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CRÉDITOS ADICIONAIS

PROF.: LINDOMAR BATISTA FERREIRA


Créditos adicionais

• Com insistência ao longo do curso temos visto


que, na execução da gestão pública, somente são
realizadas as despesas devidamente autorizadas
na lei orçamentária.
• Como proceder para realizar despesas
necessárias que não estão contempladas na lei
orçamentária?
• Inúmeros fatores contribuem para que deixem de
ser adequadamente previstas e autorizadas
despesas na lei orçamentária. Dentre esses
fatores podem ser apontados os seguintes:
• o orçamento é elaborado com grande
antecedência em relação ao período da sua
execução, o que facilita esquecimentos e a
ocorrência de erros ou equívocos nas estimativas
e nos cálculos;
• alterações nos preços dos bens e serviços em
decorrência da inflação;
• mudanças nas prioridades durante a execução
orçamentária;
• aprovação de disposições legais que criam ou
aumentam despesas;
• situações imprevistas, como calamidades
públicas.
• Em decorrência desses fatores, as instituições
e entes públicos, com muita frequência, se
veem frente ao problema de realizar
despesas que não estão autorizadas ou,
quando estão, os valores orçados são
insuficientes.
• Para atender a essas necessidades, a
legislação brasileira criou os créditos
adicionais.
• "São créditos adicionais, as autorizações de
despesa não computadas ou
insuficientemente dotadas na Lei de
Orçamento." (Lei n° 4.320/64: art. 40)
• São três as modalidades de créditos
adicionais, cuja base legal se encontra nos
artigos 40 a 46 da Lei n° 4.320/64:
• crédito suplementar;
• crédito especial; e
• crédito extraordinário.
Crédito suplementar

• São créditos:
"I - suplementares, os destinados a reforço de
dotação orçamentária;"(Lei n° 4.320/64: art.
41)
• Os créditos suplementares são utilizados para
solucionar a situação em que os valores
autorizados na lei orçamentária são insuficientes
para atender a todas as despesas. Isto ocorre
com frequência durante a execução do
orçamento:a lei orçamentária traz autorização
para a realização da despesa, mas o montante
disponível não é suficiente. Essa situação é
bastante comum à medida em que o exercício vai
chegando ao seu final e os saldos das dotações
começam a ficar escassos.
São vedados:

V - a abertura de crédito suplementar ou


especial sem prévia autorização legislativa e
sem indicação dos recursos
correspondentes."
(Constituição Federal: art. 167)
• Abrir crédito suplementar ou especial
significa alterar a lei orçamentária e, para
alterar leis, é necessária a devida autorização
legislativa. Tanto a Constituição Federal como
a Lei n° 4.320/64 disciplinam essa questão.
Apesar de ambas as modalidades
necessitarem de prévia autorização legislativa,
há, entretanto, importante diferença na
forma de autorizar a abertura dos créditos
suplementares.
• "Os créditos suplementares e especiais serão
autorizados por lei e abertos por decreto
executivo." (Lei n° 4.320/64: art. 42)
• Em todas as instituições, mesmo em situações normais, é comum ocorrer

grande demanda por créditos suplementares, em particular nos últimos

meses do exercício. Reconhecendo essa realidade, as normas brasileiras,

há bastante tempo, vêm permitindo que a própria lei orçamentária traga

autorização genérica para a abertura dessa modalidade de crédito

adicional.

• "A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da

receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização

para a abertura de créditos suplementares ..." (Constituição Federal: art.

165, § 8°)
Crédito especial

• São créditos:

II - especiais, os destinados a despesas para as


quais não haja dotação orçamentária
específica." (Lei n° 4.320/64: art. 41)
• Assim como os créditos suplementares, os
créditos especiais também ocorrem com
frequência durante a execução do orçamento e
são utilizados para solucionar situações em que
a lei orçamentária não traz autorização para
realizar despesas que se evidenciam necessárias
durante o exercício.
• O crédito especial soluciona a situação apontada
acima: no decorrer do exercício surgem novas
despesas e a lei orçamentária não possui as
dotações capazes de atendê-las.
• O crédito suplementar ou especial significa
alterar a lei orçamentária e, para alterar leis,
é necessária a devida autorização legislativa e
que tanto a Constituição Federal como a Lei
n° 4.320/64 disciplinam essa questão.
• Para os créditos especiais haverá sempre a
necessidade de lei específica autorizando a
abertura do crédito.
Crédito extraordinário

• O crédito extraordinário - como o especial -


também se destina ao atendimento de
despesas não contempladas na lei
orçamentária, mas com uma importante
diferença: o crédito extraordinário é utilizado
apenas para viabilizar as despesas realmente
imprevistas e que necessitam de atendimento
urgente.
• Considerando que o crédito extraordinário é
o mecanismo apropriado para viabilizar a
execução de despesas urgentes e imprevistas,
ele deve ser previamente aprovado? Como se
dá a sua abertura?
• A abertura de crédito extraordinário somente
será admitida para atender à despesas
imprevisíveis e urgentes, ....., observado o
disposto no art. 62." (Constituição Federal:
art. 167, § 3°)
• A abertura de crédito extraordinário somente
será admitida para atender à despesas
imprevisíveis e urgentes, ....., observado o
disposto no art. 62." (Constituição Federal:
art. 167, § 3°)
Recursos para abertura de créditos
suplementares ou especiais
• Com exceção dos créditos extraordinários, os
créditos suplementares e especiais dependem
da indicação de fontes de recursos para a sua
autorização e abertura. A Constituição Federal e
a Lei n° 4.320/64 disciplinam esse assunto.
• Quais os recursos que podem ser indicados
visando à abertura de créditos suplementares e
especiais ? A Lei n° 4.320/64, no art. 43, § 1°,
identifica quatro modalidades de recursos:
• o superávit financeiro apurado em balanço
patrimonial do exercício anterior;
• os provenientes de excesso de arrecadação;
• os resultados de anulação parcial ou total de
dotações orçamentárias ou de créditos
adicionais autorizados em lei; e
• o produto de operações de crédito
autorizadas, em forma que juridicamente
possibilite ao Poder Executivo realizá-las.
Vigência dos créditos adicionais

• A lei orçamentária, com seus créditos


orçamentários ou dotações, vigora para o
período do exercício financeiro ao qual o
orçamento se refere. Com os créditos
adicionais, em princípio ocorre a mesma
coisa. Há, entretanto, exceções em relação
aos créditos especiais e extraordinários.
• "Os créditos adicionais terão vigência
adstrita ao exercício financeiro em que forem
abertos, salvo expressa disposição legal em
contrário, quanto aos especiais e
extraordinários." (Lei n° 4.320/64: art. 45)
• "Os créditos especiais e extraordinários terão
vigência no exercício financeiro em que forem
autorizados, salvo se o ato de autorização for
promulgado nos últimos quatro meses
daquele exercício, caso em que, reabertos nos
limites de seus saldos, serão incorporados ao
orçamento do exercício financeiro
subseqüente." (Constituição Federal: art. 167,
§ 2°)
• Abertos os referidos créditos nos últimos quatro
meses do exercício, é de se admitir que, em
alguns casos, possa não haver tempo suficiente
para executá-los integralmente nesse exercício.
Facultar a reabertura dos créditos no exercício
seguinte nos limites dos saldos, em princípio é
medida salutar. Entretanto, o administrador que
se valer dessa prerrogativa deverá observar a
seguinte determinação da Lei n° 4.320/64, para
a qual chamou-se a atenção na seção anterior: a
utilização de eventual superávit financeiro de
exercícios anteriores para abrir créditos
adicionais, deverá cobrir primeiro os valores dos
créditos reabertos.

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