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ÁTOMOS E ELEMENTOS

Objetivos

 Descrever a estrutura do átomo e definir o número atômico e o número de


massa.
 Compreender a natureza dos isótopos e calcular a massa atômica a partir
das abundâncias dos isótopos e massa atômicas exatas.
 Explicar o conceito de mol e usar a massa molar em cálculos.
 Conhecer a terminologia da tabela Periódica.

Poeira de Estrelas
Uma grande variedade de elementos compõe o planeta Terra e todas as coisas vivas sobre ele. Qual é a visão que a
ciência tem da origem cósmica destes elementos, os quais muitas vezes notamos, em nosso meio ambiente e em nossas
vidas?
A teoria do Big Bang é geralmente a mais aceita para a origem do Universo. Essa teoria afirma que ume esfera de matéria
do tamanho de uma laranja grande, de densidade inimaginável, explodiu há aproximadamente 15 bilhões de anos,
espalhando os produtos dessa explosão na forma de uma nuvem em rápida expansão, com temperatura na casa dos 10 30
K. Após cerca de 1 segundo, o Universo já estava preenchido com as partículas que exploramos neste capítulo: prótons,
elétrons e nêutrons. Passados mais alguns segundos, o Universo havia se resfriado em milhões de graus, e os prótons e
nêutrons começaram a se combinar para formar núcleos de hélio. Depois de apenas 8 minutos, acreditam os cioentistas, o
Universo consistia de um quarto de hélio e três quartos de hidrogênio. Na verdade, isso está muito próximo da composição
do Universo atual, 15 bilhões de anos depois. Mas os humanos, os animais e as plantas são constituídos principalmente de
carbono, oxigênio, enxofre, fósforo, ferro e zinco – elementos pesados que não se apresentam em abundância no Universo
como um todo. De onde vêm esses elementos mais pesados?
A nuve de hidrogênio e hélio foi se resfriando ao longo de um período de milhares de anos e se condensou para formar
estrelas como o nosso Sol. Nelas, os átomos de hidrogênio fundem-se em mais átomos de hélio, e a energia flui para fora
das estrelas. O Sol converte, a cada segundo, 700 milhões de toneladas de hidrogênio em 695 milhões de toneladas de
hélio e 3,9.1026 joules de energia são liberados.
Gradativamente, ao longo de milhões de anos, uma estrela queimando hidrogênio torna-se cada vez mais densa e quente.
Os átomos de hélio inicialmente formados na estrela começam a fundir-se em elementos mais pesados – primeiro carbono,
depois oxigênio, e depois neônio, magnésio, silício, fósforo e argônio. A estrela se torna ainda mais densa e quente. O
hidrogênio é forçado para as regiões mais externas da estrela, que se torna uma gigante vermelha. Em certas
circunstâncias, a estrela explodirá, e os observadores na Terra a verão como uma supernova. Uma única supernova tem
brilho comparável ao de toda a galáxia na qqual ela se formou!
Os elementos que são expelidos de uma supernova em explosão se movem através do espaço e gradualmente são
convertidos em planetas, dentre os quais o nosso é apenas mais um.
O mecanismo de formação em uma estrela é razoavelmente bem compreendido, e há uma grande evidência experimental
que suporta essa teoria. Porém a maneira pale qual esses elementos se agreagm a partir da poeira de estrelas em
organismos vivos sobre nosso planeta – e talvez em outros planetas – ainda está longe de ser compreendida.

Figura A: A abundância dos elementos no sistema


solar. O gráfico mostra uma tendência de declínio da
abundância com o aumento da massa entre os 30
primeiros elementos. O declínio continua além do zinco.
Note que a escala no eixo vertical é logarítmica – isto é,
ela aumenta em potências de dez. A abundância do
nitrogênio, por exemplo, corresponde a 1/10.000 (1/104)
da abundância do hidrogênio. (Todas as abundâncias
são plotadas como número de átomos por 1012 átomos
de hidrogênio. O fato de as abundâncias de Li, Be e B,
bem como de elementos próximos ao Fe, não seguirem
o declínio geral é uma consequência da maneira pela
qual os elementos são sintetizados nas estrelas.)
ÁTOMOS E ELEMENTOS
Para Rever Antes de Iniciar .......................................................................................................................... 3

1 – Prótons, Elétrons e Nêutrons: Desenvolvimento da Estrutura


Atômica ................................................................................................... 3
Eletricidade ....................................................................................................................................................... 3
Radioatividade ................................................................................................................................................. 3
Tubos de Raios Catódicos e a Caracterização de Elétrons.................................................................. 4
Prótons .............................................................................................................................................................. 6
Nêutrons ............................................................................................................................................................ 6
O Núcleo do Átomo ........................................................................................................................................ 7

2 – Número Atômico e Massa Atômica .............................................. 8


Número Atômico .............................................................................................................................................. 8
Massa Atômica Relativa e a Unidade de Massa Atômica ..................................................................... 8
Número de Massa ........................................................................................................................................... 8

3 – Isótopos ............................................................................................ 9
Abundância Isotópica ...................................................................................................................................10
Determinando a Massa Atômica Exata e a Abundância Isotópica .................................................... 10

4 – Massa Atômica .............................................................................. 11

5 – Os Átomos e o Mol ........................................................................ 11


Massa Molar ................................................................................................................................................... 12

6 – A Tabela Periódica ........................................................................ 13


Características da Tabela periódica ......................................................................................................... 13
O Desenvolvimento da Tabela Periódica ................................................................................................ 14

7 – Uma Visão Geral dos Elementos, de sua Química e da Tabela


Periódica............................................................................................... 16
Grupo 1, os Metais Alcalinos: Li, Na, K, Rb, Cs, Fr .............................................................................. 16
Grupo 2, os Metais Alcalino-terrosos: Be, Mg, Ca, Sr, Ba, Ra ........................................................... 17
Grupo 13: B, Al, Ga, In, Tl ........................................................................................................................... 17
Grupo 14: C, Si, Ge, Sn, Pb ....................................................................................................................... 18
Grupo 15: N, P, As, Sb, Bi .......................................................................................................................... 18
Grupo 16: O, S, Se, Te, Po ......................................................................................................................... 19
Grupo 17, Halogênios: F, Cl, Br, I, At ....................................................................................................... 19
Grupo 18, gases Nobres: He, Ne, Ar, Kr, Xe, Rn .................................................................................. 19
Os Elementos de Transição ....................................................................................................................... 20

8 –Elementos Essenciais ................................................................... 20

Revisão dos Objetivos do Capítulo .................................................. 22


Para Rever Antes de Iniciar
 Nomes e utilização das unidades SI.
 Resolução de problemas numéricos usando unidades.

1 – Prótons, Elétrons e Nêutrons: Desenvolvimento da


Estrutura Atômica
Por volta de 1900, na Inglaterra, ume série de
experimentos feitos por cientistas, como Sir Joseph john
Thomson (1856-1940) e Ernest Rutherford (1871-1937),
estabeleceu um modelo do átomo que ainda é a base da
teoria atômica moderna. Três partículas subatômicas
são os constituintes de todos os átomos: prótons
eletricamente positivos, nêutrons eletricamente neutros
e elétrons eletricamente negativos. O modelo coloca os
prótons e os nêutrons mais massivos em um núcleo
muito pequeno, o que significa que o núcleo contém
Figura 1: A estrutura do átomo. Todos os átomos
toda a carga positiva e quase toda a massa de um átomo. possuem um núcleo com um ou mais prótons (carga
Os elétrons, com massa muito menor do que prótons ou elétrica positiva) e nêutrons (sem carga). Os elétrons
nêutrons, cercam o núcleo e ocupam a maior parte do (carga elétrica negativa) são arranjados no espaço
volume (Figura 1). Os átomos não têm nenhuma carga como uma “nuvem” ao redor do núcleo. Em um átomo
eletricamente neutro, o número de elétrons é igual ao
líquida; as cargas positivas e negativas dentro deles
número de prótons. Note que esta figura não está
balanceiam umas às outras. O número dos elétrons fora desenhada com escala. Se o núcleo fosse realmente
do núcleo é igual ao número de prótons no núcleo. do tamanho que é mostrado aqui, a nuvem de elétrons
Qual é a base experimental da estrutura se estenderia por mais de 243 metros. O átomo é, em
sua maior parte, espaço vazio.
atômica? Como o trabalho de Thomson, de Rutherford e
de outros conduziu a esse modelo?

Eletricidade
A eletricidade está envolvida em muitas das experiências a partir das quais a teoria da estrutura atômica foi
derivada. O fato de que os objeto são capazes de apresentar carga elétrica foi observado primeiro pelos
antigos egípcios, ao notarem que o âmbar, quando friccionado com lã ou seda, atraía pequenos objetos. Em
um dia seco, pode-se observar o mesmo quando se fricciona uma bexiga nos cabelos, que serão atraídos pela
bexiga (Figura 2a). Um relâmpago ou o choque que se leva quando se toca em uma maçaneta são resultado do
movimento de uma carga elétrica.
Dois tipos de carga elétrica haviam sido descobertos à época do inventor e estadista norte-americano
Benjamin Franklin (1706-1790). Ele os chamou de positivos (+) e negativos (-), porque aparecem como
opostos e podem neutralizar uns aos outros. Experimentos mostram que as cargas iguais se repelem e que as
cargas opostas se atraem. Franklin concluiu também que existe um balanço de cargas: se uma carga negativa
aparece em algum lugar, uma carga positiva do mesmo tamanho deve aparecer em outro lugar. O fato de que
uma carga se acumula quando uma substância é friccionada contra outro implica a fricção que separa cargas
positivas e negativas (Figura 2a). Já no século XIX, compreendeu-se que as cargas positivas e negativas estão
associadas de algum modo com a matéria – talvez com os átomos.

Radioatividade
Em 1896 o físico francês Henri Becquerel (1852-1908) descobriu que um minério de urânio emitia raios
capazes de escurecer uma placa fotográfica, mesmo que a placa estivesse coberta por papel preto para evitar
sua exposição à luz. Em 1898, Marie et Pierre Curie isolaram o polônio e o rádio, que também emitiam o
mesmo tipo de raios, e, em 1899, eles sugeriram que os átomos de determinadas substâncias emitem esses
raios incomuns quando se desintegram. Eles chamaram esse fenômeno de radioatividade, e as substâncias
que apresentam essa prorpiedade são ditas radioativas.
Os experimentos iniciais identificaram três tipos de radiação: alfa (), beta () e gama (). Esses
raios se comportam de maneira diferente quando passam entre placas eletricamente carregadas (Figura 2b).
Os raios  e  são defletidos, mas os raios  passam sem deflexão pelas placas; isso quer dizer que os raios 
e  são partículas eletricamente carregadas, porque as cargas são atraídas ou repelidas pelas placas carregadas.
Apesar da observação de a carga da partícula  (+2) ser duas vezes maior do que a da partícula  (-1), as
partículas  são defletidas em menor extensão, o que implica o fato de que as partículas  devam ser mais
pesadas do que as partículas . Os raios  não têm carga ou massa detectáveis; eles se comportam como raios
de luz.

Figura 2: Eletricidade e radioatividade. (a) Se você esfregar seus cabelos com um balão, uma carga estática se
acumulará na superfície do balão. Experimentos mostram que objetos com cargas opostas se atraem, enquanto objetos
com cargas elétricas iguais se repelem. (b) Raios ,  e  de um elemento radioativo são separados pela passagem por
placas eletricamente carregadas. As partículas  positivamente carregadas são atraídas para a placa negativa, e as
partículas  negativamente carregadas, para a placa positiva. Observe que as partículas , mais pesadas, sofrem deflexão
menor do que as partículas , mais leves. Os raios  não possuem carga elétrica e, portanto, não sofrem deflexão pelas
placas carregadas.

A sugestão de Marie Curie de que os átomos se desintegram se opunha à idéia apresentada em 1803
por John Dalton de que o átomo era indivisível. Se os átomos podem ser divididos, deve existir algo ainda
menor do que o átomo, ou seja, os átomos devem ser compostos de partículas subatômicas ainda menores.

Tubos de Raios Catódicos e a Caracterização de Elétrons


Uma evidência adicional de que os átomos são compostos de partículas menores veio das experiências com
tubos de raios catódicos (Figura 3), que são tubos de vidro, dos quais a maior parte do ar foi retirada, e que
contêm dois eletrodos metálicos. Quando uma voltagem suficientemente elevada á aplicada aos eletrodos, um
raio catódico flui do eletrodo negativo (cátodo) ao eletrodo positivo (ânodo). Experimentos mostraram que os
raios catódicos viajam em linha reta, fazem com que os gases brilhem, são capazes de aquecer ao rubro
objetos metálicos, são defletidos por um campo magnético e são atraídos por placas carregadas positivamente.
Quando os raios catódicos atingem uma tela fluorescente, há emissão de luz em uma série de pequenas
centelhas. Podemos compreender todas essas observações se considerarmos que um raio catódico é um feixe
das partículas negativamente carregadas que hoje conhecemos como elétrons.

Figura 3: Determinação da razão carga-massa do elétron. Este experimento foi realizado por J.J. Thomson em 1896-
1897.

Você já está familiarizado com os raios catódicos. As imagens formadas na televisão e em alguns
tipos de monitor de computador são formadas usando-se placas eletricamente carregadas para direcionar raios
catódicos sobre a parte de trás de uma tela fluorescente na qual enxergamos a imagem. Sir Joseph John
Thomson (1856-1940) usou esse princípio para provar experimentalmente a existência do elétron e estudar
suas propriedades. Ele aplicou campos elétricos e magnéticos simultaneamente sobre um feixe de raios
catódicos. Balanceando o efito do campo elétrico com o do campo magnetico, e usando leis básicas da
eletricidade e do magnetismo, ele calculou a relação entre carga e massa para as partículas do feixe. Ele não
pôde determinar a carga ou a massa de forma independente. Entretanto, encontrou a mesma relação da carga-
massa em experiências com cátodos de 20 metais diferentes e com vários gases. Esses resultados sugeriram
que os elétrons estão presentes nos átomos de todos os elementos.
Coube ao físico americano Robert Andrews Millikan (1868-1953) determinar a carga de um elétron,
o que permitiu a outros cientistas calcular sua massa (Figura 4). Em seu experimento, minúsculas gotas de
óleo foram introduzidas em uma câmara; à medida que as gotas sedimentavam lentamente através do ar,
foram expostas a raios X, o que fez que adquirissem carga elétrica. Millikan usou um pequeno telescópio para
observar gotas individuais. Se a carga elétrica nas placas acima e abaixo das gotas fosse ajustada, a força
atrativa eletrostática que puxava uma gota para cima poderia ser balanceada pela força da gravidade que
puxava a gota para baixo. A partir das equações que descrevem essas forças, Millikan calculou a carga em
várias gotas. Diferentes gotas possíam cargas diferentes, mas Millikan notou que cada uma correspondia a um
múltiplo inteiro da mesma carga menor, 1,60.10 -19 C (onde C representa o Coulomb, a unidade SI de carga).
O físico supôs que essa era a unidade fundamental de carga, a carga de um elétron. Como a relação carga-
massa do elétron era conhecida, a massa do elétron poderia ser calculada. O valor atualmente aceito para a
massa do elétron é 9,109383.10 -28 g. e a carga do elétron é -1,602176.10-19 C. Quando nos referimos às
propriedades das partículas fundamentais, sempre expressamos a carga em relação à carga do elétron, à qual é
atribuído o valor -1.

Figura 4: A carga do elétron. O experimento foi realizado por R.A. Millikan em 1909.

Experimentos adicionais mostraram que os raios catódicos possuíam as mesmas propriedades que as
partículas  emitidas por elementos radioativos. Isso forneceu uma evidência adicional que o elétron é uma
partícula fundamental da matéria.
Amplos estudos com tubos de raios catódicos no final do século XIX renderam outro dividendo.
Além dos raios catódicos, um outro tipo de radiação foi detectado. Um feixe de partículas positivamente
carregadas chamadas de raios canais foi observado usando-se um tubo de raios catódicos especialmente
projetado, com um cátodo perfurado (Figura 5).
Essas partículas, que se moviam na direção oposta à dos raios catódicos, passavam através dos
orifícios no cátodo e eram detectadas no lado oposto. Os valores da razão carga-massa para os raios canais
eram muito menores que os valores correspondentes medidos para os raios catódicos, indicando partículas de
massa maior. Porém os valores também variavam dependendo da natureza do gás no tubo. Sabemos hoje que
os raios canais se originam das colisões dos raios catódicos com átomos gasosos no interior do tubo de raios
catódicos, o que faz que cada átomo se fragmente em um íon positivo e um elétron. As partículas positivas
são atraídas pelo cátodo negativamente carregado.
Figura 5: Raios canais. Em 1886, E. Golstein detectou um fluxo de partículas movendo-se em direção oposta à dos raios
catódicos negativamente carregados. Hoje sabemos que essas partículas são íons positivamente carregados, formados por
colisões entre os elétrons e moléculas gasosas no interior do tubo de raios catódicos.

Prótons
Um século depois desses estudos seminais sobre a estrutura do átomo, é fácil reconhecermos o próton como a
partícula fundamental positivamente carregada do átomo. Entretanto, há um século, esse conhecimento não
surgiu de maneira tão simples. Esse fato básico não foi estabelecido em um único experimento ou em um
momento específico.
Com a determinação de que os elétrons negativamente carregados constituíam uma parte do átomo,
veio o reconhecimento de que deveria existir também uma partícula atômica positivamente carregada. Uma
hipótese sugerida era que deveria haver uma partícula complementar ao elétron com uma massa
correspondente e uma carga +1, mas não havia evidência experimental da existência de tal partícula. As
partículas positivas detectadas nos experimentos anteriores (partículas  de elementos radioativos e íons
positivos que constituíam os raios canais) eram consideravelmente mais massivas.
Ernest Rutherford (1871-1937) provavelmente merece a maior parte do crédito pela descoberta do
próton. Ele executou experimentos no início dos anos 1900 nos quais vários elementos eram irradiados com
partículas . Um dos seus experimentos mais conhecidos envolvia a irradiação de metais como o ouro, que
levaram à conclusão de que os átomos continham um núcleo positivamente carregado com a maior parte da
massa do átomo. Ao mesmo tempo, Rutherford estava fazendo experimentos usando elementos gasosos e, em
um desses experimentos, ele observou a deflexão de partículas a em função da massa atômica. A partir desses
experimentos ele concluiu, em 1911, que “o átomo de hidrogênio tem a estrutura mais simples possível, com
apenas uma unidade de carga”. Porém a identificação formal do próton só ocorreu cerca de 10 anos mais
tarde. Em experimentos nos quais nitrogênio era bombardeado com partículas , Rutherford e seus
colaboradores observaram partículas altamente energéticas. Os valores de suas razões carga-massa eram
comparáveis aos do hidrogênio, a partícula positiva que se sabia ter a menor massa. Inesperadamente, eles
haviam executado a primeira reação nuclear artificial. A expulsão de um próton pelo núcleo foi aceita como
prova definitiva de que o próton era uma partícula nuclear. O nome “próton” para essa partícula parece ter
sido usado inicialmente por Rutherford num relatório em uma reunião científica em 1919.

Nêutrons
Uma vez que os átomos não têm nenhuma carga elétrica, o número de prótons positivos deve se igualar ao
número de elétrons negativos em um átomo. A maioria dos átomos, entretanto, tem massa maiores do que
seria previsto com base somente nos prótons e nos elétrons, o que sugeriu que os átomos deveriam também
conter partículas relativamente pesadas, sem nenhuma carga elétrica.

Perspectivas Históricas: Descobrindo a Estrutura Atômica


Os últimos anos do século XIX e as primeiras décadas do século XX estão entre os mais importantes na histório da ciência,
em parte devido à descoberto da estrutura do átomo, preparando o terreno para a explosão de desnvolvimento da ciência
no século XX.
A noção de que a matéria era constituída de átomos e que essa estrutra poderia ser usada para explicar os fenômenos
químicos foi inicialmente usada por John Dalton (1766-1844). Dalton propôs não apenas que toda matéria é constituída de
átomos, mas também que todos os átomos de um determinado elemento são idênticos, e que os átomos são invisíveis e
indestrutíveis. As idéias de Dalton foram aceitas de maneira generalizada alguns anos depois de suas propostas, mas
sabemos hoje que os dois últimos postulados não são corretos.
Marie Curie (1867-1934) compreendeu a natureza da radioatividade e suas implicações sobre a natureza dos átomos. Ela
nasceu como Marya Sklodovska na Polônia. Mais tarde, quando viveu na França, passou a ser chamada de Marie, mas nos
referimos frequentemente a ela como Madame Curie. Com seu marido Pierre ela isolou os elementos, desconhecidos até
então, polônio e rádio de um minério contendo urânio. Eles dividiram o prêmio Nobel de química de 1911 por essa
descoberta. Uma de suas filhas, Irène, casou-se com Frédéric Joliot, e eles dividiram o prêmio Nobel de química em 1935
por sua descoberta da radioatividade artificial.
Sir Joseph John Thomson (1856-1940) era Professor Cavendish de Física Experimental da Universidade de cambridge
na Inglaterra. Em 1896 ele proferiu uma série de palestras intitulada “A Descarga de Eletricidade em Gases” na
Universidade Princeton nos Estados-Unidos. Esse trabalho sobre raios catódicos levou-o a descobrir o elétron, que ele
anunciou em uma palestra na noite de sexta-feira, 30 de abril de 1897. Mais tarde, Thomson publicou uma série de livros
sobre o elétron e recebeu o pr6emio Nobel de física em 1906.
Ernest Rutherford (1871-1937) nasceu na Nova Zelândia em 1871 mas foi para a Universidade de Cambridge na
Inglaterra, onde obteve o seu doutoramento em física em 1895. Lá trabalhou com o professor J.J. Thomson, e foi em
cambridge que ele descobriu as radiações  e . Na Universidade McGill, no Canadá, em 1899, Rutherford realizou
experimentos para provar que a radiação  é composta de núcleos do hélio e que a radiação  consiste em elétrons. Por
esse trabalho, recebeu o prêmio Nobel de química em 1908. Seu trabalho sobre a estrutura do átomo foi realizado depois
que ele se mudou para a Universidade de Manchester na Inglaterra. Em 1919, retornou à Universidade de cambridge, onde
assumiu à cátedra previamente ocupada por J.J. Thomson. Em sua carreira, Rutherford orientou o trabalho de dez futuros
recebedores do prêmio Nobel. O elemento 104 foi batizado de Rutherfórdio em sua homenagem.

Em 1932, o físico britânico James Chadwick (1891-1974), aluno de Rutherford, apresentou


evidências experimental. Ele descobriu que uma radiação muito penetrante era liberada quando partículas
provenientes de polônio radioativo atingiam um alvo de berílio; essa radiação foi direcionada para um alvo de
parafina, e Chadwick observeu que prótons emanavam desse alvo. Seu raciocínio foi de que somente uma
partícula pesada e sem carga que emanava do berílio poderia ter causado esse efeito. Essa partícula, conhecida
como nêutron, não apresenta carga elétrica e tem massa de 1,674927.10 -24 g, ligeiramente maior do que a
massa de um próton.

O Núcleo do Átomo
J.J. Thomson havia suposto que um átomo era uma esfera uniforme de matéria positivamente carregada,
dentro da qual havia milhares de elétrons incrustados. Thomson e seus alunos imaginavam que a única
questão dizia respeito ao número de elétrons que circulavam na esfera. Por volta de 1910, Ernest Rutherford
decidiu testar o modelo de Thomson. Ela havia descoberto anteriormente que os raios  (Figura 2b) eram
partículas positivamente carregadas que possuíam a mesma massa dos átomos de hélio. Ele raciocinou que, se
o modelo atômico de Thomson estivesse correto, um feixe dessas partículas tão pesadas seria muito pouco
defletido ao atravessar uma folha delgada de ouro. Rutherford, com seus colaboradores Hans Geiger (1882-
1945) e Ernest Marsden (1889-1970), montaram a aparelhagem mostrada na Figura 6 e observaram o que
ocorreu quando as partículas  atravessaram a folha de ouro. A maior parte passou direto, mas algumas
partículas foram defletidas em grandes 6angulos, e outras quase voltavam à fonte! Mais tarde, Rutherford
descreveria esse experimento da seguinte forma: “Era como se você atirasse um projétil [de artilharia] de 15
polegadas contra uma folha de papel e ele voltasse e o atingisse”.
A única maneira de Rutherford e seus colaboradores acomodarem suas observações era propor um
novo modelo para o átomo, no qual toda a carga positiva e a maior parte da massa se concentrassem em um
volume muito pequeno. Rutherford chamou esse minúsculo caroço de núcleo (Figura 1); os elétrons ocupam
o resto do espaço do átomo. A partir de seus resultados, Tutherford, Geiger e Marsden calcularam que o
núcleo de um átomo de ouro tinha uma carga positiva na faixa de 100 ± 20 e um raio de aproximadamente
10-12 cm. Os valores atualmente aceitos são +79 para a carga e aproximadamente 10 -13 cm para o raio.
Sabemos hoje que o raio do núcleo é aproximadamente 0,001 pm, e o raio de um átomo é de,
aproximadamente, 100 pm. Se um átomo fosse um objeto macroscópico com um diâmetro de 100 m,
preencheria aproximadamente um estádio de futebol pequeno. Qual seria o diâmetro do núcleo de tal átomo?
Você consegue imaginar um objeto que seja desse tamanho?
Figura 6: O experimento de Rutherford para determinar a estrutura do átomo. (direita) Um feixe de partículas
positivamente carregadas foi direcionado a uma folha fina de ouro. Uma tela fluorescente recoberta com sulfeto de zinco
(ZnS) foi usada para detectar as partículas passando através da folha. A maioria das partículas passava direto através a
folha, mas algumas eram defletidas. Algumas eram de fato defletidas para trás. (esquerda) Interpretação dos resultados
experimentais.

2 – Número Atômico e Massa Atômica


Número Atômico
Todos os átomos de um mesmo elemento têm o mesmo número de prótons no núcleo. O hidrogênio é o
elemento mais simples, com um próton nuclear. Todos os átomos de hélio têm dois prótons, enquanto todos
os átomos de lítio têm três prótons e todos os átomos de berílio têm quatro prótons. O número de prótons no
núcleo de um elemento é seu número atômico, normalmente representado por Z.
Os elementos atualmente conhecidos estão listados na Tabela
Periódica. O número inteiro no alto do boxe de cada elemento é seu número
atômico. Um átomo de sódio, por exemplo, tem um número atômico 11, de
forma que seu núcleo contém 11 prótons. Um átomo de urânio tem 92 prótons
nucleares e Z = 92.

Massa Atômica Relativa e a Unidade de Massa Atômica


Qual é a massa de um átomo? Os químicos nos séculos XVIII e XIX reconheceram que experimentos
cuidadosos poderiam fornecer massas atômicas relativas. Por exemplo, a massa de um átomo de oxigênio foi
determinada como 1,33 vez a massa do átomo de carbono, e um átomo de cálcio tem 2,5 vezes a massa do
átomo de oxigênio.
A química do século XXI ainda utiliza um sistema de massas relativas. Depois de tentar diversos
padrões, os cientistas adotaram o atual: a um átomo de carbono com seis prótons e seis nêutrons em seu
núcleo é atribuída uma massa de exatamente 12,000. Um átomo de oxigênio com oito prótons e oito nêutrons
tem uma massa 1,3333 vez maior do que a do carbono; portanto, tem uma massa relativa de 16,000. As
massas dos átomos dos outros elementos foram atribuídas da mesma forma.
As massas de partículas atômicas fundamentais são expressas frequentemente em unidades de
massa atômica (u). Uma unidade de massa atômica, 1u, corresponde a 1/12 da massa de um átomo de
carbono com seis prótons e seis nêutrons. Assim, o átomo de carbono tem uma massa de 12,000. A unidade
de massa atômica pode ser relacionada a outras unidades de massa pelo fator de conversão 1 u = 1,661.10 -24 g.

Número de Massa
Os prótons e os nêutrons têm massas muito próximas de 1 u (Tabela 1). O elétron, em contraste, tem uma
massa de aproximadamente apenas 1/12 desse valor. Já que as massas dos prótons e de nêutrons são tão
próximas de 1 u, a massa aproximada de um átomo pode ser estimada se o seu número de prótons e de
nêutrons for conhecido. A soma do número de prótons e de nêutrons em um átomo é chamada número de
massa e tem o símbolo A.
A = número de massa = número de prótons + número de nêutrons
Por exemplo, um átomo de sódio com 11 prótons e 12 nêutrons em seu núcleo tem A = 23. O átomo
de urânio mais comum tem 92 prótons e 146 nêutrons, e A = 238. Usando essa informação, frequentemente
simbolizamos os átomos com a notação:
𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑎𝑡ô𝑚𝑖𝑐𝑎 → 𝐴
𝑋 ← 𝑆í𝑚𝑏𝑜𝑙𝑜 𝑑𝑜 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑎𝑡ô𝑚𝑖𝑐𝑜 → 𝑍
(O subscrito Z é opcional porque o símbolo do elemento nos diz qual é o número atômico.) Por
exemplo, ao átomos anteriormente descritos têm símbolos 23 238 23
11𝑁𝑎 ou 92𝑈, ou simplesmente Na ou
238
U. Aos
nos referirmos a eles, dizemos “sódio-23” ou “urânio-238”.

Tabela 1: Propriedades da Partículas Subatômicas


Partícula Massa Carga Símbolo
Grammas Massa Relativa
9,109383 . 10-28 0 -
Elétron 0,0005485799 -1 1𝑒 ou e
1,672622 . 10-24 1 +
Próton 1,007276 +1 1𝑝 ou p
1,674927 . 10-24 1 0
Nêutron 1,008665 0 0𝑛 ou n

3 – Isótopos
Somente em alguns poucos casos (por exemplo, o alumínio, o flúor e
o fósforo) os átomos de uma amostra natural de um determinado
elemento apresentam todos a mesma massa. A maioria dos elementos
consiste em átomos que têm diversos números de massa diferentes.
Por exemplo, há dois tipos de átomos de boro, um com uma massa de
aproximadamente 10 u (10B) e o segundo com uma massa de
aproximadamente 11 u (11B). Os átomos de estanho podem ter
qualquer uma entre dez massa diferentes. Os átomos com o mesmo
número atômico e números de massa diferentes são chamados
isótopos.
Todos os átomos de um elemento têm o mesmo número de
prótons, cinco no caso do boro. Isso significa que, para possuírem
Figura 7: Gel feito de “água massa diferentes, os isótopos devem possuir um número diferente de
pesada”. A água contendo hidrogênio nêutrons. O núcleo de um átomo de 10B (Z = 5) tem cinco prótons e
comum (1H, prótio) forma um sólido
que é menos denso (d = 0,917 g/cm3 cinco nêutrons, enquanto o núcleo de um átomo de 11B tem cinco
a 0oC) do que a H2O líquida (d = 0,997 prótons e seis nêutrons.
g/cm3 a 25oC), e que, portanto, flutua Os cientistas geralmente se referem a determinado isótopo
no líquido. (A água é única nesse citando o seu número de massa (por exemplo, urânio-238, 238U), mas
aspecto. A fase sólida de virtualmente
todas as outras substâncias afunda na os isótopos de hidrogênio são tão importantes que têm nomes e
fase líquida da mesma substância.) símbolos especiais. Todos os átomos de hidrogênio possuem apenas
De maneira semelhante, o “gelo seco” um próton. Quando essa for a única partícula, o isótopo é chamado de
(D2O, óxido de deutério) flutua na prótio, ou simplesmente “hidrogênio”. O isótopo de hidrogênio, com
“água pesada”. O gelo de D2O, porém,
é mais denso do que a H2O, de modo um nêutron, 2H, ‘e chamado de deutério, ou “hidrogênio pesado”
que cubos de D2O afundam na fase (símbolo D). O núcleo do hidrogênio radioativo, 3H, ou trítio
líquida de H2O. (símbolo T), contém um próton e dois nêutrons.
A substituição de um isótopo por outro isótopo do mesmo
elemento em um composto às vezes tem um efeito interessante
(Figura 7). Isso é especialmente importante quando o deutério
substitui o hidrogênio, pois a massa do deutério é o dobro da massa
do hidrogênio.
Abundância Isotópica
Uma amostra de água de um lago ou riacho consistirá quase que inteiramente em H2O, na qual os átomos de
H consistem no isótopo 1H. Algumas moléculas, entretanto, terão deutério (2H) substituindo o 1H. Podemos
prever esse resultado, pois sabemos que os átomos de 1H correspondem a 99,895% de H na Terra. Isto é, a
abundância percentual do átomo de 1H, que é a porcentagem dos átomos daquele tipo em uma amostra, é
99,895%.
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 á𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑖𝑠ó𝑡𝑜𝑝𝑜
𝐴𝑏𝑢𝑛𝑑â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 = × 100
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 á𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑡𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑖𝑠ó𝑡𝑜𝑝𝑜𝑠 𝑑𝑎𝑞𝑢𝑒𝑙𝑒 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
O restante do hidrogênio natural é o deutério, cuja a abundância é de somente 0,015% dos átomos
totais de hidrogênio. O trítio, o isótopo radioativo 3H, não ocorre naturalmente.
Considere os dois isótopos do boro. O isótopo boro-10 tem uma abundância de 19,91%; a do boro-11
é de 80,09%. Isso significa que, se pudesse separar 10 mil átomos de boro de uma amostra natural “média”,
1.991 deles seriam átomos de boro-10 e 8.009 deles seriam átomos de boro-11.

Determinando a Massa Atômica Exata e a Abundância Isotópica


As massas exatas dos isótopos e sua abundância percentual são determinadas experimentalmente com um
espectrômetro de massa (Figura 8). Uma amostra gasosa de um elemento é introduzida na câmara evacuada
do espectrômetro e as moléculas ou átomos são convertidos em partículas carregadas (íons). Um feixe desses
íons é submetido a um campo magnético, que faz que as trajetórias dos íons sejam defletidas. A extensão da
deflexão depende da massa da partícula: os íons menos massivos são mais defletidos e os íons mais massivos
são menos defletidos. Os íons, agora separados por massa, são detectados no final da câmara. Nos primeiros
experimentos, os íons eram detectados usando-se filme fotográfico, ou a quantidade de corrente medida, está
relacionado ao número de íons com uma determinada massa e, portanto, com a abundância do íon.
A razão carga-massa dos íons também pode ser determinada a partir do raio de curvatura da trajetória
do íon até o detector. Sabendo que a maioria dos íons dentro do espectrômetro tem uma carga de +1, podemos
derivar um valor para a massa. Os químicos, utilizando instrumentos modernos, são capazes de medir massa
isotópicas com até nove algarismos significativos.

Figura 8: Um espectrômetro de massa

À exceção do carbono-12, cuja massa é definida como sendo exatamente 12 u, as massas isotópicas
não apresentam valores inteiros. Porém as massas isotópicas têm valores sempre muito próximos do número
de massa do isótopo. Por exemplo, a massa de um átomo de boro-11 (11B, 5 prótons e 6 nêutrons) é 11,0093
u, e a massa de um átomo de ferro-58 (58Fe, 26 prótons e 32 nêutrons) é 57,9333 u. Note também que as
massas dos isótopos individuais são sempre ligeiramente menores que a soma das massa dos prótons,
nêutrons e elétrons que compõe o átomo. Essa diferença de massa, chamada de “defeito de massa”, está
relacionada à energia que mantém as partículas do núcleo unidas.
4 – Massa Atômica
Uma vez que cada amostra de boro tem alguns átomos com massa de 10,0129 u e outros com massa de
11,0093 u, a massa atômica média deve ter um valor intermediário. A massa atômica (ou peso molecular) é
a massa média de uma amostra representativa de átomos. Para o boro, a massa atômica é 10,81. De um modo
geral, a massa atômica de um elemento pode ser calculada usando-se a equação:
𝑎𝑏𝑢𝑛𝑑â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑚 % 𝑑𝑜 𝑖𝑠ó𝑡𝑜𝑝𝑜 1
𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑎𝑡ô𝑚𝑖𝑐𝑎 = ( ) (𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑎𝑡ô𝑚𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑜 𝑖𝑠𝑜𝑡ó𝑝𝑜 1)
100
𝑎𝑏𝑢𝑛𝑑â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑚 % 𝑑𝑜 𝑖𝑠ó𝑡𝑜𝑝𝑜 2
+( ) (𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑎𝑡ô𝑚𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑜 𝑖𝑠𝑜𝑡ó𝑝𝑜 2) + ⋯
100
Para o boro, com dois isotópos ( B, 19,91% de abundância; 11B, 80,09% de abundância), temos
10

19,91 80,09
𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑎𝑡ô𝑚𝑖𝑐𝑜 = ( ) × 10,0129 + ( ) × 11,0093 = 10,81
100 100
A equação fornece uma média ponderada em termos de abundância de cada isótopo do elemento.
Conforme ilustrado nos dados da Tabela 2, a massa atômica de um elemento sempre tem um valor mais
próximo dos isótopos mais abundantes.
A massa atômica de cada elemento estável foi determinada experimentalmente, e esses valores
aparecem na Tabela Periódica. Na Tabela Periódica, o boxe de cada elemento contém o número atômico, o
símbolo do elemento e a massa atômica. Para elementos instáveis (radioativos), a massa atômica ou o número
de massa do isótopo mais estável é fornecido entre parênteses.

Tabela 2 Abundância Isotópica e Massa Atômica.


Elemento Símbolo Massa atômica Número de massa Massa Isotópica Abundância
(u) natural (%)
Hidrogênio H 1,00794 1 1,0078 99,895
D 2 2,0141 0,015
T 3 3,0161 0
Boro B 10,811 10 10,0129 19,91
11 11,0093 80,09
Neônio Ne 20,1997 20 19,9924 90,48
21 20,9938 0,27
22 21,9914 9,25
Magnésio Mg 24,305 24 23,9850 78,99
25 24,9858 10,00
26 25,9826 11,01

5 – Os Átomos e o Mol
Um dos aspectos mais excitantes da pesquisa em química é a descoberta de alguma nova substância, e uma
parte desse processo envolve experimentos quantitativos. Quando dois reagentes químicos reagem entre si,
queremos saber quantos átomos de cada um são usados de modo que se possa estabelecer fórmulas para os
produtos. Para tanto, necessitamos de um método para contar átomos, não importando quão diminutos eles
sejam. Isto é, devemos descobrir uma maneira de conectar o mundo macroscópico, o mundo que podemos
ver, com o mundo particulado dos átomos, das moléculas e dos íons. A solução para esse problema deve
definir uma quantidade conveniente de matéria que contém um número conhecido de partículas. Essa unidade
de contagem química é o mol.
A palavra “mol” foi introduzida por volta de 1896 por Friedrich Wilhem Ostwald (1853-1932), que
derivou o termo da palavra em latim moles, que significa “monte” ou “pilha”. O mol, cujo símbolo é mol, é a
unidade básica do SI para medir uma quantia de substância e é definido como segue:
Um mol é a quantia de substância que possui um número de unidades
fundamentais (átomos, moléculas ou outras partículas) igual ao número
de átomos presente em exatamente 12 g do isótopo carbono-12.
A chave para compreender o conceito de mol é que um mol contém o mesmo número de partículas,
não importa qual a substância. Um mol de sódio contém o mesmo número de átomos que um mol de ferro.
Mas quantas partículas? Muitas, muitas experiências ao longo dos anos estabeleceram esse número como
1 mol = 6,0221415.1023 partículas
Esse valor é conhecido como número de Avogadro, em homenagem a Amadeo Avogadro,
advogado e físico italiano (1776-1856) que concebeu a idéia básica (mas nunca determinou o número).

Perspectivas Históricas: Amadeo Avogadro e seu Número


Amadeo Avogadro, Conte di Quaregna (1776-1856), foi um nobre italiano e advogado. Por volta de 1800, ele se voltou para
a ciência, tornando-se o primerio professor de matemática e física da Itália.
Avogadro nos porpôs a noção de um número fixo de partículas em uma unidade química. Na verdade, o número foi
batizado em sua homenagem porque ele realizou experimentos no século XIX que fundamentaram o conceito.
O quão grande é o número de Avogadro? Um mol de sementes de pipoca não estouradas, espalhadas sobre os Estados
Unidos, seria suficiente para cobrir o país com uma camada de aproximadamente 9 milhas3 de espessura. Um mol de
moedas de um centavo de dólar dividido igualmente entre cada homem, mulher, e criança nos Estados Unidos permitiria a
cada pessoa pagar a dívida nacional daquele país (US$ 5,7 trilhão ou 5,7.1012 dólares) e ainda ficar com 15 trilhões de
dólares de sobra!
O número de Avogadro é um valor único, tal como pi? Não. Ele é fixado pela definição do mol como sendo exatamente 12 g
de carbono-12. Se um mol de carbono fosse definido de forma a ter outra massa, o número de Avogadro teria outro valor.

Massa Molar
A massa em gramas de um mol de átomos de qualquer elemento (6,0221415.10 23 átomos do elemento) é a
massa molar desse elemento. A massa molar é abreviada convencionalemente com um M maiúsculo em
itálico e é expressa em unidades de gramas por mol (g/mol). A massa molar de um elemento é a quantia em
gramas numericamente igual à massa atômica em unidades de massa atômica. Usando o sódio e o chumbo
como exemplos:
Massa molar do sódio (Na) = massa de exatamente 1,000 mol de átomos de Na
= 22,99 g/mol
= massa de 6,022.1023 átomos de Na
Massa molar do chumbo (Pb) = massa de exatamente 1,000 mol de átomos de Pb
= 207,2 g/mol
= massa de 6,022.1023 átomos de Pb
A Figura 9 mostra os tamanhos relativos de um mol de algumas substâncias elementares comuns.
Embora cada uma dessas “pilhas de átomos” tenha volume e massa diferentes, cada uma delas contém
6,022.1023 átomos.

Figura 9: Um mol de algumas substâncias elementares comuns. Enxofre em pó, 32,066 g; lascas de magnésio, 24,305
g; estanho, 118,71 g; silício, 28,086 g. Acima, esferas de cobre, 63,546 g.

O conceito de mol é a pedra fundamental da química quantitativa. É essencial para que possamos
converter mols para massa e massa para mols. A análise dimensional mostra que isso pode ser feito da
seguinte maneira:

CONVERSÃO MASSA  MOLS


𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑚𝑜𝑙𝑠
𝑔𝑟𝑎𝑚𝑎𝑠 1𝑚𝑜𝑙
𝑀𝑜𝑙𝑠 × = 𝑔𝑟𝑎𝑚𝑎𝑠 𝐺𝑟𝑎𝑚𝑎𝑠 × = 𝑚𝑜𝑙𝑠
1𝑚𝑜𝑙 𝑔𝑟𝑎𝑚𝑎𝑠
 
massa molar 1/massa molar
Por exemplo, que massa, em gramas, é representada por 0,35 mol de alumínio? Usando a massa
molar do alumínio (27,0 g/mol), você descobre que 0,35 mol de Al tem uma massa de 9,5 g.
Observe na Tabela Periódica que algumas massas atômicas são conhecidas com mais algarismos
significativos e casa decimais do que outras. Ao usar massa molares em um cálculo, a convenção seguida
neste livro deve usar um algarismo significativo a mais na massa molar do que em qualquer um dos outros
dados. Por exemplo, se se pesar 16,5 g de carbono, usam-se 12,01 g/mol para a massa molar de C para
encontrar a quantia de carbono presente.
Usar um algarismo significativo a mais significa que a exatidão da massa molar é maior do que os
outros números e não afetará a exatidão do resultado.

6 – A Tabela Periódica
A Tabela Periódica dos elementos é uma das ferramentas mais úteis em química. Além da riqueza de
informações, ela pode ser usada para organizar muitas das idéias da química.
É importante que você se familiarize com suas características principais e sua terminologia.

Características da Tabela periódica


As características organizacionais principais da Tabela Periódica são as seguintes:
 Os elementos são arranjados de modo que aqueles com propriedades químicas e físicas similares
encontrem-se nas colunas verticais chamadas grupos ou famílias. A Tabela Periódica geralmente
usada nos Estados Unidos tem os grupos numerados de 1 a 8, com cada número seguida por uma
letra: A ou B. Os Grupos A são frequentemente designados de elementos do grupo principal ou
elementos representativos, e os Grupos B são os elementos de transição.
 As fileiras horizontais da tabela são chamadas de períodos e são numeradas começando com 1 para
o período que contém somente H e He. Por exemplo, o sódio, Na, está no Grupo 1 e é o primeiro
elemento do terceiro período. O mercúrio, Hg, está no Grupo 2 e no sexto período (ou na sexta
fileira).
A Tabela Periódica pode ser dividida em diversas regiões de
acordo com as propriedades dos elementos. Nela, os elementos estão
divididos em metais, indicados em roxo, não metais, indicados em
amarelo, e metaloides, em verde.
Os elementos tornam-se gradualmente menos metálicos ao
andarmos da esquerda para a direita em um período, e os metaloides
encontram-se ao longo do limite metal/não metal. Alguns elementos
são mostrados na Figura 10.
Você provavelmente está familiarizado com muitas propriedades
dos metais a partir da sua experiência cotidiana (Figura 11a). Metais
são sólidos (à exceção do mercúrio), conduzem eletricidade, são
geralmente dúcteis (podem ser transformados em fios) e maleáveis
(podem ser enrolados em folhas), e podem formar ligas (soluções de
um ou mais metais em um outro metal). O ferro (Fe) e o alumínio
(Al) são usados nas peças de automóveis em função de sua
ductilidade, maleabilidade e baixo custo em relação a outros metais.
O cobre (Cu) é usado na fiação elétrica porque conduz eletricidade
melhor do que a maioria dos metais. O cromo (Cr) é depositado nas
peças de automóveis, não apenas porque seu brilho metálico faz com
que as peças parecem mais bonitas, mas também porque a cromagem
protege o metal da reação com o oxigênio do ar.
Os não metais ficam a direita de uma linha diagonal que se
estende de B a Te na Tabela Periódica e têm uma larga variedade de
propriedades: alguns são sólidos (carbono, enxofre, fósforo e iodo).
Quatro elementos são gases à temperatura ambiente (oxigênio,
nitrogênio, flúor e cloro). Um elemento, o bromo, é um líquido à
temperatura ambiente (Figura 11b). À exceção do carbono na forma
de grafite, os não metais não conduzem a eletricidade, o que é uma
das características principais que se distingue dos metais. Todos os
não metais encontram-se à direita B ao Te na tabela Periódica.
de uma linha diagonal que vai do
Alguns dos elementos adjacentes à linha diagonal do boro (B) ao telúrio (Te) apresentam
propriedades que os tornam difíceis de classificar como um metal ou um não metal. Os químicos os chamam
de metaloides ou, às vezes, de semimetais (Figura 11c). Você deve saber, entretanto, que os químicos
discordam frequentemente, não apenas sobre o que é um metaloide, mas também sobre quais elementos se
inserem nessa categoria. Definiremos o metaloide como um elemento que tenha algumas das características
química de um não metal, e nós incluímos somente B, Si, Ge, As, Sb e Te nessa categoria. Essa distinção
reflete a ambiguidade no comportamento desses elementos. O antimônio (Sb), por exemplo, conduz
eletricidade tão bem quanto muitos elementos que são metais verdadeiros. Sua química, entretanto,
assemelha-se àquela do não metal, como o fósforo.

O Desenvolvimento da Tabela Periódica


Embora o arranjo dos elementos na Tabela Periódica possa agora ser entendido com base na estrutura
atômica, a tabela foi originalmente desenvolvida a partir de um grande número de observações experimentais
das propriedades químicas e físicas dos elementos e é o resultado das idéias de um número de químicos do
século XVIII e XIX.
Em 1869, na Universidade de São Petersburgo, na Rússia, Dimitri Ivanovitch Mendeleev (1834-
1907) estava pensando sobre as propriedades dos elementos enquanto escrevia um livro de química; ao
estudar as propriedades químicas e físicas dos elementos, ele percebeu que, se os elementos fossem arranjados
em ordem crescente de massa atômica, elementos com propriedades similares formavam um padrão regular.
Isto é, ele observeu uma periodicidade, ou repetição periódica, das propriedades dos elementos. Mendeleev
organizou os elementos conhecidos em uma tabela alinhando-os em uma fileira horizontal em ordem
crescente de massa atômica. Cada vez que chegava a um elemento com propriedades similares a um que já
estivesse na fileira, ele começava uma fileira nova. Por exemplo, os elementos Li, Be, B, C, N, O e F estavam
em uma fileira. O sódio era o próximo elemento então conhecido; como suas propriedades eram muito
parecidas com as do Li, ele iniciou uma nova fileira. As colunas, então, continham elementos como Li, Na e
K, com propriedades semelhantes.
Uma característica mais importante da tabela de Mendeleev – e uma marca de sua genialidade e de
sua audácia – foi que ele deixava um espaço vazio em uma coluna quando um elemento não era ainda
conhecido, mas deveria existir e ter as propriedades similares às do elemento que se situaria acima dele na
tabela. Ele deduziu que esses espaços seriam preenchidos por elementos ainda não descobertos. Por exemplo,
um espaço foi deixado entre o Si (silício) e o Sn (estanho) no que é agora o Grupo 4A. Com base na
progressão das propriedades nesse grupo, Mendeleev pôde prever as propriedades do elemento que faltava;
com a descoberta do germânio em 1886 previsões de Mendeleev foram confirmadas.
Na tabela de Mendeleev, os elementos estavam arranjados em ordem crescente de massa. Entretanto,
uma tabela moderna vê-se que, com base nisso, o Ni e o Co, Ar e K, e Te e I deveriam ser invertidos.
Mendeleev supôs que as massas atômicas conhecidas naquela época eram inexatas, o que não é má suposição,
baseando-se nos métodos analíticos então em uso. Na verdade, a sua ordem estava correta, e o que estava
errada era a usa suposição de que as propriedades de um elemento eram uma função da sua massa.
Em 1913, H. G. J. Moseley (1887-1915), um jovem cientista inglês que trabalhava com Ernest
Rutherford, corrigiu a suposição de Mendeleev. Moseley fazia experiências nas quais bombardeava muitos
metais diferentes com elétrons em um tubo de raios catódicos (Figura 3) e examinou os raios X emitidos no
processo. Ao procurar alguma ordenação em seus dados, ele notou que o comprimento de onda dos raios X
emitidos por um elemento estava relacionado de forma precisa com o número atômico desse elemento. De
fato, os químicos rapidamente perceberam que a organização dos elementos em uma tabela em ordem
crescente de número atômico corrigia as inconsistências da tabela de Mendeleev. A lei da periodicidade
química é agora formulada como “as propriedades dos elementos são funções periódicas do número
atômico”.
Figura 10: Alguns dos 116 elementos conhecidos.

Figura 11: Elementos representativos. (a) O magnésio, o alumínio e o cobre são metais. Todos podem ser transformados
em fios e conduzem eletricidade. (b) Somente 15 elementos podem ser classificados como não metais, entre eles, o bromo
líquido alaranjado e o iodo roxo sólido. (c) Somente seis elementos são geralmente classificados como semimetais ou
metaloides. Esta fotografia mostra o silício sólido em variadas formas, incluindo um wafer em que estão impressos circuitos
eletrônicos.
Perspectivas Históricas: A Tabela Periódica
Em seu livro Nature’s Building Blocks (os blocos de construção na natureza), John Emsley nos diz que “enquanto houver
estudo da química, existirá uma Tabela Periódica. Mesmo que algum dia nos comuniquemos com uma outra parte do
Universo, podemos ter certeza de que uma das coisas qua ambas as culturas terão em comum será um sistema ordenado
dos elementos que será instantaneamente reconhecido pelas duas formas inteligente de vida”.
A pessoa creditada com a organização dos elementos em uma tabela eriódica é Dimitri Mendeleev. Porém outros químicos
já haviam reconhecido há bastante tempo que grupos de elementos possuíam algumas propriedades em comum. Em 1829
Johann Dobereiner (1780-1849) anunciou a Lei das Triades. Ele mostrou que havia grupos de três elementos (triades) nos
quais o elemento do meio possuía uma massa atômica que era a média dos outros dois. Uma dessas triades consistia de
Li, Na e K. Outra era formada por Cl, Br e I.
Talvez a primeira revelação da periodicidade dos elementos tenha sido publicada por um geólogo francês, A.E. Béguyer de
Chancourtois (1820-1886), em 1862. Ele listou os elementos em uma fita de papel e, de acordo com Emsley, “então enrolou
esta fita, na forma de uma espiral, ao redor de um cilíndro. A superfície do cilíndro era dividida em 16 partes, com base na
massa atômica do oxigênio. De Chancourtois notou que certas triades ficavam juntas cilíndro abaixo, tais como os metais
alcalinos”. Ele chamou seu modelo de “parafuso telúrico”.
Outra tentativa de organizar os elementos foi proposta por John Newlands (1837-1898) em 1864. Sua Lei dos Oitavos
propunha que havia uma propriedade periódica a cada oito elementos, assim como a escala musical se repete a cada
oitava nota. Infelizmente, sua proposta foi ridiculizada na época.
Julius Lothar Meyer (1830-1895) chegou mais próximo que qualquer outro da descoverto da Tabela Periódica. Ele
desenhou um gráfico dos volumes atômicos dos elementos em função de sua massa atômica. Isso mostrou claramente um
aumento e queda periódicos do volume atômico ao percorrermos o que hohe chamamos de períodos da Tabela. Meyer
passou o artigo para um colega para que este fizesse comentários. Seu colega demorou para devolver o artigo e,
infelizmente para Meyer, o artigo de Mendeleev foi publicado neste interim. Como os químicos reconheceram
imediatamente a importância do artigo de Mendeleev, Meyer não recebeu o reconhecimento que ele talvez mereça.

Gráfico de volume atômico. Julius Lothar meyer (1830-1895) ilustrou a periodicidade dos elementos em 1868, plotando o volume atômico
em função da massa atômica. (este gráfico utiliza dados atuais). Fonte: C.N. Singman: Journal of Chemical Education, v.61, p.137, 1984.

7 – Uma Visão Geral dos Elementos, de sua Química e da


Tabela Periódica
As colunas verticais, ou grupos, da Tabela Periódica contêm os elementos com propriedades químicas e
físicas semelhantes e diversos grupos de elementos com nomes distintos, que são úteis de se saber.

Grupo 1, os Metais Alcalinos: Li, Na, K, Rb, Cs, Fr


Os elementos na coluna mais à esquerda, o Grupo 1, são conhecidos como metais alcalinos. Todos são
metais e são sólidos à temperatura ambiente. Os metais do Grupo 1 são todos reativos. Por exemplo, reagem
com água para produzir hidrogênio e soluções alcalinas (Figura 12). Em razão de sua reatividade, esses metais
somente são encontrados na natureza combinados em compostos (como NaCl), nunca como substâncias
simples.

Figura 12: Metais alcalinos. (a) Cortar uma barra de sódio metálico com uma faca é mais ou menos como cortar um
pedaço de manteiga fria. (b) Quando um metal alcalino como o potássio é tratado com água, ocorre uma reação vigorosa,
resultando em uma solução alcalina e gás hidrogênio, que queima ao ar.
Grupo 2, os Metais Alcalino-terrosos: Be, Mg, Ca, Sr, Ba, Ra
O segundo grupo na Tabela Periódica, o Grupo 2, é
Tabela 3: Os dez elementos mais abundantes na crosta constituído inteiramente de metais que ocorrem
terrestre.
naturalmente apenas em compostos (Figura 13). À
Posição Elemento Abundância
exceção do berílio (Be), esses elementos também
(ppm)
reagem com água para produzir soluções alcalinas, e
1 Oxigênio 474.000
a maioria de seus óxidos (como a cal, CaO) forma
2 Sílicio 277.000
soluções alcalinas; por isso são chamados de metais
3 Alumínio 82.000 alcalino-terrosos. O magnésio (Mg) e o cálcio (Ca)
4 Ferro 41.000 são o sétimo e o quinto elementos mais abundantes
5 Cálcio 41.000 na crosta terrestre, respectivamente (Tabela 3). O
6 Sódio 23.000 cálcio é especialmente conhecido; é um dos
7 Magnésio 23.000 elementos importantes nos dentes e nos ossos, e
8 Potássio 21.000 ocorre naturalmente em vastos depósitos de calcário.
9 Titânio 5.600 O carbonato de cálcio (CaCO3) é o constituinte
10 Hidrogênio 1.520 principal da pedra calcária e dos corais, das conchas
marinhas, do mármore e do giz (Figura 13b). O rádio
(Ra), o elemento alcalino-terroso mais pessado, é
radioativo e é usado no tratamento de alguns tipos de
câncer por radiação.

Figura 13: Metais alcalino-terrosos. (a) Quando aquecido


ao ar, o magnésio queima, formando o óxido de magnésio.
As faíscas brancas vistas nos fogos de artifício são
magnésio sendo queimado. (b) Algumas substâncias
comuns contendo cálcio; calcita (o cristal transparente);
uma concha marinha; pedra calcária; e um remédio para
eliminar o excesso de ácido no estômago.

Grupo 13: B, Al, Ga, In, Tl


O Grupo 13 contém um elemento de grande importância, o alumínio (Figura 14). Esse elemento e três outros
(gálio, índio e tálio) são metais, enquanto o boro (B) é um metaloide. O alumínio (Al) é o metal mais
abundante na crosta terrestre com 8,2% em massa. Sua abundância somente é menor do que a dos não metais
oxigênio e silício. Esses três elementos são encontrados combinados nas argilas e em outros minerais comuns.
O boro ocorre no bórax mineral, extraído no Vale da Morte, na Califórnia, um composto usado como
agente de limpeza, antisséptico e como fluxo para trabalhar em metal. Como metaloide, o boro tem uma
química diferente da dos outros elementos do Grupo 13, que são todos metais. Apesar disso, todos formam
compostos com fórmulas análogas, tais como BCl3 e AlCl3, e esta similaridade os caracteriza como membros
do mesmo grupo.

Figura 14: Os elementos do grupo 13. (a) O boro é extraído como bórax, um composto natural usado no sabão. O bórax
foi extraído no Vale da Morte, Califórnia, no fim do século XIX e era içado das minas em vagões puxados por equipes de 20
mulas (chamadas bórax). O boro é também um componente do vidro borossilicato, que é utilizado em vidraria para
laboratório. (b) O alumínio é abundante na crosta terrestre. É encontrado em todas as argilas e está presente em muitos
minerais e gemas, ele possui muitas aplicações comerciais na forma de metal, bem como na forma de sulfato de alumínio,
utilizado na purificação da água.
Grupo 14: C, Si, Ge, Sn, Pb
Todos os elementos que descrevemos até aqui, exceto o boro, são metais. Começando com o Grupo 14,
entretanto, os grupos contêm cada vez mais não metais. No Grupo 14 há um não metal, o carbono (C), dois
metaloides, silício (Si) e germânio (Ge), e dois metais, estanho (Sn) e chumbo (Pb). Por causa da mudança de
comportamento metálico para não metálico, existe variações nas propriedades dos elementos desse grupo do
que na maioria dos outros. Ainda assim, esses elementos também formam compostos com fórmulas análogas
(tais como CO2, SiO2, GeO2, SnO2 e PbO2), sendo, portanto, atribuídos ao mesmo grupo.
O carbono é a base para a grande variedade de compostos químicos que constituem os seres vivos.
Ele é encontrado na atmosfera na forma de CO2, na superfície da Terra em carbonatos como calcários (Figura
13b) e no carvão, no petróleo e no gás natural – os combustíveis fósseis.
Um dos aspectos mais interessantes da química dos não metais é que um determinado elemento ode
frequentemente existir em diversos formas diferentes, chamadas de alótropos, cada um com suas
propriedades individuais. O carbono tem pelo menos três alótropos, sendo a grafite e o diamante os mais
conhecidos (Figura 15). As camadas planas de átomos de carbono no grafite (Figura 15a) ligam-se fracamente
umas às outras. Uma camada pode deslizar facilmente sobre a outra, o que explica por que a grafite é macia e
uma boa lubrificante, além de ser usada na fabricação do lápis. (Na verdade, a grafite do lápis é um compósito
de grafite e argila que deixa um traço de grafite na página à medida que se escreve.)
No diamante, cada átomo de carbono é conectado a quatro outros nos cantos de um tetraedro, e este
padrão se estende por todo o sólido (Figura 15b). Essa estrutura faz que o diamante seja extremamente duro,
mais denso (d = 3,51 g/cm3 para o diamante e d = 2,22 g/cm3 para a grafite) e quimicamente menos reativo do
que a grafite. Uma vez que os diamantes não são somente duros, mas também excelentes condutores de calor,
são usados nas pontas de ferramentas de corte de metais e de rochas.
No final da década de 1980, outra forma de carbono foi identificada como um componente da
fuligem preta, o material depositado quando se queima matéria contendo carbono em uma atmosfera pobre
em oxigênio. Essa substância é composta por moléculas com 60 átomos de carbono arranjados como uma
“gaiola” esférica (Figura 15c). Pode-se notar que a superfície é composta de anéis de cinco e seis membros e
se parece com uma bola de futebol oca. A forma também lembrou os descobridores de um domo arquitetônico
criado várias décadas antes pelo engenheiro e filósofo norte-americano R. Buckminster Fuller. O nome oficial
do alótropo é, portanto, buckminsterfulereno, e os químicos frequentemente chamam essas moléculas de
“fulerenos”.

Figura 15 Os alótropos do carbono. (a) A grafite consiste em camadas de átomos de carbono. Cada átomo de carbono
está ligado a três outros formando uma lamela de anéis hexagonais de seis membros. (b) No diamante, os átomos de
carbono são arranjados também em anéis de seis membros, mas os anéis não são planares porque cada átomo de C é
ligado tetraedricamente a outros quatro átomos de C. (c) Membro da família chamada de buckminsterfulereno, C60 é um
alótropo do carbono em que 60 átomos de C são arranjados em uma gaiola esférica que se assemelha a uma bola de
futebol oca. Observe que cada anel de seis membros é parte de outros três anéis de seis membros e três anéis de cinco
membros. Os químicos chamam essa molécula de fulereno. O C60 é um pó preto; aqui, ele é mostrado no fundo de um tubo
de vidro pontiagudo.

Óxidos de silício constituem a base de muitos minerais, como as argilas, o quartzo e as belas gemas
como a ametista. O estanho e o chumbo são conhecidos há séculos, pois são facilmente separados de seus
minérios por fundição. A liga de cobre e estanho é o bronze, que era utilizado nos tempos antigos em
utensílios e armas. O chumbo foi utilizado em encanamentos e tinta, embora o elemento seja tóxico para os
humanos.

Grupo 15: N, P, As, Sb, Bi


O nitrogênio, que ocorre naturalmente na forma de N2 (Figura 10 e 16), constitui aproximadamente três
quartos da atmosfera terrestre; ele também está incorporado em substâncias biologicamente importantes,
como a clorofila, as proteínas e o DNA. Portanto, os cientistas têm procurado há muito tempo formas de obter
compostos a partir do nitrogênio atmosférico (formando compostos do elemento). A natureza atinge
facilmente esse objetivo com as plantas, mas condições severas (altas temperaturas, por exemplo) têm de ser
usadas no laboratório e na indústria para fazer com que o N 2 reaja com outras substâncias elementares (como
o H2, para formar a amônia, NH3, que é muito utilizada como fertilizante).
O fósforo, essencial à vida, é um constituinte importante dos ossos e dos dentes. O elemento brilha
no escuro se exposto ao ar, e seu nome, baseado nas palavras gregas que significam “portador de luz”, reflete
esse fato; apresenta também diversos alótropos, sendo fósforo branco e vermelho os mais importantes (Figura
16).
Ambas as formas do fósforo são usadas comercialmente – o fósforo branco inflama-se
espontaneamente no ar e, portanto, é normalmente armazenado sob a água. Porém, quando reage com o ar,
forma o P4O10, que pode reagir com a água, formando ácido fosfórico (H 3PO4) para uso em produtos
alimentícios, como os refrigerantes. O fósforo vermelho também reage com o oxigênio do ar e é usado nas
faixas laterais das caixas de fósforos.

Figura 16: Substâncias elementares que existem na forma de


moléculas diatômicas ou poliatômicas. Sete dos elementos da
Tabela Periódica existem como substâncias elementares na forma de
moléculas diatômicas, isto é, que contêm dois átomos. O ozônio, um
alótropo de oxigênio, tem três átomos de O em sua molécula.

Grupo 16: O, S, Se, Te, Po


O Grupo 16 começa com o oxigênio, que constitui aproximadamente 20% da atmosfera terrestre e que se
combina prontamente com a maioria dos outros elementos. A maior parte da energia que impulsiona a vida na
Terra é derivada das reações em que o oxigênio se combina com outras substâncias.
O enxofre era conhecido na forma elementar desde épocas antigas como “brimstone” ou “pedra
ardente”. O enxofre, o selênio e o telúrio são conhecidos coletivamente como calcogênios (da palavra grega,
khalkos, que significa cobre), porque a maioria dos minérios de cobre contém esses elementos. Seus
compostos podem ser mal-cheirosos e venenosos; apesar disso, o enxofre e o selênio são componentes
essenciais da dieta humana. O composto mais importante do enxofre é a ácido sulfúrico (H 2SO4), que é
fabricado em maior quantidade do que qualquer outro composto.
Assim como no Grupo 15, os elementos do segundo e terceiro períodos têm estruturas diferentes. De
maneira igual ao nitrogênio, o oxigênio é também uma molécula diatômica (Figura 16). Ao contrário do
nitrogênio, entretanto, o oxigênio tem um alótropo, o ozônio, O3, composto bastante conhecido. O enxofre,
que pode ser encontrado na natureza na forma de um sólido amarelo, possui muitos alótropos, e o mais
comum deles consiste em anéis de oito membros de átomos de enxofre em forma de coroa.
O polônio, elemento radioativo, foi isolado em 1898 por Marie e Pierre Curie, que o separaram de
toneladas de minérios que continha urânio, e deram seu nome em homenagem ao país natal de madame Curie,
a Polônia.

Grupo 17, Halogênios: F, Cl, Br, I, At


Na extrema direita da tabela Periódica estão dois grupos compostos inteiramente de não metais. Os elementos
do Grupo 17 – flúor, cloro, bromo e iodo – são não metais e existem todos na forma de moléculas diatômicas
(Figura 16). À temperatura ambiente, o flúor (F2) e o cloro (Cl2) são gases. O bromo (Br2) é líquido e o iodo
(I2) é sólido, mas vapores de bromo e iodo são facilmente vistos sobre o líquido ou o sólido.
Os elementos do Grupo 17 estão entre os elementos mais reativos. Todos combinam-se
violentamente com os metais alcalinos para formar sais tais como o sal de cozinha, NaCl. O nome para esse
grupo, halogênios, vem das palavras gregas hals, que significa “sal”, e genes, que significa “formador”. Os
halogênios também reagem com muitos outros metais para formar compostos e combinam-se também com a
maioria dos não metais, formando compostos.

Grupo 18, gases Nobres: He, Ne, Ar, Kr, Xe, Rn


Os elementos do grupo 18 – hélio, neônio, argônio, criptônio, xenônio e radônio – são os elementos menos
reativos. Todos são gases, e nenhum é abundante na Terra ou na atmosfera terrestre. Por causa disso, não
foram descobertos até o fim do século XIX. O hélio, segundo elemento mais abundante do Universo após o
hidrogênio, foi detectado no Sol em 1868 através da análise do espectro solar. (O nome do elemento vem da
palavra grega para o Sol, helios.) Porém não foi encontrado na Terra até 1895. Até 1962, quando um
composto de xenônio foi preparado pela primeira vez, acreditava-se que nenhum desses elementos seria capaz
de se combinar quimicamente com qualquer outro elemento. Desse fato deriva o nome comum dado a este
grupo, gases nobres, um termo cujo objetivo era denotar uma falta de reatividade geral desses elementos. Por
esse motivo, são às vezes chamados de gases inertes ou, em virtude de sua pequena abundância, gases raros.

Os Elementos de Transição
Entre os grupos 2 e 13 encontra-se uma série de elementos, chamados de elementos de transição. Na
nomenclatura norte-americana, eles preenchem os Grupos B entre o quarto e o sétimo período na Tabela
Periódica. Todos são metais (Figura 10), e 13 deles estão entre os 30 elementos mais abundantes da crosta
terrestre. Alguns, como o ferro (Fe), são abundantes na natureza (Tabela 4). A maioria ocorre naturalmente
em combinação com outros elementos, mas alguns – a prata (Ag), ou o ouro (Au) e a platina (Pt) – são muito
menos reativos, de modo que podem ser encontrados na natureza como substâncias simples puras.

Praticamente todos os elementos de transição têm


usos comerciais – são usados como materiais estruturais
Tabela 4: Abundância dos dez elementos de
transição que aparecem em maior número na (ferro, titânio, cromo, cobre); em pinturas (titânio, cromo);
crosta terrestre. nos conversores catalíticos em sistemas de exaustão de
Posição Elemento Abundância automóveis (platina e ródio); em moedas (cobre, níquel,
(ppm) zinco); e em baterias (manganês, níquel, cádmio,
4 Ferro 41.000 mercúrio).
9 Titânio 5.600 Diversos elementos de transição também
12 Manganês 950 desempenham funções biológicas importantes. Por
18 Zircônio 190 exemplo, o ferro, um elemento relativamente abundante
19 Vanádio 160 na crosta terrestre (Tabela 3), é o elemento central da
21 Cromo 100 química da hemoglobina, o composto do sangue que
23 Níquel 80 transporta oxigênio.
24 Zinco 75 Duas fileiras da parte inferior da Tabela
acomodam os lantanídeos (a série de elementos entre os
25 Cério 68
elementos lantânio [Z = 57] e háfnio [Z = 72]) e os
26 Cobre 50
actinídeos (a série de elementos entre o actínio [Z = 89] e
o rutherfórdio [Z = 104]). Alguns compostos de
lantanídeos são usados nos tubos de imagem de
televisores coloridos; o urânio (Z = 92) é o combustível
das usinas nucleares; e o amerício (Z = 95) é usado em
detectores de fumaça.

8 –Elementos Essenciais
À medida que nosso conhecimento da bioquímica – a química dos seres vivos – aumenta, aprendemos mais e
mais sobre os elementos essenciais. Esses elementos são tão importantes para a vida que uma deficiência de
qualquer um deles pode resultar na morte, anormalidades severas de desenvolvimento ou em doenças
crônicas. Nenhum outro elemento pode substituir um elemento essencial.
Dos 116 elementos conhecidos, apenas 11 predominam em muitos sistemas biológicos e estão
presentes nas mesmas quantias relativas, aproximadamente (Tabela 5). Nos seres humanos esses 11 elementos
constituem 99,9% do número total dos átomos presentes, mas quatro desses elementos – C, H, N e O –
respondem por 99% do total. Esses são os elementos encontrados na estrutura básica de todas as moléculas
bioquímicas. Além disso H e O estão presentes na água, um componente majoritário de todos os sistemas
biológicos.
Os outros sete do grupo de 11 elementos constituem aproximadamente apenas 0,9% dos átomos
totais do corpo. São eles: sódio, potássio, cálcio, magnésio, fósforo, enxofre e cloro, que ocorrem geralmente
na forma de íons, como Na+, K+, Ca2+, Mg2+, HPO42- e Cl-.
Os 11 elementos essenciais representam seis dos grupos da Tabela Periódica, e são todos elementos
“leves”; têm um número atômico menor que 18. Aproximadamente outros 17 elementos são essenciais em
quantias traços para a maioria – mas não para todos – dos sistemas biológicos. Alguns podem ser necessários
às plantas; outros, aos animais; e outros apenas a determinadas plantas ou animais. Com poucas exceções,
esses elementos são geralmente mais “pesados”; elementos que têm um número atômico maior do que 18. São
divididos de maneira aproximadamente uniforme entre metais e não metais (ou metaloides).

Tabela 5: Quantidades relativas dos


elementos essenciais no corpo humano.
Elemento Percentagem
em massa
Oxigênio 65
Carbono 18 Os elementos no corpo humano
Hidrogênio 10 Elementos principais Elementos traços
Nitrogênio 3 99,9% de todos os átomos 0,1% de todos os átomos
Cálcio 1,5 (99,5% em massa) (0,5% em massa)
Fósforo 1,2 C, H, O, N V, Cr, Mo, Mn, Fe, Co,
Potássio, enxofre, 0,2 Na, Mg, P, S, Cl Ni, Cu, Zn
cloro K, Ca B, Si, Se, F, Br, I, As, Sn
Sódio 0,1
Magnésio 0,05
Ferro, cobalto, < 0,05
cobre, zinco, iodo
Selênio, flúor < 0,01

Embora muitos dos metais deste grupo sejam necessários apenas em quantias traço, eles são
frequentemente parte integral de moléculas biológicas específicas – como a hemoglobina (Fe), a mioglobina
(Fe) e a vitamina B12 (Co) – e ativam ou regulam sua função.
Boa parte dos 3 ou 4 g de ferro no corpo humano é encontrada na hemoglobina, a substância
responsável pelo transporte do oxigênio para as células do corpo. A deficiência de ferro é marcada pela
fadiga, por infeções e pela inflamação da boca. Uma pessoa tem também, em média, 2 g de zinco; a falta
desse elemento é evidenciada pela perda do apetite, dificuldade de crescimento e por mudanças na pele.
O corpo humano possui aproximadamente 75 mg de cobre, dos quais aproximadamente um terço é
encontrado nos músculos, e o restante, em outros tecidos. O cobre está envolvido em muitas funções
biológicas, de modo que sua deficiência apresenta distúrbios variados: anemias, degeneração do sistema
nervoso, danos ao sistema imunológico e defeitos na cor e na estrutura dos cabelos.
Revisão dos Objetivos do Capítulo
Agora que você já estudou este capítulo, você deve perguntar a si mesmo se você atingiu os objetivos do
capítulo. Especificamente, você deve ser capaz de:

Descrever a estrutura atômica e definir número atômico e número de massa


a. Explicar o desenvolvimento histórico da teoria atômica e identificar alguns dos cientistas que
fizeram contribuições importantes.
b. Descrever elétrons, prótons, nêutrons e a estrutura geral do átomo.
c. Compreender a escala de massa relativa e a unidade da massa atômica.
Compreender a natureza dos isótopos e calcular a massa atômica a partir de abundâncias isotópicas e
massas isotópicas
a. Definir isótopo e dar o número de massa e número de nêutrons para um isótopo específico.
b. Fazer cálculos que relacionam a massa atômica de um elemento a abundâncias isotópicas e massa.
Explicar o conceito de mol e usar a massa molar em cálculos
a. Compreender que a massa molar de um elemento é massa em gramas do número de Avogadro de
átomos desse elemento.
b. Saber usar a massa molar de um elemento e o número de Avogadro em cálculos.
Conhecer a terminologia da Tabela Periódica
a. Identificar a posição na tabela periódica dos grupos, períodos, metais, metaloides, não metais, metais
alcalinos, metais alcalino-terrosos, halogênios, gases nobres e elementos de transição.
b. Reconhecer semelhanças e diferenças nas propriedades de alguns dos elemntos comuns de um grupo.

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