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03 provas – 30, 35 e 35 pontos

1ª Avaliação 24/08 – 30 pts


2ª Avaliação 19/10 – 35 pts
3ª Avaliação 16/11 – 35 pts
Recuperação 23/11 – substitui a menor nota
Reposição aula 13/11 / Reposição aula 14/11 / Reposição aula prática 17/11

Afecções cirúrgicas do sistema


locomotor
AULA DO DIA 03/08/2023
Afecções articulares
Afecções ligamentares
Afecções músculo-tendineas
Afecções ósseas
AFECÇÕES ARTICULARES
LUXAÇÃO
Definição: deslocação de duas ou mais peças ósseas, cujas superfícies articulares perderam no
todo ou em parte suas relações naturais.
Para que as peças se mantenham na sua posição anatômica precisa de tecidos moles compostos
por músculos, capsulas articulares, tendões e ligamentos. O ligamento pode ser intra ou extra
articular. Existem várias estruturas articulares que fazem parte dessa peça óssea para fazer com
que ela se movimente. Quando ocorre o deslocamento da superfície articular, significa que teve
uma luxação.
Por que isso ocorre? Trauma que pode lesionar as estruturas, alterações morfológicas podem
levar a luxação mesmo não tendo rompimento de alguma estrutura, anatômicas, processos
degenerativos podem contribuir, se pensar em um processo bem avançado que exista a
instabilidade das peças ósseas por causa desse processo.
Sinais clínicos – claudicação (grau mais severo de claudicação porque geralmente está
associado a dor e principalmente porque tem impotência funcional do membro; equino
claudicação grau 5); dor (sensibilidade dolorosa); sinais inflamatórios (edema, hiperemia local,
instabilidade articular). Resumindo, claudicação, perda de função, sensibilidade aumentada,
tumefação articular e instabilidade articular. Algumas coisas percebemos na palpação outras
não. Se tratando de luxação a articulação pode apresentar um movimento que não é natural.
Diagnóstico – avaliação radiográfica por ser estruturas de tecidos duros, principal exame
utilizado. Um pouco de dificuldade em ser executado, então nem sempre será possível. Por
exemplo, articulação coxofemoral, uma luxação em equino nesse local utiliza a posição ventro –
dorsal membro abduzido ou uma lateral. O primeiro desafio é colocar o animal em posição
dorsal, e a capacidade do aparelho em dar um resultado. Então em determinadas situações não
fechamos o diagnóstico.
O diagnóstico parte da avaliação clínica, mas necessita da avaliação radiográfica.
Joelho – patelar, femuro-tibial, deve ser feito movimento de flexão e extensão, não deve fazer
abdução e adução, a patela deve se articular com o sulco troclear com a estrutura óssea do
fêmur. No caso de luxação vai estar flexionada para um lado ou outro, ou seja, luxação medial
ou lateral de patela.
Caso – vaca, obesa, posicionamento anatômico fora do normal para a espécie, com abdução
bilateral de membro pélvico. Pode estar associado a esse processo, trauma, podemos pensar em
coxo femoral, fratura de fêmur, no momento da palpação verifica-se sensibilidade dolorosa,
crepitação, e não é possível saber se a cabeça do fêmur está no acetábulo somente na palpação e
não da para saber se é luxação ou se foi um trauma. Por isso é necessário um exame
radiográfico. Descartando as condições de ser algo neurológico e fica com a situação de ser
fratura ou trauma deve ser realizado outros procedimentos. Animal deve ficar pendurado em
aparelho de sustentação (caso seja TRI PEDAL), receber anti inflamatórios para dor, se o
animal não consegue ficar em estação por nada, apenas pendurado, é recomendado a eutanásia.
No caso da vaca discutida em aula, com dois membros abduzidos, não é indicado colocar no
aparelho de sustentação, e como não tem outro tratamento, a única opção é a eutanásia. O caso
desse animal ele escorregou com membros abduzidos.
Caso – potro em posição de agachamento, não é uma posição que o animal desempenha
naturalmente, joelho flexionado de forma bilateral, tem luxação patelar neonatal. Existe
correção cirúrgica em partes, porque é um problema decorrente de um problema neurológico
primário, como partos distócico, aplicação de força inadequada que pode levar a problemas na
inervação de nervos periféricos. Em potro costuma ser mais raro, em bezerros é mais comum,
ficam incapacitados de realizar flexão.
Tratamento – Artrodese ( existe técnica cirúrgica para reduzir luxação e depois fazer
estabilização, aplicadas em animais jovens como bezerros e potros e também em pequenos
animais, não são aplicadas em animais adultos por causa da carga que esse animal vai sofrer
depois do procedimento, para a grande parte da luxação em animais adultos e grandes tem uma
técnica que permite a utilização do membro que é a ARTRODESE que consiste em uma técnica
operatória responsável por anular o movimento da articulação por meio de implante ortopédico,
como pinos, parafusos, entre outros, temporariamente esse implante suporta a carga, mas a
articulação nunca mais volta a se movimentar, mas permite o animal sobreviver, praticar
esportes, por exemplo artrodese intrafalangiana em cavalos costuma ser bem sucedida e voltam
a praticar esportes. Artrodese não é indicada na coxofemoral, é inviável, anula o movimento de
uma articulação que é responsável pelo movimento proximal do membro. Artrodese pode ter
sucesso em regiões mediais e distais de membros); restrição espaço físico / confinamento
(condição unilateral, pode ser feita adaptação ambiental para que o animal se movimente o
mínimo possível e pensando a longo prazo esperar com que aquela região, principalmente
tecidos moles associados passe pelo processo de fibrose e confira um grau de estabilidade e o
animal se adeque a essa condição, mas pode ser que não ocorra a fibrose, o animal não melhore
e tenha que pensar na opção de eutanásia); eutanásia (último caso, quando não se tem outra
opção).
Caso – imagem radiográfica da articulação radio-carpo-metacarpica pode ser observado que é
de um animal jovem, com deslocação medial entre as fileiras do carpo e metacarpo, realiza
movimento de abdução da articulação, uma movimentação fora da flexão e distensão. Pode ser
opções de artrodese, na cirurgia faz abertura da articulação, realiza um desgaste da cartilagem
articular da superfície articular para que ocorra fusão óssea, fazendo a redução e estabilização, a
placa colocada anulou a movimentação de toda a articulação presentes nos carpos).
Caso – Radiografia porção distal de equino, articulação metacarpofalengeana, a crista sagital
está fora da posição anatômica, tem exposição da superfície e instabilidade articular. Animal foi
submetido a artrodese, é feito perfuração em extremidade distal de metacarpo e proximal de
falange.
Caso – tarso e metatarso, o implante não suportou a carga, era um asinino, ativo. As falências
dos parafusos e implantes ocorreram de forma mais tardia, ou seja, tem proliferação óssea que já
possibilitou união das regiões articulares, já tinha uma rigidez muscular dada pela própria
proliferação óssea.
Caso – articulação úmero-radio-ulnar. Procedimento um pouco mais complicado, tem que
remover inicio de formação de calo, era uma luxação mais antiga.
Caso – articulação interfalangiana distal, com 3 parafusos pode ser feita.
ANQUILOSE
Conceito – fusão de duas superfícies articulares por tecido ósseo ou fibroso, causando ausência
absoluta de movimentos de uma articulação naturalmente móvel.
Por meio de tecido ósseo ou fibroso ocorre a fusão de duas superfícies articulares, tendo como
produto final a ausência do movimento de uma articulação naturalmente móvel.
Observação: não confundir anquilose com artrodese
Para que a anquilose aconteça tem agentes etiológicos envolvidos: processos degenerativos
articulares podem comprometer a superfície articular e expor a região subcondral, será um
animal com tendencia a usar menos a articulação por condição de sensibilidade dolorosa, essa
falta de uso pode levar a atrofia e essa ausência de movimentos pode possibilitar essa união.
Classificação:
1) De acordo com o tipo de tecido envolvido
- Fibrosa
- Óssea
- Mista
2) De acordo com o local envolvido
- Intra-articular (dentro do espaço articular)
- Extra-articular (membranas, capsulas ou fora do espaço articular)
Sinais clínicos – ausência de movimento articular, não tem processo inflamatório, ou seja, terá
ausência de dor.
Observação: usar álcool intra-articular pq?? Pesquisar sobre
Diagnóstico – clínico; radiográfico (fibrose ou ossificação, no raio x articular fica radiopaco,
espaço articular deixa de existir na radiografia, ou perde a definição da silhueta óssea, além da
reação periosteal adjacente).
Caso – cavalo visto por trás, animal que não apresentava flexão articular na região do tarso, era
uma condição traumática,
Tratamento – não é possível recompor as estruturas articulares.
ENTORSE
Definição – lesão causada por forças externas em um ligamento. Distensão articular brusca,
com movimentos que ultrapassam a condição fisiológica.
São específicas dos ligamentos, as entorses promovem lesões que podem ser completas ou
parciais em ligamentos e que são oriundos de forças externas, o que mais frequentemente é
observado é o animal exceder a condição fisiológica de realizar um movimento, a estrutura pode
não suportar tendo lesões que podem ir de mais leve para mais severas, nas severas os
ligamentos rompem e a articulação pode até luxar, então uma entorse pode vir acompanhada de
luxação.
Classificação em três categorias (graus):
- Entorse 1º não encontra ruptura de fibra ligamentar - leve
- Entorse 2º a uma ruptura parcial, ou seja, compromete algumas fibras ligamentares, mas
algumas permanecem inteiras - moderada
- Entorse 3º ocorre uma ruptura completa, não necessariamente envolve uma ruptura total do
ligamento, ele pode estar integro, é quando não rompe o ligamento, mas rompe o ponto da sua
inserção, a instabilidade será total da mesma forma e isso daremos o nome de avulsão
ligamentar (rompe ponto da inserção do ligamento) – severa
Observação: dermite é quando não rompe as fibras, mas afasta o ligamento.
Sinais clínicos – quando localizados nos membros observamos a claudicação que está associada
a vários graus por causa da classificação de entorses, sensibilidade dolorosa que basicamente
vai estar presente em quase todos os graus de entorses, perda de função presente no terceiro
grau de entorse e instabilidade articular presente no segundo e terceiro grau de entorse.
Diagnóstico – ultrassom, pode se utilizar a entorse de 3º por radiografia, mas é melhor o US
para avaliar a presença ou não de liquido nas fibras, a orientação das fibras, a anecogenicidade,
solução e continuidade e interrupção dessas fibras, tudo isso é possível ver pelo US. Além disso
o diagnóstico também é clínico.
Tratamento – AINE (anti inflamatório não esteroidal) terapia anti inflamatória e analgésica é
importante em todos os graus de entorses pensando na dor, mas se não tiver controle do
ambiente e do animal pode contribuir para piora do animal. O AINE não entra como forma de
tratamento para uma entorse de 3º, porque não faz o animal recuperar, será apenas uma terapia
suporte para tratamento da dor. O AINE é bem vindo nas situações de 1 e 2º grau, mas no 3º
grau não entra como terapêutica, apenas controle da dor, porque de 3º grau a terapêutica é
cirúrgica., como artrodese.
Caso – animal com claudicação do membro pélvico. Tem uma alteração visível que o membro
pélvico medial está com aumento de volume, mas não é comum detectar tão bem assim, por
exemplo, na entorse de 1º grau se tem uma dificuldade maior. O próximo passo após avaliação
visual é a palpação, onde o animal apresentou dor, consistência tendendo a mole, sinal de
gode?? Positivo, edemaciado. Foi feito uma radiografia, não foi vista perda de integridade,
perda no espaço significativa, nada que faça pensar em lesão óssea, mas mesmo assim deve ser
realizado para excluir lesão óssea. Um achado da radiografia foi que o contorno estava um
pouco radiopaco, não podendo excluir lesão ligamentar onde tem o ligamento longo e curto,
pode ser um processo inflamatório. Depois foi realizado o US do ligamento, as fibras estavam
desorganizadas em alguns pontos, apresentava liquido entremeado (anecogenicidade), não tem
ruptura, mas tem processo inflamatório, se fosse classificada seria entorse 1º ou desmite de
lateral.
FIXAÇÃO DORSAL DE PATELA
ERRONEAMENTE AS PESSOAS CHAMAM DE LUXAÇÃO PATELAR – TERMO
ERRADO
Definição – Ocorre quando há dificuldade ou incapacidade de liberação do mecanismo de
fixação passiva femuropatelar. O mecanismo de fixação passiva femuropatelar composta pela
patela, crista troclear, tuberosidade da crista troclear, a patela tem duas regiões bem definidas,
um tecido ósseo e um cartilaginoso (fibra parapatelar) essa fibra parapatelar quando se une a
patela forma uma bolsa, de isso permite com que o animal descanse, pois joga o peso e está
numa estruturar patelar e ligamentar. Além da patela tem duas estruturas musculares o musculo
atroquinemico e o fibular terceiro. Quando o tarso está estendido o joelho está estendido,
quando o tarso está flexionado o joelho também está flexionado.
Fixação intermitente do ligamento patelar medial.
Membros pélvicos se mantem estendido por alguns segundos, não consegue fazer o arco de
passada então arrasta a pinça do casco. Essa condição é causada por um problema nas estruturas
ósseas e ligamentares do joelho.
OBS.: REVISAR MECANISMO DE SUSTENTAÇÃO PASSIVA
AULA DO DIA 10/08/2023
Erroneamente chamada de luxação patelar, considerada proveniente de uma falha do mecanismo
de uma fixação passiva, os cavalos tem algumas estruturas anatômicas que permite que ele fique
mais tempo em pé e isso ocorre em função do aparelho que a patela faz parte, desliza sob
superfície articular da tróclea entoa faz sua articulação durante a flexão e extensão do joelho e
quando está estendido o cavalo faz o descanso porque joga o peso na estrutura anatômica tendo
gasto mínimo. O problema é quando o cavalo começa fazer o travamento na patela e enquanto
está andando, é um travamento anômalo e involuntário da patela nesse sitio anatômico, ela se
mostra fixada, encarcerada nesta região de forma temporária e intermitente. Alguns animais
apresentam travamento durante o exercício, outro não, alguns precisam ser observado mais
tempo.
Consiste na fixação intermitente do ligamento patelar medial.
Sinais clínicos – arrastar da pinça porque está com o joelho flexionado e isso acarreta na
extensão do tarso, na medida que o joelho está travado e estendido o tarso também vai estar. O
animal tentará realizar a passada e o membro estendido vai impossibilitar fazendo com que o
animal tente fazer abdução e tenta fazer o arco da passada é a hora que faz o movimento de
pinça.
Manutenção intermitente do membro pélvico em extensão, envolvendo a articulação femuro-
tibiopatelar e tarso, fazendo o animal adotar a forma de pinça intermitente.
Etiologia
A situação mais provável para patela ficar fixada fora do repouso, ou seja, quando o animal está
se movimentando, se algum animal apresentar em sua posição uma angulação reta do joelho,
uma conformação reta pode levar mais facilmente a fixação da patela mesmo com o animal em
movimento, durante a extensão.
Conformação dos membros pélvicos (“retos”)
Alteração no ligamento patelar medial (provável causa) – extensão mais longo, maior que o
natural
Redução do tônus em quadríceps (vasto medial) – músculo que traciona a patela e o joelho
estende, se a patela está na região proximal o quadríceps tem que tracionar mais, da uma leve
tracionada a patela faz uma leve soltura e flexiona, volta deslizando, animal com tônus reduzido
não terá essa facilidade, a soltura se torna dificultosa e é quando o animal apresenta uma fixação
patelar.
Hiperextensão traumática em MP –
Diferencial: aperjamento – a soltura é com flexão exagerada, por conta dessa flexão exagerada
que essa afecção entra como diferencial de aperjamento.
Diagnóstico – clínico e envolve a inspeção clínica, é necessário a avaliação do animal em
movimento. Não tem um padrão.
Tratamento – condicionamento físico (condição de atrofia muscular que pode apresentar uma
redução do tônus na região de quadríceps pode ser feito preparo para condicionamento físico
desse animal para observar se ao longo disso o animal apresenta uma redução na fixação de
patela, no entanto demora, meses e a resposta não é imediata, o animal deve trabalhar em pisos
inclinados e de areia, não em plano horizontal, pois ele precisa forçar a musculatura do
quadríceps), fenestração proximal do ligamento (abordagem cirúrgica, mais conservativa, são
pequenas perfurações na porção do ligamento proximal com uma agulha 40x12 ou 40x16, para
causar um trauma e durante o processo de cicatrização promova fibrose, espessamento e talvez
um certo encurtamento da estrutura e o animal pode deixar de apresentar sinal clinico, mas pode
ter que ser realizado por mais de uma vez) desmotomia patelar medial (abordagem cirúrgica
mais radical, a preferida por grandes veterinários pois é uma abordagem que possibilita a
melhora imediata do animal, o animal vai recuperar da sedação, andar normalmente, libera a
soltura da patela, o animal perde a capacidade de aprisionamento, é um possível tratamento, mas
apesar de ser uma técnica consagrada de resultado imediato, sabe-se hoje que a longo prazo o
animal pode apresentar processos degenerativos no joelho devido a essa desmotomia – é feito
nessa cirurgia uma abordagem na borda do ligamento patelar medial, na borda lateral, próximo a
tuberosidade da tíbia, é feito a incisão na pele no ligamento patelar medial na borda lateral, isola
o ligamento patelar medial e secciona, é um procedimento simples e seguro, porque não tem
musculatura, articulação, é um ligamento EXTRA ARTICULAR, e será mais seguro quanto
mais longe estiver da cápsula, por isso a incisão será próximo da inserção da tíbia, menores os
riscos de acidentalmente perfurar a cápsula – obs.: entra com a pinça hemostática para fazer o
isolamento do ligamento, melhor posição é bipedal, faz sedação e bloqueio local).
DEFORMIDADES FLEXURAIS
Definição: persistência ou manutenção de uma condição de flexão articular nos membros. São
condições que terão suas na porção ?? envolve metacarpo falangeana ou interfalangena.
As articulações vão se mostrar flexionadas e incapazes de estender, significa dizer que um
animal com deformidade flexural não tem impedimento para flexão, mas não consigo fazer
extensão, porque o impedimento é na extensão, não há impedimento de movimentação.
Estruturas responsáveis: 2 principais que são responsáveis pela flexão de digito, flexão digital
superficial e flexão digital profunda, a diferença anatômica entre elas é que o profundo está
mais próximo do terceiro metatarsiano e o superficial está mais próximo da pele, além disso se
inserem em locais diferentes, o profundo se insere no processo flexor da terceira falange, vai no
ultimo osso do membro, no processo flexor, já o superficial se insere mais proximal da segunda
e primeira falange, ou seja, proximal de segunda e distal de primeira, só que a inserção é mais
proximal. Essas duas estruturas vão apresentar estruturas anatômicas acessórias, existe o
ligamento para cada um dos dois músculos flexores. O do ligamento acessório está localizada na
superfície do carpo palmar e recebe nome de flenador interior. Existe uma terceira estrutura
flexora que é ligamento suspensor do boleto.
Etiologia
Congênita – posicionamento intrauterino inadequado (; condições infecciosas durante o período
gestacional, ou seja, condições infecciosas da mãe.
Adquirida – reflexo de afastamento (dor), manejo nutricional inadequado (puro sangue inglês,
puro sangue árabe) e trauma tendíneo. A metacarpo falangena vai estar flexionada
Animal deixa de usar o membro por período prolongado, causando atrofia.
As deformidades flexurais podem ser divididas em:
- Deformidade flexural interfalangeana distal – relacionada com o profundo
Classificação com base na apresentação clínica
Um animal normal tem alinhamento das 3 falangeanas e um grau entre o metacarpiano e a
falange distal.
Grau 1 – condição mais branda, em situações onde a linha dorsal do casco ainda não formou um
ângulo de 90º, ou seja, até 90º classificamos como grau 1.
Grau 2 – angulação maior que 90º classificamos como grau 2.
Alguns livros citam o grau 3, são chamados de grau 3 porque além de ultrapassar os 90º o
animal apoia na região dorsal do disco, flexura interfalangeana??
- Deformidade flexural metacarpofalangena – relacionada com o superficial
Obs.: pode ter condições mistas e acometimentos das duas deformidades.
Diagnóstico – avaliação clínica que na inspeção veremos o posicionamento alterado do digito
com deformidade articular. Na palpação tem incapacidade de extensão da articulação, mas ela
apresentar mobilidade e nenhum processo inflamatório agudo, se não estiver tentando estender o
animal não sente dor. Exame radiográfico, pois pode ser congênita ou trauma, pode ter
envolvimento ósseo com a articulação, então precisa do raio x para excluir diagnósticos
diferenciais.
Tratamento – clínico: movimentação controlada de extensão diariamente movimento o disco
com extensão forçada por alguns segundos e com várias repetições ao longo do dia, para que o
animal volte a fazer extensão do digito), oxitetraciclina 3g/IV 48 horas (utilizada apenas em
congênitas, pois é um ATB, é usado por causa da ação quelante do cálcio, se não houver
resposta satisfatório é suspenso, se for satisfatório pode refazer novamente, ou seja, 2x),
imobilização externa talas simples (pode ser realizada essa imobilização pela tala ou pelo gesso,
só que o gesso a troca tem que ser periódica). Em casos mais graves a abordagem é cirúrgica.
Tratamento cirúrgico – desmotomia (ligamento acessório do tendão flexor digital profundo –
para casos maus brandos);
tenotomia (musculo flexor digital superficial – podemos empregar a técnica que leva a estrutura
anatômica responsável por essa posição);
tenotomia (musculo flexor digital profundo que é proximal ao ligamento acessórios, secção
proximalmente ao ligamento acessório reflete porque não ficará solto o flexor digital profundo,
irá apresentar sustentação parcial impedindo fratura ou luxação, mas ainda assim será necessário
no pós colocar uma tala)
Se for mista, vai depender da idade e do peso, se for potros é possível fazer a tenotomia de tudo,
se forem animais adultos não é possível fazer a abordagem dupla, então pode ser feito a que
acomete mais a articulação, ou seja, o profundo, e o superficial check.
ARTROGRIPOSE
Definição: rigidez articular múltipla dos membros em flexão associada a displasia muscular.
Não se refere somente a situações de contração e manutenção de articulação de flexão e
extensão, não só em articulação digital, mas em qualquer articulação. Se mostra rígida e em
uma condição múltipla e está associada a displasia muscular, isso se focarmos somente no
aspecto locomotor, pois pode envolver outros sistemas além do locomotor, como cardiovascular,
por isso não é incomum natimortos, pois podem ter múltiplas anomalias.
Etiologia:
Infecções período gestacional –
Infecções virais (BVD) –
Sinais clínicos: podem ser produtos de distocia os animais ou são animais que requerem
cesarianas, muitas vezes nascem em menor tamanho e não tem um comprometimento tão
grande na passagem, mas tem anomalias.
Alterações associadas: escoliose, cifose, palatosquise, hidranencefalia (não vê a massa
encefálica, grande espaço anormal), formação assimétrica do crânio e anomalias cardíacas.
Diagnóstico: clinico, se possível a realização da biópsia muscular e radiográfico para avaliar o
comprometimento.
Tratamento: depende da avaliação individual e com frequência tem a indicação da eutanásia.
HARPEJAMENTO
Definição: é uma flexão involuntária e exagerada do tarso durante a fase cranial do passo,
podem acometer um ou ambos os membros pélvicos. Ocorre de forma involuntária e exagerada
do tarso que pode envolver um membro ou os dois e se apresenta em vários graus, mais brando
a mais severos. É uma condição NÃO DOLOROSA, além de ser involuntário o animal não
sente dor, anda de forma diferente, faz flexão exagerada, mas não tem ligação com sensibilidade
dolorosa. Pode receber o nome de hipertonia reflexa equina ao invés de harpejamento.
Etiologia:
Forma clássica – a etiologia é desconhecida, trauma em MP, na porção distal, mais comumente
dorso-proximal do metatarso. Forma unilateral. Prováveis causas, trauma porque quando
falamos em trauma estamos falando especificamente de um trauma em MP de baixa intensidade,
ou seja, não suficiente para ter lesão de continuidade em pele, as vezes um processo
inflamatório em tecidos moles no terceiro metatarsianos. Quando tem um processo inflamatório
nessa região tem a possibilidade do animal apresentar aderência entre a estrutura anatômica e a
bainha. Essa aderência pode causar comprometimento no musculo e no tendão? Sim, a bainha
existe não somente para proteger, mas para lubrificar. Então costuma se associar a trauma em
MP, na porção distal, mais comumente dorso-proximal do metatarso. Esses animais tem
aderência na bainha do musculo extensor. É extensor do digito e flexor do tarso, então apesar de
ser extensor, executa uma ação flexora no tarso.
Forma australiana – de manifestação bilateral, tem a ver com condição tóxica, ingestão de
uma planta. Ingestão de planta tóxica, falso dente de leão. Está associada a atrofia muscular
neurogênica por conta da planta que causa neuropatia periférica difusa. Sabe que é por isso,
porque com a interrupção da ingestão o animal melhora os sinais clínicos, apresenta melhora
clínica.
Temos duas estruturas que se unem e são responsáveis pela extensão uma é o extensor digital e
o outro é o extensor digital lateral, se unem formando o extensor digital comum que vai até na
3ª falange e forma um único que vai até lá em baixo. Se fizer a tenotomia do extensor digital
lateral não irá comprometer o animal, o problema pode não ser resolvido por estar envolvendo o
extensor digital longo, mas pode ter atenuação branda ou completa do sinal clinico, mas
também pode ser nula.
Sinais clínicos: forma australiana – flexão exagerada de articulação do tarso e o acometimento
pode ser uni ou bilateral, bilateral se mostra na forma australiana, pode se mostrar na forma
clássica, mas em graus muito distintos.
Diagnóstico – com base na avaliação clínica
Tratamento – cirúrgico, fazemos miectomia parcial (retirada parcial do musculo) / tenectomia
do extensor digital lateral (retirada total do tendão, por causa da aderência)
O tendão extensor digital lateral é palpável, a maior dificuldade da cirurgia é isolar o musculo.
Então precisa dar leve tensão no tendão e sentir a contração do ventre muscular que é a
referência para fazer a secção.
MIOPATIA FIBRÓTICA/OSSIFICANTE
Pode ocorrer a miopatia fibrótica ou ossificante (quando ocorre mineralização, vulgarmente
sendo chamada de ossificante)
Definição: fibrose ou ossificação do tecido muscular, que resulta em aderências/fibrose nos
músculos, principalmente nos músculos caudomediais da coxa.
Músculos envolvidos:

 Músculos semitendíneo
 Músculo semimembranoso
 Músculo bíceps femoral
Pode ser de origem química ou física.
Etiologia: trauma, lacerações musculares durante o exercício, administração medicamentos IM
(tentar usar fármacos melhores e com o melhor veículo).
Sinais clínicos: em função do comprometimento do semitendíneo o sinal clinico mais
interessante vai ser a interrupção abrupta da fase cranial do passo, esse animal terá o tarso
excessivamente estendido, e por isso interrompe a fase cranial e leva diretamente o membro
para o solo. Também será levada a restrição mecânica não dolorosa.
Diagnóstico: feito por meio clínico com inspeção e palpação (tensão no músculo semitendíneo)
o musculo vai tender a uma consistência dura e na área de fibrose é duro. Então a consistência
chama a atenção. Exame US definido com alguns artefatos áreas focais hiperecóicas e áreas
definidas por sombra acústica.
Tratamento: – miectomia – porque vai trazer um trauma muito grande. Tenotomia pode trazer
resultados satisfatórios, será usado apenas um ponto, tenotomia do semitendíneo em um dos
seus pontos de inserção.
Tem a técnica de ressecção do tec. Muscular acometido (miectomia parcial) quando se fala da
mineralização.
DESVIOS ANGULARES
Desvio do membro lateralmente ou frontal ou até mesmo medial.
Conceito: são desvios no eixo do membro em relação ao plano frontal
São denominados: varo (varus) – alterações que ocorrem lateralmente “para fora” / valgo
(valgus) – alterações que ocorrem medialmente “para dentro”.
Etiologia
1. Fatores congênitos ou perinatais
Ossificação incompleta: seria uma das causas, por causa da resistência do material, se o osso
tem maturidade ele está mais próximo do normal, quanto mais imaturo mais cartilaginoso ou
fibrosa ele é, então esses ossos passam por processos de mineralização e quanto mais jovens
maior sua densidade não suportam a carga. Tem um desvio do membro, a região que mais sofre
com essa imaturidade são os ossos cuboides, região de carpo e tarsos para animais imaturos.
Essa ossificação incompleta pode estar associada a alterações do suprimento sanguíneo, por
placentite que a égua passou, ou cólica ou parasitoses, ou seja, pode não ser apenas por
imaturidade direta, mas por causas que levam a essa imaturidade óssea.
Flacidez das estruturas de suporte: as articulações podem ser movimentar para dentro ou para
fora, o posicionamento intra-uterino inadequado (obesidade da égua) pode fazer os animais
nascerem com flacidez de estrutura suporte e ao nascimento apresentam alterações angulares.
2. Fatores de desenvolvimento
O animal pode nascer normal e desenvolver uma deformidade angular. Pode estar associado ao
crescimento metafisário assincrônico. O osso longo cresce a partir da metáfise que permite um
crescimento endocondral que permite que o osso tenha comprimento e também tem crescimento
intramembranoso que possibilita a largura. Se ocorre de forma assíncrona pode ocorrer um
desvio, um osso diferente do outro. Isso pode ocorrer por trauma na região fisária, porque o
trauma causa retardo na calcificação por comprometimento celular (condrócitos maduros –
compromete e dessa forma não cresce os ossos longos).
Cavalos tem fases para alcançar maturidade ósseas e não ocorrem todas juntos.
Crescimento metafisário assincrônico – desequilíbrio ou excesso nutricional (alta concentração
de energia), raças de rápido crescimento, carga assimétrica, comprometimento celular.
Sinais clínicos: posicionamento do membro alterado, parece ser mais tranquilo a inspeção, mas
depende do grau de desvio; orientação articular;
Diagnóstico: exame radiográfico (obrigatoriamente – principalmente para saber dizer qual grau
de desvio) e a partir desse exame terá capacidade de ser feto a determinação do ponto pivô e
grau de angulação.
Tratamento conservativo – imobilização externa: indicados quando se tem flacidez periarticular,
ossificação incompleta. Os tipos são de talas de PVC e gesso sintético, mas tem que ter cuidado
porque se usar demais, sem acompanhar, pode causar atrofia que vai deixar ainda mais flácido.
Outro tratamento conservativo seria o casqueamento terapêutico.
Tratamento cirúrgico – aceleração do crescimento: por exemplo, no varus colocaria a de retardo
lateralmente e de aceleração medialmente. Se tratando de ACELERAÇÃO DO
CRESCIMENTO é realizado a transecção periosteal (T invertido ou em +) ocorre liberação
mecânica e estimulação endocondral, ou seja, crescimento em comprimento. A utilização até 2
meses de idade (observação até 60 dias), mas na maioria das vezes usamos até fechar a placa.
Enxerga o periósteo como estrutura fibrosa que está contendo o osso, quando o periósteo é
seccionado o osso está sendo liberado naquele local e o osso cresce. Essa técnica não tem risco
de que o osso cresça demais.
Se tratando do RETARDO DE CRESCIMENTO iremos fazer a colocação de ponte transfisária
que serão colocadas antes e depois da placa fisária, ou seja, proximal e distal, e isso vai travar o
crescimento, essa ponte pode ser feita com grampos, parafusos e cerclagem, placa e tem que ter
cuidado porque se for um animal novo e não acompanhar e retirar a ponte o animal pode ter um
retardo muito grande.
Para os animais que atingiram a maturidade óssea tem o que fazer, mas temos que pensar que
são animais jovens adultos, com porte maior, peso maior e quando for propor técnica cirúrgica é
porque é algo que precisa de uma correção grave, se for algo leve o risco cirúrgico não
compensa, para correr esse risco tem que ser casos que o animal apresenta deformidade angular
severa. A técnica cirúrgica chama-se OSTEOTOMIA CORRETIVA (em cunha de redução)
secção do osso, ou seja, secciona o osso para corrigir o ângulo, seja colocando ou retirando
parte do osso, se é retirado tem que ser em formato de cunha por causa do ângulo, ocorrendo a
maturação fisária (fechamento). Existe a técnica em cunha de adição (enxertos, implantes) com
a colocação de um material que vai adicionar o eixo do osso em um ângulo corretivo.
AULA DO DIA 17/08/2023
FRATURA
Conceito: é o rompimento completo ou incompleto da continuidade de um osso ou cartilagem.
Serve para tecido ósseo e cartilaginoso, tem a perda de integridade e a formação de uma solução
de continuidade na estrutura anatômica afetada. O rompimento do tecido pode ser COMPLETO
ou INCOMPLETO.
Etiologia –
Trauma – direto, por estresse, por avulsão. Pode ocorrer de forma direta onde a aplicação da
força ocorre diretamente sobre o tecido ósseo; por repetição que é por estresse por aplicação de
força de forma repetitiva levando a fadiga do tecido a longo prazo, causando fratura, comum em
cavalos atletas rompendo estruturas rudimentares e ossos cuboides; fratura por avulsão, um
ponto de ruptura, uma solução de continuidade no osso dada pela ruptura de um ligamento,
osso, dada então pelo destacamento do osso, em algum ponto de inserção.
Condições patológicas – neoplasias, infecções, podem predispor a fratura por fragilizar o tecido
formando um ponto de ruptura e possibilita as fraturas patológicas.
Obs.: fragmentos menores e não tem prejuízo a excerese do fragmento, mas dependendo do
tamanho e de como está deve entrar com osteossíntese ao invés de excerese.
Exemplo: Radiografia da região do boleto e osso sesamoides proximais esses ossos tem relação
intima de inserção de ligamento suspensor, tem na imagem um pequeno fragmento, uma fratura
de um fragmento pequeno que pode ser realizado a excerese, foi causado por situação de
estresse.
Ex.: fratura incompleta por avulsão, no raio – x é observado (na crista tibial se insere os
ligamentos patelares, possui região de crescimento, placa de crescimento em animai jovens
vemos uma linha radioluscente fina que é comum e normal em animais jovens, mas em animais
3 anos, 4 anos a linha deve estar ausente) animais jovens podem sofrer por não ter maturidade
de estrutura óssea, ainda mais por estar se tratando de estruturas ósseas que são ligadas ao
quadricipides, Ocorreu o afastamento da tíbia e pode ocorrer de forma mais facilitada em
animais jovens. Ligamento fica integro, a força é transferida pelo ligamento até a inserção
óssea, se é um animal com imaturidade óssea ele cede a essa força (osso cede).
Classificação
1. Quanto à localização (osso envolvido)
2. Quanto ao segmento (região óssea) Ex.: metafisário, epifisário, diafisário, se é proximal
ou distal.
3. Quanto ao tipo (nº fragmentos) segmentar, etc.
4. Quanto ao grupo (linha de fratura) obliqua, espiral, etc. E pode falar se é completa ou
incompleta.
5. Quanto ao meio – aberta ou fechada.
Obs.: essas informações devem constar no diagnóstico pela importância que tem ao clínico e
cirurgião.
Sinais clínicos – claudicação, sensibilidade ao toque, aumento de volume (ossos dos metatarsos
segundo e quarto (medialmente 2º e lateralmente 4º - possivelmente nesses ossos, mas esse foi
um exemplo dado em sala – a superfície distal do osso do metatarso tem intima relação com o
aparelho suspensos [região palmar e plantar], então fratura com uma facilidade relativa). Dor,
aumento de volume, osso mole (INSTÁVEL), ou seja, instabilidade óssea.
Equimose (tipo de contusão só que de um grau mais brando, como se fosse uma petéquia
maior), hematoma (acúmulo de sangue em determinada região), dor, crepitação (pelo
movimento dos fragmentos durante avaliação), posicionamento anormal (não é uma regra, mas
pode estar presente), instabilidade.
Diagnóstico – obrigatoriamente é radiográfico, mas se tem a avaliação clínica que deve ser
realizada.
Tratamento – conservativo > normalmente envolve as mobilizações, gesso sintético é uma das
melhores formar de mobilização; cirúrgico > placas, parafusos, haste bloqueadas, pinos
intramedulares, fixadores externos.
Atuação de forças (FRATURA – sobre os ossos longos da fratura ou somente sobre os ossos
longos)

 Compressão axial – é a força peso sobre o eixo principal do osso longo; (forças se
unindo a que desce e a que sobe)
 Cisalhamento – pode ser obliquo ou horizontal; tem deslocamento dos fragmentos em
sentidos opostos, mas promove um deslizamento entre os fragmentos, mas em sentidos
opostos.
 Flexão – força que causa o encurvamento ósseo até o ponto de ruptura, rompimento;
 Torção – promove um giro sobre o próprio eixo do osso longo, costuma causar fraturas
um pouco mais complexa;
Suprimento sanguíneo aos ossos longos
 Sistema vascular aferente
Os ossos longos tem uma artéria longa chamada artéria nutrícia que passa pelo forame nutrício,
e na medida em que tem a aproximação nas regiões anatômicas especificas as artérias mudam
de nome e de calibre, as artérias menores associadas a região metafisária chamam artérias
metafisárias, assim como epifisárias e arteríolas periosteais.
Obs.: não existe veia nutrício
 Sistema vascular intermediário
Canais corticais (Havers e Volkamann); Sistema delgado menor, composto por canalículos da
região cortical
 Sistema vascular eferente.
Drenagem venosa
A fratura, o trauma, não se limita a estrutura óssea, pode afetar as estruturas dos tecidos moles,
ou seja, compromete outros tipos de tecido, mas pensando no osso o periósteo, endosteo e a
porção vascular vão estar afetadas. Se o osso tem comprometimento vascular temos um
problema porque como se manterá vivo e como irá se regenerar. A manobra observada acaba
sendo de ocorrência natural para o suprimento sanguíneo aos ossos longos, o suprimento
começa a vir de fora, ou seja, de tecido mole adjacentes aos ossos para contribuir para formação
de novos vasos e auxiliar na vascularização óssea no período de recuperação do osso.
Consolidação óssea (Conceitos importantes)
- Fratura estável: aquela onde não há percepção de desvio sob carga fisiológica; é aquela em
que não se percebe nem a micro movimentação, visivelmente é uma situação que não há
percepção de desvios.
Obs.: se não trata tem uma fratura instável.
- Estabilidade absoluta: não há movimento local após a carga; está relacionado com o tipo de
consolidação que o animal irá receber. Não tem movimentação nenhuma, por isso é
ABSOLUTA. Ex.: fratura onde tem fragmentos intimamente relacionados, que a linha de fratura
esta perfeitamente coaptada, espaço bem pequeno, menor que 0,01mm. Por esse motivo de ter
uma estabilidade absoluta pode conseguir uma consolidação primária (direta)
- Estabilidade relativa: pequeno grau de movimentação; está relacionado com o tipo de
consolidação que o animal irá receber. Tem um pequeno grau de movimentação, mas que não
compromete o tecido ósseo. Geralmente forma consolidação secundária (indireta).
Obs.: se a movimentação é muito grande não tem consolidação óssea.
Consolidação óssea indireta (secundária)
É a que vai ocorrer a partir de uma estabilidade relativa, onde é possível uma pequena, um
micro movimentação local, que pode ser dada em função do tipo de fratura, implante ortopédico
que será usado. Esse tipo de consolidação obrigatoriamente passará pela formação de calo ósseo
que passa por fase mole e outra chamada dura, dada pelo tecido presente no momento.
Didaticamente o processo de consolidação é divido em 3 fases.

 Fase inflamatória: A fase inflamatória que ocorre depois do trauma, ocorre um


hematoma, ocorre migração de macrófagos para as extremidades ósseas. Terá a
liberação de fatores de crescimento, sendo os principais fator de crescimento vascular
endotelial e fibroblástico (FGF, VEGF) esses fatores de crescimento liberados nesse
momento são importantes porque é a partir dele que terá a formação de tecidos de
granulação. Existem ossos soltos, com espaço entre eles que precisam ser preenchidos
então o tecido de granulação entra como elo de ligação primária e serve como tecido
inicial apesar de ter resistência baixa, que começa a cicatrização da região, seria o
primeiro passo na tentativa de estabilização local. É nesse momento da fase inflamatória
que é observado a liberação de células mesenquimais que tem capacidade de
diferenciação celular em osteoblastos, condroblastos ou fibroblastos dependendo de
como a fratura irá se mostrar.
 Fase de reparação (calo mole / calo duro): é a fase de formação do calo mole e do
calo duro. Na formação do calo mole tem intensa proliferação fibroblástica e
consequentemente deposição de colágeno que inicialmente é imaturo, mais fraco,
liberado em grande quantidade com pouca resistência e depois tende a se maturar nessa
fase e se tornar mais resistente. Nessa fase tem angiogênese local que favorece grande
parte da formação do tecido de granulação. As células mesenquimais nessa fase passam
por processo de diferenciação celular. Em fraturas instáveis nessa fase da formação do
calo mole daqui para frente não terá progressão, como, por exemplo, formação do calo
duro, terá condroblastos ou fibroblastos, então não vai para a próxima fase. A
diferenciação celular é regida por alguma coisa, algo orienta a diferenciação das celular,
em alguns casos ela se torna osteoblasto em outros não, quando tem tensão de oxigênio
alta, tem uma tendencia a maior diferenciação celular em osteoblasto, quando está
intermediaria a baixo a diferenciação ocorre mais em condroblasto ou fibroblasto.
Quanto maior a instabilidade, maior a ruptura de vasos, maior a falta de suprimento
sanguíneo no local, menos oxigênio. Na formação do calo duro temos mineralização
local para ser formado o calo duro, ocorre uma certa deformação, alargamento na região
de consolidação que pode levar meses a anos para o osso voltar ao seu estado natural.
 Fase de remodelação, finalizada com a atuação dos osteoclastos.
Consolidação óssea direta (primária)
É aquele que surge a partir de uma estabilidade absoluta, ou seja, não tem movimentação, ela
praticamente não existe porque tem uma justaposição quase perfeita entre os fragmentos. Isso
possibilita o tecido ósseo de um fragmento ter intimo contato com o tecido ósseo do outro
fragmento, se já estão estáveis não precisa de um elo de ligação para fazer com que eles se
juntem. São defeito menores que 0,01. São formadas estruturas similares a cones que tem em
sua extremidade osteoclastos responsáveis pela formação de pequenos canais que funcionam
como tuneis e tem em suas bases cones que vão formar os osteoclastos, é como se tivesse
soldando um tecido ao outro. Vários pontos de migração ocorrem ao longo da linha de fratura,
não tem formação de calo óssea. É uma migração celular osteonal, onde células osteoclásticas
no ápice da estrutura e células precursoras na base.
Considerações na abordagem cirúrgica de fraturas em grandes animais

 Idade, peso, temperamento – animais mais jovens tem maior percentual de recuperação,
temperamento mais linfático cooperam mais para o processo de recuperação.
 Recuperação pós-anestésica/pós-operatória;
 Custo do tratamento x valor zootécnico;
Tratamentos de fraturas –

 Abordagem emergencial, pode ter um tratamento emergencial quando ainda não se


dispõe de recursos para o tratamento efetivo. Por exemplo, animal em haras que não
tem centro cirúrgico, precisa de uma abordagem emergencial até ir para o centro
cirúrgico, clinica. O objetivo dessa abordagem emergencial é minimizar mais trauma, o
objetivo de usar esses métodos é apenas para casos de encaminhamento e não aumentar
o foco de fratura.
- Em relação a fratura aberta: deve ser realizado avaliação radiográfica para dar o
diagnóstico, sedação, higienização / lavagem foco fratura porque geralmente tem
exposição a terra, a contaminações, por isso é necessário reduzir a carga de
contaminação, no entanto o animal precisa estar sedado (raros são os casos do cavalo
deitar com sedação), imobilização temporária para reduzir a movimentação entre os
fragmentos e causas danos mínimos ao local e evidentemente como é fratura aberta
pode fazer antibioticoterapia, preferencialmente cefalosporina (Ceftiofur por exemplo)
pode associar beta lactâmicos.
- Em relação a fratura fechada: deve ser feito avaliação radiográfica, sedação para
aplicar uma imobilização temporária que envolve o manuseio do foco de fraturo.
Apenas as 3 coisas são importantes para a fratura fechada.
Obs.: fazer analgesia e utilizar AINE.
Obs.: lavagem feita na borda, jato da região da borda para fora. Não fazer em região central e
nem focado para dentro do tecido.
Mobilizações
Existem talas, muletas, são usadas em grandes e pequenos animais, algumas dessas em
pequenos animais entram com forma terapêutica, mas no caso de grandes animais não entra
como abordagem principal.
Para a colocação das talas existe um padrão, as simples são colocadas na porção distal dos
membros, na região plantar ou palmar e que para serem utilizadas precisa de acolchoamento e a
aplicação de uma estrutura rígida capaz de auxiliar no suporte do peso do animal.
Estabilização do foco de fratura
- Abordagem emergencial – imobilizações: tala de robert-jones, é uma estrutura que será
aplicada lateralmente ao membro, uma estrutura rígida e resistente que vai da porção distal do
membro, ou seja, lá do casco, até a porção mais alta, pode ser usada quanto pélvico quanto
torácico, cernelha ou garupa no caso. Ela vai ser uma forma de mobilização utilizada quando
não é possível colocar muleta de Thomas e quando não for possível a colocação da tala simples,
isso se dá por anatomia, ou seja, se dá por processo anatômico, fraturas altas de membros. Não
será uma mobilização 100% completa; muleta de Thomas, dispositivo de apoio que transfere o
peso para estrutura rígida; tala simples colocada em região plantar ou palmar dos dígitos,
distalmente ao carpo e ao tarso, são confeccionadas em PVC que facilita a aquisição do material
e a rodagem se necessário; A muleta e tala simples pode impedir a abdução, fica comprometido,
mas o de flexão e extensão não ficam. Ao impedir a abdução limita um pouco a movimentação
local e isso já é um ganho para o animal.
- Abordagem conservativa – restringir o ambiente do animal. Gesso sintético, não há
necessidade da abordagem, cirúrgica mas há necessidade da anestesia geral para promover
alinhamento ósseo de forma adequada tendo em vista que o animal tem dor, existe contração
muscular sobre o foco que dificulta a manipulação, por isso precisa da abordagem anestésica,
quando comparada a cirúrgica apresenta vantagens e desvantagens, a vantagem é o custo menor,
porém é um método que não pode ser empregado em qualquer fatura, então as fraturas que tem
restrições e limitações para utilizar o gesso não envolve apenas o tipo de fratura, mas também o
tipo de paciente como peso, idade, o gesso ocorre em animais de menor porte ou mais jovens,
como pequenos ruminantes, bezerros e potros que reflete uma menor carga na fratura, pensar no
peso porque é recomendado que seja feito uma troca após 1 semana ou 10 dias, ou ser
observado se tem folga no gesso, mas não é por isso que o peso é importante, o peso é
importante porque a atuação de forças no foco da fratura vão estar presentes a força de
compressão axial e um pouco de cisalhamento, rotação que já são suficientes para impedir a
formação de um calo, então a força peso atuando tem maiores chances de sucesso em um animal
mais leve, então em função disso deve levar em consideração o porte e a idade do animal, não
se limita so a peso, mas a capacidade de regeneração do animal a jovem que em torno de 30 dias
já está bom na maioria das vezes, enquanto em um animal adulto é lá pelos 45 dias, em fratura
aberta também em HIPÓTESE ALGUMA pode ser utilizado, em fraturas articulares também o
uso do gesso é contraindicado; confinamento (baia) entra nos casos de fraturas incompletas,
limitar os movimentos em espaço físico é benéfica para o animal tem uma possibilidade de
consolidação; ferrageamento especial, uma forma complementar no tratamento de algumas
fraturas de terceira falange, especificamente. Ferradura fechada, formato de U fechado, unido e
em formato oval, o objetivo é evitar o movimento do casco durante apoio.
Obs.: osteotics vários furos ao redor da fratura incompleta para que ocorra uma consolidação
mais rápida, pode ser feito em animais adultos.
- Abordagem cirúrgica – tipos de implantes – material usado na osteossíntese durante o
procedimento cirúrgico.
1. Transfixação com gesso sintético – consistia no primeiro método cirúrgico no tratamento de
fratura. Esse gesso transfixado é o gesso que tem na região próximas dois pinos de transfixação,
pino que atravessa a parede do gesso de um lado passa o osso e sai na parede do gesso do outro
lado tudo com intuito de travar o osso, então no foco as forças que antes atuavam deixam de
atuam. Os pinos são sempre colocados acima da fratura, ou seja, fratura fica distal. Pode colocar
entre 2 a 3 pinos.
2. Pinos intramedulares – dispositivo metálico, cilíndrico e será usado na região intramedular
do osso, se pensar na questão da aplicação de força terá certa similaridade com o gesso, pouco
utilizado em grandes. Será inserida no canal medular, e que a partir do momento que se utiliza
ela consegue um certo grau de estabilidade, mas algumas forças continuam sendo aplicadas
como rotação, compressão axial e permite um pouco de cisalhamento porque o preenchimento
do canal medular nem pode e nem deve ser completo, tem perigo do suprimento sanguíneo
acabar com o osso, tem similaridade grande com o gesso permitindo ainda a atuação de algumas
forças no foco fazendo com que algumas fraturas não tenham evolução satisfatória. NÃO SE
USA EM fratura aberta, por causa da contaminação, o pino entra em área contaminada e pode
passar depois por alguma região saudável e isso não é bom.
Inserção do pino pode ser feita de duas formas:
1. Normógrado
Faz incisão de pele no ponto do osso distante do foco, não são pontos articulares, não pode
inserir na articulação para não causar danos e injurias articulares.
2. Retrógrado
Utiliza o próprio foco de fratura para inserir o pino, entra com o pino na extremidade do foco e
ele sairá na epífise do outro lado, tem que inserir até sair a ponta do outro lado, deve alinhar
com o outro osso, a ponta que esta pra fora começamos a bater nela até entrar no outro. Se for
foco aberto, retrógrado essa aqui é mais cruenta.
Obs.: pino não deve comprometer totalmente o canal. Diâmetro pino – 70% canal medular.
Tipos de pinos intramedulares:

 Steinmann – é liso, mais comum e barato


 Rush – se tem uma fratura praticamente epifisária quanto mais próximo a extremidade
maior a instabilidade da região, exceto na situação que usamos o pino de Rush, ele é
usado de forma pareada, ou seja, em dois. Tem um formato de L e na pontinha dobra
como um gancho, além de ter a ponta levemente dobrada apresenta uma curvatura, a
vantagem dele ter essa conformação e usar ele pareado é que no momento que ele é
colocado tem o ponto de apoio (L), começa inserir na fase diafisária média ele é
encurvado e vai para a direção oposta, ou seja, tem mais um ponto de apoio, chega la na
porção metafisária e tem outro ponto de apoio, ou seja, tem 3 pontos de pontos de apoio
para cada pino, ou seja, 6 pontos de apoio, se tenta rotacionar o pino não consegue, fica
comprometido, a compressão axial continua, o cisalhamento também, mas a rotação
não. Muito utilizado em fraturas distal de úmero.
 Kuntscher – um pouco utilizado em grandes, apresenta formato diferente dos outros
cilíndricos, esse foge disso, tem formato em V. A grande vantagem dele é que ele não
anula a rotação, mas reduz, ela se torna mais difícil, isso justificaria o seu uso.

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