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A mensagem à Igreja de Pérgamo – Ap 2.

12-17

12 – E ao anjo da igreja de Pérgamo escreve:

“...Pérgamo” O mensageiro que levava as acartas de Patmos passara primeiro por


Éfeso. De lá foi    a Esmirna, para o norte, e de lá, numa viagem    mais longa, chegaria a
uma cidade, naquela época de grande importância mais ou menos a 80 quilômetros para
o norte: Pérgamo. A cidade chama-se hoje “Bergama” e tem aproximadamente 15.000
habitantes.
Pérgamo foi a cidade mais importante da antiga região de Mísia, que fazia parte
da província romana da Ásia. Com orgulho chamava-se, em concorrência com Éfeso e
Esmirna, “a coroa da Ásia”. Era uma vez a capital de um reino muito rico, dominado
por uma dinastia de reis que se chamavam de Átalos. Átalo I subiu ao trono em 241 a.C.
Ele derrotou os antigos “celtas”, que invadiram a região, e lhes deu a parte que mais
tarde se chamaria de Galácia. Seu filho Átalo II, Eumenes, que o sucedeu em 197 a.C.,
fundara na cidade a afamada biblioteca, em desafio ao rei do Egito, que proibiu a
exportação de papiro. Ele mandou aperfeiçoar o couro de cabrito de uma maneira tal
que podia ser usado como material para escrever e que, em muito, foi superior ao
papiro. Este material chamava-se “pergaminho”, da cidade de sua origem: Pérgamo. O
pergaminho mais tarde, foi muito usado também para manuscritos da Bíblia, tanto do
Antigo como do Novo Testamento. No seu auge, essa biblioteca, de acordo com as
tradições, continha 200.000 volumes. Ela foi, mais tarde, doada por Marco Antônio a
Cleópatra do Egito, para fazer parte da maior das bibliotecas da antiguidade, a de
Alexandria (ca. 35 a.C.). Átalo III que morreu em 133 a.C., doou, antes de sua morte,
seus bens aos romanos que, no entanto, não só tomaram    seus bens mas também todo o
seu reino, e fizeram dele o núcleo de sua província de Ásia, com Pérgamo como capital.
Em 6 a.C., a residência do procônsul foi removida para Éfeso. Apesar disso,    a cidade
de Pérgamo ficou importante, especialmente por causa de seu comércio e seus altares e
templos.
A acrópole de Pérgamo coroava uma colina que abruptamente se erguia da
planície até uma altura de 330 metros, e podia ser vista de longe. Perto do topo da
colina estava colocado um imenso altar dedicado a Zeus, que foi erguido por Eumenes
II em comemoração à vitória sobre os celtas, obtida por seu pai. Perto desse altar estava
situado um templo maravilhoso, dedicado à deusa Atenas. Em 29 a.C. foi dedicado,
também perto da acrópole, o primeiro templo fora de Roma, dedicado ao culto aos
césares. Além desses santuários pagãos, achava-se – um pouco fora da cidade – o
santuário dedicado a Esculápio, deus da medicina, para o qual chegavam de longe
multidões de peregrinos, em busca de saúde.
Sobre a igreja de Pérgamo, sua fundação e seu desenvolvimento, nada sabemos.
As únicas notícias que temos são aquelas contidas nesta maravilhosa carta que o próprio
Senhor da igreja mandou escrever a ela.
12b – Estas coisas diz aquele que tem a grande espada, a afiada, a de dois gumes:
13 – Conheço o lugar onde moras, lá onde está o trono de Satanás, e que guardas
firme o meu nome e não negaste a minha fé, nem mesmo nos dias de Antipas, a
minha testemunha, o qual foi morto ao vosso lado, onde Satanás está habitando.

“Estas coisas diz....” – com estas palavras é introduzida a terceira carta.


“... que tem a grande espada, a de dois gumes, a afiada”. De novo o Senhor faz
lembrar a João a grande visão da introdução (Ap 1.16), e nesta, aponta para a rhomfaia,
a grande espada que lá “saía-lhe” da boca. Aqui, no entanto, acrescenta ao termo dois
adjetivos, e estes até articulados: tên dístomon, tên oxêian, a de duas bocas, a afiada. A
grande espada é o símbolo da Palavra de onipotente Deus, que, na imagem da língua
grega, “devorará” os seus inimigos no Juízo final (no alemão existe a mesma imagem,
quando se expressa “das Schwert frisst”). O Símbolo da espada para a Palavra de
Deus é conhecido de várias passagens do Novo Testamento, por exemplo em Hb 2.12:
“A Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de doi
gumes...”; Ef 6.17: “...e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus”; Os 6.5: “...
pela Palavra da minha boca os matei...”
Essa descrição do Filho do Homem glorificado é para os que a ele são fiéis. Serve
de grande consolo e coragem, e pode vencer os seus temores quando passam por
tribulações e perseguições por causa do nome de Cristo. Pela Palavra de Deus estão
aptos a destruir todos os seus inimigos; se não já, certamente no grande Juízo. Todos os
fiéis devem lembrar-se, no meio de suas tribulações, de que seu Senhor tem “a grande
espada, a de dois gumes, a afiada”.
De novo aparece o simples, mas tão grandioso ôida (conheço) do onisciente
Senhor. Aqui o Senhor diz: “conheço o lugar onde moras”; mas também conhece
“onde Satanás está habitando”. A igreja de Pérgamo está morando num lugar perigoso,
pois lá é o trono de Satanás. Os cristãos de Pérgamo moram numa cidade
extraordinariamente pagã. Entre os altares e santuários, O Esculápio foi o mais temido
pelos cristãos. O símbolo desse deus era uma serpente que foi até chamada de “o deus
de Pérgamo”. Para os cristãos, ela foi o símbolo da antiga serpente do Jardim do Éden,
do próprio Satanás. Por isso “o trono de Satanás” foi identificado, entre os cristãos, com
o santuário de Esculápio. Para ele vieram, de longe, peregrinos em busca de uma cura
diabólica. O próprio Senhor afirma que ali habitava Satanás; que ali estava o verdadeiro
trono de Satanás. Que consolo para os cristãos o Senhor onipotente conhecer tudo isso!
Mas o onisciente Senhor sabe mais dessa igreja: “e que guardas firme o meu
nome...” Na década anterior à escritura no Apocalipse, sob o reinado do imperador
Domiciano, alastrou-se em todo o império o culto ao imperador, o culto aos césares.
“Kyrios Kaisar”: “Senhor Deus e César!” foi o grito desse culto. Havia em Pérgamo,
como já constatamos, um santuário especialmente dedicado a esse culto. O mais antigo
em todo o império fora o de Roma. Contra esse culto se rebelaram os cristãos fiéis,
afirmando: “Kyrios Kristós!”: Senhor Deus é Cristo! Parece que os cristãos de
Pérgamo foram especialmente atacados por confessarem o nome de Cristo como seu
Deus e guardarem firme esse nome, apesar de perseguições da parte dos sacerdotes de
César. O onisciente Senhor conhece esta firmeza e lhes afirma: Eu sei, conheço a
situação; Eu conheço a vossa fidelidade.
Sim, ele ainda conhece mais, ele sabe e lhes afirma: “... e não negaste a minha
fé”. É evidente que pístis mou, “minha fé”, não fala da fé de Jesus, a fé que Ele mesmo
teve. “Minha fé” significa aquela fé que os cristãos de Pérgamo tinham. Fé essa que
teve por conteúdo a Jesus Cristo como seu Salvador e Rei. Como eles não negaram o
nome de Deus ante as perseguições dos adeptos do “deus César”, assim também não
negaram sua fé em Cristo.
E isso aconteceu numa época memorável: “... nem mesmo nos dias de Antipas, a
minha testemunha...” Não sabemos de quem se trata, quando o Senhor fala desse
homem como sendo “sua” testemunha. Mas deve ter sido uma pessoa muito conhecida
de todos, e é bem possível que o que dizem a seu respeito tenha acontecido em conexão
com aqueles fatos, quando os cristãos testificaram sua fé no nome de Jesus Cristo.
Existe uma lenda que diz ter sido Antipas o bispo da igreja de Pérgamo durante a
perseguição sob o imperador Domiciano e que ele, por causa do seu firme testemunho
de Cristo, “foi morto ao vosso lado”, dentro de um touro de ferro numa fogueira. O
grego par’ hymin,    ao vosso lado, parece indicar que cristãos estiveram presentes
quando ele sofreu morte de mártir lá “onde Satanás está habitando”. Que morte
abençoada: por Cristo, na habitação de Satanás!

14 – Tenho, porém, contra ti algumas poucas coisas: que tens ali tais (pessoas)
que sustentam a doutrina de Balaão,, o qual ensinava a Balaque a armar
ciladas diante dos filhos de Israel, para comerem coisas sacrificadas aos
ídolos e praticarem prostituição.

Agora vem a censura, depois de o Senhor Ter louvado a fidelidade dos cristãos ao
seu nome. A censura é semelhante àquela dirigida contra a igreja de Éfeso em Ap 2.4. A
censura não atinge os cristãos fiéis diretamente, mas, não obstante, a igreja como tal é
censurada: “Tenho, porém, contra ti algumas poucas coisas...”
Óliga, umas poucas coisas, não significa que não foram consideradas graves, mas
sim, que foram “poucas”, felizmente.
Enquanto Cristo pode louvar a igreja como tal que “guarda firme” o seu nome, há
lá alguns poucos que “guardam firmes”, que “sustentam” algo    totalmente contrário.
Esses poucos “sustentam a doutrina de Balaão”. Eles seguem a uma didachê, uma
doutrina perniciosa, a doutrina de Balaão. A história que relata a origem dessa
“doutrina” acha-se em extenso em    Nm 22-24; cf. também Nm 31.8; Js 13.22. Balaão
foi um adivinhador que morava longe, naa terra perto do Rio Eufrates. Balaque, rei de
Moabe e inimigo do povo de Israel, teve medo da força militar deste e mandou a Balaão
amaldiçoar    Israel. Isso, porém, o Senhor não permitiu. Pelo contrário, obrigou Balaão
abençoar Israel por três vezes. O adivinhador, então, sob a pressão de Balaque, achou
uma saída, uma    “doutrina”: aconselhou-o a reduzir os israelitas, através das mulheres
de Moabe, à idolatria e à prostituição. Esse aconselhamento, essa “doutrina”teve
sucesso entre os israelitas. Foi essa uma das quedas mais marcantes na história do
antigo Israel, tão marcante que até no Novo Testamento serve como exemplo perverso.
Uma passagem interessante sobre isto é 2 Pe 2.15-16, que, falando dos falsos mestres
que seduzem cristãos para abandonarem a fé, aponta entre outros exemplos – também o
de Balaão: “...abandonando o reto caminho, se extraviaram, seguindo pelo caminho de
Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça (recebeu, porém, castigo da sua
transgressão, a saber, um mudo animal de carga, falando com voz humana, refreou a
insensatez do profeta)”. Também Jd 11 fala do “erro de Balaão”.
Parece que os falsos mestres em Pérgamo usavam esse aconselhamento de Balaão
como “doutrina”que serviu a alguns dos cristãos de cilada, na qual caíram. Ensinavam,
provavelmente, que não seria mau que os cristãos participassem também das festas dos
pagãos nos seus santuários; festas essas que quase sempre terminavam em orgias de
sexo e prostituição no templo. Argumentavam que tal seria perfeitamente permissível
aos cristãos; sim, serviria até como prova de sua maturidade e da força de sua fé.
Afirmavam ainda que o que a carne e o corpo fizessem não seria mau para o espírito; ao
contrário, que dominariam sua carne ao deixá-la fazer o que quisesse e fortaleceriam
dessa maneira o espírito. Uma “doutrina” deveras hedionda!

15 – Assim também tu tens tais que, em forma semelhante, sustentam a


doutrina de nicolaítas.

Parece que de Éfeso, donde foram expulsos da congregação aqueles que


praticaram as obras dos nicolaítas, a doutrina destes se espalhou para Pérgamo. Sua
“doutrina” foi mui semelhante à de Balaão, como já foi constatado na exposição do v.6.
A diferença entre Éfeso e Pérgamo, no entanto,    foi profunda: enquanto em Éfeso esses
heréticos foram expulsos,odiados pela igreja, na igreja de Pérgamo aparentemente eram
mantidos em seu meio, o que indica o verbo forte de “tu tens”. Tu tens no teu meio
ainda esses falsos mestres e seus seguidores! Faltava, portanto, a disciplina cristã a essa
congregação. Um erro mui perigoso, como mostra a severa censura que o Cristo
glorificado acrescenta nesta carta:

16 – Arrepende-te, portanto! Mas se não, venho sobre ti sem demora e contra


eles pelejarei com a grande espada da minha boca.

“Arrepende-te, portanto!” – metanóeson ôun. Quem deve arrepender-se?


Quando a ordem está no singular, como aqui, não é dirigida só ao pastor mas também a
toda a congregação. A culpa de que os heréticos ainda estão em seu meio é de todos os
membros. O exercício da disciplina cristã é dever de toda a congregação, se bem que o
bispo também deve guiar nesse assunto espiritual.
Mas se não, venho sobre ti sem demora”. Para destacar que o chamado ao
arrependimento não é algo que possa ser desprezado ou seu cumprimento adiado, o
Cristo glorificado acrescenta uma dupla ameaça. A primeira é dirigida contra a
congregação por não ter exercitado a disciplina cristã, e essa em toda    sua extensão, de
acordo com Mt 18. 15-18. “Venho sobre ti”: érchomai soi. O verbo com o pronome no
dativo, no grego, indica o objetivo de vir. Esse “vir” não é uma simples visita, mas uma
vinda com um objetivo determinado, ameaçador. E essa vinda ameaçadora não demora:
“Se não te arrependes, venho sobre ti sem demora!” Disciplina cristã não executada
ou negligenciada cai debaixo da ira de Deus. Arrependimento nunca deve ser adiado.
Quem diz isso é aquele cujo nome, entre outros, é “aquele-que-vem-vindo”. Ele já está
no caminho, tanto para o juízo como para a salvação. Aliás, o chamado para o
arrependimento é sempre o primeiro chamado: João Batista, Mt 3.2; Jesus, Mc 1.15;
Pedro; At 3.19; cf. também Ap 2.5.
A outra ameaça dirigi-se contra os heréticos: “Contra eles pelejarei com a grande
espada da minha boca!” É a mesma vinda do Senhor: quando Ele vier visitá-los, se não
se arrependerem, virá de uma forma muito mais severa contra os adeptos da doutrina de
Balaão e os seguidores dos nicolaítas. Para eles Ele vem como um forte guerreiro que
tem uma espada sem igual para sua peleja: a grande espada da sua boca. É a grande
arma de sua Palavra, a Palavra do Juízo, a palavra da condenação final contra a qual não
há e não haverá apelação. Deve-se notar que já aqui – e não só no juízo final, a Palavra
da lei castiga aqueles que não se arrependem. Juízos temporais atingem muitas vezes já
aqui os que não ouvem as apalavras da advertência de Deus (Cf. JO 12.48; Is 11.4; 2 Ts
2.8; Ap 19.15 e 21).

17 – Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao vencedor, a


ele darei do maná, que está escondido, e lhe darei uma pedrinha branca e,
sobre a pedrinha, escrito um nome novo, o qual ninguém conhece, exceto
aquele que o recebe.

“Quem tem ouvidos, ouça...” – Cf. v. 7.


“Ao vencedor...” – cf. v. 7 e 11.
“A ele darei do maná, que está escondido...” – O maná certamente se refere
àquela história comovente de Êx    16, na qual é narrado como Deus providenciou para o
povo de Israel, no deserto, o alimento necessário para sua sobrevivência. Em
contraposição àqueles que estão comendo carne oferecida aos ídolos nas festas dos
pagãos e que receberão o julgamento pelo juízo do Senhor, os “vencedores”, os que
ficam fiéis ao    nome de Cristo, receberão ( o verbo dôso está no futuro) um outra
alimentação: o “maná escondido”. Não se trata de uma alimentação física, terrestre, mas
sim um “pão” espiritual, o pão do céu. É o pão da sobrevivência eterna. Esse pão    “está
escondido”. Aqui na terra não podemos conhecer a grande riqueza dos dons da graça
celestial. Ela    nos será revelada naquele dia em que os infiéis receberão a Palavra do
Juízo Final. É uma “herança” incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos
céus para vós que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para salvação
preparada para revelar-se no último tempo, 1 Pe 1.4-5.    O “maná escondido” é aquilo
que “nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou no coração humano
o que Deus tem preparado para aqueles que o amam”, 1 Co 2.9.
O “maná que está escondido”, portanto, não se refere ao pão na Santa Ceia, como
alguns intérpretes pensam, mas sim, àquela grande festa que está preparada no céu para
os “vencedores”,    quando eles comerão o eterno maná e “tomarão lurares à mesa com
Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus”, Mt 8.11, e se alimentarão “da árvore da vida
que se encontra no paraíso de Deus”, Ap 2.7; cf. também Jo 6.31-35; 3.48-58.
“e lhe darei uma pedrinha branca...” enquanto o simbolismo do maná pode ser
explicado, isso se torna difícil com o simbolismo da pedrinha branca. Muitas
interpretações foram oferecidas, mas nenhuma realmente satisfaz. A mais acertada
parece-nos aquela que pode ser ligada ao símbolo de “comer” o maná eterno no
“banquete” preparado no céu para os vencedores. Essa interpretação refere-se ao
costume antigo de os convidados ilustres para uma festa do rei receberem uma pedrinha
branca, geralmente um diamante, que lhes dava o direito de poderem entrar para a festa.
Assim os vencedores recebem uma “pedrinha branca” como sinal de sua vitória (branco
é a cor simbólica da vitória), dando-lhes acesso à festa celestial.
“e sobre a pedrinha escrito um nome novo, o qual ninguém conhece, exceto
aquele que o recebe”. A promessa de um nome novo aos eleitos de Deus já temos no
Antigo Testamento: em Is 62.2, a “noiva” do Senhor recebe a promessa: “...e será
chamado por um nome novo, que a boca do Senhor designará”. E Deus “seus servos
chamará    por outro nome”, Is 65.15. No novo céu e na noa terr,a tudo o que era velho
terá    passado; tudo será novo. Por que esse novo nome só será conhecido por aquele
que o recebe não nos é dito. Temos mais uma passagem neste livro em que aparece essa
frase enigmática. Achamo-la em Ap 19.12, onde nos é dito que João viu no céu aberto o
próprio Cristo no cavalo branco, que “se chama Fiel e Verdadeiro”, e que “tem um
nome escrito que ninguém conhece senão ele mesmo”.
O “porquê” de muitas coisas reveladas no livro de Apocalipse, aqui na terra não
saberemos. Diz Lenski, no seu comentário sobre essa passagem: “When I receive my
stone from the Lord I shall know all about tthe meaning”. Isso também a nós basta.
A igreja de Pérgamos parece-nos uma congregação dividida. Havia aqueles fiéis
que ficaram firmes no testemunho do nome de Cristo, mesmo nas adversidades, e não
negaram sua fé em Cristo. Até um do seus líderes, Antipas, pagou seu testemunho com
a própria vida. Mas havia no meio deles alguns poucos que aderiram às doutrinas
nefastas de Balaão e dos nicolaítas. O grande senão desta igreja foi que não praticaram
a verdadeira disciplina cristã, excomungando estes heréticos. Que pena!

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