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ESTUDOS DE MARTINHO LUTERO SEMBLANO DISPONÍVEIS EM

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Escatologia 07

As sete igrejas do Apocalipse (3)

A igreja de Pérgamo
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“— Ao anjo da igreja em Pérgamo escreva:...” (Ap 2.8a).

A CIDADE DE PÉRGAMO E SEU CONTEXTO

Pérgamo (Πέργαμος, pérgamos) vem do termo pyrgos (πυργος), que significa


“torre” ou “fortaleza”. Daí vieram as palavras “burgos” e “burguesia”. Esta cidade
estava situada a 30 quilômetros do mar, e se sobressaia mais na indústria que no comércio,
inicialmente pela fabricação de perfume e artesanato. Entretanto, com os aumentos
excessivos do preço do papiro pelos fornecedores egípcios, esta cidade se distinguiu por
ter desenvolvido um novo tipo de material para receber a escrita, feito com peles secas de
animais, o que ficou conhecido como “pergaminho”. Sua biblioteca, que chegou a ter
duzentos mil rolos de livros, só era superada em quantidade de obras à de Alexandria.
Naquela cidade nasceu o filósofo e médico Claudio Galeno, fundando um centro
médico dedicado a Asclépio49, deixando como legado milhares de textos sobre a medicina
(ainda que fossem mesclados às práticas supersticiosas).
De acordo com Plínio, era “a mais ilustre das cidades da Ásia”, tendo um grande
teatro conhecido pela sua excelente acústica, além de um grande ginásio, um eficiente
sistema de encanamento público e muros para proteger seus habitantes. Atualmente, de
suas ruínas pode ser vista a moderna cidade turca de Bergama.

49
Esculápio, para os romanos.

Pg. 89
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O ANJO DA IGREJA DE PÉRGAMO

“— Ao anjo da igreja em Pérgamo... nos dias de Antipas, minha testemunha, meu


fiel, que foi morto na cidade de vocês, aí onde Satanás habita” (Ap 2.12a,13c).

O antigo líder daquela igreja tinha sido uma


referência de fidelidade, segundo declarou o
próprio Senhor quanto ao bispo Antipas. Jesus o
elogiou como sendo sua testemunha fiel, o que foi
confirmado quando experimentou o martírio, sendo
colocado vivo dentro de um boi de bronze aquecido
por uma fogueira, sendo o seu corpo, literalmente,
cozido50. Entretanto, ele guardou a sua fé, e seu
exemplo fortaleceu aqueles cristãos a continuarem
se reunindo na igreja daquela cidade. Entretanto,
quando o novo líder foi levantado, tolerância com
o pecado na igreja fez com que a mesma recebesse
uma séria advertência do Senhor.

COMO JESUS SE APRESENTOU ÀQUELA IGREJA

“Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes” (Ap 2.12b).

Jesus, que se apresentara às sete igrejas como aquele de cuja boca saia uma espada
afiada51, a menciona novamente nesta carta, se apresentando à igreja de Pérgamo como
aquele que tem autoridade para trazer o juízo sobre todos, pois, diante dele, pautado em
sua palavra, não há nada que não seja revelado:

50
De acordo com Simeão Metrafrastes.
51
“Na mão direita ele tinha sete estrelas, e da sua boca saía uma afiada espada de dois gumes”, Ap
1.16a).

Pg. 90
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“Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer


espada de dois gumes, e penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas
e medulas, e é apta para julgar os pensamentos e propósitos do coração. E
não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário,
todas as coisas estão descobertas e expostas aos olhos daquele a quem temos
de prestar contas” (Hb 4.12-13).

A SITUAÇÃO ESPIRITUAL DA IGREJA DE PÉRGAMO

“Conheço o lugar onde você mora, que é o lugar onde está o trono de Satanás...
onde Satanás habita” (Ap 2.13a,d).

Havia um atuante principado espiritual maligno sobre aquela cidade, e aquela igreja
habitava junto ao trono de satanás. Vale lembrarmos sobre a revelação bíblica de que o
diabo tem grande poder sobre reinos e nações da terra:

“— Não tenha medo, Daniel, porque as suas palavras foram ouvidas, desde
o primeiro dia em que você dispôs o coração a compreender e a se humilhar
na presença do seu Deus. Foi por causa dessas suas palavras que eu vim.
Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu durante vinte e um dias. Porém
Miguel, um dos príncipes mais importantes, veio me ajudar, e eu fiquei ali
com os reis da Pérsia. Agora, vim para fazer com que você entenda o que vai
acontecer com o seu povo nos últimos dias. Porque a visão se refere a dias
ainda distantes... Agora voltarei a lutar contra o príncipe da Pérsia. Quando
eu sair, eis que virá o príncipe da Grécia” (Dn 10.12,20).

“Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos


do mundo e a glória deles e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me
adorares” (Mt 4.8-9).

Pg. 91
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Como, portanto, satanás era entronizado naquela cidade? Pérgamo era um lugar
muito oprimido por causa de seus vários cultos místicos, nos quais havia grandes
manifestações dos poderes das trevas, sendo satanás cultuado através de vários templos
pagãos existentes:

1º: Culto dos magos e pontífices: Pérgamo era a sede de cultos de mágicas
babilônicas, que se mesclava com os rituais do Colégio de Pontífices (criado
séculos antes, em Roma), cujo líder dos sacerdotes era chamado de Pontifex
Maximus (“principal construtor de pontes”), tendo status de mediador entre
os homens e os espíritos declarados como sendo “divinos”. Os
autodivinizados imperadores romanos, posteriormente52, herdaram este título,
que, com o surgimento do cesaropapismo, foi adotado pelo papado do
romanismo.

52
A partir de Augusto (27 a.C. a 14 d.C.).

Pg. 92
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“Porque há um só Deus e um só Mediador entre Deus e a humanidade, Cristo


Jesus, homem” (1Tm 2.5).

2º: Sede dos cultos aos deuses pagãos gregos. Além do templo da padroeira
da cidade, Atena, ali havia o destacado templo com o altar a Zeus53 e o altar
a Dionísio, ao lado de uma longa colunata, todos em pedras marmorizadas,
que a faziam ser chamada de “cidade das pedras brancas”.

53
Imagem da do “Altar de Pérgamo”, do templo a Zeus, que foi transportado ao Museu de Pérgamo, em
Berlim.

Pg. 93
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3º: Três templos para o culto aos imperadores: Trajano (na acrópole, vide
mapa), Augusto e Severo, estando a igreja pressionada a ascender incenso a
eles, como os demais habitantes da cidade faziam.

Face a isto, os habitantes de Pérgamo eram chamados de “os principais guardiões


do templo da Ásia”. Como se já não bastasse a quantidade desproporcional de templos
idolátricos, o esoterismo gnóstico também tinha invadido aqueles arraiais, adentrando nas
esferas da cristandade.

SUAS VIRTUDES

“... Sei que você conserva o meu nome e não negou a fé que tem em mim, mesmo
nos dias de Antipas...” (Ap 2.13b).

Mesmo diante das ameaças governamentais aos que não cedessem aos cultos ao
imperador, aquela igreja conservava o nome de Jesus, que ali continuou sendo cultuado.
Ainda nos tempos de Antipas, a fé em Cristo não tinha sido eliminada, apesar das
consequências políticas aos que não sucumbissem à adoração imperial, o que ocorreria
logo depois.

SUAS FALHAS

“Tenho, porém, contra você algumas coisas: estão aí em seu meio os que
sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a armar ciladas diante
dos filhos de Israel para que comessem coisas sacrificadas aos ídolos e
praticassem a prostituição” (Ap 2.14).

Só existe uma coisa que pode destruir uma igreja. O diabo pode perseguir a igreja,
mas não pode destrui-la, mesmo porque Jesus garantiu que as portas do inferno não

Pg. 94
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prevaleceriam contra ela54. Ciente de que a perseguição só fortaleceu a igreja de Cristo


pela purificação de sua membresia através da prática da fé, satanás utilizou um novo
recurso, que foi o de criar um novo tipo – deturpado – de cristianismo, juntando-o com
todo sistema de cultos pagãos cuja idolatria não pretendia eliminar nesta nova religião,
surgindo, a partir de sua oficialização, uma espécie de “cristianismo pagão”.
Deste modo, todo o panteão de divindades cultuadas pelos gregos e romanos
receberam novos nomes, tanto de personagens bíblicos como de piedosas personalidades
cristãs (principalmente os mártires da igreja), passando a ser cultuados nos próprios
templos, sendo esta a melhor representação do período histórico representado pela igreja
de Pérgamo, que, assim, agradava grande parte de seus membros, anteriormente idólatras.
Consequente a essa postura de mistura entre o culto a Cristo e a idolatria, a igreja
de Pérgamo relaxou sua vigilância contra o pecado, não confrontando – e condenando –
práticas pecaminosas, como a prostituição, que caracterizava a doutrina de Balaão, e a
alimentação de comidas consagradas aos ídolos, praticando um evangelho sem o
imperativo moral, sendo religiosos, ainda que permissivos; cerimoniais, ainda que
tolerantes ao pecado.
Sobre a doutrina de Balaão sustentada por alguns naquela igreja, esta menção
apontava ao momento em que, por não poder amaldiçoar o povo de Israel, Balaão tentou
destrui-lo, ao levar os hebreus a manterem relações sexuais com as mulheres moabitas,
manchando a santidade deles55. Assim, a estratégia de Balaão em unir o povo de Israel
com as moabitas foi negativamente lembrada como exemplo do que a igreja de Pérgamo
fez, ao produzir a união entre a igreja e o paganismo, eliminando o caráter de santidade
da mesma.
A doutrina de Balaão foi terrível para Israel, pois insinuava que a maneira de viver
do homem não desfazia o concerto com Deus. Assim, por causa da tolerância com esta
doutrina, os cristãos de Pérgamo deixaram de ser a luz que deveria brilhar no mundo.

“Além disso, estão também aí em seu meio os que seguem a doutrina dos
nicolaítas” (Ap 2.15).

54
Mt 16.18.
55
Nm 25.1-3.

Pg. 95
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A respeito desta doutrina conduzida pelo apóstata Nicolau, a comentamos quando


abordamos a presença da mesma através da licenciosidade pregada na igreja de Éfeso, a
qual, felizmente, a combateu. Entretanto, lamentavelmente os cristãos de Pérgamo não
agiram como os efésios, e aceitaram a entrada da imoralidade na igreja sem nada fazer
para extirpá-la.
Deste modo, Jesus censurou o líder daquela igreja por sua tolerância ao pecado, ao
permitir o alastramento de tais venenos fatais naquela comunidade, uma vez que a função
do líder da igreja não era apenas a de presidi-la formalmente, mas:

ü Ser zeloso pelo ensino e cumprimento da sã doutrina.


ü Admoestar e exortar.
ü Disciplinar os falhos, caso não se arrependessem e mudassem suas posturas
de acordo com o ensino das Escrituras56.

Igrejas que não denunciam o pecado e o combatem são como a igreja de Pérgamo,
estão mortas, ainda que mantenham sua doutrina fielmente ortodoxa.

O ALERTA DE JESUS

“Portanto, arrependa-se! Se não, irei até aí sem demora e lutarei contra eles com
a espada da minha boca” (Ap 2.16).

Observe a mudança de pronomes. De “vocês” ele agora disse: “lutarei contra


eles”. Mais uma vez, Jesus ofereceu a oportunidade de salvação à uma igreja desviada,
através da postura do arrependimento dos pecados. Caso aqueles que se diziam cristãos
não o fizessem, Jesus declarou que deixaria de se apresentar como seu salvador e seria
seu adversário: “lutarei contra eles”. A decisão era deles, a partir do momento que Jesus
determinou-lhes que escolhessem o caminho que deveriam seguir.

56
2Ts 3.6,11,14-15.

Pg. 96
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AS PROMESSAS AOS QUE VENCESSEM

“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: ‘Ao vencedor, darei do
maná escondido’” (Ap 2.17a).

Novamente Jesus limitou sua bênção àqueles que vencessem. Se toda igreja estava
incluída na advertência e todos foram chamados ao arrependimento, somente os
vencedores receberiam o prêmio oferecido: o “maná escondido”.
O maná fora o suprimento dado por Deus aos israelitas quando estes saíram da
escravidão do Egito, sendo sustentados no deserto. Da mesma forma, Jesus prometeu seu
sustento diário àqueles que, passando pelo deserto com as tentações que os rodeiam,
vencessem, focando na vida santa e exemplar que devem apresentar.
Consequentemente, ao dizer que tal maná era escondido, Jesus lembrava que Deus
ordenara a Moisés guardar o maná na arca da aliança, como o testemunho de sua provisão
por quarenta anos, representando o provimento que Cristo concede à sua igreja fiel por
todo período que a mesma for posta à prova:

“Então Moisés disse a Arão:


— Pegue um vaso, ponha nele dois litros de maná e coloque-o diante do SENHOR,
para que seja guardado para as futuras gerações. Como o SENHOR havia
ordenado a Moisés, assim Arão o colocou diante da arca do testemunho para o
guardar. E os filhos de Israel comeram maná durante quarenta anos, até que
entraram em terra habitada. Comeram maná até que chegaram aos limites da
terra de Canaã” (Êx 16.33-35).

Deste modo, assim como o maná da antiga aliança está escondido para o porvir, do
mesmo modo a glorificação dos salvos está, hoje, escondida, guardada para o tempo do
retorno de Jesus com sua igreja:

Pg. 97
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“Portanto, se vocês foram ressuscitados juntamente com Cristo, busquem as coisas


lá do alto... Porque vocês morreram, e a vida de vocês está oculta juntamente com
Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a vida de vocês, se manifestar, então vocês
também serão manifestados com ele, em glória” (Cl 3.1a,3-4).

Mas esta não era a única promessa aos vencedores. Uma nova identidade os
aguardava:

“Também lhe darei uma pedrinha branca, e, sobre essa pedrinha, um novo nome
escrito, o qual ninguém conhece, exceto aquele que o recebe” (Ap 2.17b).

Segundo Ovídio57, nos tempos antigos os juízes gregos, quando iam declarar os
seus votos para a condenação de alguém que estava sendo julgado, lançavam uma pedra
preta se o considerassem culpado, ou uma pedra branca se o considerassem inocente.
Portanto, esta pedrinha branca simboliza o perdão definitivo que os salvos herdarão em
glória.
Outro uso antigo desta pedrinha branca acontecia nos jogos públicos, onde os
vencedores recebiam uma pedra branca (que se chamava “tesserae”) com seus nomes
gravados, como símbolo da glória pela vitória obtida, como vemos nos escritos de
Píndaro58. De igual modo, os vencedores receberão a pedra branca como o símbolo de
seu galardão por sua vitória.

O PERÍODO HISTÓRICO QUE REPRESENTA A IGREJA DE PÉRGAMO

TERCEIRO PERÍODO DA HISTÓRIA DA IGREJA (DE 313 A 500)

Após a conversão do imperador Constantino, tudo mudou na igreja. Depois de os


cristãos voltarem a ser “tolerados” no império romano por Galério (em 311), Constantino,
juntamente com Licínio, em 13 de junho de 313, proclamou o Édito de Milão, onde, de

57
“Metamorfoses”, XV, vs. 41
58
“Olímpicas”, VII, 159

Pg. 98
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maneira oficial, o império cessaria as perseguições contra os cristãos – permitindo a


liberdade de culto – e, além disto, devolveria aos mesmos as propriedades que lhe tinham
sido confiscadas:

“Nós, Constantino e Licínio, imperadores, encontrando-nos em Milão para


conferenciar a respeito do bem e da segurança do império, decidimos que, entre
tantas coisas benéficas à comunidade, o culto divino deve ser a nossa primeira e
principal preocupação. Pareceu-nos justo que todos, os cristãos inclusive, gozem
da liberdade de seguir o culto e a religião de sua preferência... Decretamos,
portanto, que, não obstante a existência de anteriores instruções relativas aos
cristãos, os que optarem pela religião de Cristo sejam autorizados a abraçá-la sem
estorvo ou empecilho, e que ninguém absolutamente os impeça ou moleste...
Asseguremos a cada cidadão a liberdade de culto segundo sua consciência e
eleição... Outrossim, com referência aos cristãos, ampliando normas estabelecidas
já sobre os lugares de seus cultos, é-nos grato ordenar, pela presente, que todos
os que compraram esses locais os restituam aos cristãos sem qualquer pretensão
a pagamento”.

Assim, este terceiro período da era eclesiástica equivale ao início da acomodação,


corrupção e adulteração da igreja, através de suas alianças com o poder terreno da política,
gerando um cristianismo deformado, idolátrico e permissivo, fazendo “vista grossa” ao
pecado dos que frequentam os seus templos, cada vez mais miscigenados com a idolatria,
ainda que sob roupagem “cristã”.
Deste modo, na fase Pérgamo, a igreja, absorvendo o panteão de divindades em
seus cultos, agora adaptados sob nome de personagens bíblicos (ex.: São Pedro), não-
bíblicos (ex.: São Jorge) e, até mesmo, inexistentes (ex.: São Cristóvão), se paganizou em
seus cultos e liturgias e se moldou ao mundo, desfrutando de seus confortos e participando
de seus vícios, perdendo integralmente sua vitalidade espiritual.

Pg. 99

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