federal: Esse dinheiro, esses 2 milhões, a destinação dele era pessoalmente para os
1,.:
Deputados ou para
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interrogado: Não, era para o Govemo cumprir as coisas que estavam determinadas em
t,.~

orçamento e não tinham sido feitas, entendeu. Vamos supor, empenhava-se dinheiro lá para
pagar quadra poli esportiva ou qualquer outra coisa, 0 Govemo dava uma parte e o resto eles
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1.1
ficavam devendo para as empreiteiras que tinham feito quando a obra era acabada. entendeu. E
L.:
não tinha dinheiro para pagar as empreiteiras formalmente. O que acontecia, ficava essa
40 cobrança em cima do Deputado que levou para lá, em cima do Prefeito. e ficava essa cobrança,
41 como o Govemo não tinha dinheiro para se fazer isso empenhado, ele fazia dessa maneira.
42 .luiz Federal: Mas ai o dinheiro ia ser pago informalmente pelo Anibal aos Deputados ou ao
43 lnterrogado: Às empreiteiras.
44 .luiz Federal: Às empreiteiras?
45 interrogado: lão. às empreiteiras que construíram, às empreiteiras que faziam as coisas para
46 os Prefeito r ue a pressão vinha dos Prefeitos e dos Deputados, os Deputados pressionavam
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27
1

AV. ANITA GARIBALDI. 8BB,L:° CURITIBA/PR, 80540'IEO - TEL 14Il 3l3'45I I E 3|3'45I2 I FAX 3|'(3 B
s/rs Ana consuma Pnoczssuâe.www.)fpr.gov.p I E-MA/L. prct.bcr0Zse:@)1p1.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 50

Interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 z~‹2Í'fÍ


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Data: 19, 20 e 21/01/2005.


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JUSTIÇA FEDERAL
sEçAo .JuD|c|AR|A no PARANÁ
2* VARA FEDERAL CR|MtNAL DE CuR|T|sA

0Govemo para que se fizessem as coisas, era assim que funcionava. Sempre funcionou assim. O
Govemo Jaime Lemer funcionava desse jeito. As coisas eram feitas, as coisas eram feitas, no
orçamento não tinha para se pagar e se fazia na infomtalidade para se acertar empreiteiros e tudo.
uJ=L.›\›._.

Onde depois se “Nego”ciava descontos e tudo isso dai que se °“Nego°°ciava com as empreiteiras.
Ai quem fazia isso era o Secretário da Fazenda.
.luiz Federal: Dessa operação especifica. de levantamento de dinheiro da empreiteira. o senhor
\D0O\|O'\
ouviu isso do senhor Giovani Gionedis?
lnterrogadoz Ouvi.
Juiz Federal: E o senhor não teve alguma participação nisso no sentido de, por que o senhor
10 estava presente?
ll lnterrogado: Porque eu era lider, porque eu era lider do PTB.
12 .luiz Federal: O senhor sabe alguma empreiteira que foi paga, alguma obra que foi paga através
13 desse dinheiro levantado?
14 lnterrogado: Não. Porque isso ai, na verdade, quem fazia, naquela época até, quando era vivo,
15 eu era Deputado, ele ficou 7 meses só, quando foi Deputado vivo. o Anibal, tudo isso era feito
16 através do Giovani e do Anibal. As coisas, os contatos de Prefeitura. Governo e Deputados era
17 feito com Giovani Gionedis e Aníbal Khouri. Depois da morte do Aníbal que essa questão foi
18 mudada e os contatos eram feitos com os próprios Deputados.
19 .luiz Federal: Qual seria a participação do Heinz nesse episódio?
20 lnterrogado: Era Secretário de Obras. A fatura deveria entrar pela Secretaria de Obras né.
21 Juiz Federal: Quando o senhor teve essas conversas com o Giovani o senhor Heinz estava
22 presente?
23 lnterrogado: Numa delas estava.
24 Juiz Federal: Em que foi falado desse levantamento de dinheiro a mais, do adiantamento pela
25 empreiteira.
26 lnterrogadoz Foi falado da CPI, foi falado da CPI, de acabar a CPI. numa delas estava ele
27 presente, junto com os lideres.
28 Juiz Federal: E o que, como que o senhor poderia. o senhor teria alguma prova, algum
29 documento, alguma coisa relativamente a esses fatos?
30 lnterrogado: Esses fatos e' o seguinte: é só pegar a data da CPI, a data em que foram retiradas
31 as assinaturas, e o posterior pagamento dessa fatura que era de 4 milhões, uma fatura de 6
ua ×;
milhões para uma empreiteira de São Paulo, que foi a única que foi paga eu acho, na época, que
Lu Lu eu ouvi do líder do Govemo que eles não estavam pagando ninguém.
DJ
Juiz Federal: Mas o senhor mencionou que o dinheiro foi adiantado pela empreiteira?
L.:
lnterrogado: Foi adiantado pela empreiteira.
t.,à
Juiz Federal: Então o empenho pago pelo Govemo não foi na mesma data da desinstalação?
lntcrrogadoz Foi um pouco depois.
\OO0\IO\UJä-

oz

L.:
Juiz Federal: Um pouco depois quanto?
L.:
lntcrrogado: Eu acho que, pela demora deles, uns 20 dias depois, 15 a 20 dias. Numa questao
40 aí de um prazo de 30 dias se levanta qual a empreiteira que recebeu esse dinheiro, com essa
41 fatura.
42 .luizFederal: E esse dinheiro foi pago pela Secretaria de Transportes?
43 lnterrogado: Não sei, o empenho eu acho que e pela Secretaria de Transportes, quem faz o
44 pagamento é a Secretaria da Fazenda.
45 Ministério P' lico Federal (Doutor Januário Paludo): Eu queria entender, porque se o
46 Govemo d tlado não tinha dinheiro no orçamento para pagar lá a quadra de esportes da

2
Av. A›4|¬rA GAR|sA|_Dt, BE8.\2“ 80540-I 50 7 ¬rEt_ l4Il 3I3f45| I E 313-4512 I FA×› f4508
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 51

interrogatório - Auws n° 2oo4.7o.oo.o4311e›o


Data: 19, 20 e 21/01/2005. z_,_“*_

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JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ
2' VARA FEDERAL CRIMINAL DE CuR|Y|sA

Prefeitura e se conseguiu alavancar esse dinheiro depois para pagar uma fatura de 6 milhões em
tão pouco tempo, não haveriajustificativa para essa operação.
UJ;\-›×)›-

Intcrrogado: Como?
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Não haveria justificativa para essa
operação se ele conseguiu alavancar 6 milhões para pagar uma fatura 30, 40 dias depois que a
empreiteira adiantou 2 milhões para ele, não teria uma justificativa para fazer essa operação. O
que eu não consegui entender, se o Govemo do Estado não tinha dinheiro no orçamento ali no
dia 1°, como que ele foi conseguir dinheiro 30 dias depois? Não sei se eu consegui me fazer
\OO0\IO'\

entender?
10 lnterrogadoz Entendi, entendi. Veja, as coisas no Governo do Jaime, nos 4 anos em que eu
11 participei, tinha muita coisa que era resolvida dessa maneira. Muita coisa que era resolvida
12 como? Se fazia uma coisa para se pagar outras coisas por fora. Por que? Porque não tinha o
13 dinheiro. Agora não sei se tinha acordo com empreiteiras, não sei se tinha acordo desse dinheiro
14 ser por fora porque era superfaturado, não sei, mas as coisas saiam desse jeito. E várias, veja, eu
15 não fui lider do Govemo, mas várias eu vi operações de Copel e disso para se pagar alguma coisa
16 de Prefeitura e tudo, que era por fora do orçamento. Agora eu não sei se eram obras
17 superfaturadas, eu não sei o que era. Mas que acontecia, acontecia sempre. Sempre que se tinha
18 dificuldade com alguma coisa, alguma operação dessa ocorria. ocorria dentro do Governo.
19 Ministério Público Federal (Doutor .Januário Paludo): Quando o senhor falou “eu participei
20 do Govemo”, qual era a panicipação do senhor e do seu partido no Governo Jaime Lerner?
21 lnterrogado: Nós éramos da base de apoio.
22 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Da base de apoio deles?
23 lnterrogado: lsso, eu era da base de apoio no começo, depois eu me tornei oposição.
24 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): A partir de quando mais ou menos?
25 lnterrogado: A partir de, a partir do segundo anojá.
26 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): A partir do segundo ano?
27 Intcrrogado: Eu fiz. a partir do momento em que eu fiz a Lei, que foi de minha autoria, que
28 impedia a venda da Copel, aí o Governo se voltou contra mim e eu tive que ir para a oposição.
29 .luiz Federal: Qual e o seu relacionamento cont o senhor Giovani Gionedis?
30 lnterrogado: Era de Deputado, era um relacionamento meio, era meio complicado porque se
31 fazia, se fazia as conversas e
L,.› \)
.luiz Federal: Mas assim, mais recentemente o senhor tem algum contato com ele?
Lu DJ lnterrogado: Ah, zero, zero. Depois que eu deixei de ser Deputado eu conversei com ele 1 ou 2
L.:
vezes, nunca mais falei com ele. Antes falava sempre. Quando eu era Deputado, falava,
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praticamente dia sim dia nâo.
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.luiz Federal: Mais alguma questão pelo Ministerio Público? Não. O Delegado teria alguma
questão especifica sobre isso? A Defesa? Não.
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AV. ANITA GARIBALDI. BBB, 2° ANDAR, CURITIBA/FR, 50540-150 7 TEL l4Il 3l3'45| E 313-4512 I I FAX 313-4505
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 52

nmermgâxóriz - Amos n° 2oo4.7o.oo.o4311õ~o _

Dara; 19, 2o e 21/01/2005.

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2' VARA FED AL MINAL DE uR|1'|aA

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da mais havendo a ser transcrito eu vanice Grosskopf (Diretora de Secretaria) e eu
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ele Becker Bitello (técnico judiciário), encerramos 0 presente termo, e certificamos que é
r produçao fiel dos depoimentos colhidos f nograficamente.
UJšbJ

Ciente: '

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Curitiba, 26 dejaneiro de 2005.

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l0 Sergio Fernando Moro


ll Juiz Federal
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 53

interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0


Data; 19, 2o e 21/ot/2005. _,
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JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO .Ju|:›|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' vma FEDERAL Cmmiuat. D: cuiirisà

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TERMO DE TRANSCRIÇAO
Em
26 de janeiro de 2005, em cumprimento aos termos do Provimento n°
05/2003, Seção V11, artigos 248 e seguintes. da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
-$31.42

Federal da 4° Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento


Criminal Diverso n° 2004.70.00.043116-0, em audiência realizada no dia 19.01.2005.
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ANTÔNIO CELSO GARCIA


10 .luiz Federal: Bem, então, prosseguindo num novo caso. O que 0 senhor teria a dizer sobre um
ll processo envolvendo a pessoa de Ênio Fomea? No Tribunal Regional da 4” Região.
12 lnterrogadoz Esse, esse processo é conduzido pelo Robeno Bertoldo. e dentro de uma fita que
13 o “Nego” Scarpim teria apresentado ele teria gravado uma conversa onde teria sido falado a
14 respeito de um processo e da maneira com que esse processo foi encaminhado no TRF e que
15 teria sido pago algum Desembargador para que esse processo fosse protelado, alguma coisa
16 assim. Foi falado para o “Nego” Scarpim quando da contratação do “Nego” Scarpim e do
17 Roberto Bertoldo para a ação penal dele.
18 Juiz Federal: O senhor conhece o Ênio Fornea?
19 interrogado: Conheço.
20 .luiz Federal: Quem é Ênio Fomea?
21 lnterrogado: Ele tem uma construtora, ele constrói conjuntos populares.
22 Juiz Federal: E o senhor sabe o que é esse processo no Tribunal da 4” Região?
23 lnterrogado: Não sei porque eu vou lhe explicar. Esse Ênio é meu amigo, até vizinho. Ele me
24 procurou uma vez, que estava tendo um problema com Receita Federal e com mais alguma coisa,
25 que ele precisava de um advogado que tivesse trânsito bom em Porto Alegre. E que ele tinha
26 ouvido falar do meu advogado, que era o Bertoldo, e o que eu falava para ele: “bom, eu posso te
27 apresentar”, apresentei ele para o Bertoldo, ele conversou com o Bertoldo, e depois disso eles
28 tiveram várias conversas, ele contratou o Benoldo para resolver os problemas dele, se tornou
29 advogado dele. E nesse meio tempo, 0 próprio “Nego” Scarpim, que também e amigo do Ênio,
30 procurou a mim falando que esse advogado que eu tinha apresentado para o Enio se era
31 advogado bom e que ele queria também contratar. Falei para o Bertoldo, 0 Benoldo me autorizou
uz
a dar o telefone, eu dei o telefone e eles foram lá conversar, e a partir dai houve essas conversas
Lu e essa contratação foi junto com o Michel Saliba que o “Nego” Scarpim contratou o Bertoldo, e
ua
numa dessas conversas ai que o “Nego” se sentiu ameaçado, ele gravou essa conversa do
L.:
Benoldo e do Saliba...
.luiz Federal: Sobre esse caso?
~O00\10'\U-láuàu

uz

t.›
lnterrogado: Sobre esse caso ai.
uz
Juiz Federal: O senhor ouviu essa gravação?
L» lnterrogado: Eu ouvi uma parte que ele deixou para o Saliba, onde 0 Bertoldo faz menção que
40 tem alguns casos que ele consegue jogar e que as coisas tem que ser feitas parceladamente para
41 que as coisas sejam cumpridas.
42 .luiz Federal: O conteúdo dessa lita, o senhor pode ser mais claro? O que ela diz sobre esse
43 caso do Enio Fomea?
44 lnterrogado: ão. Não. Eu não ouvi desse caso, o que eu estou falando e que nessa fita, o que o
45 próprio “Ne 0” teria dito e' que eles narram o caso do Enio Fomea onde o Bertoldo diz ter

31
/ `

Av AMTA GAR|sALD| B . . B. 2” ANDAR, CuR|T|sAlPR. 80540-150 - TEL 1411 3I3-45! I E 3|3f45I2 I Ax 3I3-4505
I
51;:
PARA ‹:c›Nsui_n Paoczssuâcz\w‹\-1.]fpr.gov.pr/ :wa/L: prctbcr02se:@)fpr.gov.br
,

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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 54

interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 ~'“'fi`~=


,

Data: 19, zo e 21/oi/2005.


:Ii
106
-.JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo ouD|<:iÁR|A Do PARANÁ
2' VARA Fsoznat cmmnui. os Cunmaa

\¡._.
acertado alguma coisa com os Desembargadores para que essa ação fosse protelada e alguns
recursos demorassem mais e que seriam feitos pagamentos por vezes, não de uma vez só.
.luiz Federal: Com Desembargadores ou com 0 Desembargador? Era com um só?
Interrogado: No caso eu falei Desembargadores, Desembargador da causa dele.
Juiz Federal: E chega a falar em nome?
\OO<7\lO'\U=-làba

Interrogado: Não sei. Não tenho idéia, mas ele tem, mas ele tem essa fita, e foi com essa fita
que ele, foi com essa fita que ele conseguiu ter uma aliviada na CPI do Banestado, que tinham
incluido ele na CPI do Banestado.
.luiz Federal: Na interceptação telefônica do senhor, tem uma conversa do senhor com o
10 Michel Saliba, falando de alguém do escritório do senhor Roberto Bertoldo, que aparentemente
ll teria contratado os serviços do senhor Roberto Bertoldo e que teria saído falando, na
12 interceptação o senhor fala que essa pessoa teria “saido falando demais. que estaria falando por
13 ai e que...”.
14 Interrogado: É o “Nego” Scarpim.
15 .luiz Federal: É o “Nego” Scarpim essa pessoa?
16 lnterrogado: É. É. É o “Nego” Scarpim. Que ele saiu falando que o Bertoldo falou que ia dar
17 dinheiro para deputado para ele não depor na CPI, que teria que dar não sei quanto para cada
18 Deputado, e 0 “Nego” gravou essas conversas. Inclusive gravou uma conversa minha, gravou
19 uma conversa do Saliba, e gravou uma conversa do Bertoldo.
20 .luiz Federal: Conversa o quê? Telefone ou...
21 Interrogado: Gravador.
22 .luiz Federal: Gravador?
23 Interrogado: É. Que mandou degravar em Miami, ele tem toda a degravação, ele tem tudo isso
24 daí feito.
25 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): E por que ele fez isso?
26 Interrogado: O “Nego”, porque ele sentiu que o Beitoldo estava querendo extorquir ele com a
27 CPI, junto com o Deputado, o Iris Simões e o i\4entor. Disse que eles estavam direcionando a
28 pergunta, colocaram, inseriram algumas perguntas quando estiveram aqui na CPI, para falar com
29 aquele Braga, na CPI, que era sócio do “Nego°°, o Afonso Braga, e nessas perguntas diz que
30 fizeram muitas perguntas ao Afonso sobre o “Nego” Scarpim, e quem fazia as perguntas era o
t,.›
Mentor e o Íris Simões que teriam sido dirligidas pelo Bertoldo. e o próprio “Nego” Scarpim
achou que eu estivesse por trás disso, por
×››-

tu i .

Lu
Jau-1


Nada mais havendo a ser transcrito eunice Grosskopf (Diretora de Secretaria) e eu
,

ua
Qãsele Becker Bitello (técnico judiciário), encerramos o presente temio. e certificamos que é
L.:
r produção fiel dos depoimentos colhidos f nograficamente.
CJ
\Ooo\|O\U

L.:
Ciente,
tn Curitiba, 26 de janeiro de 2005.
40
41
42
43 Ser ernan
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'

44 luiz Federal
45 2” Vara Federal Criminal
46

32
AV. ANITA GARIBALDI. 558. 2° ANDAR. CUHITIEA/FR. 80540-IED - TEL (4Il 3I3>45l I E 3I3-4512 / FAX 313-4508
srrs PARA consuma s=iic›cEssuAi_: wwi-|.jfpr.gov.pr I E-.~4A¡t; prctbcr0Zset@jfpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 55

interrogatório - Autos nf'


2004.70.00.043116-0 ›‹'*-'ZÉ' ,

Data: 19, 2o e 21/01/2005.

107
JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo úu|:›|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' VARA FEQERAL Cm›»m‹A\_ os CuRmsA

\¡._.
TERMO DE TRANSCRIÇAO
Em
26 de janeiro de 2005, em cumprimento aos termos do Provimento n°
05/2003, Seção Vll, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
Federal da 4° Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento
\OO0\l0'\U|-l`-Lu

Criminal Diverso n° 2004.70.00.0431 16-0, em audiência realizada no dia 20.01.2005.

ANTÓNIO CELSO GARCIA


10 Juiz Federal: Senhor Antônio Celso Garcia? Senhor António. o senhor foi. o senhor está sendo
11 acusado de um crime, o senhor tem o direito de permanecer em silêncio, se o senhor fizer uso
12 desse direito isso não vai lhe trazer qualquer prejuizo, agora esta e' a oportunidade que o senhor
13 tem para falar com o Juiz que vai julgar esse processo no qual o senhor foi acusado, além disso o
14 senhor fez um acordo com 0 Ministerio Público que exige que o senhor diga a verdade. O senhor
15 prefere falar ou prefere ficar em silêncio?
16 lnterrogado: Falar.
17 .luiz Federal: Senhor Antônio, 0 senhor pode nte relatar como que 0 senhor conheceu 0 senhor
18 Bertoldo? Como que o senhor iniciou o relacionamento do senhor com ele?
19 lnterrogado: Conheci em 1999 para 2000, na verdade em 2000, o ano de eleição de Prefeito há
20 4 anos atrás, eu conheci no partido onde ele era membro da executiva do partido, eu conheci ele
21 la.

22 .luiz Federal: E ele prestou serviços para o senhor a partir de quando?


23 Interrogado: A partir de 2002.
24 .luiz Federal: Em relação a qué?
25 lnterrogador Ao processo do Consórcio Garibaldi.
26 .luiz Federal: Esse Habeas Corpus que foi impetrado no STJ, 0 senhor contratou os serviços
27 dele?
28 lnterrogado: Sim.
29 .luiz Federal: Foi o senhor quem procurou ele ou foi ele quem procurou o senhor?
30 lnterrogado: Ele, ele que me procurou.
31 Juiz Federal: E qual foi o diálogo na ocasião? O que foi que ele disse para o senhor?
L..›
lnterrogado: Que ele teria uma maneira de resolver o problema, 0 problema do Consórcio com

um Habeas Corpus em Brasilia, com o Ministro que estava prevento no caso, que era 0 Doutor
L.:
Vicente Leal.
CJ
\OO¢\IO'\U4`-b.›\›
Juiz Federal: E ele cobrou quanto para fazer esse trabalho?
oz
lnterrogadoz RS 600.000,00.
L.:
Juiz Federal: Esse dinheiro era para ele ou era para o Ministro?
L.:
lnterrogadoz Era para sair o Habeas Corpus.
ua
Juiz Federal: Mas ele falou que o dinheiro seria passado ao Ministro?
40 lnterrogado: Falou.
41 .luiz Federal: Todos os 600 mil?
42 lnterrogado: Sim.
43 .luiz Federal: E a parte do advogado, do Roberto, o que ele ganharia com isso?
44 lnterrogad '\ Ele seria o meu primeiro suplente na chapa no Senado.
45 Juiz Fe eral: Quem mais estaria envolvido nesse Habeas Corpus? Ele falou em outros
46 advogados? fu ele ou como que o dinheiro ia chegar ate' o Ministro Vicente Leal?/7.
U) ba
.
I

Av. AN|TA GARtaALD|, Elãölëš ANQAH, CuR|1'|aA/PR. 80540450 7 TEL (411 3|3f45I I E 3I3›45l2 I FA× 3 - 508
Eye PARA coNsu|_1'A P=oczssuAL:w\vr|.jfpr.g‹›v.prI E-MA¡L: ptctbcr0Zse€@]fpr.gov.br ,

y
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 56

interrogatório - Autos ‹1° 2oo4.1o.oo.o4311ô-0


Data; is, 2o õ 21/oi/zooõ. ¬

uu_sT|çA, FEDERAL
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' VAHA FEDERAL cn|mz~iAL DE CuR|'r|aA

interrogado: Ele falou que teria um escritório de advocacia que não sei se era do filho ou de
algum parente do Ministro, que faria, inclusive abordaria a maneira que sairia o Habeas Corpus.
LIJLL4-¡\J'-^

Juiz Federal: Ele falou em algum nome?


interrogado: Não.
Juiz Federal: O senhor falou com, na época, com mais alguem a respeito disso?
interrogado: Nâo.
\OO0\lO'\
Juiz Federal: O senhor pagou esses 600 mil?
interrogado: Paguei.
Juiz Federal: Foi antes ou depois da concessão da liminar?
10 interrogado: Depois, 2 dias depois, uns 2 dias depois.
11 Juiz Federal: Pagou de uma vez só ou parceladamente?
12 interrogado: De uma vez só.
13 .luiz Federal: O pagamento, o senhor lembra como que o senhor fez?
14 interrogado: Depósito na conta de uma empresa do Bertoldo.
15 Juiz Federal: A mesma empresa na qual teria sido feito aquele depósito para o Presidente do
16 TJ, Antecipa?
17 interrogado: Sim.
18 .luiz Federal: O senhor tem certeza?
19 interrogado: Sim.
20 .luiz Federal: E foi na mesma época da concessão da liminar então?
21 interrogado: 2 dias depois.
22 .luiz Federal: 2 dias depois?
23 interrogado: 2 dias depois.
24 .luiz Federal: O senhor sabe como o dinheiro saiu da conta dessa empresa e seria entregue?
25 interrogado: Não. Não.
26 Juiz Federal: Eram só 600 mil ou....?
27 interrogado: Teriam mais 300 mil depois de, do, depois de dada a liminar teria mais 300 mil na
28 confirmação da sentença.
29 .luiz Federal: E por que ao final não deu certo isso? Por que o Ministro Vicente Leal não pôs
30 em julgamento, não julgou?
31 interrogado: Porque acho que logo em seguida era para ter colocado, segundo o, era para ser
L.: \J
no dia 2 de outubro para levar para julgamento, aí começou, começaram os problemas ne', com 0
Lza LJ
Ministro Vicente Leal, ele acabou sendo afastado e não deu tempo de levar.
L.)
.luiz Federal: O advogado do seu caso aqui em Curitiba era o doutor Casilo? Do Consórcio
Ls;
Garibaldi?
1.1
interrogado: Quando começou a parte criminal foi o doutor Cal Garcia.
.Juiz Federal: Mas depois, não foi o doutor Casilo que atuou no seu processo?
\O00\|O\u-L

L.:

eu interrogado: O doutor Casilo atuou na Ação Civil Pública.


L» .luiz Federal: Na criminal não?
40 interrogado: Não.
41 Juiz Federal: E posteriormente, relativamente a esse Habeas Corpus. depois do afastamento do
42 Ministro Vicente Leal, o que aconteceu. o senhor pediu o dinheiro de volta? O que foi feito com
43 esse dinheiro, que o senhor pagou 600 mil e não obteve resultado?
44 interrogado: Não. na verdade era 600 mil a liminar, e depois a confirmação. a confirmação da
45 liminar era o julgamento do Habeas Corpus que seria feito posteriormente, mas depois não
46 foi par mento e isso levou quase 2 anos depois para serjulgado.
34
'

AV. ÀNITA GARIBALD 55. 2° ANDAR. CURIYIEA/PR. 50540'| 50 - TEL 141) 3I3-45I I E 313-45I2 / Flí 31 3-45GB
s/rs sum. ccnsucn |=nocEssuAi.; \v\vw.1Ípr.gov.pr I :wa/L; prctbc:02sec@)fpr.gov.br
l
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 57

interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0


Data: 19, 20 e 21/01/2005.
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109
\ T .f

\JU5TlÇA FEDERAL
sEçÃo .JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2* VAHA FEDERAL CRtM|NA\. DE Cumrian

.luiz Federal: Mas o senhor não chegou a reclamar com o senhor Bertoldo “Olha, paguei e não
consegui o que eu queria”.
lnterrogado: Não cheguei a reclamar porque ficou, ficou suspenso o processo e a promessa de
U-l>b›\›._.

que a hora que fosse oportuno entraria em pauta o julgamento.


.luiz Federal: E depois do afastamento do Ministro Vicente Leal, 0 senhor chegou a, que foi
para outro Ministro, foi para o Ministro Paulo Galoti, o que mais aconteceu em relação a esse
\O00\|O'\
Habeas Corpus?
lnterrogado: Aí eles começaram, quando entrou, quando veio para a pauta para começar a
votação do Habeas Corpus. eles conversaram, ele mesmo conversou com o Ministro Galoti,
10 pediu vista do processo, ai se começou uma maratona para se adiar o julgamento.
11 Juiz Federal: Tem uma conversa aqui na interceptação entre o senhor e o Michel Saliba. o
12 Michel Saliba também se envolveu de alguma forma nesse Habeas Corpus?
13 lnterrogado: Nesse não, eu nem conhecia o Michel.
14 .luiz Federal: Naquela época do Vicente Leal, mas depois, posteriormente ele não participou de
15 alguma forma dessa tramitação lá do...
16 lnterrogado: Eu acho que ele estava no escritório do Bertoldo em Brasília. ele pode ate' ter
17 participado de alguma coisa, de fazer algum parecer para o Bertoldo, mas ele, efetivamente, se
18 envolver no assunto, nesse daí eu acho que não, efetivamente. Ele tinha conhecimento, ele fazia
19 alguns pareceres que o Bertoldo pedia para ele, mas não sei de que maneira que 0 senhor quer
20 saber, mas acho que efetivamente nesse dai não.
21 .luiz Federal: Eu tenho um diálogo aqui entre o senhor e o Michel Saliba, da interceptação, que
22 é o diálogo da folha 61 dos autos da interceptação, eu vou lhe mostrar e peço para 0 senhor dar
23 uma olhadinha. Esse diálogo que eu lhe mostrei aqui em que se fala, uma conversa do senhor
24 com o Michel, e fala do Roberto, e que era para segurar 30 dias. O que é essa história? Tem a ver
25 com esse Habeas Corpus no STJ?
26 lnterrogado: Não, esse ai é o caso de um recurso no TSE.
27 .luiz Federal: No TSE?
28 lnterrogado: TSE. E.
29 Juiz Federal: Não tem a ver com o Habeas Corpus então?
30 lnterrogado: Não. Näo.
31 .luiz Federal: Depois teve alguma outra especie de discussão sobre aceno no STJ a respeito do
Lu;
\)
Habeas Corpus?
ba bJ
lnterrogado: Teve.
t.,.›
.luiz Federal: O senhor pode relatar o fato?
ua
lnterrogado: Em relação, em relaçäo ai a uma possível, a um possivel caminho para que se
L.:
©0O\|O\uJ¬-
concedesse ou se sobrestasse o Habeas Corpus em cima de uma medida que o Relator poderia
Ls;
dar sobrestando o Habeas Corpus em relação à Ação Civil Pública. E foi de novo me pedido
os
dinheiro.
L.:
.luiz Federal: Quem? O Roberto Bcrtoldo?
40 lnterrogado: Sim.
41 Juiz Federal: Mas o que ele falava? Que ele podia conseguir alguma coisa do Ministro?
42 lnterrogado: Que podia conseguir que esse dai fosse sobrestado para que só fosse julgado
43 depois dejulgada a Ação Civil Pública.
44 .luiz Fedgäral: Mas ele pediu dinheiro para ele ou pediu dinheiro que seria para Ministro?
45 lnte og o: Ele .pediu dinheiro para contratar o escritório que faria, esse ele me deixou claro,
46 que fan re so e que era 115 mil reais, depois em vim a saber pelo Michel Saliba que ão

35 ¬.
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AV. ANITA GARIEALÊJI. BEE. 2° ANDAR. CUEITIEA/PÉ. 50540-ISO - TEL (4ll 3I3~45l I E 313-45I2 I FA?/3I3-4505
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 58

lnterrogatono - Autos n° 2004.70.00.043115-0


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Data: 19, 20 e 21/01/2005.

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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo .JUDICIÁRIA Do PARANÁ
2' VARA FEDERAL CHIMINAL oz Cunmslt

houve esse contato que quem teria feito mesmo o tipo de recurso, foi
e dia antes do 1

julgamento, teria sido 0 próprio Bertoldo, o próprio Michel me falou, deve ter numa gravação
que ele me contou isso.
VJ:-Lza\I._.

Juiz Federal: Mas seria, quanto mesmo que o senhor mencionou?


lnterrogado: RS 115.000,00.
.luiz Federal: RS 1 15.000,00? Para contratar um escritório que faria o trabalho?
lnterrogadoz Sim.
.luiz Federal: O senhor pagou esse dinheiro?
\OOO\IO'\

lnterrogado: Paguei.
10 .luiz Federal: Pagou como? Em dinheiro ou em depósito?
11 lnterrogado: Em dinheiro, acho que foi dessa vez. Não tenho certeza absoluta, mas acho que
12 foi.
13 .luiz Federal: Entregou diretamente para ele?
14 lnterrogado: Para ele.
15 .luiz Federal: O senhor sacou esse dinheiro de onde? De onde que o senhor tirou esses 1 15 mil?
16 lnterrogado: lsso ai foi em duas partes, esse foi, eu não lembro. Eu não lembro.
17 Juiz Federal: Mas o dinheiro, 0 doutor Bertoldo falou que o dinheiro seria para algum Ministro
18 do STJ nessa ocasião?
19 lnterrogado: Ele falou que seria para que o Ministro desse 0 sobrestamento do processo.
20 .luiz Federal: Mas seria para contratar um advogado que obtivesse isso ou seria para o
21 Ministro?
22 lnterrogado: Que teria uma relação com o Ministro, que teria uma relação com 0 Ministro e
23 que faria esse encaminhamento. Ainda perguntei: “Mas isso é para o escritório. para sair uma
24 coisa efetiva ou e uma suposição?? “Não. Não. Essa é uma coisa que vai direto com o Ministro,
25 é assim que funciona Brasília, e essas coisas são conversadas, acertadas. e saem de acordo com o
26 combinado”. “Ta bom”.
27 .luiz Federal: Ele falou o nome do Ministro?
28 lnterrogado: O Ministro que era o Relator do
29 .luiz Federal: Que era o Relator do processo ou era algum outro Ministro?
30 lnterrogado: Não, era o Relator do processo. O Relator do processo. O Paulo Galoti.
31 Juiz Federal: Eu vou lhe mostrar aqui um outro diálogo dos autos da interceptação ou, antes
L.) U disso, eu vou lhe perguntar qual era a participação do Daniel Tourinho nesses fatos?
K.: DJ
lnterrogado: O Daniel Tourinho é meu amigo, ele era, ele tinha um professor da Universidade
L.)
lá que era amigo do, de um Ministro, e ele se dispôs a ir lá para levar memorial, para conversar
ua
com o Ministro antes da votação.
L,›
.luiz Federal: Nabor Bulhões?
lnterrogado: Não. Nabor Bulhões e advogado, esse dai pediu vista do processo, que ele não
\O00\|O'\L/JL

L”

'oa
conhecia o processo quando foi, ele e' meu amigo também, ele passou por Curitiba uma vez e ele
L.›
deu uma olhada, mas isso foi em 1997 que ele passou por aqui e ele deu uma olhada, e agora ele
40 teria pedido vista para dar uma olhadinha e ver como estava o assunto.
41 .luiz Federal: Eu vou lhe mostrar aquele diálogo que eu mencionei, da folha 144 dos autos da
42 interceptação. Eu peço para 0 senhor dar uma olhadinha. Esse diálogo senhor António, que ele
43 fala que o Daniel vai ligar para 0 senhor ou que o Nabor Bulhões vai ligar para o senhor para
44 falar de um negócio, o que é esse diálogo ai? O que e' isso ai?
45 lnterrog- o:¡ Não, é justamente isso aqui. Eu e o doutor Nabor "ele só vai falar um negócio
46 para voc vai ,ssar uma coisa que é uma sugestão daquele negócio para uma pessoa amiga dele

Av. ANIYA GARIBALDI. ÁEB. 2' ANDAR. Cum'rIsAIF'R. 50540-IBC) - ¬rEI. 1411 3I3~45I I E 313-4512 I FAX 3 A
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 59

Interrogatório - Autos n° 2004.70.00.0431 16-0 _v~z“f '^`..

Data: 19, 20 e 21/01/2005.


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SEÇAO JUDICIÁRIA DO PARANA
2' VARA FEDERAL CRMINAL DE CURITIEA

para assegurar aquela...”, eu acho que ele está falando do Daniel Tourinho que quando foi para lá
com esse amigo dele para conversar com 0 Ministro. eu acho que era isso dai, essa conversa que
eu estava lhe dizendo, que ele foi para conversar, levar uma parte do memorial para o Ministro
Carvalhido. Carvalhido? E isso?
Juiz Federal: Carvalhido.
\OOO\lÓ'\U|JI›L›J\J._.

lnterrogado: Foi isso.


.luiz Federal: Houve alguma conversa sobre o Ministro Paulo Medina?
lnterrogado: Nessa conversa aqui não, do Paulo Medina...
.luiz Federal: Houve alguma coisa em relação ao Paulo Medina nessa...?
10 lnterrogado: Teve, houve. Na questão do Habeas Corpus quando foi para julgamento. ele me
ll ligou, na noite anterior ao julgamento ele me ligou dizendo que se o Relator desse contrário, o
12 próximo voto seria de um Relator amigo dele que pediria vista, que pediria vista do processo e ai
13 daria para dar continuidade, das pessoas conversarem e levarem memoriais e tentarem reverter o
l4 que o Relator teria feito. E de fato aconteceu...
li .luiz Federal: Ele pediu vista?
ló lnterrogado: O Relator deu o voto, o próximo voto era do Medina e ele pediu vista, e até teve,
l7 segundo ele, teve uma discussão do Relator com o Medina, que era um processo já demorado.
18 que já tinha conhecimento, e assim mesmo o Medina insistiu no pedido de vista.
l9 .luiz Federal: Ele falou, esse dinheiro que o senhor tinha pago para ele, esses llS mil, se ele
20 entregou de fato para algum Ministro ou coisa parecida?
21 lnterrogado: Não.
22 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Doutor, só para consignar, ele quem?
23 Estamos falando ele, mas eu gostaria de saber 0 nome.
24 .luiz Federal: O Bertoldo, não é?
25 lnterrogado: O Bertoldo.
26 Juiz Federal: O senhor disse que pagou l 15 mil para ele?
27 lnterrogado: Para ele.
28 .luiz Federal: E ele falou que ele entregou esse dinheiro para alguém lá no STJ?
29 lnterrogado: Näo. Essa vez ele deixou claro que era para falar com um escritório que faria o
contato, ainda perguntei: “Vas isso é para 0 escritório para se fazer a coisa e acertada com o
t.zJt.àL..›
U'-'O
Ministro ou não?”. Ele falou: “Ah, e acertado com o Ministro”. Mas depois o Michel veio me
dizer que isso foi conversa mole dele e que ele mesmo fez e ainda pediu para o Michel ajudar.
L» fez na casa dele no dia anterior e que teria sido só conversa mole.

Juiz Federal: Ele não teria, ele não falou de alguma espécie de esquema nenhum com outros
L.:
Ministros fora o Vicente Leal?
lnterrogado: Não. Fora o Vicente
\O0o\|O\U-F-az»

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t_.J
Juiz Federal: Essa questão de vista e tudo e tudo na base da conversa só?
L» lnterrogado: De conversa e política.
ua
.luiz Federal: Em outros processos, o Roberto Bertoldo passou a ser o seu advogado regular ou
40 como que foi?
41 lnterrogado: Não. Não. Só, exclusivamente nesse processo.
42 .luiz Federal: No eleitoral, na área eleitoral, ele advogou para o senhor ou não?
43 lnterrogado: Não, foi o Michel Saliba, contatado por ele.
44 .luiz Federal: O senhor pode esclarecer essa situação do TSE que o senhor mencionou?
45 lnterrov : Sim. O recurso foi para 0 TSE, de uma ação aqui do TRE.e o Michel teria me
46 propo moh
_
proposto que essa ação caissse na mão de Ministros amigos, que daria para
`
37
ÁV. ANITA GARIBALDI, 555, 2 ANDAR. CURITIBA/PH. BO540-IBC - TEL (4ll 3 3'45l I I E 3I3-45I2 l F 3'450$
sir: mn; ‹;oNsui_1-A øfloczssunzw\vw.jfpr.gov.pr/ E-Mú/L: pr:tb:r0Zsec@jfpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 60

Interrogatório - Autos n" 2004.70.00.043116-0 zffffi E”,-¡

1 2
Data; 19, 2o e 21/01/2005.

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c1u_sT|çA, FEDERAu
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' VARA FEDEHAL Cn|M|NAL DE CuR|i'|sA

conversar, que daí daria para conversar, e que teria como se fazer isso na distribuição no TSE e
que ele usaria o escritório, que ele usaria um escritório de um filho de um Deputado.
1×)--

Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Com
licença excelência, eu gostaria de fazer uma pergunta, quando ele fala “usaria alguém” eu
gostaria que ele explicasse se ele “usaria alguém” através de “comprar alguém”, ou seja, comprar
©OO\IO\UJ2~b

distribuições,como que seria feito isso? Através de corrupção, de compra, com dinheiro ou não?
lnterrogado: Que para a distribuição, com dinheiro.
Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Se
compraria uma distribuição?
10 lnterrogado: Ele compraria a distribuição.
11 Juiz Federal: No TSE?
12 lnterrogado: No TSE.
13 Juiz Federal: E com quem que ele compraria?
14 lnterrogado: Ele falou que usaria o escritório que teria o filho de um Deputado e mais uma
15 outra pessoa, e 0 filho do Deputado era o filho do Deputado César Silvestre.
16 .luiz Federal: E o senhor pagou o dinheiro para ele?
17 lnterrogado: Não.
18 Juiz Federal: O senhor não entregou o dinheiro?
19 lnterrogado: Não.
20 Juiz Federal: Mas chegou a contratar os serviços?
21 lnterrogado: Cheguei a falar para ele, mas aí eu descobri para quem eles queriam distribuir, a
22 coisa já estava encaminhada para esse lado mesmo, e na verdade, 0 que eles teriam era
23 informação privilegiada 2 dias antes, 2 dias antes de ir para o sistema eles teriam já quem seriam
24 os Relatores.
25 Juiz Federal: Mas e o Michel Saliba teria algum relacionamento especial para oferecer esse
26 tipo de serviço com essas pessoas?
27 lnterrogado: Ele falou que usaria esse escritório do filho do Deputado que era, que trabalhava
28 junto com, com, eu não sei se era ex~procurador, alguma coisa assim. Ele nao me falou o nome,
29 eles não falam, até para preservar as coisas deles, eu sei que o contato dele era o filho do Cesar
Silvestre.
LâJbJLzJ

\¡'-O
Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Posso fazer
uma pergunta?
L,.~

Juiz Federal: Sim.


C;
Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Esse
uz
advogado, Michel Saliba, disse ao senhor que precisava de dinheiro para comprar essa pessoa,
que ia comprar a distribuição?
\Oo0\10\\1-V-L..›

uz
lnterrogado: Disse, para cair no relator, ntima pessoa, num relator amigo.
i...›
Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): E ele
L» trabalhava junto com 0 Benoldo? Eles tinham uma parceria? Atendiam ao senhor e outros casos
40 também?
41 lnterrogado: No caso do eleitoral o Michel atendia e posteriormente o Michel viria a atender as
42 coisas do, não só minhas mas como também do escritório e da familia.
43 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): E ele
44 sempre falava que tinha bom relacionamento no Judiciário?
45 lnterrogado' mpre.

33
Av ANi1'A GARiaALDi 588 2" ANDAR. CuR|'r|sA/PR. E0540-lao - rei. t4Il 3I3-45! I E 3!
/
3-45k!%× 3|3-4505
s:r:l¿ ›Ai=‹A co~sui_¬rA Pnoczssuàuz \vi.vw.)fpr,9ov.p| / E-mui.: prctbcr02sec@jfpr.gov.br
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 61

interrogatório - Autos n° 2oo4.7o.oo.o4311õ›o


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ozzzz 19, 2o E 21/oi/2005. f

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.Ju.sT|çA, FEDER/\|,_
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' vàmi Fsosmu Cmmtflâc os Cumriaa

Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Quais
outras pessoas?
U-¿=-Lz.›\¡›-

lnterrogado: Quais outras pessoas...?


Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): É, que
tinha acesso para comprar e fazer?
lnterrogado: Onde? Aqui ou fora?
Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Geral.
lnterrogado: Não, ele falava que tinha acesso no TRF e que teria acesso muito bom aqui na
\OO0\IO'\

Justiça Estadual.
10 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): E eles
ll tinham outra parceria em outro caso com o Benoldo? Atendia pessoas juntos que o senhor saiba
12 ou não?
13 lnterrogado: Atendiam, atendiam o “Nego” Scarpim.
14 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Por
15 indicação sua?
16 lnterrogado: Por indicação minha, o “Nego” Scarpim foi indicado para ele.
17 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): No caso,
18 para fazer especificamente o quê para esse cidadão?
19 lnterrogado: Cuidar da CPI e outra de bingos.
20 .luiz Federal: Depois a gente vê isso ai. Tem um diálogo que 0 senhor fala com o Michel Saliba
21 sobre devolução de dinheiro e dai a conversa para não devolver porque a pessoa ia ficar
22 devedora...
23 lnterrogado: É justamente desse caso que eles estavam falando, que tinha do TSE e tinha mais
24 um caso que era, ai que eu não tenho certeza se foi esse caso do TSE ou foi o caso do. o caso da
25 Ação Civil Pública que eles teriam como tambe'm distribuir para alguém, para dar um parecer,
26 para 0 Ministério Público para dar um parecer favorável. E isso, é da Ação Civil Pública.
27 .luiz Federal: No STJ, a ação estava tramitando, iria para o Ministério Público e eles teriam
28 como...
29 lnterrogado: Como cair num procurador...
30 .luiz Federal: Simpático?
31 lnterrogado: Num procurador simpático. lsso.
CJ
.luiz Federal: E esse dialogo de devolução de dinheiro qual que e'? E do TSE ou e...
t,.›
lnterrogado: Não, eu acho que e' desse, do TSE não foi nem feito, e' da Ação Civil Pública.
L.:
.luiz Federal: Nesse caso da Ação Civil Pública o senhor pagou dinheiro então?
1,: \DO0\|O\u.u.L»›×.›

lnterrogado: Paguei.
L.›
.luiz Federal: O senhor pagou dinheiro para quem?
L..›
lnterrogado: Para o Michel.
L.:
.luiz Federal: Para o Michel?
ua
lnterrogado: Para o Michel.
40 .luiz Federal: Dinheiro? Depósito?
41 lnterrogado: Dinheiro.
42 .luiz Federal: Quanto o senhor pagou?
43 lnterrogado: RS 10.000,00.
44 .luiz Federal: Quanto?
45 lnterrogado: R 10.000,00.
46 .luiz Federal: se dinheiro era para quem?
39
AV. ANITA GARIBALDI. BBB.
in
50540-ISO - TEL l4I| 313-45I I E 3I3-4512 I FA 313-4505
s/rs Ann consuma Pnoczssuâcz www.)fpr.gov.pr/ :wa/L: p1:tixr0Zse:@]fpr.gr›v.hr
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 62

lnterrogatório- Autos n° 2004.70.00.043116-0


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Data: 19. 20 e 21/01/2005. ¡'Í';-¡_ É
114
JUSTIÇA FEDERAL
sz-:‹_;Ão .Juotc|ÁR|A Do PARANÁ
2' VARA FEDERAL CRIMINAL DE Cun|r|sA

Interrogadoz Era para esse menino, filho do Deputado, para conseguir a distribuição.
Juiz Federal: Mas é a mesma pessoa? Do TSE e desse do ...?
\¡._.

Interrogadoz É. E. A mesma pessoa, filho do Deputado César Silvestre.


U4;-ua

Juiz Federal: Ele poderia tanto influir na distribuição do TSE como na distribuição desse caso.
do Ministério Público?
Interrogado: É. Ele falou que atuaria nesses casos ai.
\OOO\IO\
Juiz Federal: E ele conseguiu fazer o serviço?
lnterrogadoz Näo, por isso foi falado de devolução.
Juiz Federal: E ele devolveu?
10 Interrogadoz Não.
ll Juiz Federal: Tem um diálogo aqui que diz: “Ele se dispôs a devolver pelo menos metade do
12 valor”.
13 Interrogadoz Isso. Isso.
14 .luizFederal: Ai o Michel Saliba fala: “Eu falei que, na verdade, o que a gente quer dele
15 efetivamente é que ele dê seqüência ao trabalho, nos interessa dentro do resto”.
16 Interrogado: Ai e' o TSE.
17 Juiz Federal: Aí o Michel Saliba fala também: “Se ele devolve a grana, se ele devolve tudo. ai
18 também ele não te deve mais nada. aí a gente não pode contar com ele se realmente dentro do
19 MP tem um negócio...°°
20 Interrogado: Isso.
21 Juiz Federal: “...então eu prefiro até ficar com...”. Era isso?
22 Interrogadoz Isso.
23 Juiz Federal: E ele tinha algum esquema com o procurador para o qual seria distribuido o
24 recurso especial?
25 Interrogado: Não, ele disse, eu não conheço o rapaz, ele disse para mim, o i\›lichel Saliba, ele
26 disse para mim que esse rapaz trabalhava num escritório, que era um ex-procurador ou
27 procurador que conseguia fazer essas distribuições, era isso que ele falava para mim.
28 Juiz Federal: Que procurador é esse?
29 Interrogado: Ele não me falou o nome. Mas...
30 Juiz Federal: Esse é filho do Deputado César Silvestre?
31 Interrogado: Filho do Deputado Cesar Silvestre. É.
K1) \J
Juiz Federal: O senhor chegou a falar diretamente com ele?
DJ DJ
Interrogado: Nunca. Nunca. Só ouvi ele falar por telefone ou por Nextel.
Lu
U-JL
Juiz Federal: E o processo então não foi para o procurador que...
Interrogado: Nâo.
Juiz Federal: Esses pagamentos que o senhor teria feito ao Roberto Bertoldo, de l 15 mil. esse
pagamento de 10 mil que o senhor teria feito ao Michel Saliba, o senhor tem como provar isso?
u›u›t,.›L,›L.›

Tem algum documento?


\O00\|O\

Interrogado: Não.
40 Juiz Federal: Sobre esses 3 casos específicos do HC no STJ, ou no, 0 do Michel Saliba no TSE
41 e, ainda, nesse caso da Ação Civil Pública. mais alguém sabe disso, que o senhor conversou na
42 epoca ou presenciou essas conversas?
43 Interrogado: Não, praticamente era o Michel e o Bertoldo só.
44 Juiz Federal: O senhor relatou anteriormente um episódio envolvendo uma liminar num caso

1
45 eleitoral, sobre blicação de noticia no Estado do Paraná.
46 Interrogado: liminar?

AV ANITA GARIBALDI EEE! 2 ANDAR C RITIEA/PR 50540450 - 'rs L I4Il 3I3¬45I E 3|3 45l2 I3¬45OB
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- I F Ax
s/rs PIRA cousu\_¬rA P›1o‹::ssuA|_:w\v\-1.]fpr.gov.pr/ E-MA/1.: prctbev02sec@]fpr.gov.br
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1
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 63

tmemzgatómz _ Autos n° 2004.70.00.043116-0


Data: 19, 20 ê 21/01/2005.
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dUSTlÇA FEDERAL
SEÇÃO JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
Z' VARA FEDERAL CR|›4|NAL DE Cu=|'r|aA

\;._.
.luiz Federal: Para proibir o Estado do Paraná de divulgar noticia?
lnterrogadoz Ah, sim. Sim.
.luiz Federal: O que foi esse caso?
lnterrogado: O, durante, estava começando a campanha eleitoral, foi quando eu conheci 0
t\flichel, e aí foi pedido, foi pedido para ele se ele conheceria alguém para que se pudesse fazer
\O‹>O\lO'\U=J`-ba

alguma medida contra, contra 0 Estado do Paraná que estava nos criticando por uma coisa que
ainda não tinha acontecido, inclusive com inverdades e um monte de coisa. E o Bertoldo falou
que o Michel teria condições, condições de resolver o problema, que seria colocando uma ação
na mão de um juiz, na mão de um juiz que daria favorável a isso. E inclusive, inclusive na
10 distribuição.
ll Juiz Federal : E conseguiu a liminar?
ele
12 lnterrogado: Conseguiu.
13 Juiz Federal : Quem era o Juiz?
14 lnterrogado: Espíndola.
15 Juiz Federal 2 O senhor chegou a tratar com o .luiz diretamente ou não?
16 lnterrogadoz Não. Não.
17 Juiz Federal : O senhor falou desse assunto com o Bertoldo e com o Saliba?
18 lnterrogado: Com o Bertoldo e com o Saliba.
19 Juiz Federal : Quem fez 0 serviço? Foi o Bertoldo ou o Michel Saliba?
20 lnterrogado: OMichel Saliba.
21 .luiz Federal : O
Quem foi até o Juiz? senhor sabe?
22 lnterrogado: O Michel Saliba.
23 .luiz Federal Quanto que o senhor pagou nesse caso?
:

24 lnterrogado: Nesse caso, na verdade não fui em que pagou, quem pagou foi o Bertoldo, foi
25 pela campanha, dinheiro de campanha, mas eu acredito que tenha sido DO mil reais, ou 30 mil
26 reais. eu não tenho certeza, 30 ou 50 mil reais.
27 JuiziFederal Mas para os advogados ou para o Juiz?
:

28 lnterrogado: Nâo. lsso foi dito que era para pagar para o Juiz.
29 .luiz Federal Pagar para o Juiz?
:

30 lnterrogadoz E.
31 Juiz Federal Quem falou isso? O Bertoldo ou o Saliba?
:

ba \)
lnterrogado: O Saliba.
Ló-I
DJ
.luiz Federal Falou para o senhor?
:

uz
lnterrogado: Falou para mim.
da
Juiz Federal Alguém presenciou essa conversa?
:

t.,›
lnterrogadot O Bertoldo.
.luiz Federal: O senhor sabe de onde saiu esse dinheiro? Como isso foi pago? Como isso
\O00\10\UJ=-

uz

CJ
chegou na mão do Juiz?
t..›
lnterrogado: O Bertoldo que era o caixa da campanha, inclusive essa era uma condição para ele
40 ser o primeiro suplente, então eu não sei como chegou.
41 Juiz Federal lsso foi na sua campanha para o senado?
:

42 lnterrogado: Para o senado, 2002.


43 .luiz Federal E depois? A liminar se manteve ou não?
:

44 lnterrogado: Não, foi para o Tribunal, caiu na mão do Desembargador. de um Desembargador


45 que até eu conv ei com ele, mas ele falou que era um caso eleitoral e ele transferiu, transferiu
46 isso para o El itoral. transferiu a responsabilidade para o Eleitoral.

Av, ANIYA GARiaALD|. 655. Aumtn, CuR\iT|aA/PR, 505404 EO - TEL 1411 313-451 E 313-4512 1 1 Fax 313-4508
s/'rs
Zi
P RA ccmsuuà Faocessuàuzw\vw.]fpr.gov.pr/ E-MA/L:prct1:crflBec@jfpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 64

imerrogzzórizz - Autos re 2004.70.00.043116-0 tz

Data; 19, 2o e 21/01/2005.


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116
\JUSTlÇA FEDERAL
SEÇÃO .JuD|c|ÁRiA no PARANÁ
2' VARA Fsusmxc CRIMINAL DE Cumrisa

Juiz Federal: Que Desembargador que o senhor falou?


lnterrogado: Estou tentando lembrar o nome. Clotário.
.luiz Federal: E aí foi para o Eleitoral?
lnterrogado: Foi para o Eleitoral.
E daí no Eleitoral foi tentado alguma coisa?
\OOO\IO\U-lê-\.z.¡\›._.

.luiz Federal:
lnterrogado: Não.
.luiz Federal: O senhor sabe quem decidiu o caso no Eleitoral?
lnterrogado: Acho que foi o TRE, foi a tumia.
Juiz Federal: O Bertoldo chegou a falar algo para o senhor sobre o desdobramento desse caso
10 daí,no Eleitoral?
11 lnterrogado: Näo. Chegou a falar do TSE, chegou a falar que teria, que teria como fazer o
12 parecer favorável, que estava na mão de um ex-procurador daqui, e que na verdade não
13 aconteceu.
14 .luiz Federal: O senhor chegou a indicar algumas pessoas para a advocacia do Roberto
15 Bertoldo?
16 lnterrogado: Cheguei.
17 .luiz Federal: Quem o senhor indicou para a advocacia dele?
18 lnterrogado: O Ênio Fornea e o “Nego” Scarpim.
19 .luiz Federal: O que o Roberto fala da relaçäo dele, por exemplo, com juízes e tribunais?
20 lnterrogado: Que ele tem um relacionamento, que milita lá, inclusive politicamente dentro do
21 TRF, que tem ou tinha uma condição muito boa, acesso direto aos Desembargadores, e que ele
22 teria uma grande taxa de sucesso lá sempre.
23 .luiz Federal: Mas alguma relaçäo ilícita com Desembargadores?
24 lnterrogado: Que teria uma relação, uma relação não só de amizade como também que se
25 pudesse aprofundar e que se tivesse. que se tivesse até diálogo inclusive de compra de sentença.
26 que ele poderia fazer.
27 .luiz Federal: Ele menciona os Desetnbargadores em questão que ele tem esse relacionamento
28 especial?
29 lnterrogado: Ele não menciona Desembargadores, mas ele, naquela conversa que nós tivemos
30 antes, naquela, naquela fita que ele fala com o Scarpim ele menciona vários.
31 Juiz Federal: Por exemplo, que nomes que ele menciona?
t..›
lnterrogado: De bom relacionamento, veja, de bom relacionamento que ele fala que teria, é o
uz
Lipman, que eu lembro, o Tadaaqui e vários...
L.:
.luiz Federal: Mas vamos dizer, esquema de pagamento, compra de decisão, com que ele teria,
1.:
\Ooo\10\UJ:.L.J×.¡

o que ele fala?


t.z
lnterrogado: Veja, eu não posso. não quero simplesmente falar nomes aqui do que ele fala, mas
1,»
ele fala que de lá ele teria mais de, chegaria a quase a metade das pessoas que ele teria um
ua
relacionamento bom, que teria influência para chegar, e outros diretamente, e outros que seriam
tn passíveis de receberem dinheiro.
40 .luiz Federal: Tem um diálogo nessas interceptações em que o senhor fala de alguém que teria
41 ido até o escritório do Roberto Bertoldo.... Então, retomando o depoimento do senhor António
42 Celso Garcia, eu vou repetir essa pergunta, eu tenho um diálogo que o senhor fala que alguem
43 teria ido até o escritório dele, que o senhor teria indicado e depois teria saído e estaria falando
44 muito. O senhor pode esclarecer quem e' essa pessoa?
45 lnterrogado: “Nego” Scarpim.
46 .luiz Federal' o que ele estaria falando muito por aí?

lg.)
42
Av. ANWA GAR|sALD|. BBB. Ê” ANDAR. Cufl|T|s7A/PR. 50540-I 50 - TEL t4|l 3I3-451 I E 313-45|2 / Fax šl 3-4505
s/¬rE,LAnA cousucn Paocsssuacz \w‹w.jfpr.gov.pr I zwaizz prctt›crO2sec@jfpr.gov.br
\
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 65

- Autos 11° 2004.70.00.043116-0


interrogatório ›_,›-z'*á'¿›,'

Da:a.19,2o Q 21/01/2005. Z
117
.z
..f._

JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo .JuD|c1ÁR|A Do PARANÁ
2* VA:-u FEDERAL Cm»-uuâi. os Cunmsà

lnterrogado: Ele estaria falando que 0 Bertoldo estaria pressionando ele em relação à CPI e que
estaria tomar dinheiro dele para não ser levado a depor na CPI, esse e o primeiro diálogo.
L/42-L.›\›._.

Juiz Federal: Eu estou perguntando para o senhor a questão assim, que ele disse que foi no
escritório e estaria falando que o outro estava contando vantagem, que conseguia isso, que
conseguia aquilo.
lnterrogado: Certo. O primeiro diálogo foi esse, quando ele saiu falando que o Benoldo estaria
\O00\|O'\
fazendo isso, a vantagem. Que ele conseguiria acertar na CPI o não depoimento do “Nego”
Scatpim.
Juiz Federal: Qual é a relação do senhor Roberto Benoldo com o pessoal da CPI do
IO Banestado? O que o senhor sabe sobre isso?
ll interrogado: Ah, grande, ele que. ele é líder do PMDB na Câmara Federal e ele, ele e' lider,
12 não, ele é secretário executivo do líder do PMDB na Câmara Federal, e ele tem poder político
I3 para indicar pessoas e, inclusive ele que indicou o Íris substituindo acho que o Maninez na CPI
I4 do Banestado, o Iris Simões, Deputado Iris Simões.
15 Juiz Federal: Ele atualmente é conselheiro da, ocupa um cargo público na Itaipu?
16 lnterrogado: Da Itaipu? É.
I7 .luiz Federal: Mas ai é indicação de quem? Ele foi indicado para conselheiro por quem? Como
I8 que ele chegou nesse cargo?
I9 lnterrogado: Ele chegou, esse cargo era do Ministro .lose Dirceu. E eu acho que ele consegue
20 isso atraves do contato pessoal que ele tem com o José Dirceu e também com o apoio dos
21 Deputados da bancada do PMDB.
22 .luiz Federal: Tem um episódio na interceptação que o Sergio Maluceli teria sido convocado
23 para depor na CPI e o senhor conversa com ele sobre esse fato. O senhor pode me relatar o que
24 aconteceu nesse caso?
25 lnterrogado: O, o “Nego” Scarpim teria dito que 0 Sergio Maluceli estaria sendo convocado
26 para ir na CPI e que, ou que iria ser convocado, estaria sendo convocado, e eu falei se realmente
27 fosse, que eu iria verificar se fosse verdade, se fosse verdade eu pediria para o Bertoldo ver o
28 porquê ele estaria sendo convocado ou se estaria sendo convocado ou não.
29 .luiz Federal: E senhor fez isso?
30 lnterrogado: Fiz. Falei com 0 Bertoldo.
Sl Juiz Federal: E o Bertoldo te deu algum retomo?
ba U interrogado: Ele me deu um retorno que teria alguma coisa sido mencionada do Sergio, mas
LJJ LN que não teria a coisa ainda confimtada, se tivesse a convocação era para ele não ir. Se houvesse a
La.)

U-LL
convocação era para ele não ir que depois ele daria umjeito.
Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Posso fazer
uma pergunta excelência?
uauàuàuauà

.luiz Federal: Sim.


Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): O senhor
\0oo\|O\

falou inicialmente que havia uma espécie de extorsão dentro da CPI do Banestado.
40 lnterrogado: Sim.
41 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Por
42 determinadas pessoas, eu gostaria que o senhor explicasse como que funcionava, quanto que foi
43 pedido de dinheiro, para quem foi pedido e para quê era isso, e qual era a participação do
44 Bertoldo e qual deputado que fazia isso e contra quem, bem detalhadamente e de forma objetiva
45 também, por ue não ficou claro. Havia então, primeiro. havia uma influência direta do Ro rto
46 Bertoldo d a CPI do Banestado?

tz
IQ
805404 SO - TEL l4H IH3-45! 3-45|Z/Fêx 3t3~4505
cz
Av. ANNA GAR|aAt.D|. B E. 2° ANDAR, Cumriaà./PR. E 3
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 66

interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043115-0 zâƒf


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Data; 19, 20 e 21/oi/2005.

118
°*`‹,_¡'¬*.*/

-JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo .JuD|c|ÁR|A oo PARANÁ
E' VARA FEDERAL. CRIMINAL DE Cumrtaa
._.
lnterrogado: Havia.
Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Através de
qual deputado?
lnterrogado: Do Íris Simões e do Mentor.
Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): E quem
era, como que isso era feito, se o senhor chegou a ver inclusive documentos que foram feitos
\C>00\IÚ'\KJJ`»L›J\)

pelo Roberto Bertoldo, contra quem eram esses documentos e em que situação foi feito isso?
lnterrogado: Tinha um documento da Câmara Federal onde que relatava vários casos que
seriam explorados na CPI contra o “Nego” Scarpim, contra o Mário Celso Petraglia, contra o
10 Afonso Braga e o pai dele, e se eu não me engano também tinha alguma coisa do Boticário.
ll Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): O senhor
12 chegou a, onde que o senhor viu esse documento?
13 lnterrogado: No escritório do Bertoldo.
14 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): E o que ele
15 disse para o senhor que faria com isso? Como é que foi a conversa?
16 lnterrogado: Que ele tinha, que ele teria esse documento e que esse documento era de dentro
17 da CPI, e que estava sendo feito e que essas pessoas iam ser chamadas.
18 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Por que ele
19 mostrou isso para o senhor? Ele pediu que o senhor fosse atrás dessas pessoas, trouxesse para o
20 escritório dele, entabulou com o senhor nesse sentido de ganhar um dinheiro, ou de comprar. de
21 fazer alguma...
22 lnterrogado: Não, falou diretamente do “Nego” Scarpim e dos Braga. e que eles estariam numa
23 situação complicada e que eu passasse isso para eles, e que ele tinha sido contratado para algum
24 outro serviço, que não estariam sendo cumpridas as obrigações, que pelo contrato que ele tinha
25 com o “Nego” Scarpim, e que ele não ia segurar nada daquilo e que ia estourar tudo. Foi aí que o
26 “Nego”, o Scarpim o procurou e fez essa gravação, onde ele falou da compra de deputado.
27 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Ele pedia
28 dinheiro especificamente para essa pessoa?
29 lnterrogado: Pediu.
bz
Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Para?
Lu Fazer o quê?
ua
lnterrogado: Para que ele não estivesse no relatório da CPI e não fosse depor.
Ca
Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): lsso

efetivamente aconteceu?

\O<>O\tO'\L/J:-L,:\››-O

lnterrogado: Aconteceu.
L.)
Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): E o senhor
L.:
tinha dito que um deputado havia pressionado uma pessoa na CPI, com perguntas...
1.»
lnterrogado: Íris Simões.
1,»
Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): ...que tinha
40 visto as perguntas antes e...
41 lnterrogado: Vi. Íris Simões.
42 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Pressionou
43 quem?
44 lnterrogado: Pressionou o Afonso Braga.
45 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): A pedido
46 do Benoldo?

Av AN|TA GAR|sALD| BBB 2 ANDAR. CuR|TtsAIPR,


@ 44
50540460 - TEL (4I| 3I3>45l E 3l3-‹$5I2 I I FA× IBIÍÁSOB
s/74 DAHA cc›NsuL1'A t>RocEssuA\.; \vww.]fpr.gov.pr/ :WA/L: prr:t:bcr0Bec@yfpr.gov.br
\
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 67

interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 :-‹i.`*'.'i.**flzz

Data; 19, 2o tz 21/01/2005.

11 9
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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo .JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' VARA FEDERAL CEIMINAL DE CuR|¬r|sA

lnterrogado: Do Bertoldo.
Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): E dai o
Benoldo pressionou 0
lnterrogado: O “Nego” Scarpim.
\OO0\|0\U4;u›\1›-

Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): E pediu
quanto de dinheiro para ele?
lnterrogado: Precisava, acho que era para 6 deputados, acho que era 50 mil para cada um. RS
300.000,00.
Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): E foi paga
IO essa quantia?
ll lnterrogado: Não.
12 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Essa
13 pessoa falou para o senhor que foi pedido esse dinheiro?
14 lnterrogado: Falou e gravou. Gravou conversa com o Saliba, gravou conversa com 0 Bertoldo
15 e comiflo.
16 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Qual a
17 panicipação do Michel Saliba nisso?
18 lnterrogado: O Michel é advogado dele, e o escritório do Michel é junto com o Bertoldo em
19 Brasilia,já faz quase l ano. Eles atendem juntos em Brasília.
20 .luiz Federal: Mas o senhor sabe, vamos dizer, o senhor sabe, 0 senhor presenciou alguma vez 0
21 Roberto Bertoldo e o Michel Saliba pedindo dinheiro que seria destinado a deputados da CPI do
22 Banestado?
23 lnterrogado: Nâo. Fiquei sabendo através do “Nego” Scarpim e da fita que teria, tanto e' que na
24 conversa comigo...
25 .luiz Federal: Na fita existe um pedido do Roberto Bertoldo nesse sentido? De dinheiro que
26 seria para deputado?
27 lnterrogado: Existe. Existe.
28 Juiz Federal: Era para o deputado ou era para o Roberto Bertoldo?
29 lnterrogado: Para o deputado. Para os deputados.
30 .luiz Federal Chega a mencionar o deputado?
:

31 lnterrogado: Chega.
L» Juiz Federal Isso está na fita?
:

L.:
lnterrogado: Esta na fita.
‹.»›
.luiz Federal O senhor ouviu a fita?
:

L.:
lnterrogado: Eu ouvi uma parte dela no escritório do Saliba que foi onde que com essa fita ele
conseguiu, o “Nego” Scarpim conseguiu fazer um acordo e não ser chamado pela CPI e encerrou
\Oo0\|O\u|.¿>LzJ\¡

t_.z
o assunto dele.
ou
Juiz Federal: Quando o senhor fala “Nego” Scarpim, qual é o nome da pessoa? Qual é o nome
ua
dele?
40 lnterrogado: Não sei se é António, ou Luiz António Scarpim.
41 Ministério P úblico Federal (Doutor .Januário Paludo): Luiz António Scarpim.
42 lnterrogado: Luiz Antônio Scarpim.
43 Juiz Federal: Tem um diálogo aqui, agora eu encontrei esse diálogo, eu peço para o senhor ler
44 aqui, que é da interceptação, um diálogo do senhor com o Michel Saliba, isso na folha 95 da
45 interceptação, esse trechinho especifico aqui eu peço para o senhor ler.
46 lnterrogado: tem está falando isso daqui e' o Saliba?

Av ANNA GAR|EALD| 555 2“ ANDAR. Cum AIPR. 50540450 - TEL (4I) 3 3-45!
I I E 3¡3¬45|2 I FA× 313-4505
sff:/f›AnA coNsuurA v›=ocEssuA\_: \v\vw.jfpr.gov.pr I :WA/L: prctbcr0Lsec@¡fpr.gov.br

Í
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 68

interrogatório -A me °
2oo4.7o.oo.o431iô-o >‹'ƒ",'¡ ..

Data: 19, 2o e 21/[bi/2305.

JUSTIÇA FEDERAL
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vas.: F:o:miL cnimunc os Cunmsâ
Juiz Federal: É o senhor e o Michel Saliba, o senhor fala que a pessoa que está falando um
iiionte de coisa e o senhor. O senhor se recorda desse diálogo? Se o senhor não se lembra não
tem problema. Mas o que estavam falando?
lnterrogado: Eu estou tentando lembrar, eu não estou lembrado quem e' a pessoa que
encontrou, que foi lá falar com ele, mas eu estou, o que eu estou lembrado e' de uma pessoa que
\OO0\lO\U›-l;L..›\›-»

foi falar, procurando serviço com o Bertoldo, e eu conversava muito com 0 Michel a respeito
dessas vantagens que o Bertoldo falava abertamente entendeu, que ele conseguia as coisas, que
ele tinha as decisões, que ele tinha ministros, que ele tinha desembargadores, e que ele cobrava
caro porque ele resolvia as coisas, e foi um diálogo desse. So não estou lembrado quem é a
10 pessoa que esteve lá e saiu falando isso. Mas isso era um comentário que a gente tinha sempre,
ll das vantagens que ele contava.
12 .luiz Federal: O senhor pode ser mais específico? Que tipo de vantagem que o senhor Roberto
13 Bertoldo falava que tinha? Ou fala que tinha?
14 lnterrogado: Que ele podia decidir comprar sentença, comprar, comprar decisões.
15 Juiz Federal: Com quem?
16 lnterrogado: No TRF principalmente, às vezes, e às vezes em Brasilia ele falava mais de
17 política, entendeu. Mas no TRF especificamente.
18 Juiz Federal: No TRF?
19 lnterrogado: No TRF.
20 .luiz Federal: O senhor sabe se ele tem algum relacionamento nesse sentido de compra de
21 decisão com algum Desembargador do TRF.
22 lnterrogado: Um
especificamente que ele me falou, especificamente, que eu não conheço, um
23 tal de Dirceu.
24 Juiz Federal: Que ele pagaria dinheiro ao Dirceu?
25 lnterrogado: Que ele daria para conseguir algumas coisas e tal.
26 Juiz Federal: Mas esse dinheiro, 0 senhor sabe de algum caso especifico que ele teria pago?
27 lnterrogado: Não. Não. Ele contava genericamente as coisas que ele resolvia. Agora, eu volto a
28 afirmar, nessa fita com o “Nego” Scarpim ele cita vários casos e várias situações.
29 Juiz Federal: O senhor ouviu essa fita?
30 lnterrogado: Não, eu ouvi uma parte dela, quem me falou foi o próprio Michel e 0 próprio
31 “Nego” Scarpim.
ua \)
.luiz Federal: Algum caso específico que ele teria eventualmente pago dinheiro?

La-I
lnterrogado: Nessa...
L.:
Juiz Federal: Ao desembargador em questão.
ua
lnterrogado: Não. Ai se eu fosse falar, não... -

tz:
.luiz Federal: Ele falou alguma vez para o senhor do Ricardo Sabóia Khouri?
\O00\|O\u-1;

\.›
lnterrogado: Falou.
uz
Juiz Federal: Quem falou?
ua
lnterrogado: O Roberto Bertoldo.
40 .luiz Federal: Falou o quê para o senhor?
41 lnterrogado: Que estava cuidando do caso e que era uma coisa que só ele poderia resolver.
42 porque tinha uma perseguição muito grande em cima dele, e que ele já tinha escapado de um
43 mandado de prisão, de alguma coisa quejá tinha resolvido, e que ele estava resolvendo o caso do
44 Ricardo acho que no TRF, alguma coisa assim.
45 Juiz Federal: Mas mediante pagamento de alguma coisa, mediante algum meio...

46
Av. ANNA GAR|aAi.n|, 555, “
ANDAR. Cuä|T%A/FR. 50540-IBO - TEL (41) 3I3f45I I E 3|3-4512 /zšax 3I3-4505
s/TE ARA <:oNsu|_'rA Pfloczssunu\vw\-1.jfpr.g0v.prI E-MA/L: prEt1Xr02S!£@JfPr.g‹›v.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 69

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121
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JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ
2' VARA FEDEHAL CRIMINAL DE Cumrtaa

\;._-
lnterrogado: Eu não posso falar desse caso especifico que ele falou claramente “Não, eu estou
acenando dinheiro”, mas geralmente quando ele falava, ele falava do relacionamento que ele
tinha, ele podia chegar ate' na conversa em dinheiro com qualquer pessoa que tivesse envolvida
LI-lškza

no TRF, com essas pessoas que eram do circulo dele. Que ele falava que ele teria lá quase a
metade das pessoas, que ele teria como conversar e como fazer esses acertos. E assim que ele
vendia o trabalho dele.
\OOO\IO'\
Juiz Federal: Ele chegou a mencionar algum desembargador nesse caso do Ricardo Sabóia
Khouri?
lnterrogado: Não. Não. Que eu me lembre não.
10 .luiz Federal: Chegou a falar especificamente que ele teria pago dinheiro ao, ao
11 desembargador? Ou que ele teria feito algum aceno nesse caso?
12 interrogado: Nesse caso? Não. Nesse caso ele só falou que estava conduzindo e que estava
13 indo muito bem.
14 Juiz Federal: No caso, o Ênio Fornea. foi o senhor quem indicou ele ao Roberto Bertoldo?
15 Interrogado: Eu que indiquei?
16 Juiz Federal: Ao Roberto Bertoldo?
17 interrogado: Ao Roberto Bertoldo.
18 Juiz Federal: Quando o senhor indicava essas pessoas o senhor falava que ele tinha algum
19 relacionamento especial com
20 Interrogado: Falava.
21 .luiz Federal: ...o TRF por exemplo?
22 lnterrogado: Falava. Falava.
23 .luiz Federal: Relacionamento especial nesse sentido de que inclusive ele tinha como comprar
24 decisões?
25 Interrogado: Cheguei a falar, para o Ênio cheguei a falar.
26 Juiz Federal: E o que foi esse caso do Ênio Fornea, 0 senhor sabe se ele pagou?
27 interrogado: Era questão de imposto de renda.
28 Juiz Federal: Imposto de renda?
29 lnterrogado: Imposto de renda.
30 Juiz Federal: Do próprio Ênio? De empresa dele?
31 lnterrogado: Acho que de empresa dele, e que tinha já sido autuado, e que tinha que ser
L,J U revertido lá, e ele foi falar. Agora. eu apresentei, estive na primeira conversa com o Ênio e com
L.: L4J
ele, e depois as conversas andaram sozinhas, e ele foi contratado pelo Ênio Fomea para cuidar do
eu caso dele.
L» Juiz Federal: E ele conseguiu sucesso na causa? O senhor tem conhecimento?
uz
\OO0\|O'\'\/JL
Interrogado: Pelo que eu fiquei sabendo tinha conseguido, não só no TRF como no STJ
uz
tambem, duas decisões unânimes. Ã
ua
Juiz Federal: E quando o senhor conversou junto com o senhor Enio Fomea e com o senhor
uz
Roberto Benoldo, isso envolvia, esse caso envolvia pagamentos a juízes e desembargadores,
40 ou...
41 lnterrogado: Na conversa preliminar que teve lá ele só falou que, como era de praxe, ele falava
42 que ele tinha um bom relacionamento, tinha que ver com quem que ia cair o caso dele, que era o
43 recurso ainda para se entrar no caso. ele tinha recebido a multa aqui. que ele tinha um recurso, e
44 aqui eles tinham perdido, acho que eles tinham que entrar no TRF, e que ele poderia conduzir,
45 que ele tinha tão, que faria cair com, que teria como mexer na distribuição também e cair ein
46 algum dese aríador amigo.

/
47
Aí?
AV. ANITA GARIBALDI. BBB. ¡2° ANDAR. CUR |T| A/PR . BO540'IBO - TE L
(41) 313-451 l E 313-451 I FAX 3l3'45OB
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sz ¬r Pan.: consuma vnoczssuài;www.)Ípr.gov.pr/ E-Mam; pr:tber02sec@¡fpr.gov.l;r,
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 70

intezrogâtófio - Autos n° 2004.70.00.043116-0 .‹2 *Í .

Data: 19, 20 e 21/01/2005.


F 122
JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ
2' VARA FEDERAL CR|M|NA\. DE CuR|¬r|aA

Juiz Federal: Ele falou isso que ele tem como mexer na distribuição no TRF?
lnterrogado: Falou.
LJ-I*-LzJ×.›._.

Juiz Federal: E o senhor sabe como funciona esse mecanismo dele?


lnterrogado: Não. Não. Era conversa inclusive acho que de diálogo aí, acho que com o Michel,
contigo, e que eles tinham como fazer na distribuição, tinha que esperar uma epoca certa, alguma
coisa para se cair. que eles tinham como mexer nisso daí.
.luiz Federal: Ele chegou a falar em valores nessa conversa preliminar com o Ênio Fornea? De
quanto que ele ia cobrar de honorários?
\OO0\IC\

lnterrogado: Na verdade, na primeira conversa näo, que ele queria ver 0 processo. que ele não
10 sabia qual era o processo, mas depois fiquei sabendo quanto que ele cobrou.
11 Juiz Federal: Quanto que ele cobrou?
12 lnterrogado: Acho que a primeira parte foi 350 mil.
13 Juiz Federal: E o senhor sabe se desse dinheiro alguma pane era destinada a pagamento de
14 distribuição,juízes?
15 lnterrogado: Não sei porque eu não sei como que correu o processo. Eu sei que numa conversa
16 posterior com o próprio Ênio, nem com o Bertoldo, que o Ênio falou para mim que eles tinham
17 tido um resultado no TRF e teriam tido resultado no STJ.
18 Juiz Federal: Mas mediante 0 pagamento de alguma propina ou coisa assim?
19 lnterrogado: Não me falou. Não me falou.
20 Juiz Federal: E esse, o “Nego” Scarpim o senhor indicou também ao senhor Roberto Bertoldo?
21 lnterrogado: Sim, e ao Michel Saliba tambem.
22 Juiz Federal: E o “Nego” Scarpim teve algum problema também no TRF ou foi só essa questão
23 da CPI?
24 lnterrogado: Não, foi só essa questão da CPI. A questão da CPI, especificamente da CPI. No
25 TRF ele teve problema com bingo, e esse daí foi, quem resolveu para ele foi o Michel Saliba.
26 Juiz Federal: O senhor presenciou a conversa do “Nego” Scarpim com o senhor Roberto
27 Benoldo?
28 lnterrogado: Não. Essa não.
29 Juiz Federal: Na contratação? Sobre a CPI?
lnterrogado: Sobre a CPI só conversei com o Bertoldo separadamente, depois com 0 “Nego”
JL.JL,JL.J

J\¡›-Ç>
separadamente, mas nem uma conversa que tivesse, com o “Nego” Scarpim eu nunca encontrei
com o Bertoldojunto. Nunca.
Juiz Federal: E 0, houve, o senhor mencionou, teria alguma espécie de extorsão do senhor
Lutz

“Nego” Scarpim para que ele se livrasse da CPI, ou ele foi incluído lá com algum propósito? O
senhor pode me relatar melhor essa história?
lnterrogado: Isso, que eu vi, eu vi um documento interno que seria da CPI do Banestado, onde
teria esses relatos que eu falei dessas pessoas e dentre elas estava o “Nego” Scarpim com alguns
\‹O0O\|O\UJ`-L.

t...›t,›t,zt,›t,.›

casos relatados que seriam investigados pela CPI, e inclusive conta no exterior e tudo isso dai.
Juiz Federal: Quem lhe mostrou isso foi quem?
40 lnterrogado: O Bertoldo. No escritório dele. Um documento da CPI. E que isso iria acontecer
41 em breve, ou eles seriam chamados em Brasília para serem ouvidos, ou seriam chamados aqui
42 em Curitiba, quando a CPI passasse por aqui, ele não foi chamado, mas quem fez as perguntas
43 em relação ao “Nego” Scarpim foi o Íris Simões, que foi o, o Iris Simões e o Mentor. eram os
44 dois que estavam instalados para fazcr as perguntas...
45 .luiz Federal: Mas o s r Roberto Bertoldo lhe mostrou esse documento antes da convoc ão
46 do “Nego” Scarpim?
48

\
AV. ANITA GARIBALDI. BBB, 2° ANDAR/.I CURITIBA/PR. šO540'I5O - TEL (41) 313-451 E I

s/TE PARA coNsu|_1'A Pnoczssuàr www jfpr gov pr I E MA/L prctbcr02sec@¡fpr gov br
_/
3l3*47/FAX 3I3¬4505
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 71

Interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0


Data: 19, 20 e 21/01/2005. .,Iz_

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-JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO .JuD|c|ÁRiA Do PARANÁ
2' VARA FEDERAL Ciaiminau nz Cuiairisa

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lnterrogado: Antes. E ele não foi convocado.
Juiz Federal: Não foi convocado?
lnterrogado: Näo.
Juiz Federal: E ai o, depois o “Nego” Scarpim lhe procurou e o senhor indicou o Roberto
Bertoldo
\.OO0\|O\UJ`-LJ lnterrogado: Não. Nao. Não. Isso já tinha sido, 0 “Nego” Scarpim estava lá, foi procurar o
Bertoldo para conversar com ele a respeito de duas coisas, primeiro esse negócio da CPI que
quem estava vendo para ele era um outro deputado e eu teria dito para ele que o Bertoldo estava
ligado diretamente na CPI, e para conversar também de uma ação penal também que ele tinha,
IO mas na verdade ele acabou conversando da CPI e não conversou da ação penal, que tem uma
ll ação penal que corre aqui, não sei se nessa Vara ou em outra Vara, que tem, do “Nego” Scarpim.
l2 Mas, na verdade, ele foi para falar de CPI. Falou de CPI, falou das duas coisas, contratou o
I3 Bertoldo para tratar desse assunto aí. E depois eu sei que não foram pagos os honorários e
I4 começou uma briga entre os dois. E aí surgiu esse documento, e ai surgiu essa pressão em cima
IS do Afonso Braga, onde foram as perguntas diretas, direcionadas em relação ao “Nego” Scarpim.
ló E num dialogo telefónico, inclusive, nos diálogos, tem até. ele me passou umas 3 ou 4 perguntas
17 que seriam feitas, que seriam feitas na CPI pelo lris Simões.
18 .luiz Federal: Quem lhe passou?
19 Interrogado: O Bertoldo, me passou por telefone.
20 Juiz Federal: Para o senhor passar para o “Nego” Scarpim?
2l Interrogado: Não, tipo assim, “veja as perguntas que vão fazer para ele, tem essa pergunta
22 aqui, tem essa pergunta aqui, tem essa aqui, da conta dele fora, dessa aqui, é isso que vai
23 acontecer com ele. Vai ser um massacref”. Tem uma conversa dele, no telefone, comigo.
24 Juiz Federal: E depois foi resolvido o problema do “Nego” Scarpimjunto à CPI?
25 lnterrogado: Foi, coin a fita.
26 Juiz Federal: Como? O senhor pode relatar o episódio melhor.
27 Interrogado: Que o “Nego” Scarpim gravou uma conversa do Bertoldo falando disso, gravou o
28 Michel Saliba, e teve uma conversa comigo tambem onde eu sei que ele gravou tambem, e nessa
29 conversa, e nessa conversa, um pedaço dessa fita foi mandado para o Michel, que entregou para
30 o Bertoldo, e que acabaram, acabou numa discussão muito grande, e depois acabou se acenando,
31 o “Nego” não foi incluido e não foi chamado. Qual foi a troca? “Eu não quero te incomodar, mas
L,.i

a menos que você não me incomode, se você me incomodar, eu fiz essa degravação, fiz em

Miami, espalhei um monte de cópia, se você fizer alguma comigo, eu vou entregar a degravação
1.4
e as cópias das fitas”.
L» Juiz Federal: E essas fitas estão na posse desse “Nego” Scarpim?
lnterrogado: Sim.
\O<>0\|O'\U4>L.a\J

L.›

L.:
Ministério Público Federal (Doutor .Januário Paludo): Como que foi essa discussão lá entre

o Benoldo e o “Nego” Scarpim? O que aconteceu la? O que o senhor sabe sobre o que
LJ»
aconteceu? O Bertoldo ameaçou 0 “Nego” Scarpim? Não ameaçou? Como que foi?
40 lnterrogado: Ameaçou.
`

4l Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): De que forma?


42 lnterrogado: No escritório do, no escritório do Michel Saliba, isso depois o Michel me contou,
43 que estava, o “Nego” Scarpim foi la, 0 dia que foi levar a fita, ou depois de ter levado a fita. e era
44 uma sexta-feira, uma sexta-feira, e o Michel estava falaiido com 0 Bertoldo e falou que estava
45 conversando com 0 “Nego” no escritório dele, ai o Bertoldo foi até o escritório do Michel Saliba

fêz
46 e tirou uni revólve alou que, ameaçou ele de uma maneira, que ele estava querendo denegrir a

49

/
/ (É)
Av. ANITA GAFuaAi.:›i. 856, 2 ANDAR. Cufiirisa/PR, E0540-IEO - YEL l4I) 3 3-45I E 3|3-45 2 I I I / Fax 3|3- SOB
sir: Pala consuma vnoczssun: www.jfpr.gov.pr/ E-Ma/L: pr:tb‹r02sec@¡fpr.qov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 72

interrogatório - Autos n° 2oo4.7o,oo.o431 iso


Data: 19. 20 e 21/01/2005. _‹,..%..~. ~;1:› -,à

.Ju_sT|çA, FE|:›ERAu
SEÇAO JUDICIÁRIA DO PARANA
2' VARA FEDERAL CR|M|NAt. DE Cum'r|aA

imagem dele, que não era homem, que ele não era honrado e tal e tal, e que gente assim tinha que
acabar a bala, foi essa a discussão, foi uma ameaça que acabou depois, dessa conversa, dessa
ameaça é que saiu o acerto entre os dois.
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): No dia da apreensão, foi apreendido
\'>OO\¡O'\UJ=-ba\›.-
um bilhete escrito “Votorantim” embaixo, quem preencheu esse bilhete e de quem é essa conta
no exterior?
lnterrogado: A letra é do Sergio Maluceli e a letra é do “Nego” Scarpim.
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): lsso foi confirmado, essa conta sendo
do “Nego” Scarpim, com quem?
10 lnterrogado: Como?
ll Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Como que o senhor sabe que é do
12 “Nego” Scarpim?
13 lnterrogado: Porque o Sérgio Maluceli que tem negócios com o “Nego” falou que a conta é do
l4 “Nego” Scarpim.
15 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Que tipo de negócio o Sérgio
ló Maluceli tem com o “Nego” Scarpim?
I7 lnterrogado: Ah, eles tiveram negócio de carro junto, tiveram empresa juntos. coisa desde
I8 1992. Eles importavam carros juntos, na época de carros usados eles trouxeram muitos carros,
I9 naquela época o “Nego°°, e o Sério Maluceli.
20 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): E o Cristovam junto também, estava
21 junto com eles?
22 Interrogado: Na época era o Cristovam ie trazia e eles que vendiam.
23
24 '
da mais havendo a ser transcrito eu vanice Grosskopf (Diretora de Secretaria) e eu
,

25 sele Becker Bitello (técnico judiciário), ncerramos o presente termo, e certittcamos que é
26 produção fiel dos depoimentos colhidos f nograficamente.
27
28 Ciente,
29 Curitiba, 26 dejaneiro de 2005.
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Juiz Federal
L.: 2" Vara Federal Criminal
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AV. ANITA GARIBALDI. 555. 2° ANDAR. CURITIBA/FR. 50540-IBO - TEL l4Il 3l3¬45I I E 3|3-45l 2 I FAX SIS-4508
s/TE PARA coNsui_¬rA vnoc5ssuAL: \~‹ww.|fpr.gov.pr/ E-MA/L: pr‹.1;bcr02sec@jfpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 73

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Data: 19,20 e 21/01/zoos.


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2' VARA Fzosiul. CRIMINAL DE Cunrriaâ

V...- TERMO DE TRANSCRIÇAO


Em
26 de janeiro de 2005, em cumprimento aos termos do Provimento n°
O5/2003, Seção Vll, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
Federal da 4” Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento
\DOO\lO\\J-lškn

Criminal Diverso n° 2004.70.00.043116-0. em audiência realizada no dia 20.01.2005.

ANTÓNIO CELSO GARCIA


10 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): E em relação aos bingos. eles têm
11 negóciosjuntos, o “Nego” Scarpim, o Sérgio Maluceli?
12 interrogado: Tinham.
13 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): O senhor tinha negócio de bingo
14 também?
15 lnterrogado: Não. Eu não. Eles tinham negócio de bingo. Aquele bingo do Portão, nem sei qual
16 é 0 nome do bingo, mas e' um bingo em frente do Mercadorama na via rápida que vai para o
17 Portão, eles eram sócios.
18 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): E aquele bingo que tinha ali, o Vilage,
19 lá na Mateus Leme, onde era o Bavarium Parque uma vez?
20 lnterrogadoz Qual e'?
21 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Aqui na Mateus Leme.
22 lnterrogado: Mateus Leme?
23 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): É. Tinha um bingo grande.
24 lnterrogado: Tinha.
25 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Era de quem aquele bingo?
26 lnterrogado: Do César Zambão, do Toni Zambão e o Vicente alguma coisa, e mais um, e mais
27 um outro advogado que hoje e dono de um bingo em Florianópolis, eu esqueci o nome dele.
28 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): E aquele. o senhor não tinha
29 panicipação nele?
30 lnterrogado: Não.
31 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): O Cid Campelo?
t.,›
lnterrogado: Não, naquele não.
L» Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): No qual o Cid Campelo tinha
t,›
participação?
1.»
lnterrogado: Com o Sérgio Maluceli.
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Com o Sérgio Maluceli? No qual
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L.:
bingo?
L.:
lnterrogado: Esse bingo do Portão.
L» Winistério Público Federal (Doutor .Januário Paludo): Do Portão?
40 lnterrogado: É.
41 Juiz Federal: Como que 0 senhor sabe disso?
42 interrogado: Porque o Sérgio me falou, e inclusive tem 0 nome dos laranjas do Cid e tudo, e
43 deixa claramente, houve uma discussão muito grande com o Cid que ele acabou não transferindo
44 ou deixou de transferir alguma coisa do bingo, mas que era do Cid e dele. e se precisar ele falaria
45 isso em qual er lugar, inclusive com provas que ele tem, documentos do bingo. documentos
46 particulare a fomiação ai.
51
Av. ANn'A GAR|sALD|. BBÊ, 2" ANDAR. Cgnlrlalx/PR. 50540-I 80 7 TEL K4!! 313-45! E 313-45I2
I I FAX 31 5
s E amu ccmsuura ‹=nocEssuA|_; www.¡¶pr.gov.pr/ E-MA/L: pr::thcr02sec@jÍpr.gov.l:|r
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 74

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Data. 19, 20 e 21/01/2005.


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126
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-JU_STIÇA' FEDERAE
SEÇAO JUDICIÁRIA DO PARANA
2' Vain Fzozini. Cmmiuni. os Cunmaâ

.luiz Federal: E desde quando que o Cid Campelo teria essa sociedade com o i\ialuceli no
bingo?
interrogado: Ele tem desde a época em que ele era Secretário, que ele avocou para ele o
problema da regulamentação dos jogos no Paraná.
Juiz Federal: Nessa época elejá tinha sociedade?
\OOO\lO'\U-l`-u›\)._.

interrogado: Começou nessa época.


.luiz Federal: Começou nessa época?
interrogado: É. As sociedades começaram nessa época, porque tem outras também que dizem
que teriam participação, esse César Zambão, que foi presidente do sindicato aí, alguma coisa
10 assim, disse que também tinha participação, o Cid tinha participação nesse negócio de máquinas
ll caça-níquel.
12 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): O senhor sabe o nome de algum
13 laranja do Cid Campelo?
14 interrogado: Eu não, mas o Sérgio Maluceli sabe dos dois.
15 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Dos dois. E de quem é aquele bingo lá
16 do, da Avenida Batel, que tinha, acho que...
17 interrogado: Do “Nego”.
18 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Do “Nego” Scarpim?
19 interrogado: isso.
20 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Esse bingo específico, quando teve a
21 proibição de bingos, aquela coisa, teve uma briga judicial em cima disso. eu queria que o senhor
22 me relatasse a respeito dessa brigajudicial. Qual foi o papel do Bertoldo a respeito disso? Como
23 que isso terminou lá no TRF? Quem era o desembargador que deu liminar? Como que foi isso?
24 interrogado: Esse não foi o Bertoldo, esse foi o Michel Saliba. E que foi, que foi resolver isso e
25 resolveu com o desembargador Lipman.
26 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Como que foi resolvido isso?
27 interrogado: Pelo que eu fiquei sabendo...
28 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): De quem?
29 interrogado: Do Michel Saliba, do i\fiichel Saliba que teria custado 100 mil reais ou uma coisa
30 assim para se manter a liminar.
31 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): O Bertoldo não tinha, o senhor falou
em outra oportunidade que 0 Bertoldo tinha o hábito de pagar mensalmente uma detemiinada
t...vt..›i.z
quantia né, ou seja, manter um salário, para quem ele manteria esse salário? Ou eu que entendi
mal isso? Para desembargador ele pagava mensalmente, quantias mensalmente, para ter 0
controle de algum desembargador?
interrogado: Não é que ele tinha mensalmente, como ele me dizia que tinha, por exemplo, o
\O00\IO\UJ=›uJ×J

desembargador ia viajar entendeu, ele colocava a viagem à disposição do desembargador, hotel,


u›t,1t,J‹_,àt,.i

essas coisas, não e que pagava mensalmente. o beneficio de uma viagem. de alguma coisa ele
acertaria pessoalmente e daria essa benesse para o desembargador.
40 .luiz Federal: Qual desembargador? Ele falou?
41 interrogado: Vários. Ele falava, é aí que eu disse aquela vez daquele jogo que teve aqui, que
42 vieram 8, 7 ou 8 desembargadores e ficaram num camarote vendo a seleção brasileira.
43 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Isso ai é bom pegar num ponto mais
44 adiante. Eu avancei um pouquinho.
45 .luiz Federal: Para ficar claro esse tópico ai, o Michel Saliba falou para o senhor que teria pago
46 100 mil reais ue a liminar permanecesse? _,_z->
52
Av. ANi1'A Ganiaacoi, BBB, °
ANDAR. Ciihàrriaà/PR. 50540-IEO - TEL t4|l 313-45! I E 3/13-4512 / FA›‹ 3I3-4508
s/rs Ami coflsuisrn vnocsssuàcz ww\-/,)fpr.gov.pr/ 5-mtu.: prctb‹t0Zse:@jfpr.g0v.br
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interrogatório - Autos n° 2oo4.7o.oo.o4311õ›o dr »


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Data; 19, 2o e 21/oi/2005.

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sE<;Ão .JUDtc|ÁR|A Do PARANÁ
2' VARA FEDERAL CRMINAL DE CUHITIEA

lnterrogado: Permanecesse, falou.


.luiz Federal: Falou para o senhor?
lnterrogado: Falou para mim. no escritório dele.
-V-Lzà×›._.

Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Especificamente do bingo lá do


Batel?
lnterrogado: Do bingo do Batel.
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Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Do “Nego” Scarpim?
lnterrogado: É.
Juiz Federal: E falou que teria pago ao desembargador Lipman, e' isso?
10 lnterrogado: Falou que teria pago. eu fiquei sabendo depois que o desembargador era o
ll Lipman.
12 Juiz Federal: Ele falou como ele teria pago esse dinheiro?
13 lnterrogado: Não. Falou que teria para fazer para segurar só o bingo deles funcionando aqui, eu
14 acho que ficou um tempão funcionando ali sozinho.
15 Juiz Federal: Esse bingo era do “Nego” Scarpim?
16 lnterrogado: “Nego” Scarpim.
17 Juiz Federal: E o “Nego” Scarpint falou essa mesma história para 0 senhor?
18 lnterrogado: Não. O “Nego” não falava, porque o “Nego” estava, o “Nego” estava brigado
19 com o Bertoldo e achava que eu era muito amigo do Bertoldo e não me contava muitas coisas.
20 Mas o Saliba falava direto com, falava com o “Nego” Scarpim e com os sócios do “Nego”.
21 .luiz Federal: Tinha mais alguém nessa conversa quando o t\lichel Saliba falou isso para o
22 senhor? Do dinheiro pago ao desembargador?
23 lnterrogado: Não. Não. Foi uma conversa no final da tarde, no final da tarde, quando tinha,
24 quando tinham ganho lá para se manter, ele falou que era ele quem tinha conseguido e que teria,
25 e que teria, não saberia mais quanto tempo que conseguiria segurar porque era uma medida
26 extrema e tal e que tinha custado 100 mil reais.
27 Juiz Federal: lsso está naquelas fitas também?
28 lnterrogado: Eu acho que não. Essa dai não, porque é coisa contra. contra o “Nego” Scarpim,
29 eu acho que não estaria nas fitas.
30 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Eu vou só fazer um parêntesis. desde
31 que o senhor foi...
t...›
\J
Juiz Federal: Só antes do parêntesis ai. vamos trocar a fita. Então, prosseguindo no depoimento
ba bl
do senhor Antônio Celso Garcia. O Ministério Público.
ba
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Depois que o senhor foi preso, quem
dessas pessoas lhe procurou? O Bertoldo, o Michel, Sérgio Maluceli, “Nego” Scarpim, alguma
L/JL

outra pessoa procurou falar com o senhor lá no COPE?


u›L.›L.›L,Jc,›

lnterrogado: O, o Bertoldo, o Bertoldo, o Michel não, nem “Nego” Scarpim, e o Sérgio


Maluceli.
\O<>o\|O\

Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): E o quê eles queriam? O que o Sérgio
40 quena?
41 lnterrogado: Queria saber, estava preocupado, queria saber, procurou minha esposa para saber,
42 que ele estava no caso, queria saber o que estava acontecendo. Na verdade era essa a
43 preocupação, se ele ia ser preso.
44 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): E o Bertoldo?
45 lnterrogado: rtoldo tem insistido, tem insistido bastante que queria conversar comigo.

GANBALDI. BBB. %° ANDAR, Cuñl BA/PR, 50540-180 - YEL (41) 313-451 31313505
1:18
AV. ANITA IE 31 l2 I FAX
s/rE PARA ‹:o›:suL1A vnocEssuAL:www.jfpr.gov.pr/ E-Muzz prctbcrfllsecfij r.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 76

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Interrogatorio - Autos n° 2004.70.00.043116-0 =-«Tí/i z

Data: 19, 20 e 21/01/2005.

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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo .JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' VARA FEDERAL Cmmunc DE CURITIBA

Ministério Público Federal (Doutor .Januário Paludo): Depois que o senhor foi preso, eles
mantiveram contato com sua esposa. Patricia não e'?
lntcrrogado: Priscila.
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Priscila, desculpe. O que aconteceu,
ela sofreu algum tipo de ameaça? Não sofreu ameaça? O senhor pode relatar isso. pelo menos do
\OO0\lCT\KJ|-l$~bJ\)._-

que o senhor soube por ela?


lnterrogado: Um
dia, l dia ou 2 dias depois, eu ainda estava lá na Polícia Federal, o innão da
minha mulher, junto com a mulher dele esteve no escritório do Bertoldo, e ele tem lá um amigo
dele, um amigo dele, íntimo, que trabalha com o Bertoldo, que e' Guilhemte, Doutor Guilhemie.
10 ele...
11 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Guilhemte Wolf?
12 lnterrogado: Wolf isso. Que trabalha com ele. E eles tiveram lá e chegaram na minha casa a
13 1:30 horas da manhã. à 1:30 horas da manhã, e acabou deixando escapar no meio da conversa
14 que tinham acabado de sair da casa ou do escritório do Bertoldo, da casa do Bertoldo, e que ela
15 tivesse um cuidado extremo e que não falasse nada porque, porque tinha um monte de gente
16 envolvida que era perigosa, e que nesses casos aí de escuta teria coisa do Bertoldo, e que, e tipo
17 de uma ameaça velada para ela, que ela tinha que ficar quieta do lado dele, meu cunhado, e que
18 ele ia se orientando, porque o Guilherme estava lá dentro, para que nada acontecesse com ela,
19 porque não saberia o que eu ia fazer, o que eu ia falar a respeito disso, e que poderia estar todo
20 mundo correndo risco.
21 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): O senhor se sente ameaçado por essas
22 pessoas?
23 lnterrogado: Hoje, para falar a verdade, lá, eu não me sinto, hoje não, lá dentro, eu estou
24 isolado, não estou falando com ninguem, não consigo saber. Mas nesses, nos 2 primeiros dias em
25 que eu estava lá na Polícia Federal eu me senti ameaçado por essa conversa que teve o meu
26 cunhado com a minha esposa.
27 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): E cessou? Teve mais algum tipo de
28 ameaça em relação a sua esposa e sua família? Por parte deles?
29 interrogado: Näo, teve, teve telefonemas, o Benoldo, através do namorado da filha dele, que é
30 amigo do meu filho, tentou falar com meu filho para me procurar, tentou procurar meu im1ão,
31 tentou procurar um dos nossos advogados, está tentando falar. está tentando querer conversar
uz
comigo de qualquer jeito. E eu não estou falando, e da minha familia, pessoalmente, ele
cn conversou com meu filho e com a minha mulher no começo, depois não falou mais nada.
Lu Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Não falou mais nada. Eu encerrei o
tn
\OOO\IO'\UJ>kzJ\)
parêntesis aqui.
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Nada mais havendo a ser transcrito Grosskopf (Diretora de Secretaria) e eu
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Êisele Becker Bitello encerramos o presente termo, e certificamos que é
(técnico judiciário ,

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produção fiel dos depoimentos colhidos onograficamente.
40 Ciente,
41 Curitiba, 26 de janeiro de 2005. *_
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45 Juiz Federal
46 2” Vara Federal Criminal

54
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 77

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Dara: 19, 20 e 21/01/2005.
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JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ
2' VARA FEDERAL CRIMWAL os Cumnsa

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TERMO DE TRANSCRIÇÃO
Em
26 de janeiro de 2005, em cuinprimento aos temios do Provimento n°
O5/2003, Seção VII, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
Federal da 4” Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento
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Criminal Diverso n° 2004.70.00.043l 16-O, em audiência realizada no dia 20.01 .2005.

ANTÓNIO CELSO GARCIA


10
ll Juiz Federal: Voltando na CPI do Banestado, o Sérgio Maluceli foi convocado por qual motivo
12 pela CPI do Banestado? O senhor sabe?
13 lnterrogado: Nâo, eu não tenho idéia, mas se eu não me engano era por alguma coisa em
14 relação ao Vanderlei Luxemburgo.
15 Juiz Federal: Nos diálogos chega a falar em nome de “`Buço”?
16 Interrogado: Buço?
17 Juiz Federal: Buço. Salt News.
18 lnterrogado: Ah, Buco Kaesemodel. Buco Kaesemodel.
19 Juiz Federal: O que é isso?
20 Interrogado: Que era uma empresa de importação e exportação que era do senhor Orlando
21 Kaesemodel e do filho dele, Buco Kaesemodel, que importavam os carros e tinham sociedade
22 com o “Nego” Scarpim e com o Sérgio Maluceli. E quem importava os carros para os carros para
23 eles era o Cristovam.
24 Juiz Federal: Como e' o nome da empresa?
25 Interrogado: É Salt West?
26 Juiz Federal: Salt West? E ela estaria envolvida na CPI do Banestado? A empresa?
27 lnterrogado: É por causa desse negócio de remessa de dinheiro para fora para comprar, se eu
28 não me engano eles compraram acho que 200 carros fora.
29 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Nesse caso da importação de carros
30 pelo Cristovam e revenda pelo “Nego” Scarpim e pelo Sergio Maluceli, o senhor ficou sabendo
31 de alguma coisa de venda de liminares por algum juiz especifico? Como que funcionava o
esquema de liminares para conseguir as liberações de importações de veiculos?
lnterrogado: O “Nego” Scarpim falava que conseguia com o Lipman.
t_.JL.›

ua
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): E qual é 0 papel do Cal Garcia nessa
história toda? Hoje falecido né. Mas qual é o papel dele nessa história toda? O senhor conhece?
lnterrogado: Eu conheço o Cal Garcia, ele chegou a ser meu advogado.
\O<>0\|O'\U.¿:.L,J\›

Juiz Federal: O pai.


L.1t,›t,›t.,à

Interrogado: Não, o pai foi meu advogado. Não o filho. O pai foi meu advogado, mas eu não
ua
tive conhecimento desse caso específico aí da, eu fiquei sabendo do caso dessas liminares, eu
40 acabei vendo depois na ”Veja”, quando saiu, naquela epoca. que saiu uma reportagem grande,
41 que saiu na “Veja”, mas não fiquei sabendo de envolvimento do Cal Garcia nada. Agora, o

'7
42 “Nego” Scamim falava que
43 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): De que fomia que ele conseguia as
\'? De que forma ele falou que ele conseguia as liminares? O
44 liminar “Nego” Scarpim falou?

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Av. ANn'A GAR|sALv I. BBB. 2° ANDARÍ Cumrlsà/FR. 80540-I BO - 'rEL I4Il 3 3-45I E 3Iy4€l 2
I I I Fax 3|3-4505
sir: PARA consuma vnoczssuau \wA-¡.¡fpr.gov.pr I E-M4/L: prctbcr02sec@jfpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 78

interrogatório- Autos n° 2oo4.7o.oo.o4:s1 1õ›o ›‹r”fi


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Data; 19, 20 e 21/01/zoos.

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JUSTIÇA FEDERAL
s¡›:çÃo .JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' VAHA FEDERAL CR|M|NA|_ DE Cumriaa

Interrogado: Falou que tinha um aceno com 0 Lipman, que tinha um aceno com o Lipman e
que da maneira que fossem mantidas as liminares, as liminares fossem sendo mantidas, eles
J×)--

fariam uma manutenção disso dai com o Lipman.


U-I`-L»

Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Tinha algum esquema de distribuição
na época, que ele mencionou?
Interrogado: Disse.
Ministério Público Federal (Doutor .Januário Paludo): Que tipo de esquema?
Interrogado: Que conseguiam colocar na mão de quem quisesse.
\OOO\lO\

Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Ele falou alguma coisa em relação ao
10 Juiz Dirceu ou ao Juiz Welington, na época, também?
ll Interrogado: Do Dirceu o Bertoldo falou para mim.
12 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): O “Nego” Scarpim não?
13 Interrogado: Não.
14 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): As liminares todas de importação de
15 carros então eram com o Lipman?
16 Interrogado: Lipman, que ele falava.
17 Juiz Federal: O que o Bertoldo fala especificamente sobre 0 Dirceu? De concreto assim que o
18 senhor tenha
19 Interrogado: Que ele tinha, que ele canal aberto com o Dirceu, que ele tinha acerto com o
20 Dirceu, e que...
21 Juiz Federal: Ele fala que ele tinha acerto com o Dirceu?
22 Interrogado: Fala, falava especificamente que tinha acerto com o Dirceu.
23 Juiz Federal: De pagar dinheiro?
24 Interrogado: Era.
25 .Juiz Federal: Algum caso especifico que ele mencionou?
26 Interrogado: Não. Não.
27 Juiz Federal: Mas ele falava isso para o senhor abenamente?
28 Interrogado: Falava. Ele fala abertamente muitas coisas.
29 Juiz Federal: Tem um diálogo que o senhor teve com o senhor Roberto Bertoldo, que é um
oz
diálogo da folha 146 da interceptação em que o Roberto Benoldo e também o senhor, na

verdade, fazem algumas criticas aqui à condução desse processo da, do Consórcio Garibaldi. E
uz
chega até a mencionar, o Roberto Bertoldo fala, por exemplo: “Mas ele vai serjulgada no caso
ua
se referindo a mim, “e 0 próximo Corregedor' que vai pegar disse que vai dar uma derouada
"
L» nele dai o senhor diz: “Emãa mas diz que iam substituir ele agora em junho já né? Dai ele:
“Agora em junho". daí ele fala: “Em dezembro. mas o processo vai continuar e ele vai ser
\OOO\|O\U-J:-L.à\;›-O

ua

Lu afastado", “Vai ser? “Vai ser qfaslado". "É mesmo? “Afastado da profissão". "Sera?".
uz "Estou falando "Por Causa de quê? "Ontem eu five urna reunião e isso foi mais ou menos
L.:
definido O senhor pode me esclarecer esse diálogo?
L» Interrogado: Essa era mais uma das bravatas, da maneira que ele me colocava numa situação,
40 para me vender tranqüilidade, como ele me falava também que no caso do meu processo, o meu
41 processo não voltaria para Curitiba, que meu processo, que meu processo, que meu processo
42 teria que correr no TRF, porque já tinha passado lá pela primeira instância e tal. Acho que deve

/
43 ter isso em
diálogo também.
44 Juiz Federal: Mas ele falou alguma coisa mais concreta disso?
45 lnterrogad e falou que tinha

W 36
_

AV. ANITA GARIBALDI. 555.&2° ANDAR. CURITIEAIFR 80540-150 - TEL [411 313-451 1 E 31 3'45I2 I FAX 313'45OB
sir: suma consucn Pnoczssuac:\vw\-/.1fpr.gov.pr/ E-›‹AiL: prctbcr02sec@)fpr.gov,br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 79

lnterrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0


Data: 19, 20 e 21/01/2005. Íc

131
JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ
2' Vàmt FEDERAL CR|M|NAL DE Cumrisa

Juiz Federal: Ele falou com algum desembargador ou ele tinha, o diálogo no telefone aqui não
e explicito, o que e essa conversa? O próximo corregedor ou que vai ser afastado em junho ou
em dezembro, o que é isso?
lnterrogado: Ele me falava o seguinte, que lá tinha uma disputa política, que tinha turmas, que
eram gente dele e gente do Presidente do Tribunal, Doutor Vladimir, é isso?
\Ooo\lO'\u‹J-L.à×.›.-.

.luiz Federal: Isso.


lnterrogado: E que tinha muita gente descontente com o Doutor Vladimir, e com o senhor, e
que numa disputa que tiveram lá, politica, ele não me falou o quê, que tentaram, no caso, o
Doutor Vladimir e 0 senhor, no caso, tentaram ferrar algum desembargador lá, alguma coisa, eles
10 sairam vitoriosos, entendeu, e que o próximo corregedor iria lhe afastar e que a maioria do TRF
11 achava as suas atitudes arbitrárias e que isso dai estava, isso daí estava para acabar, entendeu. E
12 que estaria sendo construído isso dai para lhe afastar, e politicamente isso estaria sendo
13 construido para lhe afastar.
14 Juiz Federal: Quando falam em junho ou dezembro, e desse ano ou do quê?
15 lnterrogado: Não...
16 Juiz Federal: Do ano passado?
17 lnterrogado: Do ano passado acho, 2004.
18 Juiz Federal: E ele falou de uma reunião que ele teria participado com desembargadores nesse
19 sentido?
20 lnterrogado: Ele falava sempre que ele tinha a tumta dele e que se reunia e que politicamente
21 sabia e me falava, e que essas coisas ele não guardava, porque era muita bravata, então, mas
22 quem era a turma que era contra o Presidente e o senhor.
23 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): O senhor fala em bravata, mas na
24 época o senhor acreditava nessas bravatas?
25 lnterrogado: Veja, em pane das bravatas. Quando o problema se voltava para mim, ele falava
26 de arbitrariedade, de pressão que se fazia, me falava de conversa, que ele tinha o trânsito, eu não
27 conhecia bem ele, fui conhecendo durante 0 processo. do trânsito que ele tinha, das conversas
28 que ele ouvia, e das coisas que queriam em relação a mim, eu tinha que acreditar. Ele tinha nte
29 conseguido, que ele falou para mim, na verdade ele me falou que conseguiria 0 Habeas Corpus
30 ele falou que conseguiria e que faria, deu a data e realmente conseguiu, então, de repente eu
31 comecei a acreditar numa pessoa, e que vi um monte de casos que ele relatava, São Paulo, Rio de
1,;
Janeiro, isso e tal, que se resolvia no TRF aqui e que ele era contratado, e ele tem um monte de
uz
contratos agora, que foram feitos com ele, que ele me citava, até nos diálogos deve ter algum, de

coisas que ele tem para resolver no STJ e que ele tem para resolver na, e para resolver no TRF.
uz
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Algum caso especifico que o senhor
se lembre? Nome específico de algum caso que elejá resolveu e que citou?
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t,.J

L» lnterrogado: Não, agora que ele tem lá no STJ, um caso grande


L.:
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Aqui no TRF mesmo.
ua
lnterrogado: No TRF nâo, ah, teve um no TRF que ele pegou, depois, estava pegando, chegou
40 até a viajar para lá e depois não deu certo, era acho que de um doleiro que acho que foi preso
41 aqui por ordem do senhor e que, que foi preso no Rio de Janeiro, e depois...
42 Juiz Federal: Oscar Frederico Jager, o senhor conhece? É essa pessoa?
43 lntcrrogado: É uma pessoa que foi presa e depois a Justiça de lá puxou para lá, ele chegou a
44 visitar, a pedido é do Daniel Tourinho, pediu para ele ir para lá e ele visitou a pessoa na prisão,
45 conversou, c gouja discutir honorários, isso tudo para resolver o problema dele aqui no TRF, e

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Av. ANNA GAR|sALo|,
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2” ANDAR. Cuatnslx/PR. 50540-|5O - TEL l4Il 3I3~45l I Ç/Ã3-4512 I FA× 31341505
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 80

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JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO ..1uD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' VARA FEDERAL CR|M|NA\. DE Cumriaa

Q...- depois isso dai, os advogados entraram com uma petição dizendo que foi. voltou para o Rio de
Janeiro.
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): E lá no STJ?
interrogado: No STJ, aí ele tem várias pessoas que ele é advogado, que ele me fala. caso Um
grande que ele pegou agora lá que ele falou, se eu não me engano, é da Varig ou é da Vasp, que
ele está pegando um caso grande lá também, e mais umas outras empresas. Ele teve também lá o
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contato com gente dejogos, de jogos, que ele estaria fazendo contato, não sei se ele fechou, para
resolver problemas de jogos no Brasil, que era com o maior, acho que o maior fabricante de
alguma coisa de máquinas do Brasil, que foi procurado para ele ver esse assunto no STJ. para ver
l0 esse assunto no ST.l, não sei se ele foi contratado ou não, que era para ver esse negócio dejogos
ll tambem, de abertura de casa de jogos ou de manter esses negócios de máquinas de jogos no
l2 Brasil, que ele foi procurado. Então, eu sei que ele é procurado, ele é muito procurado, o próprio
l3 Michel, o próprio Michel, na verdade e uma pessoa que angaria muita coisa para ele em Brasilia,
14 até porque, por causa desse relacionamento que ele tem, estreito, com o pessoal do PT.
15 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): E com a Dilma, Ministra das Minas e
ló Energia, qual é o relacionamento que ele tem com ela?
l7 interrogado: Ele fala que é um relacionamento estreito. Que ele tem, que ele tem acesso, que
l8 ele tem acesso muito bom e que, e que se alguma coisa tivesse para ser direcionada lá, se
l9 precisasse, que ele teria como resolver.
20 .luiz Federal: i\4as à base de pagamento, de propina, alguma coisa assim ou só falou que...?
21 interrogado: Não me situou. Ali, ali mais ele fala das coisas, politicamente da influência que
22 teria por causa dessa Secretaria da liderança do PMDB, e agora mais forte ainda porque 0 PMDB
23 está fazendo acerto lá com o Govemo, e pelo que eu estou sabendo, mais fone fica ele. Até, na
24 época, ele falou que estaria sendo convidado para assumir o lugar do Valdomiro Diniz.
25 Juiz Federal: Quando 0 senhor falou lá do doleiro do Rio de Janeiro, a conversa que tem do
26 senhor com o senhor Roberto Bertoldo dá a entender que o senhor conhece o doleiro.
27 interrogado: Não. Não. Quem me falou do doleiro, eu não conheço, quem me falou do doleiro
28 foi o Daniel Tourinho, tanto que e que o Daniel Tourinho que falou para mim pedindo para que
29 se o Bertoldo pudesse falar com ele. que ele ia achar, que tinha um amigo dele que era doleiro e
30 que tinha sido preso e que 0 caso estava aqui no Paraná.
31 Juiz Federal: O senhor fala ai até que, sugere que ele pode cobrar caro porque, o dinheiro...
ua \J
interrogado: Porque ele tem, o Bertoldo, o Bertoldo falou que tinha ido lá e que tinha pedido,
ba MJ
para resolver o problema dele, tinha pedido l milhão. Para resolver o problema dele aqui no
t.,.›
TRF.
L.:
Juiz Federal: Mas o senhor sugere que ele cobre caro? O senhor não conhecia esse doleiro?
L.:
interrogado: Não. Não. Não. Eu falei para ele cobrar caro?
Juiz Federal: isso.
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1.;
interrogado: Ele que me falou que ia cobrar caro. Eu acho. Ele que me falou que ele ia cobrar
1.:
caro porque tinha dinheiro, ou o Daniel Tourinho falou que ele tinha muito dinheiro e que
40 poderia cobrar caro.
4l Juiz Federal: O senhor não conhece esse doleiro então?
42 interrogado: Não. Não. Não tenho nem ideia.
43 Juiz Federal: Mais alguma questão? Não. Essa questão do Tribunal. para a gente seguir em
44 frente, essa história desse jogo do Brasil ai, o que foi esse caso?
45 interrogad oi o caso que eujá tinha narrado, que ele trouxe para cá 7 ou 8 desembargadores
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46 e levou assistir `ogo da brasileira no Pinheirão. E, e assim que ele fazia os lobby dele.
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Av. Amrn GAi|sA|.n|. 55 .
Z” ANDAR. Cufl|¬r|sA/PR. 505404 EO 7 TEL l4|) 3 3›45|
I I E 313-4 3|3-4505
sr E HARA ‹:c›Nsu\.¬rA ¡=nocEssuA|_: wvw4.]fpr.gov.pr/ :WA/L; prctbcr0Z$tE@ifPr.gov`,l:vr
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tmerrogâtório - Autos n° 2004.10.00.043116-0 sê*-'íëx


Datãi 19 20 e 21/01/2005.
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JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO .JuD|c|ÁR|A no PARANÁ
2' VARA FEDERÀL Ciimtum. os Cu›=|'r|sA

1 ele traria essas pessoas, entendeu, iria para algum lugar público, alguma coisa, e deixaria as
2 pessoas, as pessoas saberem que ele estava com essas pessoas e tinha acesso a essas pessoas. É
3 isso que...
4 .luizFederal: Ele lhe relatou o fato?
lnterrogado: Me relatou o fato.
Juiz Federal: Ele convidou o senhor a participar também?
\OOO\lO'\U
lnterrogado: Não.
Juiz Federal: E o que era? Se resumia a ir assistir ojogo? Ou o que era isso?
Interrogado: Não, ele falou que eles assistiriam 0 jogo, depois iriam para o hotel, onde às vezes
10 se reuniam, e tinham, e continuavam com jantares onde iam algumas mulheres, algumas coisas
ll assim.
l2 Juiz Federal: O senhor participou de algumas dessas reuniões?
l3 Interrogado: Não. Nâo.
14 Juiz Federal: O senhor sabe quem são os desembargadores?
15 interrogado: Ele falava nomes ntas, na verdade, nada que me ligasse. nada que eu tivesse
16 contato, mas com certeza essas pessoas estão registradas na época no hotel Bourbon, que ele
l7 reservava lá uma...
18 Juiz Federal: Ele pagava todas as despesas?
l9 lnterrogado: Pagava.
20 Juiz Federal: Ele trouxe essas pessoas de avião de Porto Alegre?
21 lnterrogado: Ou mandava a passagem ou trazia de avião particular.
22 Juiz Federal: Nesse caso dojogo do Brasil, ele trouxe as pessoas de avião ou pagou passagem?
23 O senhor tem conhecimento?
24 Interrogado: Não tenho absoluta certeza se foi, se foi PTA que ele mandou ou se foi o avião
25 íncompreensítfel que ele mandou buscar.
26 Juiz Federal: Ele tem um avião? De quem é?
27 interrogado: Ele tem, eu não sei se ele comprou. ele estava até comprando. do Vadi Debes e o
28 outro do Francisco Simeão, que ele usa.
29 Juiz Federal: O senhor mencionou de um caso de importação de pneus envolvendo o Chico
L.:
Simeão, o que senhor que sabe sobre isso?
oz
lnterrogado: Não, não, que ele é muito antigo do Chico Simeâo, e ele nte falou que ele
‹_.›
conseguiu, que ele conseguiu na época essas coisas para o Chico Simeão. Que ele que teria
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conseguido essa importação de pneus, que ele que teria conseguido no, se não me engano, no
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TRF.
Juiz Federal: Mas ele falou que conseguiu, que teria conseguido mediante propina ou coisa
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parecida?
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lnterrogado: Que teria conseguido com acerto com o desembargador.
Lú .luiz Federal: Ele falou? O senhor Roberto Benoldo falou isso?
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interrogado: É. Que ele teria conseguido para o Chico Simeão, na época com aceno com o
40 desembargador. que o Chico Simeão tinha ficado rico com isso.
41 Juiz Federal: E ele falou mais detalhes? O que ele tinha pago? O que ele não tinha pago?
42 lnterrogado: Não. Não. Só me falou desse caso por causa do avião inclusive. numa conversa
43 telefônica, ele me falou...
44 Juiz Federal: hico Simeão e'
o quê? Francisco? Como que é o nome dessa pessoa? Inteiro?

Av. Amrn GAi|sA\_o|. 558 2" ANDAR. CuRmsAlPR. 50540-I 80 - TEL l4II 313-45! IE 3|3-45|2 I Fax 3|3f4508
511: van; ccmsuura paocsssuaezw\vw.jfpr.gov.pr/ E-mt/L: prctbcr0lsec@;fpr.gov.hr
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 82

Interfogatório - Autos n° 2004.70.00.043116›0


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Data: 19. 20 e 21/01/2005.


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JUSTIÇA FEDERAL
sE<;Ào .JuD|ciÁR|A Do PARANÁ
2' VARA FEDERAL Ciinmai. DE Cuw|rtEA

lnterrogado: Acho que é Francisco Simeão. É. Que é o, eu não sei, eu acho que é o ex-
secretário de industria e comercio, não e' ele? O Chico Simeão? Francisco Simeão? É ele qtie foi
da época do Richa?
U-¡aL»›\›._.

Juiz Federal: O senhor sabe a empresa dele ou não? Dessa da importação?


lnterrogado: Essa, BS Colway.
Juiz Federal: Ainda sobre essas questões relativas ão do TRF da 4” Região. O senhor Roberto
Bertoldo, o senhor tem conhecimento, tem um diálogo aqui em que ele diz que iria trabalhar para
a nomeação para o STJ do Desembargador-Presidente, o Doutor Vladimir Passos de Freitas, isso
\OOO\|O\

ocorreu mesmo ou não?


10 lnterrogadoz Não, num primeiro momento ele até conversou que, que o Doutor Vladimir iria
ll procura-lo, iria procurá-lo para a indicação dele para o STJ, e que estava marcado, que tinha
12 procurado através da, da assessoria lá da liderança, e que isso não ocorreu, e que isso não
13 ocorreu e que ele teria ido falar com outras pessoas e que ele iria trabalhar diretamente contra ele
14 e ia trabalhar para o Ministro que depois foi, que foi indicado, que era do Rio de Janeiro, não me
15 lembro o nome, mas me lembro até num diálogo que tem com o Michel, que esse, antes
16 desembargador foi recebido pelo Michel na ante-sala do Bertoldo, que não estava, que estava
17 cheio de gente, não podia atender, ficou esperando, que o Michel conversou com ele e que teria
18 levado ele para conversar no próprio corredor com o Bertoldo, quando o Bertoldo disse que ele
19 iria falar com algumas pessoas e à tarde daria para ele o “sim” ou “não” de poder apoiá-lo, mas
20 que definitivaniente não estariam mais fazendo, iriam fazer o apoianiento ao Vladimir. E acho
21 que às 6 horas da tarde ele teve a conversa com esse desembargador aí. eu não sei se na casa dele
22 ou no escritório dele, alguma coisa, onde ele falou que conseguiria a lista total de apoiamento de
23 todos os deputados do PMDB para o nome dele.
24 Juiz Federal: Para o nome do outro?
25 lnterrogado: Do outro.
26 Juiz Federal: Não pelo do Vladimir?
27 lnterrogado: Não pelo do Vladimir, muito pelo contrário, e onde que se concretizou e aquilo
28 era ponto fundamental para indicação do Ministro, e ele, e ele conseguiu a indicação. E um dos,
29 depois, eu vi um telefonema desse ministro, depois de indicado, para o Michel. agradecendo o
30 Michel.
31 Juiz Federal: E por que, o Roberto Bertoldo falou algum motivo por que ele não iria apoiar o
K4)
\)
Vladimir?
DJ DJ
lnterrogado: Porque ele falava, que tinha dessa turma que era contrária a ele, que erajunto com
L.)
0 senhor, o Vladimir e mais não sei quem que era a turma que tinha brigado politicamente lá.
ua
Juiz Federal: Mas e por que esse diálogo aqui da interceptação que da a entender o contrário?
DJ
Que ele iria trabalhar para, ia favorecer a nomeação do Vladimir para Ministro?
Interrogado: Têm muitas vezes, muitos dos diálogos, que, às vezes, ele falava muita coisa e no
~.D00\l0\UJ=-

L.:
final ele falava: “Não, não, mas veja, nos vamos fazer isso daqui é para o bem.*`. Entendeu. Às
L.:
vezes ele achava que podia ter alguem ouvindo e falava. Quando ele falou do Vladimir nesse dia
40 aí, ele já estava, ele já estava falando ao contrário, ele já tinha me dito pessoalmente que estava,
41 que tinha acertado o apoiamento para o do Rio de Janeiro. Conto e' facilmente comprovado, ver
42 que 0 apoiamento foi por escrito.
43 Juiz Federal: Então esse diálogo e incorreto, ele só estava tentando manter a aparência?
44 lnterrogado: Dissiniular.
45 Juiz Federal: Dissi ul ?
46 Interrogado: Sim

60
Av. ANITA GARIEALDL 585, 2" AND R, CuRiriaAlPR. 50540-I 80 ‹- TEL I4Il 3I3-45I E 3l3>45I2
I / Fax 3|3›4505
s/TE PARA consutrix vnocEssuAL: www.jfpr.gov.pr/ E-Mali; prctbcr0Zse:@jfpr.gov.br
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.Ju_sT|çA, FE|:›ERAc
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' VARA FEDERAL CR|M|NA\. DE Cum¬r|sA

Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): O senhor
pode explicar o motivo dessa briga política? Alguém disse para o senhor 0 que estava
acontecendo no TRF e o que houve que justificava uma divisão, uma suposta divisão no
Tribunal? O que acontecia?
lnterrogado: Que era disputa de poder lá dentro.
\OOO\|O\U|J`‹L›J\)._.

Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Baseado
em quê exatamente?
Interrogado: De influência.
Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Ele não
10 explicou nenhum caso específico?
ll lnterrogado: Não. Não. Não porque quando tratava desses assuntos ai, como não era da minha
12 área eu nunca me aprofundei. Só falava que era uma guerra, de coisa, para se ter mais influência.
13 Era isso.
14 Juiz Federal: Alceu Vezozo, o senhor conhece?
15 lnterrogado: Alceu Vezozo é 0 dono do hotel Bourbon.
16 Juiz Federal: O senhor tem conhecimento de algum caso dele no Tribunal em que, algum
17 relacionamento dele com o Bertoldo, algum caso no Tribunal?
18 Interrogado: Não, eles são amigos, eles são amigos, tanto é que ele usa o hotel dele e tudo para,
19 todas as visitas que ele recebe, as pessoas ue ele recebe ele coloca no hotel do Alceu onde ele
20 tem, agora de relacionamento, de algum coisa, negócio com o Alceu, não.
21
22 \1ada mais havendo a ser transcrito eu vanice Grosskopf (Diretora de Secretaria) e eu
23 isele Becker Bitello (técnico judiciário) encerramos o presente temio. e certificamos que e'
24 eprodução fiel dos depoimentos colhidos nogralicamente.
25
26 Ciente,
27 Curitiba, 26 dejaneiro de 2005.
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Juiz Federal
os 2” Vara Federal Criminal
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Av. ANWA GAiiaALDI. 558. 2° ANDAR, CURITIBA/PR, 60540-IBC! - TEL (4|I 3|3~45I I E 3|3f45I2 I FA× 3! 3f4505
sir: PARA coNsui_¬rA Paoczssuacz\wvw.jlpr.gov.pi/ E-mucz pm*bcr0Zs:c@]fpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 84

tmemzgzztóno - Autos n° 2004.10.00.043116-0


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JUSTIÇA FEDERAL
sr-:çÀo .JuDtc|ÁR|A Do PARANÁ
2' VARA FEDERAL Cfi|M|›‹AL DE CuR|r|sA

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TERMO DE TRANSCRIÇÃO
Em
26 de janeiro de 2005, em cumprimento aos temtos do Provimento n°
O5/2003, Seção VII, artigos 248 e seguintes. da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
Federal da 4” Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento
\OO0\IO\U›-bb:
Criminal Diverso n° 2004.70.00.043l 16-0, em audiência realizada no dia 20.01 .2005.

ANTÓNIO CELSO GARCIA


10 Juiz Federal: Então, seguindo no depoimento do senhor Antônio Celso Garcia, há um outro
ll caso, CPI do pedágio, o senhor mencionou que teria havido uma apropriação de 10 milhões
12 envolvendo corrupção, o que o senhor tem de conhecimento sobre isso?
13 Interrogado: Não é CPI, quando se começou a falar. no Govemo do Jaime, da implantação do
14 pedágio. eu ouvi uma vez do Ze Maria Muller que para se consolidar isso daí no Paraná,
15 precisaria, eles teriam que acertar com o Govemo IO milhões para que isso daí se consolidasse,
16 inclusive da maneira que eles queriam, com preço. e que os contratos fossem feitos do jeito que
17 elesestavam provando.
18 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Eles quem?
19 Interrogado: Eles, concessionários.
20 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Concessionários?
21 Interrogado: Concessionários.
22 Juiz Federal: Quem falou isso para o senhor foi o?
23 Interrogado: O Ze' Maria t\'Iuller.
24 Juiz Federal: Mais alguem falou isso para o senhor?
25 Interrogado: Não.
26 Juiz Federal: O senhor pode ser mais preciso quanto ao conteúdo desse diálogo?
27 Interrogado: Porque na época se discutia fazer a CPI, a CPI do pedágio para ver...
28 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Na época o senhor era deputado
29 estadual?
30 Interrogado: Deputado, isso. Da CPI do pedágio, para ver o preço, que a oposição estava
31 falando que tinha o preço das praças de pedágio estavam superfaturados e tal, e tal, e a conversa
CJ
com as pessoas da base aliada era para que não se tivesse a CPI, que não fosse assinada, como
L.:
tinham varios deputados da base descontentes com o Ciovemo, entendeu, varios ameaçavam. É
L.:
como que eu falei, o Govemo Jaime Lemer nunca foi de cumprir promessa “Olha, vai tanto para
1,»
o Município, tem isso aqui de orçamento”, tanto é que eu durante os 4 anos fiz os empenhos para
L.:
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os Municipios do que tinha no orçamento e nunca me pagaram um tostão do que era empenhado,
ua
eles não faziam, alocavam o dinheiro para outras coisas e acabavam não fazendo o que se
ua
prometia dentro da Assembléia, mas como não tinha Prefeito para atender, não tinha nada, o meu
L.)
eu deixava passar, mas os deputados não deixavam porque era questão de sobrevivência, e ai
40 pressionavam com CPI, com algumas das coisas. E quando começou a se falar da CPI do
41 pedágio, ai começou o lobby lá dentro de “Pô, não pode ter a CPI, não pode existir a CPI porque
42 pó, nós fizemos um aceno com o Govemo e pressionamos...*', ai pressionaram o Giovani
43 Gionedis e tudo para que se falasse com os deputados, e um dia o Zé i\/Iaria, o Zé Maria Muller,
44 dentro da Secretaria da Fazenda, virou para mim e falou: “Pó, só faltava agora os deputados
45 quererem er esse negócio, que nós acertamos com o Govemo, isso daí custou para a gente
46 quase 1 mi höes para gente poder implantar isso daí, só faltava ter uma CPI agora para fazer,
62
55, 2 _ ANDAR. CURIHEA/PR. 505404 50 - TEL 1411 313-45! 3I3>4505
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Av ANNA GAR|aALD| I E 313-4 I FA×
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 85

Interrogatóriu- Autos n° 2004.70.00.043116-0 .-‹"7.Í.¿" «z

1 37
Data; 19. 2o E 21/oi/zoos.

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JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ
2' VARA FEQERAL CR|M|NA|_ DE Cumnaa
para nos incomodar”. Então era o tipo de coisa que se fazia, negociava com o Govemo Jaime
Lemer através do Giovani Gionedis esse tipo de coisa.
U-i›`-L¡J\3~fl

Juiz Federal: E 0 que o senhor sabe desse pagamento e só isso que 0 Jose Maria lhe disse ou
tem mais coisa?
interrogado: Não, que ele falou. em cima disso se fazia pressão em cima do Secretário da
Fazenda
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Quem era ele na época?
interrogado: O Giovani Gionedis. E da Secretaria de Obras que era o Heinz, se fazia pressão
\DOO\lO\

em cima dos deputados para que não saísse a CPI.


10 Juiz Federal: Quem fazia pressão?
11 interrogado: Toda a Secretaria, o próprio Giovani, a própria Secretaria de Obras.
12 .luiz Federal: Mas falando desses 10 milhões?
13 interrogado: Não, falando que não podia, que era um compromisso do Govemo, que tinha
14 acertado e tal e tal, e nós ficamos sabendo que o compromisso na verdade era um acerto que
15 tinha sido feito, do Govemo, para a implantação do pedágio e que não poderia ser contestado
16 pelo próprio, o Govemo deixar se instalar uma CPI para contestar preço, contestar tudo isso dai.
17 Juiz Federal: E o senhor sabe como foi pago esse valor?
18 interrogado: Eu acho que em dinheiro.
19 Juiz Federal: Mas o senhor sabe alguma coisa ou não?
20 interrogado: Não, ele só me falou...
21 Juiz Federal: Ele falou nesses termos que o senhor disse agora ou
22 interrogado: Falou...
23 Juiz Federal: Ou falou alguma coisa mais especifica?
24 interrogado: Tipo, tipo como uma coisa assim, tipo como uma, um desabafo assim: “Pö, esse
25 sufoco, que está saindo na imprensa. esse negócio tal e tal, isso ai tem que ver, pó, não pode sair,
26 porque sabe, essas coisas custaram dinheiro para nós, foi um acordo com dinheiro, 10 milhões
27 para a gente poder fazer isso daí, e agora o Govemo não pode deixar sair isso daí”. Tipo como se
28 eu fizesse pane do Govemo, eu não fazia parte do Governo, eu era da base aliada.
29 Juiz Federal: Falou com mais alguem quando ele falou isso para o senhor?
30 interrogado: Não. Eu estava na ante-sala do Giovani Gionedis quando ele falou para mim. E se
31 discutia muito seriamente dentro da Assembléia a CPI.
t,.›
Juiz Federal: E isso foi falado depois com o Giovani Gionedis? Nessa ocasião?
L» interrogado: Foi falado, 0 Giovani Gionedis falou com...
Lzâ
Juiz Federal: Não, mas o senhor falou desses, foi falado dessa questão. do que foi pago e do
t.›
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que não foi pago?
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interrogado: Ai acontece o seguinte ne...
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Juiz Federal: O senhor estava na ante-sala do Giovani?


L.:
interrogado: Na ante-sala. Na Secretaria da Fazenda.
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.luiz Federal: E o senhor entrou para irjunto?
40 interrogado: Não. Eu entrei sozinho para falar com 0 Giovani, ele ficou esperando, o Zé Maria.
41 Was na ante-sala ele me fez esse desabafo, entendeu. Que teria custado, que teria feito, que agora
42 o Jaime deixava as coisas correrem soltas e não atendia os deputados, estava tendo essa pressão,
43 tipo assim: *pô, vocês não podem fazer isso com a gente, que nós temos um acordo ai e que não
44 pode ser quebrado°.
45 Juiz Feder . senhor chegou a comentar isso com alguém? Com o senhor Giovani nessa
46 ocasião ou com utra pessoa?


AV. ANITA GARIBALDI. 85 2° ANDAR. CURIYIEA/FR. E0540-IEO - TEL 1411 3I3-451
, i E 313- I2 / FA× 3I3-4505
si »E tuna cousucn i=flocEssuAi_: \vw\-1.]fpr.gov.pr/ sw;/1.:prcLbcr02sec@¡fpr.gov.br
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 86

interrúgâtório- Autos n° 2oo4.1o.oo.o431 tô-o


Data: 19, 20 e 21/01/2005. "Ê"

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JUSTIÇA FEDERAL
si-:çÃo .JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2* Vàmt FEDERAL Cmmnac os Cumriaà

interrogado: Falei para o Giovani, vocês acertam a base de vocês na Assembléia, ou esta ai o
pessoal das concessionárias, diz que acertou dinheiro com vocês aí para fazer, e vocês não estão
U-Lt-u›\).-.

atendendo os deputados e isso aí vai acabar saindo a CPI.


Juiz Federal: O senhor falou isso para o Giovani Gionedis?
interrogado: Falei.
Juiz Federal: E ele falou o qué?
interrogado: Ele falou: °°Não, isso é conversa mole desses deputados que estão pressionando e
estäo todos querendo me chantagear. eu não aceito chantagem”.
\OOO\IO'\

.luiz Federal: Ta, mas e do dinheiro que teria sido pago ao Govemo?
l0 interrogado: Não. Não fala. Só fala, passou, passa batido.
ll Juiz Federal: Não negou também?
12 interrogado: Não negou também.
I3 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Quem é José Maria? Ribas Muller não
l4 e'? O que ele fazia na época?

IS interrogado: Ele e dono de uma construtora e que acho que tem uma parte de uma das rodovias
16 pedagiadas.
l7 Juiz Federal: Mais alguém falou para o senhor desses, desse pagamento?
18 interrogado: Não, ai ficou, ai esse tipo de coisa, com o lobby. ficou uma voz corrente dentro da
I9 assembléia não e'. Ai corre aquele negócio ipô, esse Govemo recebe dinheiro, esse Govemo e'
20 corrupto, esse Governo faz isso, e não paga os nossos empenhosfl entendeu. Aí fica essa briga de
21 deputado para pagar, e essa pressão para se fazer, ai que se começava essas discussões que eu
22 falei que o Governo Jaime Lemer nunca fez as coisas dojeito que era para fazer.
23 Juiz Federal: Seguindo o depoimento, mais alguma questão sobre esse tema?
24 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Só o relacionamento do Ribas Muller
25 com o Giovani Gionedis.
26 interrogado: Estreito. Muito. Na Secretaria da Fazenda, várias vezes que eu estive lá eu
27 encontrei o Giovani junto, e em Foz do iguaçu. várias vezes também que eu estive eles estavam
28 juntos.Viajavam juntos.
29 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Ele era advogado, representou o Ribas
30 Muller? O Giovani?
31 interrogado: Era.
uà \)
Juiz Federal: Mesmo na época em que ele era Secretário?
ba La-I
interrogado: Eu acho que o escritório dele atendia, o escritório do Giovani, ele se gabava de ter
L.›
7 mil processos lá dentro do escritório dele, na verdade quem era advogada era a mulher dele, e
L.:
mas que sabia que a maioria das causas era contra o Estado. Era de coisa para receber do Estado.
L» Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Quem mais que ganhou essas
concorrências todas de pedágio alem do Ribas Muller, das empresas do Ribas Muller, que é um
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ua
personagem aí famoso? Quem são esses personagens todos?
na
interrogado: Foram as outras concessionárias, mas o que a gente convivia, a pessoa mais
40 presente dentro da Assembléia e mais presente lá com o Giovani era o Ribas Muller.
41 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Ele representava as outras?
42 interrogado: Representava.
43 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Representava?

Í
44 interrogado: Representava. inclusive, até não sei, não tenho a certeza absoluta, mas até na
45 reforma da As emblêia, a empresa que fez a refom1a da Assembléia acho que foi a da mulher
46 dele, que fez omia d ,Assembleia inteira.
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AV. ANITA GARIBALDI, 555 " V
2 ANDAR, CURITIBA/PR, 50540¬I EO - TEL I4ll 3I3¬45| /24I3-45|2
i I FAX EIS-4505
sn; mma cowsucn wnoczssuacz www.]fpr.gov.pr/ E-MA/L: pr:tbcr0Zse:@)fpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 87

interrogatório - Autos n" 2004.70.00.043116-0


Data: 19. 20 e 21/01/2005.
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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÀo .JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' VARA FEDERAL cmmNAi_ |:›E Cumrisa

Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Do Ribas Muller?


interrogado: É.
Juiz Federal: Mais alguma coisa?
Winistério Público Federal (Doutor J- ário Paludo): Não.
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Nada mais havendo a ser transcrito eu 'anice Grosskopf (Diretora de Secretaria) e eu


isele Becker Bitello (técnico judiciário, encerramos o presente temio, e certificamos que e'
\ eprodução fiel dos depoimentos colhidos onograficameme.

10 Ciente,
ll Curitiba, 26 de janeiro de 2005.
12
13
14
15 Sergio Fer
16 Juiz Federal
17 2” Vara Federal Criminal
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Av. AN|TA GAfl|aA|_D|. BBB. 2” ANDAR. CuR|¬r|aA/PR. 50540-150 - TEL 14Il 3 3-45|
I l E 3l3-45 I 2 I Fax 3|3-4505
5/TE :Ana ‹:c›Nsui_'rA øwocsssuàgz \vw\-/.jfpr.gov.pr/ E-MA/L: prcd:›cr02sec@]fpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 88

interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116›0


Data; 19, 20 ê 21/01/2005.

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140
LJUS-l-lÇÁ FEDERAL
SEÇÃO .Juo|c|ÁR|A oo PARANÁ
2' VARA FEDERAL CRMINAL DE Cumriaa

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TERMO DE TRANSCRIÇÃO
Em
26 de janeiro de 2005, em cumprimento aos termos do Provimento n°
05/2003, Seção VII, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
Federal da 4” Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento
Criminal Diverso n° 2004.70.00.043116-0, em audiência realizada no dia 20.01.2005.
\OOO\IO'\U~J=-La.:

ANTÓNIO CELSO GARCIA


10 Juiz Federal: Então, seguindo na ordem aqui, antes que eu esqueça, voltando um pouquinho,
ll sobre aquele Habeas Corpus no STJ, o senhor mencionou que o Roberto Bertoldo teria pedido
12 1 15 mil numa segunda etapa? Para conseguir?

13 lnterrogado: Perfeito.
14 Juiz Federal: Mas no final 0 senhor perdeu o Habeas Corpus e aí, o que aconteceu? O senhor
15 não foi “ué, mas e os 115 mil?”?
16 lnterrogado: Falei.
17 Juiz Federal: E ai?
18 lnterrogado: Ele falou: “Pois e', eu vou ter que falar com essas pessoas, eu vou ter que falar
19 com eles porque me passaram para trás e vão ter que me devolver”. Ele me cobrava assim, às
20 vezes, sabe: “Se você quiser eu faço isso, dai, pessoalmente, eu devolvo, eu para você, mas na
21 verdade eu não fiquei com nada, tal e talf”. Tipo para me cobrar, ele com a coisa na mão, me
22 pressionando na verdade para não me devolver.
23 Juiz Federal: Numa avaliação, por exemplo, examinando o trâmite do processo, as decisões, o
24 Ministro Paulo Galoti teve um comportamento bastante desfavorável ao seu caso.
25 Interrogadoz Até ao comportamento do Bertoldo.
26 Juiz Federal: lnclusive reclamando daquela vista.
27 lnterrogado: Da vista.
28 Juiz Federal: Mas então, foi pago esse dinheiro para ele ou não?
29 lnterrogado: Eu, eu acho que, com certeza não, com certeza deve ter sido aí um tipo de ele
30 fazer um aplique em cima de mim para...
L.:
Juiz Federal: Tráfico de influência apenas?
L» Interrogado: Perfeito.
Lzà
Juiz Federal: O senhor acredita que não foi pago nada?
LJJ
lnterrogado: Não. Não. Eu, pelo contrário, eu acho até que ele teve acesso de conversar com o
L.:
×O00\10\u.l:-bJ×›--

Relator algumas vezes, ele teve acesso pela influência que ele tem, e geralmente ele tem, ele usa
1.5
muito lá para falar com alguns ministros e tudo o ex-governador de São Paulo, o Fleury.
L.)
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): E ele não disse se tentou, o que tentou
ua
fazer, com quem tentou falar, se tentou chegar até o Ministro, se tentou oferecer para o i\f1inistro,
ba
esses 115 mil reais?
40 Interrogado: Ele me falou que era para a pessoa que convenceria o Ministro a fazer aquilo, mas
41 depois o Michel Saliba me fala, deve ter até numa ligação, que na verdade era mentira, que ele
42 falou aquilo lá, e quem fez o, entrou com aquele sobrestamento, na verdade, foi o próprio
43 Bertoldo, na casa dele, uma petição ultra mal feita, segundo o Michel, que entrou no processo de
44 Sobrestamento, que foi ele mesmo quem fez, que não teve nenhum escritório, que era mentira.
`
45 Ministério 'blico Federal (Doutor Januário Paludo): E qual a sua r quando o senhor
46 soube q o ll tinha sido denegado?

AV. ANITA GARIBALDI.


É 66
BÊ5. 2° ANDAR. CURITIEAIFR. 80540-IBO - TEL 1411 313-451 E./31 3'45I2
I I FAX 3I3'45OE
/fz PARA cousu|_n øaocsssuàcz w\w1.jfpr.gov.pr I Ewan.: prctber0Zs::@)fpr.gcv.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 89

interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0


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Data. 19, 20 e 21/01/2005. _-1Í.¿.z-‹


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141
-JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ
2* vaia FEDEHAL CRiMiNaL DE Cunrriaa

\¡._.
lnterrogado: A gente, eu já tinha, eu já tinha a certeza que ia ser, com as conversas que o
_ Michel tinha comigo e das mentiras que o Bertoldo falava lá, eu tinha certeza que, até nas
conversas que se faziam, por exemplo, o Daniel Tourinho. com um amigo do Carvalhido,
quando falou com ele, ele falou que era uma coisa complicada, que tinha sido pelo Vicente Leal,
U~l`-L:-J

e que dificilmente eles deixariam qualquer decisão dessa dai sem ser revista e tal, sabe. Então, eu
tinha consciência que ia ser denegado.
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): E do Bertoldo a respeito da
denegação? Ele explicou? Justificou? Disse alguma coisa? Ficou bravo? Não ficou?
\OO0\|O\

lnterrogado: Não, porque ai ele fala: “pois é, esse negócio, agora nós temos que entrar com
10 embargos disso, daquele outro, agora nós vamos lá para o TRF e o TRF e que vai tejulgar, e la
11 eu tenho condições de fazer a coisa, vamos deixar ir para lá”. Era bravata. Ai falando que
12 voltaria para o TRF, que não seria aqui, porque eu já teria, como deputado, sido julgado na
13 primeira instância lá, não poderia ter la como recurso, acho que essas conversas devem ter no
14 telefone tambem, e onde que eram discutidas, que o julgamento ia ser lá, que não poderia estar
15 aqui de jeito nenhum, que tinha que fazer tudo. Quando caiu, o que ele falou: “Aí nós temos que
16 ver uma maneira de agora, de contratar alguém que tenha influência para fazer esse negócio
17 correr no TRF”. Foi ai que...
18 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Mas ele não tinha influência para
19 fazer correr no TRF?
20 lnterrogado: Aí ele achava que tinha que ter outros advogados por causa da briga dele que ele
21 teve lá dentro, para ele evitar o desgaste dele, o desgaste que ele teve aqui e que ele teve com o
22 Vladimir, ele deixaria e ele apresentaria para mim, no caso, foi feito para o Doutor Amir e o
23 Doutor Fábio Rosa.
24 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Foi ele quem indicou os dois?
25 interrogado: Ele que indicou os dois.
26
27
28 Nada mais havendo a ser transcrito eu Grosskopf (Diretora de Secretaria) e eu
'anice
29 iäisele Becker Bitello (técnico judiciário), ncerramos o presente temto. e certificamos que e
30 reprodução fiel dos depoimentos colhidos foÍ-iograficamente.
31

_ Ciente,
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Curitiba, 26 dejaneiro de 2005.
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Sergio Fe nan o Moro
L» Juiz Federal
L.: 2” Vara Federal Criminal
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Av. Amra Gaiiaauai, 555, 2” auoan. Cumriaa/PR, 80540450 - ¬rEL 1411 313-45! E 3|3-45I2
I I Fax 3I3f4505
s/15 Pana consuma vnoczssuauz\vww.jfpr.gov.pr/ E-Mau.: prctt›er02sec@)fpr.gov.hr
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 90

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JUSTIÇA. FEDERAL
SEÇAO JUDICIÁRIA DO PARANA
2' VARA FEDERAL ÇR|M|›4›,L DE CuR|¬r|aA

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TERi\'IO DE TRANSCRIÇÃO
Em
26 de janeiro de 2005, em cumprimento aos termos do Provimento n°
05/2003, Seção VII, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
Federal da 4° Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento
Criminal Diverso n° 2004.70.00.0431 16-0, em audiência realizada no dia 20.01.2005.
\OO0\JO\

10 Az\'rÓNto CELSO CARGA


11
12 Juiz Federal: Seguindo aqui. O que o senhor sabe eventual acerto para a não aprovação da Lei
13 que impedia a venda da Copel?
14 lnterrogado: O Governo, 0 Governo também. o Governo entrou, a Lei de não venda da Copel
15 foi minha...
16 Juiz Federal: Isso foi por volta de quando que esses fatos ocorreram? Para nós nos situam1os?
17 lntcrrogado: Eu acho que em 2000 ou 2001, que foi a discussão da venda da Copel, final de
18 2000 ou 2001, não, 2000 foi o Banestado, a Copel foi em 2001, a Copel foi em 2001, e,
19 justamente. Eu, no recesso ainda, eu tinha feito, em fevereiro, quando do recesso, eu protocolei
20 uma Lei, que eu sabia que ia se fazer isso dentro da Assembléia, e eu protocolei um, protocolei
21 uma Lei, um projeto de Lei que impediria a venda da Copel, e isso dai foi o que me fez sair da
22 base do Governo, que até brigaram comigo por causa dessa Lei aí. Depois entrou o projeto
23 popular e tudo 0 que foi apensado ao meu projeto, e dessa vez, dessa vez a coisa era clara, era
24 objetiva, as conversas entendeu, que não poderia, de maneira nenhuma, de maneira nenhuma a
25 Copel ficar sem ser vendida, porque na verdade tinha que jogar os esqueletos ai por baixo do
26 tapete, todas as negociações e triangulações que foram feitas no Govemo Jaime Lemer,
27 operações financeiras, tudo isso ai que foram feitas, uma até, em 2000, eu tinha denunciado, que
28 eram operações fraudulentas iguais a essa da Olvepar, todas, eles faziam tudo através da Copel, a
29 Copel e Secretaria da Fazenda que faziam as operações. E ai se começou uma pressão muito
30 grande dentro da Assembleia, do Govemo, ai de todo mundo, de brigas homericas para que não
L.:
saísse a CPI da Copel, ai tentando eles oferecerem até vantagens pessoais para deputados.

Juiz Federal: O senhor tem conhecimento de alguma vantagem pessoal oferecida para deputado
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para não aprovar a Lei?
t,.›
lnterrogado: Para vários eles ofereciam. Eles ofereciam o seguinte: primeiro, eles tinham coisa
uz \O<›0\|O\LJJ:-LzJ\›--

para receber dos empenhos deles de 3 anos e tudo, eles não tinham como fazer aquilo, eles
uz
faziam como eu lhe falei, que era 0 metodo deles, alguma maneira de fazer isso dai por fora para
tn atender. “Então qual é a pendência?”, “Eu tenho uma pendência de minhas coisas de 300 mil”,
L.:
“Então ta, eu vou te arranjar 200 mil para você atender essa tua base”. Eles faziam isso e
uz
pessoalmente negociavam isso dai. Essa foi uma negociação de balcão dentro da Assembléia. ai
40 com todos os deputados, e pressão violenta para que não se aprovasse essa Lei, e dentro disso dai
41 havia conversa com uma Tractbel, que seria a futura compradora dessa, da Copel, onde o próprio
42 César Bordin que passava para a gente a informação. é que teria, que eles iam ter um ganho
43 monstruoso em cima de participação na venda da Copel, que o Govemo teria ou os membros do
44 Governo teriam isa na casa de 400 ou 500 milhões.
45 Ministério P ederal (Doutor Januário Paludo): É o episódio da venda das ações dos
'

46 minoritários?

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Av. ANITA GARIBALDI. 585. \2° ANDAR. CuRi`r|sA/PR. 50540-ISO ¬› TEL (41) 3I3~45I I E 3)4(45 2
1 / Fàx 3I3f4505
s/75 PARA co›‹su\.¬rA Pnoczssuiuz\^¡ww.jfpr.gov.prI E¬MA¡L: prcd:cr0Zser@]fpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 91

Interrogatorio - Autos n° 2004.70.00.043116-0


Data; 19, 20 e 21/01/2005. =;Í'^'~_z.Ía

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JUSTIÇA PEDERAL
st-:çÀo .JuD|<:|ÁR|A Do PARANÁ
2' Vamt FEDERAL CR|M|NA\. DE Cumrtaà

lnterrogado: E. E que estava se fazendo isso, estava se preparando, e quem estava preparando
também a venda da Copel era o Giovani Gionedis que era o presidente do conselho.
UJ=L›J×››-

Juiz Federal: Mas quem lhe falou isso foi quem? Foi o César Bordin?
lnterrogado: César Bordin. Onde que, na verdade, ele era o emissário, de negociar não, ele era
a pessoa que fazia as coisas tecnicas para o Ingo dentro da Copel para viabilizar. e era ele quem
posicionava, até para mim, extra oficialmente ele me falava como estava indo o processo. como
\OOO\lC'\
estava indo para a privatização e quem seria o vencedor, entendeu. Era na linha das coisas, até a
viagem do Ingo para a Alemanha, para falar com a sede da empresa e tudo, a coisa estava se
encaminhando para essa Tractbel, e onde se começou a pressionar para se tentar levantar
10 dinheiro, para se saldar todo o tempo dos deputados, dos empenhos não acertados, e ai eles
ll ofereciam as vantagens pessoais dentro da Assembléia para tentar sanar isso dai com os
12 deputados.
13 Juiz Federal: Só empenho ou dinheiro também para...?
14 lnterrogado: Não. Não. Não. Na verdade era 0 empenho, era o empenho, mas, na verdade, o
15 que faziam, o deputado tinha um empenho que tinha que dar para o Prefeito, agora também não
16 vem à questão, mas deputado que quer continuar no mandato, se ele não tiver o dinheiro que vai
17 para as Prefeituras que ele atende e que ele faz, ele não se reelege, ele não volta para lugar
18 nenhum, então, o que ele ganha, um deputado não ganha só aquilo lá, ele ganha influência, um
19 monte de coisa, e a briga para voltar para a Assembléia é em cima das Prefeituras, se ele
20 empenha uma coisa para o Municipio, faz um discurso e o dinheiro não vai, ele está mono,
21 começa uma quadra, paga a primeira prestação, depois aquilo não é inaugurado, ele perde o
22 Prefeito, perde a cidade inteira. Como que o Governo fazia: “Ah, 0 quê esta faltando la para
23 acabar aquilo la'?”. “Ah, está faltando tantofí “Nós não temos como fazer isso daqui porque o
24 dinheiro foi usado para isso". Se montava um tipo de maracutaia, vai vender a Copel, então você
25 pega dinheiro de quem vai comprar a Copel e paga essas coisas para o deputado direto, “O que
26 é? O Prefeito lá é quanto? É 200, é 100, é S00 0 que falta?°°, e paga aquilo lá por fora e não faz o
27 empenho e resolve o problema do deputado.
28 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): E na venda da Copel teve esse
29 adiantamento? A Tractbell adiantou ou não?
30 interrogado: Não, não adiantou. Adiantou, algumas coisas adiantaram para fazer consultorias,
31 alguma coisa, que o próprio César Bordin me falava que comandava as coisas, o que eles
uz
estavam pagando até para se fazer os relatórios de preço, de avaliação de Copel, que tinha que
oz
pegar 3 avaliações, estava tudo se dirigindo para que se vendesse a Copel mais barato, onde
1.1
sobraria uma participação ou então 400, 500 milhões para o grupo do Jaime Lemer. Era assim
1,» \000\|O\ut-t:-t..›×.¡

que ia ser feita a venda da Copel. Inconzpreensível importante em todo esse processo para

resolver...
L» Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Quando o senhor fala em “grupo do
ua
Jaime Lemer”, que pessoas fariam pane desse grupo?
uz
lnterrogado: Tinham várias pessoas que faziam parte desse grupo na época, eu lembro, mas
40 depois foram, eu não sei se brigas dissimuladas e tal, mas era o Jaime, o Mário Celso Petraglia, o
41 Giovani Gionedis, o Cid Campelo, o Guaraci, tinha o Heinz, tinha o, que era do grupo fechado,
42 estreito dele né, o Rafael latauro, tinha
43 Juiz Federal: O senhor tem conhecimento de algum fato mais concreto de pagamento de
44 vantagem pela Tractbell. por conta dessas questões relativas à Copel? A esse grupo?
45 lnterrogado: feja, essas coisas assim mais especificamente nós ficávamos sabendo, eu fiquei
46 sabendo, na v rdade, tudo, até pela amizade que eu fiz com o César Bordin, ele me falava porque
I

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Av. ANHA GAR|aALD|. BBS 2” ANDAR. CuR|r|aA/PR.50540480 7 TEL l4I) 3 3-45I E 3I}4'S/I2
I I I Fax 3|3-4505
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 92

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Data; 19, 20 e 21/01/2005.
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SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vain FEDERAL Camituc oz Cunmsa

ele sabia que eu estava batendo numa ponta e eles estavam batendo em outra, ai ele falava:
“Olha, esse negócio está caminhando para isso, vai sair assim, a Tractbel, eu já fui lá, o Ingo
viajou para a Alemanha, vai fazer isso daqui, nós temos pareceres feitos por eles, eles estão
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pagando esses pareceres, estão fazendo isso.” Por isso eu falo, uma peça importante de trazer
nesse processo, que depois para se falar em relação a todo esse tipo de coisa, é o César Bordin,
que ele conhece de “ponta cabeça” todos os trâmites e as pessoas que conversaram, e os
telefones, e os documentos que ele tem, e que hoje é brigado com o grupo.
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Quem pagou o Consórcio Diamante
\OD0\IO\

que fez a avaliação e a modelagem de venda da Copel não foi o Govemo então, foi a Tracbel?
10 lnterrogado: Foram as empresas, era a Tractbel que estava participando que pagava, que
ll pagava a coisa, que pagava para fazer, nunca foi o Govemo, ele falava isso para mim direto, que
12 quem fazia, quem fazia era a empresa que ia ganhar a concorrência, e todos nós sabíamos lá
13 dentro da Assembléia quem ia ganhar a concorrência.
14 Ministério Público Federal (Doutor .Januário Paludo): O senhor lembra o nome do outro
15 consórcio que era ...?
16 lnterrogado: Acho que foram desistindo né, acho que tinham 3 ou 4 consórcios e foram, eu
17 tenho tudo, eu tenho tudo anotado nas minhas coisas da Assembleia, nas questões que eu
18 levantava lá nessas brigas todas, mas tinha, tinha outros, tinha outros 4 consórcios, inclusive
19 tinha um da Votorantim tambem, tinha alguma coisa assim, se eu não me engano. Agora, da
20 maneira que foi feita e conduzida a coisa, era para a Tractbel.
21 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Para ganhar o Consórcio Diamante?
22 lnterrogado: Era. E esses contratos, essas coisas, segundo o César, era tudo pago por eles, de
23 avaliação, de como fazer a avaliação, de desmembrar em 3 para fazer a avaliação, para 0 preço
24 cair...
25 Juiz Federal: O senhor tem alguma prova sobre isso ou só o que o Cesar Bordin lhe falou?
26 Interrogado: O que o Cesar Bordin me falava, mas o César Bordin tem tudo no diário dele. tem
27 todo, todo o histórico de documentação, de ligações, de viagens, de tudo isso. o César é uma
28 peça importante nessa parte, hoje está brigado, está estremecido com o grupo inteiro. Ele foi até
29 preso, e e uma pessoa que está...
30 Juiz Federal: Mais alguma questão sobre esse ponto?
31 Ministério Público Federal (Doutor Ja ário Paludo): Nâo. Não.
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Lu DJ Nada mais havendo a ser transcrito eu _ Grosskopf (Diretora de Secretaria) e eu


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Êsele Becker Bitello (técnico judiciári ,
encerramos o presente temo, e certificamos que e
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produção fiel dos depoimentos colhido fonograficamente.
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Curitiba, 26 dejaneiro de 2005.

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41 Sergio Fernando Moro
42 Juiz Federal
43 2” Vara Federal Criminal
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AV, ANITA GARIBALDI. BBB. 2° ANDAR. CURITIBA/PR. SO540'I BO - TEL l4II 3I3'45I I E 3I3*45 I Z I FAX 3I3^45OE
5/15 tum: ‹:o~su1_'rA Pnoczssuâcz \vww.)fpr.gov.pr / E-MA/L: prctbcr0Zsec@Jfpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 93

interrogatório- Amos n° 2oo4.7o.oo.o‹:311õ-o


Data; 19. zo e 21/01/2005.
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SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ
2' VARA Fsn:nAi_ Cnimimti, os cum'risA

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TERMO DE TRANSCRIÇÃO
Em
26 de janeiro de 2005, em cumprimento aos temios do Provimento n°
U-bb 05/2003, Seção VII, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
Federal da 4” Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento
Criminal Diverso n° 2004.70.00.043116-0, em audiência realizada no dia 20.01.2005.

cARciA
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Az\'TÓNio ci;Lso

10 Juiz Federal: Um
outro tema aqui. A CPI da telefonia. O senhor foi, o senhor fala de um
ll sistema de escuta clandestino, o senhor pode falar, relatar esse fato?
12 Interrogadoz Que nós descobrimos dentro do 3° andar do Palácio Iguaçu.
13 .luiz Federal: Na época do Govemo...?
14 Interrogado: Do Jaime Lemer. E, onde, onde, pelas testemunhas e quem nós ouvimos e gente
15 ate da Policia Militar, que faziam as audiências secretas, eles faziam o grampo, que tinha até a
16 condição de fazer o grampo de, na mesa que eles tinham, de 2.000 ou 1.800 grampos que eles
17 tinham como de fazer, e que eles grampeavam os deputados, grampeavam o Poder Judiciário, e
18 grampeavam membros do Governo, Ministério Público, e que eles tinham essa coisa dentro do
19 Palácio. Quando nos descobrimos eles sumiram com essa mesa de dentro do Palácio, nós fomos
20 encontrar ela dentro de uma casa de um funcionário do Gerson Guelman, nós fomos encontrar
21 numa Vila lá, nós encontramos e apreendemos, apreendemos essa máquina. Quando isso
22 aconteceu nós estávamos com uma briga direta com a, com a Telepar, com o negócio de
23 devolução de taxa e isso, e entrou nesse negócio de grampo, aí o Governo entrou, o Govemo
24 entrou na briga para acabar com a CPI, atrave's do Cid Campelo, ele me chamou uma vez para
25 tentar compor, para tentar sair dessa linha, eu acabei não compondo e chamando o Gerson
26 Guelman para depor a respeito disso e ele me falou que ele ia entrar com uma ação no Tribunal e
27 que iria parar a CPI.
28 Juiz Federal: Desculpe, Gerson Guelinan quem é mesmo?
29 Interrogado: Gerson Guelman era um assessor, era um secretário especial do Jaime Lemer, e
eu que na verdade era o homem que comandava o negócio dos grampos, segundo os relatos que nós
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tínhamos na CPI. E quando nós chegamos até o funcionário dele, que pegamos essa mesa, que
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saiu do 3° andar, nós iamos fazer uma visita surpresa no Palácio para pegarmos a mesa la,
L.)
quando foi entregue para nos por um cabo da PM, que ficava na escuta lá. Quando a gente

preparou para fazer teve um vazamento lá dentro da CPI, alguem avisou, quando chegamos lá
não estava mais a mesa. Depois teve outra denúncia que a mesa tinha ido para outro lugar,
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pegamos essa mesa, apreendemos, e foi ate' para a Central de Inquéritos essa mesa e tudo isso.
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.luiz Federal: Como que foi o desdobramento disso dai?
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Interrogado: O desdobramento ai foi no Tribunal. O Tribunal
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.luiz Federal: O Tribunal de Justiça?
40 lnterrogado: De Justiça. Eles entraram, eles entraram questionando, o Govemo, através do Cid,
41 questionando que tinham sido desvirtuados os motivos da CPI e que ela estava correndo
42 ilegalmente e tal, e eles deram uma liminar contra. Eu fiz uma outra CPI, aí corrigindo,
43 corrigindo todos os defeitos da liminar, eu fiz outra CPI e entrei com as assinaturas e consegui
44 protocolar e instalei a CPI. Aí começou de novo, começou de novo a pressão, eles foram e
45 conseguiram a li ar do mesmo desembargador, não me lembro o desembargador na época.
46 mas que conse_ . a mesma liminar, parando de novo a CPI. Eu fiz um projeto de Resolução.

Av. ANiTA GARiaAi_oi. 555, “


ANDAR. Cunirid IPR. E0540-I BO v TEL 141! 3I3-451 I E 31-5-4512 I FA× 3I3*4505
sir: :Aun ‹:c›Nsui.¬rA firaocsssuai; www yfpr gov pr / E-MA/L~ prct.b:r02seclíi\jfpr gov hr
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 94

interrogatóúo - Autos n° 2004.70.00.043116-0 rráyfjä


Data: 19.20 e 21/ot/zooõ.
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JUSTIÇA FEDERAL
st-:çÃo .Juo|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' VARA FEDERAL Cn|M|NAL DE CURIYIEA

que podia, com um projeto de Resolução, criar uma outra CPI. Fiz o projeto de Resolução,

criei a outra CPI, aí veio 0 Tribunal de Justiça inteirinho, aí contra a Assembléia, contra mim,
pressão, dias depois nós fomos obrigados a abortar a CPI. E nessa época em que eu abortei a
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CPI, eu tive uma discussão muito grande com o Tribunal de Justiça.


Juiz Federal: A primeira CPI era CPI ...? Que foi descoberto isso?
Interrogado: Era CPI da telefonia.
.luiz Federal: Telefonia mesmo?
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Interrogado: Isso.
.luiz Federal: E a outra? O que foi mudado?
10 lnterrogado: Continuava, o objeto, se discutia o objeto, se fez outro, e vieram em cima falando
11 que era a mesma liminar, não podia ter aberto outra. Fiz um projeto de Resolução, onde
12 eliminava aquilo lá, veio uma outra...
13 Juiz Federal: Esses depoimentos que foram colhidos na época foram gravados? Tem essa prova
I4 ainda?
15 Interrogado: Gravados, tudo, com o Ministerio Público participando das reuniões, inclusive o
16 Ministerio Público Federal participou de algumas junto com, o Carlos Fernando participoujunto.
l7 que eu convidei o Ministério Público Federal, porque tinha...
18 Juiz Federal: E isso foi encaminhado depois? Teve algum encaminhamento ou não?
19 lnterrogado: Foi encaminhado, nós não pudemos fazer o relatório, não pudemos fazer o
20 relatório final porque ela foi interrompida, ela foi interrompida, mas toda a documentação, tudo
21 levantado, as fitas, as degravações, tudo estava à disposição do Ministério Público Federal e do
22 Ministério Público Estadual. Que na época quem acompanhou, do Estadual, foi o Doutor
23 Dartagnan, e do Ministério Público Federal foi o Carlos Femando, e da OAB, o presidente da
24 OAB, que era o
25 .luiz Federal: E o senhor sabe se foi proposta ação penal? Se teve algum desdobramento
26 judicial isso dai?
27 Interrogado: Nenhum.
28 .luiz Federal: E o senhor sabe onde está esse material atualmente?
29 lnterrogado: Tem na Assembleia, deve ter no t\'Iiniste'rio Público Estadual principalmente, que
30 é o que esteve em todas as reuniões né.
L» .luiz Federal: O senhor tem cópia de alguma coisa?
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lnterrogado: Eu não, mas na Assembléia tem. Tem notas taquigráficas, tem notas taquigráficas
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na casa, tem tudo, e isso daí foi amplamente discutido...
tu Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Tem o auto
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de apreensão dessa máquina inclusive?


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lnterrogado: Como?
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Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Tem o auto
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de apreensão, a fom1alização da apreensão da máquina?

Interrogado: Tudo. Tudo. Ficou na Central de Inquéritos. Ficou na Central de Inquéritos. Nós
40 apreendemos o material de escuta, os fones de ouvido. tudo foi preso la. Inclusive teve, nessa
41 CPI houve até, o dia em que o Carlos Fernando estavajunto com a gente, até por decisão, não foi
42 decisão minha, foi decisão da CPI, até por, que numa acareação lá de um diretor da Telepar
43 houve uma, eles estavam jájogando junto com o Govemo, e houve um desrespeito de um diretor
44 juridico da Telepar e a CPI pediu, o Vanhoni pediu para que, o Vanhoni era o Vice-presidente,
45 pediu para que ti sse um recesso, nós nos reunimos e teve lá a prisão do diretor juridico da
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46 Telepar que de e hou da CPI por causa das liminares, e tem tudo isso nas notas taquigráficas. e

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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 95

intêrmgztóriú - Autos n° 2oo4.7o.oo.o4311so ,~‹?¿'¿›,'¿


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Data; 19, zo e 21/ot/2005. =@~-

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JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO .JUDICIÁRIA Do PARANÁ
2' VAaA Fsozmu CRIMINAL nz Cuwmaà

ele acabou saindo de lá preso, e antes de chegar na Delegacia ele já estava recebendo uma ordem
do, do Juiz da Central de Inquéritos para soltar ele, que até ligou para mim, para o Delegado...
Juiz Federal: O senhor sabe se foi utilizado algum subterfúgio ilícito para que essa CPI fosse
interrompida ou que esses, na parte judicial não houvesse encaminhamento ou coisa parecida?
Interrogado: O que se falou na época que se usou do Govemo, da influência do Govemo, e
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sabe, e do poder econômico ai da Telepar, de tudo, para se barrar a CPI, não dentro da CPI, foi
judicialmente, foi onde que eu tive uma discussão ai, pública, com o Tribunal de Justiça...
.luiz Federal: Mas o senhor sabe de algum expediente ilicito que tenha sido utilizado?
lnterrogado: Não. Falatório. Especificamente o que aconteceu, não. Mas a influência direta do
10 Governo do Estado e inclusive de saber antes a distribuição no Tribunal de Justiça. de saber com
11 qual desembargador cairia, era sabido.
12 Juiz Federal: O senhor assumiu o mandato de Deputado Estadual em 1998?
13 Interrogado: 1998.
14 Juiz Federal: Em 1998 né. O senhor mencionou dessa questão de Copel, o senhor sabe de
15 algum contrato, de algo envolvendo a Copel e a empresa ADM
Construtora de Obras? Darci
16 Fantin?
17 Interrogado: Isso foi, isso foi muito, isso foi muito discutido dentro da Assembléia, a
18 participação do Darci, do Darci Fantin, dos Goulin, nessas empresas que se criavam junto com 0
19 Ingo. E isso tudo também dito para mim pelo César Bordin, como se criavam, mas eu tenho até
20 noção do que se fazia, mas quem tem detalhes dessas coisas que me falava era o próprio César
21 Bordin.
22 Juiz Federal: Não entendi bem. Empresas que se criavam?
23 lnterrogado: Se criavam, tipo, se criava uma empresa onde a Copel tinha a participação, vamos
24 supor, de 40%, e os outros tinham 60%, entendeu, a Copel entrava com o dinheiro e eles
25 entravam com o lucro. A Copel entrava com as obrigações e eles entravam com os beneficios,
26 entendeu. Todas as empresas que foram criadas nessa época, a Copel era a minoritária, tinha as
27 obrigações, e os beneficios eram dos sócios. isso foi muito questionado durante, durante a minha
28 gestão como deputado. E quem sabe essa história, quem me contava como eram feitas essas
29 trampolinagens, na verdade, era o César Bordin, que depois se tomou meu amigo e que falava.
30 Essas operações que teve de compras de tutelas antecipadas e de. por 24 milhões, que na verdade
31 foram pagos 100 mil reais entendeu, foi denunciada por mim também e um dia, contra o Ingo,

que eles falaram que tinha sido publicado, na verdade era uma operação com uma tal de Levston,
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de São Paulo, que saiu até na “Veja”, que eles compravam tutelas antecipadas que valiam 100
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mil, seria para calçar operações, eles compravam, pagavam 24 milhões, com deságio, 24 não,
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pagavam com deságio de 1 1%, de 1 1% e pagavam 100 mil reais na coisa e o resto do dinheiro
eles embolsavam. Essas operações foram feitas, dezenas delas, inclusive com pareceres de
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advocacia de Porto Alegre, de Porto Alegre e tudo, de envolvimento de empresas que davam os
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pareceres favoráveis para que essas operações fossem consolidadas.
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Juiz Federal: Eu não entendi bem qual era o envolvimento da Copel nessas tutelas antecipadas?
40 Interrogado: Elas compravam.
41 Juiz Federal: Compravam o qué?
42 Interrogado: O papel. O papel. A tutela antecipada.
43 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Créditos?
44 lnterrogado: Hà?
45 Ministério Público F e al (Doutor Januário Paludo): Créditos?
46 Interrogado: Credit .

73
AV. ANITA GARIBALDI. BBB. 2 AND R. CURITIBA/PR, 80540-IED - TEL (411 3|3'45l I E 3l3'45)[/ FAX 3|3-4505
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 96

intenogztúúo - Autos n° 2004.70.00.043116-0


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JUSTIÇA FEDERAL
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2' Van.: Fzosmm <:m›-miar. os Cunmaâ
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Créditos de Cofins, de IPI, coisas
assim?
lnterrogado: De IPI, de qualquer coisa, eram tutelas antecipadas desses papéis.
Juiz Federal: Mas envolvendo a Copel?
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Interrogado: Não, assim...


Juiz Federal: Só uma questão então. Então, só para esclarecer essa questão dessa empresa que
o senhor falou, Levston? Como que e?
lnterrogado: Levston.
Juiz Federal: O que o senhor denunciou então é que o senhor teve conhecimento de aquisição
10 pela Copel de titulos?
ll Interrogado: De títulos.
12 .luiz Federal: Tutelas antecipadas, coisas assim?
13 lnterrogado: Tutelas antecipadas, com liminares, que a Copel comprava e, na verdade, ela
14 sabia do valor, do valor disso de mercado, que era irrisório porque eram tutelas antecipadas que
15 não tinham garantia nenhuma, eles pegavam pareceres favoráveis de escritórios de advocacia, e
16 pelo que me consta, de escritórios do Rio Grande do Sul, e compravam papéis que valiam 100
17 mil reais por 24 milhões com desconto de 11%, que seria o beneficio que a empresa ganharia. E
18 com isso eles abateriam tributos federais como PIS, Cofins e imposto de renda, qualquer coisa
19 assim.
20 Juiz Federal: O senhor tem conhecimento de algum pagamento que teria sido feito pela Copel à
21 ADM em 1998 e talvez tivesse algum envolvimento com abatimento de divida da junto ao ADM
22 Banestado? O senhor tem algum conhecimento sobre isso?
23 lnterrogado: Não, eu ouvi falar, mas conhecimento eu não tinha. Isso aí foi feito em 1998?
24 Juiz Federal: Isso.
25 lnterrogado: Em 1998 eu não era Deputado, eu fui eleito em 1998 e assumi meu mandato em
26 1999.
27 Juiz Federal: CPI dos Combustíveis.
28 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Eu só gostaria de fazer uma pergunta
29 a respeito da Copel ainda. O senhor chegou a ver, a acompanhar alguma tentativa de compra de
30 crédito de exportação da Vale Couros, lá do Rio dos Sinos, Novo Hamburgo. no Rio Grande do
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Sul?
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lnterrogado: Veja, essas operações, elas são...
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Ministério Público Federal (Doutor .Januário Paludo): São mais recentes.
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lnterrogado: É. Elas são mais recentes, eu não tenho, eu não tenho noção, foi de agora ne, isso
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dai, não era da, da epoca agora, daquela época lá, eu tendo essa conversa que eu vou ter depois
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com o César Bordin, eu vou ter uma relação de pelo menos umas 30 operações dessas daí, no
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minimo.
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Ministério Público Federal (Doutor J nuário Paludo): E só isso.
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40 \'ada mais havendo a ser transcrito eu -anice Grosskopf (Diretora de Secretaria) e eu


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ele Becker Bitello (técnico judiciário). encerramos o presente terrno, e cenificamos que
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42 , roduçâo fiel dos depoimentos colhidos/bnograficamente.
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44 Ciente,
45 Curitiba, 26 dejaneiro de 2005.
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AV. ANITA GARIBALDI. BBB. 2° ANDAR, CURITIBA/PH. 50540450 - TEL (41) 3l3-45I l E 313; 5l2 I FAX 3I3'45OB
sn: mma ‹:or‹su\_¬rA Pnoczssuacz \vww,1fpr.gov.pr/ Ewan.: prctbcn)2sec@)fpr,gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 97

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Dara. 19, 2o e 21/o1/2005. .

JUSTIÇA FEDERAL
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AV. ANITA GARIBALDI, BBB. 2° ANDAR. CURITIBA/PR. BO540-IBO - TEL (41) 313-451 E 313-4512 I I FAX 313 4508
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 98

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2' VARA FEDERAL CmMiN›,i. DE CuR|T|sA

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TERMO DE TRANSCRIÇÃO
Em
26 de janeiro de 2005, em cumprimento aos termos do Provimento n°
05/2003, Seção Vll, artigos 248 e seguiiites, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
uJ;t.J

Federal da 4° Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procediniento


Criminal Diverso n° 2004.70.00.043l 16-0, em audiência realizada no dia 20.01.2005.

ANrÓi\'io ci‹:Ls0 GARCIA


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10 Interrogado: Da CPI dos combustíveis?


11 Juiz Federal: Isso. O senhor mencionou uma questão relativa a Schell, que emitia uma nota a
12 cada 5 caminhões, o senhor pode esclarecer essa história?
13 Interrogadoz Perfeito. A CPI dos combustíveis, ela...
14 Juiz Federal: Só um minuto, antes de entrar nisso, vamos trocar de fita. Então, retomando o
15 depoimento do senhor Antônio Celso Garcia, o senhor relatou um fato de Schell, um acordo,
16 envolvendo uma nota a cada 5 caminhões, o senhor pode esclarecer isso aí?
17 lnterrogado: Perfeito. A CPI dos combustíveis, da qual eu fui relator, ela tinha por objeto
18 também fiscalizar a sonegação, que na verdade foi incluído, essas CPIs eram para ser CPIs
19 laranjas, tampão, para que não fosse instalada nenhuma CPI que queriam se instalar, de jogos
20 mundiais da natureza e outras CPIs que pegariam direto no Govemador Jaime Lemer, no caso da
21 filha dele que estava para se instalar na Assembléia, e essa CPI foi constituida no final, nós
22 colocamos um item que para o Govemo passou despercebido, nós colocamos que era para ver
23 adulteração e isso, e sonegação, no final, e passou esse item despercebido, foi feito às 10 horas
24 da noite, para que se pudesse fazer, para no otitro dia, na pauta, já estarem preenchidas as 5 CPls
25 que poderiam funcionar, e nós incluíinos, tanto eu quanto o deputado Durval Amaral, incluímos
26 esse negócio de sonegação porque nós tinhamos denúncia dessa sonegação. E quando começou a
27 funcionar a CP1 nós tivemos uma, ate no dia que em se instalou a CPI nós tivemos um problema
28 seriíssimo com o secretário Giovani Gionedis, que ele ligou para 0 Durval, que era o presidente,
29 destratando o Durval porque nós teríamos colocado sem o consentimento dele o item
30 “sonegação”. E falou que não ia apoiar, que não ia deixar ninguem, que não ia trabalhar, que a
31 Receita e não ia trabalhar com a gente e tal e tal, desligou o telefone na cara do Durval, no dia da

instalação da CPI. E 20 minutos depois ligou e falou que era brincadeira e tal e ia mandar os
L.)
melhores agentes que ele tivesse, e realiiiente botou 7 pessoas da Receita com a gente para
L» acompanhar a CPI, e nós saímos, num primeiro dia que nós saímos para trabalhar, nós saímos
uz
\OO0\10\u.1*_L›à×›
para fazer uma. uma apreensão de documentos nas 5 grandes lá em Araucária. Nós chegamos la
oz
eram por volta de 7 e pouco da manhã, onde nós entramos e conseguimos pegar várias caixas de
L.:
notas e tudo, onde que nós comprovamos que realmente havia o que eles falavam de “sonegação
L.:
consentida”, entendeu. Tipo, um caminhão saía, saía com uma nota para 3 postos, 4 postos de
L» gasolina, com uma nota só, aquela mesma nota era ordem de serviço para esses 3 ou 4
40 caminhões, tudo isso. E sem que a Receita Estadual interferisse ou auditasse tudo isso daí, onde
41 que o retomo disso daí seria para campanhas e para o caixa do Governo Jaime Lemer. E esses
42 documentos foram apreendidos pela CPI, havia...
43 Juiz Federal: Mas em todas as distribuidoras? Ou em alguma específica?
44 lnterrogado: A que nós recebemos a denúncia foi da Schell.
45 Juiz Feder Mas e a que foi identificada de sair com uma nota só?
46 lnterrog a Schell

ANDA R. u Ririaâ/PR 50540-150 - YE (411 313-451 E 3 |},‹4/512 313-4505


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Av. ANiTA Gznnisncoi. E B. 2 , i. I I FAX


É/vz vâin consuma Pnoczssuuz\vw\-1.jfpr.gov.pr I E-Marc: prctb‹r0Zsec@]fpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 99

interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0


oztzz te, 20 e 21/01/2005. . *-

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dU5TlCA FEDERAL J
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
. . .

2' VARA FEDERAL Cn|M|NAi_ DE Cumriaa

Juiz Federal: Da Schell?


Interrogado: A da Schell, que nós pegamos, que foi a primeira que nós batemos, é uma do lado
da outra ne'. Então foi a primeira ein que nós constatamos sonegação, tudo, damping. todos esses
tipos de, de crimes que eles estavam cometendo, nós colocamos e aí começamos a pressionar os
presidentes das companhias para se viesse depor e no meio desse caminho 0 Govemo interferiu
@OO\IO\UJä-bJ\J›_‹

muito fone na CPI para que gente não chamasse os presidentes das companhias. E. ate' porque
era de interesse deles alguns negócios e que a gente não poderia chamar, houve essa briga muito
grande e a CPI também teve o seu prazo reduzido, nós pedimos para protelar, teve o prazo
reduzido, só que essa com relatório, com indiciamento de l50 pessoas e empresas, isso dai foi
10 entregue ao Ministério Público Estadual, pilhas disso, com cópia para o Ministério Público
ll Federal até do que era a respeito de damping e de sonegação de tributos, e também não ficamos
l2 sabendo de nenhuma ação.
l3 Juiz Federal: Mas essa situação da “sonegação consentida” consta no relatório da CPI?
l4 lnterrogado: Consta, na denúncia que fizeram para a gente, a carta da denúncia, a nossa
15 investigação e as notas que ficaram todas...
l6 Juiz Federal: Mas e essa situação de que a diferença iria. que nessa sonegação haveria tuna
l7 contrapartida para 0 Governo?
l8 Interrogadoz A pessoa que fez a denúncia assinou a carta?
19 Juiz Federal: Quem era essa pessoa, o senhor se recorda?
20 lnterrogado: Eu não me recordo, mas está nos autos da CPI, ele foi lá, foi depor, levou a
21 denúncia, fez por escrito e falou, que foi uma reunião secreta que foi objeto dessa nossa ida ai de
22 surpresa nas companhias.
23 Juiz Federal: E alguma prova foi obtida confirmando esse ponto especifico?
24 lnterrogado: Várias.
25 Juiz Federal: De que o dinheiro ia para o Governo?
26 Interrogado: Ah não, não. não. Perdão. Perdão. Essa daí não. Só que foi uma denúncia que a
27 hora em que nós chegamos lá, pegamos e comprovamos que esses caminhões circulavam
28 livremente com uma nota só, com uma nota só para fazer a distribuição para 2, 3 postos com a
29 mesma nota, com a mesma ordem de serviço, nós comprovamos que tinha parte da denúncia,
30 agora até ai que o dinheiro era entregue, essa coisa é uma coisa dificil de chegar, mas a CPI
t,›
apurou, colocou no relatório, e a apreensão dos documentos. e aí que fica uma dúvida agora
oz
nesse momento para mim, que a apreensão desses documentos da CPI foram apreendidos pela
oz
Receita Estadual, entendeu. Então, sabe, era o lobo cuidando lá do galinheiro. Foi apreendido
uz
junto com a gente lá, mas está no relatório, nós fotocopiamos, o Ministério Público estava com a
gente.
\D00\|O\L/.t:.LzJ\›._.

oz

CJ
Juiz Federal: Essa denúncia, ela fala que esse dinheiro ia para alguém específico dentro do
L» Govemo ou para o Governo em geral?
ua
Interrogadoz Para o Secretário da Fazenda.
uz
Juiz Federal: Giovani Gionedis?
40 lnterrogado: Perfeito.
41 Juiz Federal: O senhor chegou a comentar esse fato corn ele alguma vez?
42 Interrogado: Falei. Falei.
43 Juiz Federal: E o qué ele falou?
44 lnterrogado: Que era tudo uma bobagem, que não tinha nada. que. como sempre, entendeu.
45 Que não tinha na ue isso era uma bobeira. que era o tipo de coisa que falavam. Eu falei:
,

46 “Mas tem os docun mos. está aqui. nós pegamos”. Ele falou: “Não. isso aqui nós vamos
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Av. A|‹|TA GAR|aALDt. 555. 2" NDAR. Cum A/PR, 805404 BO 7 YEL MI) 3 3>45| E 3|3-45! Fax 3|3-4505 I I

5:1: :mia ‹:cn‹su\.'rA Pno‹:EssuA|_: www.]fpr.gov.pr/ E-›‹,‹/1.:pr:t1›cr0Zsec@jfpr.gov.br


Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 100

Interrogatório - Autos n“ 2004.70.00.043116-0


Data. 19 20 e 21/01/2005.
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152
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JUSTIÇA FEDERAL
sE‹;Ão ..1uDtc|ÁR|A Do PARANÁ
2' VARA FEDERAL CmM|NA|. DE CURIHEA

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verificar, se tiver nós vamos tacar o ferro neles”. Daquele jeito, o palavreado dele. E depois nós
ficamos sabendo que efetivamente, por pane do Govemo não aconteceu nada. E também não
ficamos sabendo se houve alguma ação penal federal ou estadual contra eles do que nos
levantamos lá.
.luiz Federal: E o senhor teria alguma fomia de provar esse fato específico?
\OOO\10\UJ=-bz

lnterrogado: Eu acho que nós teríamos como comprovar com documentos, o que está na CPl.
.luiz Federal: O que está na CPI?
lnterrogado: O que está na CPI e até com o depoimento dessa pessoa, que é um advogado, que
foi lá e se dispôs a ir quantas vezes quisesse para relatar como que fazia.
10 Juiz Federal: O senhor não lembra o nome da pessoa?
11 lnterrogado: Não, mas está, é fácil
12 Juiz Federal: Está no relatório?
13 lnterrogado: Está no relatório.
14 Juiz Federal: O senhor não tem cópia?
15 lnterrogado: Não, mas é fácil pegar tambem. O relatório está em todo lugar, está no Ministério
16 Público, está na Assembléia, está em tudo. Até no próprio, o Sindicato dos Combustíveis tem
17 toda a CPI, a CPI passada em vários livros lá, tem tudo. Isso aí é fácil de achar.
18 Juiz Federal: Então acho que a gente interrompe agora ne? Alguma questão sobre esse ponto?
19 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): SÓ vou fazer uma indagação
20 específica, talvez ele saiba e talvez não saiba, mas essa sua vivência toda política aí, diretamente
21 vinculada ao Govemo, sempre se fala que o Govemo recebe e recebe alguma coisa ne, alguém
22 fala também em nome de possíveis laranjas e possíveis contas, alguém que administre esse caixa
23 todo, onde que vai parar esse dinheiro, pelo menos em conversa de corredor, dá para ter essa
24 noção de onde procurar essas possíveis, essas possíveis propinas?
25 Interrogado: Tem. Eles falam, dependendo do Govemo, cada um tem o seu
26 Ministério Público Federal (Doutor .Januário Paludo): Sim, mas nos estamos falando de um
27 Governo específico aqui que é do Jaime Lemer. Do secretário dele, o Giovani Gionedis, e etc.
28 né.
29 lnterrogado: Perfeito. Quem, uma das pessoas citadas que tinham essas contas e que eram
30 panes desse esquema era, eram usadas oflshore né, uma pessoa citada, que era do Jaime e do
31 Cássio, era o Vadi Debis, era o Mário Celso Petraglia, o próprio Giovani, 0 próprio Giovani, era,
oz
o Darci Fantin, que eram as pessoas que atuavam e que socorriam o Governo nessas horas aí.
uz
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): António Vadi Debis é seu amigo
uz
pessoal? ›

uz
lnterrogado: Conheci ele o ano passado, é meu amigo pessoal não, é meu amigo companheiro
de jogo, conheci ele, mas hoje tenho relacionamento com ele, não tenho negócios não tenho
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nada, mas é uma pessoa conhecida minha, e que várias vezes me falou que, se quisesse, ele
ua
colocaria o Cássio na cadeia e várias coisas, de contas, de coisa que teria feito para o Cássio, e
L.:
que o Cassio estaria devendo, o Cassio estaria devendo algum dinheiro para ele, algum dinheiro
40 para ele de campanhas passadas.
41 Ministério Público Federal (Doutor .Januário Paludo): Mais uma pergunta sobre esse caso da
42 Schell, o senhor teve algum litígiojudicial ou resolveu algum problema com a Schell, teve algum
43 problema com a Schell?
44 lnterrogado: Tive. Tive.
45 Ministério Público Fede utor Januário Paludo): Qual é 0 problema que o senhor teve?

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vs
AV. ANITA GARIBALDI. 555. 2" ANDAR, CUROTIEA/PR, 5 40¬| EO - TEL (41) 313-451 l E 313-4512 I

s/TE PARA coNsu\.rA ›=Rc›cEssuA|_: \vww.jfpr.gov.pr/ EMA/L: prctb:r0Zse<@jfpr.gov.br


Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 101

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interrogatório - Autos n" 2004.70.00.043116-0 ,‹ fl.
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Data: 19, 20 e 21/01/2005.

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JUSTIÇA, FEDERAIE
SEÇAO JUDICIÁRIA DO PARANA
2' VAEA FEDERAL Cn|MmAi_ DE Cunmaâ

lnterrogado: Tive com a Schell, com a, discussão de, discussão de contrato que tinha sido
fimtado, de distribuição e de revenda de combustível.
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Juiz Federal: lsso foi antes ou depois da CPI?


Interrogado: Foi antes da CPI. Eu fui até relator, eu fui até relator, eu sei até o porquê da
pergunta, como se tivesse uma coisa que eu direcionei aquilo lá, eu fui até questionado pelos
\OO0\lO'\U-làb jomalistas se eu estava sendo relator da CPI, se eu queria advogar em causa própria, eu falei que
não, que eu estava entrando na CPI pelo conhecimento que eu tinha do setor, ate' por saber de
como funcionava o setor. e que não estaria advogando em causa própria, e o que se levantou da
Schell foi uma denúncia de uma pessoa que tinha briga com a Schell e que se passou. Agora, os
10 outros procedimentos que fazia a Schell e esse tipo de procedimento, não só a denúncia foi
ll contra a Schell, mas notas, tudo o que nós pegamos, nos pegamos das 5 companhias, das 5
12 grandes, nos pegamos em Araucária, Texaeo, Ipiranga, Esso, a Schell e a BR, todas tinham
l3 irregularidades, todas tinham esse problema de notas. a única denúncia que nós recebemos,
l4 específica, desse advogado, que era uma pessoa que brigava com a Schell, foi contra a Schell,
15 mas não que eu tivesse usado isso dai para ser uma coisa e ecífica contra a Schell.
16 Juiz Federal: Alguma questão pela Defesa? Não. I

l7
l8 Na ais havendo a ser transcrito eu
I
vanice Grosskopf (Diretora de ,

19 Secretaria) e eu Gisele Becker Bitello (tecnico judiciá io), encerramos o presente termo. e
I
20 certificamos que el produção fiel dos depoimentos colhido/Âfonograíicamente.
21
22 Ciente,
23 Curitiba, 26 de janeiro de 2005.
24
25
26
27 rgio Fernando Moro
28 Juiz Federal
29 2” Vara Federal Criminal
L,.›

L.:

L.:

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Av. ANITA GARiaAt.D|. SBB. 2" ANDAR, CuR|¬r|a›,/PR, 50540-ISO - TEL t4|| 3|3-45I l E 3l3-45I2 I FA× 3I3~450B
sff: nar. co›asui_n v›=o‹:EssuAi_: \-‹'ww.]fpr.gov.pr I E-MA/L: prcth:r02sec@3fpr.9ov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 102

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inzefmgztúriú Autos n° 2004 10 oo 043116 o
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Data: 19, 2o e 21/01/2005.

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154
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JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO uuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' VAHA FEDERAL CRi›4iNAt. DE Cu›=|¬rieA

\_¡._.
TERMO DE TRANSCRIÇÃO
Aos do mês de janeiro do ano de dois mil e cinco, em
vinte e seis dias
cumprimento aos termos do Provimento n° 05/2003, Seção Vll, artigos 248 e seguintes, da
Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional Federal da 4° Região, procedo a transcrição dos
depoimentos colhidos na audiência de interrogatório. realizada nos autos de Ação Penal n°
\OO0\1O\uJ=-1.5

2004.70.00.043l 16-0. realizada em data de 21.01.2005

10 Az\'TÓNio CELSO GARCIA


ll
12 Juiz Federala- Senhor Antônio Celso Garcia, o senhor tem o direito de pemianecer em silêncio,
13 se o senhor permanecer em silêncio isso não vai lhe trazer qualquer prejuizo. Agora lembro o
14 senhor que o senhor fez um acordo com o Ministério Público, um acordo que lhe traz alguns
l5 beneficios desde que o senhor diga a verdade, estritamente a verdade. O senhor prefere falar ou o
16 senhor prefere ficar em silêncio?
17 lnterrogadoz- Prefiro falar.
18 Juiz Federal:- Senhor Antônio, o senhor pode me esclarecer a sua relação com essa empresa El
19 Dourado?
20 lnterrogado:-Pois não.
21 Juiz Federal:- Corretora de Mercadorias.
22 lnterrogado:-Essa empresa, essa empresa foi... e' uma empresa antiga que foi passada para uma
23 pessoa chamada Sérgio Rodrigues administra-la, isso eu não sei o ano preciso. Aonde ela não
24 tinha nenhum imposto atrasado, era uma empresa que estava parada há muito tempo. E essa
25 pessoa era uma pessoa especialista em imponação de veiculos e que propôs para que se fizesse
26 essa empresa e que quando fosse trazendo os veículos a gente, em alguns, casos tivesse
27 panicipação. lsso foi no começo de um ano, acho que 2002 ou 2003. 2003, acho, é, não era mais
28 Deputado. É, 2003. E essa empresa funcionava normal, ele tinha gestão da empresa. ele que
29 assinava cheques, ele que fazia as importações, ele que fazia tudo. E que os carros trazidos. para
30 a empresa, que fosse para ser vendido em Curitiba, teriamos participações. um teria participação
31 de 20%, outro teria 10%, outro teria 15%.
DJ
Juiz Federalz- O senhor teria 20%?
L.,J
Interrogadm- Eu teria... não, teria proporcional ao dinheiro que fosse colocado naquele bens
L.:
que fosse trazido para o Brasil.
L» Juiz Federal:- E quem mais teria participação nisso?
lnterrogado:-Participação. Quem tinha participação era o Eduardo Albertini, que teria 10%, era
\O0O\|O'\UiJ`-tzàv

CJ
0 Roberto Siqueira que teria também uma participação depois de uma determinada fase da
1.;
empresa também teria. Nos lucros.
ua
.luiz Fcderalz- Mas essa empresa tinha sede aqui em Curitiba?
40 lnterrogado:-Tinha sede aqui em Curitiba.
41 Juiz Federalz- Sede, onde ficava a sede dela?
42 lnterrogado:-Eu não tenho idéia aonde era o começo. Eu sei que era uma empresa de Curitiba,
43 era um a empresa que tinha vinte e poucos anos.
44 Juiz FederaI:- Essa empresa chegou a funcionar efetivamente como uma empresa aberta. a El
45 Dourado, ou e s uma empresa... tinha só o nome e faziam os negócios com o nome dela?

80
Av. Auin. GAmaALo|, 555 2” ANDAR. 505404 80 7 YEL (4 I) 3I3~45I I E 3I3f45/I 2 / FA× 3I3-4505
sn' PAHA ::c›Nsut.¬rA s=Rc›csssuAi_:\vww.]fpr.gov.prI zw»/L: pr:tb:r0Zsec@jfpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 103

inlenogaióno - Autos n° 2004.70.00.043116-0 «‹.?*'í°*'

Data; 19, 2o E 21/oi/2005. me

155
JUSTIÇA FEDERAL
si›:çÃo .Jui:›iciÁRiA Do PARANÁ
2* Vain FEDERAL CRi›‹1i~Ai_ uz Cumriaa

1 lnterrogado:-Não, faziam os negócios com o nome dela e na verdade a maioria dos negócios
2 aonde que se teve as desavenças depois, e foi separado tudo, foi porque ela estava prestando
3 serviços para terceiros, para uma empresa em São Paulo chamada... esqueci o nome, mas era de
4 uma pessoa que tem 0 nome, chamada Nescao. Essa pessoa que vendia os carros lá e trazia, que
era amigo desse Sergio Rodrigues ai.
Juiz Federalz- Sérgio Rodrigues, o nome inteiro dele, como chama?
lnterrogadm- O que eu lembro é Sergio Rodrigues.
.luiz Federal:- O Albertini e seu conhecido, né?
\OO<>\10\U

lnterrogado:-É.
10 Juiz Federalz- A sua relação com ele?
ll lnterrogado:-É grande, de amizade.
12 Juiz Fcderalz- Ele não era seu "laranja" nessa empresa?
13 lnterrogado:-Não, não. Nessa empresa não. Nessa empresa ele foi convidado pelo Sérgio
14 Rodrigues, pelo outro sócio que ficou na empresa que era o Furtado, esqueci o primeiro nome
15 dele e o Roberto. junto com 0 Sergio Rodrigues para fazer. Ele falou comigo, se poderia ele
16 fazer, conversei com eles, ele falou que poderiam fazer. Três meses depois, no máximo quatro
17 meses, ele assumiria a empresa, ele entraria na empresa, o Sérgio Rodrigues.
18 .luiz Federalz- Ele assumiria, quem? O Sergio Rodrigues?
19 lnterrogado:-O Sérgio Rodrigues assumiria a empresa efetivamente. no papel, que ele estava
20 numa discussão de separação com a mulher dele.
21 Juiz Federalz- Ele assumiu ou não assumiu?
22 lnterrogadoz- Assumiu no papel, por escrito. Não na empresa. Assumiu um papel, depois que se
23 fez, quando, depois de uns sete meses, seis meses, que a empresa estava funcionando, e que o
24 Eduardo veio falar para mim que estava preocupado porque estava achando que não tava...
25 primeiro não tinha rentabilidade nenhuma, não estava ganhando dinheiro nenhum, nada, e estava
26 trazendo um monte de carros só para terceiros e esse Sérgio falava que era favor que ele estava
27 fazendo para depois começar a cobrar. E os carros estavam entrando, que empresa que tinha a
28 obrigatoriedade de recolher impostos, tudo isso, e pediu para que se visse como e que estava a
29 situação da empresa. Mandei verificar, eles deviam impostos federais, tributos federias e
estaduais, aonde que aí sim teve uma reunião, uma reunião com esse Sérgio Rodrigues, com o
uàuàuà
v-O Roberto, com o Eduardo, aonde foi exigido imediatamente a troca, a saída do nome do Eduardo
para ir para 0 nome dele, e ele assumindo aquilo, e ele fez um documento, eu não sei se...
L.:
Juiz Federalz- Mas isso foi por volta de quando, essa reunião?
ba
Interrogadoz- Ah, foi seis meses depois da empresa estar fiincionando.
L.:
Juiz FederaI:- Por volta de quando que foi isso?
t.)
×Ooo\|O\U-V-L.:

Interrogado:- Foi mais ou menos em março, março de 2003, acho.


Lu .luiz Federalz- Qual é a participação de Sérgio Malucelli nessa história toda?
1.» Interrogadoz- Não, ele era, simplesmente, os carros, trazia os carros para cá para vender na loja
L.:
dele.
40 Juiz Federalr- E qual é a sua participação nesses fatos?
41 lnterrogado:-Dependendo de alguns carros eu tive participação. E depende. a maioria, 99%
42 deles, nenhumaparticipação.
43 Juiz Federalz- Tá, mas e como é que era a sua participação nos casos que o senhor tinha
44 participação? Como é que isso funcionava? _

lnterrogadoz- Eu colocava, vamos supor, quando foi feita a empresa ele tinha dois carros, -eu
_

45
tinha dois carros, o ocamos dois carros na empresa e dai começou a girar. E com
o dinheiro
46

.50540-IBO -
Sl
Av. AN|¬rA GARIBALDI. 555, 2” A 'DAR Cui=m'|aAlPR. 1:1. MI) 3 3~45|
I I 5 313-451 /fl 3-4505
srrz PARA consuma ønoczssunzwww.]fpr.gov.pr/ E-MAIL: prctbcr0Zse:@1fPr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 104

interrogatório- Autos n° 2oo4.7o.oo.o4311e-o


nata; 19, zo e 21/oi/zoos. ‹ r

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sEçÃo .JuDic|ÁR|A oo PARANÁ
2' VARA FEDERAL Cni›‹|NAi. DE CuRiriaA

desses carros que apurasse se compraria outros carros e seria o quê? O lucro seria dividido 20%
pra um, 10% para outro, metade para o outro, metade pra mim.
Juiz Federal:- Qiiem é que importava os carros?
lnterrogadoz- Sérgio Rodrigues.
Juiz Federalz- E como é que 0 senhor colocava os carros então na empresa?
\OO0\JO\U|-l`-bJ\›._.

Interrogado:- Eu coloquei, eu coloquei dois carros que tinha usado, eu coloquei como capital da
empresa, para vender esses carros e com o dinheiro desses carros eles começarem a tocar a pane
da empresa.
Juiz Federal:- Dois carros que o senhor tinha adquirido?
10 lnterrogadoz- Que eu tinha, que já faz tempo que eu tinha, carro usado. Que era para fazer
11 capital da empresa.
12 Juiz Federalz- Tem um diálogo em que uma funcionária do Sergio Malucelli diz que o senhor
13 tinha uma sala na Auto News.
14 lnterrogado:-Eu?
15 Juiz Federal:- Isso.
16 Interrogado:-Nunca tive sala na Auto News.
17 Juiz Federal:- Essa El Dourado teve sala na Auto News?
18 interrogado:-Não, 0 Eduardo, o Eduardo ficou por um tempo na Auto News, não que tivesse
19 sala, mas ele tinha acesso lá para poder vender, fazer o trabalho dele de vender veículos, que
20 sempre ele fez.
21 Juiz Federal:- Roberto Siqueira e Albertini não são fiiiicioiiarios do senhor? Não trabalhavam
22 para o senhor nesse trabalho de carros?
23 lnterrogado:-Roberto Siqueira, Robeno Siqueira trabalhou comigo ate' 2002. no meu gabinete.
24 Depois não trabalhou mais comigo. Era meu chefe de gabinete. Não trabalhou comigo e não era
25 meu funcionário, ele tinha participação nisso dai. Na verdade ele com o Sergio e' que deveriam
26 gerir os negócios.
27 Juiz Federalz- Ele trabalhou com 0 senhor no Consórcio Garibalddi também?
28 lnterrogadm- Não.
29 Juiz FederaI:- Ele trabalhou no Consórcio Garibalddi?
30 lnterrogadoz- Quem?
CJ
.luiz Fcderalz- O Roberto Siqueira?
uz
lnterrogadoz- Não, não.
L..›

Juiz Federalz- No grupo, na época que funcionava?


L,.›
lnterrogadm- Na época, quando foi transferida a parte do Márcio, antes de passar para o outro
irmão do Márcio, passou pelo nome dele. A pedido do Márcio.
\Oo0\|0'\U4`-L.à×.››-

L.:

t,›
Juiz Federalz- Tem uma discussão nos diálogos da interceptação sobre um carro que teria sido

apreendido e que teria que tentar uma liberação.
L» lnterrogado:-Qual é o carro?
L.:
Juiz Federalz- Uma Grande Caravan parece.
40 Interrogado:-Ah, Grand Caravan.
41 .luiz Federal:- O que é essa história dessa Grand Caravan?
42 lnterrogado:-É uma Caravan, veja, essa empresa teve desdobramento. Depois, quando se foi
43 levantado que deviam impostos a empresa e aí se teve uma reunião aonde se dissolveii o que se
tinha convençado na empresa, esse Sérgio Rodrigues fez um documento, assumiu e que
passaria
44
45 a empresa pediu ais 90 dias para o Eduardo para transferir a empresa para o nome dele.

'77
46 Assinou um doc assumindo toda a responsabilidade dos impostos, tudo. Eu não sei se
't 8°
/
Av. Amu G.~.maALni. ass. 2° ¡Â›mA›=. cu›=m=A/PR.` osâo-iso _ fat ‹4|i :eia-451 E 1 313-4%×
3:3-4505
s/TE PARA coNsuL¬rA PROCESSUAL; \vw\-1,]fpr.gov.pr/ EWAIL: pr:th:r0Bec@jfpr.go\/.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 105

interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0


Data: 19, 20 e 21/01/2005. _~,

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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo .JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' VARA FEDERAL CMMINAL os CuR|'r|aA

isso já esta nos autos ou não. Esse documento está, Figueiredo? Ah? Não foi juntado? Tem
aí,
um documento feito em cartório aonde ele assumiu tudo. Ele é uma pessoa que tem património,
×)._.

tem bens, tem tudo. E ele assumiu e na verdade, quando chegou perto de novembro, ele começou
KJJLLJ
de novo enganando o Eduardo, tiveram uma discussão aonde eu sugeri para o Eduardo que ele
cassasse a procuração dele e a partir daquele momento, a partir daquele momento ele gerisse os
negócios até que ele resolvesse a situação. Aonde tinha não tinha só essa Grand Caravan com
\OO0\IO'\
problema, tinha outra no porto, tinha várias situações. Eles entraram em REFIS. fizeram a divida,
eles apresentaram o documento que eles tinham entrado no REFIS, na dívida federal, compraram
precatórios para entrar na divida estadual e ainda fizeram o Eduardo, nos precatórios das dívidas
10 estaduais dar cheque dele, não cheque da empresa. O
primeiro cheque eles compensaram, os
11 outros três o Eduardo não teve o cumprimento da coisa e eu tive que ajudar para ele poder cobrir
12 o cheque dele. Foi isso que aconteceu. E a partir desse momento o Eduardo começou, o que tinha
13 a empresa? Tinha essa Grand Caravan, tinha mais um outro carro, um outro carro que estava no
14 Porto e uma Porsche que tava nos Estados Unidos ainda que estava com problema de vir para cá.
15 E foi aí que se teve desdobramento até que se liberasse esses outros carros para que o Sérgio
16 imediatamente assumisse a empresa e assumindo a responsabilidade dos impostos, tudo, que ele
17 falou que teria assumido.
18 Juiz FederaI:- Mas o que é essa história da Grand Caravan, que o senhor aqui participa bastante
19 para tentar liberar esse veiculo?
20 Interrogado:-Para pagar o resto dos impostos, para pagar todas as dividas que tinha da empresa.
21 ou que tinha de precatório, que tinha de tudo que tinha sido adiantado, que 0 dinheiro dessa
22 Caravan era pagar isso dai.
23 .luiz Federalz- Mas o senhor que
adiantou esse dinheiro?
24 Interrogado:-Eu que adiantei para o Eduardo, três cheques. Um
foi cobeno por eles e três foi
25 por mim?
26 .luiz Federal:- Isso foi quando? De quando esses cheques que o senhor passou?
27 lnterrogado:-Que eu cobri?
28 .luiz FederaI:- Isso?
29 Interrogado:-Eu não tenho ideia. O Eduardo que deu para pagar quando eles compraram os
30 precatórios. Eu só sei que na época, quando eles deixaram ele na mão, ele veio falar comigo, foi
31 a época que eu mandei ele cassar a procuração deles.
uz
Juiz Federal:- Tem um diálogo aqui entre o senhor e o senhor Roberto que o senhor fala assim:
ua “Deixa eu falar um negócio, fui hoje lá ver o negócio da nota com o Naldo e com um cara Ia e
L» eles falaram que você não fez o Imposto de Renda de 2002, não foi feito.” Ele diz: “Mas isso a
ua
gente tinha combinado que tinha que fazer o negócio lá. A gente tinha refazer toda a
Nós não acertamos com ele, Tony.”
\O00\|O\UJ>t.z×›

tn contabilidade.
CJ
lnterrogadoz- Falado com quem? Coin quem que eu falei, a pessoa que eu falei?
tua
.luiz Federal:- Siqueira. O senhor teria falado com 0 Ronaldo.
L.:
lnterrogado:- Ronaldo. Eles deixaram de fazer o Imposto de Renda da empresa, de entregar o
40 Imposto de Renda de um ano, ou de um outro exercicio e deixaram de pagar coisa de mil e
41 poucos reais, mil e poucos reais para os contadores da empresa para fazer a contabilidade. E esse
42 Sergio Rodrigues não estava acertando, não estava fazendo e estava pedindo para pagar para
43 acertar isso dai
44 Juiz FederaI:- Quem que era os contadores da El Dourado?
45 lnterrogado:-Eu acho q \era esse Ronaldo aí.

aí)

Av. AN|TA GAMBALDI. EEB. 2° ANUAR, um¬r|aA/PR. 50540450 - ¬rEL K4!! 313-45| I E 3|3-4512 I FA× 3I3f4505
s/'rs =A›=A CQNÉUA i=nc›‹::ssuALz\-:\vw,jtpr,gov.pr/ :~MAu.: prcthcr02sec@jtpr.gov.br
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interrogatório - Autos n° zoo4.1o.oo.o4311ô4›


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Data. ts, zo e 21/oi/zooõ.

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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo .Jui:›|c|ÁR|A Do PARANÁ
2^ VARA FEDEHAL CR|M|r‹AL DE Cunirian

Juiz FederaI:- Tem um diálogo que é dito, 0 senhor diz... não, 0 Siqueira diz que o senhor não
estava mais querendo pagar o Ronaldo.
L1J=uJ\.)›-

Interrogadm- Eu não estava pagando! Não, eu não tinha nada que pagar o Ronaldo. Eles não
pagaram o Ronaldo e eles queriam que eu pagasse para eles poderem refazer a contabilidade
porque esse Sergio não tinha pago eles. Não fui eu que contratei eles, não fui eu que chamei eles,
não fui eu que fiz nada. Ate 0 momento de fazer, que eu entrei na empresa para ver se eles
\OOO\|O\
tinham pagos os impostos, ou não tinham pagos os impostos, eu não sabia o que acontecia na
empresa.
Juiz Federalz- Esse diálogo aqui entre o senhor e o Roberto Siqueira.
10 lnterrogadoz- É isso daí, é quando eles falaram que estavam transferindo a empresa. Que o
11 Sergio estaria transferindo a empresa e estaria liquidando. Que eles teriam já mudado de
12 endereço e que estariam mudando a empresa e que iriam assumir as responsabilidades.
13 Juiz Federalz- Por que o senhor fala aqui: “Deixaram de novo a bucha estourar na minha mão."
14 Por que 0 senhor falar isso?
15 lnterrogado:-Porque era eu que estava responsabilizado nessa história por causa do Eduardo.
16 Que eu não queria deixar estourar nele. Entendeu? E é isso que eu falo Ldeixar de novo estourar`
17 porque eles não estavam cuidando da empresa. E eu estava acertando, eu estava acertando coisa
18 que não era minha. Era isso.
19 Juiz Federalz- Esse outro diálogo do senhor com o Roberto Siqueira. Parte negritada.
20 Interrogadoa- É, ele falou, isso daqui ele falou do câmbio. Da empresa que tinha renovado o
21 câmbio da empresa e que tinha que fazer o fechamento de câmbio. Que o Sérgio Rodrigues
22 estava falando que esse fechamento de câmbio tinha que ser feito lá fora, o quanto antes, e aonde
23 foi exigido para esse Sérgio Rodrigues uma documentação para que ele assumisse a empresa de
24 novo e ele fechasse o câmbio dos carros que ele trouxe para esse Nescao em São Paulo, que
25 foram todos os carros que não haviam fechado 0 câmbio lá. Isso eu não sei se tem alguma
26 investigação da Policia Federal, é fácil levantar em São Paulo com o Nescao e com esses carros
27 que foram trazidos, foram trazidos todos por esse Sérgio Rodrigues. Ele usava o nome da
28 empresa, faziam e eles mandavam abrir cartas de crédito no exterior. Tem até a pessoa que
29 importava, que eu tive contato com ele, depois, no final do ano, para tentar liberar um carro lá
30 porque eles não tinham feito o pagamento, que era um Porsche.
31 Juiz FederaI:- O senhor fala no diálogo: “E daqui a pouco vai estourar outra bomba que é o
L.:
câmbio.”
ba
lntcrrogado:-lsso.
L.:
Juiz Federalz- “Nossa, 0 câmbio não renovou por mais de um ano com a gente."
L.:
lnterrogadoz- lsso. Que estava renovando o câmbio, que eles estavam renovando.
Juiz Federalz- “Masjá vai vencer, Tony. Esse ano voou, bicho.”
\Ooo\|O\\JJàu«v×J

oz

uz
lnterrogado:-Voou, é. Ele falou que voou. Coisa que ia renovar o câmbio de novo.
ua
Juiz FederaI:- “Mas aí bom e você que vai precisar para fazer para tirar esse negócio.”
L.:
lnterrogadm- É, pois é para tirar os carros. E eu não queria mexer com esse negócio de câmbio.
40 Eu não queria mexer. Eu queria que o Sérgio mexesse porque eu não tenho nada a ver com isso.
41 .Juiz FederaI:- Isso que soou um pouco estranho, senhor Antônio. O senhor não tem nada a ver
42 com isso, ou coisa assim. Mas o senhor discute essas questões relativas aos carros, de liberação
43 dos carros, o senhor discute o problema de Imposto de Renda da empresa. O senhor depois, em
44 outros diálogos. diz até e precisa airanchar alguém da Receita para arruinar a situação, depois
45 o senhor discute do mlbio. Eu não consigo entender a sua relação com essa empresa El
46 Dourado.
OO Já
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Av. ANNA GARisn.oi. 888 .


2” Anon: Cuiairim/FR
. . E0540-IBO - TEL 141) 313-4511 E 313-45I I FAX 3I3-4508
s/TE PARA con ULTA i=nocEssu›.i_: \v\v\~4.jfpr.gov.pr/ EWAIL; prctbcr02sc€@jfpr.gov.br
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interrogatório - Autos nf' 2004.70.00.043116-0


Data: 19, 20 e 21/01/2005.

159
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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' VARA FEDERAL CR|M|NAL DE CuR|Y|aA

lnterrogadoz-Veja, a minha relação e de simplesmente de responsabilidade com o Eduardo e


com os carros que tinha lá. Tamo é que nessa cana que deve estar aqui, que não foi apresentada,
U-J`-bJ\)›-

está todo 0 explicativo lá desse Sérgio Rodrigues aonde ele se responsabiliza. Eu só assumi isso
daí por que? Eu podei dinheiro para acertar negócio de imposto de precatório porque eu tinha
que colocar por causa do Eduardo...
Juiz Federalz- Quem é que investiu na empresa? Foi o Albertini ou foi o senhor?
interrogado:-Não. Uma pane fui eu. Na verdade a maior parte foi o Sérgio Rodrigues.
Juiz Federalz- Quando ela começou, que entrou 0 Albertini, o Albenini tinha capital?
\OO0\IO\

lnterrogado:-Não, nada.
10 Juiz Federalz- Por que é que ele foi convidado para trabalhar na empresa?
ll lnterrogado:-Foi convidado porque esse Sérgio Rodrigues não podia colocar a empresa no
l2 nome dele porque estava se separando da mulher. Só isso.
13 Juiz Federal:- Como é que esse Sérgio Rodrigues chegou até o Albertini?
14 Interrogado:-Pelo Roberto Siqueira.
15 Juiz Federal:- E o senhor foi consultado na epoca?
ló lnterrogado:-Fui.
l7 .luiz Federal:- Por que o senhor foi consultado?
l8 lnterrogado:-Porque o Eduardo tudo o que vai fazer pergunta para mim se achava que era born,
l9 se achava que era ruim.
20 Juiz FederaI:- Mas o senhor autorizou o Eduardo, ou autorizou os outros a procurarem o
21 Eduardo?
22 lnterrogado:-Não, não, não. Eles são, eram conhecidos entre si. Eu não autorizei ninguem. O
23 Eduardo que simplesmente foi perguntar para mim o que eu achava. Eu falei para ele, que se
24 fosse tocado, que achava ótimo. Que empresa era limpa, a empresa era nova e que era ótimo.
25 Juiz Federalz- O senhor depois trabalhou então para liberar esses carros?
26 interrogado:-Trabalhei para liberar dois carros.
27 .luiz Fcderal:- E qual que era o seu interesse nisso?
28 lnterrogado:-Pegar 0 dinheiro para pagar, para me ressarcir do que eu tinha emprestado para
29 pagar os precatórios na Receita Estadual. Que eles compraram precatórios, compraram com
30 cheque do Eduardo, pagaram o cheque e os outros três não pagaram.
31 Juiz FederaI:- Quem comprou precatório?
L.)
lnterrogado:-Sergio Rodrigues.
tu Juiz Federalz- Com cheque de?
t..›
lnterrogado:-Do Eduardo. Antônio Eduardo.
LN Juiz FederaI:- E o cheque era sem fundo, o quê que foi? De quem que era esse dinheiro?
interrogado:-O dinheiro era deles, da empresa. Só que eles pagaram o primeiro e ficaram sem
\O<›0\10'\U-£=~L.1ס

t,›


dinheiro para pagar os outros cheques porque eles não tinham vendido os carros. E ai estavam
uz
sem dinheiro e deixaram o primeiro cheque dele voltar e ele ficou desesperado e veio falar
ua
comigo.
40 .luiz Federalz- E daí por que o senhor pagou esse dinheiro lá?
41 Interrogado:-Emprestei para ele.
42 Juiz Federal:- Para ele quem?
43 lnterrogado:-Para ele, Eduardo, para que pagasse os cheques dele e depois eles pagariam. E ele
44 devolveria o dinheiro para tim, com os carros que fossem vendidos.
45 .luiz Federal:- Esse dia g a ui em negrito.

85
Av. ANITA GAfitaALD|. SSS, 2° ANDAR u›=u¬r|aAlF'R, 8 O rá O'I80-TEL(4|l3|3'45Il E3l3*45I /FA×3I3-4505
sn: PARA ccms \.fA ¡=nocEssuA|_zivwt-1.]fpr.gov.prI E-MA/L: pr:t:l:›cr0Zsec@;fpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 108

intezmgztúrio - Autos n° 2004.70.00.043116-0


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160
Data; 19, 20 e 21/01/2005. ~
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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo .Ju|:›|‹:|ÁR|A Do PARANÁ
2^ VARA FEDERAL CRiMiNA\. os Cumflea

lnterrogado:-A empresa tinha passado, tinham cassado sei lá, o CNPJ dele, sei lá o que que
tinha, e eles não estavam conseguindo retomar a empresa para poder vender os carros. E ele
LI-lšb-I\)›-'

estava me passando e eu queria que liberasse, para liberar esse carro ai, que precisava do
dinheiro para pagar as coisas que eu tinha emprestado para vender essa Grand Caravan ai.
Juiz Federalz- Quem é que o senhor tem dentro da Receita?
lnterrogado:-Eu não tinha ninguém. Eu que perguntei se ele tinha alguém, não tinha ninguém.
Juiz Federalz- O senhor fala: “Não tem nenhum Deputado amigo nosso que tem alguma coisa?'°
lnterrogado:-Que tenha, que possa ajudar.
\O00\IO\

Juiz Federalz- “O Bertoldo tem, caralho. Eu tenho o Enio, também tenho, lá, puto. Oi, eu tenho
10 um cara lá.” Quem e' essa pessoa? Esse é o diálogo do senhor.
ll lnterrogado:-Que eu falei?
12 .luiz Federal:- Isso.
13 lnterrogado:-Eu não queria, eu falei que eu não queria queimar cartucho com ninguém lá, que
l4 eu não queria me meter na história, mas se tivesse que resolver, se eu tivesse que falar com
15 alguem para apressar o processo, eu falaria.
ló Juiz Federalz- Com quem o senhor tem relacionamento na Receita Federal, que o senhor iria
l7 falar?
l8 lnterrogado:-Não, eu iria falar através do Bertoldo, com uma pessoa chamada... como é? Que
l9 era o chefe de fiscalização...
20 Ministério Público Federalz- Nerci?
21 lnterrogadoz- Nerci, isso.
22 Juiz Federalz- O senhor falou com ele?
23 lnterrogado:-Não cheguei a falar.
24 .luiz Federalz- E o senhor teria outra pessoa lá?
25 lntcrrogadoz- Nâo.
26 Juiz Federalz- O senhor mesmo mencionou: “Eu tenho um cara.”
27 interrogado:-Justamente ele. Justamente ele que eu conhecia muito tempo atrás e que pediria
28 para ver o que estava acontecendo. Era só para liberar a documentação para poder a empresa
29 voltar a funcionar normalmente para poder vender o carro.
30 .luiz Fedcralz- “Eu tenho o Enio.” Quem que é Enio que o senhor mencionou nesse diálogo,
31 nesse momento?
1,:
Interrogado:-É o Enio Fomeia que e' amigo do... amigo desse...
t,›
Juiz Federal:- Mas esse Enio aqui não e' um outro? Não é alguém ligado a Receita?
L.:
lnterrogado:-Nâo, não. É o Enio que e amigo dessa pessoa da Receita.

\O<>0\|O\\J.¿:-L.zJ×›
.luiz Federalz- Como é o nome dessa pessoa da Receita?
L» lnterrogado:-Eu não lembro... ele é o chefe da Fiscalização. Nerci. Derci. Para falar a verdade
L.:
vi ele acho que duas vezes na minha vida.
L.)
Juiz Federal:- Essa empresa estaria sendo transferida nessa época para outras duas pessoas?
ua
lnterrogado:-Estaria sendo transferido, o Sérgio Rodrigues estaria transferindo ela...
40 Juiz Federalz- Eduardo Navarro e Modesto não sei o quê.
41 lnterrogadoa- lsso eu não sei. Isso era obrigatoriedade do coisa. do Sérgio Rodrigues transferir
42 essa empresa, transferir essa empresa para o nome de quem é que ele quisesse para tirar do nome
43 do Eduardo. Era isso que ele assinou o papel.
44 Juiz Federalz- Quem estava transferindo era o Roberto Siqueira.
45 lnterrogado:-Como é que e'?
46 Juiz Federal:- Pelos 'al gos captados quem estava transferindo era o Roberto Siqueira.

AV. ANITA GARIBALDI. BEE, 2° ANDAR. ÊZUHITIBA/PR. - YEL i4|l 313-45I I E BIS-45I2 FAX Bl 3-4505
s/rs PARA couíucn i=Roc:ssuAi_; www.jfpr.gov.pr I sw.:/L: prcti›cr02Set@lfPr.gov.hr
l
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 109

interrogatório- Autos n° 2004.70.00.043116-0 ¬‹2.'-'fi_`>* .

Data: 19, 2o e 21/ot/2005.

1* 16 1
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JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO .JUDICIÁRIA Do PARANÁ
2* VAHA FEDERAL CRIMINAL DE CunIYIsA

lnterrogado:-A pedido de Sérgio Rodrigues, que o contato com Sérgio Rodrigues era o Roberto
Siqueira. Eu tinha discutido com ele, junto com o Eduardo, e nessa época ele não cumpriu, que
foi cassada a procuração e foi dado para ele a data para não se entrar com uma execução contra
U-V-Lz›\›._.

ele e tudo, com o documento que ele tinha assinado porque ele estava deixando tudo em abeno.
E ai essa parte, dai para frente, de transferência, não era mais problema nosso. Simplesmente o
compromisso deles assinado que fariam isso daí.
\O00\10\
Juiz Federalz- Quem que eram essas pessoas: o Modesto e o
lnterrogado:-Sérgio Rodrigues. Sérgio Rodrigues.
.luiz Fcderalz- Mas quem eram as pessoas?
l0 lnterrogadoz- Não conheço.
ll Juiz Federal:- "Laranjas" tambem?
l2 interrogado:-Eu não conheço. Eu acredito que sim.
13 Juiz Federalz- Esse diálogo que o senhor tem com Roberto Siqueira, ao final o senhor fala que
14 está com a pessoa ali. Quem que e' essa pessoa?
li lnterrogadoz- (interrogado lendo baixo - inconipreensível) Aqui é uma conversa que eu não sei
16 o que é. (interrogado lendo baixo- imon1preensÍ\=eI) Ah, aonde eu estava pedindo o número do
l7 protocolo da Receita para passar para o Enio para ver para mim o que está acontecendo.
IS Juiz Federal:- O senhor menciona: “Já estou com a pessoa aqui.”
19 lnterrogado:-Ja estou com a pessoa.
20 Juiz Federalz- Era o Enio?
21 lnterrogado:-É o Enio Fomeia.
22 Juiz Federalz- Mas ele estava presente ali, fisicamente com 0 senhor, o que que era?
23 lnterrogado:-Não, eu acho que não. No momento que eu falei não. Eu ja estou com a pessoa
24 aqui, tipo: já estou com a pessoa que eu posso passar o protocolo. Não me lembro se eu estava
25 com ele pessoalmente.
26 Juiz Federalz- E esse Nerci tem alguma relação com o Enio ou com 0 senhor?
27 lnterrogado:-Não, comigo nada. Ele é amigo do Enio e simplesmente eu queria que ele me
28 acessasse, visse qual era o problema que 0 Roberto ficava falando que toda a semana estava
29 faltando um documento, que estava tudo certo, que estava tudo bem, que o Sérgio estava
30 mandando as coisas e que não acontecia. lsso aconteceu, esse diálogo aconteceu durante quase
31 três ou quatro meses aonde eu via que não se falava a verdade. Eu queria saber qual que era a
verdade da empresa.
Juiz Federal:- Mas esse Nerci deve favores para 0 Enio, ou fez alguma coisa para o Enio?
lnterrogado:-Não, não. É conhecido, é amigo dele, amigo pessoal.
L.›c,›t,àtz1u›l..›L››t...I
\Ooo\IO\uI-r-L..I×)
Juiz Federak- Esse outro diálogo aqui.
lnterrogado:-Isso, que eu conversei com ele, pedindo para ele ajudar.
Juiz Federalz- Esse é o Enio Forneia nesse diálogo?
lnterrogado:-É, é, é.
Ministério Público Federalz- É nesse diálogo que o senhor fala da °minha empresa”, o senhor se
40 refere a El Dourado como sendo iminha empresa”.
41 lnterrogadm- Onde e que está?
42 Ministério Público Federak- Se não for esse é outro diálogo. Nesse mesmo.
43 Juiz Federah- Não seria esse? O senhor pode responder?
44 lnterrogadoz- Sim. Eu falando com ele para que ele pudesse me dar uma ajuda para ver o que e'
45 que estava acontecendo ara se liberar a empresa lá dentro da Receita Federal. Ele disse para

‹z§>

AV. ANITA GARIBALDI. BEE. 2° ANDAR CURITIBA/PR. E0540-l BO - TEL (4|) 3|3>45l E 3I3-45%FA× 3|3-4505
I

.-
s/TE PARA co 'X5 uI.¬rA PROCESSUAL: \¡w\:.]fpr.gcIv.pr/
.
E¬›4A¡L. prcd›cr0Zse(@jfpr.gov.br
.
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 110

intermgatúrio - Autos n° 2004.10.00.043116-0


Data; 19. 2o e 21/o1/2005. ¿t...§.%,=1-- 4 *

162
*Ê 5235”

JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ
2' VAHA FEDERAL CmM|NA\_ oE CuRrr|aA

mim o que é que estava faltando no protocolo, que estava tudo certo. e não acontecia. E que
precisava liberar.
Juiz Federal:- O senhor fala que 0 carro era seu? “Preciso liberar um carro meu que está nessa
empresa."
lnterrogadoz-Isso, é a Grand Caravan. A Grand Caravan.
©OO\IÓ`\&/JãbJ\)›-›

Juiz Federalz- O carro era seu?


Interrogado:-O dinheiro era meu. O dinheiro era meu.
.luiz Federa|:- O dinheiro que foi comprado o carro era seu?
lnterrogadoz-Não.
10 .luiz Federalz- O quê que era então?
11 lntcrrogado:-O dinheiro que eu paguei os precatórios da Receita, que eu emprestei para o
12 Eduardo...
13 Juiz Federalz- Eu não entendi essa história do Precatório que o senhor não me contou inteiro. O
14 quê que era esse precatório que foi comprado pelo senhor.
15 lnterrogado:-Receita Federal. Eles deixaram de pagar algumas coisas na Receita Estadual. Eles
16 deixaram de pagar algumas coisas na Receita Estadual e fizeram contato com algumas pessoas e
17 comparam precatórios alimentícios para fazer um termo administrativo para que quitasse a
18 dívida deles na Receita Estadual. Eles compraram esse precatório.
19 .luiz FederaI:- Dívida do que? Da El Dourado?
20 lnterrogadoc-Da El Dourado. Da El Dourado. Compraram esse precatório para pagar em quatro
21 vezes e o Eduardo deu quatro cheques. Só pagaram 0 primeiro e os outros três não pagaram. E eu
22 acertei para o Eduardo e aonde, a hora que vendessem essa Caravan o dinheiro era meu. Foi isso.
23 .luiz FederaI:- Eu vou interromper aqui para trocar a fita.
24 2”fi1u
25 .luizFederalz- Tem um diálogo entre, seguindo aqui 0 depoimento do senhor Antônio Celso
26 Garcia, tem depoimento, um diálogo entre Roberto Siqueira e o Albertini, se o senhor conhece
27 ou não, mas 0 diálogo deles e mais ou menos no seguinte sentido: o Albertini fala: “Roberto,
28 você se tomou um estorvo, você se tomou um Rui, Roberto.” Dai: “Näo, eu não estou pedindo
29 nada para ninguém.” “Não, eu sei. Você não pediu, mas você se tomou Rui. Não nesse sentido
30 de você pedir. Você se tomou um Rui. Não precisa mais, sabe'?`* O Albertini estava nessa
31 empresa, não estava por conta do senhor, ele não era um "laranja" seu nessa empresa?
lnterrogado:-Não. Nessa empresa não. Não senhor.
Juiz Federalz- Em todo o momento que ele se manifesta nesses diálogos é no sentido de que ele
fazia as coisas a seu...
u›t.1c,Jt..Ju.›t,.›t.zL,›
Interrogado:-Isso.
como seu empregado.
\OO¢\10\UJàL.J\›

.luiz Federalz-
1nterrogado:- Não. Como meu empregado não. Ele tinha, ele tinha... veja, tudo o que ele faz na
vida ela fala comigo. Agora, em relação a essa empresa é que eles deixaram ele na mão e não sei,
não tem os outros diálogos dele com o Sérgio aonde teve a briga com eles, aonde tem documento
40 que fala o por qué que aconteceu essa briga e por quê que eu tive que entrar nisso. Tive que
41 entrar por causa dele.
42 .luiz Federalz- O senhor entrou só por causa do Eduardo?
43 Interrogadm- Depois, depois que teve o rompimento. Seis meses depois que começou a
44 empresa, só por causa do Eduardo. Só por causa desse negócio de pagamento de impostos e que
45 estava deixando estou ar, as coisas estavam esourando. Só fizeram o REFIS porque eu entrei.
46 Eles só compraram e atórios rque eu entrei na história, podei advogado em cima, para que
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4235

Av. Amn Gmiaâwi. sas. 2° miga. cunrriaa/PR. so54o~|ao _ 15:. (41) 3|:af45| | E :ua-êsoa
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 111

rmêfwgatófio - Autos n° 2004.70.00.043116-0


nata; 19. 20 e 21/oi/2005.
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163
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JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO .JUD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' VARA FEDERAL CRrM|NA\. os Cumrisa

eles regularizassem a situação da empresa por causa do Eduardo. Só por isso. Tanto e que tem
um documento assinado pelo Sérgio Rodrigues onde se explica tudo isso. Eu até não sei porque
\JJ=u1×.¡›-

isso dai não está aindajuntado. Entendeu?


Juiz Federalz- O senhor leia esse diálogo.
Vozes ao fundo
Dr. Carlos Alberto Farracha:- O senhor quer que eu mande buscar esse documento, doutor?
\OOO\IO\
Juiz Federal:- Agora não.
lnterrogadoz- Qual diálogo?
Juiz Federal:- Esse acima aqui, que fala do Omega. Um diálogo do senhor com o Albertini.
10 lnterrogadoi- (interrogado lendo baixo- incompreensível) De carro que eles estavam vendendo
ll e não estavam pagando, estavam deixando as coisas, estavam deixando as contas da empresa
12 sem pagar, eles estavam vendendo. Eles, era o Sérgio Rodrigues que estavam vendendo carros
13 que tinha a empresa e não estavam botando dinheiro na empresa e o carro não estava em nome
14 da empresa, estava em nome de terceiros.
15 Ministério Público Federal:- É melhor puxar o microfone para frente para o senhor falar.
ló Juiz Federalz- Então o senhor repita essa resposta porque não deve ter sido gravado.
17 interrogado:-Ah. Era o diálogo que estava tendo que o Sérgio Rodrigues tinha carros em São
18 Paulo que ele pegava em trocas e estavam vendendo e estavam desviando dinheiro da empresa e
19 não estavam botando dinheiro para pagar as dividas da empresa. Era isso.
20 .luiz Federalz- E o que que e esse Ômega?
21 lnterrogado:-Eu não sei. Era um Ômega que eles tinha feito em trocas em São Paulo. Eu não
22 era parte dos negócios da empresa, 99%. Eu só cuidei de dois negócios da empresa: da Grand
23 Caravan e do Porsche que estava apreendido fora do Brasil porque estava faltando pagar 10 mil
24 dólares que Sérgio Rodrigues não tinha pago o carro e o exponador lá não tava liberando o carro
25 para a empresa.
26 Juiz Federalz- Quem e' que Valter que o senhor fala. que os senhores falam no diálogo com
27 freqüência?
28 lnterrogado:-Valter é uma pessoa que assessorava o Roberto e o Sergio Rodrigues.
29 Juiz Federalz- Como é o nome dele?
30 lnterrogado:-Valter. Não tenho idéia.
31 Juiz Federal:- O senhor conhece ele pessoalmente? O quê que ele é? É contador? O que que ele
L,.› \)
é?
ua uz
lnterrogado:-Vi duas vezes. Não, ele é... eu não sei, ele falava que ele era advogado.
U)
U4;
Ministério Público Federalz- Não e fiscal da Receita Estadual?
Interrogado:-Da Receita Estadual?
r\i¡n¡s:ér¡‹› Público Feúerzrz- É.
t.›u.›L.›t.,›u.›

lnterrogadoz- Não. Que eu saiba. não. Ele trabalhava em Londrina. Ele trabalhava em Londrina
e era... eu não sei se Fiscal da Receita Estadual ou trabalhava com alguma coisa com federal. Ele
\000\|O\

estava licenciado, fazia dois anos, que estava acabando Direito, estava fazendo isso. Na verdade
40 ele tinha um escritório junto com uma menina que era advogada. que fazia as petições para ele.
41 Ele falava como advogado.
42 Ministério Público Federalz- Mas ele não assinava as coisas?
43 lnterrogadoz- Eu acho que não. Eu acho que quem assinava era uma menina que ele tinha. Ele é
44 amigo do Roberto. desse Sérgio Rodrigues. Eu conheci através deles.
45 Ministério Público ederalf- O senhor tem o telefone? Falou com ele alguma vez?
46 lnterrogadoz- Co ele no telefone?

Av. Astra GAmaAL|:|.


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885. 2” A›`|:›Afl. Cum¬r|aAIPR. 505110450 « YEL (41) 3|3~45l E 3I3›45t I
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2 I FA× 3|3~4505
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164
JUSTIÇA FEDERAL
st-:ÇÃO uuc›|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' VAHA FEDERAL CR|M|NA\. DE Cumriaa

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Ministério Público Federalz- É.
interrogado:-Devo ter falado uma ou duas vezes.
Ministério Público Federala- E tem onde localizar esse telefone dele?
Vozes uofimdo
LI‹|`-14.1

lnterrogado:-Tem?
Juiz Federalz- Quem que é Wilson que também fala nos diálogos, que seria contador?
lnterrogadoz- Deve ser esse sócio do Ronaldo ai.
Juiz Federal:- Como é o nome dele?
\OOO\IO\

lnterrogado:-Do Ronaldo?
10 Juiz Federal:- Do Wilson.
ll interrogado:-Não sei.
12 .luiz Fcderalz- Esse Wilson foi o mesmo que foi contador no Consórcio Garibalddi?
13 lnterrogado:-Pelo que eu sei eu acho que é. Eu conheço o Ronaldo.
14 Juiz FederaI:- O Wilson o senhor não conhece?
15 lnterrogadoz- Conheço muito pouco.
16 Juiz FederaI:- Esse diálogo do senhor aqui em negrito com o senhor Malucelli.
17 lnterrogado:- (lnlerrogado lendo baixo - ínconrpreensivel)
18 Juiz Federalz- Fala em inossos carrosi. O que ele quis dizer quando ele fala °nossos carros°? O
19 qué que é esse diálogo?
20 lnterrogadoz- Era um... como é que chama, um carrinho chamado Mini Cooper e uma Grand
21 Caravan que era da minha esposa.
22 Juiz Federalz- Mas de quem e' que são esses carros? Da El Dourado. da Auto News, o quê que
23 era?
24 lnterrogado:-Não, particular meu e do Sérgio.
25 Juiz FederaI:- “Não vendeu nada no mês passado.É, ali quem é que tinha que fazer alguma
26 coisa era o pessoal que te conhecia. O resto ninguem vai lá. E tem aquele... não sei o que do
27 Alberto. E daí não comprou mais carro nenhum, Tony, só aqueles carros nossos e alguns do
23 Alberto. É, e dois que ele pegou em consignação.” Teve carros que o senhor passou para a Auto
29 News para vender, ou para a El Dourado?
30 Interrogadoz- Todos os carros que eu pegava, qualquer negócio que eu fazia tinha carro eu
31 deixava lá para vender. Todos os carros eu deixava lá para vender.
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Juiz Federalr- l\flas o senhor importava carros, como é que o senhor adquiria esses carros?
LJJ DJ
lnterrogado:-Não, era carro, eram carros usados. Não eram carros novos. Esse era um carro.
L.)
uma Mini Cooper e uma Grand Cravan que foi da minha mulher que estava na loja para vender.
L.:
Juiz Federal:- O que foi esse problema da El Dourado na Receita Estadual e que houve
L,.›
provocação do Geraldo Veloso?
lnterrogadoz- O processo administrativo.O processo administrativo que tinha que andar, com a
\O<>‹J\|O'\U-¡`-

L.)


compra dos precatórios tinha que andar para dar quitação, para poder sair, para autorizar a
L.:
autorização da empresa.
40 .luiz Federalz- Quem que e Geraldo Veloso, o senhor conhece?
41 lnterrogado:-Conheço. É um fiscal da Receita. amigo do Roberto e do Sérgio Rodrigues.
42 Juiz Fcderah- E qual foi a participação dele nisso? Esse processo era o quê? Um processo
43 administrativo de dívidajunto à Receita Estadual?
44 lnterrogado:-E.
45 Juiz Federak- Da El Dourado?
46 lnterrogadoz- Da El Dour
Éh
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Av ANITA GAH\BA\.D| . . 555 .


2" ANDAR Cua 'HEAIPR 50540-ISO - TE |4|l 313 451 E 3I3~4
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I 2 I FA× 31344508
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 113

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Interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0
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Data; ie. zo E 21/ouzooõ.

.JusT|çA FEDERAL.
SEÇÃO .JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2* VAHA FEDERAL cnmmac os Cunmsn

Juiz Federal:- E foi pago através de Precatório?


lntcrrogado:-Precatórios.
UJ`-1‹J\››-

Ministério Público Federalz- Precatórios de qué empresa?


lnterrogado:-Não tenho idéia. Foram comprados precatórios alimentícios de uma empresa. Eu
sei até a pessoa que eles compraram porque até depois os três cheques que o Eduardo deu e teve
que pagar, foi para essa empresa que eles compraram precatório.
Ministério Público Federal:- E qual foi a empresa?
lnterrogadoz- Quem foi o corretor foi o como é? Augusto Alves Meyer que tinha esse
\OOO\IO\

precatório que fez negociação com eles desses precatórios, que eu acho que era alimentício, sei
l0 lá o quê, que estava lá no processo da Receita. Que foi colocado lá e foi para o processo
ll administrativo para quitar a divida com o ICMS. Segundo eles, estava quitado.
l2 Juiz Federal:- Dá para entender que houve um lançamento fiscal contra... um diálogo aqui do
l3 Alberto Siqueira: “Falei com um amigo meu la dentro. Roberto o seguinte, eles querem pegar o
14 Salada.” Salada é o Malucelli?
li lnterrogado:-Sérgio Malucelli.
ló Juiz Federalz- “Colocaram o Salada do telefone e o Salada falou que o carro era dele. então eles
l7 acharam que a El Dourado é uma do Salada.”
"laranja"
l8 interrogado:-Isso. Esse foi um diálogo que teve quando apreenderam o caminhão quando eles
l9 venderam essa Grand Caravan para São Paulo. Ele vendeu essa Grand Caravan para São Paulo,
20 tava indo para... junto com o carro do Sérgio que ele tinha vendido também, foi apreendido pela
21 Receita Estadual e quando foi apreendido esse carro, o fiscal, 0 cara do caminhão tinha pego esse
22 carro na Auto News e ai ligou uma pessoa da Receita para o Sergio Malucelli e ele falou que ele
23 tinha vendido o cano através da Auto News e que tava indo para São Paulo. Ele tinha vendido
24 para uma pessoa chamada Marcel Figuer, essa Grand Caravan que tava aí. Que até...
25 .luiz FederaI:- Foi aquela mesma Grand Caravan que...
26 lnterrogadot- É a mesma Grand Caravan porque ela veio na importação, ela veio branca, esse
27 cara comprou, pediu para pintar ela de preta, foi feito nota fiscal da pintura dela, foi feita a
28 mudança para o DETRAN fazer o emplacamento, só que ele pediu para que emplacassem em
29 São Paulo e esse carro estavam viajando e foram presos no posto da Receita Estadual.
30 Juiz Federalz- Ficaram apreendidos?
31 lnterrogado:-Ficaram apreendidos.
t,.›
.luiz Federalz- E foi conseguido a liberação?
ba
lnterrogadot-Não, ficou apreendido só o coisa. Ficou apreendido só a Grand Caravan. O outro
L.:
carro tinha documento nomial, tinha tudo, foi embora.
tz:
\Ooo\|O\u-Le-L.1×›
.luiz Federal:- E a Grand Caravan terminou por ser
Li»
lnterrogado:-Apreendida pela...
ua
.luiz Federal:- E foi no final liberada?
t.,.›
lnterrogado:-Não. Era justamente nesses diálogos que estavam se precisar a empresa. Todos
ua
esses diálogos ai era para se liberar isso, para se liberar esse único carro que tinha a empresa.
40 Juiz Federal:- E qual que é a participação do Geraldo Veloso nesse processo administrativo?
41 lnterrogadoz- Não tenho nem idéia.
42 Juiz Federalz- Tem uma discussão aqui, uma conversa do senhor e o Roberto Siqueira.
43 (interrogado le/1:10 baixo- incompreerisível)
44 Federah- Em
.luiz que ele fala que o Geraldo Veloso está tentando morder
45 interrogado:-Uma grana.
46 Juiz Federal:- Esse dialog
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om o senhor?
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Av. ANNA GAmaAL:›|. 855, 2" ANDAR. Cufitrltaix/PR. E0540-I 56 - TEL l4|) 3|3~45| I E 3I3›45 I/¡Í! Fax 3|3-4508
5/rs :Ami consumir s=nc›cEssuAi_z\~'w\-:.1fpr.gov.pr/ E-Mam; prcti›cr02se‹@)fpr.gov.br
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 114

Interrogatúrio - Autos n° 2004.70.00.043116-0 “'*


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Data: 19, 20 e 21/01/2005. _


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JUSTIÇA FEDERAL
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SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ


2' Vain Fzoznâu cniMi›iAi_ os Cuairisà

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lnterrogado:-Ahã.
Juiz Federal:- Esse carro está até hoje apreendido na Receita Estadual?
lnterrogadoz- Está.
.luiz Federal:- O senhor tem interesse na liberação desse veiculo?
lnterrogado:-Claro.
\OO0\lO'\U›J`-ba

Juiz Federal:- E foi feita alguma especie de acerto ou conversação sobre um aceno com esse
Geraldo Veloso?
lnterrogado:-Não. Comigo não. Nunca falei com ele, isso aqui era conversa do Roberto. Tanto
é que está aqui, ainda pergunto para ele: “Mas ele abriu coisa contra você?" Entendeu? Porque
10 ele fala que aberto, que ele estava segurando coisa da El Dourado. Que estava segurando coisa
ll da El Dourado eu não sei 0 quê que era. Quem fazia as coisas era Roberto Siqueira, junto com o
12 Sérgio. O Roberto era preposto do Sérgio Rodrigues aqui em Curitiba de ver esse negócio da
13 Receita. Tanto é que eles estiveram junto com esse Veloso. tiveram várias reuniões quando eles
14 fizeram o negócio do precatório. Que acho que orientou até fazer para quitar essa dívida, foi esse
15 Veloso que assessorou eles como fazer a compra dos precatórios e levar para a pessoa para eles
16 quitarem isso daí. Eu nunca participei dessa compra de precatório, eu nunca participei desses
17 acertos de REFIS, eu nunca participei da empresa em si em nada. Sete meses eu deixei dois
18 carros meus que ficaram lá. Com o dinheiro foi com comprado e movimentado. Depois de sete
19 meses eu me retirei e peguei um documento aonde a responsabilidade era toda desse Sérgio
20 Rodrigues aí. Nunca mais vi nada dessa empresa. Só entrei depois de novo para fazer a liberação
21 Juiz F ederalz- Até quando o senhor foi preso a Grand Caravan estava apreendida ainda?
22 lnterrogado:-Tá. Eu acho que continua aidna.
23 Juiz Federalz- E foi pago alguma coisa para esse Veloso que houve encontros desse Veloso com
24 o Roberto Siqueira?
25 lnterrogado:-Não tenho idéia.
26 Juiz Federal:- O senhor Roberto não lhe falou nada?
27 lnterrogadoz- Não. Do meu bolso não saiu nada para ninguem para nada disso dai. Tanto é que
28 eu nem sabia que tinha que tinha alguma coisa que estava segurando de El Dourado que tá aí. Ele
29 me falou que era coisa para mim... era conversa deles, eu não tinha nem idéia do que eles faziam.
30 Porque quem que na verdade tocava a empresa era o Sérgio Rodrigues e aqui quem cuidava
31 disso daí era 0 Roberto Siqueira.
Lu Juiz Federal:- Perguntas pela acusação?
L.:
Ministério Público Federalz- Teve uma reunião do Roberto Siqueira, Geraldo Veloso e mais
ua
um assessor do Requião chamado Beto, no Country Club. O senhor ouviu essa, soube dessa
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reunião que tiveram?
L.:
lnterrogadoz- Soube na Policia Federal quando o Farraclia me contou que teriam fotografias que
L.:
eu estaria junto. Eu falei para ele que se tivesse podia me deixar para o resto da vida lá. que eu
L.:
nunca tive reunião com eles, nunca tive nada.
Lu Ministério Público Federalz- Que eu me recorde o senhor não estava presente nessa reunião.
40 lntcrrogado:-Não, eu não estava presente. Eu nunca estive presente em nada disso. Agora, o
41 Veloso é amigo do Roberto Siqueira e do Sergio Rodrigues há muito tempo. Há muito tempo. Há
42 mais de IO anos eles são amigos. Amigos particulares, não tem nada a ver com empresa. Para
43 falar a verdade, não tenho nada com o Veloso, não tem nenhum diálogo meu com o Veloso,
44 nunca falei com o Veloso a não ser =Bom dia” ou *Boa tarde* alguma vez. Se eu encontrar com
45 ele na rua não sei quem
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Av. Amir; GAmsAi_Di. 555, 2 ÀNDAR. CuRirisA/PR. 80540-ISO - TEL t4|l 3|3-451 E 3l3¬/ 5|2
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 115

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167
JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO .JuD|c|ÁRiA Do PARANÁ
2* Vain FEDEHAL CRiMi~Ai_ os cunmaa
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Ministério Público Federal:- Pois e, como disse o Doutor Sérgio Moro, em outubro, setembro,
outubro, novembro, o senhor participava, os diálogos levam a crer que o senhor participava
ativamente da El Dourado resolvendo problema daqui, resolvendo problemas dali.
lnterrogadoz- Perfeitamente. Específico de dois.
Ministério Público Federalz- Tanto que o senhor fala com Enio Fomeia, em diálogo de 14.10
do ano passado, 0 senhor fala o provável nome do fiscal que ele deveria falar, que o Enio Forneia
\OO0\lO\k/i-P-L.:

deveria falar, seria o Nerci. Depois o senhor fala para ele assim, ele pergunta aonde e que ele tem
que passar, ele pergunta: “E o problema é da tua empresa é aí mesmo?" Aí o senhor fala: “É da
minha empresa mesmo.”
10 Interrogado:- Eu falei por força da expressão até porque eu estava lidando com a coisa e a partir
ll do momento que eu estava lidando com a coisa eu falei realmente. Eu estava lidando com tudo.
12 Eu só queria liberar, eu queria liberar a Grand Caravan. Era o único problema que eu tinha com a
13 empresa, era liberar essa Grand Caravan para poder, que tinha sido vendida, para pegar o
14 dinheiro de volta que eu tinha emprestado para o Eduardo, só. Era a única intenção minha, mais
15 nada. Eu queria, por isso que eu falo, esse documento está fazendo falta aí no processo. Esse
16 documento do Sérgio Rodrigues porque ali tem a data, tem tudo, feito ein cartório, onde deixa
17 claro o porquê do rompimento, o porquê de tudo.
18 Juiz Federalz- Como que esse veiculo. Grand Caravan, foi importado?
19 lnterrogado:- Foi importado pela El Dourado, nomtal. Acho eu.
20 Ministério Público Federal:- Isso que eu queria chegar, os veiculos.
21 Juiz FederaI:- Como é que eram pagas as importações no exterior?
22 lnterrogado:-Não tenho idéia. Nunca fiz nenhum pagamento no exterior de nenhum carro.
23 Juiz Federalz- Vou interromper aqui um minuto. Então a palavra para o Delegado.
24 Delegado da Policia Federa1:- SÓ alguns pontos aqui.
25 lnterrogadoz-Pois não.
26 Delegado da Polícia Federal:- Primeiramente com relação aos veiculos importados pela
27 empresa El Dourado, quais que de alguma maneira foram utilizados diretamente por voce, ou por
28 algum membro de sua família? Ainda que esteja em nome de outras pessoas, do Sergio
29 Malucelli, de outro? Quantos veículos importados pela El Dourado e quais veículos vocês
30 utilizaram?
31 lnterrogado:-Grand Caravan da minha esposa. Grand Caravan da minha esposa. Dois veículos,
uz
duas Grand Caravan.
L.:
Delegado da Policia Federalz- Apenas duas?
L.:
lnterrogado:-E utilizado pela coisa. pela El Dourado? Acho que sim. Duas Grand Caravan.
ba
Delegado da Policia Federal:- Algum veiculo em nome do Sergio Malucelli, que era de uso
particular do senhor?
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lnterrogado:- Não, tem a Grand Caravan. A Grand Caravan.
ua
Delegado da Polícia Federal:-Somente as duas?
ua
lnterrogadoz- É, que foi trocada. Tem uma que está ein nome da minha mulher e tem outra que
40 está no nome dele. A que está no iioine dele ficou para ele e a outra ficou para a minha mulher.
41 Delegado da Polícia Federalz- Sobre a participação de Nescao nos negócios da El Dourado,
42 inclusive em relação a venda ou importação dos veiculos, parece que ele tem uma empresa em
43 São Paulo?
44 lnterrogadoz- lsso.
45 Delegado da Policia Federal' nome da empresa o senhor se recorda?
46 Interrogadoz- Biscayne. Bis _
.

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Av. Auira GAniaALi:›i, 558. 2" ANDAR, CURITIÉA/PR. 50540-ISO - TEL l4|l 313-451 I E 3|3-4512 / Fax 313-4505
sir: :Asa cousuuu Lwocsssuacz www.1fpr.gov.pr/ E-MA/L: prct*l›f:r0Zsec@1fpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 116

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Data: 19, 20 e 21/01/2005. z

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JUSTIÇA FEDERAL
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2' VARA FEDERAL CmM|NAL DE Cumfian

Delegado da Polícia Federal:-Qual era a participação dele?


Interrogadoz- Dele, total com Sérgio Rodrigues. Eles que compravam todos os carros, eles que
traziam todos os carros, eles que pagavam todos os carros.
Juiz Federalz- Só para esclarecer, quem que é Nescao?
\{Ê0°\IO'\'JJLLzJ\)--

Interrogado:-Esse dono dessa empresa chamada Biscayne.


Juiz Federalz- O nome dele?
Interrogado:-Não sei, Nescao que eu conheço. Não conheço ele pessoalmente. Esse era o
contato, esse era o contato...
Dr. Figueiredo Basto:- Quem que mantinha contato com o Nescao aqui em Curitiba? Alguém
10 tinha que manter um contato com ele? O Albertini, o Roberto, alguém tinha que conhecer ele.
11 lnterrogadoz- Conhece, o Sérgio Rodrigues.
12 Dr. Antonio Augusto Figueiredo Bastoz- Aqui de Curitiba, 0 Roberto Siqueira conhecia ele?
13 Interrogadoz- O Roberto Siqueira acho que conhece ele. Quase certeza que conhece ele, acho.
14 Agora, o Eduardo Albertini esteve lá na loja conversou com o sócio dele lá, Marcos, alguma
15 coisa assim. Tem uma loja na Avenida Europa, tudo. Porque todos os negócios da El Dourado
16 que foram feitos, todos os carros que foram feitos no começo, ele importava através da El
17 Douradojunto com o Sérgio Rodrigues.
18 Juiz Federal:- Ele quem?
19 lnterrogadoz- Ele, Nescao, e 99% dos carros da El Dourado foi ele que vendeu na loja dele e
20 que mandou o dinheiro para comprar os carrosjunto com o Sérgio Rodrigues.
21 Delegado da Polícia FederaI:- Os veiculos que o senhor adquiriu, ou a sua esposa, esses
22 veiculos importados pela El Dourado, como foi feito o pagamento desses veiculos? Bom,
23 inicialmente, para quem, como é que foi feito o pagamento desse veiculo, se e' que foi feito o
24 pagamento desse veiculo, se é que foi feito pagamento?
25 lnterrogadoz- Não foi feito, pagamento. Uma Grand Caravan, quando foi rompido o acordo, ele
26 me devolveu do carro que tinha deixado no início da empresa.
27 Delegado da Polícia Federal:-O veiculo adquirido pela Priscila., que está em nome da Priscila?
28 lnterrogado:- É, é esse. Esse carro que ele me deu, que ele me deu da El Dourado, foi direto pra
29 ela.
Juiz Federal:- Quem deu para o senhor esse carro?
›L.àt..vL.›
Interrogado:-O Sérgio Rodrigues.
Juiz Federalz- Ele lhe passou?
-'×J--O

Interrogado:-Ele passou direto da El Dourado, passou direto pra...


Juiz FederaI:- E por que 0 senhor não pagou?
bau

L.:
Interrogadoz- Não, porque ele estava me devolvendo porque eu estava saindo do meu capital
L.)
\O0O\|0\U-Lt.
que eu botei no início. Eu sai, depois desse documento feito eu saí da empresa. Eu saí de tudo.
L» Eu não queria mais a partir do momento que se descobriu a divida que ele tinha com a Receita
1.;
Federal e com a Receita Estadual. Receita não, pagamentos de impostos. tributos federais.
ua
Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto: Então antes 0 senhor estava na empresa?
40 lnterrogadm- Tava na empresa desse jeito que eu falei: tinha participação dos carros que eu
41 coloquei, o Eduardo tinha 10%, 0 Roberto teria 20%, e o Sergio 0 resto. Do lucro, desses carros
42 que fossem trazidos, nós teriamos a coisa dividida dessa maneira.
43 Juiz Federal:- Nós quem?
44 interrogado:-Sergio Rodrigu o Roberto, o Eduardo e eu.

94
Av. AN|¬rA GAR|aAL|:›|. 555, 2' ANDAR. CuR|T|sA/PR. 50540-I BO - far. (41) 313-45! I E 3! -45 I 2 I FAX 3I3f4508
sfrs s›A›u co›‹su\_¬rA PRoc:ssuA\_z\ww1.)lpr.gov.pr/ E-MA/L: prctbcr02sec@lÍ .gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 117

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interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0
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Data: 19, 20 e 21/01/2005.

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JUSTIÇA FEDERAL
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Delegado da Polícia Federala- Quanto o senhor chegou a receber, no total, com o negócio com
a El Dourado? O investimento que o senhor fez, teve o retomo? Quanto o senhor chegou a
U...

auferir com isso?


L/-l`-ua
Interrogadoz- Pelo contrário, estava tentando buscar através dessa Grand Caravan para pagar
ainda a diferença desse negócio dos tributos que eu paguei para o Eduardo, que eles não
pagaram, que eles assumiram e não pagaram.
Delegado da Polícia Federal:-Em relação... só uma questão referente a El Dourado, parece que
o Eduardo, conforme o senhor já afirmou aqui, ele tinha instalação na Auto News, na Dani Car.
\900\10\

Onde despachava lá.


ele trabalhava,
10 lnterrogadoz- Que despachava lá, isso.
11 Delegado da Polícia Federal:-Houve algum episódio envolvendo interceptação, grampo ilegal,
12 clandestino? É do seu conhecimento isso?
13 Interrogadoz- Não. Lá dentro da coisa não. Não tenho idéia.
14 Delegado da Policia Federal:-Que havia sido instalado algum aparelho de interceptação
15 clandestinamente? Isso é do seu conhecimento?
16 lnterrogadoz- Não. Aonde isso?
17 Delegado da Polícia Federal:-Aonde o Albertini trabalhava, na Auto News?
18 lnterrogadoz- Não, não tenho idéia.
19 Delegado da Polícia Federal:-É do seu conhecimento que o Eduardo Albertini tenha sido vitima
20 de algum grampo de tenha sido instalado na sala onde ele trabalhava na Auto News?
21 lnterrogadm- Não tenho idéia. Não tenho ideia.
22 Delegado da Polícia Federal:- Em relação a pessoas residentes no exterior que de alguma forma
23 auxiliavam a E1 Dourado na importação dos veiculos, além dos seus, como já foi mencionado,
24 alguém mais?
25 lnterrogadoz- Eu acho que tinha o Celso que era o importador e um alemão, um alemão que era
26 o contato deles na Europa.
27 Delegado da Polícia Federal:-Wolfang, é o nome dele?
28 lnterrogadoz- Como?
29 Delegado da Polícia Federal:-Wolfang.
30 lnterrogado:- Golfalng. lsso, isso. Que era a pessoa que era 0... acho que era o agente deles, o
31 comprador na Europa de carros para eles, junto com esse Celso que era o que tinha contato junto
\..›
com o Sérgio Rodrigues.
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Delegado da Polícia Federalz- Em relação a eventual participação, envolvimento do Sergio
ua
Malucelli nos negócios da El Dourado, inclusive em relação a fornecimento de conta bancária da
L.:
empresa para recebimento de pagamentos? Sabe qual o envolvimento do Sergio Malucelli e da
empresa Dani Car com a El Dourado?
\Oo0\¡c7\u-lèuau

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lnterrogadoz- A venda de alguns carros da El Dourado era feita pela empresa do Sérgio. Eram
L.:
trazidos para cá e ele vendia os carros aqui. Tanto e que essa Grand Caravan quem vendeu foi
ua
ele,quem vendeu foi ele para outras pessoas.
40 Delegado da Polícia Federal:-Mas aí era utilizada a conta bancária para recebimento dos
41 pagamentos do próprio Sergio Malucelli ou da empresa Dani Car?
42 lnterrogadoz- Eu não tenho idéia, mas eu acho que o que era dele, era dele; 0 que era vendido
43 pela empresa, que era carro da El Dourado, que simplesmente consignado, que estava para
44 vender, era da El Dourado. Eu não tenho conhecimento se era usado conta dele. Alguma coisa
45 específica?

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Av. AN|¬rA GAR|EALD|. E155. 2" ANDAR. uR|¬r|sA/FR. E0540-ISO - Tai. 141) 3|3-451 E 3|3-4512
l I Fax 313-4505
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 118

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Delegado da Polícia Federal:-Porque já colhemos alguns elementos no sentido de que a conta
bancária da Dani Car estava sendo utilizada para recebimento de pagamento de veiculos
importados pela El Dourado. Então eu quero saber o que você sabe da movimentação de dinheiro
da El Dourado pelas contas da Dani Car, ou do Sérgio Malucelli? Ou do envolvimento dele com
os negócios da El Dourado.
\OO0\IÓ\U|J>bJ

lnterrogadoz- Não, o negócio era simplesmente a venda dos carros que o El Dourado trazia e
colocava na loja dele para ele vender. Era esse o envolvimento. O contato dele direto dos carros
que entravam lá era com o Sérgio Rodrigues e com o Roberto Siqueira, os carros que entraram
lá, todos os carros que entraram. Que, se eu não me engano, foram, cinco carros que tiveram aí
10 para ele vender e desses carros, algum desses carros ele ficou para ele pessoalmente como caso
ll de um can'inho Mini Cooper que ele ficou, o outro ele teria vendido para aquele Leão, Técnico
12 de Futebol. E é isso dai que eu sei. Agora, se teve envolvimento de conta dele, eu não sei.
13 Delegado da Polícia Federalz- E a respeito de uma suposta reunião que teria ocorrido no seu
14 escritório na Carlos de Carvalho, onde estariam presentes o senhor, esse Valterlei, ou Valter, os
15 contadores: Wilson, Ronaldo, para resolver questão afeta a El Dourado, especificamente no que
16 conceme a problemas tributários, Imposto de Renda, precatórios, etc. Houve essa reunião? O que
17 foi discutido na oportunidade?
18 lnterrogadoa- No meu escritório com esses contadores não. Eu tive presente, não. Até pode ter
19 tido no meu escritório, pode ter sido levado lá pelo Roberto. Mas na minha presença de
20 conversar isso dai, não.
21 Juiz Federal:- Para esclarecer, quem importava os carros da El Dourado era esse Sérgio
22 Rodrigues?
23 lnterrogado:-Sérgio Rodrigues.
24 Juiz Federalz- Mas ele e de São Paulo?
25 lnterrogadoz- Ele é do Rio de Janeiro.
26 Juiz Federalz- E ele mandava os veículos para Curitiba, para o Paraná, para vender?
27 lnterrogado:-Mandava para ca, mandava para São Paulo, mandava para Belo Horizonte,
28 mandava para o Rio de Janeiro e mandava para o Brasil inteiro.
29 Juiz Federalz- E quando ele mandava para cá ele mandava para onde?
30 lnterrogado:-Para o Sérgio Malucelli, para a loja.
31 Juiz Federalz- Para a Auto News?
L.)

lnterrogado:-Auto News.
ua DJ
.luiz Federal:- E se a Auto News vendesse esses carros, qual que era o lucro?
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lnterrogado:-Tinha participação, tinha o carro. Como se fosse distribuidora, dava o carro, 0
L.:
preço da imponação onde teria o lucro dele já e o Sergio colocaria o preço em cima do que
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tivesse...
Ca
Juiz Federalz- E qual era o seu lucro nesse negócio? Por que o senhor entrou nesse negócio?
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L.:
lnterrogado:-Era para ser, ora era para ser o que fosse apurado, dividiria entre as partes, de 20%
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para um e 10% para outro e o resto dividiriam igualmente.
40 Juiz Federalz- Do lucro total?
41 lnterrogado:-Do lucro dos carros, e.
42 Juiz Federalz- De tudo o que o Sérgio Rodrigues importasse para a El Dourado?
43 lnterrogado:-De tudo não, dos carros que nós trouxéssemos para a El Dourado. Nós, nós. Que
44 nos investíssemos. Esses carros que ele trouxe para o Nescao, por exemplo, ele diz que ele não
45 ganhou um tostão, que ele ó trouxe porque ele tinha uns LCVMS que eram coisa, uma
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46 obrigatoriedade que se tem e custa caro para se der esses documentos de imp que ele

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Av. ANWA GAmaALD|. ESB. 2° ANDAR CUIÍTIEAIPR, 50540-150 - YEL (41) 313-45| I E 3|3f45~(2 / FAX 313-4505
511: PARA consuu' 1
PROCESSUAL: ww›~1.jfpr.gov.pr/ Ef/«A/L: prctb€r025e1:@]fpr.gov.br
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 119

Interrogatúrio - Autos n° 2004.70.00.043116-0 z-‹2`Í',/'.*" ..

D.-nz; 19, 2o e 21/01/2005.


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teria que documentos registrados na Receita para poder trazer os carros. E ele fomecia
ter esses
isso para esse Nescao, traria, para que a empresa ficasse cadastrada para poder imponar todos os
tipos de carros.
Mas 0 senhor
-Lts;

Juiz Federalz- colocaria carros na El Dourado para a El Dourado vender? Eu não


entendi.
lnterrogadm- Não, não.
\OOO\]O'\U
Juiz Federalz- O senhor fale no microfone.
lnterrogado:-Quando nós fizemos a El Dourado, duas vezes, dois carros eu coloquei como
capital na El Dourado, para fazer. para que vendesse esses carros, apurasse o dinheiro e
10 começaria a importação dos veículos. Foi isso que foi feito no início. lsso ficou assim, Doutor
11 Sérgio, uns seis meses, sete meses, até que começou a se vender carro atraves de São Paulo para
12 esse Nescao, aonde a empresa não ganhava nada. E um carro atrás do outro. Era carro para .lose
13 Emiínio de Morais, para Paulo Maluf... que eles começaram a vender. Nescao e Sérgio
14 Rodrigues que começaram a vender. E esse dinheiro começou a não entrar na empresa. Quem
15 falou isso para mim foi 0 Eduardo: “Eu não estou ganhando nada, estão emitindo um monte de
16 nota, estão fazendo um monte de coisas, eu não sei se estão pagando impostos, eu não sei se
17 estão fazendo tudo ceno, porque esses carros estão saindo, estão sendo faturados. E isso esta
18 acontecendo e não está entrando dinheiro.”
19 Juiz Federalz- Mas eles estavam importando esses carros com qual capital?
20 lnterrogado:- Com capital do Nescao e do Sérgio Rodrigues.
21 .luiz Federalz- E o seu capital? O senhor disse que colocou dois carros la.
22 interrogado:-Perfeito.
23 Juiz Federah- Só isso?
24 lnterrogado:-Só.
25 Juiz Federal:- E o Sérgio Malucelli?
26 lnterrogadoz- O Sérgio Malucelli na verdade colocou um carro, uma Mercedes S1., que ele
27 colocou 65.000 dólares, que foi pago, foi emprestado de um jogador que estava no Japão que
28 mandou 0 dinheiro para o Sérgio Rodrigues. Até o jogador chama-se, como é... Márcio Nobre,
29 foi esse que emprestou o dinheiro para uma Mercedes SL.
uz
Juiz Federalz- E o Roberto Siqueira, investiu quanto na empresa?
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lnterrogadoz- Nada.
L.:
Juiz Federalz- E o Albertini?
L» lnterrogadm- Zero. Zero. Era o trabalho dele, o Eduardo porque estava a empresa no nome
t,J
dele, trabalhava com a parte documental e o Roberto que até viajou duas vezes para fora. para o
exterior com o Sérgio Rodrigues.
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ua
Juiz Federala- E os veículos que o senhor pôs na empresa, o que aconteceu com eles?

lnterrogado:-Eu tirei, no rompimento eu peguei a Grand Caravan, ele me devolveu essa que
L.:
ficou depois para o nome da minha mulher, ele me devolveu essa Grand Caravan, assinou o
tn documento da responsabilidade de tudo e que passaria a empresa em três meses para 0 nome
40 dele, ou quem ele indicasse
41 Juiz Federalz- E o outro veículo?
42 lntcrr0gado:- Como?
43 Juiz Federal:- E o outro, porque o senhor falou que foram dois?
44 lnterrogadoz- Não, erajustamente. o dinheiro dessa Grand Caravan, o preço de venda dela daria
45 mais ou menos o que ele teria que me pagar porque teria dado prejuizo num outro carr ue ele
46 teria me comprado nas c ras que ele fazia. Ele me dava aquele carro..

971
Av. ANWA GAR|sALD|. 855, 2° ANDAR. jl.|R|TisA/PR. 80540-IBO - TEL 14 3 3~45| E 3t3~45!.2// FA×
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 120

interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0


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Data: 19, 20 e 21/01/2005. ,

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JUSTIÇA FEDERAL
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2' VARA FEDERAL CR|M|NAL DE CuR|¬r|EA

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Juiz Federalz- Eu não entendi, o senhor colocou dois carros?
interrogado:-Isso.
.luiz Federalz- Um ele devolveu?
Intcrrogado:-Nâo, na verdade dois carros, dois carros usados que foram vendidos e apurado
UJ;.\z.›

dinheiro para se comprar, se importar carros, certo? O que acontece? Depois desse tempo foi
comprado os carros que ele trouxe, Mini Cooper, esses carinhos pequenos, quando chegaram os
carros, foi vendido, alguns houve prejuizo. E teve essa discussão de que não foram pagos
impostos, aonde eu levantei, aonde eu falei que não queria mais a participação, aonde ele assinou
\.OO0\lO\

0 documento para mim, me devolveu uma Grand Caravan como parte do pagamento que seria
10 para liquidar a minha participação na empresa e tocou a empresa que teria três meses, ele pediu
ll para o Eduardo para mudar a empresa para o nome dele. Foi isso que aconteceu.
12 .luiz Federalz- Mas a sua participação seria por esses carros e receber o lucro decorrente da
13 venda desses carros?
14 lnterrogado:-Desses carros, dos carros que fossem comprando.
15 Juiz Federal:- Só desses dois carros, ou mais?
16 lnterrogado:-Não, nâo, dois. Vamos supor, eu boto um carro que vale R$150.000,00 e outro
17 que vale RS 100.000,00, são 250 mil, ele bota a mesma coisa. Dali compra o quê? Compra 4
18 carros importados. Depois, com o lucro desses carros você compra seis, compra cinco. Era isso
19 que era para rodar. Era para girar a empresa, foi isso. Não aconteceu por quê? Diz ele que usou o
20 dinheiro da empresa por causa de uma Ferrari que foi comprada, ele teve que usar 0 dinheiro dos
21 impostos, não pagou os impostos. Quando eu chamei ele para essa reunião, ele disse que teria
22 pago, que não teria pago impostos, mas que estariam fazendo o REFIS, como de fato depois me
23 mostraram que tinham feito o REFIS. E estavam devendo a Receita Estadual. que ai foram
24 negociar os precatórios, foi aí que eu fiquei sabendo o negócio da empresa. Aonde ele assinou
25 um documento, onde ele assinou um documento se responsabilizando por todo esse passado da
26 empresa, pelas importações, fechamento de câmbio, por tudo e me devolveu esse carro
27 (inlcrrupção-find dafila)
28 3"filu
29 Juiz Federalz- Então continuando o depoimento do senhor Antônio Celso Garcia. Então o seu
investimento foi esses dois carros que o senhor pôs.
.\t,àt,àt.à
lnterrogadoz- Foi.
.luiz Federalz- E depois o senhor ficou esperando o retorno desse investimento?
›×)›-O

lnterrogadoz- Não, o retomo não. A empresa girando se colocava esse dinheiro, trazendo esses
carrinhos baratos, que era esses Mini Cooper, eram uns carrinhos que custavam lá 7 ou 8 mil
bau

t,›
dólares, esses carrinhos trazendo para cá ia fazendo giro da empresa. Foi isso (incompreensível)
\Ooo\|O\u‹4`-L.

.luiz Federal:- E a ideia da empresa era o qué? Trazer carro usado lá de fora, ou carro novo?
L,.›t.›t,›
lnterrogadoz- Não pode trazer carro usado.
Juiz Federalz- Mas carro, com alguma espécie de fraude, ou coisa parecida?
Lú lnterrogado:-Não, não, não.
40 Juiz Federalz- Os veículos daqui não eram vendidos com sonegação fiscal?
41 lnterrogadoz- Não.
42 .luiz Federalz- Abaixo do valor de mercado?
43 lntcrrogadoz- Nâo, os veiculos vendidos aqui, a partir do momento. eu botei o dinheiro desses
44 carros lá, quando quem geria a empresa era o Sérgio Rodrigues. quem fazia as notas era o Sérgio
45 Rodrigues, quem dava o che ue era o Sérgio Rodrigues, quem pagava lá fora, quem fechava o
46 câmbio, quem fazia tudo Sergio Rodrigues. Eu nunca participei efetivamente da empresa.

92 -

Av. AN|¬rA GAR|aAi_|:›|. BBB. 2“ ANDAR. Gun |sA/PR. 50540-IBO A TEL láll 313-451 I E 3I3- ‹ Ax 313-4508
sir: PARA consuur ›=nocEssuAL:
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 121

intefmgzzóriú - Autos rw 2004.70.00.043116-0


Data: 19, 2o e 21/01/2005.
173

JUSTIÇA FEDERAL
sEçÀo .JuD|c|ÁR|A oo PARANÁ
2' VARA Fzozmu. CHIMINAL DE CURITIBA

×›._.
O quê que era a participação do Roberto? A participação do Roberto era justamente fiscalizar
esses atos do Sérgio Rodrigues na empresa, porque estava no nome do Eduardo e que não teria
problema nenhum com o pagamento dos impostos, nada. O Eduardo receberia...
.luiz Federal:- A participação do Roberto seria essa?
-bb)

lnterrogado:-Do Roberto sim, documentalmente e tal. E ele teria participação, ele viajou para a
Europa para comprar carro, ele viajou para a Europa duas vezes para comprar carro junto com
\OOO\10'\U
Sérgio Rodrigues, teve com esse Wolfgang alguma coisa...
.luiz Federal:- Mas ele não fazia isso a seu pedido, em seu nome?
interrogado:-Não.
l0 Juiz Federal:- Ele não estava lá como seu empregado?
ll lnterrogado:-Não.
l2 Juiz Federal:- Seu sócio?
13 interrogado:-Não. Depois de sete meses da empresa ele não fez mais nada. Quando dessa
I4 viagem ele já não tinha mais participação nenhuma. Aí o qué que era? Eles tentavam vender
15 carro, tentaram vender carro para o Sérgio Malucelli, para mim, a preços mais vantajosos com os
16 descontos que eles conseguiriam na Europa. Só isso daí, mas nada. Depois de sete meses, que eu
l7 tenho esse documento, eu não participei em mais nada da empresa. Para mim foi quitada a minha
l3 participação. Entrei para tentar ver esse dinheiro dessa Caravan para pagar o que eles estavam
l9 me devendo. Só, Meritíssimo. Não estou escondendo nada, não tenho porque esconder. Se tiver o
20 Sérgio Rodrigues aqui, se tiver 0 Nescao, se tiver o importador, isso esclarece facilmente porque
21 as remessas foram feitas para uma pessoa só, que é esse Celso de Miami. Eu não sei se vocês tem
22 esse contato já, esse telefone. Está apreendido na documentação lá, deve ter as anotações, o
23 telefone de Miami, o escritório dele de São Paulo. Eu tive contato com essa pessoa uma vez, e só
24 tratei com ele uma vez de um carro apreendido da empresa que estava lá, que era um Porsche. E
25 o resto do meu envolvimento foi para liberar essa Grand Caravan para pegar o meu dinheiro de
26 volta. Nos diálogos tem aí o que eu falo, o que eu quero é essa coisa resolvida, porque eu quero o
27 meu dinheiro de volta porque eu não tenho nada a ver com isso e estou eu colocando dinheiro
28 nas coisas que vocês fizeram errado.
29 Juiz FederaI:- Alguma indagação ai, sobre o sistema da El Dourado?
30 Ministério Público Federal:- Tenho. Na verdade, o que eu senti nesse episódio da El Dourado é
31 que foi montado uma empresa para ganhar dinheiro...
t_..›
lnterrogadoz- Sim.
na
Ministério Público Federalz- e para se livrar da empresa depois.

lntcrrogado:- Não. lsso ai...
Ca
Ministério Público Federal:- É que terminou assim o episódio da empresa.
lnterrogadoz- Tudo bem, mas não foi com essa intenção que feita, pelo contrário.
\O<>0\|O\L/J:.L.J\›

L..›

L.)
Ministério Público Federal:- Então eu queria fazer duas perguntas.
ua
lnterrogadoz- Pois não.
ua
Ministério Público Federal:- Primeiro: senhor conseguiu resolver o problema do CNPJ lá com
40 o Nerci?
41 lnterrogadoz- Nâo.
42 Ministério Público Federalz- Com o Enio Forneia?
43 lnterrogado:- Não.
44 Ministério Público Fcde Êl- Não resolveram?
45 lnterrogado:- Não.

99
AV. ANITA GARIBALDI. 555. 2" ANDAR. RITIBA/FR. EO540-ISO f TEL l4|l 3 3'45| E 3I3-45I2
I I I FAX 3I3-4505
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER7, Página 122

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- Autos n° 2004.70.00.043116-0
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oâizz 19, 2o E 21/oi/2005.


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uu_sTiçA, FEDERAE
SEÇAO -JUDICIARIA DO PARANA
2* VARA FEDERAL CRr›4iNAi. DE CuR|TiaA

Ministério Público Federalz- Segunda: quem traçou a estratégia para se livrar da empresa da
fomia como foi se livrada, ou seja, botar em nome de dois "laranjas", com documentos falsos?
\¡._.

lnterrogadoz- Sérgio Rodrigues. Sérgio Rodrigues que era obrigatoriedade dele com o Eduardo
de transferir a empresa, era até três meses, depois pediu mais três, quando foi cassada a
procuração. Ele queria a empresa de volta, ameaçou o Eduardo de morte, ladrão de empresa e o
\O0O\|C7\k/i-bb:

caramba a quatro, ele ameaçou o Eduardo, chegou a dar um documento, que está aí na apreensão
também, um documento aonde ele deixaria penhorado um prédio dele, algunia coisa assim. para
voltar a empresa para o nome dele. ou de quem ele indicasse.
Ministério Público Federal:- Tá bem, mas o problema é o seguinte: que os documentos falsos
10 não foram apreendidos na residência do Sérgio Rodrigues, mas sim no escritório do Roberto
ll Siqueira.
12 lnterrogado:- Perfeito, perfeito.
13 Ministério Público Federal:- As declarações de Imposto de Renda ficticias não foram feitas por
14 um provedor do Rio de Janeiro, mas por um provedor de Curitiba, foi feita por um advogado de
15 Curitiba. Eu queria saber como e que o senhor pode explicar essa apreensão desses documentos
16 falsos na casa do Roberto Siqueira, como é que o senhor pode explicar o episódio das
17 declarações emitidas aqui, no ano passado, em maio, emitido por um provedor aqui de Curitiba,
18 entregues aqui em Curitiba, o acerto do lniposto de Renda da El Dourado? Como é que o senhor
19 justifica ainda continuar convivendo assim intimamente, com amizade, com Roberto Siqueira
20 depois de todos esses episódios, se o próprio Robeno participou para lhe *passar a pema°, vamos
21 dizer assim. Então eu queria saber disso tudo.
22 lnterrogadm- Não, mas ele não participou para me *passar a pema”, eu acho, que o Roberto.
23 Pelo que eu entendo não foi o Roberto. O Roberto simplesmente era a pessoa que estava junto
24 com o Sérgio Rodrigues e quem fazia... a empresa é de Curitiba, a contabilidade era de Curitiba,
25 tudo era de Curitiba, se fazia tudo em Curitiba. A única coisa que se fazia é que o bloco de notas
26 daqui ficava com o Sergio no Rio de Janeiro, todos os carros foram feitos no Rio de Janeiro e
27 liberados no Rio de Janeiro. O Roberto Siqueira simplesmente era o agente do Sergio aqui e
28 ficou panicipando da empresa cont ele quando da iiiinha saida e do Eduardo, quando a
29 obrigatoriedade da transferência da empresa não era minha, e sim do Sérgio Rodrigues de
30 transferir aonde ele colocou no papel que era três meses que ele tinha pra fazer.
31 Ministério Público Federal:- E sobre esses episódios de transferência para o nome do Modesto
t.,›
e pro outro “laranja” que eu não me recordo o nome?
t,›
lnterrogadoz- Não participei.
tu Ministério Público Federalz- Roberto Siqueira não falou nada para o senhor?
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lnterrogadoz- Não participei disso. Não, não participei.
Ministério Público FederaI:- Não comentou nada com o senhor?
\OD0\JO\k/J;L.›\›

L.:

L.:
lnterrogado:-Nada. mas teria falado para o Eduardo.
ba
Ministério Público Federalz- Teria falado com o Eduardo?
Lu lnterrogadoz- Teria falado para o Eduardo que tava arranchando um jeito, já tinha conversado
40 com o Sérgio, que para o Du não era para se preocupar que tava...
41 Ministério Público Federalz- E o Eduardo não falou nada tambem?
42 lnterrogado:- Que tava resolvendo.
43 Ministério Público Federalz- Ninguém falou nada com o senhor a respeito disso?
44 lnterrogadoz- A hora, quando se consolidou, o negócio, está resolvida a questão da El Dourado.
45 Está resolvida como? “Te uas pessoas que estão assumindo a El Dourado.'°- “O quê que vão
46 fazer com a El Doura ?°` “Não sei é o Sérgio Rodrigues que vai fazer." - “Mas está
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ÁV. ÀNITÀ GÀRIEÀLDI. 555, 2° ANDAR, C RITIEÀÍFR. 5054Ú'|5Q - TEL l4ll 3 3-45| lE 313-45|2
l I X 3|3-4505
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER8, Página 1

interrogatório - Autos n° 2004 vo oo 043115-o


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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo .JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2* VAHA FEDERAL CmM|NAL DE CuR|'r|aA

resolvid0?” ~ “Está resolvido.” 0 problema de documentação?” - “Ah,


E quando vai resolver
estamos regularizando, estamos fazendo, estamos de volta pegando autorização, vai ser
regularizada, vai funcionar tudo normal.” Isso e o que falaram para mim.
Ministério Público Federalz- Quem que falava?
\OO0\|O'\UJALzJ\››-

Interrogadoz- O Roberto Siqueira


Ministério Público Federalz- Então ele falou para o senhor?
Intcrrogadm- Então, falou que se estava regularizando a empresa.
Ministério Público FederaI:- Mas não de que forma?
Interrogadoz- Não de que forma. E quem discutia isso com ele era o Sergio Rodrigues, o tempo
IO inteiro.
ll .luiz Federalz- Nós estávamos interceptando os telefones do Roberto Siqueira e não aparece em
12 nenhum momento esse Sérgio Rodrigues.
13 lnterrogadoz- Então, ele com o Sergio Rodrigues ele falava, ele fala direto.
I4 .luiz Federalz- Mas não aparece nada com o Sérgio Rodrigues.
li Interrogado:-Com 0 Sergio Rodrigues direto. Inclusive as viagens, ele ficava na casa do Sérgio
16 Rodrigues. Ele ficava. Tem que trazer o Roberto aqui. O Sérgio Rodrigues, o Roberto ficava
l7 direto na casa do Sérgio Rodrigues, direto, lá no Rio de Janeiro, várias vezes ficava lá.
IS Juiz Federal:- Tem uma conversa do senhor com o Sérgio Malucelli em que discutem sobre
l9 essa Grand Caravan que estaria em nome da Priscila, ou coisa parecida, eles falam de multa e
20 não sei o que, tal e tal, e o senhor fala para ele: “É, falei para você que iam te multar.” ~ “Esse o
21 Marcos falou que é fácil derrubar” - ele fala. “Isso é uma bobagem.”
22 Interrogadoz- Ah, não. Esse é dessa não gravação que eles falaram o seguinte: quando
23 apreenderam a Grand Caravan e o carro dele na Receita Estadual, na Receita Estadual foi
24 apreendido o carro, quando ligaram para ele da Receita Estadual, ligaram para o Sérgio
25 Malucelli, uma mulher ligou para o Sérgio Malucelli lá e disse para ele o seguinte: “Esse carro
26 que está lá, quem vendeu?” Ele pegou e falou: “Foi a Auto News.” Ela pegou e falou: “Mas a
27 Auto News vendeu para quem?” - “Vcndeu para o senhor... aí falou o nome da pessoa... i\‹larcel.
28 Marcel não sei o qué.” - “Tá, e essa nota, quem é que fez essa nota? “› *A nota quem fez foi a El
29 Dourado.” - “Mas quem tinha que ter feito a nota era a Auto Ne\vs já que ....” - “Não, nós só
30 fomos um intermediário e a venda foi feita direta.” E eles multaram ele em 75 mil.
31 .luiz Federal:- Daí ele fala para 0 senhor: “Não vai sair na nota da El Dourado agora?”, daí o
L,.›
senhor fala: “Vai.” - “Então, cara, como e que o carro ia ser nosso?”
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Interrogado:-Como que é?
L.:
Juiz Federal:- “Como é que o carro ia ser nosso?” Ai 0 senhor fala: “Pêra, depois você junta e
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protocola... você-junta, protocola a nota que você comprou e pronto. Acabou.”
lnterrogado:-Não, a nota do carro. A nota da El Dourado, a nota da El Dourado da Grand
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L.:
Caravan, foi a El Dourado que emitiu a nota da Grand Caravan.
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.luiz Federalz- Daí ele pergunta assim: “Não vai sair a nota da El Dourado agora?”
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lntcrrogadoz- Ah, não. A nota da El Dourado
40 .luiz Federal:- Como se não tivesse saido e o senhor fala: “Vai.”
41 Interrogado:-Não, não. Não e nota, ele falou nota, mas na verdade precisava da autorização
42 para poder sair, para poder receber o carro. É que quando apreenderam o carro, tinha que sair de
43 novo 0 CNPJ da empresa .

44 .luiz Federalz- O senhor fala: “Depois você junta, junta, protocola a nota que você comprou e
45 pronto. Acabou.”
46 Interrogado:-É, isso. a nota, não tinha o CNPJ para emitir nota.

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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER8, Página 2

interrogatório - Autos nfl 2004.70.00.043116-0 2ͧy','¡\@à


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Data: 19. 20 e 21/01/2005.

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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo tJuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
Z' VARA FEDERAL Cmmum. QE CuR|T|EA

.luiz Federalz- A El Dourado vendia ela vendia o carro para a Auto Ne\vs para a Auto Nexvs
revender? Saia uma nota fiscal?
lnterrogado:-Não, não, não. A El Dourado botava o carro lá, a Auto News vendia, a El Dourado
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fazia a nota direto para a pessoa que comprasse, em consignação.


.luiz Federalz- Mas precisava de nota para isso.
lnterrogado:-Não, tinha nota de consignação que eles deixavam lá. Eles deixavam nota de
consignação, pelo que eu sabia era isso. Fora 0 carro que o Sérgio comprava para ele, passava
para ele e ele vendia. Essa era a coisa da empresa.
\O00\IO\

Juiz Federalz- Desculpe, mais alguma indagação sobre isso ai? Eu cortei aquela hora.
10 Ministério Público Federal:- Não. não. Na verdade eu perdi o fio da meada também. Eu vou
ll esperar para daqui a pouco para ver se volta.
12 Delgado da Polícia Federalt- Só mais uma questão, voltando um pouquinho em relação a
13 Roberto Siqueira e ao Sérgio Rodrigues, na condução dos negócios da El Dourado, em relação a
14 empresa Paulinia Importação, o que você sabe sobre essa empresa, Paulinia lmportação?
15 lnterrogadoz- Paulinia! Não tenho nem ideia. Paulinia, o quê que tem a ver com a El Dourado?
16 Delgado da Polícia Federal:-Você já ouviu falar desse nome dessa empresa Paulinia
17 Importação Ltda. que estaria sendo constituida pelo Sérgio Rodrigues, pelo Roberto Siqueira,
IS como eventual sucessora da El Dourado? É do seu conhecimento?
19 lnterrogado:- Não, não tenho nem idéia. Estava sendo montada agora, depois da El Dourado?
20 Delgado da Polícia Federal:-O Sérgio Rodrigues teria realizado capital com imóvel próprio.
21 Sobre essa empresa Paulinia que seria conduzida pelo Roberto e por ele. logo do encerramento
22 das atividades da El Dourado.
23 Ministério Público Federal:- Por isso que eu digo: a El Dourado foi constituída e encerrada
24 para jogar a tributação em cima dos "laranjas". Ai já abre uma outra, é assim que funciona o
25 sistema todo. É um sistema antigo isso. Sistema basico de sonegação.
26 lnterrogadoz- Não, não tinha conhecimento. Veja. a El Dourado não foi aberta com essa
27 intenção. Não era a minha intenção, até porque era uma burrice, uma empresa que dá lucro, que
28 faz tudo, se pagasse imposto certinho, se pagasse tudo, da lucro, é uma coisa elementar, e' uma
29 coisa.... É que ele usou, o Sérgio Rodrigues usou o dinheiro para fazer coisa pessoal da vida dele.
30 Ministério Público Federalz- Tá bom. E o senhor conhecia 0 Sérgio Rodrigues antes?
31 lnterrogadoz- Conhecia, conhecia uns dois anos antes, ou mais, quatro anos antes disso daí. O
tn Sérgio era o maior vendedor de carro importado do Brasil. Conheci ele em São Paulo, conheci
1.;
ele aqui em Curitiba. Ele que vendia, ele que vendia carro para todas as pessoas, que importava
L.:
carros para todas as pessoas do Brasil. Todas as pessoas. Esse Nescao era o grande escoador de
L.:
carro dele, tinha uma outra empresa em São Paulo chamada. uma onde era a antiga Dacon, aonde
ele escoava o carro dele. Belo Horizonte...
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L» Ministério Público Federalz- Nescao ja era importador de carro desde que eu me conheço no
LJ:
Ministe'rio Público.
L.:
lnterrogadoz- Vinte anos, ele só mexe com isso, só fez isso na vida dele. Entendeu? E se falava
40 uma pessoa integra, levava as pessoas para o Rio de Janeiro, morava muito bem. tinha uma casa
41 em Angra avaliada em três milhões de dólares, quase vendeu para o Nelson Piquet. Ele é uma
42 pessoa que fazia o marketing dele pessoal espetacular. Entendeu? Tinha helicóptero, tinha tudo...
43 Ministério Público Federalz- O Nescao?
44 lnterrogadot- Não. O...
45 Ministério Público Federal' Sérgio Rodrigues?

102
Av. ANHA GAR|sALD|. BBB. 2" ANDAR. Cu:¿l'r|EA/PR. E!0540~lš50 - TEL 1411 3I3>45l I E 3I3-4512/ I Fâx 313-4505
s/'rs Pain co›‹suL :›nocEssuAL: \-fwt-/.¡fpr.9ov.pr I :wa/L: pn:t:b:r0lsec@]fpr.gov.br
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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo .JuD|c|ÁR1A Do PARANÁ
2' VARA FEDERAL CRMINAL DE Cumnaa

lnterrogadoz- O Sérgio Rodrigues. E o Nescao era pessoa que escoava e comprava esses carros
com ele. Tamo é que o Nescao estava envolvido, depois eu fiquei sabendo. no caso das
importações daquele carro do .luiz Lalau e todos aqueles carros quem fez era uma outra empresa,
antes da El Dourado fazer, que chamasse... eu vou ter o nome, que eles brigaram, que acabou 0
\OOO\10\kJ-l`-L.ø\¡›-

Nescao e ele brigando com essa pessoa da empresa que importavam esses carros para o Brasil,
essas importações independentes, eles faziam todas para essas pessoas. Eles trouxeram mais de
mil carros importados. E quando eles brigaram com essa empresa, que e' uma empresa de
Manaus, foi que veio a empresa da El Dourado, junto com esse rapaz que era dono, que era
amigo do Roberto, que era esse Furtado, que era amigo do Roberto, conhecia o Sergio
10 Rodrigues, desfazer a empresa El Dourado. Mas nunca com esse objetivo, porque pelo contrário,
ll era uma coisa que um carro dava trinta mil dolares de lucro. Pelo menos não era o meu objetivo.
l2 Juiz Federal:- Mais alguma coisa?
l3 Ministério Público Federalz- Não
l4 Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto:- Quem e' que trouxe a empresa El Dourado para ele?
l5 Quem trouxe o negócio, descobriu a empresa com 20 anos, o contrato social, essa coisa toda?
16 lnterrogado:-O Roberto Siqueira, eu acabei de falar, e o Fur...
l7 Ministério Público Federalz- Era do pai.
18 lnterrogadoz- Não, era do pai do Furtado. Era do Jucundino Furtado essa empresa. Era do
l9 .lucundino Furtado essa empresa. Ele tinha uma corretora, distribuidora, uma distribuidora que
20 tinha até titulo na bolsa e tinha essa imponadora que foi fundada em 1979/80, alguma coisa
21 assim. Foi por eles trazida por mim, junto com o Sérgio Rodrigues, para se fazer, aonde se
22 conversaram com o Eduardo para fazer e se eu colocaria, e se eu ajudaria a alavancar a empresa
23 para trazer esses carrinhos Mini Cooper, esses carrinhos baratinhos lá, custavam 7 mil dólares lá,
24 para a gente alavancar a empresa a empresa para a gente fazer isso dai. Depois de sete meses,
25 seis ou sete meses depois, foi quando eu saí, e tenho documento, aonde ele se responsabilizou
26 porque ele não cumpriu.
`

27 Ministério Público Federalz- Eu vi o documento.


28 lnterrogado:-Ahã?
29 Ministério Público Fcderalz- Eu vi o documento. Acho que vi pelo menos.
30 lnterrogadoz- Certo.
3l Ministério Público Federalz- Que deve estar na apreensão lá na policia.
lnterrogadoz- Certo.
Ministério Público Federal:- Qual é a imagem que o senhor tem hoje, diferente do Sérgio e'

Rodrigues ou é ainda...
lnterrogadoz- Não, pelo contrário. Pelo contrario. Se for falar no mercado todinho o que ele fez
no mercado todinho, ele deve para todo mundo, ele usou dinheiro da El Dourado, ele deixou de
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L.1t.àL..›t.,.›L.›u›t,›t,›

pagar imposto da El Dourado para cobrir coisa pessoal dele. Ele estava separado da mulher dele,
estava com uma amante fora, viajou com ela várias vezes para a Europa, gastou dinheiro da El
Dourado, gastou cartão de crédito que o Roberto teve que pagar com dinheiro da El Dourado.
40 tudo isso daí aonde que deixaram de pagar os tributos, foi aonde que eu entrei e vi isso daí. que o
41 Eduardo me alertou, eles estavam fazendo isso dai, e não estavam se comprometendo. só
42 trazendo carro para esse Nescao, que depois ficamos sabendo que esse Nescao dava por fora pra
43 ele três mil dólares para cada carro que ele trazia, e não entrava na El Dourado. Então dava até,
44 vamos supor, ele só usava a Dourado para trazer o carro para o Nescao. Esse Nescao dava três
mil dólares para ele e o nheiro não entrava na El Dourado, ele falava que est cacifando` a
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45

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Av. AN|1'A GAR|aALDi, 558, 2° ANDAR. Cumrtaâ/PR. 505404 EO - TEL l4Il 3I3-45I l E 3I3¿45I2 I FA× 3I3-4508
sn: PARA consuma Pwocsssuau ww\-¡.jfpr.gov.pr/ E-MAIL: prcd›cr02set@)fpr.gov,br
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interrogatório - Autos nfl 2004.70.00.043116-0


Data: 19, 20 e 21/01/2005.
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JUSTICA FEDERAL -Y

SEÇAO JUDICIÁRIA DO PARANA


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2' VARA FEDERAL CR|M|NAt_ DE CuR|r|sA

U... El Dourado, para deixar a El Dourado com essas LVCM,


para deixar a empresa que tinha um
patrimônio de quase 600 mil dólares sÓ em LVCM. de que essas coisas de...
Ministério Público Federalz- Tinha alguém lá que dava as LCVMS para vocês de forma mais
rápida, mais ágil?
lnterrogadoz- Tinha o engenheiro... não, não era de fomia mais rápida. Tinha um engenheiro
\OOO\IO\U-Išb)

que cobrava, que cada LVCM, que eles falaram, cobrava três mil, ou dois mil e quinhentos
dólares para cada LVCM para ser feito o LCVM.
Ministério Público Federalz- Engenheiro do IBAMA?
lnterrogadoz- Engenheiro do IBAMA.
10 Ministério Público Federal Funcionário do IBAMA?
11 lntcrrogadoz- Não sei se é funcionário do IBAMA, mas de São Paulo essa pessoa. Quem
12 conhece pessoalmente ele e' o Roberto Siqueira. Nunca falei com ele.
13 Ministério Público Federalz- Outra coisa, porque os carros tinham que entrar pelo lvlinistério
14 das Relações Exteriores eles tinham uma..., alguma vantagem. alguma coisa para passar, como
15 carros sendo consularizados, ou vendidos dessa fomia?
16 lnterrogadoz- Consularizados? Que carro?
17 Ministério Público Federalz- Eu não tenho o termo exato agora.
18 Delgado da Polícia Federal:-E, porque eles eram importados com alguns beneficios ilegais de
19 imponação. Então vinha como se fosse para o Ministério das Relações Exteriores.
20 lnterrogado:- Os carros da El Dourado?
21 Delgado da Polícia Federal:-Alguns deles.
22 lnterrogadm- Não tenho idéia. Não tenho idéia. Porque o que eu sabia era o seguinte: tem uma
23 pessoa do Rio de Janeiro que emite essa Ll de Importação, essa pessoa... esqueci o nome dele,
24 mas não conheço também pessoalmente, mas ele emitia essa Ll, essa LI se abria para a guia de
25 importação e eles importavam o carro nomaal.
26 Delgado da Polícia Federalz- É, um dos veículos que foram importados pelo Sérgio i\'1alucelli,
27 salvo engano a Mercedes SL 500, ela foi desembaraçada no Rio, com destinatário o Ministério
28 das Relações Exteriores e poucos dias depois já havia sido transferida para o Sérgio Malucelli. A
29 Mercedes e um exemplo disso. Não tem conhecimento do por quê dessa importação através do
30 Ministerio das Relações Exteriores?
31 Interrogadoz- Esse foi um carro dessa viagem que eles foram, dessa viagem que eles foram.
L.)
Roberto e o Sérgio Rodrigues que foram para a Alemanha e foram para a Europa comprar esses
1,:
carros, que era de um lote que eles falavam que era da i\'1ercedes, de carros que eles tinham
1,»
mandado para a Eslovênia, que não tinha mercado e tal, esse negócio, que não tinha gente para
t...›
comprar, que eram carros que tinham desconto de fábrica, um desconto especial, eles podiam
vender mais barato. Tanto e que vendia trinta mil dólares mais barato do que os carros de preço
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L.:

L» de mercado. Esse carro, por exemplo, essa Mercedes ai foi um dos carros que vieram com preço
L.:
mais barato. Agora, se veio porque Relações Exteriores... quem desembaraçava isso no Rio de
Lzà
Janeiro era um escritório do Rio de Janeiro com uma... o Eduardo tem o telefone da mulher que
40 falava, que se conversava com todo mundo e que era o contato do Sérgio Rodrigues. Agora. se
41 era do Ministério, eu não tenho idéia se eles tinham alguma entrada.
42 Delgado da Polícia Federal:-Só mais uma questão. Excelência. Em relação aos veiculos
43 imponados pela El Dourado. seja através do Roberto Siqueira, do Albenini, ou de quem quer
44 que seja, chegou ao seu co ec mento se esse veiculos de fato foram pagos aos exportadores. aos
45 fomecedores? š

Av. AN|TA GAmsA|.n|. 585, 2' ANDAR, Cu›=h\§|sA/PR. 50540450 - Yzi. (41) 313-451 I E 313-45,12 / FA× 313-4505
srrs nana cousuen ønoczssum; \~ww.jfpr.gov.pr/ :WA/L; pretbcr02sec@jfpr.gov.br
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER8, Página 5

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lmermgatono -A nos n° 2004.70.00.043116-0 ¬
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Data: 19, 2o e 21/[in/zoos.

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JUSTIÇA FEDERAL
SEÇAO JUDICIÁRIA DO PARANA
2' VAHA FEDERAL CRMINAL DE Cumnsà

lnterrogado:- Lá fora? O Celso, o Celso era o exportador deles lá fora, de Miami. O único carro
que deixou de ser pago la fora foi IO mil dólares de um Porsche que seria para vir para cá e que
IJ-l›`-bJ\)›_.

ele não teria liberado esse carro. E quando o Eduardo fez a intervenção na empresa esse carro
tinha deixado de ser pago. Todos os carros eram pagos para essa pessoa. Na coma dessa pessoa.
O dinheiro saia, o dinheiro saía, que o Nescao mandava, ou do próprio cliente dele, ou eles
abriam uma carta de credito lá fora, alguma coisa assim. Agora, o dinheiro saía, todos os carros
da El Dourado que foram vendidos pelo Nescao, esses carros de São Paulo e Rio de Janeiro, todo
o dinheiro era na conta direta dessa pessoa de Miami.
\'JO0\IO\

Juiz Federalz- No exterior ou aqui?


IO lnterrogado:-No exterior. A conta era lá. A conta era lá. Ou eles abriam carta de crédito. A El
ll Dourado não tinha carta de crédito. Agora, todos os carros que o Nescao comprou, que tem carro
I2 do Seu José Ennínio de Morais, do pessoal do Pão de Açúcar, ele é bem relacionado, todo essa
l3 gente que compra carro, Rio de Janeiro, todas essas pessoas que compra carro imponado, essas
l4 pessoas mandariam dinheiro para a conta desse Celso. em Miami. Todas as pessoas, todos os
li carros vendidos por eles foram assim.
l6 Winistério Público Federalz- Então todos os contratos de câmbio do Banco Central são
l7 fictícios?
18 lnterrogadoz- O que acontece: essa empresa, essa empresa lá do Celso abria as cartas de credito.
19 Abria as canas de crédito lá. É uma empresa que tem lã anos que ele tem em Miami, é um
20 brasileiro, e' Celso. Ele foi dono da Regino em São Paulo, só mexia com carro. Ele tinha, ele tem
21 uma empresa lá, que ele impona e exportajeans, faz tudo para o mundo inteiro, jóia, ele faz toda
22 essa tramitação e abre canas de credito em nome da empresa dele para se fazer as importações.
23 Essa pessoa e' a pessoa chave. Tem 0 telefone, está na apreensão, e os documentos... e o telefone
24 do escritório dele de São Paulo, do escritório de Miami, falei com ele varias vezes. Ele esteve
25 aqui para resolver esse problema do Porsche comigo, aonde ele me contou a verdadeira história
26 do Sérgio Rodrigues, para quem ele vendia, como fazia, o câmbio aberto lá fora. Essa pessoa e
27 uma pessoa...
28 Juiz Federalz- O senhor sabe como e que se fazia tudo isso?
29 lnterrogado:-Não, não.
30 .luiz Federalz- O senhor falou que ele contou para o senhor.
3l lnterrogado:-Eu não sei. Eu sei o seguinte: que tinha que fechar o câmbio. Eu estou falando que
U: \›
ele tinha carta de credito. Eu não sei se era com a El Dourado, com a empresa dele, ou com
ba t..›
quem. Quem mandava o dinheiro eu não tenho idéia. Quem comprou os carros foi o Nescao. essa
ba
U-$2- pessoa mandava dinheiro... o Sérgio Rodrigues não tinha capital nessa epoca para mandar
dinheiro para lá. Quem mandava direto eram os clientes do Nescao. E esses clientes do Nescao e
essa gente: José Ermírio de Morais, o pessoal do Pão de Açúcar, o Maluf, essa gente mandava
dinheiro para lá. Direto para a conta desse Celso.
L,JL,.›l.Jt.›

DO\IO\

Ministério Público Federal:- Direto para a conta desse Celso?


39 lnterrogadoz- Desse Celso.
40 Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto:- Aí não fecha com o Banco Central o câmbio, por isso
41 que 0 câmbio ficou... os contratos eram fictícios.
42 lnterrogadoz- lsso.
43 .luiz Federalz- Ai os contratos eram fictícios? O senhor tem conhecimento disso?
44 lnterrogado:-Não, não. Não tenho se são fictícios ou não. Agora, 0 Celso abre carta de crédito
45 com as empresas lá, tanto... \fluitas vezes ele falou para mim: “Nós podemos importar cabos,
46 podemos importar equipa os de cinema, nós po mos importar. Eu abro a cana crédito

IOS
AV. ANITA GARIBALDI. BBB. 2° ANDAR, CUR IEA/FR. 50540-IEO - TEL l4ll 3|3-45I I E 3l3-45I‹{l FAX 3I3-4505
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER8, Página 6

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Data; 19, 2o e 21/oi/2005.

G' I *F
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JUSTICA FEDERAL
SEÇAO JUDICIÁRIA DO PARANA
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2' VARA FEDEEAL CRIMINAL DE CuRirisA


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aqui, entendeu, e nós fazemos através da minha empresa e depois nós vamos fechando o
câmbio.” Aí 0 que acontece: “Ah, nós vamos comprar, nós vamos conseguir vender ai dois
milhões de dólares de equipamentos de cinema.” Tudo bem. Daí nós abrimos isso. ai vai
LJ-l`-bJ

mandando cem mil por mês, cem mil por semana e vai se fechando o câmbio naturalmente,ou
então nós vamos renovando e tal.°° É isso que ele fala. que eu sabia. Então, o procedimento que
se faz na El Dourado, como mandava dinheiro, só era para ele, direto para essa conta dele. Ele
abria cana de crédito, ou não. Se são fictícios ou não, desconheço. Agora, ele me parece ser uma
pessoa, me parece ser uma pessoa correta quando sentou comigo, me mostrou a empresa dele
\DOO\l0'\

que tinha 14 anos, tem família constituída lá nos Estados Unidos, não tem problema nenhum.
10 Teve gente que foi visitá-lo lá. Ele era dono da Regino em São Paulo, que trouxe a logo BMW
ll no início dos anos 90. Essa pessoa falou comigo, esteve no meu escritório, a meu pedido para
12 esclarecer esses negócios da El Dourado.
13 Ministério Público Federalz- i\'las e quem falou, por exemplo, o Antônio Ennirio, o Maluf,
14 depositavam na conta dele?
15 lnterrogadoa- O próprio Celso. Os carros que eram vendidos para esse Lalau, esse negócio tudo
16 que pegaram, eles mandaram direto. Esse Nescao que vendia tudo. Esse Nescao vende para o
17 Brasil inteiro.
18 Juiz Federalz- Mas ele falou para o senhor que ele recebia pagamento direto dessas pessoas?
19 lnterrogado:-Das pessoas que compravam o carro. Por exemplo, tem uma Porsche aí que foi
20 vendida para o José Ermírio de Morais, que é imião do Antônio Ermírio, foi vendido uma
21 Porsche. “Puxa essa aqui é uma Porsche especial de 300 mil dólares. Esse dinheiro veio direto
22 aqui para a minha conta. O Nescao está bem entrosado com essa turma aí. Esse cara vende aí
23 dois milhões de dólares por mês.”
24 Winistério Público Federalz- No caso do Leão, o Leão pagou direto la fora então para o
25 Nescao?
26 lnterrogadoz- Não, 0 Leão não. O Leão comprou o carro já aqui no Brasil. Pagou para o Sérgio
27 Malucelli.
28 Ministério Público Federalz- Sérgio Malucelli.
29 Interrogadoz- Sérgio Malucelli. Que o carrojá tinha entrado no Brasil ejá estava...
Juiz Federalz- E era da El Dourado esse carro também?
lnterrogadoz-Era da El Dourado. Era da El Dourado o carro que o Leão comprou. Que o Sérgio
Malucelli tinha ficado com ele, um sócio do Sergio, um tal de Alberto tinha até colocado
L.1L,›LzJuJ

L»J\)--^©

equipamentos e tal e o Leão ficou com esse carro aí.


MJ
U-lâ-
Ministério Público Federalz- Qual era o carro do Leão?
lnterrogadoz- Esse Mini Cooper.
Ministério Público Federalz- Mini Cooper.
L››L,.›t_.Jt.Jt..›

lnterrogadm- Vermelho e preto. Ele tem o carro até hoje, já apareceu até numa fotografia.
Juiz Federalz- Esses carros eram importados como espécie de subfaturamento. ou coisa
\O0o\iO\

parecida?
40 lnterrogado:-Não. Não tem mais isso hoje de importar. Eles têm uma pessoa na Receita, que é
41 uma pessoa só, no Rio de Janeiro. O Roberto sabe o nome dele, conhece ele pessoalmente, eu
42 não sei, essa pessoa você vai falar: “Quero abrir uma guia para trazer cinco Porsches.” Eles
43 pegam e colocam lá: “Então estão bom, o preco minimo que pode ter nesse carro para importar é
44 38 mil dólares.” A partir daí incidem todos os impostos. entendeu. em cima desse núniero que foi
45 tirado dessa Ll. Isso daí vai par lá, pagasse a diferença do que é 0 preço do carro. E quando é
46 tributado aqui, é tributado aq ,alas impostos são pagos no porto mesino. Diz que para se fazer

AV. ANITA GARIBALDI. S55, 2° ANDAR CUR|TtEilPR. 50540450 - TEL 1411 3 31351 E I I 3I3>4508
s/15 PARA consuma ocEssuAi_:www.j¶pr.gov.p1/ E-M4/L: prctbcr0Zs:c@jfpr.gov.br
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER8, Página 7

interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043115-0


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Data. 19. 20 e 21/01/2005.

181
JUSTIÇA FEDERAL
SEÇAO JUDICIÁRIA DO PARANA
2' VAnA FEDERAL CRMINAL DE CuR|1'|aA

o carro só aberta uma luz verde, vermelha, lá que aparece, a empresa tem que
hoje, se retirar
pagar o imposto para retirar o carro. Então os impostos eram pagos. Quais impostos que deviam
UJLUJU-
ser pagos? Diferença de tributo de 1P1, de alguma coisa assim de Imposto de Importação, a
diferença do carro lá e aqui; e o ICMS que paga depois de vender. Esses são os impostos que
podem ser deixados de serem pagos. Agora os impostos de importação, não tem como deixar de
ser pago.
Delegado da Polícia Fedcralz- Em diálogo citado entre você e o Roberto Siqueira em que
comentam que o ano andou muito rápido e você sugere a ele que estendesse o prazo, tentasse
\OO<2\lC\

estender dos contratos, dos contratos...


10 Interrogado:-Fechamento de câmbio.
11 Delegado da Polícia Federal:- Fechamento de câmbio. Bom, mas o senhor acabou de afirmar
12 que todos os fomecedoresjá haviam sido pagos no exterior.
13 lnterrogadoz- Não, não. Eu não sei se os fomecedores foram pagos. O contrato estava em
14 aberto, eles tinham seis meses que eles renovaram para fechar 0 câmbio e acho que tem mais
15 dois meses para fechar o câmbio. Eles renovam, tem uma abertura para se fazer isso. Quem teria
16 que fazer...
17 Delegado da Polícia Federal:-Mas eu quero saber o seguinte: a informação que lhe foi passada
18 e'
que os fomecedores já haviam sido pagos, os fomecedores no exterior já teriam sido pagos?
19 Porque a maioria das operações elas foram com carência de mais de vinte meses para pagamento
20 em parcela única e todas já haviam sido vencidas em 2003. E você sugere ao Roberto aq
21 estendesse, conseguisse estender, prorrogar esse prazo para fechamento dos câmbios.
22 Interrogado:- Perfeito.
23 Delegado da Polícia Federal:-Mas os fomecedoresjá não haviam sido pagos?
24 lnterrogadoz- Não. Através de carta de crédito dessa importadora lá de Miami, que é o Celso.
25 Que eu não sei como ele faz. se é através de carta de credito dele. que ele faz o financiamento,
26 ele paga ou não. Agora, a infomiação que eu tenho é real, entendeu? Real, do Celso, é que os
27 carros, o dinheiro e depositado na conta dele. Ele abria lá as cartas de crédito, ou não. Não sei
28 para que carros. Agora você me coloca que tem um carro ai de relações exteriores. Nem
29 imaginava que tivesse esse tipo de coisa. Porque esses carros não foram vendidos aqui, não
30 foram trazidos para cá. Os carros foram vendidos pelo Nescao, foram feito, essa tramitação foi
31 toda feita com o Celso, com o Nescao e pelo Sérgio Rodrigues. Muitas delas o Roberto Siqueira
nem sabe, entendeu? Agora, esse Celso tem lá toda a relação do dinheiro que foi pago e toda essa
01041,»

importadora dele tem tudo lá.


Delegado da Polícia Federal:-SÓ mais uma questão em relação as empresas USA Ambras e
Global Busines. De quem são essas empresas, o que você sabe infomiar sobre as duas?
lnterrogadoz- Ambras?
\.OoO\|<7\u‹JâL«v\›

uauàuzpzuà
Delegado da Polícia Federalz- USA. USA Ambras Cooporation e Global Busines, de quem são
essas empresas e o que você sabe sobre elas?
lnterrogado:- Ambras, Ambras eu acho que é desse Celso. A Ambras, eu acho, a outra eu não
40 sei. Agora, a Ambras acho que
e'
desse Celso. Eu tenho os documentos que ele mandou desse
41 carro pra mim, que eu discuti com ele, ele mandou. Eu acho que essa Ambras é dele. Eu não
42 tenho certeza absoluta se a Ambras é dele, mas eu acredito que seja dele. Do Celso. Eu não falei
43 Sergio. Celso, de Miami.
44 Dr. Antonio Augusto Figueiredo Bastoz- Só para ficar claro, o Sergio Malucelli também então
45 investiu no início da E1 Dourado?

107
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER8, Página 8

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Interrogatório tos ° 2004.70.00.043116›0 ¬-‹"'.Í "_~
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JUSTIÇA FEDERAL
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sEçÃo .JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ


2' VAEA FEDERAL CR|M|NAL DE CURIYIEA

Interrogadoz- Näo, no inicio. lnvestiu nesse carro, nessa Mercedes que ele comprou, ele pagou
o carro lá fora, 65 mil dólares, que ele emprestou, que o dinheiro foi mandado direto do Japão lá
\JJ`-L›J\)v-e

para fora, dessejogador aí dele, chamado Márcio Nobre.


Dr. Antonio Augusto Figueiredo Bastoz- Ele e o dono dojogador?
lnterrogadoz- Ele era o dono do jogador. O Irati era o dono do jogador e ele arranchou emprego
para 0 cara e o cara pagou o carro para ele lá fora.
©OO\IU\
Dr. Antonio Augusto Figueiredo Bastoz- E ele investiu nessa empresa tambem, ou seja.
depois?
lnterrogadoz- Veja, o Sergio Rodrigues tinha vendido para ele e deixou ele na mão, tinha
10 vendido para ele nessa ida que eles foram para a Europa, cinco carros Mercedes SL 350 que iam
ll ser fabricadas agora, modelo novo, ele ia entregar para ele e de dois carros. ele pegou inclusive o
12 sinal, inclusive o sinal de cada carro, cinco mil dólares de cada carro desse que ele ia trazer com
13 preço especial que tinham conseguido na fábrica. O Sergio botou cinco mil dólares e eu botei
14 cinco mil dólares e nós perdemos esse dinheiro.
15 Juiz Federal:- Tem um diálogo do senhor com um tal de Paulito. Quem que é Paulito? A
16 continuidade desse dialogo, aqui no comecinho.
17
18 Nada mai havendo confomte já certificado
a ser transcrito, e a/mer' ente. nada
19 rest u gravado duas últimas fitas do depoimento deste dia, eu '
GBB, e eu
I
20 IG encerremos
,
o presente temto, e certificamos que e produção fiel dos
21 depoime s colhidos fonograficamente.
22
23 Ciente,
24 Curitiba, 26 dejaneiro de 2005.
25
26
27 rgio Fernando Moro
28 Juiz Federal
29 2” Vara Federal Criminal

30

108
AV. ANITA GARIBALDI. BEE. 2° ANDAR CURITIEAIFR, 50540480 - TEL (41) 3|3'45l E 3I3-4512 I I FAX 3|3'450B
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Interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 ‹ Dat'¡_),1l2005.


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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo JuD|c|ÁR|A oo PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

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TERMO DE TMNSCRIÇÃO
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Em
04 de fevereiro de 2005, em cumprimento aos temtos do Provimento n°
O5/2003, Seção VII, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
Federal da 4” Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento
Criminal Diverso n° 2004.70.00.043116-0, em audiência realizada nos dias 25 e 26.01.2005.
10
ll

12
13
14 ANTÓNIO CELSO c.»\RciA
15
16
l7
IS Juiz Federalz- Senhor António Celso Garcia, o senhor está sendo acusado de crimes, o senhor
19 tem 0 direito de permanecer em silêncio, se o senhor fizer uso desse direito isso não vai lhe
20 trazer qualquer prejuizo. Agora eu lembro o senhor que o senhor fez um acordo com 0 Ministério
21 Público que implica que se o,senhor quer os beneficios desse acordo, o senhor tem que dizer a
22 verdade perante a Justiça. O s/enhor prefere falar ou o senhor prefere ficar em silêncio?
23 Interrogador- Falar.
24 Juiz Federalz- Retomando alguns temas que ficaram pendentes, o senhor mencionou sobre o
25 seu conhecimento daquele desvio de dinheiro da COPEL. utilizando a empresa Olvepar, correto?
26 lnterrogadoz- Sim.
27 Juiz Federal:- Tem um diálogo do senhor, junto com o Michel Saliba, em que o senhor
28 comenta de uma nova denúncia que teria entrado na 2” Vara Federal, e o senhor fala uma série de
29 coisas, que teria sido denunciado várias pessoas. Eu vou lhe mostrar aqui e eu peço para o senhor
dar uma olhadinha nesse trecho aqui negritado.
lnterrogadoz- Todo?
D-1L4J

~o

1,:
Juiz Federal:- Não, só a parte final ali. O senhor e o advogado estão especulando sobre o
L.:
conteúdo dessas novas denúncias e num determinado momento ele pergunta se seria aquela
1,: “cagada do Guaracy”. Chegou nesse trecho lá em baixo?
L,.›
lnterrogado:- Cheguei.
Juiz Federalz- O que se estava se falando ali e o senhor confirma: “E, e.” O que que queriam
V
\O00\1O\Ui-¿>bJ~J

L.:

\.,›
dizer com essa expressão?

Interrogadoz- Eu tentando me lembrar até agora. (interrogado lendo em voz baixa) Eu estou
L.:
achando que ele está falando nesse diálogo é justamente do caso Olvepar e quando ele fala
40 “cagada do Guaracy” é de pegar dinheiro em dólar, mandar para fora, alguma coisa assim que
41 seria coisa federal ao invés de ser estadual.
42 Juiz Federalz- A questão é assim: quando foi falado ai nesse dialogo “aquela cagada do
43 Guaracy”, o que estão se referindo e o caso COPEL-Olvepar?
44 lnterrogadm- Olvepar, é. Que foi recebido em dó ar.
45
46
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lmefmgzzúriõ -Amos n° 2004.70.00.043116-0 - Data; 1' 1/2005.

205
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JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Nada mais havendo a ser transcrito, eu í GBB, e eu IG ,

encerremos o presente temior e certificamos que é repr ção fiel dos depoimentos colhidos
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fonograficamente.

Ciente,
Curitiba, 04 de fevereiro de 2005.

10
11 gio Fernan 0 oro 1
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12 Juiz Federal
13 2” Vara Federal Criminal
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Inlerrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 ›

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JusT|çA,r=EDERA|,_
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

TERMO DE TRANSCRIÇÃO
Em
04 de fevereiro de 2005, em cumprimento aos termos do Provimento n°
05/2003, Seção Vll, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
Federal da 4” Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento
\OO0\IO'\U=J=~L»J\)._.

Criminal Diverso n° 2004.70.00.0431 16-0, em audiência realizada nos dias 25 e 26.01.2005.

10
ll ANTÓNIO CELSO GARCIA
l2
13
14 Juiz Federalz- Outra questão, num interrogatório anterior 0 senhor mencionou do seu
15 conhecimento de que teria sido pago RS 100.000,00 (cem mil reais) para um Desembargador no
16 Tribunal para, relativo a uma questão de Bingo. Correto?
17 lnterrogadoz- Bingo. RS 100.000,00 (cem mil reais) para uma questão de liberação de um
18 bingo, isso.
19 .luiz Federalz- Quem lhe falou isso foi?
20 1nterrogado:- Michel Saliba.
21 .luiz Federal:- O autor da ação tambem, ou não?
22 lnterrogadoz- Eu não sei se foi o Michel ou não. Ele falou que era ele que estava cuidando do
23 caso.
24 Juiz Federal:- Mas essa questão do pagamento dessa propina, foi falado ao senhor pelo Michel
25 ou foi falado também pelo...
26 lnterrogadm- Pelo l\lichel.
27 .luiz Federal:- pelo dono da empresa, pelo dono do bingo?
23 lnterrogadoz- O “Nego” Scarpin que teria feito. Quem me falou foi o Michel Saliba.
29 .luiz Fcderalz- O “Nego” Scarpin chegou a comentar com o senhor?
L.:
1nterrogado:- Comigo pessoalmente não, mas com outras pessoas sim.
L.:
.luiz Federalz- Com quem? Como é que o senhor chegou a saber disso?
1,:
Interrogadoz- Para o Sérgio Malucelli.
Lu Juiz Federala- Ele teria comentado isso com o Sergio t\1aIucelli?
L.:
lnterrogadoz- É, que teria acertado que os bingos iam ficar abertos.
t.,à
\O0O\|O\u4=LzJ\›-O

Juiz Fcderalz- O senhor sabe como é que esse cem mil foi passado ao Desembargador?
ua
Interrogado:- Não, não.
L.)
.luiz Federalz- Tem um boato corrente de que esse dinheiro tinha sido utilizado para a quitação
ua
de um imovel. Tem conhecimento de alguma coisa a esse respeito?
L.:
Interrogadoz- Não, Meritissimo, não tenho. Mas isso fora eu posso saber, eu posso averiguar.
40 Mas na época não. Na época teria sido valor discutido para acenar e para ficar mais tempo isso
41 dai funcionando e acho que seria o único a ficar funcionando por uns 40 dias, 60 dias, enquanto
42 durasse a coisa.
43 .luiz Federalz- O senhor chegou a ser infomtado como é que esse dinheiro foi entregue ao
44 Desembargador?
45 lnterrogadoz- Não, não.
46 Juiz Fwíralz- Se em especie, se em depósito.
D
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interrogatório -Autos n° 2004.70.00.043116-0


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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo Juo|c|ÁR|A oo PARANÁ
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2' Vara Federal Criminal de Curitiba

lnterrogadoa- O Michel falava que tinha o trânsito direto com ele.

\OO0\lO'\UJ;bJ\)›-^

Nada mais havendo a ser transcrito, eu GBB, e eu IG ,

encerremos o presente tenho, e cenificamos que é repr ção fiel dos depoimentos olhidos
fonograficamente.

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10 Ciente,
11 Curitiba, 04 de fevereiro de 2005.
12
13 ¬
14 gio Fernando Moro
15 Juiz Federal
16 23 Vara Federal Criminal
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L.)

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interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 - Data¿-
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9,1/2005.
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JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

TERMO DE TRANSCRIÇÃO
Em
04 de fevereiro de 2005, em cumprimento aos temtos do Provimento n°
\OO0\|O'\U-¿>ua\›._.

05/2003, Seção VII, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
Federal da 4” Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento
Criminal Diverso n° 2004.70.00.043l 16-0, em audiência realizada nos dias 25 e 26.01.2005.

10 ANTÔNIO CELSO GARCIA


ll
12 .luiz Federalz- O
senhor falou sobre, num depoimento anterior também, sobre a CPI da
13 telefonia. A CPI acabou sendo encerrada como mesmo, só para reavivar a minha memória?
l4 Interrogador- Ela foi encerrada por duas liminares no Tribunal de Justiça.
15 Juiz Federalz- Tem um boato também que o senhor teria recebido dinheiro para encerramento
16 dessa CPI?
17 Interrogadoz- Pelo contrario, eu fiz, eu fiz três CPIs. Eu que fiz as duas e fiz a terceira no
IS projeto de resolução e acabou sendo encerrada pelo Tribunal. Eu tive uma briga com 0 Tribunal.
19 Ao contrário, tive uma briga pública com o Tribunal porque falei que eles favoreceriam o poder
20 econômico e não as pessoas que eles teriam lesado, que era quase vinte milhões.
Juiz Federalz- O senhor não recebeu nada nesse?
_

2l
22 lnterrogadoc- Nunca, pelo contrário. Tanto e' que está na Justiça, o encerramento dela está na
23 Justiça da Telefonia, não foi feito nem o relatório final porque não se deixou.
24
25
26
27 Nada mais havendo
a ser transcrito, eu
'
GBB, eu IG
e i ,

28 encerremos o presente termo, e certificamos que e repro` ção fiel dos depoimentos folhtdos
29 fonograficamente.
30
31 Ciente,
L.:
Curitiba, 04 de fevereiro de 2005.

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1.»


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2° Vara Federal Criminal
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- Autos n° 2004.70.00 043116-0 Data01l2005.
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JU_STlÇA,FEDERAL
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANÁ
2" Vara Federal Criminal de Curitiba

TERMO DE TRANSCRIÇÃO
\OO0\|<7\‹_1J`-t.›\›._-

Em
04 de fevereiro de 2005, em cumprimento aos termos do Provimento n°
05/2003, Seção Vll, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
Federal da 4” Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento
Criminal Diverso n° 2004.70.00.043l 16-0, em audiência realizada nos dias 25 e 26.01.2005.

IO
ll ANTÓNIO CELSO ‹;ARciA
12
l3 Juiz Federalz- Seguindo os termos do conteúdo do rol do Ministe'rio Público, o senhor tem
l4 algum conhecimento a respeito de eventual cobrança de propina pelo Heinz para aprovação de
l5 contas do Govemo Estadual, Municipal, junto ao Tribunal de Contas?
16 lnterrogadoz- Não, não é questão de cobrar propina. O problema é que a influência, a pressão
l7 que se faz, ele é Auditor da Secretaria da Fazenda e da COPEL. Então ele tem força para se fazer
I8 esse tipo de operação.
19 Juiz Federalz- Ele era, agora ele e presidente do Tribunal de Contas.
20 lnterr0gado:- É. Daquela época que foi feita a operação, ele era o Auditor, ele que auditava as
21 contas da COPEL, da Secretaria da Fazenda e da Prefeitura. E justamente nessa questão Olvepar,
22 onde eu falo de uma fita que tem o César Bordin, essa pressão a própria Dessiré teria feito junto
23 ao Lucena para o aval dessa operação ai.
24 Juiz Fcderalz- De quem desse o aval? O Heinz?
25 lnterrogadoz- Que desse o Lucena da Receita Estadual, que era Adjunto lá que era do Ingo, que
26 ele desse o parecer favorável dessa operação. E ele não deu e falou que o próprio Ingo poderia
27 dar sozinho. E nessa conversa é onde que ela força esse Lucena a dar, ele fala que essa decisão
28 pode ser do Secretário e o Secretário deu.
29 Juiz Federalz- Secretário? Ingo?
30 Interrogadoz- Ingo.
3l Juiz Federalz- Mas o que 0 senhor sabe sobre esse tópico aqui que foi colocado: “Heinz uudira
"

as contas do governo e cobra para uprová-las.
c..›
Interrogado:- Não, não é que cobra para aprova-las. Aí está colocado de alguma maneira. A
L.:
pressão que se faz... eu estou falando do caso especifico da Olvepar, como se fez a pressao para
ua
que saísse o caso Olvepar, foi justamente em cima da pressão que ele exerce em cima dessas
contas que ele audita, que ele faz com que as operações, e qualquer outras que também vieram a
\OO0\|O'\U4*_uJ×›

t..J

uz;
sair, que ele teria participado, ele teria essa pressão efetiva no caso.
CJ
Juiz Federalz- Mas sobre esse tópico especifico, a única coisa que o senhor sabe
e'
do caso
L» COPEL - Olvepar?
40 lnterrogadoz- COPEL-Olvepar que tem inclusive na pressão feita explicitamente pela Dessire
41 ao Lucena.
42 Juiz Federalz- Mas e Dessiré, ou Heinz?
43 lnterrogadoz- Não, a Dessiré faz a pressão em nome do Heinz. Ela que fez o parecer todo da
44 Olvepar, ela que fez depois o Heinz sinou. O parecer todinho foi feito por ela. Ela assinou.
45 depois assinou o Heinz e foi para a resi ência.
46 Juiz Federrah- Sobre esse tópico aqui e ão sei se teve uma discussão previa?
¡- ó
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imenogâiório - Amos n° 2004.70.00.043116-0 - Dara; '01/2005.


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Ju$T|çA,|=EoERA|.
sEçAo Juo|c|AR|A no PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Winistério Público Federa1:- Näo, não. Não chegamos a avançar sobre isso.

Nada mais havendo a ser transcrito, eu GBB,IG e eu


encerremos 0 presente Ienno, e eertificamos que é repro ção fiel dos depoimentos c'o1hidos
\-OO0\IO'\UJ2›b)\)

fonoeraficainenle

Ciente,
10 Curitiba, 04 de fevereiro de 2005.
11
12
13
14 Juiz Federal
15 2” Vara Federal Criminal
16
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18
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20
21
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29

L.:

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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER21, Página 9

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Interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 -
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01/2005.
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Ju$T|çA,|=EDERA|,_
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

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TERMO DE TRANSCRIÇÃO
Em
04 de fevereiro de 2005, em cumprimento aos termos do Provimento n°
05/2003, Seção Vll, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
Federal da 4” Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento
Criminal Diverso n° 2004.70.00.043116-0, em audiência realizada nos dias 25 e 26.01.2005.
\ÔO0\IO'\LIJš-ka.)

ANTÓNIO CELSO GARCIA


10
11 Juiz Federalz- Caso Fundação COPEL. “O Governo do Estado teria forçado a Fundução a
adquirir Iíru/os podres. O quê que...
"
12
13 Interrogadoz- Justamente aquela que eu falei aquele dia. Eu até denunciei aquela da Levston,
14 aquelas tutelas antecipadas que eles compraram, que eles compravam e faziam com pareceres de
15 Porto Alegre. Essa daí tem uma denúncia específica que foi feita e deve estar nos documentos
16 apreendidos também todo o histórico dessa operação que eu tinha. que eu tinha feito quando eu
17 denunciei.
13 Juiz Federalz- O senhor denunciou essas operações?
19 lnterrogadoz- Denunciei numa audiência pública, aonde 0 lrtgo foi lá para fazer prestação de
20 contas e eu denunciei no plenário.
21 Juiz Federalz- Mas o senhor conhece detalhes dessas operações?
22 Interrogadoz- Dessa operação eu conheço detalhes.
23 Juiz Federalz- O senhor tem conhecimento se alguem dentro do Govemo, da COPEL, recebia
24 propina por conta disso?
25 lnterrogado:- Justamente, esse dinheiro... quem fazia essas operações era o lngo e o Heinz que
26 faziam essas operações dentro da COPEL, com o conhecimento todo do Govemador. Quem
27 fazia, da parte do Govemador, quem assistia essas operações era o Guaracy Andrade.
28 Juiz Federal:- E 0 senhor tem conhecimento se essas operações implicavam em desvio de
29 dinheiro?
30 Interrogadoz- Sim.
31 Juiz Federalz- Foi para beneficio pessoal dessas pessoas?
taa
lnterrogadm- Sim. Uma operação que compraram, títulos eles compraram por 24 milhões, tinha
Lza
avaliação no mercado de RS 100.000,00 (cem mil reais)
taa
Juiz Federah- E o senhor sabe se isso envolvia recebimento, por eles, de vantagens pessoais?
ua
Interrogadoz- Recebia. Recebiam vantagens pessoais. As próprias pessoas que faziam. Era
corrente na Assembléia como é que eles faziam isso. Toda a operação que eles fazia de dinheiro
\0oo\10\UJ>t,a\a

ua

t.a
por fora era feita na COPEL. Era COPEL e às vezes com o Secretário da Fazenda, faziam essa
L.a
triangulação, às vezes também a Secretaria de Obras.
ua
Juiz Federa1:- Algum deles lhe falou alguma vez que recebiam dinheiro por conta disso?
40 lnterrogadm- Não, não.
41 Juiz Federal:- Alguem falou para o senhor que eles recebiam dinheiro?
42 lnterrogadm- As pessoas do mercado financeiro, era corrente em São Paulo, aqui.
43 Juiz Federalz- Quem, por exemplo? Alguem que poderia testemunhas.
44 lnterrogadoz- O pessoal da Levs _

45 Juiz Federalz- Hã?


46 Interrogadoz- D Levston
8
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Interrogatório - Autos n” 2004.70.00.043116-0 -


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212
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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo Juoic|ÁRiA no PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Q.-_‹ Juiz Federalz- Mas alguém que poderia testemunhar sobre isso, o senhor conhece? Ou como e'
que o senhor poderia trazer prova a respeito desse fato?
lnterrogado:- Ah, eu acho que com a própria, com as próprias pessoas que trabalhavam na
Levston, advogados de São Paulo, tem como trazer essas provas. E tem a operação em si.
Juiz Federalz- Mas esse pessoal da Levston não estava envolvido na própria fraude?
lnterrogadoz- Tá, tá envolvido, mas tem gente que saiu de lá desse mercado. Tem gente que
\OOO\lO'\UJš~b.i

trabalhava aqui, um dia para lá. Agora, é uma tutela antecipada. Eles vendem. Agora, o valor de
mercado é o que diz o qué que foi a fraude, ou não.
Ministério Público Federalz- Qual e o papel dessa empresa, qual é o nome, o qué que ela
10 significa essa empresa? Livston?
ll lnterrogadoz- Levston.
12 Ministério Público Federala- Levston.
13 Interrogado:- Essa é a empresa que vende esses titulos do Brasil inteiro, que vendeu no Brasil
14 inteiro, que foi denunciada depois, teve gente presa, teve tudo, teve juizes, teve um monte de
15 coisa. Que apareceram nessas tutelas antecipadas que pegavam esses titulos frios e esquentavam,
16 com pareceres, com liminares, com isso dai. Essa empresa fez no Brasil inteirinho.
17 Juiz Federalz- Quem que era o dono? O senhor sabe quem é que controlava?
18 lnterrogadoz- Era o... eu tenho tudo, eu tenho toda a materia, eu tenho nas notas taquigráficas,
19 eu tenho tudo especificamente o dono, tenho tudo. Tenho os faxs da empresa que passaram para
20 a COPEL, tenho tudo.
21 Juiz Federalz- Mas o senhor tem esse material aonde? Em sua posse ou aonde?
22 lnterrogadoz- Estava na minha casa. Ou está nos documentos apreendidos ou continua na minha
23 casa.
24 Juiz Federalz- E esses depoimentos, notas taquigráficas, 0 senhor tem em sua posse?
25 Interrogadoz- Não, isso ai eu pego na Assembleia, isso e' fácil.
26 Juiz Federalz- Mas o senhor tem acesso ainda hoje lá?
27 lnterrogadoz- Não, tenho. Se eu pedi isso ai, eles são obrigados, isso dai e público.
28 Ministério Público Federal (Dr. Januário Paludo):- O senhor sempre fala que o pessoal
29 recebia propina ou de alguma fomia levavam vantagem nessas triangulações de operações todas.
30 lnterrogadoz- Ahã.
31 Ministério Público Federal (Dr. Januário Paludo):- Volto a repetir e a perguntar de novo,
onde aparece esse dinheiro, o senhor sabe onde é que aparece esse dinheiro? Se tinha algum
"laranja" que usava, alguma conta especifica, alguma off-shore que a gente pudesse investigar?
Cau»

ua
Quem gerenciava esse dinheiro todo? Se tinha alguém que era o que comandava isso tudo? Cada
L.:
um cuidava do seu próprio desvio?
lnterrogadoz- Tinha coisas que cada um cuidava do seu próprio desvio e tinham coisas que
\Doo\i0\ui-blz-›×›

CJ

centralizavam. Na epoca do Giovani Gionédis quem centralizava era o Giovani.


L.1L.at_,z

Ministério Público Federal (Dr. Carlos Fernando dos Santos Lima):- O importante nessas
suas respostas é aquilo que pode nos ser útil.

40 Interrogadoz- Ceno. Perfeito.


41 Ministério Público Federal (Dr. Carlos Fernando dos Santos Lima):-Nós precisamos
42 respostas não genéricas.
43 Interrogadoz- Perfeito.
44 Ministério Público Federal (Dr. Carlos Fernando dos Santos Lima):-O máximo de precisão
45 possivel, isso significa, lugare documentos, contas, nomes. Generalidades especificamente
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- Autos
V
interrogatório n° 2004.70.00.043116~0 Data: *1l2005.
213
-
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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo .iuD|c|ÁR|A no PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

sobre denúncia públicas que 0 senhor fez na Assembléia, elas realmente não são
(inc0mpree›1s1'vel)
Ju.-

Interrogadoz- Nâo, não, eu só fiz uma. Denúncia pública eu só fiz essa. Essa denúncia pública e
tenho documentos. Inclusive encaminhei os documentos, encaminhei para o Ministério Público,
encaminhei para tudo e também não sei 0 que foi dado.
\OO0\IO'\UJ=-Lz

Ministério Público Federal (Dr. Carlos Fernando dos Santos Lima):-O importante é 0 senhor
dar esse tipo de infomação que nos leve a algum lugar.
lnterrogadoz- Perfeito.
Juiz Federal:- Por exemplo, Giovani Gionedis. O senhor sabe se ele participou de algum
10 esquema em que ele recebeu dinheiro pessoalmente, uma especie de propina, ou como e' que ele
11 utilizava, como é que ele se apropriava desse dinheiro?
12 lnterrogadoz- Num caso especifico eu já passei que era daquela operação que foi feita com, de
13 uma empresa de São Paulo, de uma fatura de 4 milhões que se tomou 6 milhões, e que demorou
14 15 dias para ser pago. Tem a data, tem tudo quando foi feito, da para chegar ate na empresa que
15 pagou essa diferença aí.

16 Juiz Federal:- Mas desse dinheiro ele teria recebido parte em beneficio pessoal dele?
17 lnterrogadoz- Parte em beneficio pessoal dele.
18 .luiz Federalz- Mas 0 senhor sabe 0 caminho que isso tomou?
19 lnterrogadoz- Não tenho idéia.
20 Juiz FederaI:- E como é que 0 senhor sabe que ele teria recebido parte disso diretamente,
21 pessoalmente.
22 Interrogadoz- Porque foi falado na minha frente e na frente de outro lider do Govemo, onde ele
23 falou: “Eu preciso que dessa fatura se faça de 4, manda fazer 6. E eu preciso de 1 para resolver o
24 negócio e um eu falo com 0 Anibal.” Na minha frente.
25 Juiz Federal:- Um
para resolver 0 negócio de que?
26 lnterrogadoz- Daquela CPI COPEL- SERCONTEL que nós tinhamos conversado na outra vez.
27 Juiz Federal:- E o outro? A outra parte?
28 lnterrogado:- “E o outro eu estou precisando.”
29 Juiz Federalz- Ele falou isso?
30 Interrogadoz- Falou.
31 Juiz Federalz- E quem é que estavajunto com 0 senhor?
t,›
Interrogadoz- Estava o Valdir Rossoni.
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Juiz Federalz- Parte do dinheiro ficaria com ele então, 0 próprio Giovani?
L.:
lnterrogadoz- Parte do dinheiro que ele precisava para quitar algumas coisas.
ua
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Juiz Federalz- E 0 quê que ele iria falar com 0 Aníbal?

lnterrogad0:- Anibal?
L,.›
Juiz Federalz- Relativamente ao dinheiro que ia ficar com ele ou relativamente a o a p' rte?
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lnterrogadoz- A outra pane.
Lzà
Nada mais havendo a ser transcrito, eu GBB, e eu IG . ' ,

40 encerremos o presente termo, e certificamos que é reprod '_


o fiel dos depoimentos colhidos
41 fonograficamente.
42
43
44
Ciente
Curitiba, O4 de fevereiro de
Scrg ernan oro 1
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45 Juiz Federal
2” Vara Federal Criminal
46
10
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER21, Página 12

Interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 - Data: 111/2005.


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JU$TIÇA,FEDERAL
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

TERMO DE TRANSCRIÇÃO
Em
04 de fevereiro de 2005, em cumprimento aos termos do Provimento n°
05/2003, Seção VII, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
Federal da 4" Região, procedo a transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento
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Criminal Diverso n° 2004.70.00.043116-0, em audiência realizada nos dias 25 e 26.01.2005.

ANTÓNIO CELSO GARCIA


10
11 Juiz Federalz- A privatização do Banestado, 0 que o senhor sabe sobre a privatização do
12 Banestado?
13 lnterrogado:- A privatização do Banestado eles estavam fazendo... primeiro: quem fez a
14 avaliação do Banestado foi o Banco Factor. O Banco Factor, quem trabalhava lá, que tudo foi
15 encaminhado, foi a filha do Mário Celso Petralha. E ali foi feita a avaliação do banco. E pelo que
16 se tinha, nós tínhamos notícias, era uma avaliação abaixo do valor que se tinha. E estava sendo
17 encaminhado para que o Banco Itaú comprasse o Banco do Estado. No meio do caminho
18 apareceu o Bradesco, o Bradesco que queria, que tinha interesse em comprar o banco. Foram
19 feitas algumas reuniões em São Paulo, eu fiz essas reuniões em São Paulo com algumas pessoas,
20 advogados do Bradesco e propus uma reunião para o Giovani Gionédis em São Paulo com 0
21 Doutor Brandão para conversar da privatização do banco, aonde seria feita uma composição,
22 uma composição com alguns títulos e que o preço do que foi vendido a COPEL seria, daria uns
23 800 milhões a mais do que deu a venda para 0 Itaú. O quê que aconteceu? Nesse meio tempo ele
24 falou para mim: “Olha, nósjá estamos com a coisa bem encaminhada.”
25 Juiz Federalz- Quem falou?
26 Interrogadm- Giovani Gionédis. “Nós estamos com a coisa bem encaminhada com o Banco
27 Itaú, eles estão bem na frente, dificil vai ser fazer alguma coisa. SÓ se o Bradesco tiver alguma
28 coisa efetiva, entendeu? Que dê mais resultado." Eu falei: “Pois é, eles tem e querem conversar.”
29 - “Mas pois e, e nisso dai nós temos que ver qual é o percentual que dá para tirar disso dai." A
t.:
“Percentual do quê?°°- perguntei para ele. “Não, o percentual. Eles vão coinprar, eles vão levar 0

banco e nós queremos X por fora. Nós temos que negociar isso dai.”

Juiz Federalz- Ele falou isso para o senhor?
mà Interrogadoz- Falou.
L.:
Juiz Federalz- Em que ocasião?
Interrogadm- Na ocasião, antes da venda do....
~O00\|O\U.1:-L,J\››-O

t.:

L.:
Juiz Federalz- Mas em que contexto? Estava no gabinete dele, no escritório do senhor? Onde
t,›
estavam quando teve essa conversa? Tinha mais pessoas?
ua
Interrogadoz- Não. Estava eu e ele. Ele estava me autorizando, porque era uma conversa que
tinha, era sigilosa, porque eu estava tentando propor para ele uma conversa com o dono
uz do
40 Bradesco. e com os diretores, aonde se conversaria de duas coisas: uma do emprestimo para ele

41 pagar a folha do final do ano, que ele estava precisando de cento e poucos milhões para pagar a
folha, que ele daria em crédito, ele daria como garantia o credito de ICMS, vencimento
42 de alguns
43 meses de ICMS para quitar isso daí. E a outra conversa específica da venda do banco e de que
44 maneira daria para compor isso da'.
Juiz Federalz- Tinha mais alg m no recinto? Participando dessa conversa ou que ouviu essa
_

45
46 conversa?
1

Q) H
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interrogatório -Autos n° 2004.70.00.04311ô~0 › Dat'1l2005.


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JU$T|ÇA,FEDERAI_
SEÇAO JUDICIÁRIA DO PARANA
Z' Vara Federal Criminal de Curitiba

lnterrogado:-Que marcou a conversa teve. O Fausto Solano, que era genro do Doutor Brandão,
quejá esteve em outras operações ai.
Juiz Federal:- Mas quando ele falou essa questão que precisava sobrar um dinheiro e tal?
lnterrogado:- Não, não, não. Isso dai eu conversei especificamente com o Fausto na época, que
era ex-genro do Doutor Brandão, que marcou audiencia lá. Nós fomos, eu fui com o Giovani,
\OOO\IC7'\'JJàL4.›\››_-

com o diretor dele junto para São Paulo, que era o Manfri, nós fomos até uma parte do banco,
conversar com uma parte da diretoria do banco na Faria Lima, de lá o helicóptero nos levou até a
Cidade de Deus falar com 0 Doutor Brandão, aonde lá foi conversado, de como que poderia
fazer, o interesse do banco de se comprar e qual. Depois o contato direto da Secretaria da
10 Fazenda com os técnicos do Bradesco para se compor esses titulos, aonde 0 preço do banco se
11 daria pelo que foi efetivado por oitocentos e poucos milhões a mais. O que aconteceu no meio
12 dessa tratativa ai, estava se encaminhando para se fazer isso, mas o Bradesco precisava de mais
13 ou menos 30, 40 dias para efetivar isso para poder entrar na concorrência e veio o primeiro turno
14 da eleição de prefeito e o Cássio, o que eles imaginavam ganhar no primeiro tumo, eles foram
15 para 0 segundo tumo. E com medo de não se concretizar e o Cássio perder a eleição, eles fizeram
16 a venda para 0 Itaú, nas pressas. Teve uma briga pública ainda entre o Bomhausen e 0 próprio
17 Giovani Gionedis e todos da campanha que não queriam que fosse privatizado o banco e foi
18 privatizado porque eles achavam que depois não conseguiriam mais se 0 Cássio perdesse a
19 eleição vender 0 banco. E nisso daí estava implícito, pelo que ele colocou para o Bradesco, para
20 se fazer isso dai teria um pagamento que seria feito por fora, a titulo de entregar o banco e dessa
21 avaliação do banco.
22 Juiz Federalz- Quantas ocasiões ele falou para o senhor sobre esse pagamento por fora?
23 lntcrrogado:- Duas vezes. Uma quando nós conservamos a primeira e a segunda quando estava
24 viajando para lá, para falar efetivamente, para ter a reunião efetiva.
25 Juiz Federalz- Quando ele fala em pagamento por fora para o senhor, nessas duas
26 oportunidades, era o senhor e ele, ou tinha mais gente?
27 lnterrogadoz- Não, eu e ele.
28 Juiz Federalz- Só os dois?
29 lnterrogadoz- SÓ.
30 Juiz Federal:- Ele não chegou a comentar isso com o pessoal do Bradesco?
31 lnterrogadm- Não, não, não. Ele pedia para que levasse como que seria feita a operação. E o
ua
Bradesco... e eu falei isso para o próprio Fausto Solano, que levou isso para o pessoal do
bu
Bradesco.
uz
Juiz Federala- Mas o senhor falou de pagamento por fora para o Fausto Solano?
L.›
lnterrogadm- Lógico. Falei.
Juiz Federal:- E qual foi a resposta do pessoal do Bradesco? Chegaram a dar uma resposta
\OO0\IO'\lJ-IS-bJ\›

ua

ba
sobre esse tópico?
Lu lnterrogadoz- Ele marcou a audiência, tinha interesse de conversar. Marcou a audiência, foi
L.)
conversado, também tem lá, tem essa reunião, tem como se comprovar isso também.
40 Juiz Federalz- Ta, mas foi se conversado sobre pagamento por fora na reunião?
41 lntcrrogadm- Não, não. Nessa reunião quem conversou foi o Fausto Solano, que conversou. E
42 com o Doutor Brandão foi conversado como seria feito o negócio e passado para os advogados
43 tratarem com a Secretaria da Fazenda. E ai o Giovani Gionédis entrou direto nas tratativas com o
44 banco.
45 Juiz Federalz- E o que que o ni pediu 'para o senhor falar para o pessoal do Bradesco
46 quanto a essa questão de pagame o z¬ fora? ara a gente ser mais preciso.

12
Av. Anita Garibaldi. 88 ,
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iniermgziórizz. -Auioâ nf' 2004.70.00.043116-0 -Daiazf I. Í1/2005.

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SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

lnterrogadoz- Seria 75 milhões.


Juiz Federal:- Teria que ser pago por fora?
lnterrogado:- Por fora.
U-l=i..\›._.

Juiz Ferleralz- Ele falou isso para o senhor?


lnterrogadoz- Falou.
Juiz Federalz- 'Em duas oportunidades?
lnterrogador- E. E ainda falou que se tivesse alguma coisa, se eu quisesse colocar alguma coisa
para mim, que eu colocasse em cima disso, que eu podia discutir isso com o Bradesco.
\OO0\lC\

Juiz Federal:- E no que se refere a privatização com o Banco ltaú, havia as mesmas tratativas?
10 O senhor tem conhecimento?
11 lnterrogadoz- O que foi colocado para mim e que se fazer isso daí teria que ser mais ou menos o
12 equivalente ao Banco Itaú. Que era isso dai que ele pediu para mim.
13 .luiz Federalz- Ele falou isso para o senhor?
14 lnterrogadoz- Falou.
15 .luiz Federala- E como esse dinheiro, esses 75 milhões, por exemplo, seria pago? Como
16 chegaria nas mãos do Giovani ou das outras pessoas?
17 lnterrogadm- Ele me falava que isso era dinheiro para o .laime Lemer, para ele, para Mário
18 Celso, que tava no Banco Factor. lsso e' 0 que ele me comentava. Agora, como é que chegaria o
19 dinheiro, teria que ser por fora esse dinheiro, claro. Agora eu não tenho ideia como.
20 .luiz Federalz- Mas ele não chegou a mencionar, descrever como seria a operação? Como e que
21 o banco poderia passar esse dinheiro para eles sem que isso fosse descoberto?
22 lnterrogadoz- Não cheguei, não cheguei nesse momento porque o Bradesco foi tirado fora
23 porque eles fizerani uma coisa de em quatro dias eles resolveram bater o martelo nesse negócio
24 da privatização e não adiaram e não fizeram. No Bradesco, no Bradesco não se chegou nesse
25 ponto de se colocar e efetivamente se consolidar esse pagamento. Agora, quando ele tinha
26 colocado para mim, era uma obrigação, era uma condição de negócio se fazer se tivesse esse
27 dinheiro por fora.
28 Juiz Federal:- Isso o senhor falou para esse tal de Fausto Solano?
29 lnterrogadoz- Falei.
30 Juiz Federalz- Mais alguém o senhor falou?
31 lnterrogadm- Não.
L..
.luiz Federalz- Chegou a falar para o senhor Brandão?
L..
lnterrogadoz- Como?
L.:
.luiz Federalz- O senhor chegou a falar isso para o senhor Brandão?
L.:
lnterrogadm- Não. As conversas particulares, as conversas particulares com o Doutor Brandão
quem tinha era 0 próprio Fausto.
\O00\|O\u-L*-uâ×›

L.:

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.luiz Federal:- O senhor falou com o senhor Fausto isso em mais de uma oportunidade?
L.:
lnterrogadoz- Falei. Ele esteve aqui duas vezes, eu estive la duas vezes.
L.:
.luiz Federah- E como é que se poderia, por exemplo, comprovar essa conversa, fazer uma
40 prova disso?
41 lnterrogadm- O próprio Fausto.
42 .luizFederal:- Acusação?
43 Ministério Público Federal (Dr. Januário Palud0):- Na verdade não ficou muito claro por que
44 o senhor se envolveu nesse processo de privatização do Banestado? Qual era 0 interesse que o
45 senhor tinha junto ao Bradesc que o senhor representava? O senhor tinha algum interesse
46 econômico, politico? Queria hamento da (inconipreensível)
13
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER21, Página 15

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interrogatório -Autos n" 2004.70.00.043115-0 ~Dâza:› '01/2005.
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.|u$T|çA,FEDERA|_.
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Interrogadoz- Nâo, veja, tinha interesse, tinha interesse, primeiro: interesse em relacionamento
com o Bradesco, tinha interesse em fazer isso daí para que quando eu fosse candidato ao Senado
ter a contribuição do banco na minha candidatura. Esse era o meu interesse real. Isso foi
conversado com o Fausto, isso foi conversado que era uma coisa efetiva que poderia se
\OOO\lC'\UJ2~L¡J\2-e

consolidar.
Ministério Público Federal (Dr. Januário Paludo):- Quando o senhor foi candidato 0 senhor
teve essa ...?

Interrogado:- Não tive. Não tive porque, cheguei até a voltar a falar lá, fui com o Álvaro Dias ai
falar com o Doutor Brandão, para se ter essa conversa de ajuda para a campanha do Álvaro e a
10 nossa. Ai o Álvaro acabou falando com ele e acho que teve uma contribuição de 100 mil reais e
11 eu não tive contribuição nenhuma do Bradesco.
12 Juiz Federalz- Senhor Antônio, o senhor Giovani falou para o senhor que o Itaú iria pagar por
13 fora por conta da privatização do Banestado? O senhor ouviu isso dele?
14 Interrogadm- Ele falou que para eu continuar a conversa com o Bradesco, teria que deixar claro
15 que teria que ter 75 milhões para se pagar para levar o banco teria que ser nas mesmas condições,
16 mesmo que as condições do Bradesco fossem melhores, esse dinheiro seria obrigação.
17 Juiz Federalz- O Bradesco estava disposto a pagar mais pela privatização?
18 Interrogad0:- Pelas contas que se fazia e os títulos que eles queria dar, dava 890 milhões a mais.
19 Juiz Federalz- Mas títulos bons ou...?
20 lnterrogadoa- Bons. Não, titulos bons. Seria uma cesta de títulos que eles estariam fazendo que
21 demoraria uns trinta dias para fazer. Aonde eles dariam essa pane que o Itaú deu em dinheiro e
22 mais esses 890 milhões em titulos.
23 Juiz Federal:- Chegou a ser feito alguma coisa por escrito disso?
24 Interrogadoz- Não.
25 Juiz F edcralz- Dessas tratativas?
26 Interrogado:- Não, não. Teve as conversar efetivas que teve com o Giovani. Na verdade foram
27 duas reuniões, uma na Faria Lima e outra na Cidade de Deus, aonde os diretores primeiro da
28 Faria Lima, aonde foi exposto esses titulos para ele e depois na Cidade de Deus, onde se
29 conversou com o Doutor Brandão e a diretoria do Bradesco.
30 Juiz Federa1:- E mesmo sendo a proposta do Bradesco melhor, ainda assim se encaminhou a
31 solução com o Itaú?

lnterrogadm- Não, não se encaminhou porque o Cássio foi para o segundo tumo e eles
ts»
imaginavam que o Cassio podia perder a eleição para Prefeito, se perdessem eles não

conseguiriam mais privatizar o Banestado.
L» Juiz Federalz- E daí aceleraram o processo?
Interrogadoz- Aceleraram tudo em uma semana. Teve briga pública entre Bomhausen e
\‹O<×J\|0'\L14:.ua×›

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1,1
Giovani.

Juiz Federalz- Eles chegaram a comentar com o senhor o motivo de não fechar com 0 Bradesco
CJ
era esse?
40 lnterrogadoz- Chegou. Chegou a pedir para eu cancelar.
41 Juiz Federalz- Esse específico?
42 lnterrogadoz- Perfeito. Perfeito, que não adiantava mais continuar as conversas com o Bradesco
43 porque teria que ser imediatamente e com o Itaú estaria bem adiantado. E quem fez essa
44 intermediação com o Itaú, inclusive o Banco Factor.
45 Juiz Federalz- Banco Factor?
46 Interroga 0:- Foi.

14
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Interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 ‹

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1/2005,
21
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JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Juiz Federal:-O senhor mencionou que quem trabalhava ali dentro era ...?
Interrogadm- A filha do Mário Celso Petralha.
Juiz FederaI:- Mas
alguma influéncia decisiva nisso?
ela tinha
lnterrogadm- Eu acho que o próprio Mário Celso era amigo dos donos do Banco Fac
\DOO\IO\\JJšbJ\)›--

Nada mais havendo a ser transcrito, eu 2 GBB, e eu IG


encerremos 0 presente termo, e certificamos que e repr
'

É ção fiel dos depoimentos colhidos


fonograficamente.
10
11 Ciente,
Curitiba, 04 de fevereiro de 2005.

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12
13
14
15 io Fernando Moro
16 Juiz Federal
17 2” Vara Federal Criminal
18
19
20
21
22
23
24
25
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27
28
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Interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 -

7 219
J USTIÇA FEDERAL
sEçÃo JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

TERMO DE TRANSCRIÇÃO
Em
04 de fevereiro de 2005, em cumprimento aos termos do Provimento n°
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05/2003, Seção Vll, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
Federal da 4” Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento
Criminal Diverso n° 2004.70.00.043116-0, em audiência realizada nos dias 25 e 26.01.2005.

10 ANTÓNIO CELSO GARCIA


ll
12 Juiz Federalz- Quem e' Vadi Debis?
13 lnterrogado:- O Vadi Debis e' uma pessoa ligada ao grupo do Jaime Lemer e que teria algumas
14 off‹shores e que mexeria nesse dinheiro de campanha do grupo do Jaime.
15 Juiz Federalz- E o senhor tem conhecimento desses fatos em virtude do que?
16 Interrogadoz- Eu tenho conhecimento que várias vezes, até dito por ele, o próprio Giovani, o
17 próprio Giovani se relacionava com ele e várias vezes ele mesmo disse para mim que ele mexia,
18 que ele fazia isso durante muito tempo para o Jaime.
19 Juiz Federalz- Ele quem? Giovani ou...?
20 lnterrogadoz- Vadi Debis.
21 Juiz Federalz- Então retomando o depoimento do senhor Antônio Celso Garcia, o senhor Vadi
22 Debis falou ao senhor então que tinha um relacionamento com 0 Giovani Gionédis?
23 Interrogadm- Falou. Falou, é claro, todo mundo sabia, todos sabiam.
24 Juiz FederaI:- E que tipo de relacionamento?
25 Interrogadoz- Era relacionamento comercial e o relacionamento com o grupo do Jaime que seria
26 ele que faria a, que mexeria a questão do dinheiro para as campanhas políticas.
27 Juiz Federalz- O senhor Vadi Debis que...?
28 lnterrogadm- Que teria as off-shores fazendo isso.
29 Juiz Federalz- Ele trabalharia com off-shores, o senhor Vadi Debis?
30 lntcrrogad0:- Sim.
31 Juiz FederaI:- O senhor sabe como e' que ele operacionalizava isso, como é que ele trabalhava?
L.)
O senhor sabe alguma coisa mais concreta? Por exemplo, o dinheiro que foi utilizado em
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campanhas, ou o dinheiro dessas pessoas que ele teria trabalhado?
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Interrogado:- Não, o dinheiro, o dinheiro de campanha, segundo ele, era fomecido, ele fazia as
L.:
operações, ele fazia essas operações com essas off-shore, colocava o dinheiro aqui e no caso ate'
adiantaria esse dinheiro e depois receberia o dinheiro de volta, caso não tivesse fundo nessas off-
\Oo0\|O\u-J*-uzu

uz

L.:
shore ele faria o dinheiro lá fora e traria o dinheiro aqui dentro para as campanhas.
L.:
Juiz Federalz- Mas essas off-shores são do Vadi Debis ou são dos politicos para os quais ele
Lu presta serviço?
40 lnterrogadoz- Não. Eu acredito que seria ele o representante, o dono dessas off-shores, pelo que
41 ele falou.
42 Ministério Público Federal (Dr. Carlos Fernando dos Santos Lima):- A questão das off-
43 shores implica que ele tem que fazer a conversão da moeda para dólar. lsso normalmente é
44 utilizado um doleiro.
45 Interrogadoz- Sim.

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rnierrúgaiório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 - Daz'o.1/2005.


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2.
JUSTIÇA FEDERAL
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sEçÃo Juo|c|ÁR|A oo PARANÁ


2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Ministério Público Federal (Dr. Carlos Fernando dos Santos Lima):- Ele próprio é o doleiro
ou ele utilizava algum doleiro especifico? b

LI-¿šbJ\)-^
lnterrogador- Não, ele não é doleiro. Ele não é doleiro.
Ministério Público Federal (Dr. Carlos Fernando dos Santos Lima):-A principio ele deveria
usar, o senhor tem conhecimento de quem no mercado operacionalizava essas transferências?
lnterrogadoz- Não, mas tenho condições de saber.
\OO0\JO\
Juiz Federalz- Esse conhecimento que o senhor tem é em decorrência de conversas com o Vadi
Debis?
lnterrogado:- Sim.
10 .luiz Federalz- Ele lhe falava isso?
ll lnterrogadoz- Sim.
12 Juiz Federalz- Que ele era, vamos dizer, o caixa desses políticos como o Giovani Gionédis?
13 lnterrogadoz- Sim, sim.
14 .luiz Federais- Que outros politicos que ele atendia?
15 lnterrogadoz- O Cássio Taniguchi.
16 Juiz Federal:- O Jaime Lerner também?
17 lnterrogadoz- Também. Principalmente.
18 Juiz Federalz- Mais algum?
19 lnterrogadoz- Principalmente. Não, ele é do grupo do Jaime, que e o Jaime, 0 Cássio, todos, é
20 praticamente esses daí. As pessoas que ele lidava mesmo era o Mário Celso Petralia. o Giovani
21 Gionédis, o Cássio e o Jaime Lemer.
22 .luiz Federalz- E o José Janene?
23 lnterrogadoz- Jose Janene?
24 Juiz Feaeraiz- É.
25 lnterrogado:- Não. Para o Vadi eu acho que não.
26 Juiz Federal:- O que o Vadi Debis lhe falava assim especificamente?
27 lnterrogado:- Nós temos uma roda de jogo que o Vadi joga com a gente e ele falava que há
28 muito tempo que ele que carregava nas costas o grupo, que ele que fazia, ele que tinha a conta
29 dessas pessoas e um dia ele chegou, até eu não sei se não tem numa conversa, ele chegou a me
30 falar, pedir para mim falar com o Cassio Taniguchi, que eu tinha uma audiência com o Cássio, e
que o Cássio estava enrolando ele, que ele queria receber os três milhões de dólares que ele tinha
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que receber da campanha de 2000 ainda do Cássio, que estava pendente. Que se o Cássio não
pagasse ele colocar o Cássio na cadeia.
.luiz Federalz- Ele emprestava dinheiro para essas pessoas?
lnterrogadoz- Sim.
.luiz Federal:- E 0 senhor sabe, por exemplo, se ele também cuidava de, vamos dizer, se algum
deles tivesse feito algum desvio em proveito proprio, ou para a campanha, era ele que cuidava
\0oo\|O\U-V-U

L.1L,›L..›L,zL,zL»au

dessas operações?
lnterrogadoc- Do Giovani, que eu sei, sim.
40 .luiz Federal:- E o que o senhor sabe especificamente em relação ao Giovani?
41 lnterrogado:- Que ele que tinha todas as contas de movimentação, que tinha de alguma coisa
42 por fora do govemo, ele que tinha nessas off-shore.
43 .luiz Federal:- O senhor Vadi Debis?
44 lnterrogadoz- lsso.
45 .luiz Federal:- Alguma off›shore nhor sabe o nome?
46 lnterrogadoz- lão. 1

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1.
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interrogatório -Autos n° 2004.70.00.043116-0 ~


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FEDERAL
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J USTIÇA
sEçÃo .JuoiciÁRiA Do PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Juiz Federal:- Como e que essas operações eram feitas o senhor tem conhecimento?
lnterrogadoz- Não.
Juiz Federalz- O senhor sabe se ele se servia do trabalho de algum doleiro?
Interrogado:- Devia se servir de algum trabalho, mas especificamente não, mas é fácil saber.
Juiz Federalz- O senhor utilizou os serviços dele?
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lnterrogadoz- Não. Nunca.


Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):- Onde fica o escritório dele, a central dele,
onde ele trabalha, onde se poderia localizar algum documento, alguma coisa?
lnterrogadoz- Aqui peno, aqui nessa rua que vem para cá, essa rua do Expresso...
10 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-João Gualbeno?
ll lnterrogadoz- É, Joäo Gualberto. lsso, um predio inteiro dele lá. prédio de vidro azul ali. Um
12 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):- Lá seria o escritório dele?
13 lnterrogadoz- Central.
14 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Se essa documentação se guardar, guarda
15 lá, possivelmente?
16 Interrogad0:- Com certeza absoluta.
17 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Deixa só eu retornar um pouquinho. A
18 história do Bradesco, quem era o interlocutor la. Quando o senhor fala no Bradesco, quem foi o
19 interlocutor, a quem o senhor falou, a pessoa, sobre a proposta dos 75 milhões?
20 lnterrogadoz- Fausto Solano.
21 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Fausto Solano?
22 Interrogadoz- É.
23 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Qual é o interesse do Bomhausen nessa
24 história de privatização do Banestado?
25 Interrogadoz- Ah, por causa do PFL. O PFL, ele não queria que fizesse a privatização porque
26 ele falava que ele entendia de banco e ele não queria, de maneira nenhuma, que se fizesse a
27 privatização, que ele achava que comprometeria a campanha do Cássio, por isso que ele estava.
28 Ele e Presidente do PFL e essa discussão foi pública, foi um quebra-pau direto do Giovani
29 Gionédis com 0 outro Giovani, contra toda a estrutura da campanha. o staf de campanha
30 inteirinha, ele brigou com todos e “peitou° todo mundo para se fazer a privatização na época. Eu
31 me lembro que os deputados, nós estávanios apoiando o Cássio, todos fomos contra nuina
L» reunião, ele ipeitou” todo mundo, falou que não tinha condição que tava pronto, que já se tinha
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gasto um monte de dinheiro para fazer a avaliação de tudo e que se ia fazer de qualquerjeito e
L.) “peito” todo mundo e inclusive
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Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Isso o Giovani?
L» lnterrogado:- Giovani.
1,4
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Você falou que tem uma filha do Petralha

que trabalha no Banco Factor. Qual é o nome dela?
ua
lnterrogadm- Eu não sei 0 primeiro nome dela, mas ela trabalhava no Banco Factor naquela
40 época, eu não sei se trabalha hoje. Naquela época eu sei que era ela trabalhava no Banco Factor,
41 indicada por ele. Ele era amigo do pessoal do Factor, e o Banco Factor que fez a triangulação
42 toda com 0 Banco Itaú.
43 Ministério Público Federal (Dr.Januári0 Paludo):-O Factor também fez a privatização da
44 COPEL?
45 lnterrogadoz- Sim.
46 Juiz Federal:- E o senhor tem m relacionamento então com esse Vadi Debis? L

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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Interrogadoz- Tenho um relacionamento amigável, tenho.


Juiz FederaI:- E o senhor acha que conseguiria obter alguma prova a respeito dessas afirmações
dele?
lnterrogadoz- Eu acredito que sim, a campanha pelo menos. O doleiro que mexe, que faz essas
coisas assim.Eu tenho, acho que tenho até facilidade de fazer isso.
\DO0\IÓ\LJ-l`-bJ\)›--

Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):- O avião que o senhor, particular, que 0
senhor usava às vezes para... é do próprio V adi Debis?
lnterrogadoz- Eu usei uma vez só. Eu usei uma vez só o avião dele, mas ele tem um avião, um
Citation 2.
10 Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):-Quem mais usava esse avião?
ll lnterrogadoz- A que eu sei... usa várias pessoas, o próprio Giovani, o Roberto Benholdo, o
l2 Cássio, todo mundo praticamente que era do Govemo usava esse avião.
13 Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):-E alguma vez ele falou especificamente para
14 o senhor que o Giovani teria participado de algum negócio ilícito? Ou seja, teria tirado dinheiro
15 de alguma operação do Govemo e dado na mão dele para que ele operacionalizasse isso?
16 lnterrogado:- Geralmente o dinheiro de campanha que se colocava, ou era dinheiro que já saia
17 de algum lugar e ia para essas off-shore, ou ele fazia operação com essas off-shore, colocava 0
18 dinheiro e eles devolviam para ele.
19 Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):-Ele sempre disse para o senhor que quem
20 movimentava o dinheiro de campanha do Jaime era ele?
21 lnterr0gado:- Era ele.
22 Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):-Falou isso?
23 lnterrogadoz- Falou.
24 Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):-E que todas as operações com dinheiro,
25 financiamento de campanha, era ele que fazia?
26 lnterrogadoz- Por muito tempo foi ele que fez.
27 Ministerio Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Só fazer uma distinção, tem dinheiro de
28 campanha e dinheiro de campanha. Dinheiro de campanha lícito e tem dinheiro de campanha
29 ilícito.
lnterrogado:- É.
t..›\.z›t.,›

\››-O
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Que tipo de dinheiro ele movimentava?
Tanto lícito quanto ilícito?
L.:
Interrogadoz- Não, eu acho que de doações, doações específicas, dessas que contabilizam...
CJ
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Separadas?
Lu lnterrogadoz- Eu acho que é Caixa 2.
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Caixa 2?
\O00\IO\U.t:.\.zà

CJ

L.:
lnterrogadoa- Sim.
L.›
Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):-Acha ou tem certeza?
L.:
lnterrogado:-Não, Caixa 2.
40 Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):-Alguma vez ouviu ele falar do movimento
41 Caixa 2.
42 lnterrogado:- Não, não, não. Eu não ouvi ele falar nunca que tinha feito, de tcrqpego doação
43 para campanha, específico, que o movimento das off-shore era justamente a movimentação do
44 Caixa 2.
Defesa (Dr. Antônio Augus o ueiredo Basto):-Tambem alem do Caixa 2, outras operações?
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45

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Interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 - Dat'91l2005.


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Ju$T|ÇA,FEDERA|,.
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

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lnterrogadoz- Outras operações, outras transações. Mas 0 que eu sabia era dinheiro de
campanha, que ele falava especificamente e que me pediu para cobrar o Cássio Taniguchi,
deixando claro isso dai era dinheiro de campanha.
Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):-Do Giovani Gionédis ele sempre falava,
especificamente?
\OO0\¡0'\U-làbà

lnterrogadoz- Vivia junto, viajam juntos para, para cassino, para esses negócios. Viajavam e
viajamjuntos. E são amigos pessoais há bastante tempo.
Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):-O seu relacionamento com essa pessoa vein
do quê?
10 Interrogado:- Do Vadi?
ll Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):-É.
12 Interrogado:- Eu conheci ele numa roda de jogo que um amigo nosso levou ele para jogar com
13 a gente. Faz...
14 Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):-Ele semprejoga com vocês?
15 Interrogado:- Toda segunda-feira.
16 Juiz Federal:- O senhor mencionou desse... ou ele mencionou desse empréstimo de très
17 milhões. O senhor sabe alguma coisa mais concreta a respeito disso?
18 Interrogado:- Não, que ele disse para mim que foi um dinheiro que adiantou para o final da
19 campanha do Cássio, do Segundo Turno, e que...
20 Juiz Federalz- Campanha qual?
21 lnterrogado:- De 2000.
22 Juiz Federalz- 2000.
23 Interrogador- Isso. E que ele teria adiantado esse dinheiro e que eles estariam enrolando ele e
24 que o Giovani tinha se distanciado do grupo, tal e a ponte era o Giovani e que ele não estava
25 conseguindo e como ele sabia do meu bom relacionamento com o Cássio, e que eu tinha essa
26 audiência, ele pediu para que eu falasse isso para o Cássio, que ele estava começando a °ficar de
27 saco cheio”, palavras dele, e que ele queria resolver isso dai rapidamente e que ele tinha condição
28 de colocar ele na cadeia se não resolvesse isso.
29 Juiz Federala- lsso foi esse ano?
30 lnterrogadoz- Passado.
31 Juiz Federal:- Ano passado.
ua
lnterrogado:- 2004, e'.
L» Juiz Federal:- E o senhor sabe afinal de contas se foi pago, ou não foi pago?
uz
lnterrogadoz- Segundo que ele me falou que a maioria tinha sido pago até no meio da
Lu \O00\|O\U.¿*.L..›\¡

campanha, no meio da campanha politica desse ano, a maioria tinha sido pagajá.
da
Juiz Federalz- Pago para o Vadi Debis então?
CJ
Intcrrogadoz- Isso.
L.:
Juiz Federal:- Pelo Cássio Taniguchi?
t.:
lnterrogadoz- Claro, pelo esquema do Cássio, da prefeitura.
40 Juiz Federal:- O que o senhor sabe do esquema do Cássio Taniguchi? O senhor sabe de alguma
41 operação que eles teriam?
42 lnterrogadoz- Sei dessas coisas de caixa 2, de arrecadar dinheiro, de fazer isso dai.
43 especificamente isso dai. E dessa operação que o próprio V adi pediu para que eu cobrasse dele.
44
45
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20
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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo Juo|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Nada mais havendo a ser transcrito, eu GBB, e eu IG .

encerremos o presente temao, e certificamos que é repro ção fiel dos-'depoimentos ëolhidos
fonograficamente.

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Ciente,
Curitiba, 04 de fevereiro de 2005.

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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER21, Página 23

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Interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 - 1/2005.

JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo JuD|c|ÁR|A oo PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

TERMO DE TRANSCRIÇÃO
u-l=~<.››\).-

Em
04 de fevereiro de 2005, em cumprimento aos tem1os do Provimento n°
05/2003, Seção VII, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
Federal da 4” Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento
Criminal Diverso n° 2004.70.00.043l 16-0, em audiência realizada nos dias 25 e 26.01 .2005.
\OO0\lC'\

ANTÔNIO CELSO CARGA


10
11 Juiz Federalz- 'O que o senhor sabe sobre o Deputado José Janene?
12 lnterrogado:- E presidente do meu partido. É presidente do meu partido e especificamente em
13 relação a que?
14 Juiz Federalz- Algum esquema que ele teria participado, alguma coisa nesse sentido.
15 lnterrogado:- Não. O Janene sempre cuidou das coisas do partido. O Janene cuidou e o Janene
16 sempre foi a pessoa, enquanto presidente, negociava as pretensões partidárias, ele sempre fez
17 isso daí. Ou na época junto com o Giovani Gionédis, com 0 Cássio Taniguchi, com o Jaime
18 Lemer, ele que tratava disso especificamente, como tratou diretamente também com o Álvaro
19 Dias na campanha, tratou com 0 Requião, com Álvaro Dias, com todos na campanha de 2002
20 também.
21 Juiz I-`ederal:- Mas o senhor sabe de desvio de algum dinheiro que tenha ido, alguma operação
22 que teria ido em beneficio ao Deputado em questão?
23 Interrogadm- Do Janene?
24 Juiz Federalz- lsso.
25 lnterrogado:- Não, não. Nunca.
26 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):- E aquele caso dos vampiros?
27 lnterrogado:- Vampiros?
28 Ministério Público Federal (Dr.Januári0 Paludo):-É. Que ele indicava as pessoas lá para a
29 Agéncia Nacional de Vigilância Sanitária, as pessoas entravam lá por indicação dele, aquela
30 coisa. Aquela conversa que tem interceptada.
31 lnterrogadoz- Deixa eu te falar uma coisa, eu não participo do esquema federal. Ele até brincava
tu com a gente: “Vocês tratem do estadual, que federal é federal.” Ele até dividia assim nas
ua
reuniões. Mas no caso específico ai dessas indicações. dessas indicações, o Janene hoje assumiu

a liderança do partido, hoje ele é o lider, na hora que voltar os trabalhos aí, ele é o lider, mas ele
da
\O00\|0\U.¿:.LzJ\›
foi sempre que negociou essas posições com o Govemo, mesmo com o .Iaime Lemer, de
t.;
indicações, tudo. Ele tira indicação elencam varios nomes, isso foi feito aqui
do grupo, eles

também quando foi indicado Ney Leprevost e outros, e eles indicam para os Govemos. Então eu
uz
não sei se e indicação pessoal dele, ou se é indicação do grupo que ele leva para o Presidente da
oz
República, para Govemador, para o Prefeito, ele leva a indicação. Isso ele sempre fez. Agora, eu
40 não tenho conhecimento dessa operação vampiro aí de indicação dele. Nunca conversei a
41 respeito disso com ele.
42 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):- Não sabe de nenhum envolvimento dele a
43 respeito disso?
44 lnterrogadoz- Não. minha conversa com o Janene, especificamente, é o Paraná. Nunca
A
45 conversei, nunca fiii para Brasili nunca tive com ele em reuniões da executiva nacional do
46 partido. Nunca tive nada. Sei e tem uma influencia muito grande lá. E ele tem essas

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1
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JU$TIÇA,FEDERAl_
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

indicações, minhas conversas eram pontuais em relação ao Paraná, tanto que em relação
mas as
ao apoiamento para o Beto Richa foi com ele que eu discuti, foi ele que resolveu em Brasilia, foi
\››_.

ele que trouxe 0 partido para apoiar.


Juiz Federal:- O senhor sabe se ele tem relacionamento com o Alberto Youssef?
1nterrogado:- Com Alberto Youssef?
\O0<>\IO'\UJ`-Lu

Juiz Federalz- lsS0.


1nterrogado:- O Janene?
Juiz Federalz- Janene.
1nterrogado:- Não, eu sei que eles são amigos. Agora, relacionamento comercial eu não sei.
10 Juiz Federal:- O senhor sabe se o Alberto Youssef é doleiro, atende como doleiro o José
11 Janene?
12 lnterrogadoz- Não tenho essa informação, Meritissimo. Eu sei que são antigos, são de Londrina
13 e encontrei eles uma vez juntos em Londrina, juntos. Eu sei que são amigos, mas esse
14 relacionamento não.
15 Juiz Federalz- O senhor fala dessas operações à nivel estadual, de desvio de dinheiro para a
16 campanha, para atender Deputado, ou coisa parecida, o senhor que participava da base do
17 governo, o senhor nunca recebeu nada dessas operações?
18 lnterrogadoz- Não, eu teria... me foi oferecido pelo próprio Giovani a oportunidade de ver essa
19 negociação com o Banestado e a propria concessão das rodovias pedagiadas, que eu tivesse uma
20 participação nisso daí. E isso que foi negociado comigo. O do pedágio não deu certo porque na
21 hora do *vamos ver” apareceu uma que era a pior delas para eu participar e a do Banestado que
22 seria, que reverteria no meu apoiamento, no que precisaria mais de dinheiro para a campanha
23 politica, o do Banestado, não deu certo. Eram as duas coisas que eles tinham aberto para que eu
24 fizesse.
25 Ministério Público Federal (Dr.Carlos Fernando dos Santos Lima):-Se me permite, eu vou
26 lembrar um caso que nós temos ai, que já saiu emjornais, que nós temos alguma investigação a
27 respeito, que é o caso de desvio de dinheiro da COPEL, numa operação triangular envolvendo a
28 COPEL, uma empresa do Rio de Janeiro chamada Silver Claud e a Di\'l.
29 Juiz FederaI:- Adifea, né?
30 Ministério Público Federal (Dr.Carlos Fernando dos Santos Lima):-Não, não. DM
31 Construtora e Empreiteira.
L.:
Juiz Federal:- Desculpe.
ua
Ministério Público Federal (Dr.Carlos Fernando dos Santos Lima):-E neste caso o senhor
Lú tem algum conhecimento dessa operação?
ua lnterrogadoz- i\1as essa operação não foi na minha época de Deputado, foi?
Ministério Público Federal (Dr.Carlos Fernando dos Santos Lima):-Foi anterior, acredito eu.
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L.:
lnterrogadoz- Anterior.
L.:
Juiz Federalz- 1998, né?
L,›
lnterrogadoz- Ah, 1998. E que eu fui eleito em
1998, meu mandado foi de 1999 até 2002,
então... Veja, essas coisas se discutiu muito entre os Deputados. Era o seguinte: até para
ter o
40
41 entendimento aqui, era “Govemo de Ladrão”.
42 .luiz Federal:- SÓ um niinutinho. O senhor pode retomar então.
43 lnterrogadoz- Nessas questões da Assembléia, o que corria entre os Deputados, mesmo da base
44 aliada, era que era “Govemo de Ladrão”, que era“Govemo de
Ladrão”. sabe? Nunca se tinha
45 razão, nunca se discutia as questõ s do Estado em primeiro lugar. Sempre se discutia o que quee
46 que o G vemo tinha levado de gem. E muitos sabiam de envolvimento nos Jogos Mundiais
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JusT|ÇA FEDERAL
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
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da Natureza. Nos Jogos Mundiais da Natureza aonde se teria, aonde se teria desviado, segundo o
que falavam para nós Deputados, quase uma quantia de 50 milhões que teria envolvido esses
Jogos Mundiais da Natureza. Questão das rodovias pedagiadas que teria se cobrado propina das
empreiteiras para que se tivesse, se fosse pedagiadas as estradas. As operações que eram feitas na
\OOO\|O\L/-¿>b›\›._.

COPEL, essa sociedade que era feita com os Goulin, que era feita com o Darci Fantin, que era do
grupo e tal. Que eram todas coisas Iesivas não só a empresa como 0 Estado. Isso era voz corrente
entre os Deputados. Tanto é que, cada coisa que se fosse colocar, o Govemo colocava um projeto
de lei para se votar na Assembléia, não se votava nada sem ter uma conversa do que se teria em
troca. “Ah, então tá bom. Você tem que me dar em troca 30 prefeituras minhas vocês vão ter
10 que mandar 150 mil, vai ter que mandar isso para cá, vai ter que mandar telha, vai ter que

11 mandar... Sabe, essas coisas que Deputado discute. Toda a votação tinha uma barganha,
12 alguma coisa para se fazer.
13 Juiz Federal:- Mas nessa perspectiva, nessa linha, o senhor que era da base aliada, dessas
14 barganhas e tal, o senhor nunca tirou nada?
15 lnterrogado:- Não, eu participava sim. Eu não tinha prefeitura, é diferente. Eu não tinha
16 prefeitura para atender. Eu não fui eleito por prefeitos, eu não tinha vereador, eu não tinha base.
17 Eu não tinha base. Eu tinha o nome feito em outras campanhas majoritárias, eu fiz a minha
18 campanha sem ter prefeito. Eu fiz a minha campanha na televisão. Então o que acontece? Eu era
19 lider do partido. Como líder do partido eu negociei varias vezes com o Govemador, como Chefe
20 da Casa Civil, as coisas que o partido reivindicava, quase que na sua totalidade. Eu sentava com
21 os lideres, lideres do govemo e várias vezes com o Governador. Era eu que negociava. Mas eu
22 fiquei muito pouco tempo na base. Eu fiquei praticamente um ano na base. A hora que eu vi que
23 era um tipo de coisa que não se dava para se discutir politicamente apoiamento, nada disso. Eles
24 não conversavam isso. A conversa deles era a seguinte: “O quê que eu dou em troca? Eu quero o
25 meu voto para isso daqui, o quê que vai dar em troca.” Negocie por questão e não faça acordo
26 com Deputado. Ninguém tinha as benesses ou o relacionamento, entendeu, bom com o Governo,
27 as questões eram discutidas pontuais. Eu fiquei um ano na base do Govemo e rompi quando
28 apresentei 0 projeto de lei que pedia a venda da COPEL, que eu sabia também que se estava
29 fazendo negociação com a Tractbell e veriam um monte de dinheiro, e falavam em 400, 500
30 milhões que viria para o Govemo e que seria uma maneira deles...
31 Juiz Federalz- E o senhor não recebeu nada nessa negociação da COPEL - Tractbell?
ua
Interrogadm- Não. Não saiu. Eu fui contrario, eu inverti a posição.
ua
Juiz Federalz- Mas depois quando houve aquela venda de ações da COPEL?
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Interrogadoz- Venda de ações da COPEL?
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\O00\10\u-J*-\..v×›
Juiz Federal:- É.
ua
Interrogadm- Não, não. Aí eu já estava, aí se aconteceu alguma coisa, aí eu já era da outra ala,
L.)
eu passei praticamente a ser da oposição. Tanto é que quando tinha conversa com os lideres de
L.:
govemo, depois que eu botei essa lei da COPEL, que eu coloquei a lei da COPEL, não era mais
L.:
eu que atendia, era o vice-líder que atendia o Govemo e eu só continuei lider por força de
40 votação, eu continuei lider do partido nas negociações.
41 Juiz Federalz- Isso foi antes da privatização do Banestado o que o senhor está dizendo?
42 Interrogado:- Não, foi durante, né?
43 Juiz Federal:- Mas essa lei que o senhor apresentou foi...?
44 Interrogadoz- Foi depois da privatização do Banestado.
45 Juiz Federalz- Quando que isso nteceu?

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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER21, Página 26

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interrogatório -Autos n° 2004.70.00.043116-0 -
Data; 1/2005.

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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo .JuDrc|ÁR|A oo PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Interrogadoz- Aconteceu... 1999, 2000 foi o Banestado, foi justamente quando acabou, nas
férias de 2000 para 2001 eu apresentei, em fevereiro eu apresentei a lei que impedia a venda da
COPEL.
Juiz Federalz- E o senhor mencionou agora à pouco que lhe foi oferecida a participação nessas
\OO0\IO\UJ>bJ\¡›-

concessões do pedágio. O senhor pode mais concreto, especifico?


Interrogado:- O próprio Giovani Gionédis me falava: “Bom, você é empresário, você não vai
querer ficar, você não tem prefeito para atender...°° Eles não tinham como me oferecer coisa, por
exemplo, quando eu entrei na Assembléia o Aníbal me ofereceu dois carros, me ofereceu um
gabinete maior, me ofereceu um monte de benesses que eu não usava, que eu não usava, não
10 fazia porque eu era daqui, não viajava e não precisava. Então esse tipo de coisa criava
ll constrangimento dentro da Assembleia por eu não aceitar essas coisas ate' dentro do meu partido.
12 Que era o único que não aceitava esse tipo de coisa porque eu sabia como e que funcionava as
13 coisas com o Aníbal. Agora, o Giovani a mesma coisa quando me chamou para conversar, o
14 Jaime, como aliado, eles me queriam como aliado e queriam que eu participasse de algumas
15 coisas como empresário: “Olha, vai surgir oportunidade disso aqui.” Dai o Giovani
16 especificamente falava para mim, no caso do pedágio: “Eu tenho como colocar você como uma
17 parte nesse consórcio você pode participar com uma empresa sua. Tem a privatização do
18 Banestadof”
19 .luiz Federal:- No pedágio, ele foi mais concreto, mais específico, ou foi mais conversa
20 genérica?
21 lnterrogadoz- Não, foi conversa ate' foi mais específica quando ele me apresentou uma proposta
22 para eu entrar numa dessas rodovias, eu teria que ter um capital, era o inverso que ele tinha feito
23 com todo mundo. Eu teria que ter um capital de 4 milhões para entrar, num lugar que teria que
24 ter mais obras, era o contrato menos, era o contrato que menos favorecia o empresário.
25 Juiz Federal:- Qual o trecho que era?
26 lnterrogadoz- Eu não tenho idéia, mas eu acho que e essa que participa o José Maria Ferreira.
27 Juiz Federalz- Mas ele que estava montando os consórcios para participação da concessão?
28 lnterrogadm- Ele falava, ele montava tudo. Ele no Governo quem fazia tudo, que falava de A a
29 Z, quem falava na COPEL, quem falava na Secretaria da Fazenda, quem falava com a Secretaria
30 de Administração, quem falava com a Assembléia, era só ele.
L.:
Juiz Federalz- Mas ele veio lhe oferecer que o senhor entrasse para participar de um consórcio
L.›
que recebeu a concessão de um trecho?
L.:
lnterrogadoz- Que estaria ganhando a concessão de um trecho.
L.:
Juiz Federalz- Antes dos leilões, antes da licitação?

\00O\10\U4:.L.›\››-

lnterr0gado:- Eu acredito que no processo. Foi antes porque o pedágio foi implantado em 1998,
L.:
então foi depois que foi implantado o pedágio. Ai sim que ele me estudaria uma participação
L,›
numa dessas que ele negociaria com o empreiteiro para que eu entrasse. Essas eram as coisas que
L..›
ele daria em troca pra mim para eu atender o Govemo e para eu fazer as coisas. continuar na
L.:
base do Govemo. Como eles faziam barganha com todo mundo, era isso que eles estavam
40 fazendo comigo, me oferecendo essas coisas do pedágio, da privatização do Banestado, se eu
41 tivesse como influenciar isso daí, ganhar dinheiro com isso dai.
42 Juiz Federalc- Essa conversa foi presenciada por alguém ou entre o senhor e ele, só?
43 lnterrogadoz- Não, essas conversas geralmente são feitas, eu fazia como lider, geralmente são
44 feitas sozinho, quando e de se ofer alguma coisa para alguém, diferenciada.
45 Juiz Federalz- O senhor menc` noul agora à pouco, que ele disse ao senhor que o senhor teria
46 que ter um capital de?

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lnterro 9 atório _ Autos n° 2004.70.00.043116 C 0 C Dat a›:_z "
:- "£)1l2005.
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Ju$T|çA,FEDERAt
SEÇAO JUDlClARlA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

lnterrogado:- Quatro milhões.


.luiz FederaI:- “E era 0 contrário do que teria sido feito”, eu não entendi essa afimação.
lnterrogadm- A maioria que entrou, eles tinham os empréstimos feito com o aval do Govemo.
Juiz Federalz- A maior que entrou, o quê? O senhor seja mais claro.
\O0<>\|O\uJ:.L.›×›--

lnterrogadm- Dessas empreiteiras que fizeram essas rodovias, a maioria, entrou com contratos
de empréstimos e tudo isso e não colocaram dinheiro especificamente. lam colocar dinheiro, na
verdade eles iam arrecadar primeiro para depois começarem as obras. E nesse especifica já teria
o trecho de duplicação, seria o contrato mais complicado e que menos favoreceria a alguém,
aonde se tinha entre nós, até porque tinham contratos favoreciam muito menos uma empreiteira
10 do que outra, tinham-se a dúvida e até quase que uma certeza que todas essas empresas das
ll rodovias pedagiadas, cada uma teria uma pane específica no papel, mas que todas fariam parte
12 do mesmo grupo, todas fariam pane do mesmo grupo fora do papel.
13 Juiz Federal:- Que grupo que e esse?
14 lnterrogadm- Do grupo das concessionárias das rodovias pedagiadas.
15 Juiz Federal:- E o senhor sabe se, por exemplo, Giovani Gionédis ou Jaime Lemer tem alguma
16 participação nesses empreendimentos, nesses consórcios, nesse grupo? Ou receberam alguma
17 vantagem indevida nesse processo?
18 lnterrogadm- Aí para ser mais especifico eu continuo dizendo: a conversa que se tinha é que
19 nada se fazia sem ter uma vantagem para 0 Governo, quem negociava isso era 0 Giovani. Agora,
20 se ele tem participação efetiva em alguma coisa disso dai, eu não sei. Nem ele, nem o Jaime, não.
21
22
23
24 Nada mais havendo a ser transcrito, eu . GBB, e eu lG ,

25 encerremos 0 presente termo, e certificamos que e' reprod ção fiel dos depoimentos colhidos
26 fonograficamente.
27
28 Ciente.
29 Curitiba, 04 de fevereiro de 2005.
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Juiz Federal
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Interrogatórío - Autos n° 2004.70.00.043116-0 - Datag ;:1/2005_
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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo Juo|c|ÁR|A no PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

TERMO DE TRANscRiÇÃo
Em
04 de fevereiro de 2005, em cuntprimento aos termos do Provimento n°
05/2003, Seção Vll, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
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Federal da 4” Região, procedo a transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento


Criminal Diverso n° 2004.70.00.043116-0, em audiência realizada nos dias 25 e 26.01 .2005.

ANTÓNIO cr.Lso GARCIA


10
ll Juiz Federalz- Alguma pergunta?
12 Ministério Público Federal (Dr.Januário Pa1udo):- Eu tenho, mas é no próximo, na seqüência.
13 Posso fazê-las então?
14 Juiz Federal:- Seria outro tópico aqui?
15 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Não, é um parênteses que eu quero fazer
16 agora. Sobre os aviões, eu queria a especificação do avião, dois aviões.
17 Interrogado:- Certo, certo.
18 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Quem pilota, onde estão guardados, qual é
19 0 prefixo, qual 0 plano de vôo deles. Porque eu preciso o levantamento, ou agora o senhor me
20 falou, ou depois vai ter que me providenciar isso.
21 Interrogado:- Vou lhe arranchar, certo.
22 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-O Avião do Vadi Debis?
23 Interrogado:- Vadi Debis e Francisco Simeão, sim.
24 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Desses dois aviões, especificamente esses
25 dados.
26 Interrogado:- Um
fica angarado aqui no Bacacheri, que 0 do Vadi Debis, e 0 outro fica
27 angarado no Afonso Pena, que é o do Chico Simeão.
28 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Que tipo de avião tem o Vadi Debis?
29 Interrogado:- Citation 2.
30 Ministério Público Federal (Dr..Januari0 Paludo):-Quantos lugares?
31 Interrogado:- Sete. Sete e mais dois pilotos.
L.:
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Quem é o piloto?
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Interrogado:- Lincoln.
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Ministério Público Federal (Dr..lanuario Paludo):-E onde é que mora esse Lincoln, sabe?

Interrogado:- Não.
L..›
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Já conversou com ele?
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Interrogado:- Já.
L» Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-E do Chico Simeão?
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Interrogado:- Do Chico Simeão eu não sei quem é o piloto, masjá voei também uma vez nesse
40 avião para São Paulo, eu fretei esse avião, uma vez. Mas ha muito tempo, há uns três anos atrás.
41 E esse avião fica angarado na Equipe Táxi Aéreo no Aeroporto Afonso Pena.
42 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Afonso Pena?
43 Interrogado:- lsso.
44 Winistério Público Federal .Januário Paludo):- Só fechei os parênteses.
45
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Ju$T|çA_|=EDERAL
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
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encerremos o presente temo, e certificamos que é reprq ção fiel dos depoimentos cblhidos
fonograficamente.

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Ciente,
Curitiba, 04 de fevereiro de 2005.

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10 Juiz Federal
11 2” Vara Federal Criminal
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER21, Página 30

Interrogatório - Autos n” 2004.70.00.043116-0 -

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232
Ju$T|çA,|=EDERAt.
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

TERMO DE TRANSCRIÇÃO
Em
04 de fevereiro de 2005, em cumprimento aos temios do Provimento n°
05/2003, Seção Vll, artigos 248 e seguintes. da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
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Federal da 4” Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento


Criminal Diverso n° 2004.70.00.043116-0. em audiência realizada nos dias 25 e 26.01.2005.

10 ANTÓN1o CELSO GARc1A


ll
12 Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):- O senhor falou das concessões, tinha um
13 elo de ligação entre o Giovani Gionédis e as concessionárias. Quem era essa pessoa, que fazia
14 essa ligação e punha dinheiro e enfim, quem é 0 elo de ligação entre o Giovani Gionédis e as
15 concessionárias?
16 lnterrogado:- Que eu saiba, que era 0 que mais falava, era o Zé Maria Muller.
17 Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):-Como e que o senhor sabe disse, em que
18 situação o senhor viu, se o senhor conversou com essa pessoa?
19 lnterrogado:- Conversei.
20 Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):- Concretamente, o que o senhor viu sobre
21 isso?
22 lnterrogado:- Conversei várias vezes sobre isso. Conversei várias vezes com ele na Secretaria
23 da Fazenda e especificamente ele que tratava com o Giovani de tudo a respeito de
24 concessionárias, quem falava era o José Maria Muller.
25 Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):-O que o José Maria Muller então falou para
26 o senhor sobre as concessões? Objetivamente.
27 lnterrogado:- Que tinha custado 10 milhões, que tinha custado 10 milhões para as
28 concessionárias para implantar as rodovias pedagiadas no Paraná.
29 Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):-E aonde ele falou isso para o senhor?
30 lnterrogado:- Na Assembléia.
31 Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):-E essa pessoa era ligada ao Giovani, o
t,.›
senhor tem como fazer essa prova?
ua
lnterrogadoz- Ligadissimo, eles viviam viajando junto para Foz do lguaçu, viajam juntos, hoje,
uz
viajaram juntos, agora, continuam viajando. São amigos pessoais, vieram da ligação. Toda a vez
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que a gente estava na Secretaria da Fazenda praticamente a gente cruzava sempre com ele lá.
Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):-E efetivamente ele tem a concessão de uma
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t.z

uz
dessas estradas, a empresa dele?
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lnterrogado:- Tem, tem e a que teria sido me oferecida seria até na concessão onde ele
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participa.
40
41
42 Juiz Federalz- Vamos retomar os tópicos lá, ou mais alguma coisa? Eu queria só pular um
43 pouquinho e perguntar sobre aquela interceptação telefônica. Nas gravações, até eu vou trocar de
44 í`1ta.... Então retomando o depoimento do senhor Antônio Celso Garcia. Sobre uma interceptação

telefónica. A interceptação telefô que foi feita do seu telefone, há alguns diálogos em que o
'

45
46 senhor se mostra bastante, v o izer, aparentemente assim preocupado, esbaforido e

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29
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inierrtzgztório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 -


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Ju$T|ÇA,FEDERAt
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

posteriormente o Roberto Siqueira e o Albertini falam que teria sido decretada a sua prisão no
caso Garibalddi. lsso ainda por volta, no primeiro semestre do ano passado. O senhor pode me
relatar esse episódio?
lnterrogado:- Eu não sei da conversa telefônica, o que que tem da conversa telefônica? Eu não
tenho... ou quer que eu vá naquele pontojá direto do...
\OO0\|O'\U~l`-Lô-I\)›-I

Juiz Federalz- lsso, me esclareça. O que que aconteceu aí nessa interceptação.


lnterrogadoz- Certo, então ta. Da interceptação eu não sei, mas eu sei que eles conversaram isso
posteriomiente ao dia quando meia-noite e pouco eu recebi uma ligação do meu filho, que o
Bertholdo teria ligado para ele e dizendo que estaria indo na minha casa. Eu o recebi lá meia-
10 noite e meia, aonde ele foi me levar a notícia que teria sido decretada uma prisão preventiva
ll minha, mas não falou especificamente se era no caso do consórcio, ou não, que teria sido. Ate
12 porque eu não acreditei que fosse no do consórcio porque estaria ainda...
13 Juiz Federalz- Ele foi na sua casa?
14 lnterrogadm- Ele veio na minha casa, meia-noite e meia.
15 Juiz Federal:- Ele chegou a ligar antes?
16 lnterrogadoz- Não, ligou para o meu filho. O meu filho ligou que ele estava chegando em casa.
17 Juiz Federalz- Ele ligou para o seu filho...?
18 lnterrogado:- Avisando... para me avisar que estava indo para casa, para a minha casa.
19 .luiz Fcderalz- Qual que é o telefone do seu filho?
20 lnterrogado:- 9979-7771.
21 Juiz I-`ederal:- 9979...?
22 lnterrogad0:- 7771.
23 Juiz Federalz- E ele ligou nesse telefone para falar com o seu filho?
24 lnterrogadoz- Meia-noite e vinte, mais ou menos.
25 .luiz Federalz- E o seu filho ligou para o senhor, para a sua casa?
26 lnterrogadoz- Ligou para mim, falando que ele estava indo. que ele precisava falar comigo.
27 .luiz l-`ederal:- O senhor lembra...
28 lnterrogadoz- Que ele queria nie entregar uma coisa. Se eu estava acordado, que ele não queria
29 ligar para mim, não sabia se eu estava acordado, que ele queria me entregar uma coisa.
30 Juiz Federal:- O senhor se lembra por volta de quando e que foi isso?
31 lnterrogadoz- Eu sei que é... abril ou maio, mais ou menos.
tn Juiz Federalz- E aí ele foi até a sua casa?
t.z
lnterrogado:- Foi até a minha casa.
L..›
Juiz Federal:- E o quê que foi dito então?
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lnterrogadoz- Foi-me falado que ele tinha ouvido numa conversa, num grampo telefônico,
aonde 0 senhor e alguém da Força Tarefa conversando e falando da minha prisão preventiva.
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L.›
Juiz Fedcralz- O senhor pode ser mais especifico? Ele ouviu uma conversa de que tinha sido
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decretada a prisão preventiva?
L.:
lnterrogadoz- Não, ouviu não. Eu estou falando que num grampo telefónico, num grampo
40 telefônico, grampeando o seu telefone, ele conseguiu ouvir uma conversa aotide teria sido
41 decretada a minha prisão preventiva e que seria cumprido o mandado naquele dia, naquela
42 niadrugada.
43 Juiz Federalz- Ele lhe falou que estava grampeando o meu telefone?
44 lnterrogadoz- Ele me falou. Já tinha me falado antes.
45 Juiz I-`ederal:- E ele falou que e eria conversado coni...?

46 lnterrogadoz- Com alguém a Tarefa.


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n° 2004.70.00.043116-0 Data; '1/2005_

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Ju_sT|çA,FEDERA|,_
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Juiz Federal:- E ai? O que foi feito?


Interrogadoz- Aí eu falei que não acreditava, que não tinha nada, que eu não iria. Aí ele subiu,
era por volta de uma e pouco, ele subiu até a minha residência, ai me fez acordar a minha esposa,
conversou com ela, conversou da gravidade que seria se acontecesse isso, teria busca e
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apreensão, estaria agentes, tinha as crianças, tinha tudo. Que podia ser mentira, mas que tinha
que ser evitado. Tinha que sair de lá. Aí nós saimos de lá era duas e pouco.
Juiz Federalz- Todo mundo saiu?
Interrogadm- Todo mundo.
Juiz Federalz- Sua esposa, filhos tambem?
10 lnterrogadoz- Meus filhos foram para a casa da mãe...
ll Juiz Federalz- Saíram de madrugada?
l2 lnterrogador- Duas e meia da manhã foram para a casa da minha sogra e eu fui para a casa dele.
13 Juiz Federal:- Casa de quem? Do Bertholdo?
14 lnterrogadoz- Bertholdo.
15 Juiz Federal:- Tem um diálogo do Siqueira e do Albertini que eles falam que o senhor estaria
16 na casa de B. Seria do Bertholdo?
l7 Interrogadoz- Eles não sabiam porque eu não falei nem para ele, nem para a minha mulher. Para
18 falar a verdade eu falava no telefone que eu tinha viajado para Londrina ate' para não deixar para
l9 ninguém saber. Eles conversaram entre si porque eu tinha saido, tinha saido todo mundo de casa
20 e eles não tinham contato com ninguem Tentaram (incompreensível)
21 Juiz Federalz- O senhor não abriu 0 jogo para eles então?
22 lnterrogadoz- Não.
23 Juiz Federalz- Como e que depois eles ficaram sabendo? Que eles falam da sua prisão e tudo?
24 Interrogadm- Mas só falaram no dia, eu acho.
25 Juiz Federalz- Hã?
26 lnterrogado:- Eles falaram no dia entre eles. Eles achavam que tinha boato disso. Agora, não foi
27 por mim. Fiquei dois dias sem falar com ninguem. Não falei do meu telefone, não falei com
28 ninguem, ficou, o meu telefone ficou desligado. Pode até ver, como tinha interceptação, o meu
29 telefone ficou desligado, não falei com ninguém. Fiquei dois lá, não falei até para evitar...
30 Juiz Federalz- O senhor ficou dois dias na casa do Bertlioldo?
31 lnterrogadoz- Fiquei.
L.:
Juiz Federalz- E depois o que que aconteceu? Se constatou que não tinha nada, ou o que
L.:
aconteceu?
L.:
lnterrogadoz- Não, quando não aconteceu, a minha familia voltou no outro dia, voltaram para
ua
casa, e eu acabei voltando isso era quinta, eu acabei voltando dois dias depois, domingo, uma
coisa assim, eu voltei. Ai ele falou que tinha checado, tal e que na verdade poderia ter sido um
\Ooo\i0\U-htzàu

uz

L.:
blefe, entendeu? Para ver quem e' que estava se movimentando. quem estava fazendo, como se
oa
tivesse... a Força Tarefa e o senhor estivessem a desconfiança de estar alguem sabendo de
uz
alguma coisa.
40 Juiz Federal:-O senhor chegou a ouvir essas fitas? Ele chegou a mostrar para o senhor essas
41 fitas?
42 Interrogado:- Não.
43 Juiz Federalz- O senhor mencionou que ele teria falado para 0 senhor anteriormente que ele
44 estaria com esse grainpo?
45 lnterrogadoz- Falou. Falou que estar' grampeando, que estaria lhe grampeando.
46 Juiz Federalz- Somente eu ou mai 0 .

É? zi .

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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER21, Página 33

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Interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 - Dataz- "01/2005.
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Ju$TiçA,i=EDERAt
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

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lnterrogado:- Nao, no caso especifico que ele tinha o grampo seu.
Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):- Ele disse para 0 senhor que tinha colocado
uma escuta clandestina contra 0 Juiz Federal?
lnterrogadoz- Sim.
Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- E que tinha, que estavam monitorando esse
\OOO\lO'\U-RL.:

fatos?
lnterrogado:- Sim.
Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- E ele fomecia outro tipo de informação ao
senhor dos processos? Elejustificou por quê que ele colocou essa escuta?
10 lnterrogado:- Não, ele falou que tinha, porque tinha tido uma briga politica com o grupo, com o
ll grupo do Doutor Sérgio, mais o grtipo do Doutor Vladimir e que teria então esse era um dos
12 motivos.
13 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- O senhor sabia dessa escuta antes dele lhe
14 infonnar dessa prisão ou ficou sabendo no dia?
15 lnterrogado:- Antes.
16 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- Antes o senhor já sabia que ele estava
17 fazendo isso?
18 lnterrogadoz- Sabia.
19 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- E o senhor apoiou que ele fizesse isso?
20 lnterrogadoz- Quando ele me falou: “Veja, nós estamos grampeando para ver isso daqui.
21 especificamente, e tem outros casos que eu estou cuidando já para saber.”
22 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- O senhor pediu para ele grampear?
23 lnterrogado:- Ele me pediu ajuda, ele me pediu inclusive ajuda financeira para manter o
24 grampo.
25 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- E o senhor deu?
26 lnterrogado:- De uma maneira que eu fiz lá, efetivamente sim.
27 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- Quanto é que o senhor deu para ele?
28 lnterrogadoz- RS 9.000,00 (nove mil reais)
29 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- Para ele manter 0 grampo?
30 lnterrogadoz- E.
31 Juiz Federalz- De uma maneira como? Eu não entendi.
t...›

lnterrogadoz- Como ele me pediu, como ele me cobrava algumas coisas: “Não, tem que pagar
ua
tal coisa, tem que pagar tal coisa, tem que pagar isso daqui, então me ajude com isso daqui.” Ele
L.:
me pediu que tinha custado, tinha custado trinta e poucos mil, tinha custado esse monitoramento,
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ele me pediu uma pane, nove mil.
Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- Quem fez o grampo? Quem estava fazendo
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o grampo? O senhor sabe quem era?
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lnterrogado:- Ele me falou que usava alguém que era ou fazia para a PIC
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Ministério Público Federal (Dr. Carlos Fernando dos Santos Lima):- Nomes? O senhor...
40 nunca menciona nomes?
41 lnterrogado:- Não, mas tenho condições de levantar.
42 Juiz Federalz- Tem como condições de levantar?
43 lnterrogador- O nome. O nome. Conversando com ele eu tenho condições de levantar.
44 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- Me diga uma coisa, o senhor falou que
45 havia um grampo. Essa escuta telefônica estava colocada na casa do Doutor Moro, qui no
46 gabinete? O senhor sabe qual era o fone que estava grampeado?

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interrogatório - Autos n" 2004.70.00.043116-0 -


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JusT|çA,FEoERAL
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

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lntcrrogado:- Pelo que ele falou que tinha custo o cara, era ate' celular.
Ministério Público Federal (Dr. Carlos Fernando dos Santos Lima):-Questão especifica, ele
lhe cobrava valores, quer dizer: “Preciso tanto para isso, para isso. para isso.” Que isto? Para que
ele pedia dinheiro especificamente?
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lnterrogadoz- Ah bom, pediu para várias coisas que eu até já tinha relatado, pediu para...
questão de Brasilia, às vezes viagem, deslocamento.
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Ministério Público Federal (Dr. Carlos Fernando dos Santos Lima):-Mas especificamente no
caso desse grampo? Ele mencionou algum...?
lnterrogado:- Não, não. Desse grampo ele me pediu, dessa vez ele me pediu...
10 Juiz Federal:- Ta, nove mil. E como é que 0 senhor pagou esse nove mil para ele?
11 lnterrogadoz- Paguei em dinheiro.
12 .luiz Federalz- O senhor pagou alguma coisa para ele, ou o senhor entregou direto para ele?
13 lnterrogadoz- Não, não. Entreguei direto para ele.
14 Juiz Federal:- Em espécie?
15 lnterrogadoz- E.
16 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- O senhor nunca viu as fitas, nem nada. Mas
17 ele lhe passou outras infomiações?
18 lnterrogadoz- Ele só falava, só falava que sabia como as coisas estavam acontecendo e que para
19 eu ficar tranqüilo que qualquer coisa que tivesse, até porque se falava nisso, se fazia 0 terror em
20 cima de mim, que enquanto tivesse o Habeas Corpus lá não teria como mexer comigo mas
21 poderia ter alguma outra coisa que poderia dele ter feito para se fazer essa prisão. mas que ele
22 saberia com antecedência. Aonde, o porquê que ele me pediu, que era importante que
23 continuasse, que eu soubesse e que panicipasse.
24 Juiz Federalz- Tinham outrosjuízes interceptados? Ele chegou a falar?
25 lnterrogadoz- Daqui eu sei que era o senhor. De fora ele não me falou nada. Daqui, mas ele
26 falou que estaria monitorando aqui e estaria monitorando Porto Alegre.
27 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- Não disse quem em Porto Alegre?
28 lnterrogado:- Nâo. Aqui, especificamente falou que era o Doutor Sergio.
29 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- Então o senhor concordou com o grampo?
30 lnterrogadoz- Concordei. Concordei porque veja: diante do terror que se fazia em cima de mim,
31 que ia fazer e acontecer, de se fazer como é que estavam me prevendo que se caísse a liminar,
uz
que o Doutor Sergio ia fazer o i\flandado de Prisão para mim, que estava claro, que ele teria
1.»
sabido das conversas com o, do Doutor Sérgio com o relator do processo, com o Presidente do
cz»
STJ na época, o Nilson Naves, e tudo isso daí, como estava se movimentando no processo, que
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estava pronto para se fazer uma coisa, que era uma perseguição e que a gente tinha que saber
com antecedência o que tinha que fazer.
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Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- Essas conversas ele ficou sabendo através
1.1
do grampo?
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lnterrogado:- Acredito eu, que sim. E também me falava que na conversa que tinha, na
40 conversa que tinha com os amigos dele no STJ, ele ficava sabendo da movimentação que tinha
41 em cima do Doutor Sérgio no meu processo.
42 Juiz Federalz- Depois desse episódio, desse da prisão e tudo que não saiu, o grampo
43 prosseguiu?
44 lnterrogadoz- Eu acho que sim.
45 Ministério Público Federal (Dr. rlos Fernando dos Santos Lima):-Esse grampo servia
46 para outras utilidades, para outras p ss
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- Autos n° 2004.70.00.043116-0
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Ju$T|ÇA,FEDERA|_.
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

lnterrogado:- Eu acho, como ele falou para mim, que no começo... ele não estava grampeando
ele por minha causa. Ele estava grampeando por uma questão politica que ele tinha, ele, ele,
numa coisa que aconteceu no Tribunal lá, que era o grupo do Doutor Sérgio, Doutor Vladimir, de
Porto Alegre, contra um grupo dele, entendeu? Agora eu não sei se era 0 grupo dele de Porto
\00O\IO'\U-l*-LzJ\)›-

Alegre, que era uma disputa politica e que ele estava fazendo para saber. Agora, ele aproveitava,
como ele mesmo falou: “Eu aproveito, que eu tenho alguns outros casos e eu fico sabendo. E
nesse caso específico, entendeu, tem a tua questão também que nós estamos tendo esse problema
aí com essa movimentação, não e uma coisa natural, eu estou sabendo, estão me contando lá
dentro do STJ e tal, então nos temos que monitorar ele tambem.” Ai ele me colocou para poder,
10 na questão financeira, eu não sei quem ajudava ele, não me falou, para eu ajudar, que teria
11 custado nessa época trinta e poucos mil para fazer esse monitoramento. que tinha celular, que
12 tinha que ter unidade móvel, tinha essas coisas.
13 Juiz Federalz- O senhor ficou dois dias na casa dele?
14 lnterrogadoz- Dois dias.
15 Juiz Federal:- Mais alguma indagação sobre isso?
16 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Qual é o possível lugar onde possa estar
17 guardada essa fita, se e' que essa fita existe mesmo? Onde é que pode estar guardada? O senhor
18 imagina aonde possa está?
19 lnterrogado:- Ele deixava, ele deixava essas coisas dentro do laptop dele. Ele deixava em coisa
20 digital.
21 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Dentro do laptop dele?
22 lnterrogado:- É.
23 .luiz Federalz- Mas ele chegou a mostrar para o senhor isso?
24 lnterrogado:- Não, cheguei a ver outras coisas, como ele fazia. O laptop dele ele abria aqui, ele
25 abria aqui o laptop, ele tinha uma camarazinha, gravava conversa, gravava as imagens, tudo.
26 Uma vez ele me gravou e me mostrou.
27
28
GBB,
I

29 Nada mais havendo


a ser transcrito, eu z e eu 1G l ,

encerremos o presente temto, e certiticamos que é repro ção fiel dos depoimentos colhidos
L.›b.›t.,J

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fonogralicamente.

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interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 -
Data; J- 2005,
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Ju_sT|çA,|=EDERAL
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

TERMO DE TRANSCRIÇÃO
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O4 de fevereiro de 2005, em cumprimento aos termos do Provimento n°
05/2003, Seção VII, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
Federal da 4” Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento
\OOO\lC7\
Criminal Diverso n° 2004.70.00.0431 16-0, em audiência realizada nos dias 25 e 26.01.2005.

10 ANTÓNIO CELSO GARCIA


11
I2 Juiz FederaI:- Vou seguir aqui a pauta. O senhor tem conhecimento de alguma contribuição do
13 senhor Benholdo, através da Itaipu. para a campanha politica do senhor Nelson Micheletti?
14 Interrogadoz- Tenho. Ele me falou que ele poderia ajudar a arranchar alguns colaboradores aqui
15 para a campanha do Beto, mas que em Londrina ele não poderia ajudar ningue'm que ele estaria
16 comprometido, ele estaria comprometido com a campanha do Micheletti. E atrave's da Itaipu ele
17 estaria fazendo isso junto com o Samek, eles estariam coordenando a campanha do... e do... era
18 ele 0 Samek, 0 Paulo Bemardo, que estariam coordenando essa ajuda para a campanha de
19 Londrina, efetiva.
20 Juiz Federalz- Mas ajuda como? Alguma contribuição ilicita, 0 quê que é?
21 Interrogadoz- Que ele seria o elo deles para se levar o dinheiro, arrecadar esse dinheiro para a
22 campanha do...
23 .luiz Federalz- Mas dinheiro da Itaipu?
24 lnterrogadoz- Falava ele que a partir dos empreiteiros e gente que trabalhava com Itaipu, que
25 ele iria arrecadar dinheiro para a campanha de Londrina. E não era só Londrina, ele falava que
26 dentre esses empreiteiros saía campanha para Londrina, para Foz do Iguaçu, para Ponta Grossa,
27 para Maringá. Especificamente ia sair dos fomecedores de Itaipu. E que ele não poderia entrar,
28 nessas outras regiões ele não poderia entrar porque ele teria um comprometimento com o PT.
29 Mas aqui em Curitiba, como ele tinha uma briga pessoal com o Requião, ele estaria livre para
30 poder ajudar o Beto, até pagar um favor que o pai do Beto teria feito uma vez para o pai dele. E
31 que era uma retribuição que ele poderia fazer.
uz
Juiz Federal:- Algum caso mais especifico, alguma contribuição mais específica desses
L.:
fornecedores ou empreiteiros que o senhor tem conhecimento?
L.:
Interrogad0:- De Itaipu?
L» Juiz Federal:- Isso.
Interrogadoz- Não.
\.OOO\IC'\KJJ:.bJ\J

ua

Lu Juiz Federalz- Esse diálogo está um pouco vago, as suas infomações.


L.:
Interrogadoz- Esse daí, esse daí.. ele chegou a me falar de alguns fomecedores, mas eu não me
ba
recordo o nome de quem ele falou, mas eram os fomecedores de la e ele que estava coordenando
40 isso. E acabou ele coordenando não só isso daí como coordenando algumas outras partes que ele
41 tinha o contato direto em São Paulo com o Silvio, que era o Secretário do PT e com o Delúbio
42 Soares. Então ele me falava que usava inclusive o avião, estava usando dois aviões para poder
43 levar a contribuição para essas campanhas. Efetivamente não só aqui no Paraná. Do Parana que
44 coordenando a entrega do dinhei que se arrecadava em São Paulo lá pelo Secretário Geral do
45 PT, o Silvio e o Delúbio Soare qu era o tesoureiro.

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Interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 -

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239
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JusT|çA,i=EDERAL
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Juiz Federalz- o senhor sabe o caminho desse dinheiro? Como e que o senhor poderia
Mas
levantar alguma prova a esse respeito?
›×J--

Interrogadoz- Tudo isso, eu conversando com ele, eu tenho como ver. Aonde ele falou que
estava envolvido também que esse grupo, que eu já havia lhe falado, aquele vereador de São
Paulo, o Melão.
\DOO\lO\U-IEL,

Juiz Federal:- E alguma outra prova, ou o senhor acha que só consegue levantar isso
conversando com ele?
Interrogadoz- Conversando com ele eu acho que eu consigo bastante coisa.
Juiz Federalz- Sobre essa questão alguma indagação?
10 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Não.
ll Interrogado:- Seguimos para esse adiante?
12 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-O 20, 0 próximo.
13
14 C
Nada mais havendo a ser transcrito, eu GBB, e eu IG
. .

15 ,

16 encerremos o presente termo, e cenificamos que é reprod ção fiel dos depoimentos colhidos
17 fonograficamente.
18
19 Ciente,
20 Curitiba, 04 de fevereiro de 2005.
21
22
23 e gio Fernan o Moro
24 Juiz Federal
25 2” Vara Federal Criminal
26
27
28
29
30
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Interrogatório -Autos n° 2004.70.00.043116~0 -


Dat1l2005.
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. 24 o
7
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sê.

JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo Juo|c|ÁR|A no PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

TERMO DE TRANSCRIÇÃO
Em
04 de fevereiro de 2005, em cumprimento aos tennos do Provimento n°
05/2003, Seção VII, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
\OO0\|O'\U-$`-bJ\››-

Federal da 4” Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento


Criminal Diverso n° 2004.70.00.043116-0, em audiência realizada nos dias 25 e 26.01.2005.

ANTÔNIO CELSO GARCIA


10
ll .luiz Federalz- O senhor tem conhecimento de que esse advogado, o Bertholdo teria
12 patrocinado a vinda de Desembargadores Federais para assistir ojogo do Brasil em Curitiba?
13 lnterrogadoz- Sim. Ele me convidou para irjunto nojogo.
14 Juiz Federalz- O senhor Roberto?
l5 lnterrogado:- Roberto Bertholdo.
16 .luiz Federalz- Convidou o senhor?
17 lnterr0gado:- Para irjunto. Que estariam vindo sete ou oito Desembargadores e que, eu já falei
18 uma vez, eu não sei se ele teria mandado passagens ou avião buscá-los, eles ficaram no Hotel
l9 Bourbon e foram nojogo da seleção.
20 Juiz Federalz- O senhor foi?
21 lnterrogadoz- Não.
22 Juiz Federal:- O senhor foi no hotel ou nojogo?
23 lnterrogadoz- Nâo.
24 .luiz Federalz- O senhor sabe disso porque ele lhe falou?
25 lnterrogadoa- Porque ele me falou e ele esteve no jogo. Ele esteve no jogo, ele esteve com as
26 pessoas e depois, no outro dia ele providenciou até para que fosse levá-los de volta ao aeroporto,
27 tudo isso.
28 Juiz Federalz- O senhor sabe se eles usaram algum avião particular, ou passagem paga?
29 lnterrogadot- Se usaram, usaram o telefone do Vadi, ou receberam a passagem, o PTA lá para
30 vir para cá.
31 Juiz Federal:- Quem mais foi convidado para esse evento, fora o senhor e os Desembargadores?
lnterrogado:- Não sei.
.luiz Federalz- O senhor sabe se ele convidou outros amigos dele?
lnterrogadoz- Não, acho que foi 0 sócio dele, o Sérgio Costa que foi junto no jogo.
.luiz Federalz- O senhor sabe quem são os Desembargadores?
lnterrogadoz- Não, especificamente, nome por nome, não. São sete ou oito, mas com certeza
\DO0\IO\UJ€~LzJ\¡

LzJu1L,›L..›L..›u›t,›L.J

ficaram hospedados no Hotel Bourbon, nessa data do jogo. Todo os que vieram estavam
hospedados lá, então deve ter na lista do hotel, com certeza devem estar hospedados.
.luiz Federalz- E o hotel também seria pago pelo Bertholdo?
40 lnterrogadoz- Sim.
41 Juiz Federalz- Isso ele lhe falou?
42 lnterrogadm- Falou.
43 Ministério Público Federal (Dr qnuário Paludo):-Existe algum vinculo de amizade entre o
44 Bertholdo e o dono do Bourbon

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37
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-Autos n° 2004.70.00.043116›0 Dataà
241
interrogatório ›
/2005.

2 .ff

JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo .JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

lnterrogado:- Com
o Alceuzinho, eu acho que sim. Ele tem, ele é amigo dele, tanto e que
quando ele traz todo mundo para Curitiba, alguém que vem, empresário, qualquer coisa, ele
L/›C~L.à\›._.

hospeda lá, ele tem desconto especial. Ele tem uma convivência boa com ele.
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Alceu Vezozzo?
lnterrogado:- Alceu.
Winistério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-É seu amigo também ele?
\O00\|O'\
lnterrogado:- Qual?
Ministério Público Federal (Dr..lanuário Paludo):-O Alceu Vezozzo.
lnterrogado:- Não, conhecido meu. Amigo não. Conhecido, não amigo.
10 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-O senhor mencionou em outra
11 oportunidade que o Advogado Benholdo costumava dar festas para esses Desembargadores e
12 etc. O senhor poderia descrever de que fom1a o senhor ficou sabendo e que tipo de festas eram
13 essas?
14 lnterrogado:- Que ele falava que convidava, que quando eles viriam para cá... um evento
15 desses, depois de um evento, por exemplo, eles tinham um jantar e tudo, era uma festa que ele
16 fazia comjantar e com mulheres.
17 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Tinha alguma coisa especifica a respeito
18 disso?
19 lnterrogado:- Como assim?
20 Ministério Público Federal (Dr.Carlos Fernando dos Santos Lima):-inc0mpreensÍ\=e1
21 lnterrogado:- Que seria assim, brincando, falavam que era a festa da cueca.
22 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Por que isso? Qual era a razão?
23 lnterrogado:- É, que depois de um certo tempo de bebida e a coisa transcorrendo normal, que
24 todos ficariam semi-nus ou nus.
25 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-lsso se repetiu durante quanto tempo. mais
26 ou menos?
27 lnterrogado:- Ele me falava que ele tinha isso há um bom tempo. Há um bom tempo que ele
28 tinha esse relacionamento.
29 Juiz Federalz- Mas esse tipo de festa teria acontecido várias vezes?
30 lnterrogado:- As vezes aqui, às vezes em São Paulo, às vezes Rio de Janeiro.
31 Ministério Público Federal (Dr..lanuário Paludo):-São Paulo e Rio de Janeiro?
pa
\J
lnterrogado:- Às vezes.
Lu LN Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Que locais especificos de São Paulo, ele
uz
U-J;
mencionava?
lnterrogado:- É saber qual que é o hotel que ele usa lá também. lsso eu posso saber depois,
fácil
mas também que. vamos supor, evento. Tinha um evento no Rio de Janeiro,
tinha... ele falou
Lz.›Lz›L.›t..›t.,›

qualquer coisa assim, ele convidava e hospedava esses amigos dele.


Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-O senhor não sabe nenhum especifico?
\O0¢\|O\

Nenhum especifico.
40 lnterrogado:- Um evento especifico? r

41 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-E, isso.


42 lnterrogado:- Não. Mas especifico que eu sei e' esse do jogo do Brasil, esse especifico, que
43 houve aqui. Agora, de São Paulo e Rio de Janeiro. especifico, mesmo, não. Contava assim,
44 sabe... a titulo às vezes de bravata e às zes a titulo até de mostrar intimidade que se tinha, até
45 quando se conversava com cliente nov _

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Lu OO

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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER21, Página 40

Interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 - Data: i'01/2005,


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24 2
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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo .1uo|c|ÁRiA oo PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Ministério Público Federal |fDr.Januário Paludo):-Quem fomecia comida e bebida? O senhor


sabe quem é que fomecia comida e bebida, se era o próprio hotel ou ele contratava alguém para
esse tipo de festa?
lnterrogado:- Não, quando era no hotel, o próprio hotel.
\DOO\IO\U-¿i~bJ\)›-

Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-E as tnulheres, o senhor sabe da onde é que
vinham, se tinha alguma boate especifica?
lnterrogado:- Tinha a Mirle.
Winistério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-A i\lidley?
lnterrogado:- É, que ele falava que era a Mirle.
10 Juiz Federal:- Mirley?
ll lnterrogado:- Mile, essa que foi pressa ai.
l2 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Específlcojá foi.
13 Ministério Público Federal (Dr.Carlos Fernando dos Santos Lima):-Algum pagamento o
14 senhor sabe como é que era feito? Ele bancava todas as despesas?
lã lnterrogado:- lsso ele falava para mim que bancava tudo.
ló Ministério Público Federal (Dr.Carlos Fernando dos Santos Lima):-E ele pagava...?
17 lnterrogado:- Tudo, hotel...
IS Ministério Público Federal (Dr.Carlos Fernando dos Santos Lima):-Sabe se ele pagava de
19 bolso, ou a uma empresa?
20 lnterrogado:- Veja. ele sempre, ele tem uma empresa que tem o nome aí, já tem o nome dela ai,
21 esqueci o nome dela. E ele usava...
22 Juiz Federal:- Cesipa.
23 lnterrogado:- É... Antecipa, como é que é?
24 Juiz Federal:- Antecipa?
25 lnterrogado:- Antecipa, alguma coisa assim. Eu acho que é Antecipa, eu não tenho certeza, é
26 acho que é isso. É aquela que eu tenho o comprovante de pagamento.
27 .luiz Federal:- Sei.
28 lnterrogado:- E ele usava muito também o cartão de crédito pessoal dele. O cartão de crédito
29 pessoal dele, ele até falava que ele extrapolava o gasto no cartão com essas coisas e que um dia
30 podia até dar problema de Imposto de Renda, que ele gastava mais de 60 mil, 70 mil de cartão de
31 crédito. Então muito das despesas dele, ele pagava com cartão de crédito dele.
L.)
Juiz Federal:- Essa empresa existe mesmo, essa empresa? Ou é uma empresa de fachada só?
ua
-täuàv
lnterrogado:- Eu acho que existe a empresa, pelo menos eu...
L.:
Juiz Federal:- Mais alguma questão sobre isso?
ua
lnterrogado:- A pergunta só que eu queria fazer dessa questão da Antecipa e a seguinte: o
ts»
senhor sabe se essa empresa existe no sentido de ter uma... por exemplo existe a empresa,
os
alguma coisa concreta, ou é só papel?
lnterrogado:- Eu só tive o contato dele o seguinte: “Me deposita nessa empresa aqui.”
~Oo0\10\U

t_.à

ua
Entendeu? Foi o que ele me pediu para fazer quando ele me pediu os depósitos. Agora, se ela é
40 ativa, ou se ela é....

41 .luiz Federal:- Sei. O senhor não sabe?


42 lnterrogado:- Não. não tenho idéia. Não, não tenho.
43 "\
44

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39
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Interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 - Data: ‹


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¿' D1/2005. 243
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Ju$T|çAq|=EDERA|,_
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curiiiba

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Nada mais havendo a ser transcrito, eu GBB, e eu IG ,

encerremos 0 presente temlo, e certificamos que é repr uçäo fiel dos depoimentos c lhidos
fonograficameme.

Ciente,
Curitiba, O4 de fevereiro de 2005.
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10 Juiz Federal
ll 2° Vara Federal Criminal
12
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Interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 -
Ã.¿l2005.

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244
JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo Juo|c|ÁR|A oo PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

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TERMO DE TMNSCRIÇÃO
Em
O4 de fevereiro de 2005, em cumprimento aos termos do Provimento n°
*J-$`-K1)

05/2003, Seção Vll, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
Federal da 4° Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento
Criminal Diverso n° 2004.70.00.043116-0, em audiência realizada nos dias 25 e 26.01.2005.
\OO0\lO'\

ANTÓMO cELso GARCIA


10
11
12
13 .luiz F ederalz- Tem um tópico aqui: “Eleição do Borba. Secretário Geral do PMDB. Borba.
"
14 por influência do Berrholdo teria sic/0 eleito Secrerário Geral do PMDB.
15 |nterrogado:- Sim, esse caso...
16 Juiz Federal:- Tem algum esquema ilícito nisso aqui ou ele teria participado apenas?
17 lnterrogadoz- Nâo, ele comentava o seguinte: que para se fazer o líder tinha que, tinha que se
18 fazer de uma maneira efetiva, voto por voto, teria que ser acertado. Que precisaria para fazer um
19 lider do PMDB precisaria mais ou menos ai, precisaria de 8 a 10 milhões, que precisaria ser
20 levantado e que ele teria que levantar isso com o Silvio lá, o Secretário e o Delúbio Soares que
21 tinha sido, batido o martelo com o Jose Dirceu para se fazer isso dentro do PMDB. E ele que fez
22 toda essa operação porque na época tinha acontecido o negócio do Valdomiro Diniz lá e eles
23 estavam sem gente para operar isso dai e que ele teria operadojunto com o
24 Juiz Federais- Então o PT teria 0 interesse ai para que essa pessoa aí fosse eleita Secretário
25 Geral '?
26 lnterrogado:- Fosse eleito o
27 Juiz Federalz- E o PT teria dado dinheiro para isso?
28 lnterrogado:- Lider. O Lider.
29 Juiz Federal:- E o PT teria dado dinheiro para parlamentares do PMDB?
30 lnterrogadoz- lsso, para se fazer.
31 .luiz Federal:- Para influenciar na escolha?
Lu
\J
lntcrrogadoz- Par influenciar na escolha.
DJ DJ
.luiz Federalz- lsso ele lhe falou?
lnterrogadoz- Ele me falou. Ele me falou que ele seria esse elo de ligação e que estaria
trabalhando isso e por isso ele estava diariamente em São Paulo, ele estava em reuniões finais de
u›t.›L.›L..zL,›

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semana e tudo, para tratar desse assunto específico.
.luiz Federalz- E que os Deputados teriam recebido dinheiro?
lnterrogadoz- Sim.
39 .luiz Federalz- Através dele?
40 lnterrogadoz- Sim.
41 Juiz Federalz- E o dinheiro era concedido pelo PT?
42 lnterrogadm- Sim. E aquilo que eu tinha falado...
43 .luiz Federalz- Ou de terceiros?
44 lnterrogadoz- Do Caixa deles, do ixa Dois deles.
45 Juiz Federalz- Aquilo que o sen
/*
É
inha falado, o quê?

tá) 4.
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER21, Página 43

imêrwgatóriú - Atzwâ n° 2004.10.00.043116-0 -


Data; “oi/2005.
I›

245
V
Ju$T|çA,FEoERA|,
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

lnterrogadoz- Agora, eu tinha falado antes até, eu tinha falado para o Doutor Paludo a respeito
disso dai. Ele, ele, o Bertholdo é o Secretário Geral da Liderança do PMDB e o lider é o Borba.
Na verdade ele assessora, assessora não só o Borba como vários outros Deputados do Pt\×lDB e
tem um acesso enorme a todos, tem um poder de influência muito grande e trata das ações. das
\O00\IÓ\UJãLúJ\)-^

questões do Congresso ele trata diretamente com o Deputados. As vezes quando o lider não
pode, ele primeiro conversa em relação a dinheiro, tudo isso ai com os Deputados e leva isso dai
para o lider. E ele me falou que essa triangulação, quem fazia especificamente, quem estava
fazendo, até pelas reuniões que tinha o Borba com os lideres de Govemo, com o Presidente, ele
estaria fazendo essas ligações diretas. Então nós conversamos aquela vez, de telefones da
10 liderança, do escritório dele, aonde seriam feitos esses contatos, e na própria casa dele, e isso é
11 feito quase que diutumamente. Entendeu?
12 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-O lugar que ele se reúne mais é na casa
13 dele?
14 lnterrogado:- Hoje sim, à noite.
15 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Em Brasilia?
16 lnterrogado:- Em Brasilia. Na casa dele, onde ele recebe essas pessoas. E cada votação que tem
17 no Congresso tem uma movimentação muito grande, não só da liderança e depois é transferido
18 isso para o escritório dele lá, ou para a casa dele, onde são efetivadas essas tratativas ai.
19 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Que tipo de tratativas seriam? Alguma
20 coisa ilícita?
21 lnterrogadoz- Sim.
22 Ministério Público Federal (Dr..lanuário Paludo):-Por exemplo.
23 lnterrogadoz- Por exemplo: votações, troca de favores, essa troca que está se noticiando ai em
24 revista, como e' feito em bastidores, isso dai é troca de benesses, entendeu? “Vou de dar isso
25 através disso. Eu vou de dar aquela, uma diretoria disso. Eu vou te dar isso, ou para outro,
26 especificamente, é pagar uma conta de alguém.” É isso que ele me falou que estava transitando,
27 que estava o dia inteiro só fazendo isso dai, naquela época para lider. E agora, quando retomaram
28 as votações, começa essa movimentação de novo. E é grande.
29 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-E o que é que ele ganha nisso tudo? Ele
ganha um percentual, alguma coisa?
lnterrogadoz- Ah, ele ganha prestígio, ganha contrato, ganha indicação, ganha... eu falei até de
uma concorrência especifica que ele me convidou para participar dos Correios e Telégrafos,
entendeu? Que era feita dentro do PMDB. Isso, o presidente é do PMDB, dos Correios e
Telégrafos, e essa concorrência de uma coisa de sete milhões e meio por inês aí desse contrato,
que seria feito por cinco anos, e depois dava para prorrogar até vinte anos, essa concessão na
t,›L.JL.›t,1L.›L,àt,›L.àtz›t,›

\OoO\|O\u4âL.àס.-O

verdade seria, dos Correios e Telégrafos, ele me convidou para participar, isso é feito dentro do
PMDB e dividido em cotas: “Esse são para os Deputados de Alagoas, esse são para os
Deputados de São Paulo, esse do Paraná...” Ele que comandava isso dai. Ele tinha uma parcela,
desses caminhões, cento e vinte caminhões, ele que teria, e que seria trazido para cá.
40 Juiz Federal:- Antes de entrar nos detalhes dessa operação especifica, o senhor teve, antes da
41 sua prisão, algum desentendimento com ele? Ou o senhor ainda mantinha bom relacionamento
42 com ele?
43 lnterrogado:- Comecei a ter... comecei a ter, não é um desentendimento, eu até afasta-lo,
44 entendeu, do caso, do julgamento do Habeas Corpus, eu tive, através do Michel e da convivência
45 do t\‹iichel em Brasília, não sei e está isso nas conversas também. o Michel passou a me

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Q
Interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 Data; '01/2005.
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~›.l \- 246
Ju$T|çA,FEDERA|,_
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

informar de várias coisas que ele falava para mim que ele fazia e, em relação ao meu caso, e que
não teria trabalhado, que estaria mentindo e que estaria tentando, na verdade, é me extorquir.
Juiz Federa|:- Então retomando o depoimento. Apesar dos problemas que o senhor teve ai no
âmbito judicial com ele, 0 senhor continua com bom relacionamento pessoal com ele, ou o
\OO0\lO'\kJJ2›bJ\)--

senhor se desentendeu, 0 que aconteceu?


lnterrogadoz- Eu tive assim... eu não tive desentendimento formal, não até porque tinha essa
questão ainda estava se discutindo quando ele me indicou os advogados de Pono Alegre e tudo
isso. Agora, já fazia quase dois meses que o Michel Saliba, que está com ele no escritório de
Brasilia, vinha me contando que varias coisas que ele me falava a respeito do meu processo. tudo
10 era mentira, entendeu? E a maneira que ele estava trabalhando, que ele não estava cuidando do
11 caso, que ele estava cuidando de outros assuntos e estava me deixando. E quando ele me pedia
12 alguma coisa ele estava me extorquindo só dinheiro, na verdade, e não estava sendo real o que
13 ele estava me propondo. Então, o meu relacionamento com ele ficou, simplesmente... sabe? Para
14 se manter a aparência, pronto.
15 Juiz Federalz- Sobre essa questão da concorrência nos Correios, o senhor pode relatar o que o
16 senhor sabe em relação a isso? Foi lhe passado pelo Beitholdo ou o senhor tem alguma outra
17 fonte de infom1ação?
18 Interrogadoz- Foi-me passado por ele. Não. Por ele.
19 Juiz Federalz- O quê que ele lhe falou especificamente e quando mais ou menos foi isso?
20 Interrogadoz- Que a concorrência ia ocorrer entre novembro e dezembro.
21 Juiz Federah- Do ano passado?
22 Interrogadoz- Do ano passado. la ocorrer a concorrência... e que por isso ele deve ter nte
23 falado... estou perdendo a noção do tempo... em setembro, outubro ele deve ter me falado isso
24 dai e queria que uma empresa para panicipar dessa concorrencia.
25 Juiz Federalz- Uma empresa do senhor?
26 lnterrogado:- Uma empresa minha. Ou tinta empresa que já tivesse o l‹no\v-how e tal, que a
27 gente já pudesse colocar no negócio para pegar 120 caminhões. 120 caminhões que daria para
28 colocar que seria a cota dos 600 caminhões que teriam, 700, essa seria a cota que teria para vim
29 para cá e que ele teria participação. Que estaria participando ele, o Borba e ele estaria dando para
30 que eu montasse e eu administrasse isso dai, que ele não teria tempo para cuidar. E que era uma
31 coisa que o próprio contrato dos Correios garantiria o financiamento do leasing, garantiria tudo
por esse tempo.
Juiz Federal:- Mas o senhor teria que ter então 120 caminhões, ou a empresa daqui?
lnterrogadot- Não, e, ou a gente compraria os 120 caminhões, com o próprio contrato faria o
u.›Lz1L,›L..›t,.›L.›t..JL..›
leasing integral no BNDES.
Juiz Federalz- Essa seria uma cota dele, de 120 caminhões?
\O0<t\|O'\<JJ:.L.:\›

lnterrogadoz- Dele.
.luiz Federalz- Dele?
Interrogadoz- De 120 caminhões, que daria o faturamento de sete milhões e meio por mês.
40 Juiz Federalz- E o senhor aceitou?
41 lnterrogado:- Aceitei. E tentei começar a montar a empresa e ver parceiros para se fazer isso
42 daí. E depois aconteceu tudo isso e eu não falei, não tive mais contato.
43 Juiz Federalz- E depois o senhor tem conhecimento do que aconteceu?
44 lnterrogadoz- Não, não.
45 Juiz Federa1:- De todo o modo te 'a ele participação nessa empresa, senhor Roberto Bertholdo?
46 lnterrogadm- Na que eu...

fly 43
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§]
interrogatório - Autos n° 2004.10.00.043116-0 -
Data; 'pi/2005. -

*_ _ V
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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo JuDiciÁRiA Do PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

×J._.
Juiz Federal:- lsso.
lnterrogado:- Lógico. Teria ele...
.luiz Federalz- Participação formal?
LJ-JšbJ
lnterrogadoz- Ele não me falou especificamente se seria fomial, tanto ele quanto o Borba. O
Borba não poderia participar, eu acho que nem ele poderia participar. Aí ele teria que indicar
alguem, ele teria que indicar alguém, se arranchasse um terceiro que já tivesse, que poderia ter
\OOO\lG\
vindo, que teria empresa, seria feito um contrato a parte ai para que essa empresa pudesse fazer a
operação disso daí.
.luiz Federal:- Mas essa montagem dessa empresa... a licitação não tinha acontecido ainda?
10 lnterrogadoz- Não. A licitação ia acontecer entre novembro e dezembro. Falou que no
11 finalzinho do ano.
12 Juiz Federalz- Mas era garantido que se o senhor montasse uma empresa com ele iria ganhar a
13 licitação?
14 lnterrogadoz- Garantido, estava dividido as cotas. Era para cinco grupos e um dos grupos era o
15 dele e do Borba.
16 Juiz Federal:- E quais eram os outros grupos?
17 lnterrogadoz- Era das outras lideranças do PMDB pelo Brasil afora.
18 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Mas dá para especificar? O senhor não
19 sabe?
20 lnterrogado:- Eu... veja, eu, para lhe falar, ele falava assim: “Tem o grupo nosso. o grupo nosso
21 aqui do Paraná, fica com 120, ai tem o de ...” Aí veja, ai que tem essas barganhas. Não posso
22 especificar por quê? Tem essas barganhas, eu não sei o que o Govemo fica devendo para um ou
23 para outro. O Govemo tem 0 comprometimento com a Turma do Nordeste, então essa turma do
24 Nerdeste vai participar com 200. É assim que era feito, agora, no Paraná era o grupo dele e do
25 Borba.
26 Ministério Público Federal (Dr..lanuário Paludo):-E quem era o Grupo do Paraná,
27 especificamente?
28 lnterrogadoz- Ele e o Borba.
29 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-SÓ os dois que iriam ganhar?
30 lnterrogatloz- Só.
31 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Mas um monte de Deputado do Pi\lDB ia
ua \›
ficar de fora daqui?
ud L..›
lnterrogadoa- Pelo que ele me falou era isso. O grupo era ele e o Borba e que teria que ser
L.)
inontado isso daqui. Se arranchasse uma terceira pessoa, ele falou que seria para administrar, ou
ts;
com uma empresa que montasse, ou se trouxesse algum parceiro para dentro.
L.:
\Ooo\|O\U-i=-
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-E qual empresa que o senhor estava
L.:
montando.
ua
lnterrogadoz- Não, eu iria montar.
tz»
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Qual empresa que o senhor iria montar?
40 1nterrogado:- Teria que montar uma empresa, ou comprar uma empresa que já funcionasse na
41 área, nessa área, para poder participar dessa licitação.
42 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-E qual o senhor pensou?
43 lnterrogadm- Não cheguei a ter tempo de fazer. Nós estávamos fazendo isso aqui era no final
44 de outubro para se tentar fazer essa empresa aí. Acabou não acontecendo, acabou não fazendo. a
45 conversa não foi para frente.

44
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Interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 -


Dat01/2005.
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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo Jumc|ÁR|A oo PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):- E 0 senhor chegou a pesquisar alguma


empresa?
lnterrogado:- Cheguei a pesquisar.
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Quais as empresas que o senhor pesquisou?
\D<>0\|O\UJ;uJ×.›._-

lnterrogadoz- Cheguei a pesquisar a Ouro Verde, pesquisei.


Ministério Público Federal (Dr. Carlos Fernando dos Santos Lima):- Essa licitação, esse
quando?
transporte, ele seria
lnterrogadoz- Novembro, dezembro.
Winistério Público Federal (Dr.Carlos Fernando dos Santos Lima):-Dezembro. Então ele já
10 ocorreu?
11 lnterrogadoz- Com certeza. Ele falou que teria que ser agora no final do ano legislativo, que era
12 esse 0 comprometimento do PT para com o PMDB.
13 Ministério Público Federal (Dr.Carlos Fernando dos Santos Lima):-O senhor tem alguma
14 notícia dessa licitação?
15 lnterrogado:- Não, depois do dia 9 eu não tenho notícia mais de nada, eu fiquei... eu tenho
16 noticias que eles me trazem de fora. Fiquei isolado aí disso. Agora, que ocorreu, ocorreu. Ela já
17 estava... o Edital já estava saindo, já estava tudo, tinha que ser, tanto é que tinha que ser a toque
18 de caixa. Na pergunta se eu conversei com alguma empresa, eu até perguntei, tive conversa com
19 a Ouro Verde, eu perguntei sobre isso daí para o Celso Frare .

20 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Para quem?


21 lnterrogadoz- Para o Celso Frare, da Ouro Verde.
22 Ministério Público Federal (Dr..Januário Paludo):-Ele e o proprietário da ?
23 lnterrogadoz- Da Ouro Verde, e'. Eu perguntei para ele se um contrato desse como e' que
24 funciona, qual seria a rentabilidade. Porque ele tem 500 caminhões e se realmente era uma coisa
25 que era lucrativa, se era... E o que ele tinha me falado entre 27 e 30 no valor que seria feita a %
26 concorrência, que teria de 27 a 30 %
de lucro, entendeu? Que daria para pagar o leasing e
27 sobraria dinheiro.
28 .luiz Federal:- E qual seria a parte dele ou do senhor? Como é que seriam divididos os ganhos
29 aí?
30 lnterrogado:- Seria dois terços para o lado de lá e um terço para o lado de cá. Se eu montasse a
31 empresa, se eu botasse alguém seria de dois terços para o lado de lá.
\.,J
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-O que é o lado de lá?
L.:
lnterrogadoz- Ele e o Borba.
t,.›
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Então seria dividido na verdade em três
L.:

~Ooo\10\UJ›LzJ\›
partes: uma para o senhor, duas para ele e o Borba.
L.:
lnterrogado:- É. I

L.:
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-E isso?
ua
lnterrogadoz- É isso. Se tivesse o grupo deles, se tivesse alguém mais fazer, eles faria com dois
L.:
terços. E se tivesse alguém para colocar aqui seria com um terço.
40 Ministério Público Federal (Dr..Ianuário Paludo):-Como é que eles conseguiriam dirigir a
41 licitação de forma que a sua empresa ganhasse, por exemplo? Tinha envolvimento de quem?
42 Presidência, ministro?
43 lnterrogadoz- Ah, de todos.
44 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-O quê que ele lhe falou a respeito?

@ 4:
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Interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 -
Data; 1/2005.

249
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JusT|çA,i=EDERA|,
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Interrogadoz- Que o próprio... que o próprio, que a concorrência 0 próprio PT teria esse
comprometimento e o presidente da empresa dos Correios e Telégrafos teria o comprometimento
U-JãbJ\)-^

de fazer essa licitação.


i\'Iinistério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-O Ministério das Comunicações é do
PMDB, Eunício, né?
Interrogado:- Com o Eunicio, é. Comunicações não, de... transportes?
l\linistério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Comunicações, o Eunicio.
Interrogado:- É, bom...
\OOO\IO\

Ministério Público Federal (Dr..lanuário Paludo):-E o presidente, o PMDB é presidente do


10 Correio?
ll Interrogadoz- É do Correio.
12 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Alguma coisa especifica sobre conversas,
13 contatos, alguma coisa com esse pessoal, ele chegou a comentar?
14 lnterrogadoz- Nâo, nós teriamos que efetivar isso dai, eu teria que ir para Brasília para sentar, se
15 eu arranchasse o parceiro para ir para lá, para sentar com as pessoas para alinhavar tudo.
16 Ministério Público Federal (Dr..lanuário Paludo):- Quem seriam as pessoas que o senhor teria
17 que sentar?
18 Interrogado:- Que ele me levaria para falar.
19 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Não citou nomes?
20 lnterrogado:- Com o próprio presidente do Correio.
21 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Com o próprio presidente do Correio?
22 1nterrogado:- E.
23 Juiz FederaI:- Essa conversa foi presenciada por alguem, ou só o senhor e ele?
24 Interrogadoz- Tive eu, ele, teve o Michel uma vez e o sócio dele, 0 Sérgio Costa outra vez.
25 Juiz Federal:- Foi uma conversa ou mais de uma conversa?
26 Interrogadoz- Não, foram duas, duas ou três. Eu tive depois, conversei com a Ouro Verde,
27 voltei falar para ele, falar para ele e... deixa eu ver...
28 Juiz Federalz- O senhor chegou a tratar desses assuntos por telefone, nessas interceptações?
29 Interrogadm- Eu acredito que tenha sido tratado com ele, conversado: “E daí, aquele negócio da
30 licitação como e' que esta? Está de pe, não está?" Eu acho que tem, que eu falo, eu não falou
31 muito coisa assim, especificamente, em telefone, esses assuntos, mas com certeza eu devo ter
ua
tratado disso daí nas conversas com ele. Devo ter tratado. Pelos menos umas duas vezes eu falei
ba
até, que uma vez ele me ligou me cobrando que estaria com pressa, que estaria saindo em Edital,
ba
que teria que ter alguém para comprar o Edital e fazer tudo.
L.:
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):- Seja estava saindo Edital o senhorjá tinha
que ter uma empresa montada então?
\DO0\|O\UJ:-L»J\J

L.:

ba
Interrogadoz- Que estaria sendo o Edital... que estaria sendo preparado o Edital, é isso. Perdão.
ua
Estaria sendo preparado o Edital, teria que estar tudo pronto em 10 dias no máximo. Ele me falou
Lu isso um dia, por telefone.
40 .luiz Federalz- Como e que 0 senhor poderia provar isso? O senhor teria alguma prova, algum
41 documento, alguma coisa por escrito disso daí?
42 lnterrogadoz- Não, eu tenho o que tenho o que está nos telefones e a efetivação disso dai, a
43 efetivação disso dai, se saiu no... ou se saiu essa licitação, com certeza saiu para esse grupo do
44 PMDB, que está ligado com os politicos de cinco regiões que ele me falou que estariam ligados.
45 E que essa seria discussão direta co PT.
46
lt
1 46
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imenogazóriú n° 2004.70.00.043115-0 - Da:a~

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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Nada mais havendo a ser transcrito, eu GBB, e eu IG ,

encerremos 0 presente termo, e cenificamos que e repr` ução fiel dos depoimentos cblhidos
fonograficameme.
@°°\IO'\UJàbJ\)'-^

Ciente,
Curitiba, 04 de fevereiro de 2005.

10 S 10 Fernando Moro
11 Juiz Federal
12 2” Vara Federal Criminal
13
14
15
16
17
18
19
20
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interrogatório -Autúâ n° 2ou4.1o.oo.o4311õ-0 - Dâiaz» `,',o1/zooõ.
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251
JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo JuD|c|ÁR|A oo PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

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TERMO DE TRANSCRIÇÃO
Em
O4 de fevereiro de 2005, em cumprimento aos termos do Provimento n°
05/2003, Seção Vll, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
Federal da 4” Regiao, procedo à transcriçao do depoimento colhido nos autos do Procedimento
Criminal Diverso n° 2004.70.00.043l 16-O, em audiência realizada nos dias 25 e 26.01.2005.
OO\lO'\'JJšLn

ANTÓMO CELSO GARciA


9
10 Juiz Federal: Senhor António Celso Garcia. O senhor teni 0 direito de pemianecer em silencio,
11 se o senhor fizer uso desse direito isso não lhe trazer qualquer prejuizo. Agora, esta é a
12 oportunidade que o senhor tem de falar com 0 juiz, e eu lembro que o senhor fez um acordo com
13 o Ministerio Público, o que o exige que o senhor diga a verdade. O senhor prefere falar ou o
14 senhor ficaria em silêncio?
15 lnterrogado: Falar.
16 .luiz Federal: Então, retomando aqui a nossa pauta, 0 senhor mencionou em outra oportunidade
17 que o doutor Joäo Casilo seria proprietário de uma empresa chamada Comptom?
18 lnterrogado: Sim.
19 Juiz Federal: O senhor mencionou que 0 senhor Albertini, o senhor Albertini é seu amigo?
20 lnterrogado: Amigo. Sim.
21 Juiz Federal: Ele teria figurado nessa empresa Comptom como uma espécie de laranja?
22 lnterrogado: Sim.
23 .luiz Federal: O senhor sabe desses fatos por intermédio do senhor Albertini? Ou como que o
24 senhor sabe desses fatos?
25 lnterrogado: Dele. Por intermédio dele.
26 Juiz Federal: Dele quem?
27 lnterrogado: Do Albertini.
28 .luiz Federal: O senhor João Casilo nunca falou desses fatos com o senhor?
29 lnterrogado: Não. Especificamente não, mas sabia que eu tinha conhecimento?
Juiz Federal: O senhor sabe como 0 senhor João Casilo chegou até o senhor Albenini?
lnterrogado: Sei. Ele já era, ele já tinha relacionamento com o Eduardo, tinha uma outra, tinha
uma outra pessoa amiga dele, um outro advogado que era amigo do Eduardo tambem, então ele
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tinha também relacionamento direto com ele.


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Juiz Federal: Ele não chegou ao senhor Albertini por seu intermédio?
interrogado: Ele conheceu 0 Albertini por meu intermédio, mas chegou no Albertini para
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conversar dessas coisas, ele conversava particularmente, como conversou da outra vez, da outra
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empresa tambem, conversou particulamiente com ele.


Juiz Federal: Que outra empresa?
\O00\lO\

lnterrogado: Essa, não sei se a Coinptom que comprou uma outra que acho que essa que
40 apareceu agora que mandou dinheiro para o exterior aí.
41 .luiz Federal: Diamantina?
42 lnterrogadoz lsso. lsso. Essa eu vim a saber depois que ele já tinha assinado os papeis, saber
43 tudo, porque ele chamou no escritorio o Albertini, direto, e o Albertini foi lá e tudo e fez as
44
45
procurações para ele.
Juiz Federal: Quem lhe contou ess atos? zà
46 lnterrogad O Albertini.
:

it - CEP 80540-180 - tel/fax (41) 313-4511 e 313-4508


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interrogatório -
1/2005.

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JUSTIÇA FEDERAL
sEÇÃo JuD|c|ÁR|A oo PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Juiz Federal: O senhor pode ser mais especifico? Mais claro? O que o Albettini lhe contou?
interrogado: Que ele tinha ido no escritório...
Juiz Federal: Escritório de quem senhor Antônio Celso?
interrogado: Do Doutor João Casilo, tinha ido, o Doutor João Casilo tinha pedido para ele se
ele podia, por um tempo, ter uma outra empresa no nome dele e tudo. E depois veio a ter
\D00\IÔ\LJJ2~L›J\)--

problema com 0 imposto de renda, com tudo isso, e que teve que ser sanado, e ele foi até a
Receita Federal com o sobrinho do Doutor Casilo regularizar a situação da empresa, que tinham
dado uma multa para ele de quase 400, 500 mil reais, a Receita Federal, nessa empresa no nome
do Albertini, ele tinha sido citado em casa.
10 Juiz Federal: Mas o Albenini ingressou no quadro social da empresa Diamantina então?
ll interrogado: Eu não sei se entrou no quadro social ou se essa outra empresa comprou uma
12 empresa, uma outra empresa chamada Diamantina, eu não sei se foi...
13 Juiz Federal: Qual outra empresa? A Comptom?
14 interrogado:
15 Juiz Federal: E 0 senhor Albertini tinha dinheiro para fazer essas transações?
16 interrogado: Não. Não. Nada. Zero.
17 Juiz Federal: Fez isso na condição de, vamos dizer, a pedido do Doutor Casilo?
18 interrogado: João Casilo, isso. Acho que recebia 2 mil reais por mês.
19 Juiz Federal: O dinheiro era do Doutor João Casilo?
20 interrogado: Sim.
21 Juiz Federal: Ele era uma especie de laranja então do Doutor João Casilo? Nessas empresas?
22 interrogado: Sim.
23 Juiz Federal: Sim. Qual a pergunta?
24 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): O senhor
25 pode informar, se o senhor tem conhecimento, em que agência bancaria eles tinham conta e
26 quem assinava os cheques da Comptom?
27 interrogado: Quem assinava era o Eduardo e agência bancaria acho que era na Caixa
28 Económica da Avenida Batel.
29 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): E o
30 movimento dessa conta era muito grande? O senhor teve conhecimento?
31 interrogado: Tinha, que ele falava que todo dia era procurado pelo gerente para falar de
1,3
aplicação e de movimentação do banco, mas ele assinava um talão de cheques inteiro para o
ua
Doutor João Casilo.
L.:
Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): O talão

ficava com o Doutor João Casilo?
interrogado: Ficava, ele assinava, no banco, quando pegavam o talão juntos, ele assinava o
\O‹>O\10\U~¡*-Lzà×›

t.›
talão de cheques para 0 doutor João Casilo.
L.:
Juiz Federal: Essa empresa Comptom, ela realmente chegou a existir, no sentido de existir uma
ua
empresa, uma sede, ou era uma empresa só no papel?
40 interrogado: Eu não tenho conhecimento, mas pelo que eu sei acho que é uma empresa no
41 papel
42 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Qual e o
43 relacionamento do Doutor João Casilo com o Eduardo? Albertini?
44 interrogado: Ele tinha um relacionamento, ele empregou o filho do, ele empregou o filho do
45 Eduardo no escritório dele, o filho do Eduardo trabalhou la, ia fazer estágio, e ficou um bom
46 tempo trabalhando no escritório Doutor João Casilo.

49
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER21, Página 51

Interrogatório - Autos n° 2004.70.00.04311ô4) -


Data¿‹ za /2005.
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253
JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo JuDic|ÁR|A oo PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): O Albertini
sabia que estava sendo usado? Recebia para ser o laranja do Doutor Casilo?
Interrogado: Num primeiro momento, quando da compra do prédio, lá atrás, ele recebia o
aluguel do prédio do Consórcio, e depois que entrou essa outra empresa ele recebia 2 mil reais.
Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Então ele
\O0¢\IO\\J-IãL4)\)'-^

foi laranja do Doutor Casilo em várias outras situações?


lnterrogado: Pelo que eu conheço, duas situações, duas situações.
Juiz Federal: Duas situações? Quais?
lnterrogado: Essa da compra do prédio que ele recebia o aluguel, e essa outra do ingresso da
10 Diamantina nessa empresa aí.
ll Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): O senhor
12 sabe se foi essa empresa Comptom que comprou o prédio do Consórcio?
13 lnterrogado: Foi. Foi a Comptom quem comprou, mas o Eduardo foi, o Eduardo era sócio
14 dessa empresa quando comprou, pelo que eu tive...
15 Juiz Federal: O senhor sabe quem era o outro sócio?
16 Interrogado: Não sei. Não tenho idéia. Ah, era, pelo que ele me falou, 0 Eduardo, era um, era
17 um advogado que trabalhava, que trabalhava com o Doutor João Casilo. Um advogado que
18 trabalhava no próprio escritório do Doutor João Casilo, advogado dele.
19 Juiz Federal: O Albertini era o sócio majoritário dessa Comptom?
20 lnterrogado: Não tenho, não tenho conhecimento.
21 Juiz Federal: E essa aquisição do imóvel, acho que eu já perguntei isso num depoimento
22 anterior, essa aquisição foi durante a, já havia a falência da empresa? Ou foi antes da
23 intervenção?
24 lnterrogado: Eu acho que, eu acho que foi durante a intervenção, antes de falência alguma
25 coisa, durante a intervenção.
26 Juiz Federal: A venda do imóvel foi judicial ou foi uma venda...?
27 interrogado: Não, eu acho que foi venda comum.
28 Juiz Federal: Comum?
29 lnterrogado: Eu acho que sim.
30 Juiz Federal: E o Consórcio chegou a receber os valores?
31 lnterrogado: Não tenho idéia.
1,»
Juiz Federal: Relativos a essa venda?
L,.›
lnterrogado: Não tenho idéia. Não, eu acho que a venda foi feita, a venda foi feita na época
ua
para pagar os honorários dele para cuidar da liquidação, não foi para recebimento da empresa.
ua
Juiz Federal: Mas de todo o prédio? Todo o prédio era honorários? Quanto valia aquele prédio?
Para ter uma idéia assim?
\'><>0\|O'\\./.¿:.L,a\›

bz
lnterrogado: Na, na época, quase, vamos falar em dinheiro de hoje, 1 milhão e pouco.
ua
Juiz Federal: Mais alguma questão pela Defesa? Não. O Ministério Público Federal?
L.:
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Depois da venda desse, teve essa
40 venda desse predio do Consórcio Garibaldi, depois teve esse outro fato envolvendo a Comptom...
41 lnterrogado: Sim.
42 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Eu não estou conseguindo entender,
43 se o senhor foi prejudicado, em tese foi prejudicado com a venda do predio do Consórcio
44 Garibaldi, como é que o senhor ad 'tia que o seu amigo participasse de mais um esquemajunto
45 com o João Casilo, na Comptom, eqois?
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137 50
1
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interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 -


Datagã I2005.
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254
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JusT|çA,FEoERAt
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

lnterrogado: Eu não fui prejudicado com a venda do prédio para o Casilo, isso ai era do
Consórcio, 0 prédio era do Consórcio, não era meu. O prédio era do Consórcio, eu não fui
prejudicado, e tem mais, o envolvimento dele depois do Casilo, com essa nova empresa ai, não
era eu quem falava da vida dele “você faz isso ou faz aquele outro”, o Eduardo fazia 0 que ele
queria, e esse caso dessa outra empresa ele me disse especificamente que ele tinha ido há uma
\O00\IC\UJ`-L4J\J_~

semana atrás no escritório do Casilo e tinha pedido para ele participar de uma outra empresa que
ia ficar uns meses no nome dele, que ele precisava por um certo momento, que ia dar 2 mil reais
para ele, por mês, e se eu achava que tinha problema, eu falei: “Bom, se tiver, com o Casilo, ele
vai fazer tudo certinho, tudo bem.”. Depois de um tempo, não ficou 3 meses, apareceu essa multa
10 na Receita Federal, foi ai que eu me inteirei do caso, que ele estava com uma multa e que foi
ll com o sobrinho lá e parcelaram essa multa que era de 500, 400 ou 500 mil reais, e parcelaram em
12 36 vezes, uma coisa assim, que o Eduardo foi junto com o sobrinho do Doutor Casilo, foi assim
13 que eu fiquei sabendo.
14 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Eu não vejo consistência nesse seu
15 depoimento. Sinceramente. O Eduardo Albertini não fazia o que ele queria, tanto é assim que
16 quando ele foi constituir a Eldorado ele foi procurar o senhor, não é?
17 lnterrogado: Sim. Sim.
18 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Ele era orientado, 0 senhor era uma
19 espécie de mentor para ele. Foi isso que ele disse no depoimento dele.
20 lnterrogado: Não. Perfeito. A Eldorado tinha o Roberto envolvido no meio, e o Roberto era
21 pessoa que tinha trabalhado comigo, era uma pessoa do meu Gabinete, e ele não gostava de fazer
22 as coisas com o Roberto sem falar comigo. Agora, no caso do Doutor João Casilo, o Doutor João
23 Casilo, o relacionamento era direto com o filho dele, tinha o emprego do filho dele lá há muito
24 tempo já, e ele falava com o Doutor Casilo sempre. O Doutor Casilo estava cuidando inclusive
25 da separação dele, era uma conversa que ele tinha no cotidiano com o Doutor João Casilo, quase
26 que permanente, tratando da separação dele, mais um negócio de patemidade de uma pessoa na
27 cidade dele, o Doutor João Casilojá cuidava disso dai para ele, e cuidava gratuitamente.
28 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Então o senhor pode dizer que não
29 teve participação nenhuma nesses dois fatos, tanto na venda do predio do Consórcio Garibaldi
30 quanto na outra, nenhum interesse seu, específico...
31 lnterrogado: Zero. Zero.
uz
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Na verdade, a impressão que eu tenho
ua
não é essa né. Mas é só uma impressão, como eu posso dizer né.
ua
lnterrogado: Não, mas eu posso lhe afirmar que nada, em nenhum momento...
L.:
.luiz Federal: O senhor não foi consultado sobre essa venda ao Doutor Casilo? Do imóvel?
lnterrogado: Não. Nada.
\Ooo\|O\U-láuâv

1,»

t,.›
.luiz Federal: Do Consórcio?
1.;
lnterrogado: Nâo. Nunca.
cn .luiz Federal: Não teve a sua concordância?
40 interrogado: Não. Nunca. Nunca.
41 Juiz Federal: O Doutor Casilo lhe defendeu no processojudicial?
42 interrogado: Sim. Sim. E o Doutor João Casilo já era meu advogado antes de ser advogado do
43 Consórcio. O Doutor Casilo é advogado do Nilton Libretti, eu fui apresentado pelo Nilton
44 Libretti quando o Doutor João Casilo, há 20 e tantos anos atrás. Fui apresentado na época de urna
45 empresa chamada Plantec ainda, fui resentado pelo Doutor João Casilo, o Doutor João Casilo
46 eujá conhecia desde essa época, e resentado pelo Nilton Libreti.

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interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 - Data: if-,i 1/2005


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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo JuD|c|ÁR|A no PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Muito
embora o senhor não tivesse interesse direto, o senhor apresentou 0 Casilo ao Albenini?
U-I:-l.zà×_›._.

lnterrogado: Apresentei.
Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Quando ele
disse ao senhor que seria laranja do Casilo, o senhor concordou com isso? Disse que ele poderia
fazer?
\O00\lO'\
lnterrogado: Na
primeira vez, na primeira vez, quando ele concordou, quando ele falou comigo,
a coisa estava se formando, ele me perguntou, eu falei que sim. Na segunda vez, ele fez, essa da
Diamantina, e me contou uma semana depois que o Casilo tinha pedido para fazer as coisas para
10 ele, que era uma nova empresa e que ia ficar um tempo no nome dele, e que ele estava
ll preocupado, que ele tinha ido no banco e pego 2 talões de cheques e tinha assinado tudo, e viu
12 que essa conta tinha muito dinheiro, e estava ligando 0 gerente do banco para ele, para dar
13 cheque especial para ele, para fazer um monte de coisa para ele, era isso que acontecia.
14 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): É que, veja bem, se o senhor está aqui
15 depondo para dizer a verdade...
16 interrogado: Perfeito.
17 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Então eu tenho que ter ceneza que o
18 senhor está dizendo a verdade...
19 interrogado: Eu não tenho nenhum motivo para mentir...
20 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Porque nesse caso aqui eu não me
21 convenci que o senhor não tivesse nenhuma participação, ttão tivesse nenhum interesse, não
22 estivesse por trás e etc.. Pode ser que eu mude de idéia daqui a pouco né, mas a impressão que eu
23 tenho é essa. Sinceramente. É só uma impressão ne, mas eu acho assim que a história não está
24 muito bem contada. Eu acho que o senhor tinha realmente um interesse por trás da utilização do
25 Albertini pelo João Casilo, eu não sei qual era o interesse. Por isso eu estou lhe perguntando e
26 volto a repetir se o senhor tinha algum interesse ou não?
27 interrogado: Não. Não. Eu quero esclarecer o seguinte: o maior interessado aqui em esclarecer
28 e falar a verdade aqui sou eu, eu não tenho porque esconder, porque falar, esse caso da
29 Comptom, não tinha motivo nenhum, pelo contrário, se pudesse fazer alguma coisa pelo filho
30 dele e fazer por ele alguma coisa, era o custo dele que diminuiria, das coisas que eu ajudava ele.
31 Só isso, mais nada. Não tinha contato nenhum da empresa, não sabia o que fazia, não tive
uz
contato nenhum em relação a esse tipo de coisa. O relacionamento dele com o Casilo era muito
t,›
mais, era muito mais permanente do que 0 meu, porque ele tratava de 2 coisas dele, da separação
L.:
dele e do negócio de patemidade. O filho dele trabalhava no escritório do Casilo, o filho dele
L,J
\O<>0\|O\U.¿:.\..›\›
praticamente era quem dirigia para 0 Casilo, quem levava. Não tive nenhuma, se tivesse eu
da
falaria agora.
t.J
Winistério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Nós podemos prosseguir então, mas
L.:
houve qualquer omissão aqui o senhor sabe que o acordo
se ficar, se eu constatar que realmente
ua
pode estar sendo rompido.
40 interrogado: Claro. Eu tenho tranqüilidade de falar o que eu estou falando.
41 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Então está bem.
42 Juiz Federal: Por que 0 Doutor João Casilo precisava do Albertini nesse caso dessa empresa
43 Diamantina? O quê 0 senhor sabe a esse respeito?
44 interrogado: Não sabia nada, ate' então. Fiquei sabendo na Policia Federal que tinha sido
45 mandado dinheiro na conta dessa en resa aí, inclusive o Albenini ficou sabendo lá que tinha
46 sido mandado dinheiro na conta de s empresa, ele nem tinha idéia do que tinha sido feito na

t/Ê) 5°
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Interrogatorio -
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JusT|çA,FEDERA|_.
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

empresa, só falou que assinava a procuração e assinava os papéis que o Casilo dava para ele
fazer, e que um certo dia, depois que passou isso da Receita Federal, o Casilo teria chegado para
ele, batido nas costas dele e falado: “Bom, agora acabou a moleza, está tudo aqui, como eu te
U~lLLøJ\)'-'

falei, você não tem mais nada a ver com isso daqui e tal, e daqui para frente não recebe mais
nadaf”. Foi isso que o João Casilo, que ele teria dito para mim que o João Casilo falou para ele.
Juiz Federal: O senhor sabe qual é a relação do Doutor João Casilo com essa empresa
Diamantina?
lnterrogado: Não. Não tenho nem idéia.
\O00\IO\

Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Por que o senhor se sente lesado pelo
10 João Casilo?
11 lnterrogado: Por que eu me sinto lesado pelo João Casilo?
12 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Isso.
13 interrogado: Porque o Agostinho, quando da intervenção, falou que no Consórcio tinha 4
14 milhões e meio, tinha mais os a receber, que tudo lá pago resolveria o problema de saldo de
15 caixa, estaria a empresa líquida, e que a culpa era minha por uma briga com o Carvalhinho, me
16 jogou na cara um monte de coisa, que a empresa não teria problema nenhum se não fosse essa
17 briga com o Carvalhinho, o Banco Central, que teriam feito, e que, e que eu, na verdade, teria,
18 teria provocado isso que aconteceu. O João Casilo, depois, no decorrer do processo, eu vim a
19 saber pelo próprio Agostinho que o dinheiro estava sendo desviado, que estava sendo feito, que
20 não estava sendo pago nada do que tinha que pagar da empresa, e que estava sendo dilapidado o
21 dinheiro, e eu perguntei ate: “Por quem?”. Ele falou: “Quem está mexendo com isso e' o Casilo e
22 o Sindico.”.
23 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Mas isso não é um problema do
24 Consórcio? O senhor mesmo disse que quando venderam o prédio o problema era do Consórcio,
25 não era problema meu.
26 lnterrogado: Sim. Sim.
27 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): E isso também não problema do
28 Consórcio que não tem nada a ver com o senhor?
29 lnterrogado: Sim. Perfeito. O Agostinho vivia, o tempo inteiro me chantageando com isso, me
30 chantageou até o último dia, até o último dia quando foi pedir para mim dinheiro para que
31 mudasse de advogado, na verdade eu não queria mudar de advogado, ele foi pedir dinheiro para
uz
não fazer o que ele veio fazer e fazer depois a mudar o depoimento dele. Ele me pediu, durante
L.)
10 anos ele me chantageava politicamente, 8 anos ele me chantageou politicamente, tudo o que
Lu podia, tudo o que podia, era o tempo inteiro e ainda ficava fomentando a coisa contra o Rui.
C» ~O<>0\10\U.l:-l.››×.¡
Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): O senhor
oa
sabia que 0 Doutor João Casilo usava laranjas em outros negócios então? O Casilo disse alguma
U4
vez ao senhor? Que precisava do Albertini para alguma coisa? Pediu alguma coisa? Disse: “Ó
L.:
Toni, eu preciso que você me ajude.`°. Alguma vez ele teve essa conversa com o senhor?
ua
lnterrogado: Na primeira vez, na primeira vez, do prédio, quando ele falou que o Albertini
40 precisava entrar na Comptom, pediu e falou para mim se podia usar, se era de confiança e tudo,
41 falou comigo.
42 .luiz Federal: Ele falou com o senhor?
43 lnterrogado: Falou comigo, 0 Doutor João Casilo.
44 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): O senhor
45 indicou o Albertini para ele?

ii; 53
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.Ju$T|çA_i=EDERAt
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

lnterrogado: Eu falei que podia fazer. Que era de confiança, que era meu amigo, que não teria
problema nenhum, que era uma pessoa correta.
Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Disse
também que o senhorjá tinha feito, que era laranja do senhor em outras coisas?
\OOO\IO\U-lLbJ\J›-

lnterrogado: Não, ele não era meu laranja em nada, ele não era meu laranja em nada, 0
Albertini, na época.
.luiz Federal: Mas ele, ele então que lhe procurou e disse que precisava de alguém?
lnterrogado: Na época ele perguntou se poderia ser, se poderia ter, se ele era uma pessoa de
confiança e se não teria problema nenhum, só isso.
10 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): E o senhor
ll concordou que ele fosse laranja. Então, 0 senhor sabia que ele ia ser usado para
12 lnterrogado: Para estar numa empresa que o Casilo estaria colocando ele, sim.
13 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): O senhor
14 sabia disso? O Doutor Casilo lhe falou?
15 lnterrogado: Claro que sabia. Sim.
16 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): E o Casilo
17 lhe disse qual a finalidade da empresa?
18 lnterrogado: Não. Não. Nenhum detalhe. Ele não falava detalhes nem para mim, e menos ainda
19 para o Eduardo.
20 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Nessa
21 epoca ele era seu advogado? O Casilo?
22 lnterrogado: Meu advogado.
23 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Quando ele
24 procurou o senhor para fazer uma coisa ilícita, uso de laranja, 0 senhor não pensou em revogar a
25 procuração dele? Não achou estranho que o seu advogado lhe fizesse uma proposta dessa?
26 lnterrogado: Não. Não.
27 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): E o senhor
28 continuou com ele como advogado?
29 lnterrogado: Continuei.
Winistério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Quando foram transformar o predio
Lz›L.JL,J
ui-Ç;

em honorários dele, o senhor participou dessas negociações?


lnterrogado: Não. Não.

Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): O senhor sabia. conversou com o .loão
ou
Casilo, ele era seu advogado, o senhor chegou a conversar com ele acerca da venda do prédio?
L.:
Como que se faria a venda do predio?
interrogado: Nâo, desses detalhes não.
\OO0\10\u-J*-\..i

w
oz
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Com alguem, o senhor conversou?
Lu lnterrogado: Não. Não. Não. Nada. Acontece o seguinte, a transação todinha, quando foi feita,
Lu da venda do prédio e tudo isso, foi feita pelo Rui, pelo Agostinho, e pelo irmão dele que
40 participou do Consórcio, que era o Doutor Nilton Libreti, que se fazia as coisas, que era
41 representado pelo irmão até o final. Quando o Márcio entrou assumindo a pane do Nilton
42 Libreti, foi ate' aí que ele continuou, esse Nilton Libreti saiu da empresa e o Márcio representava
43 ele, e depois entrou o outro imião dele no negócio do Consórcio.
44 Juiz Federal: O senhor João Casilo lhe procurou r entemente?
45 interrogado: Procurou \
`
46 Juiz Federal: Enquanto o senhor estava preso?

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Interrogatório -Autos n° 2004.70.00.043116‹0 - Data: '91/2005.


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Ju$T|ÇA,FEDERAi_
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

×J._.
lnterrogado: Sim.
Juiz Federal: Qual foi o teor do diálogo?
interrogado: Não, falando, se dispondo a fazer, a procurar, a tentar ajudar no processo, queria
(J-šbà
saber como os advogados estavam tratando isso, que era muito tempo, que era um absurdo a
minha prisão e que ele poderia estar ajudando, que ele não via motivo nenhum, que ele queria
ajudar como antigo, procurou minha mulher, procurou de todas as formas se aproximar, até para
saber o quê estava acontecendo.
Juiz Federal: Ele chegou a manifestar algum receio de que o senhor colaborasse ou...?
\DOO\lO\

lnterrogado: Não.Não.
10 Juiz Federal: Ou de que o Albertini colaborasse?
11 lnterrogado: Não. Não. Mas espiculou sobre tudo, e quando ele chegou para falar comigo o
12 Albertini já tinha saido, fazia acho que 3 ou 4 dias que tinha saido, ele nem sabia que ele tinha
13 saido. Mas, em compensação, antes tinha procurado, durante vários dias, tinha colocado uma
14 pessoa dele chamada Emerson, Emerson, que e' advogado dele, que é o criminalista dele, tinha
15 colocado, várias vezes telefonando para a mulher dele para tentar falar com a mulher do
16 Eduardo.
17 Juiz Federal: E ele chegou a falar com o Albertini? O senhor tem conhecimento?
13 lnterrogado: Nâo. Ele não falou com o Albertini.
19 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Quem que,
20 o senhor pode dizer quem coordenava a estratégia toda do Consórcio lá, era o Doutor João
21 Casilo?
22 lnterrogado: A estratégia toda do quê?
23 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Do
24 processo falimentar, de tudo.
25 lnterrogado: De tudo. Era ele.
26 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): O senhor
27 pagava ele por atos?
28 lnterrogado: Do quê?
29 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Dos atos
praticados? Cada processo pagava a ele?
t_,.›t,›t..›

interrogado: Não. Não. O Casilo era meu, eu tinha um contrato de, eu pagava a ele
mensalmente, eu pagava a ele mensalmente, e independente das coisas, o pagamento era feito
mensalmente, da empresa com ele que atendia a mim, a meu imião, a familia, e mais todos os
L,›t,àt..›t.à
casos que a gente tivesse, eu pagava mensalmente. Advocacia de partido. Não era por ato, não
era por nada disso.
~O00\|0\U.J:.L.›\¡›-O

Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): E mesmo
durante o tempo em que ele estava usando o Albertini como laranja o senhor continuou pagando
t,.vL.1t,J
os honorários dele?
lnterrogado: Claro. Até, até há muito pouco tempo atrás eu paguei os honorários dele.
40 .luiz Federal: Quando que o senhor deixou, quando que ele deixou de ser o seu advogado?
41 interrogado: Acho que de um ano para trás.
42 .luiz Federal: Os honorários que o senhor pagava para ele abrangiam a defesa no Caso
43 Garibaldi?
44 lnterrogado: Não. i\4eu nâo, nada. O meu não. Tanto que eu tive que contratar na época o Cal
45 Garcia, nada disso.
46 Juiz Federal Quem pagava os honorários do Agostinho?

(Rb) 55
AV. Aflliã Gãflbãldl. 885, 2° Bfldâf - BEÍÍÍD Al`IÚ - - CEP 80540-18g (El/f3X (41) 313-4511 E 313-4508
Cllflllbã/PR -

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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER21, Página 57

Interrogatóría - Autos n° 2004.70.00.043116-0 - Dat'l/2005. _

259
JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO Juo|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

lnterrogado: Quem pagava os honorários do Agostinho?


Juiz Federal: Isso. Junto à Defesa do Garibaldi?
.1:-u›×››-

lnterrogado: Não, eu acho que foi justamente na venda do prédio que ele fez, que ele abrangeu
tudo, a defesa do Agostinho, do Rui, do Nilton, e de todas as outras pessoas que estavam no
Consórcio. Foi quando foi feita, foi quando foi feito o negócio do prédio, que abrangia tudo.
.luiz Federal: Mas o Nilton não foi acusado no Caso do Consórcio Garibaldi.
lnterrogado: Como?
Juiz Federal: O Nilton não foi acusado no Consórcio Garibaldi.
\OO0\10\u

lnterrogado: É. Eu sei, porque ele saiu em 1988, e a coisa aconteceu a partir de 1999, e ele saiu
10 em 1988 e passou as cotas dele para o imtão dele.
11 Juiz Federal: Não foram pagos valores ao Doutor João Casilo para fazer a defesa do Agostinho
12 e do Rui?
13 lnterrogado: Eu acho que foi através do prédio.
14 .luiz Federal: Perguntas pelo Ministério Público?
15 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Não doutor. Eu vou voltar mais
16 adiante nesse caso, mas, por enquanto nao.
17
18
19
20 Nada mais havendo a ser transcrito, eu GBB, e eu IG 1
,

21 encerremos 0 presente termo, e certificamos que é reprod` ão fiel dos depoimentos colhidos
22 fonograficamente.
23
24 Ciente,
25 Curitiba, 04 de fevereiro de 2005.
26
27
28 ×.....t.z
rgio Fe oro
¬
29 Juiz Federal
30 2" Vara Federal Criminal
31
L.)

C:

L.›

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\Ooo\|0\U4`-'»-I×J

L.:

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41
42
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44
45
46
56
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER21, Página 58

- Autos n° 2oo4.7o.oo.o4s11õ‹o Dat`o1/2005.


J
interrogatório -
` '

fz.

. .

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260
JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo Juo|c|ÁR|A no PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

TERWO DE TRANSCRIÇAO
Em
04 de fevereiro de 2005, em cumprimento aos termos do Provimento n°
05/2003, Seção Vll, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
Federal da 4” Região, procedo ã transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento
\00O\IO\LlJ;L4.I\)>-e

Criminal Diverso n° 2004.70.00.043116-0, em audiência realizada nos dias 2Se 26.01.2005.

ANTÔNIO CELSO GARCIA


10 .luiz Federal: Seguindo então aqui a pauta, o senhor teria dito que, sobre um caso do Deputado
ll Ricardo Barros com uma ação penal no TRF, que teria sido segurada a pedido do Bertoldo, o quê
12 o senhor sabe a esse respeito?
13 interrogado: Eu até falei isso dai, o Doutor Paludo falou ontem que não tinha achado nada do
14 Ricardo, mas eu vi duas vezes a conversa do Ricardo com ele e o Bertoldo falando que era uma
15 ação gravíssima que estaria lá e que ele estaria segurando, que já teria segurado duas vezes. só
16 que não tem a confimiação, ontem o Doutor Paludo falou que não encontrou essa ação. Mas ele
17 falou duas vezes, e eu vi ele falando com o Ricardo e inclusive cobrando honorários atrasados
18 para cuidar disso dai, e dinheiro que ele precisava, que ele teria acertado alguma coisa na frente e
19 0 Ricardo não estaria pagando ele.
20 .luiz Federal: Então o senhor presenciou uma conversa entre 0 Bertoldo e o Ricardo Barros?
21 lnterrogado: lsso. Duas.
22 .luiz Federal: Duas?
23 lnterrogado: Duas. Por telefone.
24 Juiz Federal: Conversa fisica?
25 lnterrogado: Não, por telefone, por telefone, o Ricardo ligando para ele de Brasília, e uma vez
26 ele retomando ligação e falando a respeito desse...
27 .luiz Federal: O senhor estava com quem na ocasião?
28 lnterrogado: Eu e o Bertoldo.
29 Juiz Federal: Com o Bertoldo ou com o Ricardo?
CJ
lnterrogado: Não. Näo. Eu e o Bertoldo. Eu e 0 Bertoldo, eu vi quando o Bertoldo ligou a
ba
primeira vez, e depois o Ricardo retornou.
L.:
Juiz Federal: E o senhor falou o quê? O que foi dito pelo Benoldo ou pelo Ricardo para o
uz
senhor na ocasião?
uz
lnterrogado: Pelo Ricardo não sei, mas pelo Bertoldo falando que, falando que a coisa estava

segura e que estava tudo indo bem, agora ia ter um desdobramento que ele tinha que ver e sentar
\O00×1O\tJ.1>uJ\››-O

t...›

com ele pessoalmente, e depois, e depois o Ricardo retomou e ele falou de honorários com ele
ua
que estava atrasado, que ele tinha adiantado algumas coisas desse processo e que ele precisava
L.:
ser ressarcido e que estava precisando do dinheiro.
ua
.luiz Federal: Essas duas ligações foram numa mesma ocasião?
40 lnterrogado: No mesmo, no mesmo dia, foi interrompida por algum motivo e depois o Ricardo
41 retomou para ele.
42 .luiz Federal: E chegou a mencionar se era uma ação penal ou uma ação cível?
43 lnterrogado: Pelo que eu entendi era uma ação de improbidade.
44 Juiz Federal: Contra o Deputado?
45 lnterrogado: O Ricardo Barros, é.
I
l
57
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lntermgztórizz-Autos n°2oo4.7o.oo.o4s11õ-o -Data: Í01/2005.

261
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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo Juo|ciÁR|A Do PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Juiz Federal: E essa infomiação de que teria sido segurado ou que ele tinha adiantado, o senhor
tem informação mais clara, mais específica sobre isso?
lnterrogado: É de um processo que eu pensei que estivesse no TRF, até comentei porque o
Doutor Paludo falou que não está lá. Agora, eu sabia que era no TRF, uma ação de improbidade,
do tempo em que o Ricardo foi Prefeito, que estava correndo lá.
\OOO\lO\UJš~LzJ\.l›--

Juiz Federal: O senhor Bertoldo chegou a falar desses fatos para o senhor?
lnterrogado: Falou.
Juiz Federal: Depois do telefone?
lnterrogado: Falou. Falou.
10 Juiz Federal: E o que ele disse?
11 lnterrogado: Falou que era uma coisa cabeluda e que ele tinha que tratar porque isso daí estava
12 comprometendo ate' a vida dele política, da mulher, e tinha envolvimento maior, ate' o
13 desdobramento da campanha agora de 2004 que a mulher teria deixado de ser candidata por
14 causa desse processo aí.
15 .luiz Federal: Quando que foi essa conversa?
16 lnterrogado: Foi no ano passado, no começo do ano passado.
17 .luiz Federal: Ele chegou a mencionar algum nome? No TRF ou na Justiça Federal? Ou algum
18 nome dejuiz ou nome de servidor, alguma coisa assim para ou procurador?
19 lnterrogado: Não, e' justamente isso que, quando eu citei o fato, quando eu citei o fato eu
20 pensei que tivesse já uma pessoa especifica, uma pessoa específica cuidando desse processo. O
21 doutor Paludo falou para mim ontem que não tem processo nenhum dele no TRF, então eu não
22 se foi uma conversa ou alguma coisa que se fazia para mim, ou alguma outra ação, que eu sei
23 que tem alguma coisa do Ricardo Barros tem, se não for lá é no STJ, mas ele falou para mim
24 TRF.
25 Juiz Federal: O Benoldo chegou a falar TRF para o senhor?
26 lnterrogado: Falou TRF para mim. Falou. TRF.
27 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Onde que o Ricardo Barros foi
28 Prefeito?
29 lntcrrogado: Ele foi Prefeito de Maringa.
30 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Maringá?
31 lnterrogado: É. Hoje o imião dele e Prefeito lá.
L,J
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Que periodo que ele teria sido
DJ
Prefeito?
DJ
lnterrogado: Em 1992, 1992 ou 1993, uma coisa assim. E hoje 0 imião dele é Prefeito.
DJ
.luiz Federal: Mais alguma questão?
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Não.
\OO0\IO'\\JJ>bJ\)

LJ

1.4.1

LN Nada mais havendo


a ser transcrito, eu GBB, e eu IG ,

DJ
encerremos o presente termo, e certificamos que é repro' ução fiel dos depoimentos lhidos
40 fonograficamente.
41 Ciente,
42 Curitiba, 04 de fevereiro de 2005.
43
44 ergio Fernando Moro
45 luiz Federal - 2° Vara Federal Criminal
46
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- Autos n“ 2004.70.00.043116-0
.A/4.
Interrogatúrio -

“`

šš 252
JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

TERMO DE TRANSCRIÇÃO
UJàL4J\)›-

Em
04 de fevereiro de 2005, em cumprimento aos termos do Provimento n°
05/2003, Seção Vll, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
Federal da 4” Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento
Criminal Diverso n° 2004.70.00.043116-0, em audiência realizada nos dias 25 e 26.01 .2005.
\OOO\10\

ANTÓNIO ci-:Lso GARCLA


10
11 .luiz Federal: O
que o senhor sabe sobre o envolvimento do advogado Bertoldo com o senhor
12 Jose' Eduardo de Andrade Vieira algutna espécie de acordo envolvendo o Bamerindus?
13 lnterrogado: Ele falou que estava finalizando, finalizando um acordo, que ia finalizar um
14 acordo, no ano passado e que estava praticando chegando ao final, que tinha, que tinha já
15 contomado todos os problemas no Banco Central e que estava só acertando o relatório final e o
16 parecer da Procuradoria para que se regularizasse o negócio do Bamerindus, e que ia ser um
17 negócio de mais ou menos 120 milhões, 120 milhões de reais que seriam pagos ao Eduardo
18 Vieira, e que seria a tacada dele, que ele receberia 20% disso daí, ele receberia, e que estava
19 trabalhando praticamente fitll time nesse parecer da Procuradoria aí, e que ele estava fazendo
20 toda a força politica para resolver a situação até o final do ano passado.
21 .luiz Federal: O senhor pode ser mais claro, isso é um processo administrativo? É um processo
22 judicial? O que isso aí?
e'

23 lnterrogado: Não, é o processo da liquidação do Bamerindus, e eles estavam, como o


24 Bamerindus foi vendido simbolicamente por real ao HSBC seria, seria um envolvimento ai
1

25 entre Banco Central, HSBC para que se resolvesse, eu acho que éjudicial, e para se resolver isso
26 daí com alegações que ele teria me dito que o Banco foi entregue e que teria um monte de
27 inverdades no meio, tinha sido política a entrega sem o pagamento de nada para o Ze' Eduardo.
28 Juiz Federal: Mas ele estaria acertando um parecer?
29 lnterrogado: Acertando, acenando o resto do parecer que ele deveria ter até o final do ano
30 passado para liquidar essa história, que estava perto de ele resolver e...
31 .luiz Federal: Parecer do Ministério Público?
LN lnterrogado: Da Procuradoria. Ele falou para mim.
tu .luiz Federal: Procuradoria.
L.)
lnterrogado: Deve ser Procuradoria da República, que estava faltando, e esse parecer estava
ua
sendo controlado politicamente, estava se fazendo uma pressão muito grande para se resolver
isso até o final do ano passado, e que a partir daí ele ia regularizar a vida dele em relação a
\O00\IO\L/4:.L›a\›

L.:

tn negócio de imposto de renda, tudo isso daí, que seria um dinheiro muito alto que ele receberia
uz
por dentro.

.luiz Federal: O parecer estaria acertando por pressão politica ou propina?
40 lnterrogado: Ele disse que ele estaria acertando, tinha pressão politica, estavam se fazendo os
41 acertos necessários, tudo para resolver o ano passado, e que dependia desse parecer, esse parecer
42 era fundamental para que a negociação fosse dada como certa, só faltava isso, que 0 Banco
43 Central estava acertado, que estava acertado o entendimento com o HSBC, mas que esse, esse
44 procedimento teria que ser favorável ra poder se concretizar o negócio.
45 Juiz Federal: Mas acertada algum co' a de pagamento para alguém ou coisa pareci a?

'
59
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER21, Página 61

Interrogatorio - Autos n° 2004.70.00.043116-0 - Data:-


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2.
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Ju$TiçAi=EDERA|,
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

interrogado: Do jeito que ele me falava, eu estou sendo claro agora. do jeito que ele me falava
parecia que estava se acertando com alguém, politicamente, que conversaria com a pessoa que
u-l=L.›\››-

daria 0 parecer para ver que tipo de favorecimento poderia fazer essa pessoa para se dar esse
parecer, e' isso que ele me deixou claro.
Juiz Federal: E ele chegou a falar em algum nome?
interrogado: Não. Era a pessoa que estava com, era a pessoa que ia dar o parecer, era uma
única pessoa que estava para dar esse parecer.
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): E quem iria fazer a pressão política?
\OO0\JO\

Quem faria a pressão politica?


10 lnterrogado: Ele faria, com o time, ele falava, ele sempre falou que quando ele precisava de
11 pressão politica alguma coisa, o Gabinete da Casa Civil entrava, entrava no circuito e o ajudava,
12 0 próprio Ministro José Dirceu. Sempre que ele falava, ele falava do Ze Dirceu.
13 Juiz Federal: Então continuando 0 depoimento do senhor Antônio Celso Garcia sobre essa
14 questão do Banco Bamerindus. Ele não chegou a mencionar qualquer nome então?
15 interrogado: Não. Falou que era, que estava na Procuradoria, que a pessoa que estava com essa
16 decisão na mão é que estava sendo conversada e trabalhada para se resolver isso até o final do
17 ano passado.
18 Juiz Federal: Chegou a esclarecer se esse processo e aqui no Paraná ou em Brasilia?
19 interrogado: Eu acho que é em Brasilia, em Brasília. Eu acho que aqui no Paraná e a
20 liquidação né, mas esse processo eles estavam lidando diretamente no Banco Central ein
21 Brasilia.
22 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Não tem nada a ver então com uma
23 ação penal proposta então contra 0 José Eduardo Andrade Vieira?
24 Interrogado: Não. Não. Não. Ele defende ele nessa ação penal também, pelo que eu sei, ele
25 defende ele, mas esse acerto era um aceno que estava se fazendo entre o Banco Central, o HSBC
26 e a Procuradoria, que ele falou para mim, que era simplesmente um acordo que eles estariam
27 fazendo onde ele deixaria, o Bamerindus tinha sido entregue, na verdade tinha um valor que
28 deveria ter sido pago ao Zé Eduardo pela transferência do Banco, que ele falava que não era
29 venda, pela transferência do Banco ao HSBC.
30 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Procuradoria daqui ou Procuradoria
31 de Brasilia?
L,J
interrogado: De lá.
t...›

Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Procuradoria de Brasília?


1.4
Interrogado: É. Tudo lá. Esse caso, esse caso todo lá, Banco Central lá, Procuradoria de lá,
L.:
\O00\10'\UJ=~L..~ס tanto e' que ele ficou duas semanas em Brasília, ate' final de semana, que falou que ia receber
ea
essas pessoas na casa dele e tudo, para se tentar formatar o contrato.
uz
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): É que veja sÓ, tem Procuradoria da
tz:
República, tem Procuradoria da Fazenda, tem Procuradoria do Banco Central, tem Procuradoria,
ua
tem um monte de Procuradorias.
40 interrogado: Com 0 Banco Central, segundo ele, estava resolvido. Tinha, tinha, o HSBC estava
41 resolvido, agora tinha o parecer, pelo que ele me falou, era da Procuradoria da República.
42 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): E tinha alguma ação já correndo por
43 lá? Alguma coisa assim?
44 interrogado: Ação?
45 i`\'linistério Público Federal (Doutor anuário Paludo): É. Alguma ação judic' ou alguma l

46 coisa assim? Erajudicializado esse... l

8? to
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER21, Página 62

Interrogatorio - Autos n° 2004.70.00.043116-0 -


Data); 'DI2005.
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264
- .,I

JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo Juoic|ÁRiA oo PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

lnterrogado: Eles, eles entraram com recursos entendeu, recursosjudiciais nisso daí.
Juiz Federal: Ele chegou a falar em Procuradoria da República?
kl-l`-L›J\J'-*

lnterrogado: Sim. Que as tratativas com o Banco Central já estavam adiantadas...


.luiz Federal: Mas a questão importante é assim, ele falou Procuradoria ou ele falou
Procuradoria da Regúb/ica?
lnterrogado: Procuradoria da Re¿zúb/ica. que era 0 parecer final, que envolvia, que estava, o
\OOO\lO`\
Banco Central já estava costurado, o HSBC ja estava costurado, e faltava só 0 parecer da
Procuradoria da República para que fosse resolvida a questão, e isso que estaria sendo costurado
no final de semana que ele ficou lá, que ele não pôde vir para cá, foi essa até a explicação que ele
10 me deu no telefone, não sei se nisso dai não tem, não sei se não foi, ah foi, foi em julho ou
ll agosto, alguma coisa assim, que ele falou disso para mim.
12 .luiz Federal: E saiu daí alguma coisa? Ele chegou a mencionar?
13 lnterrogado: Não sei, ele falou que era para fazer, que a coisa estava caminhando para que até
14 o final do ano, ao final do ano tivesse isso encaminhado, se tivesse saído teria saido noticia, teria
15 saido alguma coisa. Mas estava encaminhando para o final do ano.
16 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): E o Procurador da República que ele
17 manteria contato seria de Brasília ou de Curitiba?
18 lnterrogado: De Brasilia.
19 Winistério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Ele dizia isso?
20 lnterrogado: De Brasilia. De Brasilia. Os encontros eram em Brasília, as pessoas do Banco
21 Central eram em Brasilia, do HSBC se reuniam em Brasilia, e da Procuradoria de Brasilia, tudo
22 era em Brasília, ele falou que não tinha nada aqui, que era lá. Aqui era o interventor só que teve
23 as conversas iniciais, de alguma coisa que eles pegaram aqui, mas, agora, a Procura ria da
24 República era de Brasilia.
25 '

26 Nada mais havendo


a ser transcrito, eu GBB, e eu IG ,

27 encerremos o presente temio, e certificamos que é repr ção fiel dos depoimentos lhidos
28 fonograficamente.
29
30 Ciente,
Curitiba, 04 de fevereiro de 2005.

Ser Fernan oro


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Juiz Federal
2” Vara Federal Criminal

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*Nr '01/2005.

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JUSTIÇA FEDERAL
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sEÇÃo JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ


2' Vara Federal Criminal de Curitiba

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TERMO DE TRAz\'scRIÇÃo
Em
04 de fevereiro de 2005, em cumprimento aos termos do Provimento n°
05/2003, Seção Vll, anigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
U-IRL»-\

Federal da 4” Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento


Criminal Diverso n° 2004.70.00.043116-0, em audiência realizada nos dias 25 e 26.01.2005.
\OOO\IO\

ANTÔNIO CELSO GARCIA


10
ll Juiz Federal: Falando em Banco Central, quando houve lá a intervenção do Banco Central no
12 Consórcio Garibaldi, o senhor teve algum envolvimento nisso? Relativamente a essa
13 intervenção? O senhor chegou a agir para que essa intervenção fosse retardada de alguma
14 maneira?
15 lnterrogado: Não. Nunca. Nunca. Nada. Essa intervenção aconteceu por uma questão politica
16 que o Carvalhinho, o Carvalhinho, na epoca ia disputar o Senado comigo, em 1994, e tinha um
17 antigo dentro do Banco Central e fez várias denúncias, várias coisas para que eles fizessem e
18 pressionãssem o Consórcio na época, várias vezes o Carvalhinho fez isso. Dai, para tentar me
19 envolver nessas coisas, porque o Carvalhinho não sabia como é que era a constituição do
20 Consórcio Garibaldi, quem conversava com ele a respeito de venda e compra de veiculos e tudo,
21 era eu que conversava entendeu. então era comigo e com meu pai que ele falava e, às vezes,
22 falava com o Marcio Libreti, mas ele achava que era eu, que nisso ai ele me envolveria e me
23 tiraria da disputa em 1994. Ele começou a fazer isso dai desde o começo, desde fevereiro de
24 1994, ele tentou, com um amigo dele do Banco Central, fazer esse tipo de coisa.
25 Juiz Federal: Mas a intervenção foi posterior?
26 lnterrogado: Foi posterior.
27 Juiz Federal: À eleição?
28 lnterrogado: Foi posterior à eleição.
29 .luiz Federal: E o senhor não teve nenhum envolvimento nisso?
30 lnterrogado: Não. Nenhum. Nem teria como.
31 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Quem era o Delegado do Banco
uz
Central na época da intervenção? O senhor se recorda?
ua
lnterrogado: Não.
ua
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Qual e' 0 papel do Jackson Pitombo
L.: \Oo0\10\U-l*-'tz.›×›

Cavalcanti em relação ao senhor?


uz
lnterrogado: Nada. Eu fiquei sabendo que ele sofreu um processo administrativo porque teria
13.»
tido a denúncia de que ele teria segurado a intervenção para não ter envolvimento meu durante a
ua
campanha.
Lu Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): E o senhor Jackson Pitombo
40 Cavalcanti não e de Lins e não é amigo seu?
41 lnterrogado: Não. Não.
42 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Por que ele participa todos os anos
43 das festas do Sérgio Maia? Ele e convidado constante das festas do Sérgio Maia, desde 1986,
44 1987, por aí.
45 lnterrogado: Não tenho idéia. E n o é meu amigo.

'l
lg? 62
Av. Anita Garibaldi, 888, 2° andar - Bairro Ahú - uritiba/PR - CEP 80540-180 - teVfa× (41) 31341511 e 313-4508
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER21, Página 64

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Lrrø.
interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 - Dat01/2005.
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266
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Í
JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo .1ur›|c|ÁR|A no PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): E porque foram apreendidas fotos do
Jackson Pitombo, suas e do Sérgio Maia?
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interrogado: i\flinha'?'??
UJš-D
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): É. Umas fotos que foram apreendidas,
se não me engano suas sim.
interrogado: Não. Eu até...
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Eu estranhei na apreensão o fato de o
Jackson Pitombo ser de Lins e ter uma ligação muito estreita pelo que eu pude perceber.
\O0O\lO\

interrogado: Eu nem sabia que ele era de Lins, nunca na minha vida eu soube que ele era de
l0 Lins, nunca tive relacionamento com ele, nunca troquei duas palavras com ele, na verdade, na
li verdade, eu vejo ele por fotografia, de presidente do Curitibano, nunca tive contato com ele na
l2 minha vida. Nada. Nunca conheci com ele, nunca tive uma conversa com esse Pitombo. Nada.
l3 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Eu vou pedir para o Doutor Tiago
14 arrecadar esse material todo para nos examinamtos então?
15 interrogado: Tudo bem. Ok. Pode examinar.
16 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Porque é uma situação um tanto
l7 estranha essa.
18 interrogado: É. Mas, com certeza, minha fotografia com ele em algum lugar, de jeito nenhum.
i9 A menos que seja alguma coisa que eu não me recorde, mas nada, só se for politica, alguma
20 coisa, mas duvido, não conheço e nunca tive, nunca participei de um jantar com ele, nunca
2l participei de uma reunião com ele em nada na minha vida, nada, não tenho conhecimento
22 nenhum, e nem sabia que ele era de Lins.
23 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): É, mas ele costuma. o senhor costuma
24 freqüentar as festas do Sergio Maia?
25 interrogado: Não. Nunca fui. Eles têm uma festa que eles fazem há 25 anos, de todos os
26 amigos deles, de faculdade, de tudo isso daí, nunca fui na minha vida. Eu tenho amigos comuns
27 que freqüentam, como o Alfredo Khouri de Londrina, e mais alguns outros que eu conheço.
28 agora o Pitombo, não tenho nem ideia.
29 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Eu conheço também uma serie
30 também dos processosjudiciais daqui ne.
31 interrogado: Como?
t,›
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Eu conheço também uma serie de
ta.:
pessoas que freqüentam a festa dele, de processos judiciais daqui. O Jakcson Pitombo Cavalcanti
uz
era um deles, que freqüentavam constantemente a festa, desde 1986. se eu não me engano, pelo
ua
\O00\10\U.i~.L»à×›
que eu pude perceber.
L.:
interrogado: l986?
ua
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): É.
tz»
interrogado: Ah, mas então, eu não tenho nem idéia, isso daí são amigos de faculdade, amigos
L.:
de colégio, eu sei que é uma festa que eles têm há 20 e tantos anos, que eles fazem isso daí,
40 nunca fui.
41 Juiz Federal: Vamos interromper um minutinho.
42
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Av. Anita Garibaldi, 888, 2° andar - Bairro Ahú Curitiba/PR - CEP 80540-180 tel/fax (41) 313-4511 e 313-4508
-

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nntêrfogzióriú - Autos n° 2oo4.7o.oo.o4311õ.o -


Dâ:a¿ 01/2005.
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JUSTIÇA FEDERAL
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sEçÃo JuD|c|ÁR|A no PARANÁ

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2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Nada mais havendo


a ser transcrito, eu f'

GBB, e eu IG / _

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encerremos o presente termo, e ceruficamos que e repro tçao fiel dos depoimentos
.
, . .

c lhidos
fonograficamente.

\OO0\IO'\U-Jàb-lx)-~

Ciente,

Curitiba, 04 de fevereiro de 2005.

10
11
12 Sergio ernando Mor
13 Juiz Federal - 2” Vara Federal Criminal
14
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CJ

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nterrogatono _ Autos n° 2004.70.00.043116 _ 0
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JUSTIÇA FEDERAL
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sEçÃo Juo|c|ÁR|A oo PARANÁ


2' Vara Federal Criminal de Curitiba

TERMO DE TRANSCRIÇÃO
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Em
04 de fevereiro de 2005, em cumprimento aos termos do Provimento n°
05/2003, Seção VII, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
Federal da 4° Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento
Criminal Diverso n° 2004.70.00.043116-0. em audiência realizada nos dias 25 e 26.01.2005.
\OO0\IO'\

ANTÓNIO CELSO GARCIA


10
11 Juiz Federal: Nilson de Souza, o senhor conhece?
12 Interrogado: Ah, o Nilson, é o Delegado?
13 .luiz Federal: Delegado de Polícia Federal.
14 lnterrogado: Conheço.
15 Juiz Federal: O que é essa história dos cheques que foram apreendidos com o senhor?
16 Interrogado: Eu conheci o Nilson em fevereiro de 2004, na casa do Wadi Debes na praia, e fui
17 convidado parajogar, parajogar um pôquer lá, e fui apresentado para o Nilson lá. E nósjogamos
18 lá, na casa do Wadi, umas duas vezes, na praia, e depois jogamos mais umas quatro vezes em
19 Curitiba, sendo que o Nilson acho que foi uma vez na minha casa, outra na casa do Wadi. duas
20 na casa de um outro parceiro que se chama Gelson. jogou, conheci lá. E nós temos uma pessoa,
21 nesse jogo nosso, que tem há muito tempo, que faz o caixa toda semana e na outra semana, toda
22 segunda-feira se acena. O Nilson teria dado esse cheque, esse cheque, numa viagem que foram
23 para Foz do Iguaçu, o Wadi, o Valinor Porto, o Saba e ele, e ele teria dado esse cheque para eles,
24 para o Saba, e durante muito tempo eles colocaram esse cheque para receber e o Nilson pediu
25 para que retirasse do banco porque não teria como saldar o compromisso, e passou o tempo, foi
26 passando o tempo, e eles pediram para que eu pedisse para ele, como se eu tivesse recebido o
27 cheque na divida de jogo, para cobrar dele, e eu falei com ele um dia, ainda falei, foi a única vez
28 em que eu encontrei o Nilson fora da mesa de jogo, combinei com ele ao meio dia em frente à
29 Praça do Japão, num barzinho lá para tomar cafe, e falei para ele que eles estavam querendo me
30 passar aquilo lá, se eu poderia receber o cheque dele ou não. E ele pediu para mim que não, pelo
31 Amor de Deus, que ele já teria acertado com o Valmor Porto aquilo lá, que deixasse aquilo de
t_..›

lado e que não mexesse com aquilo, por favor. Que transferisse o negócio para o Valmor, que ele
oz
estaria acertando ouja teria acenado com o Valmor Porto. Foi isso.
L.)
.luiz Federal: E por que os cheques lhe foram passados?
na
Interrogadoz Justamente para tentar cobrar, porque eles não conseguiam cobrar dele.
Juiz Federal: Mas e por que? O senhor tem alguma habilidade especial para cobrar o cheque ou
\.0O0\IO\u.Ààu›×)

L.:

L.:
um relacionamento melhor com ele para cobrar o cheque?
L» lnterrogado: Não, tipo assim, vou passar uma coisa que eu recebi, não estou conseguindo
L.›
receber, eu vou passar para você para ver se para você ele paga. E isso. Simplesmente isso. E
40 inclusive tem um telefonema meu que deve estar aí, quando ele falou, quando ele combinou
41 comigo de encontrar ao meio dia na frente da Praça do Japão num barzinho que eu fui tomar cafe'
42 lá com ele. E foi isso daí, conversei com ele 10 minutos ali, falei para ele, mostrei para ele, ele
43 falou: “Pelo Amor de Deus, devolve isso para o Valmor que eu vou acertar com ele, eu estou em
44 dificuldades, mas eu vou acertar isso dai.”. Meu relacionamento com o Nilson foi só, só.
45 Estritamente. Fora esse dia, sentar a mesa...
46 Juiz Federal: E o senhor devol os cheques ara o Valmor?

Av. Arma
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Garibaldi. sea. 2° andar - Bairro
Ah);
65
› curitiba/PR - cEP ao54o-tao
- tel/fax ‹4¶1”3'13 3134505
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Interrogatório n° 2004.70.00.043116-0 -
Dataxiñ D1/2005.
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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo .iuD|c|ÁR|A oo PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

lnterrogado: Não. Ficou comigo, ficou numa carteira que eu nem usava, foi pego na, na
apreensão em casa, numa carteira que eu não uso, que tem meus documentos, onde tinha meu
L1-l`-L.J×J›- registro de anna, tem minha carteira de identidade e tudo...
.luiz Federal: E por que o senhor não devolveu? Os cheques?
lnterrogado: Não devolvi porque eles não iam conseguir cobrar, eles estavam tentando cobrar
dele já fazia 5 meses e não conseguiam cobrar. E é isso. E nós nos encontramos toda semana.
toda a semana nós nos encontrávamos na segunda-feira. E a partir desse episódio, nunca mais o
Nilson foi na, no nossojogo. Nunca mais ele participou.
\‹DOO\IC'\

.luiz Federal: Desse episódio o quê? Da cobrança?


10 lnterrogado: Da cobrança. No nosso jogo ele não foi, mas continuou viajando no final de
11 semana para Foz do Iguaçu com o Wadi, com o Valmor, com todo esse pessoal que vai para
12 jogar la, ele continua viajando.
13 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Mesmo devendo para o Valmor Porto
14 ele continua viajando com ele?
15 lnterrogado: Viaja junto. O Valmor, o Valmor é, 0 Valmor é uma pessoa que agencia para
16 levar pessoas para cassino fora, para hotéis fora e tal, ele fez isso dai acho que durante muitos
17 anos, ele tem, ele e empresário, ele tem uma empresa de, fábrica de vidros e tal, mas ele fez isso
18 durante muitos anos, levava essas pessoas para cassino fora, para jogar fora, me convidou várias
19 vezes, eu nunca fui. Agora, o Wadi vai sempre, o Nilson vai sempre, e outras pessoas, e outras
20 pessoas mais aí da
21 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Quem e' o Saba? Qual e o nome dele?
22 lnterrogado: A gente conhece por Saba, que e amigo do Valmor, que é amigo deles...
23 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): O que ele faz?
24 lnterrogado: É lobista.
25 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Lobista?
26 lnterrogado: É.
27 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Lobista pode ser em qualquer lugar.
28 Lobista. Mais específico?
29 lnterrogado: Lobista em São Paulo, em Brasília. É uma pessoa conhecidissima ai de todo
30 mundo, vive na noite, conhece todo mundo, mas para falar a verdade não tem escritório fixo, não
31 tem nada, e' amigo do Valmor Porto e amigo do Wadi. Amigo pessoal do Wadi, viaja com o
L.)
Wadi, inclusive para as viagens internacionais, tudo, viaja. A namorada é amiga da mulher do
CJ
coisa.
L» Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): O senhor
L.:
\O0o\1G\u4>'~z›×J
pode dizer se o Nilson viaja para fora nesse avião do Wadi Debes também?
L,›
lnterrogado: Sempre.
uz
Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): É
os
transportado por esse avião panicular?
1,.:
lnterrogado: Sempre. Sempre.
40 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Mantém
41 um relacionamento íntimo com o Wadi Debes?
42 lnterrogado: Sempre. Junto. Junto. Muito. Eles se conhecem desde Foz do Iguaçu.
43 Juiz Federal: Mas ele deve alguma espécie de, deve algum favor, para o Nilson, o Wadi, tem
44 alguma coisa de ilícito nisso aí?
45 Defensor de Antônio Celso Gar 'a (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): O senhor
46 nunca pediu favor ao Delegado p a qbe informasse ao senhor as operações da Polícia Federal?

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Av. Anita Garibaldi. 888. 2° andar - Bairro
AhL7› CuritibalPR - CEP 80540-180 - tellfax (41) 3`F3( . 41508
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER21, Página 68

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- Autos n° 2004.70.00.043116-0
Interrogatório -
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Ju$TiçA,|=EDERAL
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

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lnterrogado: Nada. Nunca tive.
Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Não era
uma troca de favores esses cheques, “eu entrego o cheque o senhor me entrega o que está
acontecendo lá?”.
lnterrogado: Não. Nunca tive contato com o Nilson a não ser no telefonema que eu liguei para
ele e pedi para ele marcar, e ainda ele me retomou, ele retornou para mim a ligação num telefone
\OO0\IO'\U-lã-Lu

público. Ele falou que não podia falar, que ligava para mim depois, retomou de um telefone
público marcando comigo na Praça do Japão.
Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Ele não lhe
l0 passava informações?
ll Interrogado: Nada. Nunca conversei com o Nilson fora esse dia, na minha vida, nunca tive
l2 outro contato.
13 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): E os seus
14 amigos de baralho não lhe diziam que ele era uma pessoa que podia lhe passar informações? Que
15 se podia usa-lo em razão dessas dívidas de jogo, dentro da Policia Federal, para passar
16 infomtações de processos, de inquéritos?
17 lnterrogado: Eu não tinha, eu não tenho nenhum interesse na Polícia Federal, não tenho
18 interesse em inquérito, não tenho interesse em nada, nunca pedi nada para ele.
19 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Esse Wadi
20 Debes nunca falou isso para 0 senhor?
2l lnterrogado: Não. Não. Mas sempre falava, brincava na mesa com o Saba e com o Valmor:
22 “Ué, vocês não conseguem cobrar o Delegado?”, e eles falavam: “Mas você que trouxe ele para
23 a roda, você que é o responsavel, você que tinha cobrar”, “Ah, eu falo para ele, ele vai la, ganha
24 no cassino, fala que está devendo, então nunca nos paga”, e tal, essa discussão tinha sempre.
25 Quem era a porta de entrada com ele era o Wadi, nunca fui eu, nunca. E nunca usei nada, nunca
26 perguntei nada e nunca liguei para ele, a não ser, está no meu telefone, liguei uma vez e ele me
27 retomou a ligação num, num telefone público e marcou comigo nesse barzinho em frente da
28 Praça do Japão, mais nada.
29 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): O senhor ouviu falar que o Nilson de
30 Souza trabalha com combustiveis? Tem alguma relaçäo com combustíveis? Alguma coisa assim?
31 lnterrogado: Não, eu não conheço a vida do Nilson. Sei que, para mim, ate' achei estranho
ua
depois que me falaram algumas coisas, uma pessoa sempre educada, calada, durante o jogo
da
falava muito pouco, uma pessoa, sabe, com caracteristicas totalmente diferentes, sabe, de um
ua
policial federal, ele não era arrogante, não era nada, não se impunha, não fazia, era uma pessoa
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sO00\|O\UJ›Lz›×J
ultra quieta, e toda vez que ia...
os
Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Então o
t.z
senhor cobrou ele? O senhor chegou a falar “eu quero receber esse valor”?
uz
lnterrogado: Não. Não. Eu falei para ele: “Nilson, eu estou recebendo isso daqui, eles estão me
ba
pagando o que, fizeram um acerto de conta comigo e estão me dando dois cheques seus, eu posso
40 receber isso daqui, você tem uma data programada para isso daqui ou não?”. Ele falou: “Pelo
41 Amor de Deus Toni, deixa, isso daí eu já acertei com o Valmor, eu estou em dificuldade, mas
42 com o Valmor, eu tenho um caixa corrente com ele e tal, já falei com o Wadi, por favor, deixa
43 esses cheques com eles aí, veja se eles acertam com você de outra maneira, não aceite isso daí,
44 por favor, faça isso dai para mimf”. Foi o que ele me falou. SÓ.
45 Defensor de Antônio Celso Garci Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Mas o
46 senhor disse que não tinha amizad com ele por que fazer um favor para ele?

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Av. Anita Garibaldi, 888, 2° andar - Bairro Ahú íCuritibalPR - CEP 80540-180 - tel/fax (41) 313-4511
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Interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 - Dataír 'D1/2005.

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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo Juo|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

interrogado: Eu não fiz favor, o cheque que eu estava recebendo, eu não tinha a obrigação, não
tinha obrigação de receber uma coisa que não era dele, eles estavam dando para mim para tentar
\¡._.

forçar a barra para ver se ele pagava para mim, mas não que ele tivesse obrigação cotnigo,
UJLDJ

primeiro que ele não tinha a obrigação de me pagar e nem a obrigação de eu receber o cheque.
Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Quem
financiava os jogos desse Delegado? Quem punha dinheiro para ele viajar para fora, jogar no
cassino? Se ele estava devendo, alguém devia financiá-lo, ajuda-lo.
Interrogado: Quem levava ele, quem fazia, quem nos apresentou e fazia tudo, quem apresentou
\OOO\1G\

ele no cassino, quem fazia tudo era o Wadi.


10 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Alguma
ll vez o senhor ficou sabendo, o Wadi lhe disse: “Ó, ele está me devendo isso, que eu levei ele
12 numa viagem”?
l3 lnterrogado: Não, falou que era amigo dele desde a época em que ele ficou em Foz do Iguaçu,
14 o Wadi tem entreposto lá em Foz do Iguaçu, e diz que era uma relação de amizade pessoal de
li muito tempo. .

l6 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): O senhor
l7 sabe se foi o Wadi quem trouxe ele para cá? Para ser corregedor?
IS lnterrogado: Não sei se foi ele quem trouxe, mas sei que são amigos íntimos. lnclusive as
l9 mulheres, nessas reuniões da praia e tal, as mulheres estavamjuntas, todas.
20 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): O senhor
21 sabe se o Deputado Janene teria intewindo, ou se o panido teria pedido para esse Delegado vir
22 para Curitiba?
23 interrogado: Nunca conversei com ele a respeito disso.
24 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Não sabe
25 de nada?
26 Interrogado: Não. Nunca conversei.
27 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): A respeito
28 de uma intervenção de Londrina, do Janene, para que esse Delegado viesse para Curitiba.
29 interrogado: Eu nem sei quando ele veio para Curitiba, eu conheci ele em fevereiro, nunca
30 tinha ouvido falar dele na minha vida, eu conheci ele na casa do Wadi, era meia noite e meia,
31 num sábado, quando fui convidado para jogar lá, estava lá o Wadi, estava ele, estava o Cid
ua
Campelo, estava o Saba, estava 0 Valmor e o Dionísio Serena, estavam nesse dia em que eu
1,»
conheci o Nilson lá. Todos nós, fora o Valmor Porto e os outros, o Dionisio e os outros,
L.:
conheceram o Nilson lá, o mesmo Saba conheceu ele lá, o Valmor já conhecia antes. Eu não
ua
conhecia, conheci lá, na casa dele, estavam todos com suas devidas esposas, menos eu.
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): O senhor tem algum receio de
\Oo0\|0\u‹J=L..›×;

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t.J
retaliação por pane do Nilson de Souza?
t,.›
lnterrogado: Nenhum. Nada. E tem mais, quando eu estava na Polícia Federal, não sei se já e'
ua
sabido isso, no primeiro dia, terça-feira que eu cheguei lá, na quarta-feira, às 1 horas da manhã, l

40 já fui chamado acho que na Corregedoria da Policia Federal para dar um depoimento lá. eu fui
41 sem advogado, fui sem ninguém, até não sabia do que se tratava, eu fui, tem um depoimento meu
42 lá, fomtal, não sei sejá foi visto isso?
43 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Ja,já foi.
44 interrogado: Onde já tinha ido, priieiro fizeram o meu depoimento, e depois confrontaram o
45 meu depoimento com o depoiment Valmor Porto, do que tinha se falado. tanto é que eu fui
46 pego de su resa até no dia do depotme t. eu fale' realmente o que tinha acontecido.

.
68
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Data: 'l)1l2005.

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V
JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo Juo|c|ÁR|A oo PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): O senhor e 0 Sérgio Maluceli tinham
mais alguém dentro da Policia Federal que trabalhavam para vocês?
U-l=-LzJ\›._.

lnterrogado: Eu não. Eu não.


Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): O Sérgio Malticeli?
lnterrogado: O Sérgio Maluceli, o Sérgio Maluceli, ultiniamente tinha contratado o Artur.
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): O quê esse Artur fazia para o Sérgio
Maluceli?
lnterrogado: Para falar a verdade, não sei. Ele ia no campo de futebol, não sei se era segurança,
\O00\IO\

ele ia nos jogos de lrati, ele ia, para onde o Sérgio viajava o Artur ia junto, e diz que estava
10 dentro, estava dentro da loja lá sempre, diz que, ultimamente. Quem me falou isso dai, para falar
ll a verdade, foi o Eduardo, entendeu, que o “coiso`°, 0 Artur estaria trabalhando efetivamente para
12 o Sérgio Maluceli.
13 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Para o Sérgio Maluceli?
14 lnterrogado: É. Eu não sei se como segurança, nosjogos, que viajava com ele, que viajava com
15 ele para cima e para baixo, e eu também conheço o Artur faz tempo, mas o Artur nunca
16 trabalhou para mim, nada, a não ser que foi candidato, que ele fazia, às vezes, para pegar 3 meses
17 de licença da Policia, ele era candidato, entrava para ser candidato a Deputado, alguma coisa
18 assim, que ele falava com a gente desse negócio de partido, mas comigo ele nunca trabalhou.
19 Ele trabalhou, efetivamente, pelo que eu fiquei sabendo agora, ultimamente, com o Sérgio
20 Maluceli.
21 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): O senhor tem ele como uma pessoa
22 influente na Policia Federal?
23 lnterrogado: Näo, eu tenho ele como uma pessoa até folclórica na Policia Federal.
24 .luiz Federal: Ele quem?
25 lnterrogado: Esse Artur. O Arthur, diz que é folclórico, que e uma pessoa, sabe, que não tem
26 muita credibilidade lá, que não tem, eu não tenho ele como influente. Ele teve várias coisas, ele e
27 uma pessoa que, é brincalhão, ele gosta de falar, ele foi segurança ai do Lula ai, para cima e para
28 baixo, ele apareceu do lado do Lula várias vezes nacionalmente, ele se gabava disso, que fazia e
29 tal, que tinha contato, era uma pessoa assim, folclórica.

30 Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Coin o Sérgio Maluceli ele trabalhava
31 lá na loja da Auto News, Dani Car?
lnterrogado: Diz que trabalhava com o Sérgio e acompanhava o Sergio quando viajava, e às
vezes, ficava na loja lá, na Dani Car, ultimamente. quem me falou isso foi o Eduardo, inclusive
falou agora que ele trabalhava, e que ele teria saido, que ele teria deixado de trabalhar, foi para
L»›b1t,›L.›u.vu.›L..›t,.i

Foz do Iguaçu, uma coisa assim, porque diz que com o Sergio não rendia nada, as coisas eram só
para 0 Sérgio, não tinha nada que ele ganhasse, que fizesse isso dai. Esse foi o papo que eu fiquei
\OO0\lO\LI-LLbJ\J

sabendo.
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Trabalhava com venda de carros
também? Essas coisas ass-im?
40 lnterrogado: Não sei se era isso dai de carro, mas na verdade eu acho que ele trabalhava com,
41 sabe, com negócio de viajar, de montar esquema de segurança, em campo de futebol, viajava ate'
42 para fora, jogos ai para São Paulo, que tinha esses campeonatos, ele iajunto, isso que eu fiquei
43 sabendo.
44 Ministério Público Federal (Dout Januário Paludo): Ele concorria, por qual partido ele
45 concorria?
46 lnterrogado: PRN.
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I? 69
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER21, Página 71

interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 - Dara;-__'o1/2005.

273
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7
Ju$r|çA,FEDERA|,
SEÇAO JUDICIÁRIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

\J›_-
Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): PRN?
interrogado: É. Faz tempo. Não sei se foi uma ou duas vezes, mas geralmente, isso dai, quando
é época de campanha, vários policiais, não só federais como também estaduais, eles se
candidatam para ter 3 meses de licença.
Juiz Federal: Mais alguma questão?
\DOO\IO\U\J`-ba

Ministério Público Federal (Doutor Januário Paludo): Não.


Juiz F ederai: Alguma pergunta?
Delegado de Polícia Federal (Doutor Tiago Santos Luz): Só retomando uma pergunta que já
foi feita aqui, mas em relação aos cheques, que o Valmor teria te entregue para fazer a cobrança,
10 eu queria só que o senhor explicasse mais as razões pelas quais entregou a você para fazer essa
li cobrança. Por que você foi a pessoa incumbida de fazer essa cobrança pessoalmente dele?
12 interrogado: Veja, eu não fui incumbido de fazer cobrança, é como se eu tivesse recebido o
I3 cheque dele na roda, como se eu tivesse recebido o cheque na roda e falasse: “Bom, Nilson, eu
14 recebi...”, que na verdade não foi nem o Valmor Porto quem me deu, na verdade quem me deu
15 foi 0 Saba, mas quem fazia o caixa era o Valmor, o Saba que me deu, e falou o seguinte: “Veja
l6 se você falando que recebeu de mim, que eu estou tentando cobrar ele, e veja...”, e pode ver o
17 telefone do Nilson e do Saba eu posso conseguir, tem 20 ligações do Saba, anteriores a essa
,

18 conversa minha com o Nilson, tentando cobrar ele, inclusive na Policia Federal, entendeu. Eu
I9 tenho pelo menos 20 ligações dele, tentando falar com ele, e ai, um dia ele quase destratou o
20 Nilson, em Foz do Iguaçu, quando ele ganhou lá, ele falou: “Pô Nilson, você ganha e recebe,
21 perde e não paga”, Entendeu, ele teria falado para o Nilson. E quando eu fui falar para o Nilson
22 eu não fui em termos de cobrança, eu falei: “Nilson, eu recebi. antes de ontem, no aceno de
23 contas e tal, eles me deram dois cheques teus, o Saba, entendeu, eu queria programar isso daqui
24 com você, eu posso programar, eu posso fazer alguma coisa?”. Ele falou: “Pelo amor de Deus,
25 me devolva isso que cuja acertei com o Valmor, com o Wadi.”
26 Delegado de Polícia Federal (Doutor Tiago Santos Luz): Mas eu só quero saber por que do
27 artificio de usar você, justamente quem tinha menor contato com ele? Por que você para fazer
28 essa solicitação?
29 interrogado: Justamente porque eu não tinha, por que não tinha essa lida com ele, eu não tinha
30 essa intimidade, eu não tinha amizade, para ver se comigo, constrangido, ele faria assim “Ó, eu
31 vou pagar daqui a 30 dias, 20 dias, alguma coisa”.
L.:
Ministério Público Federal (Doutor Carlos Fernando Santos Lima): E justamente por isso.
uz
Por que o senhor se dispôs a fazer isso? Não panicipava do fato, não era divida sua, não
ua
conhecia a pessoa. Então, por que exatamente o senhor se dispôs a fazer isso?
L.› \OO0\i0'\u.¿:.t.z›×.¡

interrogado: A pedido deles.


is»
Ministério Público Federal (Doutor Carlos Fernando Santos Lima): Só para atender?
uz
interrogado: Porque a roda e' o seguinte, na roda, e' uma roda de jogo, se alguém ficar devendo
ua
na roda, e ficar, quebra a roda, então um faz o quê, um ajuda o outro para fazer, até um empresta
1.1
dinheiro para o outro para que a roda continue, é uma coisa que nós temos faz quase 15 anos,
40 entendeu, e tem pessoas novas que entram, ele foi trazido pelo Wadi e, na verdade, usaram a
4l mim, justamente pela falta de amizade, para ver se no constrangimento ele faria um acerto
42 comigo, que fazia já 4 meses que ele não pagava a coisa, foi justamente pela falta de amizade
43 que eles deram para mim.
44 Defensor de Antônio Celso Garcia ( \tor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Quem
45 emprestava dinheiro para o Delegadoj ga
46 interrogado: Quem emprestava?

1
70
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interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 -
Dataj Lg. 1/2005.
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I _.¿ 274
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Ju$T|ÇA,i=EDERA|,_
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

\)›_-
Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): É.
Financiava o Delegado nojogo?
lnterrogado: O Wadi falou que algumas vezes emprestou para ele la, no cassino, aqui nesse
jogo, nesse jogo não sei, porque duas vezes, duas vezes em que ele perdeu ele pagou, outra ele
J`-14.2

ganhou, e depois ele deu esses cheques para eles, agora, jogo fora, jogo fora, o próprio Wadi
falou que às vezes estava lá e emprestava...
\O°0\IO\\J

Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Quem
financiava as viagens do Delegado parajogar em cassinos e outras coisas mais?
interrogado: Eu não sei se flnanciavam, se eram os cassinos que financiavam ou não, que às
10 vezes eles vão por conta de cassino, mas que ele ia junto com o Wadi, ia junto com a tumia do
ll Wadi, com o Cid Campelo e, e eu não sei se na época em que iajunto o Wadi, ia com o Giovani
12 Gionedis também, eles iamjunto.
13 Delegado de Policia Federal (Doutor Tiago Santos Luz): Em relação ao Artur, vários
14 documentos apreendidos, as agendas especialmente, na sua residência e escritório, sempre corn a
15 anotação do nome dele “Artur”, eu queria saber qual o seu relacionamento com 0 Artur?
16 interrogado: O Artur foi segurança das minhas campanhas, desde 1990, da minha primeira
17 campanha eu conheço o Artur, ele, ele foi candidato a Vereador, foi candidato a Deputado, pode
18 ver lá nas licenças que ele tinha lá, ele sempre era candidato pelo PRN e tudo. Então, sempre o
19 Artur, sempre o Artur esteve por perto, eu conheço ele assim. Eu sei que ele freqüentava lá um
20 boteco, o Stuart, ele e mais algumas outras pessoas, e ele era amigo de todo mundo, conversava
21 com todo mundo, mas nunca tive nada com o Artur, a não ser, fazia a minha segurança durante a
22 campanha, e inclusive a campanha de 1990, onde teve uma desavença lá com o Zé Eduardo, que
23 teve até tiro e tudo, ele estavajunto comigo.
24 Delegado de Polícia Federal (Doutor Tiago Santos Luz): Em relação ao suposto
25 envolvimento dele com ligações clandestinas e grampos, algo sobre isso. 0 senhor tem
26 conhecimento a respeito? Fomecimento de celulares clonados, ou coisa do género, parecida? Eu
27 estou perguntando aqui excelência para deixar bem claro que eu estou aqui representando a
28 Policia Federal, mas já fui destituído né, da função de Corregedor, e o interesse interno de fazer
29 todas as investigações são bem claros. Então, só para que você, até em razão do acordo,
30 incompreensível dizer a verdade sem nenhum constrangimento.
31 lnterrogado: Perfeito. Perfeito.
L.)
Delegado de Polícia Federal (Doutor Tiago Santos Luz): Por isso que eu questiono, em
L.:
relação a telefone celular, grampos, dublagem de telefone como se diz, em relação ao Artur, você
L..›
tem conhecimento disso?
CJ
interrogado: Comigo nunca. Comigo nunca me ofereceu isso. O meu relacionamento com ele
era muito. era muito assim: “`Oi. como vai? Tudo bem?”. e tal. ele me ligava às vezes e dizia:
\D00\|O\Ur-J;u›×›

t,›

Lzà “Você não consegue me ajudar, eu estou precisando de duzentinho para fazer uma coisa, você
ua
não tem como me arranjar, você não tem alguém que eu possa fazer um serviço, fazer alguma
Lu coisa?” Estava sempre duro, falando que tinha duas mulheres, esse papo é que era o papo dele.
40 corrente. Quem conversava mais com ele, inclusive, que eu conheci o Artur, foi através do
41 Eduardo Albertini, entendeu, que lidava mais com ele, com outro ex-policial, que viviam naquele
42 Stuart la, eu não bebo, eu não vou em bar, o Eduardo ia todo sábado e encontrava com eles, a
43 turma era daquele barzinho Stuart lá, e' assim que eles ficavam conhecendo.
44 Delegado de Polícia Federal (Doutor Tiago Santos Luz): O senhor tem conhecimento de
45 alguma conduta ilícita dele, inclusive pelo fato de ele ter sido removido para Foz do Iguaçu.
46 porque diz que qui tinha pouca coisa, só o Sérgio Maluceli como o senhor mesmo informou.
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Interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 -
Datas; _i¿)1/2005,
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JUSTIÇA FEDERAL

SEÇÃO .JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ


2' Vara Federal Criminal de Curitiba

O senhor tem conhecimento se ele teve algum envolvimento em Foz do Iguaçu, com algum fato
delituoso? Alguma coisa assim? Já ouviu algum comentário específico sobre alguma
participação dele em algum tipo de empreendimento, algo...?
Interrogado: Empreendimento?
Juiz Federal: Algo ilícito.
\O0O\|O\u.|;u›\›...

Delegado de Polícia Federal (Doutor Tiago Santos Luz): Ilícito.


Interrogado: Não. veja, eu recebi uma ligação, até não respondi, que várias vezes, toda vez que
ele ligava para mim, ele ligava para me pedir alguma coisa, falava: “PÕ, não tem e tal?”, era
sempre aquele negócio, mordidinha. “Pó, você não tem 200, não tem 300, eu precisava fazer isso
IO daqui”. Agora, ele me ligou a última vez, acho que, eu fiquei sabendo que ele estava em Foz do
ll Iguaçu quando eu estava na Policia Federal...
12 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Quando ele
13 pedia dinheiro ele nunca lhe oferecia nada em troca? Ele pedia dinheiro para o senhor e nunca
14 ofereceu nenhum favor em troca, nem informações?
15 Interrogado: “Quando precisar de mim irmão, estou a sua disposição, eu estou aí, eu faço coisa
ló para o Requião, faço coisa para esse daqui, para aquele outro...°°.
I7 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Que coisas
18 que ele fazia? Que tipo de coisa?
I9 Interrogado: “Não, eu atendo, eu atendo”. Geralmente era coisa de segurança. Ah, cobrança,
20 se tivesse cobrança de cheque, se tivesse cobrança de alguém que precisasse fazer, ele poderia
21 fazer, essas coisas aí.
22 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Não falava
23 em grampo?
24 Interrogado: Nunca falou.
25 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Quem
26 fazia os grampos? O senhor sabe quem fazia os grampos ai?
27 Interrogado: Que grampo?
28 Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): Não, geral,
29 na Policia, se tinha algum...?
30 Interrogado: Razera que fazia grampo, e fiquei sabendo pelo Bertoldo que tinha alguém, de
31 alguém da PIC.
LJ;
Juiz Federal: Chegou a falar nome de alguém da PIC?
ua
Interrogado: Não. Não chegou a falar, mas falou que era uma pessoa. Mas já falei, isso daí eu
Ca
consigo saber, depois da conversa eu vou conseguir saber quem.
U4
Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): O Anur
trabalhava, o senhor sabe se ele tinha um veiculo Mercedes Benz, se ele ganhou alguma coisa
\Oo0\|O\U-láuàu

ua

Ca
nesse sentido?
'oz
Interrogado: Veiculo Mercedes Benz?
L.:
Defensor de Antônio Celso Garcia (Doutor Antônio Augusto Figueiredo Basto): É.
40 Interrogado: Não, só se foi do Sérgio Maluceli, ele não.
41 Delegado de Polícia Federal (Doutor Tiago Santos Luz): Eu só queria que 0 senhor
42 esclarecesse um pouco melhor essas relações que você disse, dos pedidos constantes dele em
43 relação a “duzentinhos”, “trezentinhos”, que ele estava sempre duro, eu queria saber com mais
44 detalhes com que freqüência ele procurava 0 senhor, que ele pedia isso? Se o senhor chegou a
45 pagar a ele?

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- Autos
interrogatório n° 2004.70.00.043116-0 - Data: 'lot/2005.
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Ju$T|çA_|=EDERAL
_
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

lnterrogado: Não, não, às vezes, se ele me pegava na rua, em algum lugar ele me encontrasse:
“Oi, tudo bem? Pô, eu tenho que pagar um negócio ai, me empresta duzentino ai que depois eu te
arranjo, eu tenho que pagar um negócio ali, me empresta trezentinho.”. Ele me ligou duas
semanas antes de acontecer tudo isso, ele me ligou e me deixou até um recado no meu telefone:
“Toni...", como ele sempre fazia, “...Toni, é o Artur, se puder me dar uma retomadinha, estou no
\O°0\lO\U-IAL»-¡\)-^

celular”, entendeu, foi a última vez que eu falei com ele, não sabia que ele estava em Foz do
Iguaçu, fiquei sabendo dentro da Policia Federal que ele linha ido para Foz do Iguaçu, quem me
falou foi 0 Albertini, que ele tinha sido transferido ou pedido para ser transferido, e essa
conversa de que com o Sérgio não rendia nada, era conversa de boteco, que ele falou que o
10 Sérgio não rendia nada, que ele ia embora para Foz do Iguaçu, foi isso. Eu não sei se ele estava
ll sendo mal remunerado, eu não sei o que era, se o negócio que ele fazia para o Sérgio não era o
12 que ele queria, mas foi essa a conversa que eu fiquei sabendo, mas especificamente a mim nunca
l3 me ofereceu grampo, nunca me ofereceu nada disso, ate porque eu nunca dei liberdade para ele
l4 para qualquer tipo de coisa dessa dai.
li Juiz Federal: Mais alguma questão sobre isso? Não.
16
17 Nada mais havendo a ser transcrito, eu GBB, eu IG
e
IS encerremos o presente temto, e certificamos que e'
repr ução fiel dos depoimentos co os
l9 fonograficamente.
'

20
21 Ciente,
22 Curitiba, 04 de fevereiro de 2005.
23
24
25
26
S io Fer ando Moro
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27 2” Vara Federal Criminal
28
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42
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45
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Interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 -
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Data:= af 01/2005.

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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo JuD|c|ÁR|A oo PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

TERMO DE TRANSCRIÇÃO
OO\IÚ\LJ›-li-U-|\)'-^

Em
04 de fevereiro de 2005, em cumprimento aos termos do Provimento n°
05/2003, Seção VII, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
9 Federal da 4” Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento
10 Criminal Diverso n° 2004.70.00.043l 16-0, em audiência realizada nos dias 25 e 26.01.2005.
ll
12
13
14 ANTÔNIO CELSO GARCIA
15
16
17 Juiz I-`ederal:- Então retomando o depoimento do senhor Antônio Celso Garcia. Senhor
18 Antônio Celso, nós já lhe fizemos algumas indagações sobre questão de campanha política, mas
19 foi um pouco apressadamente, vamos retomar esse tema.
20 lnterrogadoz- Pois não.
21 .luiz I-`ederal:- Ney Lepevrost o senhor conhece?
22 lnterrogadoz- Conheço.
23 Juiz Federalz- O senhor contribuiu para a campanha dele?
24 lnterrogadoz- Com gasolina.
25 .luiz Federalz- Campanha dele desse ano?
26 lnterrogadm- Desse ano.
27 Juiz Federalz- Quanto de gasolina que o senhor contribuiu?
28 lnterrogadoz- Dois ou três mil litros.
29 .luiz Federalz- Quem que lhe pediu isso?
30 lnterrogado:- O Roberto Siqueira.
31 .luiz I-`ederal:- Qual que o papel do Roberto Siqueira?
c..›
lnterrogadoz- E o Paulo Abrão, o tio dele, os dois me pediram. Não, o Roberto Siqueira é amigo
L» dele, é amigo dele pessoal e tinha um relacionamento há muito tempo com ele. E o Paulo Abrão
Lzz
e tio dele.
uz
Juiz Federal:- E esse combustível saiu da onde?
lnterrogadoz- Saiu... deve ter saído de um dos postos, de um dos postos do Capão Raso ou do
\O<>0\|O\u4;LzJ\:

oz

oa
Novo t\4undo, onde ele tinha um comitê lá perto, da Maggiore.
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Juiz Federalz- Essa Maggiore é empresa do senhor?
tz»
lnterrogadm- E.
40 Juiz Federal:- O senhor que autorizou então a doação?
41 lnterrogados- Autorizei.
42 .luiz Federalz- Foi emitido nota?
43 lnterrogadm- Não tenho conhecimento.
44 .luiz Federal:- O senhor tem conhecimento se isso foi declarado?
45 lnterrogado:- Não tenho conheci ento. Mas posso verificar, isso e facilmente visto.
hor fez para a campanha do senhor Ney Leprevo
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46 Juiz Federalz- Mais alguma doa t?

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4
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- Autos n” 2004.70.00.043116-0 Dat

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Interrogatório -
1/2005.
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Ju$T|ÇA,|=EDERA|,.
SEÇAO JUDlClARlA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

lnterrogadoz- Não. Pessoal, não. Nada, nada. Nada.


Juiz Federal:- A sua participação da campanha do Beto Richa?
Q...

Interrogadoa- Sim. Foi desde...


Juiz Federalz- Sinteticamente: qual a sua relação, como é que o senhor começou.
42-91

lnterrogadm- Eu sou amigo do Beto há muito tempo, ha mais de vinte anos. E nós já iamos
fazer a campanha, iamos estar juntos com ele na campanha de Governador de 2002 e não
pudemos estar porque houve todo aquele problema de partido. E agora, em 2004, ele me ligou
um dia, que também deve estar ai nas gravações, ele me ligou um dia, junto com o Hermas
\OOO\lO\U

Brandão, pedindo que ele tinha acertado já a vice com o PSB, que é o atual vice-prefeito e que
10 ele precisava agora parar ter a campanha dele na ma do PP e que agora eu entrasse em campo
ll com o Janene para tentar isso dai para ele e que só dependia disso a candidatura dele.
12 .luiz Federalz- O senhor participou da campanha do Beto Richa?
13 lnterrogadoz- Participei.
14 Juiz Federalz- Sobre doações ii campanha, tens umas conversas entre 0 senhor e o Roberto
15 Bertholdo sobre doação.
16 Interrogadoz- Sim, sim.
17 Juiz l-`ederal:- Quando o senhor tratou com 0 Roberto Bertholdo, falando de doação para a
18 campanha, quem que eram os doadores?
19 Interrogadoz- O que foi conversado, né? Era a SONAE, efetivamente, que era uma que tinha se
20 comprometido. la-se conversar com a Votorantin, isso o Bertholdo. E foi conversado também
21 com o Enio Fomeia e com o sócio dele na casa do Bertholdo.
22 Juiz Federalz- Esse diálogo que eu vou lhe mostrar aqui, é um diálogo entre o senhor e o
23 Bertholdo, de fl. 371, arquivo 489 da interceptação. Peço para o senhor lê-lo. Em baixo lá.
24 lnterrogado:- interrogado lendo em voz bai.\'a‹ incompreensível.
25 Juiz Federalz- Essa conversa, quem era o doador? Estava se especulando aqui: “S00 pau... acho
26 que não dá para tirar 0 Joel.” O quê que era essa conversa?
27 Interrogado:- Veja, era a pessoa que queria entrar na campanha, queria doar esse dinheiro aí,
28 mas queria entrar no negócio do lixo, queria entrar no negócio de desconto em folha que a
29 Prefeitura tem. Que tem o Joel i\×lalucelli que acho que é o que faz isso. No tempo do Cassio
30 interinho era 0 Joel Malucelli que faz esse desconto em folha na Prefeitura. E que queria dar 500
31 mil, mas ele achava que não dava para tirar do Joel, mas queria entrar ou no negócio do lixo para
ou
se fazer para entrar nesse esquema aí. Diz ele era um amigo dele, que era um amigo dele. Foi
uz
falado com o Beto e o Beto não deixou dar andamento.
L.:
.luiz Federal:- Mas quem que era o doador? O senhor Roberto Bertholdo não esclareceu quem
1,»
era, a identidade?
lnterrogado:- Falou que era um amigo dele que queria entrar em Curitiba, que tinha negócios já
\OO0\|0\u.u.Lz›\¡

1,»

L.:
em Rio de Janeiro, São Paulo.
L.:
Juiz Federal:- Nome.

Interrogadoz- Não falou, mas que era do esquema do lixo nacional do PT.
40 .luiz Federalz- lsso não se concretizou?
41 lnterrogadoz- Não porque o Beto não autorizou. E tem até uma conversa depois ai que eu falo
42 com o Beto disso daí, deve ter em algum lugar uma conversa quando eu falo para o Beto e o
43 Beto falou: “Esse assunto deixe que já está muito complicado e isso dai eu vou ter que ter uma
44 conversa com o Cassio. Esse assunto eu não quero mexer.”
45 Juiz Federal:- Essa conversa, uma utra conversa entre o senhor e ele, folha 371 da
46 interceptação, final 3535. Começa ness u tima folha e segue adiante.
z/ -

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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER21, Página 77

Interrogatório - Autos n" 2004.70.00.043116‹0 - Dat‹,01l2005.


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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo Juo|c|ÁR|A oo PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

lnterrogadoz- inlerrogado lendo baixo - inconipreensível


.luiz Federal:- Senhor António, nessa conversa, de quem que estão falando. Quem é o doador
agora? É o mesmo ou outro?
lnterrogado:- Não, é o Enio.
\O°°\IU\UJ`-L4J\)›-

Juiz Federalz- Enio?


lnterrogadoz- Enio Fomeia.
Juiz Federalz- E combinado um encontro na casa do...?
lnterrogadoz- Do Bertoldo.
.luiz Federalz- Para tratar dessa doação?
10 lntcrrogadoz- Para tratar de qual doação?
11 .luiz Federalz- Dessa doação do Enio Fomeia.
12 lnterrogadoz- Não, é para falar que ele estava querendo participar e estaria fazendo a doação
13 que ele, ia entrar o Robeno para tentar colocar alguns pontos para ele e que depois ele entraria.
14 Agora eu estou vendo aqui 0 final. interrogado lendo baixo - incompreensí\-'el
15 Juiz Federalz- Que outro assunto era esse?
16 lnterrogadoz- Era tanto Meritíssimo, especificamente eu não sei. Conversei
17 .luiz Federal:- Esse encontro que tevê na casa do... quem e que estava presente?
18 lnterrogadoz- Tava o Enio, o Roberto, eu e o sócio do Enio, o Arruda.
19 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Só fazendo um esclarecimento: Enio
20 Forneia é o pai e o filho. Um tem que 76 anos.
21 lnterrogado:- Não, não. É 0 filho.
22 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-É o filho. É Júnior ele então?
23 lnterrogadoz- Júnior. Ele mora no prédio do Bertholdo.
24 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- Só uma pergunta: qual o relacionamento do
25 Roberto Bertholdo com o atual prefeito Beto Richa? Ele participava da campanha, assessorava
26 alguém?
27 lnterrogado:- Não, eu apresentei, eu levei o... eu apresentei o Bertholdo para 0 Beto. O Roberto,
28 o Bertholdo fez umjantar na casa dele, e eu estive lá com o Beto.
29 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- E o Michel Saliba? Qual o relacionamento
t,›
dele com o Beto Richa?
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lnterrogadoz- Nenhum. Zero. E eu apresentei o Bertholdo para o Beto.
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Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- Ojetivamente, quais doações dessas que o
ua
senhor conversa no telefone se concretizaram? Quem fez a doação e quais foram os valores?
ua
lnterrogadoz- Do Enio Fomeia os primeiros 75 mil foi feito. Tinha mais 75 mil do rescaldo. E
da SONAE, que tem uma discussão que era para ser 400 ou 500 mil e teve uma discussão, deve
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ter interceptação minha no telefone que eu falo. Tinha uma discussão lá dentro que tinham
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desviado dinheiro. Eles falaram que tinham recebido cem mil, a SONAE tinha falou que tinha
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pago 400 mil e não sabia quem era o doador, quem que tinha recebido na campanha. Eles
L» tinham uma desconfiança que o Silvio Name tinha desviado esse dinheiro.
40 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- O senhor fala em favores e loteamento de
41 cargos públicos numa conversa com o próprio Beto Richa. Efetivamente isso ia acontecer?
42 lnterrogadoz- Como é que e? Loteamento de cargo?
43 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- Loteamento de cargos públicos. Depois da
44 eleição haveria loteamento de cargos pú icos? Essa licitação do lixo o senhor teria alguma
45 participação nisso?
46 lnterrogado:- Não.

Q
7.
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Interrogatório - Autos n” 2004.70.00.043116-0 - Data? °'1/2005.
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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo JuDic|ÁRiA oo PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

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Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- Algum amigo seria indicado, alguma
empresa, para participar pelo senhor e pelo Roberto Bertholdo?
Interrogadoz- Não, do lixo não. Que essa pessoa queria entrar e o Beto não autorizou. Não
autorizou porque tinha essa briga com o Prefeito, já tava Iicitado, já tava tudo e o Beto não
queria...
\O0O\IO\U-Liza

Juiz Fedcralz- Nessa reunião que foi feita na casa do Bertholdo, foi discutida essa questão desse
doador de fora também que acabou não entrando?
Interrogadm- Qual? Não, não. Com o Enio Fomeia?
Juiz Federalz- Isso, isso.
10 lnterrogado:- Com o Enio Fomeia, não. Foi discutido só a questão do Enio.
ll Juiz Federalz- E o Enio doou quanto? 75?
12 lnterrogadoz- 75 e tinha que doar mais 75 do rescaldo de campanha.
13 Juiz Federalz- E ele doou mais 75?
14 lnterrogadoz- Não sei.
15 Juiz Federalz- E ele doou em nome próprio ou a empresa dele?
16 lnterrogadoz- Dele, pessoa fisica. 75 eu tenho certeza absoluta que foi entregue. Agora, os
17 outros 75 eu não sei se foi ou não. Agora, a discussão aí e a SOANAE, a SOANE falou que tinha
18 contribuído com tanto e tinha aquele negócio, tinha entrado na campanha ou não? Pela mão do
19 imião do Beto tem uma conversa, entrou 100 mil reais, que entrou da SOANE, e os outros 400
20 ou 500 que teria que ser pago, estava uma discussão, a SONAE falando que teria sido pago, o
21 Bertholdo falou pra mim, me ligou duas vezes falando que a pessoa tinha confirmado que tinha
22 entregue o dinheiro e ai não tinha nem entregue para o irmão do Beto, nem para ninguém. E ai
23 foram para cima do Silvio Name que havia desconfiança que poderia ter sido entregue. Tinha
24 duas frentes lá na campanha do Beto, a do cunhado dele e do Silvio Name.
25 Juiz FederaI:- Mas o senhor participou dessa doação da SONAE?
26 Interrogadoz- Não.
27 Juiz Federal:- O senhor que intermediou?
28 Interrogadoz- Não. Quem conversou foi o Bertholdo.
29 Juiz Federalz- Isso foi o Bertholdo?
30 lnterrogadoz- Nesse jantar que teve na casa do Beto ele se comprometeu de falar, ainda pediu
31 sigilo para o Beto que ele não poderia fazer por causa do PT, ele ia ajudar com a SONAE, com
t.›
Votorantin, e teria conversado com o Eniojá e eu também tinha conversado com o Eniojá.
L.)
Juiz Federalz- Tem alguma contra-panida? Por exemplo, para o Enio para ele fazer essa
ua
doação?
CJ
Interrogado:- Não, o Enio na verdade quando entrou no negócio conversando com o Bertholdo
e comigo, queria conversar a respeito de participar, que ele tem uma empresa, o Enio Fomeia
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t.,.›

Lu tem uma empresa com o Ricardo Cury, que é dessa de financeira, de empréstimo de desconto em
L.:
conta, ele tem. Ele queria conversar a respeito disso. Mas na verdade quando foi para
ua
efetivamente para a conversa ele falou que não, que ia participar, que ia ajudar, e queria ser
40 companheiro de primeira hora, de primeiro turno e...
41 Juiz Federak- E essa doação da SOANE, teria alguma contra-partida?
42 lnterrogadoz- Não, comigo não foi conversado isso dai. A SONAE sempre doou dinheiro pra
43 campanha, doou para campanha. Todas as campanhas ai ela doou, para o do Cássio, para todo
44 mundo, eu sei que ela doava. A Votorantin também doava.
45 Juiz Federalz- Quando fala em S01 o grupo, mas quem que era a pessoa que era tratado
`

46 sobre isso na SONAE?

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interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 -


Data¿äÇè1›I2005.
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JusT|çA_FEDERAL
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

lnterrogadoz- Ele falou para mim que era em Porto Alegre.


Juiz Federalz- Mas o nome da pessoa? Presidente?
lnterrogado:- Era diretor financeiro. era diretoria. Ele fala comigo, tem na....
Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- O Bertholdo e' advogado na SONAE?
\D<>0\|O\u.L*_L.J×››-

lnterrogadoz- Não. Eu não sei se e advogado da SONAE. Ele tem relacionamento, ele é
advogado do Boticário. Ele falava para mim que era advogado do Boticário, da Votorantin, da
SONAE, que ele tem negócio. Agora, eu não seio que e', o que não e' mais. Agora, da SONAE eu
tive uma discussão intema inclusive do que teria recebido ou não. O que teria entrado
efetivamente no caso da campanha da SONAE seria 100 mil e a SONAE estaria reclamando que
10 teria pago a totalidade do que teria combinado com o Bertholdo.
ll Juiz Federal:- Uma outra conversa entre o senhor e um tal de Lincoln. Que é na informação S4
12 da interceptação, arquivo 607. Para o senhor dar uma lida. Esse diálogo, o senhor com um tal de
13 Lincoln. Quem que é esse Lincoln?
14 lnterrogadm- Lincoln Gasparin. É amigo do Enio Forneia, amigo deles, que também tinha sido
15 conversado com ele para ver se fazia. se ele podia contribuir para a campanha. E ele falou que
16 tudo o que ele fizesse ele faria, se fosse fazer ele ia fazerjunto com o Enio. E aí tinha que ver. Ai
17 eu falei, ai eu perguntei para ele ianda: “Você tem algum interesse especifico na Prefeitura. Você
18 trabalha com a Prefeitura?” - “Já trabalhei, hoje em dia não trabalho mais as coisas da prefeitura
19 ficou muito ruim, tem uma patota la que trabalha e eles entram com preço lá em baixo e depois
20 fazem aditivo e mandam os preços lá para cima e eu não consigo entrar.”
21 Juiz Federalz- i\4as o que que e' essa conversa? “Então ta, Lincoln, é o seguinte: lembra de um
22 assunto que nós conversamos aquela vez que você tinha falado Informática, aqueles negócios?”
23 lnterrogado:- lsso.
24 .luiz FederaI:- O quê que é isso?
25 lnterrogado:- Não, que ele falou que tinha interesse de ver a área de infortnática que tinha gente
26 que fazia locação de equipamentos de informática na prefeitura e que ele teria interesse nessa
27 área aí.

28 Juiz Federal:- Dai o senhor fala: “Aquilo é, nós estamos com aquilo aberto.”
29 lnterrogadoz- Aberto, tipo: esse contrato estava acabando. O contrato de informática está
30 Juiz Federa1:- Prefeitura?
31 lnterrogadoz- estava acabando com a prefeitura.
uz
Juiz Federalz- Mas o senhor tinha liberdade de falar assim sobre os negócios da prefeitura?
t,.›
lnterrogado:- Näo, eu sabia quando e' que estava acabando os contratos porque eu sabia quem
Lu fomecia, que era uma pessoa só, que era da tumta do, sócio do i\'Iário Celso Petrália, que fomece
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\OO0\|O\u.¿~_u›\›
para tudo, para o DETRAN, para tudo, que é o Jakobovski. A gente sabia como funcionavam
L» esses contratos aí.
L.:
Juiz Federalz- O senhor fala uma série: “Não, eu marquei, inclusive eu só estou ligando, estou
L.:
te ligando porque e a pedido do nosso antigo maior.” Quem é o amigo maior?
ua
Interrogadoz- Nosso amigo maior? Não sei se estava falando do Bertholdo que estava
40 coordenando a coisa. Não tenho ideia.
41 Juiz Federalz- “Porque tudo o que foi conversado está conversado.” - o senhor falou para ele.
42 O quê que foi conversado que foi conversado e quem e?
43 lnterrogadoz- O que foi conversado era com o Enio. O Enio esteve na primeira reunião junto
44 com 0 Arruda e tinha sido conversado com ele o que poderia ser. esse negócio de banco, esse
45 negócio de infomtática. Que depoi uando foi feita a doação, eles recuaram e falaram que

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-Autos n° 2004.70.00.043116-0
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sEçÃo JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

queriam entrar de primeira hora, de fazer. E o Lincoln ia fazer qualquer tipo de contribuição, ele l

iria fazerjunto como Enio e com o Arruda, que era amigo deles.
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.luiz Federala- Tá, mas o que já estava conversado; “Tá conversado e tá conversado.” Não foi
algum aceno que foi feito?
Interrogadoa- Não, está conversado de que área específica eles que eles gostariam de atuar. Que
área especifica eles gostariam de participar. É isso.
Juiz Federalz- Mas então haveria uma contra-partida a doação deles?
lnterrogadoz- Não. lsso é o que seria proposto. Na verdade no começo eles queriam a contra-
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partida para ajudar e depois foi conversado e eles resolveram recuar, entendeu? Não fizeram um
10 valor maior que o Bertholdo teria pedido para eles, e queriam fazer uma ajuda pessoal, em nome
ll da pessoa fisica deles e tal, para fazer e participar de um grupo novo que estava acontecendo,
l2 sem interesse nenhum. E depois, no dia-a-dia eles iriam apresentar alguma coisa que fosse lícita,
13 que fosse isso dai, que ele não queria se meter em rolo. Foi isso que foi falado.
14 .luiz Federalz- “Do nosso amigo maior” não e' Beto Richa?
15 lnterrogado:- Não, não. Nesse caso aí não. Nesse caso era o Bertholdo que estava comandando
16 tudo. Eram as reuniões na casa dele, ele que puxou para ele, inclusive para ver se conseguia tirar
17 mais dinheiro.
13 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- E o Beto Richa, nessas doações, qual a
19 contra-proposta que ele fazia?
20 lnterrogadoz- O que?
21 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- Contra-partida? O que o Beto Richa ia dar
22 para o Bertholdo, ia dar para esse pessoal todo?
23 lnterrogadoz- Não, para falar a verdade o Bertholdo não pediu nada para ele. O Bertholdo falou
24 que queria ajudar, na conversa que eu tive lá, teve eu com a minha mulher, ele com a mulher
25 dele, o Beto e o Roberto com a mulher dele nesse jantar, ele falou que queria fazer uma
26 contribuição porque o pai do Beto tinha ajudado muito ele.
27 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- E o Beto Richa nunca pediu nada? Ele,
28 Beto, nunca pediu que 0 senhor intemiediasse a campanha, fez promessas de que daria
29 vantagens, cargos, licitações?
30 lnterrogadoz- Pelo contrario. Pelo contrário. Passei para eles várias pessoas que estavam dentro
31 da campanha dele vendendo esquema de lixo, vendendo esquema de participação e ele falava pra
UJ \›
mim bem claro: “Vão todos se danar.” Ele não deixou nem indicação de partido, ele não deixou,
(4) uz
nós que demos a condição dele concorrer, ele não deixou a gente indicar Secretário, nem nada.
Lu
U-là
Entendeu? Ele falou que ia fazer as coisas do jeito dele, e depois ele ia saber quem eram os
amigos dele. Foi isso.
.luiz Federal:- Quando o senhor fala nessa situação: “la está em aberto. Eu tinha falado um
L..›L.›\z›u.›t.z

negócio lá atrás.” O senhor não estava falando em nome do Beto Richa?


lnterrogadoz- Não, não. Nunca pude falar em nome dele porque na verdade a gente conversava
\Ooo\JO\

antes alguma coisa, qual era o interesse do doador para depois levar para ele, para ele falar sim
40 ou não. Tanto que o negócio do lixo eu levei para ele, ele me cortou na hora.
41 Juiz Federalz- Mas quando o senhor fala para esse Lincoln: “Nós estamos com aquilo la
42 abeno"
43 lnterrogado:- Aberto, o contrato da informática acabaria agora em março. Acabaria ein março e
44 estaria aberto. Então daria para convers que era uma coisa específica que ele gostaria de entrar.
45 Porque quando se vai falar de doaç` s\e conversa de tudo, viu? De todas as áreas que tem a

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prefeitura, tem govemo, se conversa de tudo. Agora, se alguém aceita entrar ou não, deixa entrar
ou não...
.luiz Federalz- Essa outra conversa aqui entre o senhor e o Enio que está também na informação
54, arquivo 0343.
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lnterrogado:- É toda?
Juiz Federalz- É, dá uma olhada nela. Esclarece ai.
lnterrogadot- interrogado lendo em voz baixa - incompreensível
.luiz Federalz- O que é essa conversa, senhor Antônio Celso?
lnterr0gado:- Eu estou vendo aqui agora. interrogado lendo em vo: baixa - incompreensível
10 .luiz Federal:- O quê que e' essa conversa?
ll lnterr0gado:- É para ver se eles conseguiam, se eles tinham maneira de assumir alguma coisa
12 mais de gráfica, alguma coisa mais de rescaldo de campanha, se eles teriam possibilidade de
13 assumir como empresa para pagar o rescaldo de campanha. E ele falou que se fosse falado com o
14 Lincoln e com o Arruda estaria falado. Na verdade...
15 Juiz Federal:- Esse era o Enio Fomeia?
16 lnterrogado:- Era o Enio Fomeia, para se conversar de rescaldo de campanha. Que na verdade
17 foi pedido mais dinheiro para eles do que eles deram. Eles iam dar da pessoa juridica, eles
18 tinham intenção de pedir alguma coisa, de reivindicar. Como teve por parte do Beto: “Olha, se
19 for para se comprometer com alguma coisa e prefiro ficar fora. Eu não conheco as coisas lá
20 dentro, eu não sei como é que estão, eu não vou me comprometer.” Ai eles resolveram entrar na
21 pessoa fisica, na ajuda, pessoa fisica. E no final, rescaldo de campanha, eles estavam brigando
22 com o Silvio Name porque o Silvio Name queria, para ajudar na campanha, queria o lixo,
23 entendeu? E essas conversas tem minha no telefone, eu não sei como é que está ai, uma
24 discussão terrível que se teve com o Silvio Name, com o Heinz, porque eles queriam o lixo.
25 Juiz Federalz- O Heinz queria o lixo?
26 lnterrogadoz- O Heinz e sócio do Silvio, tem ate' uma sala no escritório do Silvio Name.
27 Juiz Federal:- Essa história da doação da SONAE, afinal de contas, foi resolvido isso?
28 lnterrogadoz- Até aonde eu conversei não. Estava se investigando porque eles tinham falado
29 que tinham pago. Ai tem uma conversa que deve estar aí também, que eles falaram que tinham
30 entregue para um Sérgio Pequeno, não sei 0 quê Pequeno, alguém que era da campanha, outros
uz
falavam que era para 0 Silvio Name e estava a discussão. Havia um desentendimento entre o
L.)
cunhado do Beto, o irmão do Beto e o primo do Beto em relação as doações de campanha. Que
uz
eles achavam que as doações estavam sendo feitas de uma maneira, o Silvio Name estava
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falando que era ele que estava colocando e tudo para reivindicar para ele depois o lixo. E o Beto
L.: \O<>0\lO\u-|>Lz1×›--

falava que ia romper com ele e não ia dar o lixo para ele. Era ele e o Heinz.
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Ministério Público Federal (Dr.Januári0 Paludo):-Quem era que coordenava 0 caixa da

campanha?
ua
lnterrogadoz- Do Beto?
1,»
Ministério Público Federal (Dr.Januári0 Paludo):-É.
40 lnterr0gad0:- Silvio Name. Quem coordenava o caixa de campanha, quem foi o caixa oficial.
41 que ele botou, foi o Silvio Name. Mas quem era o tesoureiro, que fazia as coisas, que conferia as
42 coisas, era o irmão dele, o Pepe, que fazia. Por isso que tinha essa discussão, tinha brigas
43 homéricas entre a familia do Beto e tudo o que o Silvio falava: “Ah, eu coloquei isso daqui já na
44 campanha.” - “Então mostra.” E não era, era dinheiro que tinha entrado, ele não tinha falado,
sabe? Eles estavam achando que o Sil estava tentando puxar as coisas para ele e não falava de
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45

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Ju$T|çA,FEDERA|,
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

onde que eram as doações, para puxar o negócio, para ter a reivindicação do lixo para ele. Que
era um contrato de 550 milhões.
Juiz Federal:- E foi tomada alguma providência em relação a essa questão da SONAE?
lnterrogadoz- Eles iam tomar providência. O Bertholdo passou o contato de Porto Alegre, o
\ODO\IO\<J-l=bJ\.¡›-

irmão do Beto ia para cima, até por uma questão de declaração de campanha, para ver. Porque a
SONAE falou que tinha quitado o compromisso e eles tinham que saber para quem é que tinha
entregue, como é que tinha entregue, como e' que estava.
.luiz Federalz- E descobriu para quem é que tinha entregue?
lnterrogadm- Não tive, na continuidade eu não fiquei sabendo mais nada. Mas é coisa fácil de
10 saber. Agora, também eu saindo...
11 Juiz Federalz- O Heinz falou com o senhor, ou o senhor ouviu alguma coisa relativamente a
12 esse envolvimento dele nessa questão do lixo ou com o Silvio Name?
13 lnterrogadoz- O Heinz?
14 Juiz FederaI:- lsso, o senhor mencionou o nome do Heinz agora.
15 lnterrogado:- Não, o Heinz estava, o Heinz entrou na campanha e numa discussão que teve com
16 o cunhado do Beto, com o Avelino. E segundo o Avelino, o Heinz queria que 0 Beto pegasse
17 dinheiro do transpone coletivo, ajuda do transporte coletivo, e o Beto não queria pegar. O Beto
18 não queria pegar, não queria aceitar até porque ele teria uma discussão, teria um embate grande
19 ai nesse negócio do transporte coletivo, como está fazendo congelar passagem e tudo. Ele não
20 queria. E nessa conversa estava se falando que não tinha dinheiro para a campanha, que tinha
21 gente que queria ajudar e teve uma briga muito grande lá dentro, essa discussão. E 0 Avelino
22 falou para mim que o interesse deles botar dinheiro na campanha do Beto era para deixar o Beto
23 refém para que eles pudessem depois, o Silvio, o Heinz, reivindicar o negócio do lixo, que era a
24 coisa que eles estariam em cima efetivamente.
25 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-O lixo não estava com a Camargo Correia?
26 lnterrogado:- CAVO, né. É a CAVO. O quê que é Camargo Correia, acho que é a CAVO.
27 Tava, mas o contrato acabou. O contrato acabou, o Cassio licitou e foi, eu não sei, 0 Ministério
28 Público entrou com uma ação e embargou essa licitação. E 0 próprio Beto tinha pedido para o
29 Cássio não renovar porque na renovação, a conversa, há conversa que nessa renovação foi feita e
eu foi dado dinheiro para a campanha do Osmar Bertoldo e o próprio Beto falou para mim que de lá
L.:
estava saindo toda a campanha do Bertoldo e de la sairia mais de 10, 15 milhões, nessa
cn renovação de contrato com o lixo aí, antes do Cássio deixar a prefeitura. Então por isso que ele
na
não queria deixar esse comprometimento.
L» Juiz Federal:- Quem lhe falou isso? O Beto Richa?
lnterrogadoz- O próprio Beto falou que essa era a conversa e por isso ele não deixaria, ele ia
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ua
brigar com esse negócio da renovação, que não queria conversar com a CAVO, não queria
CJ
conversar com ninguém.
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Juiz FederaI:- E ele teria tido essa infomiação de quem?
tn lnterrogadoz- De dentro da prefeitura, ele é vice-prefeito. Então ele falou que o dinheiro que
40 sai... ele sabia como os empreiteiros da prefeitura estão sendo pressionados pelo Carlos de
41 Carvalho e pela mulher do Cassio Taniguchi, a dar dinheiro para o Osmar Bertoldi. Foi a
42 campanha mais cara que teve, foi o do Osmar Bertoldi. Só da CAVO aí saiu um milhão e meio,
43 pelo que se vê ai. Eles doaram para todo mundo, mas doaram um milhão e meio para a
44 campanha dele. lsso declarado. Mas eles falam que saiu mais de dez milhões que saiu e que tinha
45 uma reclamação geral dos fomecedores da prefeitura que foram. gente que precisava de alvará,
46 tal, que levaram uma saraivada de pe 'dos e rapelaram o caixa no final do coisa.

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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo Juo|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

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Nada mais havendo


a ser transcrito. eu y GBB, e eu IG .

encerremos o presente tem1o, e certificamos que é repro ção fiel dos depoimentos olhidos
fonograficamente.
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Ciente.
Curitiba, 04 de fevereiro de 2005.
10
11
12 Serg'0'Fernand0 Moro z:

13 Juiz Federal
14 2” Vara Federal Criminal
15
16
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18
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21
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30
31

L.)

Lu

L.:

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45
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER21, Página 84

interrogatório -Autos n° 2oo4.7o.oo.o4311ô-o - Dâiz¿V

286
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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo Juo|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

TERMO DE TRANSCRIÇÃO
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Em
04 de fevereiro de 2005, em cumprimento aos termos do Provimento n°
05/2003, Seção Vll, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
Federal da 4° Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento
\OOO\IO\LJ-Iš\z.¡

Criminal Diverso n° 2004.70.00.043116-0. em audiência realizada nos dias 25 e 26.01.2005.

ANTÓMO CELSO GARCIA


10
ll
12 Juiz FederaI:- O senhor tem uma conversa telefônica, a informação 542847, com um tal de Eli.
13 lnterrogad0:- Eli?
14 Juiz Federalz- O senhor chama Doutor Eli.
15 Interrogado:- Meu médico.
16 Juiz Federal:- Tem alguma coisa a ver com a campanha, ou näo?
17 lnterrogadm- O Eli? Ele é amigo do...
18 Juiz FederaI:- O senhor tem um diálogo: “Eu acho, é verdade, tem muita gente em cima, fica
19 muita coisa, mas tem amigo nosso que vai ter decepção com ele."
20 lnterrogadm- Silvio Name eu estava falando. Ele é amigo do Silvio Name, médico do Silvio
21 Name. Eu estava falando com ele, ele é médico do Silvio Name, eu apresentei o Silvio Name
22 para ele.
23 Juiz Federalz- Tem alguma coisa a ver com a campanha isso daí?
24 lnterrogadm- Não, não. Nada, é amigo do Silvio Name e o Silvio estava arrecadando, estava
25 pedindo para arranchar gente para dar dinheiro para a campanha. Ele é presidente de uma
26 cooperativa de crédito aí para os médicos. Ele queria ver se tinha alguem, ele falou que era todo
27 mundo duro, não tinha dinheiro para campanha.
28 Juiz Federalz- Um diálogo entre 0 senhor e o senhor Roberto Siqueira, de final 0156, eu peço
29 para o senhor dar uma olhadinha. O que é essa conversa, senhor António? Fala de
30 estacionamento e não sei o quê. O quê que era?
lnterrogadm- Que o Eli falando que queria um negócio de estacionamento para fazer e eu
_

31
L» falava com ele: “Eli, esse negócio de estacionamento eu não tenho nada.” Meu medico,
t,›
entendeu? E ele falava: “Ah, tá bom, tudo bem.” Tipo ah, tá. Mas eu quero fazer negócio com
tz»
você. Eu quero fazer negócio com você.
Lu Juiz Federalz- Esse estacionamento aqui e aquele estacionamento do CEASA, ou outro?
Interrogadoz- Não, não. Roberto tem acho que 8 ou 9 estacionamentos que ele loca e faz
\DO0\|O\UJ>-Lux)

Lu

L,.›
locação, e tem ali na Praça Osório também, que todo mundo acha que era meu porque ele
ua
trabalhava comigo. Então 0 próprio Eli, meu médico há 23 anos, falava com ele, ele achava que
Lu os estacionamentos eram meus.
40 .luiz Federalz- Aquele estacionamento do CEASA, aquele que estava com problemas junto ao
41 Tribunal de Contas, o senhor sabe sc ele conseguiu resolver. o Robeno Siqueira?
42 Interrogadoz- Estava tentando resolver. Estava tentando resolver com o Fábio Camargo e o
43 Rafael latauro.
44 Juiz Federah- O senhor sabe se ele pagou algum dinheiro, algum valor, ou alguma vantagem
45 para essas pessoas?

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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER21, Página 85

Haiti
interrogatório -Autos n° 2004.70.00.043116›0 - Data: '01/2005.

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Ju$TrçA_r=EDERAt
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Interrogadm- Estava o Osmar Bertoldi tentando fazer o que precisasse fazer para
ele e
regularizar. Agora, eu não sei se resolveu. Eu sei que era uma questão difrcilima que envolvia lá,
tinha um parecer contrário, mas ele estava tentando junto com o Fábio Camargo. com o Rafael
latauro e o Osmar Bertoldi.
\D0O\lO\<J-lš›bJ\J›-

Juiz Federal:- O senhor sabe se ele pagou algum valor? Propina?


Interrogadm- Não.
Juiz FederaI:- Ele chega a mencionar num diálogo que ele colocaria a disposição do tempo da
TV do Partido para
lnterrogadoz- Para o Fábio Camargo?
10 Juiz Federalz- isso.
ll lnterrogadoz- Ele é presidente do partido. Ele é presidente do partido, ele poderia colocar 0
12 tempo da TV, eu não sei para que, mas ele poderia colocar isso.
13 Juiz Federah- Que partido que o dele mesmo? e'

14 Interrogadoz- PTC.
15 Juiz Federal:- PTC. Do Roberto Siqueira?
16 lnterrogadoz- Partido Trabalhista Cristão.
17 Juiz FederaI:- O senhor sabe se ele cedeu mesmo esse tempo?
18 Interrogadoz- Para o Fábio?
19 Juiz Federal:- Isso.
20 Interrogadoz- Não.
21 Juiz Federal:- Não sabe ou ele não cedeu?
22 lnterrogadoz- Não, nâo. Não cedeu. Na campanha não apareceu nada de Fábio Camargo, não
23 cedeu para interesse que pudesse ter lá, não cedeu. A campanha eu acompanhei inteira, não
24 cedeu nada. Mas agora, que tinha interesse de conversar com o Rafael latauro e conversar o
25 Fábio Camargo e o Osmar Bertoldi foram lá para conversar, para tentar regularizar aquilo lá,
26 teve.
27 Juiz FederaI:- O senhor sabe se Roberto Siqueira e Osmar Bertoldi foram lá conversar? O
28 senhor está declarando isso.
29 Interrogadoz- Não, eles foram conversar, o Roberto falou para mim que eles iriam conversar. O
30 Fábio estava marcando a conversa para tentar arrumar no Tribunal de Contas. E que o caminho
31 era o Fábio Camargo junto corno sogro dele.
ua
Juiz Federalz- Quem lhe falou isso foi o Roberto Siqueira?
L.)
lnterrogadoz- Roberto Siqueira.
L.à
.luiz Federa1:- Alguma outra pessoa lhe falou isso?
L.:
lnterrogadoz- Não. Ele, ele. Que estaria ele e Osmar Bertoldi tentando resolver.
Juiz Federal:- E ele chegou a falar se a reunião foi feita mesmo?
\DO0\IO\U.l>L›J\)

ua

ba
Interrogadoz- Que a conversa foi feita? Ele teve a conversa com Hermas Brandão, ele teve
Lu conversa com tudo, para tentar de alguma maneira regularizar aquilo lá. Ele foi procurar ate' o
Lu Hermas Brandão, segundo ele disse para mim. Agora, eu não sei se teve solução, eu não sei qual
40 o encaminhamento que tomou, mas que foi conversado. que iam conversar, iam tentar resolver,
41 iam.
42 r\1inistério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Osmar Bertoldi e'
sócio do Roberto
43 Siqueira?
44 lnterrogadoz- Sócio. Sócio. No CEASA sócio.
45 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Yellow Park aqui da...?

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interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 - 91/2005.

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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo .JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

lnterrogadoz- Não, não. Ele é sócio, especificamente naquele, Yellow Park era o filho do Silvio
Name, o Silvinho, que morreu num acidente de avião, era sócio.
Ministério Público Federal (Dr..Ianuário Paludo):-Tinha mulher do Bertoldi que era sócia
também.
lnterrogado:- Do Osmar?
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Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Não, do Bertoldi, a mulher do Bertoldi e


sócio da Roberto Siqueira também em algum estacionamento. O senhor sabe qual deles?
Juiz Federal:- Mulher do Bertoldo?
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-E. Bertoldi.
10 Interrogado:- Bertoldi. A ex-mulher dele?
ll Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Ou mulher, não sei.
12 lnterrogadoz- Nâo.
13 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Era o próprio Bertoldi que era o sócio
14 dele? ,

15 Interrogadoz- Era o Bertoldi. Agora, se ele colocou mulher, colocar alguém eu não sei. Eu sei
16 que o sócio, quem conversava, quem pagou lá o CEASA para refomrar. O Roberto angariou o
17 negócio, gastaram lá 300, 400 mil reais para fazer o estacionamento, e acenar algumas coisas.
IS que deu demissão naquela época lá. Eu fui convidado para entrar e não entrei porque eu sabia
19 que mexia com um monte de coisa e inclusive na epoca mexia com gente que tava lá no negócio
20 que queria dinheiro para sair, envolvia Carlos Simões. Envolvia um monte de gente e eu não
21 entrei. O Osmar Bertoldi que entrou nisso dai. Então eu fiquei sabendo que custou 400 mil, o
22 sócio era ele e quem lidava politicamente com a coisa era o Osmar Bertoldi.
23
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26 Nada mais havendo a ser transcrito, eu GBB, e eu IG ,

27 encerremos o presente tem1o, e certificamos que e reprodu` o fiel dos depoimentos olhidos
28 fonograficamente.
29
30 Ciente,
3l Curitiba, 04 de fevereiro de 2005.
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Sergio Ferna do Moro
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Juiz Federal
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Interrogatório -Autos n° 2004.70.00.043116-0 - Data:= .I-2; 11/2005.
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JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JuD|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

TERMO DE TRANSCRIÇÃO
Em
04 de fevereiro de 2005, em cumprimento aos termos do Provimento n°
U-l=-Lzàv

05/2003, Seção Vll, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
Federal da 4” Região, procedo à transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento
\DO0\IC7\
Criminal Diverso n° 2004.70.00.043116-0. em audiência realizada nos dias 25 e 26.01.2005.

ANTÓNIO CELSO GARCIA


10
11 Juiz Federalz- Então, retomando o depoimento do senhor Antônio Celso Garcia, perguntas pelo
12 Procurador?
13 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Na Ação Penal do Consórcio Garibalddi, e
14 em função das conversas telefônicas, das interceptações telefônicas, há uma série de informações
15 sobre as testemunhas que foram arroladas pelo seu advogado Farracha de Castro.
16 lnterrogadoz- Certo.
17 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Eu queria saber a respeito, o que o senhor
18 sabe sobre as testemunhas arroladas, o endereço e etc. E depois me dissesse quem traçou a
19 estratégia e por que foi traçada essa estratégia para arrolar essas testemunhas. O João Ângelo
20 Siqueira, quem é e onde de fato ele reside?
21 lnterrogadm- Ele reside em Santa Catarina.
22 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-E quem é ele?
23 Interrogado:- Seria irmão do Robeno Siqueira.
24 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Eduardo Borges Negrão?
25 Interrogadoz- É esse que esteve aqui, o meu ex-cunhado.
26 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-E onde é que ele reside?
27 lnterrogado:- Hoje, ele estava residindo em Goiânia, mas hoje que ele reside aqui.
28 Ministério Público Federal (Dr.Januario Paludo):-O João Gem1ano Valenton?
29 lnterrogadoz- Valeton?
30 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Vztleton.
31 lnterrogado:- 1-loje ele mora na Bahia.
ts;
Winistério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Ele tem alguma ligação com o senhor
uz
especifica?
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lnterrogado:- Ele teve ligação. Ele trabalhou com a gente, trabalhou bastante. Ele é contador,
\..›
ele sempre fez meu Imposto de Renda, quem fazia era ele e tudo.
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-O Gilson Soller Chavarelli.
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L.›

Lu lnterrogado:-Chavarelli?
L..›
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Chavarelli.
ts:
lnterrogadoz- É um amigo meu de Lins.
40 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):- Olten Aires de Abreu Júnior?
41 lnterrogado:-Meu amigo de São Paulo.
42 Winistério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-O Daniel Sampaio Tourinho?
43 lnterrogado:- Meu amigo do Rio.
44 Winistério Público Federal (Dr.Ja 'ario Paludo):-O Eduardo Cunha?
45 lnterrogado:-Meu amigo do Rio.

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e
Interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 -
Data¿;_ 1/2005.
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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo JuD|c|ÁR|A oo PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):- E Roberto Ângelo Siqueira também que
já...
U-lAK.z›\››-

lnterrogado:- Sim, mas a estratégia do que seria dessas testemunhas que o senhor estava
perguntando?
Winistério Público Federal (Dr.Januário Paludo):- Que uma coisa ficou constatada que foram
arroladas testemunhas, com endereços não correspondentes a realidade, a exemplo do Robeno
Angelo Siqueira, que foi arrolado num endereço de São Paulo, na verdade estava trabalhando
aqui e etc. Havia uma estratégia traçada para retardar o andamento da Ação Penal. Isso o senhor
\OO0\IO\

concorda?
10 lnterrogado:-Perfeito. Concordo.
ll Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Quem traçou essa estratégia?
l2 lnterrogadoz- Fábio Rosa.
l3 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Fábio Rosa?
14 lnterrogado:- Sim.
li Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Em que temtos ele traçou essa estrategia?
16 lnterrogadoz- Que não poderia nenhuma testemunha ser ouvida neste juízo por causa do
l7 envolvimento do Dr. Sergio Moro e do envolvimento que ele teria tido no caso, inclusive nos
18 autos. Que ele ja teria inclusive uma tido conversa preliminar com o relator do processo. o
19 Ministro Galotti, da suspeição do Doutor Sergio. Que era interesse pessoal, era particular, e
20 qualquer coisa que fosse aqui em Curitiba era com o intuito de me prejudicar. Então que se
21 fizesse tudo, que não se fizesse nenhuma testemunha vim depor aqui nesse juízo. Que se fizesse
22 tudo para se retirar quem fosse daqui e só deixasse as testemunhas de fora, que poderiam depor
23 sem pressão, sem nada. E que ele não estaria atuando como Juiz. O Doutor Sergio não estaria
24 atuando como Juiz, que ele estaria atuando como Promotor e que estava evidenciado nos autos
25 na suspeição dele em três intervenção direta dele com o Ministro, levando relatórios, alguma
26 coisa e que teria que tirar do processo todo mundo que depusesse aqui, até que se levasse, se
27 julgasse a suspeição. Que ele achava que Porto Alegre não era o foro para se discutir a suspeição
28 do Doutor Sergio, seria o próprio Ministro que sofreu a pressão. Entendeu? E que estaria para
29 julgar a suspeição do Doutor Sergio na época.
30 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-O senhor falou especificamente com ele a
31 respeito disso?
ua Q lnterrogado:- Falei especificamente com ele a respeito disso.
LJ DJ
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-O senhor mencionou o rol de testemunha
uz
para ele e os endereços que o senhor ia colocar?
L.:
lnterrogadoz- Não, ele que... só me falou de uma testemunha, na verdade ele falou: “Quem é

\O00\|O'\uJ:-
daqui?” Que eu me lembrasse, o resto é tudo testemunha antiga. Essas testemunhas não foram
t,.›
arroladas agora, são testemunhas antigas.
Lu Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Sim.
L.:
lnterrogadoz- Então essas eram as minhas testemunhas, porque na época eu morava em São
40 Paulo. Ficava mais em São Paulo, Rio de Janeiro do que em Curitiba. E eram as pessoas que
4l conviviam com o t\fIárcio, com o Newton Libretti, que conviveram em São Paulo nas reuniões
42 que a gente ia na FIESP, tudo isso dai. As pessoas que sabiam realmente como e que era o
43 andamento do consórcio, o dia-a-dia, as pessoas que estiveram em reuniões, tudo isso. Agora,
44 especificamente, a partir do momento que caiu o Hábeas Corpus, a estratégia todinha foi do

t
45 Doutor Fábio Rosa

Q/W..
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interrogatório -Autos n° 2004.70.00.043116-0 - Data¿~1` 1/2005.

291
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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo Juo|c|ÁR|A oo PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Está bem. O senhor passou o rol de


testemunha para ele, com os endereços?
lnterrogadoz- Nao.
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):- Chegou a passar para ele?
\O00\lO\U-lšb-t\J_'

lnterrogadoz- Não. Ele pegou do processo, né, Tuco. Eu não sei, ele pegou do processo o que
tinha de testemunha. E só falou o seguinte: que as testemunhas que fossem em Curitiba tinha que
tirar e dar endereço de fora.
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Não poderia ser de Curitiba?
lnterrogado:- Não poderia ser de Curitiba, não poderia ser destejuízo.
10 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-O senhor falou para ele que iriam arrumar
ll algum endereço de testemunhas fora daqui? Algum endereço?
12 lnterrogadoz- Especificamente que eu conversei foi um só que eu conversei, na verdade. Foi 0
13 Roberto, quando ele falou comigo, ele falou: “Bom, e agora? É para não depor aqui, então ta, eu
14 tenho residência em São Paulo também. Eu posso ser ouvido em São Paulo.” Falei: “Então tá
15 bom, você vai ser ouvido em São Paulo.” - “Então vou dar o meu endereço de São Paulo”- foi
16 isso que ele falou.
17 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-E isso o Fábio Rosa ficou sabendo?
18 lnterrogado:- Ficou.
19 Winisterio Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Foi comunicado a ele?
20 lnterrogadoz- Lógico. Ele que pediu para fazer.
21 Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):- Se o Doutor Farracha foi o mentor disso ou
22 ele apenas fez a petição e juntou?
23 lnterrogado:- Não.
24 Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):- Já recebeu os endereços e a indicação de
25 fazer isso aí.

26 lnterrogadoz- O Farracha na verdade e o seguinte: quando


indicado o escritório lá do Fábio e
foi
27 do Doutor Amir pelo Bertholdo, eu pedi para o Farracha estar nessa reunião para ver se não ia ter
28 nenhum outro tipo de envolvimento. Ele foi lá e de lá ele voltou como assistente, foi isso? Ou
29 correspondente deles aqui. Simplesmente peticionava o que eles... até encurtou esse caminho e
Lu diminuiu despesas para que ele pudesse peticionar as coisas para o...
U:
Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):- Então na verdade ele não era 0 advogado da
L.:
causa?
t.:
lnterrogadoz- Näo.
t_,:
Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):- Era um mero correspondente em Curitiba?
lnterrogadoz- Só foi correspondente. Eu não sei se tinha contrato disso até, ou alguma coisa foi
\OOO\10'\kJJLL::\)›-C>

L,:

L.:
colocado no papel.
L.:
Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):- E recebeu inclusive a petição pronta, os
L.:
endereços e tal.
L.:
lnterrogado:- Tudo, tudo.
40 Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):- Não sabia nada de Roberto Siqueira, quem
41 era, endereço e nada.
42 lnterrogadoz- Não, essa estratégia de não ser ouvido aqui foi, a estrategia foi conversado
43 comigo antes da audiência que eu viria, que eu queria vir, ele não me deixou vir na audiência, o
44 Doutor Fábio Rosa. Estava pronto para vir na audiência e ele falou que não era costume em
45 Porto Alegre, as testemunhas não pr `savam participar e que ele ia pedir a minha dispensa. E
46 que eu não tinha que vir aqui porq ter provocação de gente para ficar ouvindo, coisa que

182 88
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Interrogatório -Autos n° 2004.70.00.043116-0 Data; 01/2005.
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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo Juotc|ÁR|A no PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

tava com juizo pré-determinado já e que não devia fazer. E isso foi conversado comigo no Hotel
Bourbon que eles ficaram. Aonde a estratégia toda, tava ele e o Amir, e a estrategia toda, citada
\_¡._-

LL.)
por ele é que não deveria ser nenhuma testemunha ouvida nestejuizo.
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):- Alguém mais estava presente quando foi
conversado isso?
lnterrogado:- Tava o Tuco, eu, o Amir e ele, Fábio Rosa.
\OOO\IO\U
.luiz Federalz- Alguma testemunha a ser ouvida aqui, a testemunha vem aqui e tem que falar a
verdade?
lnterrogadoz- Como?
10 Juiz Federalz- A testemunha que vem em juizo tem que falar a verdade? Tem que depor e falar
11 a verdade?
12 lnterrogadoz- Sim.
13 .luiz Federalr- E as testemunhas não vinham por que aqui? Tinha receio de...?
14 lnterrogadoz- Não, ele falou que a audiência não ia ser conduzida pelo senhor com isenção, que
15 ia ser conduzida com alguém que tivessejá uma coisa...
16 .luiz Federal:- Ele falou isso?
17 lnterrogado:- Falou. Que o senhor tinha a coisa pre'-julgada, que a sua intervenção era um
18 absurdo, que ele teria até conversado isso até com o Ministro Galotti. E que era um absurdo a sua
19 intervenção durante o processo lá quando estava tramitando no STJ, que era uma coisajá, aonde
20 o senhor falava ate que eu teria ameaçado alguem de perda de testemunha, de alguma coisa, que
21 era uma coisa que jamais ele teria visto um Juiz fazer na vida dele. E que ele foi Juiz não sei
22 quanto tempo e que ele nunca tinha visto um Juiz fazer um negócio desse, que era um interesse
23 pessoal seu e que não poderia, de jeito nenhum, ser conduzido nada aqui. E que num
24 determinado momento ele ia deixar todos os seus atos correrem e que ele ia anular tudo no STJ
25 na sua suspeição.
26 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Amir Sarti concordou com essa estratégia?
27 lnterrogadoz- Concordou.
28 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Não ponderou que era...
29 lnterrogadoz- Não, achou que era pre'-julgado...
30 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Que não era ético, que não era lícito?
31 lnterrogadoz- Não, falou que o pre-julgamento já estava feito e estava explícito nos autos com a
L,.› \›
intervenção dele no STJ. Doutor Sergio.
b) L.:
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Doutor Farracha alegou que não era lícito,
La)
que não era ético?
lnterrogado:- Na verdade, na verdade, nessa conversa que nós tivemos, eu tive uma conversa, o
L/-là

Tuco estava dando aula, o Tuco chegou lá, eu estava jantando no Hotel Bourbon com ele, o Tuco
\..:L,J\...|L..›t,z

deu aula até onze e pouco, chegou nessa conversa, que estava desde às nove horas. E quando
dessa estratégia, antes da audiência, o Tuco depois ouviu das testemunhas e tambem ninguem
\Ooo\10\

comentou nada. Nem ele comentou se era ético ou não, isso não foi conversado, era uma
40 estratégia de defesa, aonde ele deixava como ponto determinante a suspeição do Doutor Sergio e
41 a anulação de todos os atos dele quando o negócio fosse para o STJ.
42 Ministério Público Federal (Dr..lanuário Paludo):- Tinha alguma testemunha em Fortaleza, o
43 senhor se recorda?
44 lnterrogadoa- Fortaleza?
45 Ministério Público Federal (Dr. uário Paludo):-Se o senhor não se recordar...

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interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 - Data:- 1/2005.

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293'
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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo Juo|c|ÁR|A no PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Juiz Federal:-O que que foi dito? Foi pedido testemunhas residentes fora, ou foi pedido que o
senhor arrumasse endereço para as testemunhas... que essas testemunhas fossem ouvidas fora
daqui, embora residissem aqui em Curitiba?
lnterrogadoz- Se tivesse testemunha em Curitiba, ou não fossem ouvidas, ou se tivesse condição
de ser ouvido em outro endereço fora desse Juízo, que fosse feito dessa maneira. E no caso do
\OOO\|O\V-l:›Lz.›×J›-

Roberto, especifico, como tinha endereço em São Paulo, que ele fosse ouvido em São Paulo.
Agora, isso eu não sei se é falsear ou não. Entendeu? É que ele tinha apartamento em São Paulo,
tinha junto com a mulher dele lá, tem endereço lá, recebe correspondência lá e que ele poderia
responder lá. Foi isso que me foi pedido. Para afastar qualquer testemunha que fosse daqui, ou
10 desistir ou para ser ouvido em outro lugar.
11 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Mas o Doutor Fabio sabia que o Roberto
12 morava e residia aqui em Curitiba?
13 lnterrogadm- Sabia.
14 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-lsso ficou bem claro para ele?
15 lntcrrogadoz- Eu falei para ele que o Robeno era daqui. “Quais são as testemunhas daqui? Esse
16 e daqui?” - “Ef” - “Mas aonde vai ser ouvido?“ - “Vai ser ouvido aqui.” - “Näo, mas tem outro
17 endereço que ele possam” - “Tem residência em São Paulo.” - “Então que seja ouvido em São
18 Paulo, ou desista das testemunhas que são daqui e não tiver outro endereço.” Foi claro.
19 Juiz Federal:- Mais alguma pergunta?
20 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Não.
21
22
23
24 Nada mais havendo a ser transcrito, eu GBB, e eu IG ,

25 encerremos o presente temto, e certificamos que é reproduçao fiel dos depoimentos bolhidos
26 fonograficamente.
27
28 Ciente,
29 Curitiba, 04 de fevereiro de 2005.
1.4

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Se o F erna
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Juiz Federal
L.: 2” Vara Federal Criminal
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lnterrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 - Datas 01/2005.
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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo Juo|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

TERMO DE TRANSCRIÇÃO
£JJ;l4J\)._.

Em
04 de fevereiro de 2005, em cumprimento aos termos do Provimento n°
05/2003, Seção VII, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
Federal da 4° Região, procedo a transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento
Criminal Diverso n° 2004.70.00.043116-0, em audiência realizada nos dias 25 e 26.01 .2005.

ANTÓNIO cELso GARCIA


\OO0\IO\

l0
Il .luiz Federalz- Vanderlei Rivera de Castro quem que e ?
l2 lnterrogadoz- Quem?
l3 .luiz Federalr- Vanderlei Rivera de Castro?
I4 lnterrogadm- Não sei.
15 Juiz FederaI:- O senhor mencionou anterionnente que o senhor teria sido colocado como
16 Diretor Presidente do Consórcio, isso?
17 lnterrogadm- Não, diretor... Me deram o cargo honorifico de Diretor Presidente do Conselho,
18 isso na primeira reunião do consórcio, quando eles fizeram a reunião do Country Club, que eu
19 arrumei a reunião no Country Club para eles, que eu arranchei dinheiro emprestado para eles. Na
20 verdade foi meu pai que arranchou uma parte do dinheiro para eles comprarem seis carros na
21 primeira reunião.
22 Juiz Federalz- Ta, mas o senhor foi colocado como Diretor Presidente do Conselho, por eles?
23 lnterrogado:- É, tipo nosso Diretor Presidente do Conselho.
24 Juiz FederaI:- E o senhor assinou documentos nessa condição de Diretor Presidente?
25 lnterrogadm- Não, não.
26 .luiz Federal:- Eu vou lhe mostrar aqui um trechinho, eu peço para o senhor dar uma olhadinha.
27 lnterrogadm- (interrogado lendo em vo: baixa- incompreensível) O quê que é?
28 .luiz Federalz- Esse evento aconteceu, essa reunião?
29 lnterrogadoz- Não sei. Não sei nem quem e' Romualdo Provincial e nem sei quem e' Sérgio
ou
Antônio Naldoni.
CJ
.luiz Fcderalz- O senhor passe aqui de volta.

Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):- Veja se está assinado.
L.:
.luiz Federalz- Apenso XXIII, do volume l, do Consórcio Garibalddi. Uma reunião que teria a
uz
liderança do senhor Eduardo Borges Negrão, participação do senhor Antônio Celso Garcia e
Sérgio Maia, falar sobre a nova autorização da Receita Federal. Essa reunião aconteceu ou não?
\OOo\|O\U.¿*.lz.›\››-O

L.)
O Senhor Eduardo Negrão é o que mesmo do senhor?
ua
lnterrogadoz- Meu ex-cunhado.
L.J
Juiz Federalz- Seu ex-cunhado conlimiou essa reunião. Isso aconteceu ou não aconteceu?
L.:
lnterrogadoz- As reuniões do consórcio se o senhor me perguntar quantas eu participei, quantas
40 não participei. Quando eu estava em Curitiba, desde 1987 eu estava em São Paulo. quando eu
41 estava em Curitiba, se tivesse reunião, eles me convidavam para reunião, eu panicipava, eu
42 negociava para eles, eu que via politicamente o negócio de autorização para eles em Brasilia.
43 Tudo o que tinha politicamente, tudo, todos os eventos que tinham nacionais de consórcio, eu ia
44 junto com o Newton e o com Márcio, entendeu? Todos os eventos de consórcio. Me desassociar
45 dessa influência que eu poderia t `unto ao consórcio, tudo, não vou fazer isso nunca na minha

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Interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 -
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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo JuD|ctÁR|A oo PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

vida. Agora, eu nunca fui ouvido sobre isso. Entendeu? Nunca foi, da minha participação. Eu
nunca tive um ato meu administrativo nisso dai. O próprio Banco Central fala claro.
UJ=›L››\J.-

Juiz FederaI:- O senhor participava de reuniões do consórcio então, isso que o senhor está
querendo dizer?
lnterrogadoz- Mas esporadicamente, quando tinha envolvido seguro, autorizações de Receita
Federal, tudo quem via em Brasilia para eles era eu.
\DO0\IO'\
Juiz Federalz- Essa reunião aconteceu então?
Interrogadoz- Doutor Sergio, eu não posso garantir que essa reunião tenha acontecido. Eu não
conheço essas pessoas que estão ai falando.
10 Juiz Federalz- Diz aqui: “ausentes os seguintes membros”
11 lnterrogadoz- Essas duas pessoas que tem aí?
12 Juiz Federalz- Sim Romualdo estaria ausente na reunião.
13 Interrogadoz- Ah, ta. Nem sei quem são essas pessoas.
14 Juiz FederaI:- Era o senhor que conseguia as autorizações na Receita Federal?
15 lnterrogadm- Eu que negociava tudo, eu que ia para Brasilia, eu que fazia, eu que tinha os
16 contato politicos, quem tinha era tudo eu. Quem arrumou autorização inicial para eles, que
17 demorava coisa de um ano, eu arrumei em 24 horas para eles, quem arrumou fui eu.
18 Juiz FederaI:- As outras autorizações também?
19 Interrogado:- junto com o Ney Braga.
20 Juiz Federal:- Grupo de Trabalho Reorganizativo, o quê que isso?
21 Interrogadoz- Não, nunca participei disso.
22 Juiz Federal:- GTR.
23 Interrogadoz- Não, nunca participei disso na minha vida.
24 Juiz Federa1:- O senhor não participou desse GTR?
25 lnterrogadoz- Näo. Só participava quando dizia alguma coisa em relação a Ramo, que era
26 consórcio, ou participava o meu pai ou eu quando era em relação a Distribel.
27 Juiz Federal:- O senhor mencionou que o senhor morou... o senhor falou que até 1987 que o
28 senhor estava em Curitiba? Como é que e' essa história?
29 lnterrogado:- Não, não. Eu fui morar em São Paulo, desde 1987 praticamente eu fiquei
30 morando em São Paulo até 1995, eu ficava mais em São Paulo do que aqui.
31 Juiz Federala- O consórcio fazia parte de uma holding?

lnterrogadoz- O consórcio?
L..›
Juiz Federalz- lsso.
Lu Interrogadoz- Não. Eles botavam no quadro, quando faziam convenções, eles botavam no
ua
quadro: “Gmpo Garibalddi” Aí botavam lá Ramo, botavam GTR, botavam todas essas empresas
como se fizessem pane do grupo do consórcio. Não tinha holding. O consórcio era uma empresa
\O00\|O\U.¿*.L»J×›

ba

t,.›
e as outras empresas eram outras empresas.
ua
Juiz Federalz- Folha S1 desse mesmo Apenso, eu peço para o senhor dar uma olhadinha.
tz»
lnterrogadm- interrogado lendo em voz baixa- incompreensível.
40 Juiz Federalz- Em baixo.
41 1nterrogado:- interrogado lendo em vo: baixa- incompreensível. Que holding. interrogado
42 lendo em voz baixa- incompreensível.
43 Juiz Federalz- lsso não aconteceu, senhor Antônio Celso?
44 lnterrogadoz- Se eu falar que não u estou mentindo, se eu falar que sim posso estar mentindo.
45 Agora, que data que foi essa daqu`, vcelência? Eu não tenho a data disso daqui.

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2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Juiz Federalz- senhor passe-me de volta. O senhor foi morar em São Paulo? O senhor
O
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morava em Curitiba e foi morar em São Paulo?


Interrogadm- Sim, desde 1987.
LJ-JBL»
Juiz Federalz- Por conta dos seus negócios?
lnterrogado:- Isso.
Juiz Federalz- Essa reunião teria sido em dezembro de 1988.
\OO0\|O'\
lnterrogadoz- Eujá morava em São Paulo.
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Tem assinatura ai?
Juiz Federal:- Não, neste caso não. Folha 36 desse apenso. Está ali: °'Tony- Diretor
10 Presidente.” É sua assinatura?
Il Interr0gado:- Não, essa não é minha assinatura.
12 Juiz Federalz- Seu ex-cunhado diz que era.
13 Interrogadoz- Não, a minha assinatura eu tenho em cartório, eu tenho tudo. Essa aqui não e'
14 minha assinatura.
15 Juiz Federalz- O senhor passe de volta então. Alguma coisa, doutor?
16 Defesa (Antonio Augusto Figueiredo Basto):- A pergunta que eu tenho é exatamente essa.
17 sobre a assinatura, se ele reconhecia como dele sendo essa assinatura?
18 Interrogadm- Não, minha assinatura é outra. Tenho assinatura, a minha assinatura está em
19 Eu posso até... salvo algum engano, isso e de 1988, quase 20 anos, mas salvo algum
cartório.
20 engano, eu tenho uma assinatura única, em todas as coisas, em todas as minhas... em cartórios eu
21 tenho uma assinatura só, pelo que eu me lembre. Essa assinatura não é minha. Tem a original
22 disso dai, doutor Sergio? É original ou e cópia de cópia?
23 Juiz Federalz- Não, é cópia.
24 lnterrogadoz- Ah, não é original?
25 Juiz Federalz- Não.
26 Interrogadoz- Ah, pensei que fosse...
27 Juiz Federalz- Folha 53 desse Apenso XXIII, volume I. Essa assinatura e do Sergio Maia essa
28 assinatura, o senhor reconhece?
29 lnterrogadoz- Sim.
30 Juiz Federalz- Ele era Diretor Superintendente do consórcio, então?
31 Interrogado:- Não. O Sergio nunca foi Diretor Superintendente do Consórcio. Eles tinham
L.)
cargos... veja, eles colocaram cargos assim, o Sergio cuidava de uma determinada empresa. eles
ua
botavam Divisão disso, tinha a GTR, tinha a cobrança, tinha isso. Eles colocavam cada coisa e
Lú botavam oficios com nome. Ninguém tinha cargo específico de nada a não ser...
t.:
\Ooo\|O\u-Je-Lz.›\›

(irtcompreensivel)
~..›
Juiz Federalz- Por que é que ele está assinando ai como Diretor Superintendente?
uz
lnterrogado:- Eu estou vendo isso, estou vendo isso agora, l\4eritíssimo.
t.,.›

Juiz FederaI:- GTR tinha então? O senhor falou agora.


L.:
Interrogadoz- Não, tinha GTR que eu estou falando, empresas, que eles faziam reuniões de
40 grupos, então: “Vamos discutir negócio de seguro. Vamos ter.” -“Quem e' que vai discutir?" -
41 “Sou eu. Eu vou estar presente?” Estava presente. “Vai se discutir negócio de bens” Meu pai
42 estava presente. “Vai se discutir qualquer outro negócio.” O Eduardo Negrão estava presente.
43 .luiz Federalz- Mas o que era o GTR afinal de contas então?
44 Interrogadoz- Esse negócio de...
45 Juiz Federalz- Grupo de Trabal Reorganizativo.
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Interrogatório -Autos n° 2004.70.00.043116-0 - Data; mf; 01/2005.
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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo .iuDiciÁRiA oo PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

lnterrogadoz- Para falar a verdade nem sei quem e' que criou isso, como é que era isso dai. Na
verdade se eu participei, participei em nome da Ramo. Todos os que eu participei.
×J._.

Juiz Federalz- Mas tinha então, dentro do grupo, o tal do GTR? Tinha ou não tinha, senhor
Antônio?
U-IZLJJ

lnterr0gad0:- Doutor Sérgio, se eu falar para o senhor que tinha eu estou mentindo, se falar que
não tinha eu estou mentindo. Eu não me recordo dessas coisas. Eu não participava do dia-a-dia
do consórcio. Pode perguntar para qualquer pessoa que trabalhou la se alguém me via alguma
vez na ala do consórcio. O prédio era um só, tinha duas alas, onde a ala de cá era o consórcio e a
\DOO\zlÓ'\

ala de ca era o quê? Era a Ramo, eram as outras empresas nesse conjunto. Tinha uma telefonista
10 que atendia. Uma telefonista que atendia e passava as ligações para quem era do consórcio, onde
ll o Newton era do lado de cá, aonde o Newton, 0 Agostinho, o Rui, era tudo do lado de cá. E do
12 lado de cá era o Márcio, era 0 Sérgio Maia, era eu.
13 Juiz Federal:- Isso era uma holding a empresa?
14 Interrogadoz- Não, não era holding. Cada empresa era uma empresa. Não tinha holding. Nunca
15 foi feito.
16 Juiz Federali- Nas reuniões se discutia tudo sobre essas empresas?
17 lnterrogadoz- Não.
18 Juiz Federal:- O senhor participou?
19 Interrogadoz- A minha participação era assim: “O quê que vai ser agora renegociado. O
20 contrato de seguro. Nós tivemos aqui e tanto. A nossa taxa foi tanto. Nós podemos rever uma
21 taxa melhor. Nós podemos ver isso daqui.°° Eu que estava presente, eu que negociava, eu que
22 negociava em São Paulo com a diretoria do Bradesco, com a Diretoria do Banco Nacional. Tudo
23 era eu que fazia em relação a isso. Se discutia o negócio de licenças na Receita Federal em
24 Brasilia. Era politico? Era politico, eu que ia resolver. Fui várias vezes com o Doutor Newton
25 Libretti e com o Márcio resolver problemas inclusive de reagrupamento do consórcio que eles
26 acabaram fazendo algumas coisas com liminares.
27 Defesa (Dr.Antonio Augusto Figueiredo Basto):- Em assuntos administrativos então o senhor
28 não tinha função no consórcio?
29 lnterrogadoz- Jamais.
30 Defesa (Dr.Antonio Augusto Figueiredo Basto):- Agora, em assuntos políticos?
31 lnterrogadoz- Todos. Todos eu resolvia.

\)
Defesa (Dr.Antonio Augusto Figueiredo Basto):- Questão financeira?
Lu DJ lnterrogadoz- Como?
ba
U-là
Defesa (Dr.Antonio Augusto Figueiredo Basto):- Alguns assuntos de relação financeira com o
consórcio também?
lnterrogadoz- Sim. Sim.
L››L.›u›L.›L,›

Defesa (Dr.Antonio Augusto Figueiredo Basto):- Então o senhor não tinha função
administrativa no consórcio?
\Oo0\|O\

lnterrogadoz- Nunca. E 0 próprio Banco Central colocou que eu nunca tive um ato de gestão?
40 Defesa (Dr.Antonio Augusto Figueiredo Basto):- Mas tinha representação politica e
41 financeiro no consórcio?
42 lnterrogadoz- Tinha.
43 Winistério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Pelo menos na aparência, na aparência era
44 o senhor que estava a frente desses casos?
45 lnterrogado:- Perfeito. Principalme e em Curitiba. Eu que comprava os carros do consórcio
46 para o Carvalhinh quem negocia a dra eu. Quem negociava todo o esquema do consórcio, de
.

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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER21, Página 96

-/184.
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interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 - Data: ›_ ,O1/2005.

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JUSTIÇA FEDERAL
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

compra, disso, era eu. Se não era eu, era 0 meu pai que fazíamos isso dai. SÓ nós fazíamos isso
dai. O Newton Libretti morava em São Paulo, o Eduardo Negrão morava em São Paulo, o
Raimundo Nonato Faria, que era o outro sócio, morava na Bahia, em Fortaleza. Eu era presente,
o dia inteiro, 0 que precisasse de mim em relação a isso dai. Era uma fonte de renda pra mim?
Era. Ganhei dinheiro com o consórcio? Ganhei. Ganhei com seguro, ganhei com tudo. Nunca
\OOQ\|Ô\\J|JšbJ\)›_-

desviei um tostão disso dai. Nunca tive administração, nunca fiz nada em relação ao consórcio.
Nunca fiz assim: “Entregue, nesse grupo, um carro para essa pessoa. Favoreça essa pessoa.”
Nunca fiz um pedido para eles. Eles eram meus irmãos, tanto o Newton, o Rui, quanto o Márcio.
Eram amigos dos meus pais há 45 anos. Eles que nos trouxeram para Curitiba. i\'leu pai era sócio
10 do pai dele.
11 Juiz Federalz- Seu irmão trabalhou no consórcio?
12 lnterrogadoz- Meu irmão trabalhou. Meu irmão trabalhou.
13 Juiz Federal:- Diretor de Informática?
14 lnterrogadoz- Não era Diretor de nada. Ele montou o CPD uma época lá, mas ele trabalhava na
15 VDO em São Paulo. Ele trabalhava na VDO, ele trabalhava na COPEL, ele trabalhou em um
16 monte de lugar, ele prestava assessoria para montar. Nunca foi diretor.
17 Juiz Federalz- Essa circular, por exemplo, aqui do consórcio. Folha 162 desse mesmo apenso
18 que eu estou lhe mostrando.
19 lnterrogado:- interrogado lendo em vo: baixa- inconlpreensível.
20 Juiz Federal:- lsso era o organograma lá do consórcio?
21 lnterrogadoz- Eu não tenho idéia. Nunca vi isso na minha vida.
22 Juiz Federalz- João Germano Valeton trabalhou no consórcio?
23 lnterrogado:- Trabalhou.
24 Juiz Federalz- Agostinho de Souza sim?
25 Interrogado:- Sim, esse tem desde o começo. E na verdade ele ficou e teve uma briga homérica
26 lá quando ele desviou grupos. Ele era gerente, ele era gerente em Porto Alegre e ele desviou
27 grupos de caminhão do consórcio e com chantagem ele conseguiu ficar no consórcio e conseguiu
28 administrar. Ele tinha sido mandado embora no Rio Grande do Sul por roubo. Por roubo de um
29 outro consórcio lá, era conhecido.
30 Juiz Fedcralz- E por que é que vocês contrataram ele?
31 lntcrrogadoz- Não fomos nós que contratamos ele. Quem contratou ele foi o Newton Libretti e
L,.›
o meu cunhado. Nunca contratei ninguém. Quando eles traziam para fazer pose de alguém, me
t,›
traziam pessoas que eles trouxeram do Nasser, eles traziam alguém de São Paulo, alguma coisa,
L.)
me apresentavam como genro do Govemador, do Ministro e tal, esse negócio, para falar que eu
Lu fazia parte, para fazer 0 (incompreensível) com as pessoas que vinham trabalhar no consórcio.
Juiz Federal:- Essa folha 161, eu peço para o senhor dar uma olhadinha. Essa assinatura ai e' do
\OOO\lO\U.l;L.›×J

uz

ua
Agostinho?
ua
Interrogadoz- Não sei, eu não conheço a assinatura do Agostinho.
L» Juiz Federal:- Não lembra mais.
40 lnterrogadm- Essa aqui e do Márcio.
41 Juiz Federal:- E essa assinatura é do Sergio Maia também?
42 lnterrogado:- Parece ser.
43 Juiz Federalz- O que significa ai: Diretor Geral do Consórcio. acho que é o Agostinho. Como e
44 que esta o titulo lá?
45 Interrogadoz- Superintendente
46 Juiz Federalz- Não, o Agostinho.

95
Av. Anita Garibaldi. 688. 2° andar - Bairro Ahú - Curilšâa/PR - CEP 80540-180 - tellfax (41) 313-4511 e 3 8
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Interrogatório - Autos n“ 2004.70.00.043116-0 - Dataí- ¿-

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SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

lnterrogadoz- Diretor Geral do consórcio.


Juiz Federal:- Ele era Diretor Geral do consórcio mesmo?
Interrogadoz- Ele é o que fazia tudo, só ele mexia em grupo. Só ele que entendia de consórcio.
Ele e o Márcio entendia de consórcio. Ninguém mais entendia.
Juiz Federalz- E do Márcio que dizia Superintendente do Consórcio? Que cargo que era esse?
\OOO\IO'\U-Jãkz-J\J-*

Interrogadoz- Não tinha cargo, assinavam cada hora... O Márcio ás vezes era presidente, uma
hora era vice-presidente. Uma hora o Márcio era Superintendente. O Márcio era gerente,
entendeu? Era da familia. Tanto o Marcio, quanto o Newton e o Rui Libretti era uma coisa só.
Juiz Federalz- E o Sérgio Maia era Superintendente Geral? Superintendente Geral do que?
10 lnterrogadoz- Não sei. Agora, o Agostinho era a única pessoa que mexia com os grupos de
11 consórcio, era a única pessoa que mexia, que manipulava, era ele que tinha o sistema inteirinho
12 quem fazia. Da manipulação toda do consórcio, era só ele. O Rui não entendia patavina de
13 consórcio, o Newton não entendia nada.
14 Juiz Federal:- Só um minutinho.
15 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- O senhor pode explicar então: o senhor
16 tinha função politica, de negociação, no consórcio?
17 lnterrogadoz- Sim, tinha.
18 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- O senhor tinha função financeira, de
19 negociação
20 Interrogadoz- Tinha.
21 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- de taxas?
22 lnterrogadoz- Taxas de quê?
23 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- Taxas com seguro, com bancos?
24 Negociações junto a banco pelo consórcio?
25 lnterrogadoz- Tinha.
26 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- O senhor fazia isso pelo consórcio?
27 Interrogado:- Fazia.
28 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- Representava o consórcio politica e
29 financeiramente?
30 lnterrogadoz- Representava.
31 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- Inclusive com vendas de veiculos?
L..›

lnterrogado:- Com compras.


ua
Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- Compras.
L.:
Interrogadoz- Compras de veiculos e os bens que eles distribuiam eu fazia, eu fazia a
La»
\Oo0\JO\u›J`-L..i×›
intennediação. Aonde se tinha taxas de retomo.
os
Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- Administrativamente, dentro do consórcio,
uz
o senhor cuidava do dia-a-dia do consórcio?
L.:
lnterrogadoz- Jamais.
L» Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- Atas, grupos?
40 lnterrogadoz- Nada, não, nunca.
41 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- lsso era atribuição de outras pessoas?
42 lnterrogado:- Nunca na minha vida, nem conhecia os funcionários do consórcio.
43 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- Sérgio Maia era uma pessoa da sua
44 confiança dentro do consórcio?

96 /f
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interrogatório -Amos n° 2004.70.00.043116-0 - Dara `2oo5.


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300
JusT|ÇA,FEDERAL
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

lnterrogadoz- Era uma


pessoa da minha confiança dentro das empresas, onde funcionavam no
mesmo prédio juntos, dentro das minhas empresas, o Sérgio Maia era uma pessoa da minha
confiança.
Juiz Federala- Essa folha 156 deste mesmo documento. Eu peço ao senhor para dar uma
\.0O0\|O\UJ>u›\¡›-
olhadinha. A leitura não está tão fácil. Esse organograma, o senhor...
lnterrogadoz- Não, não tenho a mínima idéia, Meritíssimo. Eu nunca na minha vida, eu nunca
na minha vida vi um organograma, eu nunca participei de uma reunião funcional.
Juiz Federalz- Senhor Antônio, para ser claro aqui, essa Circular, Superintendente do Grupo, da
contadoria e dai tem várias empresas: Ipiranga, Distribel, uma outra que eu não consigo ler
10 direito, também outra... e em baixo: Diretoria Geral do Consórcio. O consórcio era de um grupo
ll de empresas afmal de contas?
12 lnterrogadoz- Não.
13 Juiz Federalz- Não existia no mesmo grupo uma holding?
14 lnterrogadoz- Nada.
15 Juiz Federalz- Que compunha Ipiranga, Distribel?
16 Interrogadoz- Não. Cada empresa era uma empresa independente, cada uma tinha uma função.
l7 Isso dai eles faziam para fazer reuniões dentro do consórcio. Jamais teve uma holding que
18 controlasse isso dai.
19 Juiz Federalz- Ta bom. Não tinha uma holding fonnal, mas havia? Eram empresas todas do
20 mesmo grupo?
21 lnterrogadoz- Não, cada uma era uma.
22 Juiz Federalz- E como é que explica esse organograma desse, por exemplo?
23 lnterrogadoz- Meritíssimo, para falar a verdade, desconheço esse documento, nunca participei
24 de um documento desse. Agora, todas as convenções deles, se você ver fotografias, eles
25 botavam lá: “Grupo Garibalddi” E botavam 20 empresas lá que era mentira. Que era trazer
26 vendedor do Brasil inteiro e para impressionar. Isso era uma coisa que se fazia. diretamente se
27 fazia isso daí.
28 Ministério Público Federal (Dr.Január¡o Paludo):-O fato que o senhor concordou e nunca
29 contestou também essa situação?
30 lnterrogado:- Como?
31 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-O senhor nunca contestou e nem reclamou
L,.›
dessa situação.
oz
Interrogado:- O senhor acabou de tocar num ponto que eu falaria. Se me falassem se eu fui
L.:
pego por alguma coisa, fui pego pela vaidade. Verdade. Reconheço que nunca contestei, nunca
uz
\O00\10\L/.|:.u.›\›
fiz nada. Até porque não tinha nada de ilegal. As coisas funcionavam nonnalmente. Era uma
L,›
maneira de se funcionar. Não tinha nada, não se foi feito nada na ilegalidade. Não se foi feito
1,4
nada para se desviar, para se fazer. Até o que eu tinha conhecimento, que as coisas corriam bem,
L» que o consórcio tinha saúde positiva, tinha tudo, até uma tal de uma fatidica reajuste de saldo de
L.›
caixa, que o Carvalhinho teria impedido de se fazer isso daí. Entendeu? Começou a briga no
40 consórcio em cima disso daí. Na influência que o Carvalhinho tinha nessas coisas e começou a
41 coisa contra mim.
42 Juiz FcderaI:- Modelo Turismo também era do...?
43 Interrogado:- Era do.. Modelo foi de quem? Era do i\fIárcio. Era do Marcio e do meu irmão,
44 meu pai. .

É
45 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figuei f- 0 Basto):- Essas empresas, tanto a Distribel, quanto a
n

46 Ramo, que eram do senhor e dos seu iliares, e s tinham relação íntima com o consórcio?

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- Autos n° 2004.70.00.043116-0
interrogatório Datax;
\'01/2005.
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Ju$TiÇA,FEDERA|,.
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

1nterrogado:- Claro.
Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- Deviam do consórcio?
lnterrogadoz- Direto. Só do consórcio. Só do consórcio. A Ramo não tinha, veja, os contratos
da Ranio, eram todo ano, era refeito, era refeito com a Diretoria do Bradesco, do Banco
Nacional, que faziam os consórcios de prestaniista e quem negociava e renegociava isso dai era
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eu. Através de uma outra pessoa que


Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- A Distribel também? Só trabalhavam com o
consórcio?
Interrogadoz- Só.
10 Defesa (Dr. Antonio Augusto Figueiredo Basto):- Ou seja, foram criadas para atender o
11 consórcio.
12 Interrogadoz- Para atender o consórcio. E isso era condição do acordo quando eu arranchei
13 autorização para eles, eles me convidaram para ter 25 do consórcio. Newton Rodrigues %
14 Libretti, Eduardo Negrão e Raimundo Nonato Faria, me chegaram um dia e me falaram que
15 tinham um negócio que o Raimundo Nonato tinha saido do consórcio... é Garavelo e que
16 queriam montar um consórcio. 25% para cada um. Eu tinha acabado de sair do esquema da
17 Valtec, que estava ainda sob intervenção que depois foi levantada, foi feito tudo. E eu falei que
18 jamais eu participaria de uma coisa que eu seria um "laranja". Como eu fui do Newton Libretti,
19 do.. Newton Coutinho, na coisa. Que eu não faria nada com 25%. Que eu ajudaria eles e que no
20 decorrer da coisa a gente faria. Eles foram fazer a primeira reunião 90 dias depois e não tinham
21 dinheiro para bancar os carros e vieram pedir para mim e para o meu pai e o meu irmão. Nós
22 arranchamos o dinheiro, einprestamos para eles comprarem...
23 Juiz Federalz- O senhor pode retomar esse tema então. O senhor...
24 lnterrogadoz- Que quando eles foram fazer o consórcio existia o seguinte: eles tinham 90 dias
25 para correr o grupo depois de aberto. Eles abriam três grupos, abriram um absurdo de besteira,
26 abriram filiais em São Paulo, em outros três Estados eles abriram, gastaram dinheiro com um
27 monte de coisa errada, depois iam ter que correr os grupos. Então tinham que fechar e devolver o
28 dinheiro corrigido, se não abrisse 0 grupo, se não ocorresse a reunião. Ai vieram me pedir
29 socorro, me ofereceram aí 50% do consórcio se eu quisesse, entendeu? Para eu entrar no
30 consórcio naquela época. Eu falei que não, mas que poderia fazer pontualmente para eles as
uz
coisas, emprestar e ter algumas coisas, se for fazer o seguro e tal. Os carros eu compraria. E eu
i.›
queria uma participação, queria um lucro em cima disso aí que eu emprestasse para eles e que eu
CJ
fizesse para eles. Tamo é que eles me assinaram notas promissórias, eu tenho notas promissórias
ua
assinadas por eles até hoje. Entendeu? Que eles me assinavam notas promissórias dessas coisas
CJ
\O00\10\LI.|;L..›v-

que faziam. E nesse grupo, quando foi correr no Country Club, eu arranchei o Country Club para
fazer a primeira reunião nacional do grupo, que eu era sócio, eles eram meus sócios. Eu
arranchei o Country Club, eles fizeram a reunião, nessa reunião o Newton Libretti, o Newton
Libretti espontaneamente, esporadicamente, sem me comunicar nada, ta la, eu não sei se tem
t_..›L.1t,›t,›

ainda filmes e coisas que foram gravados, aonde ele falou: “E nesse momento nós queremos
40 apresentar para vocês a pessoa que nos atendeu, que e' responsavel pelo consórcio e que de hoje,
41 daqui para frente, é o nosso presidente do Conselho, o senhor António Celso Garcia.” É assim
42 que eu apresentado como Presidente do Conselho, um cargo honorifico que nunca se resumiu
fui
43 ein nada. Agora, tinha influência? Tinha influência. Eu resolvia politicamente? Resolvia. la para
44 Brasilia resolver tudo? Resolvia. Quem entendia de consórcio? Era só, mais ou menos, esse
45 Márcio e esse 0 Raimundo Nonato F ria. Ninguém mais entendia de consórcio, ate' que eles
46 contrataram o Agostinho de Souza. se Agostinho de Souza foi contratado pelo Raimundo

%
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8
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interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 -

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JUSTlÇÀ FEDERÀL
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Nonato, pelo Márcio, em Porto Alegre. E contrataram porque ele sabia mexer operacionalmente
com a coisa, depois foram descobrir, dois anos depois, que ele fez um desvio dentro do Consócio
\J-l2~bJ\)_-
Garibalddi, num grupo de caminhões, que ele fez lá numa cidade do interior gaúcho. Que vieram
ai todo mundo para querer matar os donos do consórcio e eles descobriram que o Agostinho
tinha desviado o grupo. E eles sofreram uma chantagem, dele falar para a Receita que tinham
grupos ilegais funcionando e por isso ele pennaneceu no consórcio e por isso que depois ele
permaneceu como diretor. Ele foi a única pessoa privilegiada, é a única pessoa que ganhou
alguma coisa a custa de chantagem. Eu queria que tivesse ainda, que foi uma besteira da minha
\OO0\IO\

mãe, as canas que ele mandava para o meu pai, para o Newton Libretti, para o Márcio Libretti,
10 de ameaças constantes, que ele gostava de botar tudo no papel o que ele fazia.
ll Juiz Federalz- O senhor tinha esse relacionamento com o consórcio e quando houve a
12 intervenção no consórcio, o senhor não tomou nenhuma providência...
13 Interrogadoz- Nada.
14 Juiz Federal:- política e tal para impedir essa intervenção?
15 Interrogadoz- Tive o meu relacionamento, até quando eu tive uma discussão efetiva com o meu
16 cunhado e com 0 Newton Libretti, em 1988. O Márcio saiu. Eles me deviam dinheiro ainda de
17 algumas coisas, de algumas questões, o Newton tinha comprado Mercedes importada, tinha
18 comprado apartamento em São Paulo, apartamento no Rio de Janeiro, casa em Angra dos Reis e
19 tudo e não estavam pagando as coisas que eles deviam para mim. Eu tive a briga, nessa briga foi
20 aonde que se resolver que o Márcio ia representar a parte do Newton no consórcio. Entendeu?
21 Até a morte do Márcio.
22 Juiz Federalz- Na intervenção do consórcio, la do Banco Central, o senhor tinha essas empresas,
23 empresas tinham relação com o consórcio, o senhor não tomou nenhuma providência?
24 Interrogadm- Não. Não porque a partir de 1991, depois da morte, dejunho de 1991, nunca mais
25 eu tive contato com ninguém do consórcio, mas nem um telefonema, nem a passagem minha
26 pela empresa, nem os negócios mais se concretizaram, porque eu tinha briga explícita com o
27 Agostinho.
28 Juiz Federalz- Fortuna Corretora?
29 Interrogadoz- Como?
30 Juiz Federalz- Fortuna Corretora.
31 Interrogad0:- Não, Fortuna Corretora era da Cristiane Mocellin e do Ricardo Almeida. Eram
L,.›
meus amiflos.
L» Juiz Federal:- O senhor tinha alguma relação, alguma participação nessa empresa?

Interrogadoz- Nada. Zero. Essa empresa foi a que comprou... foi a Almeida que foi comprada,
1.»
que era Valtec, e depois se transfomiou em Fortuna, a empresa que eu trabalhei, a Valtec.
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Eu tenho uma serie de perguntas a respeito
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uz
de várias empresas que nós detectamos quando foi feito a busca, só que obviamente eu não vou
ua
querer o que está no contrato social, porque isso eujá tenho.
ua
Interrogadoz- Certo.
40 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Eu quero saber de que forma o senhor
41 participa, se injetou capital, se as pessoas trabalham a seu mando, se representam o senhor, etc.
42 Vou começar pela Ramo que o senhorjá falou.
43 Interrogado:- Sim. A Ramo era totalmente minha, era minha.
44 Ministério Público Federal (Dr.Januário PaIudo):- Baltimore?
45 lnterrogadoz- Baltimore é da familia oi constituida pela família, meu pai, minha mãe, meus
46 irmãos, todos, desde que foi fundada. V

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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER21, Página 101

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Interrogatúrio -Autos n° 2004.70.00.043118~0 - Datag _-_ 91/2005.

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JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Quem detém o maior comando lá dentro?


lnterrogado:- Hoje é meu imião.
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Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Seu irmão?
lnterrogado:- É.
Juiz Federalz- E antes da sua prisão?
lnterrogado:- Meu irmão, sempre foi meu imião.
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Ele que toma todas as decisões lá?
lnterrogadoz- Não, estamosjunto com ele. Eu participo das decisões, eu trabalho, sou executivo
\O0O\IO\

da empresa. Eu trabalho lá. Eu represento a minha mãe, represento meus irmãos, represento as
10 coisas que o meu pai deixou, que eram nossas todas.
ll Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Tá, o senhor que representa eles então?
12 lnterrogadoz- Represento. Eu represento trabalhando na empresa, meu irmão representa
13 efetivamente e eu...
14 Juiz Federalz- Além do senhor e o seu imtão, mais alguém? Ou só o senhor e ele?
15 lnterrogadoz- Não, tem a mulher do meu imtão, tem eu não sei se consta a minha irmã. Eu
16 não sei como é que eles fazem. É uma S/A. Eu só sei o seguinte: a minha participação, até uma
17 data, ate' eu entrar em política era uma coisa, a partir do momento que eu entrei em politica eu
18 comecei a sofrer resistência para não envolver empresa da familia com as coisas. Aí o quê que
19 era? Era dinheiro, negócios que tinha que sacar para a campanha política, onde se começou a
20 discussão em família. Entendeu?
21 Defesa (Dr. Carlos Alberto Farracha de Castro):- A Baltimore pôs dinheiro no consórcio?
22 lnterrogadoz- A Baltimore botou dinheiro no consórcio, a Baltimore emprestou dinheiro para o
23 consórcio. Não botou dinheiro no consórcio, ela emprestou dinheiro para o consórcio.
24 Defesa (Dr. Carlos Alberto Farracha de Castro):- O consórcio pagou a Baltimore?
25 Interrogadot- Pagou. A Baltimore fez um empréstimo no banco, emprestou 0 dinheiro para o
26 consórcio e o consórcio retomou um mês depois 0 dinheiro para a Baltimore.
27 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):- Etna?
28 Interrogado:- Etna?
29 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Etna, uma empresa. Etna Participações?
30 Uma empresa na área da Construção Civil?
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Interrogadoz- Na área da construção civil, sim.
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-O que o senhor sabe sobre ela e qual e o
\_¡›_-

Lu

ts»
seu grau de participação? Não formal, né.
bz
lnterrogado:- Sei. Não, tenho participação. A participação é a seguinte: cada empresa, no caso
ua
da Baltimore, vou lhe falar especificamente, tem negócios. Os negócios que eu trago para a
Baltimore, os negócios que eu trago, que eu negocio, que eu vou trazer para a Baltimore, eu
\Doo\lO\\J-I:-L-J

ua

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tenho uma participação diferenciada. Se meu irmão trouxer alguma coisa para a Baltimore, que
ua
ela é uma empresa de participação, ele tem participação diferenciada, 20%, alguma coisa assim.
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Se minha imiã trouxer, meu sobrinho trouxer, qualquer um trouxer a coisa, tem uma
40 participação diferenciada. Eu me retirei da Baltimore, eu me retirei da Baltimore inclusive por
41 causa de questão politica. Eu vou te falar: esse folclore que tem que o Tony Garcia tem isso, tem
42 isso, tem aquilo e tal, tal... eu mais gastei dinheiro em promoção pessoal, em campanha política
43 do que qualquer coisa efetivamente. Nunca tive dinheiro no exterior como falaram, nunca viajei
44 para o exterior, como é comprovado, nunca morei fora, nada disso daí.
45 Ministério Público Federal (Dr.Ja ário Paludo):-Nem eu estou perguntando tambem.
46 Agrimarine?

É
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Inlerrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 -


Data¿¿ ÍÇW2005.

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JUSTIÇA FEDERAL
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sEçÃo JuD|c|ÁR|A oo PARANÁ


2' Vara Federal Criminal de Curitiba

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lnterrogado:- Agrimerine era uma empresa que nós iamos participar na Bahia, depois acabou
não dando certo.
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Etna o senhor não me respondeu ainda.
Interrogado:- É uma empresa, é uma empresa que faz parte, é de... a Baltimore é a dona de um
terreno, foi feita uma outra incorporação aonde ia ser feita, quem fez essa negociação toda fui eu,
\OOO\JO\U-Jábà

e eu tenho 22 %
de participação disso dai.
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Hippo?
Interrogadoz- Hippo, minha mulher participa da Hippo, quem emprestou o dinheiro para a
construção da Hippo foi a Baltimore.
10 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):- Lucca Gioelli?
11 lnterrogado:- Também, a mesma coisa.
12 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-A mesma coisa?
13 Interrogadoz- lsso.
14 Winistério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Atlanta?
15 lnterrogadoz- Atlanta, não conheço. O que é Atlanta?
16 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Atlanta o senhor não conhece. Maggiore?
17 lnterrogadoz- Maggiore eu conheço.
18 .luiz Federal:- O que e' a Maggiore?
19 Interrogadoz- Maggiore é uma empresa de revenda de combustiveis que foi feita para revender
20 as coisas da Shell. Era uma empresa que foi quando a Baltimore comprou terrenos, fez negócio
21 com a Shell e a Ramo.. a Ramo,ah... a Maggiore era a empresa que ia comercializar no varejo 0
22 combustivel.
23 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):- Aquele pessoal que figura no contrato
24 social é sócio mesmo ou só figurativo?
25 lnterrogadoz- Não, figurativo. Quem tem participação e' só 0 Felipe e eu.
26 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-A Projeta, Projecta?
27 lnterrogado:- Projeta.
28 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Projeta.
29 Interrogadoz- Essa dai e' na verdade o Roberto Siqueira e uma outra pessoa... como é que
30 chama... Flávio e meu irmão.
31 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-A Baltimore nós já falamos, a Eldorado
Lu também já falamos bastante aqui. As rádios que o senhor tem, além da Independência?
uz
Interrogado:-Só tive uma rádio. Só tive uma rádio e graças a Deus não tenho mais, mas foi a
ba
Radio Independência. Nunca mais tive nenhuma outra rádio.
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\Oo0\|C7\L/4*-t.à×.›
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):- Junto com 0...?
L» lnterrogadoz- Com o Mussi que eu tive. Essa Rádio Independência eu comprei a primeira vez
oz
com o Mussi.
L.:
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Mussi. Depois entrou Fábio Camargo?
L.:
lnterrogado:-Não, entrou Rafael latauro, o Heinz e 0 Hermas Brandão. O Hermas Brandão saiu,
40 ficou o Fábio representado pela esposa, o Rafael latauro representado pela esposa e o Heinz
41 representado pelo filho.
42 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Quais são os seus negócios com Paulo
43 Cordeiro?
44 Interrogado:- Paulo Cordeiro. Eu, negócio com Paul Cordeiro não. A Baltimore tem negócio
45 com o Paulo Cordeiro no... em Santa Catarina. num eendimento.
46 Ministerio Públ'co Federal (Dr.Januario Paludo):- Õ aint Barth?

11
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Interrogatório - Autos n" 2004.70.00.043116-0 ‹ /2005.

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305
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JUSTIÇA FEDERAL
sEçÃo Juo|ciÁR|A oo PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Interrogado:-No Saint Barth.


Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):- E o Lofi, eu queria saber a participação
dessas empresas junto com o Paulo Cordeiro?
lnterrogado:- Não, nada. Só no Saint Barth e quem negociou ainda fui eu e meu imião, só, mais
ninguem. Não teve ninguém mais envolvido nessa negociação, nada.
\OOO\lQ\'JJš›L4J\3>-^

Juiz Federalz- E qual é o percentual de participação?


lnterrogado:-Da Baltimore é 20 %.
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):- Tanto num quanto no outro
empreendimento? Tanto no Lofi quanto no...
l0 lnterrogadoz- Não, no Loft nâo. O Lofi saiu. O Loñ ia entrar mas...
ll Winistério Público Federal (Dr.Januário Paludo):- Vocês não pegaram a representação do
12 Lofi?
13 lnterrogadoz- O Loñ foi desfeita.
l4 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Foi desfeita?
15 Interrogadoz- Foi. E quem assumiu, segundo que eu sei, era 0... eu não sei se está o nome dele,
ló o Mário Celso Petrália.
17 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):- Assumiu o Juarez Machado.
18 lnterrogadoz- É, o Juarez Machado, isso.
l9 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Que outros negócios o senhor teve com
20 Paulo Cordeiro?
21 Interrogadoz- Só esse.
22 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Só esse?
23 lnterrogadoz- Só.
24 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):- Na época que ele era Diretor da Telepar, o
25 senhor tinha algum negócio com ele?
26 Interrogado:-Nunca, nada. Pelo contrário, tive uma briga porque ele apoiou o Luciano Pizzatto
27 e eu era... ele bancou a campanha do Luciano Pizzatto pela Telepar e eu fui candidato a Prefeito
28 contra ele. Tivemos briga inclusive na época. Não tive negócio nenhum com ele.
29
30
31
1.»
Nada mais havendo a ser transcrito. eu GBB, e eu IG l ,

t..›
encerremos o presente tenno, e cenificamos que é repro ção fiel dos depoimentos colhidos
CJ
fonograficamente.
L.:

L,.~
~Oo0\|O\U-Luau

Ciente,
L.:
Curitiba, 04 de fevereiro de 2005.
L.:

L.:

40 S Fernando
'

i\'Ioro
4l Juiz Federal
42 2” Vara Federal Criminal
43
44
45
46

102
Av. Anita Garibaldi, 888. 2° andar - Bairro Ahú › CuritibaIPR - CEP 80540-180 › tellfax (41) 313-4511 e 313-4508
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Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER21, Página 104

-#134.
interrogatório - Autos n° 2004.70.00.043116-0 -
Datagíg 01/2005.

~* Ê* 3O6
`

z' 1.,
-

J USTIÇA FEDERAL
SEÇÃO Juo|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

\›._.

TERMO DE TRANSCRIÇÃO
Em
O4 de fevereiro de 2005, em cumprimento aos temios do Provimento n°
05/2003, Seção Vll, artigos 248 e seguintes, da Egrégia Corregedoria do Tribunal Regional
\O0O\lO\<JJ`-kz)

Federal da 4° Região, procedo ã transcrição do depoimento colhido nos autos do Procedimento


Criminal Diverso n° 2004.70.00.043116-0, em audiência realizada nos dias 25 e 26.01 .2005.

10
ll
12 ANTÓNIO ci-:Lso GARCIA
13
14 Delegado da Polícia Federal (Dr. Thiago dos Santos Luz):- Em relação ao Sérgio Rodrigues,
15 residente no Rio, que foi apontado como um dos responsáveis pela empresa Eldorado, qual a
16 eventual participação dele na constituição, enfim, no financiamento, alguma ajuda financeira
17 para a Maggiore ou algum empreendimento relacionado a combustíveis' no Sul, em Porto
18 Alegre?
19 lnterrogadoz- Sérgio Rodrigues?
20 Delegado da Polícia Federal (Dr. Thiago dos Santos Luz):-Sergio Rodrigues.
21 Interrogadoz- Desconheço. Empréstimo dele?
22 Delegado da Polícia Federal (Dr. Thiago dos Santos Luz):-O senhor diz que a Maggiore seria
23 de fato do senhor e de quem mais?
24 Interrogado:- Do coisa... do Felipe.
25 Delegado da Polícia Federal (Dr. Thiago dos Santos Luz):-Felipe.
26 lnterrogado:- Que tem participação.
27 Delegado da Polícia Federal (Dr. Thiago dos Santos Luz):-Em relação a alguma participação
28 do Sérgio Rodrigues nesse auxilio ao Felipe, ou a você. na Maggiore?
29 lnterrogadoa- Zero, nenhum. O Felipe acho nem tem ideia dessa pessoa. Por que?
30 Delegado da Polícia Federal (Dr. Thiago dos Santos Luz):-Porque há alguma interceptação
31 nesse sentido, dos diálogos do Albertini com o Alberto. Mas eu vou verificar isso aí.
L» Interrogadoz- Mas nenhuma. Do Sérgio Rodrigues não. O Sérgio Rodrigues inclusive eu tenho
tz:
lá a lista de patrimônio dele, disso, daquele outro, tenho as ligações dele com todo mundo, da
ua
empresa, os cheques que ele deu pela empresa, as viagens, cartão de crédito, tudo o que ele fez
t_..›
pela empresa. Até as ligações direta com esse Celso, exportador. aonde precisa se descobrir
quem é que mandou o dinheiro, quem fez, se foram as próprias pessoas que compraram o carro.
\O0¢\|O\JJ>ua\›

t,.~

ua
Que isso aí eu pretendo fomecer o quanto antes, sair da prisão eu pretendo... essa é a coisa que
L.:
eu mais quero esclarecer e 0 que mais eu quero mais colaborar é justamente nessa coisa da
L.:
Eldorado, que essa daí ele tem património para responder, ele tem patrimônio para fazer tudo das
40 coisas que foi feito na Eldorado.
41 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Eu queria saber, fazer mais uma pergunta a
42 respeito do seu innão, o Nenê, o Antônio Carlos Garcia.
43 lnterrogadoz- Pois não.
44 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Ele me pareceu uma pessoa assim que ele
45 não tem assim aquele conhecimento absoluto das coisas e que não teria capacidade de resolver
46 determinadas coisas por ele mesmo.
103

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_
Processo 5072285-39.2019.4.04.7000/PR, Evento 3, AUD/INTER21, Página 105

›`H2‹1.
Interr09atÓrio - Autos n° 2004.70.00.043116›0 -

Ju$T|ÇA,FEDERA|,
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANA
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

lnterrogadoz- Sim.
Ministério Público Federal (Dr..lanuário Paludo):-Eu queria saber o seu grau de influência
L¡-r-L..›×››-

sobre as decisões que ele toma.


Interrogadoz- Na verdade eu sou, eu sou o conselheiro dele para tudo. O Nenê quando
aconteceu essa negócio, que foi fundada a Baltimore ele era muito novo, ele era menino, recém
formado e ele chegou para mim e falou o seguinte: “Das minhas....” tanto ele quanto a minha
irmã, e quanto o meu innão que mora nos Estados Unidos, “das minhas coisas, o que você fizer
está bem feito.” Ele estudava lnfonnática, ele foi fazer um monte de faculdade, viajou o mundo
\OOO\IO\

inteiro e ele foi uma pessoa que demorou muito para amadurecer, e como eu sempre tomei a
10 frente das coisas, como eu tomei a frente do negócio do Márcio, do Newton, em relação a
ll consórcio, eu tenho essa minha maneira de ser, sabe? Meio que atropelando as coisas, ele... eu
12 tenho uma influencia muito grande em relação as coisas dele.
13 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-E em relação ao resto da familia?
14 Interrogadoz- Também.
15 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-A gente poderia dizer que o senhor seria o
16 comandante da familia, o chefe da família, para os negócios?
17 lnterrogadoz- Veja, eu não tenho esse acesso direto com o meu irmão que mora fora, nem a
18 minha irmã, não tenho esse relacionamento muito bom, é um relacionamento comercial. Ate o
19 meu sobrinho que as vezes vê a parte da minha imtã, porque o meu relacionamento com a minha
20 irmã não é muito bom. Agora, em relação a minha mãe e o meu irmão, o Nenê na verdade, eu
21 tenho um relacionamento bom. Que a minha familia ficou... com o meu pai também eu não tinha
22 um relacionamento muito bom. Era um relacionamento de atrito, embora de respeito, amizade.
23 Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):- Para ficar claro, o seguinte: a Baltimore foi
24 criada com dinheiro que foi tirado do consórcio?
25 lnterrogado:- Nunca. A Baltimore não tinha relacionamento nenhum com o consórcio. A
26 Baltimore emprestava dinheiro para o consórcio. A Baltimore foi fruto de trabalho do meu pai,
27 de tudo isso daí, que colocou e fez para a familia inteira. A Baltimore e da familia aonde cada
28 um tem a sua participação.
29 Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):- Was quando se diz que o senhor seria o
L» chefe da família, as decisões dentro da Baltimore, o senhor toma sozinho?
uz
Interrogadoz- Não.
L.:
Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):- O senhor tem poderes para decidir sozinho
ua
na Baltimore?
L.:
lnterroga‹.lo:-Não, pelo contrário. Qualquer coisa que vai se fazer, se faz, se assina.
t.,.› \t>0O\1<J'\<./J:-Luci.-O

Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):- O senhor presta conta para a sua família?
L» lnterrogado:- Não, presto conta para todos. Para todos. Presto conta para todos e deixamos cada
ua
negócio que é concretizado...
uz
Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):- Por exemplo, eles estão dando agora, a
L.:
Baltimore está dando uma fiança, uma garantia para que o senhor possa responder o processo em
40 liberdade. Esses valores, como e que isso foi feito lá dentro? O senhor vai ter que repor esse
41 valor?
42 lnterrogadoz- Eu estou... do mesmo jeito que eles estão me dando a fiança, eu estou assinando
43 para todos eles a minha confissão de divida em relação a isso daí.
44 Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):- Muito bem. Então dentro dessa estrutura
45 familiar, quer dizer, o senhor não pode tomar decisões isoladas?
46 lnterrogado:- Não, tão. Nem me deix

. 104
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imemzgz-nó‹¡z› - Amos n° 2oo4.1o.oo.o431 is-o - Data; ¿ 'ni/zoos.

aos.
\\

Ju$T|çA,EDERA|_
SEÇAO JUDICIARIA DO PARANÁ
2' Vara Federal Criminal de Curitiba

Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):- A sua familia não vive só dos seus
negócios?
Interrogadoz- Não, pelo contrário. Cada tem a sua participação. Eu tenho os meus negócios,
eles têm os deles. E a Baltimore às vezes e um instrumento disso dai para fazer participações
\O00\IO\UJ:-Lza\››-

onde todo mundo teria, entendeu? E se usa às vezes a Baltimore, e 0 capital da Baltimore e o
histórico dela, e o tempo dela de tudo isso para fazer negócio imobiliário, participações, aonde
eu uso e sou executivo dela. Tanto é que era sócio, entendeu? E quando da...
Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):- Todos os seus irmãos participam dela?
Interrogadoz- Todos.
10 Defesa (Dr. Antônio Augusto Figueiredo Basto):- lnclusive aquele que mora nos Estados
11 Unidos?
12 lnterrogadoz- Participa. Todos. Através da minha mãe, através de alguém, participa.
13 Juiz Federalz- Mais alguma questão?
14 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Qual é o principal foco de atividade da
15 Baltimore e dessas empresas, vamos dizer assim, dessas todas essas que eu citei aqui? Qual e' o
16 principal foco de atividade? Imobiliária?
17 Interrogadoz- Imobiliária, imobiliária. Construir. Tem participações. Participações, como foi
18 feito o negócio, por exemplo, o negócio que foi feito com 0 Wall i\4art. Quem fez aquele negócio
19 da Wall i\fíart quem fez tudo fui eu. Por quê? Precisava de resolver o problema na prefeitura,
20 precisava se resolver problemas técnicos, quase que irreparáveis com o negócio de meio
21 ambiente, com tudo, uma discussão de um ano. E quem é que eles procuravam? Eles procuram,
22 eles não procuram uma empresa. Quem que é? É o Tony Garcia. E o Tony Garcia.
23 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Wall Mart aquele da Avenida das Torres?
24 Interrogadoz- Não, não.
25 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Tem um outro que eu não conheço.
26 Interrogadoz- Que na verdade eu errei. E Sams Club, que é em frente ao Parque Barigui, aonde
27 vai ser a entrada oficial da BR ali.
23 Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Ali tinha uma participação do Sérgio
29 Malucelli naqueles terrenos, não tinha?
30 lnterrogadoz- Não. O Joel Malucelli.
31 i\¶inistério Público Federal (Dr.Januário Paludo):- Joel Malucelli.
Lu lnterrogadoz- Ele e dono, ele é dono do terreno do Shopping, atrás. Aquele, o terreno da frente e
ua
que era da empresa.
L.:
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Tinha um que era da Ramo?

\Ooo\1O\<./-J`-L-J×J
lnterrogadoz- Isso. Não, que era da Baltimore.
uz
Ministério Público Federal (Dr.Januário Paludo):-Baltimore.
1,»
1nterrogado:- Baltimore. E quem negociou aquele contrato de setenta anos com a coisa, com
Lza
tudo, fui eu. Agora, quem foi para os Estados Unidos, quem foi negociar, quem tudo, foi o meu

irmão, que eu não viajo, foi o meu irmão que foi para lá. Foi o meu im1ão que foi para lá. Então
40 ele fazia o quê? Eu abria o caminho, deixava pronto e quem fechava, negocialmente, quem
41 fechava as contas era eu. E quem tecnicamente colocava as coisas, discutia os assuntos lá de
42 como fazer os contratos. eram eles. Foi isso.
,

Ê
43
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45

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e~
inremgztórizz - Autos n° 2004.10.00.043116-0 Data- /2005.
309
-

JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO Jun|c|ÁR|A Do PARANÁ
2' vara Federzi criminal de curitiba 1

Nada mais havendo a ser transcrito, eu V GBB, e eu 1G Í ,

encerremos o presente termo, e certiflcamos que é reprod '_ao fiel dos depoimentos cólhidos
fonograficamente.

\DO0\IO`\UJ:›L›J\›--

C iente:
Curitiba, 04 de fevereiro de 2005.

S gm Fernando Moro
10 Juiz Federal
11 2” Vara Federal Criminal
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