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Educação Humanizadora

Considerações Finais – Luana Viegas Fernandes

Ao decorrer dos dois textos de Alencar e Arroyo, pude perceber e realmente


entender os processos da vida escolar, as dificuldades encontradas pelos docentes na
educação da criança e do adolescente e principalmente em relação as estruturas
escolares.
Começarei esse texto dialogando sobre a criança nascer uma “carta em
branco”, ela é um mundo inteiro de possibilidades como diz Alencar, e isso a permite
ter experiencias e vivencias boas e ruins, que a moldarão para seu futuro. Então é
dever do docente compreender as realidades do mundo atual para começar a sua
jornada com uma educação mais humanizada, tornando o ser humano mais humano.
Capitalismo, taxas de desemprego e inflação no topo, pobreza e miséria,
preconceitos enraizados, o bem privado tomando o lugar do público, empresas
governando mais que os próprios governantes, é o tempo do consumo excessivo, da
felicidade material comprada, onde os frutos do neoliberalismo invadem os processos
escolares e sociais, egoísmo e concorrência são as regras para se sair bem nos dias
de hoje. Tudo isso se reflete no meio escolar, tornando a escola apenas mais uma
empresa, focada em números e índices de qualidade, com dezenas de alunos
aprovados no vestibular, e com notas acima da média.
O grande foco está erroneamente nos repasses de conteúdos prontos com
saberes absolutos, que tem o objetivo de doutrinar e proporcionar uma educação de
adestramento, para criação de mais trabalhadores submissos. Não dão espaço para a
criatividade, socialização e expressão.
Outro grande problema enfrentado são o desanimo e a perda do encanto pelo
ensino, doutrinados a apenas transmitir conhecimento, com salários baixíssimos, e
com isso vendo o desinteresse dos alunos, claro, quem se interessaria por toneladas
de conteúdos despejados sobre nós? Os professores vêm fazendo o mínimo de
esforço, sem planejar suas aulas, trabalhando e se relacionando mecanicamente com
seus discentes, sem nenhuma teoria pedagógica, não percebendo que isso apenas
reforça aos que querem acabar com o sistema público de educação.
Alencar repudia este fato, os mestres devem ser combatentes, militantes,
devem ter paciência e compreensão com seus alunos e muita determinação para a
construção de um futuro pleno para os estudantes, é sua missão regenerar o público,
o social, o interesse interpessoal e o interesse de se tornar humano, promovendo uma
vivência humanizadora, e não dar espaço para situações mais desumanas muitas
vezes reforçadas nas escolas.
Também é dever do mestre olhar e sentir seus alunos, atualmente as crianças
e adolescentes se interessam muito em pautas sociais, como gênero, classe, raça,
relacionamento humano, isso lhes gera interesse, querem saber sobre a vida, e é de
suma importância saber encaixar tais questões nas disciplinas já propostas pelo
ensino. Como estudante de educação física por exemplo, vejo como a relação corpo e
mente andam juntas, a capacidade de nos expressar, na arte na dança, isso pode
gerar mudanças extraordinárias na auto-imagem e no desenvolvimento social e
psicológico do indivíduo.
A educação humanizadora tem como função social, política e cultural promover
relações mais humanas, dando-lhes o direito á identidade e a diversidade, entendendo
a escola como um processo, de convívio em sociedade, de como se tornar cidadão e
de como se relacionar com o outro, com a natureza e com o espaço.
É obrigação do docente acabar com toda e qualquer estrutura social e
econômica que promova exclusão e desumanização. Revertendo condições ruins
vividas pelos discentes no âmbito familiar para que este se reconecte com sua
vontade de aprender, de “se reconhecer e de se realizar como pessoa, sujeito,
indivíduo “ (Arroyo)

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