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Objetivos
Poeira de Estrelas
Uma grande variedade de elementos compõe o planeta Terra e todas as coisas vivas sobre ele. Qual é a visão que a
ciência tem da origem cósmica destes elementos, os quais muitas vezes notamos, em nosso meio ambiente e em nossas
vidas?
A teoria do Big Bang é geralmente a mais aceita para a origem do Universo. Essa teoria afirma que ume esfera de matéria
do tamanho de uma laranja grande, de densidade inimaginável, explodiu há aproximadamente 15 bilhões de anos,
espalhando os produtos dessa explosão na forma de uma nuvem em rápida expansão, com temperatura na casa dos 10 30
K. Após cerca de 1 segundo, o Universo já estava preenchido com as partículas que exploramos neste capítulo: prótons,
elétrons e nêutrons. Passados mais alguns segundos, o Universo havia se resfriado em milhões de graus, e os prótons e
nêutrons começaram a se combinar para formar núcleos de hélio. Depois de apenas 8 minutos, acreditam os cioentistas, o
Universo consistia de um quarto de hélio e três quartos de hidrogênio. Na verdade, isso está muito próximo da composição
do Universo atual, 15 bilhões de anos depois. Mas os humanos, os animais e as plantas são constituídos principalmente de
carbono, oxigênio, enxofre, fósforo, ferro e zinco – elementos pesados que não se apresentam em abundância no Universo
como um todo. De onde vêm esses elementos mais pesados?
A nuve de hidrogênio e hélio foi se resfriando ao longo de um período de milhares de anos e se condensou para formar
estrelas como o nosso Sol. Nelas, os átomos de hidrogênio fundem-se em mais átomos de hélio, e a energia flui para fora
das estrelas. O Sol converte, a cada segundo, 700 milhões de toneladas de hidrogênio em 695 milhões de toneladas de
hélio e 3,9.1026 joules de energia são liberados.
Gradativamente, ao longo de milhões de anos, uma estrela queimando hidrogênio torna-se cada vez mais densa e quente.
Os átomos de hélio inicialmente formados na estrela começam a fundir-se em elementos mais pesados – primeiro carbono,
depois oxigênio, e depois neônio, magnésio, silício, fósforo e argônio. A estrela se torna ainda mais densa e quente. O
hidrogênio é forçado para as regiões mais externas da estrela, que se torna uma gigante vermelha. Em certas
circunstâncias, a estrela explodirá, e os observadores na Terra a verão como uma supernova. Uma única supernova tem
brilho comparável ao de toda a galáxia na qqual ela se formou!
Os elementos que são expelidos de uma supernova em explosão se movem através do espaço e gradualmente são
convertidos em planetas, dentre os quais o nosso é apenas mais um.
O mecanismo de formação em uma estrela é razoavelmente bem compreendido, e há uma grande evidência experimental
que suporta essa teoria. Porém a maneira pale qual esses elementos se agreagm a partir da poeira de estrelas em
organismos vivos sobre nosso planeta – e talvez em outros planetas – ainda está longe de ser compreendida.
3 – Isótopos ............................................................................................ 9
Abundância Isotópica ...................................................................................................................................10
Determinando a Massa Atômica Exata e a Abundância Isotópica .................................................... 10
Eletricidade
A eletricidade está envolvida em muitas das experiências a partir das quais a teoria da estrutura atômica foi
derivada. O fato de que os objeto são capazes de apresentar carga elétrica foi observado primeiro pelos
antigos egípcios, ao notarem que o âmbar, quando friccionado com lã ou seda, atraía pequenos objetos. Em
um dia seco, pode-se observar o mesmo quando se fricciona uma bexiga nos cabelos, que serão atraídos pela
bexiga (Figura 2a). Um relâmpago ou o choque que se leva quando se toca em uma maçaneta são resultado do
movimento de uma carga elétrica.
Dois tipos de carga elétrica haviam sido descobertos à época do inventor e estadista norte-americano
Benjamin Franklin (1706-1790). Ele os chamou de positivos (+) e negativos (-), porque aparecem como
opostos e podem neutralizar uns aos outros. Experimentos mostram que as cargas iguais se repelem e que as
cargas opostas se atraem. Franklin concluiu também que existe um balanço de cargas: se uma carga negativa
aparece em algum lugar, uma carga positiva do mesmo tamanho deve aparecer em outro lugar. O fato de que
uma carga se acumula quando uma substância é friccionada contra outro implica a fricção que separa cargas
positivas e negativas (Figura 2a). Já no século XIX, compreendeu-se que as cargas positivas e negativas estão
associadas de algum modo com a matéria – talvez com os átomos.
Radioatividade
Em 1896 o físico francês Henri Becquerel (1852-1908) descobriu que um minério de urânio emitia raios
capazes de escurecer uma placa fotográfica, mesmo que a placa estivesse coberta por papel preto para evitar
sua exposição à luz. Em 1898, Marie et Pierre Curie isolaram o polônio e o rádio, que também emitiam o
mesmo tipo de raios, e, em 1899, eles sugeriram que os átomos de determinadas substâncias emitem esses
raios incomuns quando se desintegram. Eles chamaram esse fenômeno de radioatividade, e as substâncias
que apresentam essa prorpiedade são ditas radioativas.
Os experimentos iniciais identificaram três tipos de radiação: alfa (), beta () e gama (). Esses
raios se comportam de maneira diferente quando passam entre placas eletricamente carregadas (Figura 2b).
Os raios e são defletidos, mas os raios passam sem deflexão pelas placas; isso quer dizer que os raios
e são partículas eletricamente carregadas, porque as cargas são atraídas ou repelidas pelas placas carregadas.
Apesar da observação de a carga da partícula (+2) ser duas vezes maior do que a da partícula (-1), as
partículas são defletidas em menor extensão, o que implica o fato de que as partículas devam ser mais
pesadas do que as partículas . Os raios não têm carga ou massa detectáveis; eles se comportam como raios
de luz.
Figura 2: Eletricidade e radioatividade. (a) Se você esfregar seus cabelos com um balão, uma carga estática se
acumulará na superfície do balão. Experimentos mostram que objetos com cargas opostas se atraem, enquanto objetos
com cargas elétricas iguais se repelem. (b) Raios , e de um elemento radioativo são separados pela passagem por
placas eletricamente carregadas. As partículas positivamente carregadas são atraídas para a placa negativa, e as
partículas negativamente carregadas, para a placa positiva. Observe que as partículas , mais pesadas, sofrem deflexão
menor do que as partículas , mais leves. Os raios não possuem carga elétrica e, portanto, não sofrem deflexão pelas
placas carregadas.
A sugestão de Marie Curie de que os átomos se desintegram se opunha à idéia apresentada em 1803
por John Dalton de que o átomo era indivisível. Se os átomos podem ser divididos, deve existir algo ainda
menor do que o átomo, ou seja, os átomos devem ser compostos de partículas subatômicas ainda menores.
Figura 3: Determinação da razão carga-massa do elétron. Este experimento foi realizado por J.J. Thomson em 1896-
1897.
Você já está familiarizado com os raios catódicos. As imagens formadas na televisão e em alguns
tipos de monitor de computador são formadas usando-se placas eletricamente carregadas para direcionar raios
catódicos sobre a parte de trás de uma tela fluorescente na qual enxergamos a imagem. Sir Joseph John
Thomson (1856-1940) usou esse princípio para provar experimentalmente a existência do elétron e estudar
suas propriedades. Ele aplicou campos elétricos e magnéticos simultaneamente sobre um feixe de raios
catódicos. Balanceando o efito do campo elétrico com o do campo magnetico, e usando leis básicas da
eletricidade e do magnetismo, ele calculou a relação entre carga e massa para as partículas do feixe. Ele não
pôde determinar a carga ou a massa de forma independente. Entretanto, encontrou a mesma relação da carga-
massa em experiências com cátodos de 20 metais diferentes e com vários gases. Esses resultados sugeriram
que os elétrons estão presentes nos átomos de todos os elementos.
Coube ao físico americano Robert Andrews Millikan (1868-1953) determinar a carga de um elétron,
o que permitiu a outros cientistas calcular sua massa (Figura 4). Em seu experimento, minúsculas gotas de
óleo foram introduzidas em uma câmara; à medida que as gotas sedimentavam lentamente através do ar,
foram expostas a raios X, o que fez que adquirissem carga elétrica. Millikan usou um pequeno telescópio para
observar gotas individuais. Se a carga elétrica nas placas acima e abaixo das gotas fosse ajustada, a força
atrativa eletrostática que puxava uma gota para cima poderia ser balanceada pela força da gravidade que
puxava a gota para baixo. A partir das equações que descrevem essas forças, Millikan calculou a carga em
várias gotas. Diferentes gotas possíam cargas diferentes, mas Millikan notou que cada uma correspondia a um
múltiplo inteiro da mesma carga menor, 1,60.10 -19 C (onde C representa o Coulomb, a unidade SI de carga).
O físico supôs que essa era a unidade fundamental de carga, a carga de um elétron. Como a relação carga-
massa do elétron era conhecida, a massa do elétron poderia ser calculada. O valor atualmente aceito para a
massa do elétron é 9,109383.10 -28 g. e a carga do elétron é -1,602176.10-19 C. Quando nos referimos às
propriedades das partículas fundamentais, sempre expressamos a carga em relação à carga do elétron, à qual é
atribuído o valor -1.
Figura 4: A carga do elétron. O experimento foi realizado por R.A. Millikan em 1909.
Experimentos adicionais mostraram que os raios catódicos possuíam as mesmas propriedades que as
partículas emitidas por elementos radioativos. Isso forneceu uma evidência adicional que o elétron é uma
partícula fundamental da matéria.
Amplos estudos com tubos de raios catódicos no final do século XIX renderam outro dividendo.
Além dos raios catódicos, um outro tipo de radiação foi detectado. Um feixe de partículas positivamente
carregadas chamadas de raios canais foi observado usando-se um tubo de raios catódicos especialmente
projetado, com um cátodo perfurado (Figura 5).
Essas partículas, que se moviam na direção oposta à dos raios catódicos, passavam através dos
orifícios no cátodo e eram detectadas no lado oposto. Os valores da razão carga-massa para os raios canais
eram muito menores que os valores correspondentes medidos para os raios catódicos, indicando partículas de
massa maior. Porém os valores também variavam dependendo da natureza do gás no tubo. Sabemos hoje que
os raios canais se originam das colisões dos raios catódicos com átomos gasosos no interior do tubo de raios
catódicos, o que faz que cada átomo se fragmente em um íon positivo e um elétron. As partículas positivas
são atraídas pelo cátodo negativamente carregado.
Figura 5: Raios canais. Em 1886, E. Golstein detectou um fluxo de partículas movendo-se em direção oposta à dos raios
catódicos negativamente carregados. Hoje sabemos que essas partículas são íons positivamente carregados, formados por
colisões entre os elétrons e moléculas gasosas no interior do tubo de raios catódicos.
Prótons
Um século depois desses estudos seminais sobre a estrutura do átomo, é fácil reconhecermos o próton como a
partícula fundamental positivamente carregada do átomo. Entretanto, há um século, esse conhecimento não
surgiu de maneira tão simples. Esse fato básico não foi estabelecido em um único experimento ou em um
momento específico.
Com a determinação de que os elétrons negativamente carregados constituíam uma parte do átomo,
veio o reconhecimento de que deveria existir também uma partícula atômica positivamente carregada. Uma
hipótese sugerida era que deveria haver uma partícula complementar ao elétron com uma massa
correspondente e uma carga +1, mas não havia evidência experimental da existência de tal partícula. As
partículas positivas detectadas nos experimentos anteriores (partículas de elementos radioativos e íons
positivos que constituíam os raios canais) eram consideravelmente mais massivas.
Ernest Rutherford (1871-1937) provavelmente merece a maior parte do crédito pela descoberta do
próton. Ele executou experimentos no início dos anos 1900 nos quais vários elementos eram irradiados com
partículas . Um dos seus experimentos mais conhecidos envolvia a irradiação de metais como o ouro, que
levaram à conclusão de que os átomos continham um núcleo positivamente carregado com a maior parte da
massa do átomo. Ao mesmo tempo, Rutherford estava fazendo experimentos usando elementos gasosos e, em
um desses experimentos, ele observou a deflexão de partículas a em função da massa atômica. A partir desses
experimentos ele concluiu, em 1911, que “o átomo de hidrogênio tem a estrutura mais simples possível, com
apenas uma unidade de carga”. Porém a identificação formal do próton só ocorreu cerca de 10 anos mais
tarde. Em experimentos nos quais nitrogênio era bombardeado com partículas , Rutherford e seus
colaboradores observaram partículas altamente energéticas. Os valores de suas razões carga-massa eram
comparáveis aos do hidrogênio, a partícula positiva que se sabia ter a menor massa. Inesperadamente, eles
haviam executado a primeira reação nuclear artificial. A expulsão de um próton pelo núcleo foi aceita como
prova definitiva de que o próton era uma partícula nuclear. O nome “próton” para essa partícula parece ter
sido usado inicialmente por Rutherford num relatório em uma reunião científica em 1919.
Nêutrons
Uma vez que os átomos não têm nenhuma carga elétrica, o número de prótons positivos deve se igualar ao
número de elétrons negativos em um átomo. A maioria dos átomos, entretanto, tem massa maiores do que
seria previsto com base somente nos prótons e nos elétrons, o que sugeriu que os átomos deveriam também
conter partículas relativamente pesadas, sem nenhuma carga elétrica.
O Núcleo do Átomo
J.J. Thomson havia suposto que um átomo era uma esfera uniforme de matéria positivamente carregada,
dentro da qual havia milhares de elétrons incrustados. Thomson e seus alunos imaginavam que a única
questão dizia respeito ao número de elétrons que circulavam na esfera. Por volta de 1910, Ernest Rutherford
decidiu testar o modelo de Thomson. Ela havia descoberto anteriormente que os raios (Figura 2b) eram
partículas positivamente carregadas que possuíam a mesma massa dos átomos de hélio. Ele raciocinou que, se
o modelo atômico de Thomson estivesse correto, um feixe dessas partículas tão pesadas seria muito pouco
defletido ao atravessar uma folha delgada de ouro. Rutherford, com seus colaboradores Hans Geiger (1882-
1945) e Ernest Marsden (1889-1970), montaram a aparelhagem mostrada na Figura 6 e observaram o que
ocorreu quando as partículas atravessaram a folha de ouro. A maior parte passou direto, mas algumas
partículas foram defletidas em grandes 6angulos, e outras quase voltavam à fonte! Mais tarde, Rutherford
descreveria esse experimento da seguinte forma: “Era como se você atirasse um projétil [de artilharia] de 15
polegadas contra uma folha de papel e ele voltasse e o atingisse”.
A única maneira de Rutherford e seus colaboradores acomodarem suas observações era propor um
novo modelo para o átomo, no qual toda a carga positiva e a maior parte da massa se concentrassem em um
volume muito pequeno. Rutherford chamou esse minúsculo caroço de núcleo (Figura 1); os elétrons ocupam
o resto do espaço do átomo. A partir de seus resultados, Tutherford, Geiger e Marsden calcularam que o
núcleo de um átomo de ouro tinha uma carga positiva na faixa de 100 ± 20 e um raio de aproximadamente
10-12 cm. Os valores atualmente aceitos são +79 para a carga e aproximadamente 10 -13 cm para o raio.
Sabemos hoje que o raio do núcleo é aproximadamente 0,001 pm, e o raio de um átomo é de,
aproximadamente, 100 pm. Se um átomo fosse um objeto macroscópico com um diâmetro de 100 m,
preencheria aproximadamente um estádio de futebol pequeno. Qual seria o diâmetro do núcleo de tal átomo?
Você consegue imaginar um objeto que seja desse tamanho?
Figura 6: O experimento de Rutherford para determinar a estrutura do átomo. (direita) Um feixe de partículas
positivamente carregadas foi direcionado a uma folha fina de ouro. Uma tela fluorescente recoberta com sulfeto de zinco
(ZnS) foi usada para detectar as partículas passando através da folha. A maioria das partículas passava direto através a
folha, mas algumas eram defletidas. Algumas eram de fato defletidas para trás. (esquerda) Interpretação dos resultados
experimentais.
Número de Massa
Os prótons e os nêutrons têm massas muito próximas de 1 u (Tabela 1). O elétron, em contraste, tem uma
massa de aproximadamente apenas 1/12 desse valor. Já que as massas dos prótons e de nêutrons são tão
próximas de 1 u, a massa aproximada de um átomo pode ser estimada se o seu número de prótons e de
nêutrons for conhecido. A soma do número de prótons e de nêutrons em um átomo é chamada número de
massa e tem o símbolo A.
A = número de massa = número de prótons + número de nêutrons
Por exemplo, um átomo de sódio com 11 prótons e 12 nêutrons em seu núcleo tem A = 23. O átomo
de urânio mais comum tem 92 prótons e 146 nêutrons, e A = 238. Usando essa informação, frequentemente
simbolizamos os átomos com a notação:
𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑎𝑡ô𝑚𝑖𝑐𝑎 → 𝐴
𝑋 ← 𝑆í𝑚𝑏𝑜𝑙𝑜 𝑑𝑜 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑎𝑡ô𝑚𝑖𝑐𝑜 → 𝑍
(O subscrito Z é opcional porque o símbolo do elemento nos diz qual é o número atômico.) Por
exemplo, ao átomos anteriormente descritos têm símbolos 23 238 23
11𝑁𝑎 ou 92𝑈, ou simplesmente Na ou
238
U. Aos
nos referirmos a eles, dizemos “sódio-23” ou “urânio-238”.
3 – Isótopos
Somente em alguns poucos casos (por exemplo, o alumínio, o flúor e
o fósforo) os átomos de uma amostra natural de um determinado
elemento apresentam todos a mesma massa. A maioria dos elementos
consiste em átomos que têm diversos números de massa diferentes.
Por exemplo, há dois tipos de átomos de boro, um com uma massa de
aproximadamente 10 u (10B) e o segundo com uma massa de
aproximadamente 11 u (11B). Os átomos de estanho podem ter
qualquer uma entre dez massa diferentes. Os átomos com o mesmo
número atômico e números de massa diferentes são chamados
isótopos.
Todos os átomos de um elemento têm o mesmo número de
prótons, cinco no caso do boro. Isso significa que, para possuírem
Figura 7: Gel feito de “água massa diferentes, os isótopos devem possuir um número diferente de
pesada”. A água contendo hidrogênio nêutrons. O núcleo de um átomo de 10B (Z = 5) tem cinco prótons e
comum (1H, prótio) forma um sólido
que é menos denso (d = 0,917 g/cm3 cinco nêutrons, enquanto o núcleo de um átomo de 11B tem cinco
a 0oC) do que a H2O líquida (d = 0,997 prótons e seis nêutrons.
g/cm3 a 25oC), e que, portanto, flutua Os cientistas geralmente se referem a determinado isótopo
no líquido. (A água é única nesse citando o seu número de massa (por exemplo, urânio-238, 238U), mas
aspecto. A fase sólida de virtualmente
todas as outras substâncias afunda na os isótopos de hidrogênio são tão importantes que têm nomes e
fase líquida da mesma substância.) símbolos especiais. Todos os átomos de hidrogênio possuem apenas
De maneira semelhante, o “gelo seco” um próton. Quando essa for a única partícula, o isótopo é chamado de
(D2O, óxido de deutério) flutua na prótio, ou simplesmente “hidrogênio”. O isótopo de hidrogênio, com
“água pesada”. O gelo de D2O, porém,
é mais denso do que a H2O, de modo um nêutron, 2H, ‘e chamado de deutério, ou “hidrogênio pesado”
que cubos de D2O afundam na fase (símbolo D). O núcleo do hidrogênio radioativo, 3H, ou trítio
líquida de H2O. (símbolo T), contém um próton e dois nêutrons.
A substituição de um isótopo por outro isótopo do mesmo
elemento em um composto às vezes tem um efeito interessante
(Figura 7). Isso é especialmente importante quando o deutério
substitui o hidrogênio, pois a massa do deutério é o dobro da massa
do hidrogênio.
Abundância Isotópica
Uma amostra de água de um lago ou riacho consistirá quase que inteiramente em H2O, na qual os átomos de
H consistem no isótopo 1H. Algumas moléculas, entretanto, terão deutério (2H) substituindo o 1H. Podemos
prever esse resultado, pois sabemos que os átomos de 1H correspondem a 99,895% de H na Terra. Isto é, a
abundância percentual do átomo de 1H, que é a porcentagem dos átomos daquele tipo em uma amostra, é
99,895%.
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 á𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎𝑑𝑜 𝑖𝑠ó𝑡𝑜𝑝𝑜
𝐴𝑏𝑢𝑛𝑑â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 = × 100
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 á𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑡𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑖𝑠ó𝑡𝑜𝑝𝑜𝑠 𝑑𝑎𝑞𝑢𝑒𝑙𝑒 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
O restante do hidrogênio natural é o deutério, cuja a abundância é de somente 0,015% dos átomos
totais de hidrogênio. O trítio, o isótopo radioativo 3H, não ocorre naturalmente.
Considere os dois isótopos do boro. O isótopo boro-10 tem uma abundância de 19,91%; a do boro-11
é de 80,09%. Isso significa que, se pudesse separar 10 mil átomos de boro de uma amostra natural “média”,
1.991 deles seriam átomos de boro-10 e 8.009 deles seriam átomos de boro-11.
À exceção do carbono-12, cuja massa é definida como sendo exatamente 12 u, as massas isotópicas
não apresentam valores inteiros. Porém as massas isotópicas têm valores sempre muito próximos do número
de massa do isótopo. Por exemplo, a massa de um átomo de boro-11 (11B, 5 prótons e 6 nêutrons) é 11,0093
u, e a massa de um átomo de ferro-58 (58Fe, 26 prótons e 32 nêutrons) é 57,9333 u. Note também que as
massas dos isótopos individuais são sempre ligeiramente menores que a soma das massa dos prótons,
nêutrons e elétrons que compõe o átomo. Essa diferença de massa, chamada de “defeito de massa”, está
relacionada à energia que mantém as partículas do núcleo unidas.
4 – Massa Atômica
Uma vez que cada amostra de boro tem alguns átomos com massa de 10,0129 u e outros com massa de
11,0093 u, a massa atômica média deve ter um valor intermediário. A massa atômica (ou peso molecular) é
a massa média de uma amostra representativa de átomos. Para o boro, a massa atômica é 10,81. De um modo
geral, a massa atômica de um elemento pode ser calculada usando-se a equação:
𝑎𝑏𝑢𝑛𝑑â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑚 % 𝑑𝑜 𝑖𝑠ó𝑡𝑜𝑝𝑜 1
𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑎𝑡ô𝑚𝑖𝑐𝑎 = ( ) (𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑎𝑡ô𝑚𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑜 𝑖𝑠𝑜𝑡ó𝑝𝑜 1)
100
𝑎𝑏𝑢𝑛𝑑â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑚 % 𝑑𝑜 𝑖𝑠ó𝑡𝑜𝑝𝑜 2
+( ) (𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑎𝑡ô𝑚𝑖𝑐𝑎 𝑑𝑜 𝑖𝑠𝑜𝑡ó𝑝𝑜 2) + ⋯
100
Para o boro, com dois isotópos ( B, 19,91% de abundância; 11B, 80,09% de abundância), temos
10
19,91 80,09
𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑎𝑡ô𝑚𝑖𝑐𝑜 = ( ) × 10,0129 + ( ) × 11,0093 = 10,81
100 100
A equação fornece uma média ponderada em termos de abundância de cada isótopo do elemento.
Conforme ilustrado nos dados da Tabela 2, a massa atômica de um elemento sempre tem um valor mais
próximo dos isótopos mais abundantes.
A massa atômica de cada elemento estável foi determinada experimentalmente, e esses valores
aparecem na Tabela Periódica. Na Tabela Periódica, o boxe de cada elemento contém o número atômico, o
símbolo do elemento e a massa atômica. Para elementos instáveis (radioativos), a massa atômica ou o número
de massa do isótopo mais estável é fornecido entre parênteses.
5 – Os Átomos e o Mol
Um dos aspectos mais excitantes da pesquisa em química é a descoberta de alguma nova substância, e uma
parte desse processo envolve experimentos quantitativos. Quando dois reagentes químicos reagem entre si,
queremos saber quantos átomos de cada um são usados de modo que se possa estabelecer fórmulas para os
produtos. Para tanto, necessitamos de um método para contar átomos, não importando quão diminutos eles
sejam. Isto é, devemos descobrir uma maneira de conectar o mundo macroscópico, o mundo que podemos
ver, com o mundo particulado dos átomos, das moléculas e dos íons. A solução para esse problema deve
definir uma quantidade conveniente de matéria que contém um número conhecido de partículas. Essa unidade
de contagem química é o mol.
A palavra “mol” foi introduzida por volta de 1896 por Friedrich Wilhem Ostwald (1853-1932), que
derivou o termo da palavra em latim moles, que significa “monte” ou “pilha”. O mol, cujo símbolo é mol, é a
unidade básica do SI para medir uma quantia de substância e é definido como segue:
Um mol é a quantia de substância que possui um número de unidades
fundamentais (átomos, moléculas ou outras partículas) igual ao número
de átomos presente em exatamente 12 g do isótopo carbono-12.
A chave para compreender o conceito de mol é que um mol contém o mesmo número de partículas,
não importa qual a substância. Um mol de sódio contém o mesmo número de átomos que um mol de ferro.
Mas quantas partículas? Muitas, muitas experiências ao longo dos anos estabeleceram esse número como
1 mol = 6,0221415.1023 partículas
Esse valor é conhecido como número de Avogadro, em homenagem a Amadeo Avogadro,
advogado e físico italiano (1776-1856) que concebeu a idéia básica (mas nunca determinou o número).
Massa Molar
A massa em gramas de um mol de átomos de qualquer elemento (6,0221415.10 23 átomos do elemento) é a
massa molar desse elemento. A massa molar é abreviada convencionalemente com um M maiúsculo em
itálico e é expressa em unidades de gramas por mol (g/mol). A massa molar de um elemento é a quantia em
gramas numericamente igual à massa atômica em unidades de massa atômica. Usando o sódio e o chumbo
como exemplos:
Massa molar do sódio (Na) = massa de exatamente 1,000 mol de átomos de Na
= 22,99 g/mol
= massa de 6,022.1023 átomos de Na
Massa molar do chumbo (Pb) = massa de exatamente 1,000 mol de átomos de Pb
= 207,2 g/mol
= massa de 6,022.1023 átomos de Pb
A Figura 9 mostra os tamanhos relativos de um mol de algumas substâncias elementares comuns.
Embora cada uma dessas “pilhas de átomos” tenha volume e massa diferentes, cada uma delas contém
6,022.1023 átomos.
Figura 9: Um mol de algumas substâncias elementares comuns. Enxofre em pó, 32,066 g; lascas de magnésio, 24,305
g; estanho, 118,71 g; silício, 28,086 g. Acima, esferas de cobre, 63,546 g.
O conceito de mol é a pedra fundamental da química quantitativa. É essencial para que possamos
converter mols para massa e massa para mols. A análise dimensional mostra que isso pode ser feito da
seguinte maneira:
6 – A Tabela Periódica
A Tabela Periódica dos elementos é uma das ferramentas mais úteis em química. Além da riqueza de
informações, ela pode ser usada para organizar muitas das idéias da química.
É importante que você se familiarize com suas características principais e sua terminologia.
Figura 11: Elementos representativos. (a) O magnésio, o alumínio e o cobre são metais. Todos podem ser transformados
em fios e conduzem eletricidade. (b) Somente 15 elementos podem ser classificados como não metais, entre eles, o bromo
líquido alaranjado e o iodo roxo sólido. (c) Somente seis elementos são geralmente classificados como semimetais ou
metaloides. Esta fotografia mostra o silício sólido em variadas formas, incluindo um wafer em que estão impressos circuitos
eletrônicos.
Perspectivas Históricas: A Tabela Periódica
Em seu livro Nature’s Building Blocks (os blocos de construção na natureza), John Emsley nos diz que “enquanto houver
estudo da química, existirá uma Tabela Periódica. Mesmo que algum dia nos comuniquemos com uma outra parte do
Universo, podemos ter certeza de que uma das coisas qua ambas as culturas terão em comum será um sistema ordenado
dos elementos que será instantaneamente reconhecido pelas duas formas inteligente de vida”.
A pessoa creditada com a organização dos elementos em uma tabela eriódica é Dimitri Mendeleev. Porém outros químicos
já haviam reconhecido há bastante tempo que grupos de elementos possuíam algumas propriedades em comum. Em 1829
Johann Dobereiner (1780-1849) anunciou a Lei das Triades. Ele mostrou que havia grupos de três elementos (triades) nos
quais o elemento do meio possuía uma massa atômica que era a média dos outros dois. Uma dessas triades consistia de
Li, Na e K. Outra era formada por Cl, Br e I.
Talvez a primeira revelação da periodicidade dos elementos tenha sido publicada por um geólogo francês, A.E. Béguyer de
Chancourtois (1820-1886), em 1862. Ele listou os elementos em uma fita de papel e, de acordo com Emsley, “então enrolou
esta fita, na forma de uma espiral, ao redor de um cilíndro. A superfície do cilíndro era dividida em 16 partes, com base na
massa atômica do oxigênio. De Chancourtois notou que certas triades ficavam juntas cilíndro abaixo, tais como os metais
alcalinos”. Ele chamou seu modelo de “parafuso telúrico”.
Outra tentativa de organizar os elementos foi proposta por John Newlands (1837-1898) em 1864. Sua Lei dos Oitavos
propunha que havia uma propriedade periódica a cada oito elementos, assim como a escala musical se repete a cada
oitava nota. Infelizmente, sua proposta foi ridiculizada na época.
Julius Lothar Meyer (1830-1895) chegou mais próximo que qualquer outro da descoverto da Tabela Periódica. Ele
desenhou um gráfico dos volumes atômicos dos elementos em função de sua massa atômica. Isso mostrou claramente um
aumento e queda periódicos do volume atômico ao percorrermos o que hohe chamamos de períodos da Tabela. Meyer
passou o artigo para um colega para que este fizesse comentários. Seu colega demorou para devolver o artigo e,
infelizmente para Meyer, o artigo de Mendeleev foi publicado neste interim. Como os químicos reconheceram
imediatamente a importância do artigo de Mendeleev, Meyer não recebeu o reconhecimento que ele talvez mereça.
Gráfico de volume atômico. Julius Lothar meyer (1830-1895) ilustrou a periodicidade dos elementos em 1868, plotando o volume atômico
em função da massa atômica. (este gráfico utiliza dados atuais). Fonte: C.N. Singman: Journal of Chemical Education, v.61, p.137, 1984.
Figura 12: Metais alcalinos. (a) Cortar uma barra de sódio metálico com uma faca é mais ou menos como cortar um
pedaço de manteiga fria. (b) Quando um metal alcalino como o potássio é tratado com água, ocorre uma reação vigorosa,
resultando em uma solução alcalina e gás hidrogênio, que queima ao ar.
Grupo 2, os Metais Alcalino-terrosos: Be, Mg, Ca, Sr, Ba, Ra
O segundo grupo na Tabela Periódica, o Grupo 2, é
Tabela 3: Os dez elementos mais abundantes na crosta constituído inteiramente de metais que ocorrem
terrestre.
naturalmente apenas em compostos (Figura 13). À
Posição Elemento Abundância
exceção do berílio (Be), esses elementos também
(ppm)
reagem com água para produzir soluções alcalinas, e
1 Oxigênio 474.000
a maioria de seus óxidos (como a cal, CaO) forma
2 Sílicio 277.000
soluções alcalinas; por isso são chamados de metais
3 Alumínio 82.000 alcalino-terrosos. O magnésio (Mg) e o cálcio (Ca)
4 Ferro 41.000 são o sétimo e o quinto elementos mais abundantes
5 Cálcio 41.000 na crosta terrestre, respectivamente (Tabela 3). O
6 Sódio 23.000 cálcio é especialmente conhecido; é um dos
7 Magnésio 23.000 elementos importantes nos dentes e nos ossos, e
8 Potássio 21.000 ocorre naturalmente em vastos depósitos de calcário.
9 Titânio 5.600 O carbonato de cálcio (CaCO3) é o constituinte
10 Hidrogênio 1.520 principal da pedra calcária e dos corais, das conchas
marinhas, do mármore e do giz (Figura 13b). O rádio
(Ra), o elemento alcalino-terroso mais pessado, é
radioativo e é usado no tratamento de alguns tipos de
câncer por radiação.
Figura 14: Os elementos do grupo 13. (a) O boro é extraído como bórax, um composto natural usado no sabão. O bórax
foi extraído no Vale da Morte, Califórnia, no fim do século XIX e era içado das minas em vagões puxados por equipes de 20
mulas (chamadas bórax). O boro é também um componente do vidro borossilicato, que é utilizado em vidraria para
laboratório. (b) O alumínio é abundante na crosta terrestre. É encontrado em todas as argilas e está presente em muitos
minerais e gemas, ele possui muitas aplicações comerciais na forma de metal, bem como na forma de sulfato de alumínio,
utilizado na purificação da água.
Grupo 14: C, Si, Ge, Sn, Pb
Todos os elementos que descrevemos até aqui, exceto o boro, são metais. Começando com o Grupo 14,
entretanto, os grupos contêm cada vez mais não metais. No Grupo 14 há um não metal, o carbono (C), dois
metaloides, silício (Si) e germânio (Ge), e dois metais, estanho (Sn) e chumbo (Pb). Por causa da mudança de
comportamento metálico para não metálico, existe variações nas propriedades dos elementos desse grupo do
que na maioria dos outros. Ainda assim, esses elementos também formam compostos com fórmulas análogas
(tais como CO2, SiO2, GeO2, SnO2 e PbO2), sendo, portanto, atribuídos ao mesmo grupo.
O carbono é a base para a grande variedade de compostos químicos que constituem os seres vivos.
Ele é encontrado na atmosfera na forma de CO2, na superfície da Terra em carbonatos como calcários (Figura
13b) e no carvão, no petróleo e no gás natural – os combustíveis fósseis.
Um dos aspectos mais interessantes da química dos não metais é que um determinado elemento ode
frequentemente existir em diversos formas diferentes, chamadas de alótropos, cada um com suas
propriedades individuais. O carbono tem pelo menos três alótropos, sendo a grafite e o diamante os mais
conhecidos (Figura 15). As camadas planas de átomos de carbono no grafite (Figura 15a) ligam-se fracamente
umas às outras. Uma camada pode deslizar facilmente sobre a outra, o que explica por que a grafite é macia e
uma boa lubrificante, além de ser usada na fabricação do lápis. (Na verdade, a grafite do lápis é um compósito
de grafite e argila que deixa um traço de grafite na página à medida que se escreve.)
No diamante, cada átomo de carbono é conectado a quatro outros nos cantos de um tetraedro, e este
padrão se estende por todo o sólido (Figura 15b). Essa estrutura faz que o diamante seja extremamente duro,
mais denso (d = 3,51 g/cm3 para o diamante e d = 2,22 g/cm3 para a grafite) e quimicamente menos reativo do
que a grafite. Uma vez que os diamantes não são somente duros, mas também excelentes condutores de calor,
são usados nas pontas de ferramentas de corte de metais e de rochas.
No final da década de 1980, outra forma de carbono foi identificada como um componente da
fuligem preta, o material depositado quando se queima matéria contendo carbono em uma atmosfera pobre
em oxigênio. Essa substância é composta por moléculas com 60 átomos de carbono arranjados como uma
“gaiola” esférica (Figura 15c). Pode-se notar que a superfície é composta de anéis de cinco e seis membros e
se parece com uma bola de futebol oca. A forma também lembrou os descobridores de um domo arquitetônico
criado várias décadas antes pelo engenheiro e filósofo norte-americano R. Buckminster Fuller. O nome oficial
do alótropo é, portanto, buckminsterfulereno, e os químicos frequentemente chamam essas moléculas de
“fulerenos”.
Figura 15 Os alótropos do carbono. (a) A grafite consiste em camadas de átomos de carbono. Cada átomo de carbono
está ligado a três outros formando uma lamela de anéis hexagonais de seis membros. (b) No diamante, os átomos de
carbono são arranjados também em anéis de seis membros, mas os anéis não são planares porque cada átomo de C é
ligado tetraedricamente a outros quatro átomos de C. (c) Membro da família chamada de buckminsterfulereno, C60 é um
alótropo do carbono em que 60 átomos de C são arranjados em uma gaiola esférica que se assemelha a uma bola de
futebol oca. Observe que cada anel de seis membros é parte de outros três anéis de seis membros e três anéis de cinco
membros. Os químicos chamam essa molécula de fulereno. O C60 é um pó preto; aqui, ele é mostrado no fundo de um tubo
de vidro pontiagudo.
Óxidos de silício constituem a base de muitos minerais, como as argilas, o quartzo e as belas gemas
como a ametista. O estanho e o chumbo são conhecidos há séculos, pois são facilmente separados de seus
minérios por fundição. A liga de cobre e estanho é o bronze, que era utilizado nos tempos antigos em
utensílios e armas. O chumbo foi utilizado em encanamentos e tinta, embora o elemento seja tóxico para os
humanos.
Os Elementos de Transição
Entre os grupos 2 e 13 encontra-se uma série de elementos, chamados de elementos de transição. Na
nomenclatura norte-americana, eles preenchem os Grupos B entre o quarto e o sétimo período na Tabela
Periódica. Todos são metais (Figura 10), e 13 deles estão entre os 30 elementos mais abundantes da crosta
terrestre. Alguns, como o ferro (Fe), são abundantes na natureza (Tabela 4). A maioria ocorre naturalmente
em combinação com outros elementos, mas alguns – a prata (Ag), ou o ouro (Au) e a platina (Pt) – são muito
menos reativos, de modo que podem ser encontrados na natureza como substâncias simples puras.
8 –Elementos Essenciais
À medida que nosso conhecimento da bioquímica – a química dos seres vivos – aumenta, aprendemos mais e
mais sobre os elementos essenciais. Esses elementos são tão importantes para a vida que uma deficiência de
qualquer um deles pode resultar na morte, anormalidades severas de desenvolvimento ou em doenças
crônicas. Nenhum outro elemento pode substituir um elemento essencial.
Dos 116 elementos conhecidos, apenas 11 predominam em muitos sistemas biológicos e estão
presentes nas mesmas quantias relativas, aproximadamente (Tabela 5). Nos seres humanos esses 11 elementos
constituem 99,9% do número total dos átomos presentes, mas quatro desses elementos – C, H, N e O –
respondem por 99% do total. Esses são os elementos encontrados na estrutura básica de todas as moléculas
bioquímicas. Além disso H e O estão presentes na água, um componente majoritário de todos os sistemas
biológicos.
Os outros sete do grupo de 11 elementos constituem aproximadamente apenas 0,9% dos átomos
totais do corpo. São eles: sódio, potássio, cálcio, magnésio, fósforo, enxofre e cloro, que ocorrem geralmente
na forma de íons, como Na+, K+, Ca2+, Mg2+, HPO42- e Cl-.
Os 11 elementos essenciais representam seis dos grupos da Tabela Periódica, e são todos elementos
“leves”; têm um número atômico menor que 18. Aproximadamente outros 17 elementos são essenciais em
quantias traços para a maioria – mas não para todos – dos sistemas biológicos. Alguns podem ser necessários
às plantas; outros, aos animais; e outros apenas a determinadas plantas ou animais. Com poucas exceções,
esses elementos são geralmente mais “pesados”; elementos que têm um número atômico maior do que 18. São
divididos de maneira aproximadamente uniforme entre metais e não metais (ou metaloides).
Embora muitos dos metais deste grupo sejam necessários apenas em quantias traço, eles são
frequentemente parte integral de moléculas biológicas específicas – como a hemoglobina (Fe), a mioglobina
(Fe) e a vitamina B12 (Co) – e ativam ou regulam sua função.
Boa parte dos 3 ou 4 g de ferro no corpo humano é encontrada na hemoglobina, a substância
responsável pelo transporte do oxigênio para as células do corpo. A deficiência de ferro é marcada pela
fadiga, por infeções e pela inflamação da boca. Uma pessoa tem também, em média, 2 g de zinco; a falta
desse elemento é evidenciada pela perda do apetite, dificuldade de crescimento e por mudanças na pele.
O corpo humano possui aproximadamente 75 mg de cobre, dos quais aproximadamente um terço é
encontrado nos músculos, e o restante, em outros tecidos. O cobre está envolvido em muitas funções
biológicas, de modo que sua deficiência apresenta distúrbios variados: anemias, degeneração do sistema
nervoso, danos ao sistema imunológico e defeitos na cor e na estrutura dos cabelos.
Revisão dos Objetivos do Capítulo
Agora que você já estudou este capítulo, você deve perguntar a si mesmo se você atingiu os objetivos do
capítulo. Especificamente, você deve ser capaz de: