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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS (UEMG)

PEDAGOGIA-1º PERÍODO

UMA RESENHA SOBRE O ARTIGO DA AUTORA:


MARIA HELENA SOUZA PATTO

“ESCOLAS CHEIAS, CADEIAS VAZIA” NOTA


SOBRE AS RAÍZES IDEOLÓGICAS DO
PENSAMENTO EDUCACIONAL BRASILEIRO, SÃO
PAULO-BRASIL: ESTUDOS AVANÇADOS 21 (61),
2007

TATIANE KELLY PINTO DE CARVALHO

DANIELE SUZANE BEZERRA DA SILVA

DIVINÓPOLIS, 08 DE JUNHO DE 2022

2022
No artigo “Escolas cheias, cadeias vazias” da autora Maria Helena Souza Patto é
discutido a precariedade dos ensinos Fundamental e Médio onde não importa a
qualidade da aprendizagem do aluno e sim a quantidade de presença dele na
escola. Mostrando como a escola é vista e aceita pela sociedade como um lugar
para tirar as crianças marginalizadas das ruas, e assim, diminuir a criminalidade. O
senso comum acredita que pobre tem uma tendencia maior a se tornar criminoso,
então a escola salva a sociedade da criminalidade os trancando longe das ruas.

O desinteresse do Estado com a qualidade da Educação que vê o aluno como um


número e não como uma pessoa sempre levam a medidas de barateamento do
custo-aluno; a desvalorização da profissão do professor com baixos salários e
condições de trabalho limitadas; a formação profissional precária; a políticas
educacional pautadas somente com interesse partidários e eleitoreiros sem
qualidade técnicas e administrativa que gera cada vez mais uma educação de má
qualidade.

Programas oferecidos pelo Governo como bolsa família só é exigido a frequência do


aluno. Como também os programas de entidades não governamentais oferecem
cursos voltados a profissionalização do mercado de trabalho para gerar mão de obra
e não cursos voltados para o crescimento intelectual da criança e do adolescente.

Em consonância com esses programas se vê o crescimento de uma rede privada de


Ensino Superior, com um ingresso fácil e de qualidade suspeita, beneficiadas pelo
governo por meio do Pró-Uni, gerando dívidas para o pobre que tenta ingressar no
mercado de trabalho com salários melhores.

Essa marginalização com as escolas públicas originou-se nos tempos do Império,


onde o número de crianças abandonadas era altíssimo e a sociedade precisava de
uma salvação para livrar a população das crianças nas ruas, a função da escola era
somente educar as crianças com bons costumes. Surgiu também associações
privadas que abriram escolas primárias e como as escolas públicas, serviam de
asilos para crianças abandonadas e eram mantidas particulares que arrecadavam
fundos por meio de festas para ganhar a Corte e o Céu por serem “caridosos e
generosos” para com as crianças. Já no Segundo Império as escolas eram lugar
para profissionalizar os filhos de antigos escravos as práticas agrícolas, forja,
serralheria, marcenaria, torno, tipografia e litografia para os meninos e de corte e
costura, bordado, flores artificias e desenho ornamental para as meninas. Somente o
aprendizado para gerar mão de obra para sustentar a elite brasileira, enquanto os
filhos da elite estudavam na Europa para a continuidade de profissões elitizadas
como medicina e engenharia.

Diante do exposto, é preciso se fazer escolas com formação de cidadãos autônomos


e críticos, onde é exercido o direito de letramento e o saber. É preciso valorizar os
educadores com salário, estrutura física e formação adequados, além de oferecer o
direito de participação nas decisões que afetarão a Educação como um todo.

É primordial a aniquilação da humilhação e da violência de como são tratados os


menores das instituições de detenções socioeducativas.

E tudo isso somente será possível com o exercício de secretários e ministros da


Educação que tenham formação adequada com a missão de melhorar a área
educacional, além de entender como realmente uma escola funciona na prática e
como os alunos são afetados positivamente com essas melhorias. Parar de trabalhar
somente em favor de um partido e visando eleições futuras, pensar a longo prazo,
pensar no futuro das crianças. Cortar a raiz centenária do pensamento elitista e do
preconceito com os que estão as margens da sociedade, reconhecer que pobre tem
o direito de ser cidadão brasileiro.

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