Ao decorrer dos dois textos de Alencar e Arroyo, pude perceber e realmente
entender os processos da vida escolar, as dificuldades encontradas pelos docentes na educação da criança e do adolescente e principalmente em relação as estruturas escolares. Começarei esse texto dialogando sobre a criança nascer uma “carta em branco”, ela é um mundo inteiro de possibilidades como diz Alencar, e isso a permite ter experiencias e vivencias boas e ruins, que a moldarão para seu futuro. Então é dever do docente compreender as realidades do mundo atual para começar a sua jornada com uma educação mais humanizada, tornando o ser humano mais humano. Capitalismo, taxas de desemprego e inflação no topo, pobreza e miséria, preconceitos enraizados, o bem privado tomando o lugar do público, empresas governando mais que os próprios governantes, é o tempo do consumo excessivo, da felicidade material comprada, onde os frutos do neoliberalismo invadem os processos escolares e sociais, egoísmo e concorrência são as regras para se sair bem nos dias de hoje. Tudo isso se reflete no meio escolar, tornando a escola apenas mais uma empresa, focada em números e índices de qualidade, com dezenas de alunos aprovados no vestibular, e com notas acima da média. O grande foco está erroneamente nos repasses de conteúdos prontos com saberes absolutos, que tem o objetivo de doutrinar e proporcionar uma educação de adestramento, para criação de mais trabalhadores submissos. Não dão espaço para a criatividade, socialização e expressão. Outro grande problema enfrentado são o desanimo e a perda do encanto pelo ensino, doutrinados a apenas transmitir conhecimento, com salários baixíssimos, e com isso vendo o desinteresse dos alunos, claro, quem se interessaria por toneladas de conteúdos despejados sobre nós? Os professores vêm fazendo o mínimo de esforço, sem planejar suas aulas, trabalhando e se relacionando mecanicamente com seus discentes, sem nenhuma teoria pedagógica, não percebendo que isso apenas reforça aos que querem acabar com o sistema público de educação. Alencar repudia este fato, os mestres devem ser combatentes, militantes, devem ter paciência e compreensão com seus alunos e muita determinação para a construção de um futuro pleno para os estudantes, é sua missão regenerar o público, o social, o interesse interpessoal e o interesse de se tornar humano, promovendo uma vivência humanizadora, e não dar espaço para situações mais desumanas muitas vezes reforçadas nas escolas. Também é dever do mestre olhar e sentir seus alunos, atualmente as crianças e adolescentes se interessam muito em pautas sociais, como gênero, classe, raça, relacionamento humano, isso lhes gera interesse, querem saber sobre a vida, e é de suma importância saber encaixar tais questões nas disciplinas já propostas pelo ensino. Como estudante de educação física por exemplo, vejo como a relação corpo e mente andam juntas, a capacidade de nos expressar, na arte na dança, isso pode gerar mudanças extraordinárias na auto-imagem e no desenvolvimento social e psicológico do indivíduo. A educação humanizadora tem como função social, política e cultural promover relações mais humanas, dando-lhes o direito á identidade e a diversidade, entendendo a escola como um processo, de convívio em sociedade, de como se tornar cidadão e de como se relacionar com o outro, com a natureza e com o espaço. É obrigação do docente acabar com toda e qualquer estrutura social e econômica que promova exclusão e desumanização. Revertendo condições ruins vividas pelos discentes no âmbito familiar para que este se reconecte com sua vontade de aprender, de “se reconhecer e de se realizar como pessoa, sujeito, indivíduo “ (Arroyo)