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Psicologia Antroposófica
Este livro é uma edição da Associação Brasileira de Psicólogos
Antroposóficos – ABPA e da Editora Antroposófica. É o
primeiro da coleção Psicologia e Antroposofia, cuja temática,
sob responsabilidade da ABPA, visa a disponibilizar textos de
Rudolf Steiner e outros autores que possam contribuir para a
fundamentação de uma Psicologia Antroposófica.
2ª edição ampliada
Tradução de
Jacira Cardoso
Título do original:
Spirituelle Psychologie
Grundbegriffe einer anthroposophischen Seelenkunde
(Rudolf Steiner – Themen aus dem Gesamtwerk / Band II)
© 1984 Verlag Freies Geistesleben GmbH, Stuttgart
Direitos originais das conferências de Rudolf Steiner:
Rudolf Steiner Nachlassverwaltung, Dornach (Suíça)
© da tradução, 2011:
Associação Brasileira de Psicólogos Antroposóficos – ABPA
Direitos desta edição reservados a:
Associação Brasileira de Psicólogos Antroposóficos – ABPA
Rua Cristovão Pereira,1415 – 04620-011 São Paulo, SP — Tel. (11) 5041-9039
www.abpapsi.com.br — contato@abpapsi.com.br
e
Editora Antroposófica Ltda.
Rua da Fraternidade, 180 – 04738-020 São Paulo, SP — Tel.|Fax (11) 5687-9714
www.antroposofica.com.br — editora@antroposofica.com.br
Revisão técnica: Adelina Rennó e Patrícia Botelho
Coordenação editorial da 2ª edição: Patrícia Botelho
Produção editorial do texto: Ad Verbum Editorial
www.ad-verbum-editorial.com.br
Projeto gráfico da capa: Gabriela Sofia Antonio e Raul Gonzalez
Foto da capa: Patrícia Botelho
Textos editoriais da capa: Jacira Cardoso
1ª edição: 2011
2ª edição ampliada – 2016 ISBN 978-85-7122-258-8
Nota preliminar
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concepção ontológica do homem, abdicamos, pois, de tentar ‘adap-
tar’ certos termos a uma linguagem mais acadêmica (ou especializa-
da) em português. Disto se excluem algumas passagens no posfácio
do organizador, pelo fato de este procurar justamente esclarecer vá-
rios aspectos com relação à psicologia de hoje. Cabem ainda, aqui,
algumas observações de caráter pragmático:
A epistemologia de Steiner baseia-se, por um lado, na discipli-
na do processo de observação e de pensamento, segundo o método
fenomenológico por ele desenvolvido a partir de seu trabalho na
edição dos escritos científicos de Goethe. A outra base apoia-se na
tradição espiritual do Ocidente, assumindo claramente uma visão
também espiritualista de mundo, independentemente de credos
ou igrejas institucionais. Esses pressupostos metafísicos não de-
vem ser tomados, por quem estuda Antroposofia, como crenças ou
dogmas, mas como hipóteses de trabalho. Não é necessário que o
profissional que adota uma linha de atuação orientada pela Antro-
posofia creia a priori nesses postulados, mas confronte-se com eles
e, assim, adquira consciência de sua própria visão filosófica de ser
humano, com a responsabilidade ética inerente a ela.
Aqui se distinguem, portanto, dois diferentes campos: o das
premissas metafísicas e filosóficas, que é assunto de questionamen-
to interno do profissional, e o da construção das áreas de conheci-
mento, como Agronomia, Medicina, Psicologia, etc., que têm limi-
tes definidos e não se misturam com o primeiro campo, embora
dele derivem.
O desenvolvimento das diferentes áreas profissionais é conse-
quência coerente desse conjunto de premissas. Se elas forem perti-
nentes, suas aplicações práticas devem ter eficácia comprovada em-
piricamente e estar de acordo com os achados científicos modernos.
A psicologia baseada na Antroposofia, por decorrência de seus
pressupostos, visa a promover o desenvolvimento de uma cons
ciência ética individualizada, dentro do princípio da liberdade. A
‘iniciação’ do médico se faz por meio da substância; a do psicólogo,
por meio do vínculo, do ‘ser com’. Este último não prescreve subs-
tâncias nem se utiliza de técnicas que induzam a estados alterados
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de consciência, como hipnose ou regressão, entre outros. Da mesma
forma, o profissional não faz proselitismo filosófico em seu traba-
lho; ao contrário, exercita o método fenomenológico que, dentro
do possível, visa a ‘suspender’ suas referências pessoais (ou tê-las
conscientes), para atuar profissionalmente.
Steiner solicitava a seus leitores que tentassem deixar de lado
seus preconceitos ao entrar em contato com as informações que ele
trazia. É o que esperamos aqui, lembrando a definição do grande
ecologista brasileiro José Lutzenberger: “Ciência é o diálogo franco
e aberto com o Grande Mistério.”
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Nota à segunda edição brasileira
Patrícia Botelho
Comissão editorial da
Associação Brasileira de Psicólogos Antroposóficos – ABPA
Fevereiro de 2016
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Sumário
Psicosofia
Os aspectos corpóreo, anímico e espiritual da vida
da alma (Berlim, 1.11.1910).................................................. 125
Desempenho e contraposição
de forças anímicas (Berlim, 2.11.1910)................................ 146
Forças anímicas entre a representação mental
e o desejo (Berlim, 3.11.1910).............................................. 170
Da natureza da consciência. O nascimento do juízo e
da representação mental do eu (Berlim, 4.11.1910)............ 195
Posfácio......................................................................................... 299
Notas..................................................................................... 332
Fontes bibliográficas..................................................................... 335
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Prefácio à edição brasileira
14 Psicologia Antroposófica
As palestras deste volume são uma introdução a uma Psico-
logia Antroposófica, e com isso podem servir de fundamento e pre-
condição para um desenvolvimento adicional no sentido de uma
psicoterapia antroposófica.
Markus Treichler
Junho de 2011
16 Psicologia Antroposófica
logia antroposófica. Pretendem facilitar, ao leitor interessado em
psicologia, o conhecimento de alguns pontos de vista essenciais
a uma psicologia espiritual, extraídos da obra de Rudolf Steiner.
Não se pode, contudo, esquecer que aí tudo depende da ‘atividade
espiritual’. A sequência dos textos, extraídos da Edição Completa
da obra de Rudolf Steiner [Rudolf Steiner Gesamtausgabe – GA],
não é cronológica; segue uma construção temática, abordada em
detalhes nas notas introdutórias às conferências, considerando-se
as circunstâncias originais destas últimas.
Na presente coletânea prescindimos de reproduzir explica-
ções de Rudolf Steiner a respeito do complexo do subconsciente5,
pois aqui se trata de indicar os fundamentos e métodos para uma
psicologia com base antroposófica. A posição desta em relação à
psicologia atual, em que esse complexo do subconsciente desempe-
nha um papel significativo, é o que se tentará descrever no posfácio,
do ponto de vista do autoconhecimento.
Markus Treichler
Notas
1. Rudolf Steiner, em 6 de julho de 1924. Veja Kurt Vierl, ‘Selbsterziehung
in der Heilpädagogik’, 1979, e ‘Psychologie — eine spirituelle Betäti
gung?’ . Mitteilungen aus der anthroposophischen Arbeit in Deutsch
land, cad. 4, Natal de 1983.
2. Vide nota 11 referente às palestras, na pág. 291.
3. K. Holzkamp: ‘Verbogene anthropologische Voraussetzung der allge
meinen Psychologie’. Neue Anthropologie, vol. 5: Psychologische An
thropologie, 1973.
4. C. F. Graumann: ‘Bericht zur Lage der Psychologie 1970’. Psychologie
in Deutschland, ein Bericht zur Lage der Forschung und Lehre, 1983.
5. Em nossa coletânea, o ‘subconsciente’ é referido na palestra de 4.11.1910
[‘Da natureza da consciência’, pág. 195]. A esse respeito, veja mais de-
talhes nas duas conferências de Rudolf Steiner sob o título Über die
Psychoanalyse [‘Sobre a psicanálise’], de 10 e 11.11.1917, no vol. 178 da
Edição Completa (GA).