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Soluções Farmacêuticas

Prof.ª Luciana M. Brito


Soluções Farmacêuticas

(I) Definição

(II) Vantagens X Desvantagens

(III) Escolha do solvente

(IV) Adjuvantes

(V) Preparo geral

(VI) Tipos de preparação

(VII) Estabilidade

(VIII) Embalagens
(I) Definição

= Sistema monofásico, homogêneo, com dois ou mais componentes.

🡪 solvente: fase na qual ocorre a dispersão

🡪 soluto: componente que se encontra disperso no solvente, na forma


molecular ou iônica

Nome da dispersão Tamanho médio das partículas


*Em geral, o solvente está presente em maior
quantidade – EXCEÇÃO: xaropes (85% de soluto)
solução verdadeira 0 – 1nm

solução coloidal 1 – 100nm

suspensão > 100nm

🡪 Propriedades coligativas
- pressão osmótica
- abaixamento crioscópico
- elevação do ponto de ebulição
- abaixamento da pressão de vapor
(II) Vantagens X Desvantagens

☺ mais facilmente ☹ transporte e


deglutidos estocagem

☹ menor estabilidade
☺ imediata
disponibilidade para ☹ maior
absorção susceptibilidade ao
desenvolvimentos
de
microorganismos
☺ administração de
fármacos irritantes
para a mucosa ☹ imprecisão da dose
gástrica
☹ não mascara sabor
desagradável
(III) Escolha do solvente

“Semelhante atrai semelhante”

🡪 Compostos orgânicos que contêm grupos polares capazes de formar ligações H


🡪 Cloreto
com a água(OH, CHO, COH, de CH
etila = polar
OH, COOH, NO2, CO, NH2 e SO3H) são solúveis
2
🡪 Etanol = polar
nesta, sempre que seu P.M. não for muito elevado
🡪 Cloreto de etila: baixa solubilidade em água
🡪 A introdução
🡪 de átomos maior
Etanol: de halogênios tende, em geral,
solubilidade a diminuir a solubilidade por
em água
aumento do peso molecular sem aumento correspondente de polaridade
?
🡪 Posições relativas de substituintes: m-dihidrobenzeno > o-dihidrobenzeno >
p-dihidrobenzeno LIGAÇÕES HIDROGÊNIO!!!!!
🡪 A forma cis de um isômero é mais solúvel que a forma trans

*O solvente ideal para solubilizar um fármaco nem sempre pode ser


utilizado em uma preparação farmacêutica, visto que este deve ser
desprovido de toxicidade, não irritar mucosas, ser inerte e compatível com a
formulação.
(III) Escolha do solvente

(a) Soluções aquosas

(a) Soluções aquosas


🡪 água: principal
-(b)
fisiologicamente
Soluçõescompatível
não-aquosas
- não tóxica
- constante dielétrica elevada

(i) Tipos de água para uso farmacêutico


- água potável
- água purificada
- água estéril
...
(III) Escolha do solvente

(ii) Solubilidade

🡪 Fatores que influenciam a solubilidade


- tamanho das partículas e agitação
- pH
- temperatura
- polimorfismo
(III) Escolha do solvente
🡪 Maneiras de melhorar a solubilidade em água

- uso de co-solventes
Solventes usados em combinação com o solvente principal da
solução para aumentar a solubilidade de um fármaco (eletrólito fraco
ou substância apolar)

*Exemplo: fenobarbital

Solubilidade em água = 1,2g/L


Solubilidade em etanol = 13g/L
Utilizando-se uma mistura 10% EtOH + 90% água:
1,2 x 0,9 = 1,08g
13 x 0,1 = 1,30g

= 2,38g fenobarbital/ L
(III) Escolha do solvente

- complexação
É essencial que o complexo seja facilmente reversível para que o fármaco livre seja liberado
durante e após o contato com os fluidos biológicos

- modificações químicas
Último recurso uma vez que implica na síntese de sais
hidrossolúveis – modificação da toxicidade e
farmacologia

- controle do tamanho de partículas


↓tamanho: ↑área superficial : ↑solubilidade

*O calor auxilia a velocidade de dissolução mas temperaturas elevadas


podem degradar o fármaco e volatilizar outros.
(III) Escolha do solvente

(b) Soluções não-aquosas


São empregados quando não é possível assegurar a dissolução
completa dos componentes da solução em sistema aquoso ou
quando o fármaco não é estável no mesmo.

*Sistemas de liberação prolongada I.M. – injeções oleosas

(b.1) Óleos fixos de origem vegetal


🡪 Óleos não voláteis, constituídos especialmente de ácidos graxos de glicerol
Óleo de amêndoas, soja, algodão, azeite, milho, p. ex.

🡪 Óleos minerais – somente uso externo


(III) Escolha do solvente

(b.2) Álcoois
🡪 Etanol: mais empregado, principalmente para uso externo
- solubilizantes
- anti-séptico
- ↑ evaporação do produto na pele
- uso oral e parenteral – em pequenas quantidades, especialmente como
co-solvente (no máximo 2% pois é tóxico)

(b.3) Polióis
- uso interno e externo

🡪 Polietilenoglicóis (PEGs): uso externo (tópico) e parenteral

🡪 Dietilenoglicol, etilenoglicol e seus monoetil ésteres: somente para uso


veterinário
(III) Escolha do solvente

(b.4) Éter etílico


- muito usado para extração de matéria-prima in natura
- uso externo

(b.5) Outros

🡪 Miristato e palmitato de isopropila


- uso externo, principalmente em cométicos
- baixa viscosidade, menos gorduroso

🡪 Dimetilformamida e dimetilacetamida
- uso veterinário

🡪 Xileno
- uso em formulações auriculares
(IV) Adjuvantes

(i) Objetivo do uso de adjuvantes em soluções

- tornar a solução mais compatível com o meio fisiológico que será


aplicada

- promover a dissolução em água de um fármaco que é muito pouco


solúvel ou insolúvel neste solvente

- retardar ou impedir hidrólise ou oxidação

- evitar o desenvolvimento de microorganismos

- melhorar as características organolépticas, quando necessário, para


melhorar a aceitabilidade do medicamento pelo paciente
(IV) Adjuvantes

(ii) Tipos

🡪 Sistemas tamponantes
Componentes que quando dissolvidos em um solvente são capazes de resistir
à variação de pH com a adição de ácido ou base

Escolha:
- pH final da preparação e capacidade tamponante requerida
- compatibilidade com o fármaco e outros componentes da formulação
- compatibilidade com a via de administração
- pH final deve proporcionar máxima estabilidade, solubilidade e
biodisponibilidade do fármaco

Carbonatos, citratos, gluconatos, lactatos, fosfatos, acetatos, tartaratos, boratos


(somente uso externo), p. ex.
(IV) Adjuvantes

🡪 Agentes modificadores de densidade


Substâncias que aumentam o tempo de permanência da solução
aquosa de uso tópico (pele ou olhos)
Aumentam a viscosidade de soluções

Povidona, HEC, carbômeros, p. ex.

🡪 Conservantes (antimicrobianos)
- não adsorver na embalagem
- não ser incompatível com o pH da preparação e demais
componentes
- devem ser adequados para a via de administração em questão
(IV) Adjuvantes

🡪 Agentes redutores e antioxidantes

Veículos aquosos: - pH ácido: metabissulfito, p. ex.


- pH neutro: bissulfito, p. ex.
- pH básico: sulfitos, p ex.

Veículos oleosos: - BHT (di-terc-butil metil fenol ou hidroxitolueno butilado )


- BHA (3-terc-butil-4-hidroxianisol)
- tocoferol
- auxiliares (quelantes): EDTA, ác. cítrico
(IV) Adjuvantes

🡪 Edulcorantes

- Sacarose: principal
☺ Incolor
☺ Muito solúvel em água ☹ Cariogênica
☺ Estável na faixa de pH 4-8 ☹ Calórica
☺ Mascara sabores salgado e amargo
☺ Efeito suavizante

- Poliálcoois: sorbitol, manitol, glicerol, p. ex.

- Edulcorantes artificiais: sais sódico e cálcico da sacarina, ciclamatos,


aspartame, p. ex.
☺ alto poder adoçante
(100 – 1000 x) ☹ sabor residual
amargo ou metálico
(IV) Adjuvantes

🡪 Aromatizantes e essências
- usados em conjunto com edulcorantes
- muito usados em formulações pediátricas
- auxiliam na identificação do produto
Obtenção:
- fontes naturais (suco de frutas, óleos aromatizados)
- sintéticos (mais baratos, estáveis e disponíveis)

*A escolha deve ser compatível com a cor do produto e possuir a capacidade de


mascarar sabores amargo, salgado, doce e azedo.

AMARGO

DOCE
SALGADO
ÁCIDO
(IV) Adjuvantes

🡪 Corantes
- usados principalmente para soluções de uso oral e uso externo
- normalmente associado a um aroma
- facilitam a identificação
Tipos:
- naturais (mais aceitos): carotenóides, clorofilas, antocianinas,
riboflavinas, p. ex.
- sintéticos (cores mais vivas e estáveis)

*Verificar
*Para uma mesma
se substância
o corante corante
é aprovado
existem diferentes
para uso
*Verificar se odenominações
corante não é cosmético
afetado pelo
farmacêutico,dependendo
pH da preparação ou
ou país.
do alimentar.
por radiação U.V. ou ainda pela adição de agentes
oxidantes/redutores.
(V) Preparo geral

1) Calcule a quantidade de P.A (princípio ativo / soluto)


2) Pese ou meça o P.A.
3) Escolha o melhor solvente ou conjunto de solventes para solubilizar
o P.A verificando se não há nenhuma incompatibilidade fármaco /
solvente
4) Verifique a necessidade de adjuvantes farmacotécnicos
5) Defina a ordem de adição de cada componente da fórmula
6) Escolha a técnica e operação farmacêutica mais adequada ao
preparo (dispersão, solubilização, aquecimento, agitação mecânica,
etc)
7) Filtre a solução (observar se houve retenção de soluto no filtro)
8) Verifique e corrija o pH, se necessário
9) Embale adequadamente e identifique a solução
preparada
(VI) Tipos de preparação

🡪 Líquidos para aplicação cutânea

- Loções
Aplicação sobre a pele sem fricção

- Linimentos
Aplicados sobre a pele com fricção
Contêm substâncias oleosas em solução alcoólica

- Vernizes
Líquidos par aplicação na pele com pincel
Contêm álcool ou éter, os quais evaporam rápido deixando os ativos
sobre a pele

- Colódios
Similares ao anterior, após evaporar o solvente formam um filme
plástico sobre a pele proporcionando maior contato do fármaco
com cortes ou imperfeições
(VI) Tipos de preparação

🡪 Preparações auriculares

- para aplicação no canal auditivo interno


- soluções de fármacos + água + glicerina + PG ou
misturas água/álcool
- uso local
- antibióticos, anti-sépticos
- soluções de limpeza
- emolientes de cera
- gotas, sprays ou soluções de limpezaa

🡪 Preparações nasais

- soluções de pequeno volume em veículo aquoso para


administração nasal
- deve ter pH próximo a 6,8 e ser isotônica
- antibióticos, antiinflamatórios e descongestionantes
(VI) Tipos de preparação

🡪 Preparações oftálmicas

- líquidos estéreis de pequeno volume


- indicados para instilação no globo ocular ou dentro do saco conjuntival –
efeito local

🡪 Soluções para irrigação

- soluções aquosas estéreis de grande volume


- limpeza de ferimentos e cavidades corporais
- devem ser isotônicas

🡪 Colutórios

- soluções aquosas usadas para prevenir e tratar infecções


bucais e de garganta
- anti-sépticos, analgésicos e/ou adstringentes
(VI) Tipos de preparação

🡪 Produtos parenterais

- soluções estéreis para injeção ou infusão no corpo

🡪 Preparações retais

- soluções aquosas ou oleosas para administração retal


destinado à limpeza, diagnóstico ou tratamentos

🡪 Produtos intermediários

- Espíritos
Soluções alcoólicas de substâncias voláteis, usados principalmente
como agentes aromatizantes

- Águas aromáticas
Soluções aquosas de sustâncias voláteis com propriedades
aromatizantes
(VI) Tipos de preparação

🡪 Líquidos orais

- Xaropes
= Sacaróleos: sacarose + água
Preparações farmacêuticas líquidas cujo veículo é a água purificada
contendo elevada concentração de açúcares, os quais lhe conferem
propriedades edulcorantes e conservantes

XAROPE SIMPLES
SACAROSE = dissacarídeo
sacarose glicose +
------------------- 85g
frutose água destilada --- q.s.p. – 1000mL
[densidade = 1,31 – 1,33]

*A sacarose pode ser substituída por:


- glicose, frutose
- polióis
- substâncias não-glicogênicas
(VI) Tipos de preparação

- Elixires
Soluções aquosas medicamentosas edulcoradas com açúcares,
sacarina ou glicóis. Apresentam-se claros, adocicados e
flavorizados.

☺ adequados para fármacos insolúveis em água mas solúveis em


misturas hidroalcoólicas

☹ menos doce e menos viscoso que os xaropes


☹ menos efetivo no mascaramento do sabor
☹ alta graduação alcoólica

- Melitos
São preparações líquidas que apresentam consistência xaroposa
devido à grande quantidade de mel que contêm (dissolvido num
veículo aquoso)
(VII) Estabilidade

🡪 Química: Integridade e potência dos ativos devem ser mantidas

🡪 Física
- Limpidez – exame visual ou densidade óptica
- Cor – visual ou espectrofotômetro
- Odor, sabor
- Propriedades reológicas – reômetros ou viscosímetros
(VIII) Embalagens

VIDRO

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(VIII) Embalagens

PLÁSTICO

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