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Conceitos fundamentais para uma

Psicologia Antroposófica
Este livro é uma edição da Associação Brasileira de Psicólogos
Antroposóficos – ABPA e da Editora Antroposófica. É o
primeiro da coleção Psicologia e Antroposofia, cuja temática,
sob responsabilidade da ABPA, visa a disponibilizar textos de
Rudolf Steiner e outros autores que possam contribuir para a
fundamentação de uma Psicologia Antroposófica.

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Rudolf Steiner

Conceitos fundamentais para uma


Psicologia Antroposófica
Conferências escolhidas e editadas por
Markus Treichler

2ª edição ampliada

Tradução de
Jacira Cardoso
Título do original:
Spirituelle Psychologie
Grundbegriffe einer anthroposophischen Seelenkunde
(Rudolf Steiner – Themen aus dem Gesamtwerk / Band II)
© 1984 Verlag Freies Geistesleben GmbH, Stuttgart
Direitos originais das conferências de Rudolf Steiner:
Rudolf Steiner Nachlassverwaltung, Dornach (Suíça)
© da tradução, 2011:
Associação Brasileira de Psicólogos Antroposóficos – ABPA
Direitos desta edição reservados a:
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Revisão técnica: Adelina Rennó e Patrícia Botelho
Coordenação editorial da 2ª edição: Patrícia Botelho
Produção editorial do texto: Ad Verbum Editorial
www.ad-verbum-editorial.com.br
Projeto gráfico da capa: Gabriela Sofia Antonio e Raul Gonzalez
Foto da capa: Patrícia Botelho
Textos editoriais da capa: Jacira Cardoso

1ª edição: 2011
2ª edição ampliada – 2016 ISBN 978-85-7122-258-8
Nota preliminar

A apresentação, no Brasil, da presente coletânea — forma-


da por conferências de Rudolf Steiner proferidas em cidades da
Alemanha, da Suíça e da Áustria, de 1904 a 1922 — requer alguns
esclareci­mentos:
O período aqui abrangido acompanha os primeiros passos da
Psicologia como ciência humana, no início do século XX. O propósito
de Steiner, muito além de endossar ou refutar as teorias psicológicas
em voga na época, foi expor seus profundos conhecimentos sobre
a evolução da alma humana, em interação com os demais elemen-
tos reconhecidos, na Antroposofia, como integrantes da natureza
do homem. Sendo assim, é compreensível que a terminologia aqui
empregada não coincida, na maior parte, com o padrão adotado na
literatura psicológica especializada em português — tendo-se ainda
em vista que, nesta última, palavras alemãs como Seele (alma), Geist
(espírito) e Ich (eu) são, via de regra, respectivamente traduzidas por
‘psique’, ‘mente’ e ‘ego’, embora grandes expoentes da língua alemã
na Psiquiatria, na Psicologia e na Psicanálise adotem normalmente
os mencionados termos originais, de uso comum em alemão e com
conotação mais ampla do que no português, como em Geisteswis­
senchaft (Ciências Humanas), Geistkrankheit (doença mental), etc.
Além disso, poderá causar certa estranheza a denominação
‘corpo’ (Leib) para outros componentes da natureza humana que
não o corpo físico, mas a abrangência da palavra alemã Leib inclui,
como em português, outros significados imateriais para ‘corpo’ —
como ‘constituição’, ‘organização’ ou, segundo o dicionário Houaiss,
‘parte essencial ou principal de uma estrutura material ou abstra-
ta’. Considerem-se, pois, estas acepções adicionais para o entendi-
mento das expressões ‘corpo etérico’ e ‘corpo astral’, que traduzem
importantes conceitos para a configuração de uma psicologia com
base antroposófica.
Por motivo de fidelidade ao contexto de Steiner, cuja termino-
logia visa claramente a identificar elementos fundamentais em sua

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concepção ontológica do homem, abdicamos, pois, de tentar ‘adap-
tar’ certos termos a uma linguagem mais acadêmica (ou especializa-
da) em português. Disto se excluem algumas passagens no posfácio
do organizador, pelo fato de este procurar justamente esclarecer vá-
rios aspectos com relação à psicologia de hoje. Cabem ainda, aqui,
algumas observações de caráter pragmático:
A epistemologia de Steiner baseia-se, por um lado, na discipli-
na do processo de observação e de pensamento, segundo o método
fenomenológico por ele desenvolvido a partir de seu trabalho na
edição dos escritos científicos de Goethe. A outra base apoia-se na
tradição espiritual do Ocidente, assumindo claramente uma visão
também espiritualista de mundo, independentemente de credos
ou igrejas institucionais. Esses pressupostos metafísicos não de-
vem ser tomados, por quem estuda Antroposofia, como crenças ou
dogmas, mas como hipóteses de trabalho. Não é necessário que o
profissional que adota uma linha de atuação orientada pela Antro-
posofia creia a priori nesses postulados, mas confronte-se com eles
e, assim, adquira consciência de sua própria visão filosófica de ser
humano, com a responsabilidade ética inerente a ela.
Aqui se distinguem, portanto, dois diferentes campos: o das
premissas metafísicas e filosóficas, que é assunto de questionamen-
to interno do profissional, e o da construção das áreas de conheci-
mento, como Agronomia, Medicina, Psicologia, etc., que têm limi-
tes definidos e não se misturam com o primeiro campo, embora
dele derivem.
O desenvolvimento das diferentes áreas profissionais é conse-
quência coerente desse conjunto de premissas. Se elas forem perti-
nentes, suas aplicações práticas devem ter eficácia comprovada em-
piricamente e estar de acordo com os achados científicos modernos.
A psicologia baseada na Antroposofia, por decorrência de seus
pressupostos, visa a promover o desenvolvimento de uma cons­
ciência ética individualizada, dentro do princípio da liberdade. A
‘iniciação’ do médico se faz por meio da substância; a do psicólogo,
por meio do vínculo, do ‘ser com’. Este último não prescreve subs-
tâncias nem se utiliza de técnicas que induzam a estados alterados

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de consciência, como hipnose ou regressão, entre outros. Da mesma
forma, o profissional não faz proselitismo filosófico em seu traba-
lho; ao contrário, exercita o método fenomenológico que, dentro
do possível, visa a ‘suspender’ suas referências pessoais (ou tê-las
conscientes), para atuar profissionalmente.
Steiner solicitava a seus leitores que tentassem deixar de lado
seus preconceitos ao entrar em contato com as informações que ele
trazia. É o que esperamos aqui, lembrando a definição do grande
ecologista brasileiro José Lutzenberger: “Ciência é o diálogo franco
e aberto com o Grande Mistério.”

Com este breve preâmbulo, esperamos possibilitar uma lei-


tura mais compreensiva e atenta aos profundos e reais propósitos
destas palestras sobre alguns dos fundamentos para uma psicologia
antroposófica.

Jacira Cardoso, editora e tradutora


Adelina Rennó, psicóloga clínica

Observação complementar: Reproduzimos na tradução, de acordo com o ori-


ginal, as notas relativas ao prefácio da edição alemã (pág. 17), as notas relativas ao
conjunto das palestras (pág. 291) e as notas relativas ao posfácio (pág. 332) em nume-
rações sequenciais independentes. As notas de rodapé, assinaladas com asteriscos,
são da tradutora, exceto a nota da revisora técnica na pág. 135. (J.C.)

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Nota à segunda edição brasileira

De 1 a 4 de novembro de 1910, Rudolf Steiner ministrou em Ber-


lim um ciclo de quatro conferências intitulado ‘Psicosofia’ (incluí­do
no GA 115, volume da edição completa). Nele é apresentada a visão
antroposófica da alma humana, um tema extremamente importante
para o desenvolvimento do psicólogo e da Psicologia Antroposófica.
Uma vez que três dessas conferências — a primeira e as duas
últimas — já constam no original da presente coletânea e, conse-
quentemente, da primeira edição brasileira, nesta segunda edição
incluímos também a segunda delas, de 2 de novembro de 1910, para
atender à demanda dos interessados pelo ciclo completo.

Patrícia Botelho
Comissão editorial da
Associação Brasileira de Psicólogos Antroposóficos – ABPA
Fevereiro de 2016

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Sumário

Prefácio à edição brasileira.......................................................... 13


Prefácio à edição alemã................................................................ 16
Notas..................................................................................... 17

Introduções às conferências...............18, 41, 88, 104, 123, 228, 255


Antroposofia e Psicologia (Viena, 2.6.1922)................................ 19
Doutrina teosófica da alma (Berlim, 16.3.1904).......................... 42
Espírito, alma e corpo do homem (Berlim, 28.2.1918)............... 61
O espelhamento pré-natal e pós-morte no âmbito
anímico: imagem e germe (Stuttgart, 22.8.1919)............... 89
A triplicidade da alma (Dornach, 30.10.1921)............................. 105

Psicosofia
Os aspectos corpóreo, anímico e espiritual da vida
da alma (Berlim, 1.11.1910).................................................. 125
Desempenho e contraposição
de forças anímicas (Berlim, 2.11.1910)................................ 146
Forças anímicas entre a representação mental
e o desejo (Berlim, 3.11.1910).............................................. 170
Da natureza da consciência. O nascimento do juízo e
da representação mental do eu (Berlim, 4.11.1910)............ 195

O caráter humano (Munique, 14.3.1910)..................................... 229


Pensar — sentir — querer (Dornach, 15.7.1921).......................... 256
Linhas básicas para uma Psicologia Antroposófica
(Dornach, 30.9.1921)........................................................... 274
Notas e referências....................................................................... 291

Posfácio......................................................................................... 299
Notas..................................................................................... 332
Fontes bibliográficas..................................................................... 335

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Prefácio à edição brasileira

Para mim é motivo de alegria o fato de ser publicada agora, no


Brasil, uma tradução destas palestras de Rudolf Steiner sobre uma
psicologia antroposófica.
As palestras de Rudolf Steiner compiladas neste volume foram
proferidas nas primeiras décadas do século XX, devendo ser vistas
nesse contexto histórico. Naquela época havia, no âmbito linguístico
alemão, uma orientação científico-natural e uma orientação filosó-
fica na Psicologia. Ainda não existia uma psicoterapia reconhecida;
a psicologia profunda e a Psicanálise estavam experimentando seu
nascimento e fundação justamente nessas décadas. Uma psicologia
do comportamento só surgiu a partir dos anos 1950.
O objetivo de Steiner era complementar a psicologia redu-
cionista científico-natural e a filosófico-especulativa de sua época
mediante uma psicologia científico-espiritual fundamentada meto-
dologicamente.
Entrementes, a psicologia científica se desenvolveu. Seus mé-
todos, no sentido de uma ciência humana empírica, são, segundo
o padrão da ciência natural, predominantemente quantitativos e,
em especial, descritivo-estatísticos; mas, de acordo com o objeto de
pesquisa, são também qualitativos, não padronizados, compreensi-
vos, a fim de poderem descrever, esclarecer ou predizer a vivência,
o comportamento e os processos mentais.
Nesse caminho para uma ciência exata, a Psicologia perdeu
a alma como entidade — e o elemento anímico de todo âmbito psí-
quico perdeu seu lado transcendental, suas qualidades espirituais.
Por outro lado, paralela e exteriormente à ciência psicológica
se desenvolveram correntes ligadas à realidade existencial do ser
humano. É como no âmbito da Medicina: também ali, correntes
alternativas ou complementares, principalmente terapêuticas, con-
quistaram seu firme lugar na sociedade.

Prefácio à edição brasileira 13


Um fato é óbvio: quando se trata de felicidade, saúde, bem-
-estar e sentido existencial do ser humano, as pessoas não se entre-
gam mais apenas à ciência. Aqui as ciências compreendem apenas
parcial e fragmentariamente a realidade existencial do homem.
Uma psicologia que também queira servir de fundamento a
uma psicoterapia deveria aproximar-se da realidade da vida e das
necessidades fundamentais do ser humano, levando também em
conta aspectos e motivos imateriais, transcendentais e espirituais.
Os procedimentos psicoterapêuticos nas três últimas décadas,
desde o lançamento original desta coletânea de palestras, modifica-
ram-se e evoluíram decisivamente. Essas evoluções são muito posi-
tivas para o trabalho psicoterapêutico.
Sem dúvida, os pontos de vista espirituais ainda têm sido sem-
pre raros no âmbito da pesquisa e da literatura psicoterapêutica
científica; mas, ainda assim, nesse meio tempo surgiram avaliações,
por exemplo, sobre a relação entre espiritualidade e psicoterapia,
saúde e domínio da doença (Coping).
Uma psicologia antroposófica desenvolve uma imagem da al­
ma humana como unidade organizacional autônoma, suprafísica,
imaterial entre o corpo e o espírito. Isto corresponde à tricotomia
da imagem antroposófica do homem. Foi com essa compreensão
fundamental da alma, com sua relação com a fisiologia do corpo e
com a imaterialidade do espírito que Steiner desenvolveu e descre-
veu os elementos da vida anímica, conforme consta nas palestras
aqui selecionadas. Essa psicologia antroposófica desenvolveu uma
importância sobretudo em três âmbitos da vida: na pedagogia, no
aconselhamento e terapia (medicina, psicoterapia) e nas artes.
Para uma psicoterapia antroposófica, são de especial relevân-
cia os seguintes aspectos:
• A situação da alma entre o corpo e o espírito.
• Os elementos da vida anímica, especialmente o pensar, o
sentir e o querer (cognição, emoção, motivação) em suas
conexões com o corpo e o espírito.
• O desenvolvimento da alma e de suas capacidades no decor-
rer da biografia.

14 Psicologia Antroposófica
As palestras deste volume são uma introdução a uma Psico-
logia Antroposófica, e com isso podem servir de fundamento e pre-
condição para um desenvolvimento adicional no sentido de uma
psicoterapia antroposófica.

Markus Treichler
Junho de 2011

Prefácio à edição brasileira 15


Prefácio à edição alemã

Psicologia espiritualizada é um assunto que permeia toda a


obra antroposófica de Rudolf Steiner. Não existe um curso especial
de Psicologia nos moldes dos cursos específicos de Pedagogia, Agri-
cultura, Ciências Naturais, Medicina e outros publicados do autor.
Uma psicologia espiritual com base no conhecimento antro-
posófico do mundo e do homem não deve constituir uma nova teo­
ria psicológica. A visão psicológica antroposófico-espiritual deve
tornar-se fecunda ao lidar com pessoas.
A Psicologia deve ser recriada por obra da alma da consciência.
Entretanto, não deveria tornar-se uma nova teoria, mas uma
atividade espiritual com a qual se enfrentasse a decadência, pois
os homens estão perdendo o elemento anímico. Esta seria sua
tarefa antroposófica.1

A ciência psicológica, tal como é praticada hoje, surgiu nas


duas últimas décadas do século XIX — ao mesmo tempo em que Ru-
dolf Steiner, além de editar os escritos científicos de Goethe, redigia
sua própria obra filosófica. Ele observava e comentava atentamente
o surgimento e a evolução da nova ciência da vida anímica, que antes
de seu nascimento já havia perdido o espírito e, ao nascer, sua alma.2
Numa observação crítica e cética, poder-se-ia acrescentar que essa
ciência, atingindo hoje uma idade de [bem mais de] cem anos — o
que para uma ciência não constitui idade —, perdeu prematuramen-
te a razão e, finalmente, também a consciência — ao menos no que
diz respeito aos caminhos da psicologia comportamental ortodoxa
e das teorias do aprendizado, que adquiriram seus conhecimentos,
divulgados como psicologia humana, quase que exclusivamente em
experimentos com ratos.3 Sem dúvida existem também outras teo-
rias psicológicas para as quais a ‘psicologia do humano’ não consiste
apenas em palavreado sem convicção.4
As conferências de Rudolf Steiner compiladas neste volume
não perfazem um tratado completo ou sistemático de uma psico-

16 Psicologia Antroposófica
logia antroposófica. Pretendem facilitar, ao leitor interessado em
psicologia, o conhecimento de alguns pontos de vista essenciais
a uma psicologia espiritual, extraídos da obra de Rudolf Steiner.
Não se pode, contudo, esquecer que aí tudo depende da ‘atividade
espiritual’. A sequência dos textos, extraídos da Edição Completa
da obra de Rudolf Steiner [Rudolf Steiner Gesamtausgabe – GA],
não é cronológica; segue uma construção temática, abordada em
detalhes nas notas introdutórias às conferências, considerando-se
as circunstâncias originais destas últimas.
Na presente coletânea prescindimos de reproduzir explica-
ções de Rudolf Steiner a respeito do complexo do subconsciente5,
pois aqui se trata de indicar os fundamentos e métodos para uma
psicologia com base antroposófica. A posição desta em relação à
psicologia atual, em que esse complexo do subconsciente desempe-
nha um papel significativo, é o que se tentará descrever no posfácio,
do ponto de vista do autoconhecimento.

Markus Treichler

Notas
1. Rudolf Steiner, em 6 de julho de 1924. Veja Kurt Vierl, ‘Selbsterziehung
in der Heilpädagogik’, 1979, e ‘Psychologie — eine spirituelle Betäti­
gung?’ . Mitteilungen aus der anthroposophischen Arbeit in Deutsch­
land, cad. 4, Natal de 1983.
2. Vide nota 11 referente às palestras, na pág. 291.
3. K. Holzkamp: ‘Verbogene anthropologische Voraussetzung der allge­
meinen Psychologie’. Neue Anthropologie, vol. 5: Psychologische An­
thropologie, 1973.
4. C. F. Graumann: ‘Bericht zur Lage der Psychologie 1970’. Psychologie
in Deutschland, ein Bericht zur Lage der Forschung und Lehre, 1983.
5. Em nossa coletânea, o ‘subconsciente’ é referido na palestra de 4.11.1910
[‘Da natureza da consciência’, pág. 195]. A esse respeito, veja mais de-
talhes nas duas conferências de Rudolf Steiner sob o título Über die
Psychoanalyse [‘Sobre a psicanálise’], de 10 e 11.11.1917, no vol. 178 da
Edição Completa (GA).

Prefácio à edição alemã 17

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