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A Inglaterra foi o primeiro país a experimentar transformações de ordem económica, social e política

que, ao entrar num processo de aceleração nas últimas décadas do século XVIII, determinaram a sua
transação para aquilo que se convencionou de “modernidade”. Este processo foi impulsionado pelo
desenvolvimento do comércio interna- cional e pelo crescimento das cidades – sobretudo da imensa
metró- pole londrina. onde floresceu uma burguesia mercantil dinâmica e empreendedora e cresceu
uma população urbana que rapidamente se transformou num enorme mercado consumidor para a
produção agrí- cola, – e por importantes transformações na estrutura da propriedade fundiária e
métodos de produção. Em meados do século XVIII, a Inglaterra reunia todas as condições para se
tornar na maior potência económica e política do mundo, pois possuia: • uma vasta rede natural de
comunicações, composta por rios navegáveis e bons portos, facilitadora do transporte de pessoas e
bens em grandes quantidades; • abundantes recursos minerais, no seu subsolo, como o ferro e a hulha,
essenciais para alimentar as máquinas a vapor; • um ambiente estimulador da competição técnica,
levando ao aparecimento de várias invenções mecânicas; • uma acentuada expansão demográfica que
fornecia consumi- dores e mão de obra abundante; • um setor agrícola em modernização, com a
disseminação de novas técnicas de cultivo, geradoras do aumento da produtivi- dade e da produção 2 ;
• um mercado interno extenso, ligado por uma eficaz rede de transportes, liberto de entraves
aduaneiros e alimentado pelo aumento do número de consumidores com poder de compra 3 ; • um
mercado externo vasto e coeso, fornecedor de matérias- ‑primas e escoador das produções
excedentárias da metrópole; • um setor manufatureiro desenvolvido e aberto à inovação técnica e
tecnológica 4 ; • um sistema financeiro estável, com um banco credível e capaz de facilitar e suportar
negócios de forma segura, companhias monopolistas e uma bolsa de valores ativas e empreendedoras.
O parlamentarismo triunfara, no século XVII, passando a ser o ins- trumento do poder da burguesia e
da nobreza. A nobreza inglesa era diferente da dos restantes países europeus do Antigo Regime (sécu-
los XVI‑XVIII), pois participara ativamente, ao lado da burguesia, nas re- voluções políticas do
século XVII, face a experiências ditatoriais e absolutistas de exercício dos poderes políticos. No
século XVIII, os no- bres tornaram-se grandes proprietários de terras, landlords, dinami- zando as
atividades financeiras e mercantis. Foi da conjugação de todos estes fatores que a Inglaterra apareceu
como uma nação que se tornou no centro da economia-mundo no século XVIII. 6

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