APS Processo Penal

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Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas

Unidas

Isabela Rodrigues Lopes-RA: 5959866(4º semestre-

vespertino- Turma: 003304A02)

Atividade Prática Supervisionada de Processo Penal

São Paulo

2021
Primeiramente, é essencial fazer uma breve introdução descritiva do princípio
basilar que irá reger o julgado a ser analisado, sendo este o princípio da
presunção da inocência, o qual também é chamado de in dubio pro reu, e se
alicerça na concepção legal de que todo acusado é presumido inocente, até que
seja declarado culpado por sentença penal com trânsito em julgado. Ademais,
também está albergado neste princípio a ideia de que se há quaisquer dúvidas
em relação a culpabilidade do acusado, a decisão deve ser favorável a ele. E,
se faz necessário respaldar tal princípio, deixando evidenciado que ele está
disposto no artigo 5º, inciso LVII, da Carta Magna.

Em consonância, introduzo a análise descritiva da decisão judicial referente ao


recurso de apelação interposto pelo réu, o qual é identificado pelo número
1502566-09.2020.8.26.0530, outrossim, o apelante anteriormente foi julgado
culpado pelo crime de roubo majorado pelo emprego de arma branca pelo Juiz
de Direito da Comarca de Sertãozinho, São Paulo, onde ele reside, todavia, com
convicção de sua inocência, ele não aceitou a decisão e interpôs um recurso no
Ministério Público. Analogamente, foi exposto no recurso que o apelante fez um
pedido subsidiário, sendo este, o pleiteio da redução da pena base para o
mínimo legal, uma vez que o réu foi condenado a 03 anos, 01 mês e 10 dias de
reclusão, e também ele solicita que o regime inicial de cumprimento da pena seja
aberto ao invés do semiaberto imposto pelo juiz, logo, se ele não conseguisse
ser absolvido, tinha essas duas solicitações a serem analisadas pelos
desembargadores para reduzir sua penalização.

Neste mesmo viés, se têm que as três testemunhas arroladas para compor o
material probatório deste recurso, potencializam amplamente a conclusão de
que é duvidosa a autoria do suposto crime ocorrido em 04 de dezembro de 2020,
posto que, de acordo com os relatos dados pelos três, principalmente pela
testemunha Terezinha Ferreira Santos, a qual presenciou a certa distância os
fatos deste dia, não houve nenhum roubo e o réu não estava portando faca
alguma, e o que na verdade ela avistou foi Leandro, o qual é a vítima do
processo, avançando no apelante e o agredindo na hora em que este passou
em frente a academia de Leandro, além disso, Terezinha frisou que Leandro tem
uma má fama de agressor na cidade. Nesta perspectiva, a outra testemunha
arrolada pela defesa foi Luciano Pires Rodrigues, o qual foi empregador do réu
até o dia em que ele foi preso, e em seu testemunho reiterou falas do próprio
apelante, visto que declarou que Fábio Silva tem problemas com bebida alcoólica
e fica fora de si quando bebe, fato também dito pelo apelante, o qual além de
alegar isto, disse que no dia dos fatos havia bebido muito e que ao passar em
frente a academia de luta da vítima fez uma brincadeira falando que também
sabia lutar, e que após proferir estas palavras, foi atacado por Leandro que
começou a agredi-lo.
Para culminar, a terceira testemunha, Rodolfo Goulart Costa, policial militar,
além de não ter presenciado os fatos e somente ter chegado no momento em
que Leandro imobilizava o acusado, relatou que os alunos que estavam na
academia de luta da vítima também só presenciaram o momento em que a vítima
imobilizou o réu, e para completar, o final de seu depoimento entra em
divergência com fatos alegados pela vítima, dado que, Rodolfo retratou que a
própria vítima o ligou relatando o ocorrido, já Leandro alegou, a priori, que alunos
da academia ligaram para a polícia e depois disse que, na verdade, os policiais
chegaram antes de serem acionados pelo fato de estarem perto da localização
da academia naquele momento. Paralelamente, foi possível analisar que as
autoridades policiais que lidaram com o caso concreto no dia dos fatos,
atestaram a embriaguez e a negação da prática criminosa por parte de Fábio
Silva dos Santos, o réu.

Destarte, concluo esta análise embasada no princípio da presunção da inocência


e, consequentemente, no artigo 386, inciso VII, do Código de Processo Penal,
uma vez que apesar da palavra da vítima constituir prova extremamente
importante no processo, os relatos das testemunhas, especialmente o da
testemunha Terezinha, a qual presenciou os fatos, além do relato do policial
Rodolfo que diverge de algumas alegações da vítima, a má fama que ele tem de
ser agressivo e o fato de não terem encontrado a arma branca citada pela vítima,
acarretam na precariedade de material probatório, surgindo assim, dúvidas
quanto a autoria e materialidade acerca dos fatos, portanto, na dúvida, o réu
deve ser favorecido, e assim se fez, sendo este absolvido.
O acórdão utilizado para a realização da APS foi retirado do site Tribunal
de Justiça de São Paulo, e pode ser encontrado através do Menu ao clicar
em “Consultas de Jurisprudência”, em seguida deve-se clicar no ícone
“consulta simples” e, por fim, deve-se preencher a primeira lacuna com o
número do recurso “ 1502566-09.2020.8.26.0530”, assim o julgado usado
irá aparecer.

Isabela Rodrigues Lopes, Acadêmica do curso de Direito do Centro


Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas.

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