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Mecânica dos Solos II

Bruno Teixeira Lima

Mecânica dos Solos II – UERJ


Sala e Horários
◼ Terça-feira: 8:50h (M3) - 11:30h (M5)
◼ Quarta-feira: 8:50h (M3) - 10:30h (M4)
◼ Avisos -
https://classroom.google.com/u/6/c/Mzc0N
jY1MjY0NTQ4
◼ Mural ou via e-mail.
◼ Link Aulas:
https://meet.google.com/lookup/gbxcpmskl
n
◼ PROGRAMA – TEORIA + LABORATÓRIO

1. Revisão

2. Compressibilidade e Adensamento

3. Resistência ao Cisalhamento dos Solos

4. Equilíbrio Limite (empuxos de terras,


dimensionamento de muros de peso,
estabilidade de taludes)

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◼ BIBLIOGRAFIA
1. Mecânica dos Solos - vol. 1 --- Manuel de Matos Fernandes.
Oficina de Textos, 2016.
2. Mecânica dos Solos, vol. 2 --- Manuel de Matos Fernandes.
Oficina de Textos, 2014.
3. Curso Básico de Mecânica dos Solos --- Carlos Sousa Pinto.
Oficina de Textos, 2000.
4. Estabilidade de Taludes --- Denise M. S. Gerscovich. Oficina de
Textos, 2012.
5. Fundações: Teoria e Prática --- ABMS/ABEF. Ed. Pini, 1998.
6. Apostilas Prof. Denise –
http://www.eng.uerj.br/~denise/cursos/mecsolos2.htm
7. Curso Básico de Geotecnia. Faiçal Massad. Oficina de Textos.
8. Fundamentos de Engenharia Geotécnica --- B. M. Das. Ed.
Thompson, 2006.
9. Soil Mechanics --- T. W. Lambe & R. V: Whitman. John Wiley &
Sons, 1969.
10. Vídeos Youtube e outras plataformas

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◼ MATERIAL ASSÍNCRONO

• Materiais assíncronos (apostilas, vídeos etc..) farão


parte da matéria.

◼ AVALIAÇÃO
• 3 Provas + ~3 Trabalhos (Previsão de 3 trabalhos). Cada trabalho vale
até 1,0 ponto na Nota da prova do assunto respectivo.
• Se a média final das provas for superior a 7,0 ou inferior a 6,0 os
trabalhos não serão considerados na nota final.
• Os trabalhos darão as informações necessárias para a confecção das
provas.
• Prova de Reposição no final – Matéria Toda.

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1. REVISÃO

1.1. Estado físico

1.2. Identificação e classificação

1.3. Estado de tensão

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◼ 1.1. Estado físico
➢ “Os solos são materiais constituintes essenciais da
crosta terrestre provenientes da decomposição “in situ”
das rochas, pelos diversos agentes geológicos, ou da
sedimentação não consolidada dos grãos constituintes
das rochas, com adição eventual de partículas fibrosas
de material carbonoso e matéria orgânica no estado
coloidal.” A.J.da Costa Nunes

➢ “Os maciços terrosos são formados por partículas


minerais, que resultaram da desintegração física e
química das rochas, podendo também conter
matéria orgânica. Os espaços não ocupados pelas
partículas são designados por poros ou vazios, os
quais podem conter água e ar, isolada ou
conjuntamente.” M. Matos Fernandes
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◼ 1.1. Estado físico

Classificação dos solos quanto à origem

◼ Solos sedimentares ou
Solos transportados;
“Normalmente” se espera
que sejam menos
“resistentes” que os
Residuais

◼ Solos residuais;
◼ Aterros – formação artificial.
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◼ 1.1. Estado físico
Definição do estado físico – grandezas básicas

◼ Va → Volume de ar Wa → Peso de ar
◼ Vw → Volume de água Ww → Peso de água
◼ Vs → Volume de sólidos
Ws → Peso das partículas sólidas
◼ Vv → Volume de vazios
◼ V → Volume total → Peso seco
Mecânica dos Solos II – UERJ W → Peso total
◼ 1.1. Estado físico
Índices Físicos dos Solos
➢ Índice de vazios, e
Vv
e=
Vs
➢ Porosidade, n (0 a 100%)
Vv
n= 100%
V
➢ Grau de Saturação, S (0 a 100%)
Vw
S = 100 %
Vv
➢ Teor em água (teor de humidade), w (0 a )
Ww
w= 100%
Ws
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◼ 1.1. Estado físico

Condições de humidade possíveis:


N.T.
➢ Solo seco; Solo Seco

➢ Solo húmido; Solo húmido


Ascenção
Solo Saturado
➢ Solo saturado; Capilar N.F.
➢ Solo submerso. Solo Submerso

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◼ 1.1. Estado físico
Índices Físicos dos Solos
➢ Densidade das partículas sólidas, G = Gs = gs
Ws
Vs s
G= = Em geral está no intervalo 2,6-2,8
Ww w
Vw
➢ Peso específico das partículas sólidas, s
Ws
s = Em geral está no intervalo 25,5-27,5 kN/m3
Vs
➢ Peso específico da água, w=9,8110,00 kN/m3
Ww
w =
Vw
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◼ 1.1. Estado físico
Índices Físicos dos Solos
➢ Peso específico do solo ou peso específico
aparente, total ou natural,  = nat
W Ws + Ww
= =
V V
➢ Peso específico seco, d
W Ws + Ww Ws
d = = =
V V V
➢ Peso específico saturado, sat
W Ws + Ww Ws + Ww
 sat = = =
V Va + Vw + Vs Vw + Vs
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◼ 1.1. Estado físico

Índices Físicos dos Solos


◼ Peso específico submerso, sub ou ´
 sub =  ´=  sat −  w

Iw = V  w
Wsat − I w Wsat − (V   w )
Psat
Wsat  sub = =
V V
 sub =  sat −  w
Iw
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◼ 1.1. Estado físico

Determinação experimental dos


Índices Físicos

➢ Teor de humidade, w

➢ Peso específico, 

➢ Densidade das partículas sólidas, G

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◼ 1.2. Identificação e classificação

Composição granulométrica
➢ A composição granulométrica é definida como a
distribuição em percentagem ponderal (isto é, em
percentagem do peso total) das partículas do solo
de acordo com as suas dimensões.

➢ A análise da composição granulométrica de um solo


é feita a partir da determinação da sua curva
granulométrica  ensaio laboratorial.

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◼ 1.2. Identificação e classificação

◼ Estudo – Ensaio de Granulometria


 Solos Grossos ou Finos
◼ SOLOS GROSSOS
 Diâmetro (f) das partículas ≥ 0,074 mm e suas
partículas tem forma arredondada e angulosa
 Pedregulhos e Areias

◼ Solos Finos
 Diâmetro (f) das partículas <0,074 mm
 Siltes, Argilas e Turfas
 Argila < 0,005 mm – plasticidade e elevada
resistência quando seca.

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◼ 1.2. Identificação e classificação

20 cm a 1m
Pedra de Mão 20 cm a 6 cm
6 cm a 2 mm
2 mm a 0,6 mm
0,6 mm a 0,2 mm
0,2 mm a 0,06 mm
0,06 mm a 0,002 mm
inferior a 0,002 mm

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FORMA DOS GRÃOS
Grãos de Silte
Grãos de Argila
ESTRUTURA DOS GRÃOS
◼ GRANULAR SIMPLES
 Típica solos grossos (areias).
 Arranjo de partículas comportamento
granular, predominando forças
gravitacionais.
ESTRUTURA DOS GRÃOS
◼ FLOCULADA E DISPERSA

 Típica
solos muito finos (argila)
 Formação é função da natureza dos íons
no ambiente de sedimentação
◼ 1.2. Identificação e classificação
• Quem é mais “resistente” ?
Argila/Siltes x Areias??
Depende (Consistência/Compacidade –
Sondagem “SPT”)!!!
Solos Mesma quantidade de Golpes Nspt
Areia “normalmente” mais resistente –
f(menor índice de vazios e
consequentemente mais atrito, e forma
dos grãos)
Verificar via ensaio!!!
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◼ Classificação base Nspt – Tátil-Visual

https://www.youtube.com/watch?v=6vOBm0mETJE
https://www.youtube.com/results?search_query=sondagem+spt
26
◼ Classificação base Nspt – Tátil-Visual
PROBLEMAS
• Solos Nspt
alto –
Dificuldade de
Escavação
• Solos
Grossos: Fofo
ou pouco
compacto –
• Solos Finos Moles
recalques
(Muito moles) –
Grandes Recalques
por Adensamento !!! 27
◼ 1.2. Identificação e classificação - Laboratório
Curva granulométrica

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◼ 1.2. Identificação e classificação

% cascalho = 17%

66%
% areia = 49%

% silte = 28%

% argila = 6%

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◼ 1.2. Identificação e classificação
Triângulo de Feret
% argila = 6%
% silte = 28%  Areia siltosa
% areia = 66%

66%

6%

28%

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◼ 1.2. Identificação e classificação
Solos Finos Limites de consistência ou de Atterberg
• A plasticidade é uma característica própria de solos com uma grande
% de finos. Ao adicionar água a este tipo de solos ele passa de seco a
plástico (moldável), continuando a adicionar água, o solo passa a fluído.

Limite de Limite de Limite de liquidez, wL


retracção, wS plasticidade, wP
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◼ 1.2. Identificação e classificação
Limites de consistência ou de Atterberg
• A sua determinação é somente aplicável a solos com ≥
30% em massa de partículas de dimensão inferior a 0,05
mm.
• Limite de liquidez, wL:
Método da Concha de Casagrande

• Limite de plasticidade, wP:

• Índice de plasticidade, IP:


I P = wL − wP
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◼ 1.2. Identificação e classificação
Classificação Unificada (ASTM D 2487-85)

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◼ 1.2. Identificação e classificação
Classificação Unificada (ASTM D 2487-85)

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◼ 1.2. Identificação e classificação
Classificação Unificada (ASTM D 2487-85)

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◼ 1.3. Estado de tensão
Forças transmitidas através de uma secção genérica num
maciço terroso
Imagine-se uma secção
horizontal, S, na imediata
vizinhança de um ponto P

Fz
Nz

Tz

Tzy
Tzx
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◼ 1.3. Estado de tensão

No âmbito da Mecânica dos Solos, as tensões na


secção S serão definidas por:
𝑁𝑧
𝜎 = 𝜎𝑧 =
𝑑𝑥 ∙ 𝑑𝑦
As tensões são obtidas
𝑇𝑧 dividindo as forças aplicadas a
𝜏𝑧 =
𝑑𝑥 ∙ 𝑑𝑦 uma dada secção pela área
total desta, a qual compreende
𝑇𝑧𝑥 os contactos entre partículas e
𝜏𝑧𝑥 =
𝑑𝑥 ∙ 𝑑𝑦 os poros.

𝑇𝑧𝑦
𝜏𝑧𝑦 =
𝑑𝑥 ∙ 𝑑𝑦

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◼ 1.3. Estado de tensão
Princípio da Tensão Efectiva
Suponha-se que o maciço terroso considerado
anteriormente está submerso.

Pressão neutra,
Pressão na água dos
poros ou pressão
intersticial, u

N’z
U

N’z = Nz - U
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◼ 1.3. Estado de tensão
➢ Nestas novas condições a secção S atravessa
contactos interpartículas e àgua, já que o solo, neste
caso está saturado.
➢ Tendo em conta que os poros representam a quase
totalidade da área da secção, pode escrever-se que
através da água nos poros na secção S é transmitida
uma força U de valor:
𝑈 = 𝑢 ∙ 𝑑𝑥 ∙ 𝑑𝑦
➢ Note-se que esta força é puramente normal porque, nos
fluidos as tensões em qualquer secção são puramente
normais, daí designarem-se usualmente por pressões.
➢ Assim, a parcela da força normal total transmitida
através dos contactos entre partículas será a força N’z
de valor: 𝑁′𝑧 = 𝑁𝑧 − 𝑈
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◼ 1.3. Estado de tensão
➢ Dividindo ambos os membros da expressão anterior
pela área da secção S (dx.dy), obtém-se:
𝑁′𝑧 𝑁𝑧 𝑈
= −
𝑑𝑥 ∙ 𝑑𝑦 𝑑𝑥 ∙ 𝑑𝑦 𝑑𝑥 ∙ 𝑑𝑦
que é equivalente a:
𝑁′𝑧 Pressão neutra
=𝜎−𝑢
𝑑𝑥 ∙ 𝑑𝑦
Tensão total
Tensão efetiva – representa a força transmitida pelos
contactos entre partículas dividida pela área da secção

➢ Assim: 𝜎′ = 𝜎 − 𝑢

que representa o Princípio da Tensão Efetiva


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◼ 1.3. Estado de tensão
Tipos de Tensões existentes em maciços terrosos

❖ Tensões virgens – existentes no maciço


independentemente de qualquer acção humana;
➢ Tensões de repouso – tensões associadas ao
peso próprio dos solos;

➢ Tensões tectónicas – tensões originadas pelas


forças tectónicas que se desenvolvem no
interior da crosta terrestre e que apenas
assumem importância nos maciços rochosos;

❖ Tensões induzidas – associadas às acções impostas


pelas obras construídas pela acção humana.
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◼ 1.3. Estado de tensão
Estado de tensão em repouso
➢ Estado de tensão num ponto – é o conjunto de todas
as tensões correspondentes a todos os elementos de
superfície que passam por esse ponto (no espaço 3D,
temos que conhecer as tensões actuantes em 3 facetas
 9 componentes; no plano 2D, basta conhecer as
tensões actuantes em 2 facetas  4 componentes).

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◼ 1.3. Estado de tensão

➢ Para conhecer o estado de tensão no ponto P


escolhem-se, em geral, as seguintes facetas:
➢ uma horizontal, onde actua sv;
➢ duas verticais quaisquer, perpendiculares entre si,
onde actuam sh1 e sh2.

➢ A escolha destas facetas é justificada pelo facto de, no


caso de estarmos perante um maciço terroso de
superfície horizontal e não existirem sobrecargas
(acções exteriores) aplicadas à superfície, estas facetas
constituem-se como facetas principais.

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◼ 1.3. Estado de tensão

➢ Nas facetas principais, as tensões tangenciais são


nulas, pelo que as tensões actuantes nessas facetas
são puramente normais.

➢ As tensões que actuam nas facetas principais são


chamadas de tensões principais e as direcções
destas tensões são direcções principais de tensão.

➢ Consideremos um maciço terroso homogéneo de


superfície horizontal, com peso volúmico, , constante
em profundidade e que a água freática se encontra em
repouso (condições hidrostáticas) com o nível freático
coincidente com a superfície horizontal.
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➢ Tensões principais efectivas de repouso num maciço
de superfície horizontal

s’v0

s’h0

s’h0
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◼ 1.3. Estado de tensão

➢ A tensão total vertical em P actua nas facetas


horizontais e vale:
𝜎𝑣0 = 𝛾 ∙ 𝑧

O índice “zero” é usado para simbolizar que a tensão é


exclusivamente devida ao peso próprio, ou seja, é uma
tensão de repouso.

➢ Estando a água em condições hidrostáticas e o nível


freático à superfície do terreno, a pressão na água dos
poros em P vale:

𝑢0 = 𝛾𝑤 ∙ 𝑧
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◼ 1.3. Estado de tensão

➢ A tensão efectiva vertical de repouso em P vale:


𝜎 ′ 𝑣0 = 𝜎𝑣0 − 𝑢0 = 𝛾 ∙ 𝑧 − 𝛾𝑤 ∙ 𝑧 = 𝛾 − 𝛾𝑤 ∙ 𝑧 = 𝛾′ ∙ 𝑧

➢ Nas facetas verticais as tensões actuantes, logo


tensões horizontais de repouso, serão iguais entre si. O
seu cálculo não resulta de considerações puramente
gravíticas.

➢ Coeficiente de empuxo em repouso, K0 – é igual á


razão da tensão efectiva horizontal de repouso pela
tensão efectiva vertical de repouso no mesmo ponto:
𝜎′ℎ0
𝐾0 =
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𝜎′𝑣0
◼ 1.3. Estado de tensão

➢ Assim, as tensões horizontais efetiva e total no


estado de repouso são, respectivamente:

𝜎′ℎ0 = 𝐾0 ∙ 𝜎′𝑣0 = 𝐾0 ∙ 𝛾′ ∙ 𝑧

𝜎ℎ0 = 𝜎′ℎ0 + 𝑢0 = 𝐾0 ∙ 𝛾 ′ ∙ 𝑧 + 𝛾𝑤 ∙ 𝑧

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◼ 1.3. Estado de tensão
➢ Evolução em profundidade das tensões

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◼ 1.3. Estado de tensão

➢ Circunferências de Mohr representativas dos estados


de tensão total e efectiva de repouso num ponto a 10 m
de profundidade.

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◼ 1.3. Estado de tensão
Exemplo
Considere o corte geológico representado na figura.

A
B
C+
C-
D
Desenhe os diagramas anotados das tensões verticais e
horizontais (total e efetiva) e da pressão neutra.
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◼ 1.3. Estado de tensão

Ponto A:

s = 0 kPa
A
v0

u 0A = 0 kPa

s ' A = s A − u A = 0 kPa
v0 v0 0

s' = K
A
h0 0
areia
 s ' v 0 = 0 kPa
A

s A = s ' A +u0A = 0 kPa


h0 h0
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◼ 1.3. Estado de tensão
Ponto B:

s B = 2 16 = 32 kPa
v0

u 0B = 0 kPa
s 'B = s B − u B = 32 − 0 = 32 kPa
v0 v0 0

s 'B = K areia  s 'B = 0,5  32 = 16 kPa


h0 0 v0

s = s ' +u = 16 + 0 = 16 kPa
B
h0
B
h0
B
0

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◼ 1.3. Estado de tensão
Pontos C+ e C-:
C+ C−
s v0
= s v 0 = 2 16 + 2 19,5 = 71 kPa
C+ C−
u 0 = u 0 = 2 10 = 20 kPa
C+ C− C+ C+
s' =s' =s
v0 v0 v0
− u 0 = 71 − 20 = 51 kPa
ou
s ' = s ' = 2 16 + 2  (19,5 − 10 ) = 51 kPa
+ −
C C
v0 v0
+
C+
s' = K
C
h0
 s ' = 0,5  51 = 25,5 kPa
0
areia
v0
− −
s 'C = K argila  s 'C = 0,5  51 = 25,5 kPa
h0 0 v0
+
C+ C+
s = s ' +u = 25,5 + 20 = 45,5 kPa
C
h0 h0 0
− −
s = s ' +u = 25,5 + 20 = 45,5 kPa
C−
h0
C C
h0 0
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◼ 1.3. Estado de tensão
Ponto D:

s = 2 16 + 2 19,5 + 4  20 = 151 kPa


D
v0

u 0 = (2 + 4) 10 = 60 kPa
D

s ' = s − u = 151 − 60 = 91 kPa


D
v0
D
v0
D
0

ou
s 'D = 2 16 + 2  (19,5 − 10 ) + 4  (20 − 10 ) = 91 kPa
v0

s' = K
D
h0
arg ila
0
 s ' v 0 = 0,5  91 = 45,5 kPa
D

s = s ' +u = 45,5 + 60 = 105,5 kPa


D
h0
D
h0
D
0
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◼ 1.3. Estado de tensão

sv0 u0 s’v0 s’h0 sh0


Ponto
(kPa) (kPa) (kPa) (kPa) (kPa)

A 0 0 0 0 0

B 32 0 32 16 16

C+ 71 20 51 25,5 45,5

C- 71 20 51 25,5 45,5

D 151 60 91 45,5 105,5

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◼ 1.3. Estado de tensão

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◼ 1.3. Estado de tensão

Tensões induzidas por forças exteriores


➢ As estruturas de Engenharia Civil vão modificar o estado
de tensão de repouso de forma mais ou menos
significativa numa dada região do maciço subjacente e
(ou) envolvente.

➢ A avaliação das tensões induzidas no maciço –


assimilado a um meio semi-indefinido limitado por um
plano horizontal envolve uma formulação matemática,
que envolve, em cada caso, a escrita e a subsequente
integração de um sistema formado pelas seguintes
equações diferenciais:

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◼ 1.3. Estado de tensão
➢ Problema de Boussinesq: tensões num meio elástico,
isotrópico, homogéneo e semi-indefinido induzidas por
uma carga vertical centrada á superfície.

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◼ 1.3. Estado de tensão
➢ Problema de Flamant: tensões num meio elástico,
isotrópico, homogéneo e semi-indefinido induzidas por
uma carga vertical, linear e uniforme na superfície.

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◼ 1.3. Estado de tensão
➢ Faixa de comprimento infinito carregada
uniformemente

O equilíbrio gerado por um carregamento deste tipo


corresponde a um estado plano de deformação.
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◼ 1.3. Estado de tensão

➢ Da figura anterior podem-se tirar alguns comentários:


✓ as tensões são simétricas em relação ao eixo da
área carregada;

✓ as tensões são máximas no eixo e tendem a


reduzir-se com o afastamento deste;

✓ as tensões reduzem-se com o aumento da


profundidade.

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◼ 1.3. Estado de tensão

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◼ 1.3. Estado de tensão

x/b z/b σz/q σx/q τzx/q β τmax/q σ1/q σ3/q


0,0 0 1,0000 1,0000 0 0 0 1,0000 1,0000
0,5 0,9594 0,4498 0 0 0,2548 0,9594 0,4498
1,0 0,8183 0,1817 0 0 0,3183 0,8183 0,1817
1,5 0,6678 0,0803 0 0 0,2937 0,6678 0,0803
2,0 0,5508 0,0410 0 0 0,2546 0,5508 0,0410
2,5 0,4617 0,0228 0 0 0,2195 0,4617 0,0228
3,0 0,3954 0,0138 0 0 0,1908 0,3954 0,0138
3,5 0,3457 0,0091 0 0 0,1683 0,3457 0,0091
4,0 0,3050 0,0061 0 0 0,1499 0,3050 0,0061
0,5 0 1,0000 1,0000 0 0 0 1,0000 1,0000
0,25 0,9787 0,6214 0,0522 8º35’ 0,1871 0,9871 0,6129
0,5 0,9028 0,3920 0,1274 13º17’ 0,2848 0,9323 0,3629
1,0 0,7352 0,1863 0,1590 14º52’ 0,3158 0,7763 0,1446
1,5 0,6078 0,0994 0,1275 13º18’ 0,2847 0,6370 0,0677
2,0 0,5107 0,0542 0,0959 11º25’ 0,2470 0,5298 0,0357
2,5 0,4372 0,0334 0,0721 9º49’ 0,2143 0,4693 0,0206

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◼ 1.3. Estado de tensão

➢ Pressão sobre uma faixa de comprimento infinito


com distribuição transversal triangular

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◼ 1.3. Estado de tensão
➢ Pressão uniforme aplicada numa área circular

z / ab K 1

0,0 1,000
0,4 0,949
0,8 0,756
1,2 0,547
1,6 0,390
2,0 0,285
2,4 0,214
2,8 0,165
3,2 0,130
Mecânica dos Solos II – UERJ 3,6 0,106
4,0 0,087
◼ 1.3. Estado de tensão
➢ Pressão uniforme aplicada numa área rectangular

Valores
B/L
de K1
Z/L
0 0,1 0,2 1/3 0,4 0,5 2/3 1 1,5 2 2,5 3 5 10 ∞
0,0 0,000 0,250 0,250 0,250 0,250 0,250 0,250 0,250 0,250 0,250 0,250 0,250 0,250 0,250 0,250
0,2 0,000 0,137 0,204 0,234 0,240 0,244 0,247 0,249 0,249 0,249 0,249 0,249 0,249 0,249 0,249
0,4 0,000 0,076 0,136 0,187 0,202 0,218 0,231 0,240 0,243 0,244 0,244 0,244 0,244 0,244 0,244
0,5 0,000 0,061 0,113 0,164 0,181 0,200 0,218 0,232 0,238 0,239 0,240 0,240 0,240 0,240 0,240
0,6 0,000 0,051 0,096 0,143 0,161 0,182 0,204 0,223 0,231 0,233 0,234 0,234 0,234 0,234 0,234
0,8 0,000 0,037 0,071 0,111 0,127 0,148 0,173 0,200 0,214 0,218 0,219 0,220 0,220 0,220 0,220
1,0 0,000 0,028 0,055 0,087 0,101 0,120 0,145 0,175 0,194 0,200 0,202 0,203 0,204 0,205 0,205
1,2 0,000 0,022 0,043 0,069 0,081 0,098 0,121 0,152 0,173 0,182 0,185 0,187 0,189 0,189 0,189
1,4 0,000 0,018 0,035 0,056 0,066 0,080 0,101 0,131 0,154 0,164 0,169 0,171 0,174 0,174 0,174
1,5 0,000 0,016 0,031 0,051 0,060 0,073 0,092 0,121 0,145 0,156 0,161 0,164 0,166 0,167 0,167
1,6 0,000 0,014 0,028 0,046 0,055 0,067 0,085 0,112 0,136 0,148 0,154 0,157 0,160 0,160 0,160
1,8 0,000 0,012 0,024 0,039 0,046 0,056 0,072 0,097 0,121 0,133 0,140 0,143 0,147 0,148 0,148
2,0 0,000 0,010 0,020 0,033 0,039 0,048 0,061 0,084 0,107 0,120 0,127 0,131 0,136 0,137 0,137

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◼ 1.3. Estado de tensão

Combinação dos Estados de Tensão de Repouso e


Incremental
➢ As soluções da teoria da elasticidade para as tensões
induzidas no maciço por cargas exteriores são, na
terminologia da Mecânica dos Solos, tensões totais.
➢ Para calcular o novo estado de tensão total haverá pois
que proceder á combinação dos dois estados de tensão:
o estado de repouso e o estado de tensão incremental.
➢ A forma como as tensões incrementais são repartidas
pelas duas fases do solo, isto é, pelo esqueleto sólido e
pela água dos poros, é assunto que será tratado mais á
frente.
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◼ 1.3. Estado de tensão
Exemplo
De acordo com o esquematizado na figura, duas cargas verticais
lineares e uniformes são aplicadas à superfície de um terreno.
Admitindo que o terreno pode ser assimilado a um meios semi-
indefinido, elástico, homogéneo e isotrópico, calcule o acréscimo
de tensão vertical no ponto A. N.A. Na superfície do terreno.

N.A.

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◼ 1.3. Estado de tensão
Exemplo: Problema de Flamant

R = x2 + z 2

x
A Qs 1 = Q1

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Qs 2 = Q2
◼ 1.3. Estado de tensão
Carga Q1 (Ponto A):
 x = 7,0 m
 2  Qs 1  z 3 2  300  43
 z = 4,0 m s zA1 = = = 2,89 kPa
R = 7 2 + 4 2 = 65 m

 R 4
( )
  65
4

Carga Q2 (Ponto A):


 x = 2,0 m
 2  Qs 2  z 3 2 150  43
 z = 4,0 m s zA2 = = = 15,26 kPa
 R = 2 2 + 4 2 = 20 m

 R 4
( )
  20
4

s z = s z 1 + s z 2 = 2,89 + 15,26 = 18,15 kPa


A A A

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