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https://editorabrasilenergia.com.br/recursos-encalhados-e-o-petroleo-na-margem-equatorial-
brasileira/
A inflexão foi rápida e até surpreendente, mas, talvez, tardia. A vocação tem pouco
tempo para ser valorizada e a questão não se coloca só no pré-sal. Pouco se sabe
sobre a geologia do país e, depois de 1998, são as empresas que bancam a
exploração. Ao estado cabe indicar prioridades e ditar a regulação. Considere-se
também a maturação dos ativos e a velocidade da transição. Acelerar – ou não – a
busca por óleo é uma decisão-chave da política energética.
Vale lembrar a probabilidade: em exploração, primeiro vem as grandes
descobertas, depois, as pequenas. O pré-sal se constituiu na maior província
aberta nas últimas décadas, com reservas provadas de 10 bilhões de boe e
projetos que produzirão mais de 4 milhões de bpd. Contudo, no último triênio, a
falta de sucesso intriga e pode indicar os rendimentos decrescentes, que levam à
passagem para novas áreas e horizontes geológicos.
A janela para o aproveitamento das jazidas se estenderá por vinte a trinta anos,
talvez mais na periferia; de qualquer forma pouco para a indústria. Considerando o
risco da atividade em alto-mar, a centena de milhas da base, em águas
ultraprofundas, com equipamentos submetidos a fortes correntezas e equipes
mantidas isoladas por semanas, não será preciso apenas descobrir óleo, mas
também, ter projetos adequados à região, às portas da Amazônia e entre as
últimas fronteiras offshore.