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Mirella SANTOS
Glauco CUNHA
RESUMO
O presente artigo buscar investigar a adaptação da obra Vidas Secas de Graciliano
Ramos, feita for Arnaldo Branco. Visando a importância da história em quadrinho e o
quanto ela pode ser adicionada no âmbito educacional. Essa pesquisa foi motivada
pela leitura da adaptação em quadrinhos com o intuito de fazer uma breve
comparação com a obra original. Desse modo, foi com leituras e pesquisas sobre a
história do livro que este artigo foi criado, descobrindo assim que o leitor brasileiro
pode ler a adaptação de Arnaldo tranquilamente, que ele irá saber exatamente a
história que se passa na obra de Ramos.
INTRODUÇÃO
O autor fez parte do romance dos anos 30, depois do modernismo “heróico”,
partindo para uma crítica mais social que se diz a segunda geração modernista. A
geração de 30 também foi chamada de geração regionalista pois vai saindo do foco
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Graduanda em Licenciatura Plena Português/Inglês na Faculdade Frassinetti do Recife | E-mail:
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Professora de Linguística Aplicada, Estágio Supervisionado em Língua Portuguesa e Trabalho de Conclusão de Curso da
Faculdade Frassinetti do Recife e Orientadora da pesquisa | E-mail: edilzam@prof.fafire.br
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das cidades, da área urbana, para dar ênfase ao sertão, as coisas que geralmente a
sociedade não olha, coisas que se tornam invisíveis aos olhos de algumas pessoas.
O sertão se torna uma típica paisagem do romance de 30, mas não é a primeira vez
que ele aparece na nossa literatura, no romance brasileiro, houve uma fase em que
o romance era dito como regionalista.
As ilustrações feitas por Guazelli são de suma importância para a obra, pois é
nelas que ele retrata o roteiro de Graciliano em relação a vida que aquela família
levava. Mas vamos ver se essa retratação está clara. Ver se ilustrador demonstra
por meio de tons e expressões em seus desenhos, todos os sentimentos e dor dos
personagens, se passam a sensação de que aquele enredo, roteiro, história, pode
ser sobre qualquer pessoa tanto nos tempo antigos como agora.
Neste artigo, no primeiro momento vamos fazer uma referência a obra Vidas
Secas falando também da importância de uma HQ, no segundo momento vamos
analisar se partes, sejam eles pequenas ou grandes, da obra original de Vidas
Secas, estão faltando ou estão completas na adaptação de Arnaldo. E em terceiro
momento, ver se por um acaso a adaptação pode prejudicar o leitor que vê a obra
pela primeira vez e com isso saber se o recurso imaginático facilita a compreensão
do texto para esses leitores.
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1. O mundo da HQ
1.1 A história da HQ (HISTÓRIA EM QUADRINHO)
A linguagem dos quadrinhos é tão rica, que as pessoas não percebem
que quando estamos lendo uma história em quadrinhos, hoje em dia, tanto
digital quanto impressa – apesar da impressa ser muito importante ainda –
nós estamos interpretando aquele personagem, quem está dando voz para o
personagens, somos nós, é uma interpretação teatral que ocorre dentro da
cabeça das pessoas e elas não percebem porque é natural.
É uma linguagem que respeita o tempo do leitor, pois quando você está
lendo e gosta da ilustração mostrada, você pode segurar um pouquinho mais,
mas se quiser ter uma leitura mais rápida, pode efetuar essa leitura sem
nenhum problema. A questão de respeitar o tempo, é essencial para o leitor
absorver ensinamentos.
1.1.1 Acessibilidade
As histórias em quadrinhos são de fácil compreensão para pessoas de
diferentes faixas etárias, com níveis de leitura distintos e até mesmo origens
culturais. As combinações de texto e imagens abrem a mente do leitor e fazem com
que ele entenda o que está sendo transmitido de maneira clara e precisa. Há
algumas considerações sobre acessibilidade em HQs: Texto alternativo, legenda,
tamanho de texto, traduções e etc.
Essa inegável popularidade dos quadrinhos, no entanto, talvez tenha sido também
responsável por uma espécie de “desconfiança” quanto aos efeitos que elas
poderiam provocar em seus leitores. [...] os adultos tinham dificuldade para acreditar
que, por possuírem objetivos essencialmente comerciais, os quadrinhos pudessem
também contribuir para o aprimoramento cultural e moral de seus jovens leitores.
[...] Pais e mestres desconfiavam das aventuras fantasiosas das páginas
multicoloridas das HQS, supondo que elas poderiam afastar crianças e jovens das
leituras “mais profundas” (VERGUEIRO, 2004, p. 8).
Podem haver sim, preocupações, mas as HQ’s podem ser uma ferramenta
educacional eficaz e envolvente podendo proporcionar uma quantidade significativa
de benefícios como o abranger seus conhecimentos e até conhecer coisas novas.
Demorou para a história em quadrinho ser reconhecida como um meio de estudo,
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mas ela pode ser sim usada como um instrumento didático para os jovens de hoje.
Amelia Hamze (2008), afirma que:
Apesar das histórias em quadrinhos terem sofrido acirradas críticas,
acabou suplantando a visão de alguns educadores e provando (sendo bem
escolhida) que têm grande importância e eficácia nos trabalhos escolares.
[...] As histórias em quadrinhos possuem potencialidade pedagógica
especial e podem dar suporte a novas modalidades educativas, podendo
ser aproveitadas nas aulas de Língua Portuguesa, História, Geografia,
Matemática, Ciências, Arte, de maneira interdisciplinar, fazendo com que
o aprendizado se torne ao mesmo tempo, mais reflexivo e prazeroso em
nossas salas de aula. (HAMZE, 2008).
Todas as pessoas sabem o sucesso que tem e pode a vir ter mais e mais
uma história em quadrinho, e diante desse sucesso, é que elas com certeza entram
como um meio de estudo e entrada no âmbito educacional. As HQ não param de ser
uma leitura divertida que atraem diversas pessoas de várias idades. A popularidade
da história em quadrinho fez com que ela se tornasse parte de um grande meio de
autores e editoras que querem trazer esse material para dentro de revistas, bancas
e até na internet.
Tamanha popularidade das histórias em quadrinhos, as HQS, não se deu
por acaso. A produção, divulgação e comercialização, organizada em uma
escala industrial, permitiu a profissionalização das várias etapas de sua
elaboração, possibilitando-lhes atingir tiragens astronômicas.
(VERGUEIRO, 2004, p. 7).
2. Adaptando o clássico
A mistura de textos originais da obra com elementos visuais cria uma nova
experiência, uma nova forma de ver a literatura, fazendo com que os jovens
entendam e se sintam atraídos pela história querendo ir atrás de outros meios
de leitura e de mais obras clássicas, que são essenciais para o nosso mundo
literário e para a nossa educação
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desse modo, Arnaldo e Eloa foram cirúrgicos, eles se apropriaram da
linguagem crua que Graciliano utilizou e colocam na adaptação uma trama com
traços igualmente crus, áridos, e uma linguagem bruta, seca. Os traços do ilustrador
e a paleta de cores que ele escolheu são enxutos, são precisos e transmitem para o
leitor a força da imagem e da personalidade de cada personagem. A interpretação
de Arnaldo é uma interpretação forte, rica, que em uma primeira olhada e na
primeira palavra lida, o leitor tenha um brilho nos olhos e um anseio por mais obras
adaptadas.
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REFERÊNCIAS
RAMOS, Graciliano. Vidas secas. ed.1. São Paulo: Record, 2019. 176