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Professor: Hiroshi P.

Yoshizane
Universidade Estadual de Campinas – C E S E T

ST 409 - ST - 624 2005

MECÂNICA DOS SOLOS

NOTAS DE AULA
MECÂNICA DOS SOLOS

I - INTRODUÇÃO: Este material didático, foi trabalhado com o intuito de através de uma linguagem
simples, fazer com que os leitores e usuários entendam melhor o solo, que é uma ciência relativamente
recente, e requer mais e mais estudiosos para atingirmos a meta científica do desenvolvimento
humano.
Os estudos da mecânica dos solos levam-nos ao conhecimento das características físicas dos solos,
através de ensaios ou experiências. Na área das ciências exatas o que predomina é o conhecer o solo
quanto a sua estrutura e formação, para solicitá-los e utilizá-los.

I -1- HISTÓRICO:

Período Clássico: Vauban -1687


Coulomb-1773
Rankine -1856

Neste período, os solos eram analisados com propriedade dos materiais homogêneos e estudos mais no
ponto de vista matemático do que físico. Todos os estudos relativo a solos, se baseavam em dados
empíricos.

Período Contemporâneo: Karl Terzaghi - 1925

Em decorrência aos insucessos das pesquisas e das análises matemáticas do período clássico, o solo
passou a ser analisado experimentalmente e em observações dos fenômenos que ocorriam
naturalmente. Nesta época, evidenciava –se o desenvolvimento industrial e conseqüentemente uma
expansão muito grande de estradas e transportes, bem como a construção civil fazendo com que os
estudos dos solos se evidenciassem também.

II – ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS:

II– 1 – O GLOBO TERRESTRE: Segundo pesquisas, o globo terrestre se constitui de três camadas
“geosferas”

II–1-1 – NÚCLEO: Camada central do Globo terrestre com formação relativamente sólida de níquel e
ferro. Seu raio aproximadamente é de 3400km.

II–1-2- MANTO: Camada intermediária com espessura aproximada de 2900 km, constituída por
silicatos ferromagnésianos com alta densidade e temperatura.

II–1-3- CROSTA: Camada externa do globo com uma espessura média de 50 km, consideradas em
duas partes, isto é:
Crosta inferior: Constituídas por rochas contendo silicatos ferromagnésianos.
Crosta superior: Constituídas por rochas ricas em silício e alumínio.

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II – 2 – FORMAÇÃO DO SOLO:

II-2-1-INTRODUÇÃO: O objeto dos estudos da geologia e mecânica dos solos é a camada de pequena
espessura e bem variável de região para região, que é resultante da composição dos elementos minerais
componentes da rocha, através do intemperismo.

II-2-2-INTEMPERISMO: o intemperismo nas rochas ocorrem devido à ação de dois tipos de agentes,
ou sejam:

II-2-2-1-INTEMPERISMO FÍSICO: Causado por alívio de pressões, por congelamento das águas que
se depositam nas fissuras das rochas (orvalho e chuva), variação da temperatura ambiente. Na ação do
intemperismo físico, não há alteração na composição química e minerológica da rocha, mas sim
laterações texturais, ou seja dissociação das partículas das rochas, que conseqüentemente resultam em
solo grosso.

II-2-2-2 INTEMPERISMO QUÍMICO: Causados pela ação de agentes que atacam as rochas,
alterando assim a constituição mineralógica da rocha matriz. Dos agentes químicos, o mais comum é a
água, que através da oxidahidratação e carbonatação, dão origem a solos com características próprias,
com partículas pequenas „finos.”Os efeitos dos materiais orgânicos tem também um papel muito
importante na formação de alguns tipos de solos, os quais são denominados solos orgânicos”.

II-2-3 GRUPO DE SOLOS: De acordo com a origem geológica, os solos são agrupados em:

II-2-3-1 SOLOS RESIDUAIS: São os que desde a sua origem até a data de análise por
amostragem permaneceram no mesmo local da formação, e que se subdividem em dois grupos:

II-2-3-1-1 INORGÃNICOS: Proveniente de rochas inorgânicas, cuja característica principal é a


predominância de uma textura bem grudada, isto é possuem partículas em um intervalo grande de
diâmetro “solo bem grudado”.

II-2-3-1-2 ORGÃNICOS: Solos formados basicamente por restos de organismos, como animais
(marga-depósito de calcário) como vegetais (turfas, argilas turfosas).

II-2-3-2 SOLOS TRANSPORTADOS: São aqueles originados em um local e transportados para


outro, através de agentes transportadores.
AGENTES TRANSPORTADORES: Vento, Água, Gelo.

VENTO: “Solos eólicos”: Possuem geralmente textura „ partículas‟ finas e uniformes compreendidas
entre areias grossas e siltes.

ÁGUA: “Solos aluvionares”: Possuem textura condizente com a velocidade de arrasto e distância de
transporte.

GELO: “Solos glaciais”: Formados por partículas de tamanho diversificado, devido às grandes
pressões desenvolvidas e à abrasão (Raspagem) durante o movimento das neves.

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II – 2 – 3 – 3 PERFIL ESQUEMÁTICO DA FORMAÇÃO E TRANSPORTE DO SOLO

Solo residual (Rochas decompostas)

Pedregulhos e Areia fina

Areia média e fina

Areia fina

Rocha Sã Mar

Argila, Silte
e Areia fina

II-2-4- SOLOS COLUVIONARES: São formados nos pés das elevações, sendo em geral de textura
grossa, heterogênea e não coesiva.

II-2-5- SOLOS ALUVIONARES: São resultantes da deposição de partículas em bacias sedimentares,


cujo agente principal de transporte é as águas.

III-PARTÍCULAS:
As partículas do solo possuem várias formas.

III-1- ESFEROIDAIS: Arredondadas: Possuem forma arredondada em decorrência arrasto pelas águas
(polimento, lixiviação) são típicos de solos transportados, e textura grossa.

III-2- ANGULARES: Possuem formas pontiagudas e característica de material fragmentado. São


típicos de solos residuais.

III-3- LAMELARES: Possuem forma de lamelas (Folhelos).Típicos de argilas.

III-4- FIBROSAS: São solos típicos de decomposições orgânicas. Turfa.

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III-5- TAMANHO DAS PARTÍCULAS: Um solo normalmente é constituído por partículas de
tamanhos diversos. De acordo com a textura, o solo pode possuir partículas de pedregulhos, areias,
siltes e argilas.

IV: INDICES FÍSICOS DOS SOLOS:

IV-1- DEFINIÇÃO: É uma relação entre volume e peso e vice versa, das três fases físicas que
constituem um solo.

IV-2- FASES FÍSICAS:

IV-2-1-FASE SÓLIDA: Formada pelas partículas, qualquer que seja sua origem.(mineral, orgânica ou
mineral-orgânica)

IV-2-2-FASE LÍQUIDA: Formadas geralmente por água contida nos vazios entre partículas
componentes da fase sólida.

IV-2-3-FASE GASOSA: Formada por ar ou outros gases que ocupam os vazios entre partículas.

IV-3- ESQUEMATIZAÇÃO DE UMA AMOSTRA DE SOLO:

Amostra de
Solo

Partícula
(fase sólida)

Fase Líquida
(Água)

Fase Gasosa
(Ar)

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VOLUMES:

Gasosa VAr

VV VH2O Líquida
VAr Gasosa

VT Líquida VH2O

VG Sólida VG VG Sólida VG Sólida

Onde: VT = Volume Total da Amostra


VG = Volume dos Sólidos (partículas, grãos)
VH2O = Volume de Água
VAr = Volume de Ar ( gases )

PESOS:
Onde: P = Peso
PH2O = Peso da água
GASOSO
PG = Peso dos Sólidos

LÍQUIDO PH2O P
VT = VG + VAR + VH2O

P = PG + PH2O + PAR (nulo)


SÓLIDO PG
S
6
IV- 4 – PESOS ESPECÍFICOS APARENTES: ( )
PESO
 
VOLUME

P PG  PH 2O
S  S 
V V

Onde:
S = PESO ESPECÍFICO DO SOLO
G = PESO ESPECÍFICO DAS PARTÍCULAS
H2O = PESO ESPECÍFICO DA ÁGUA
nat = PESO ESPECÍFICO NATURAL
Obs: nat é medido no campo.

IV-5- PESO ESPECÍFICO DE UM SOLO SECO ( G) 


PG
G 
V
Obs: Sem a presença da água.

IV-6- DENSIDADE RELATIVA


G P
  G
 W VxPW
Obs: w = 1g/cm3 a 4oC Destilada

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V - RELAÇÕES FUNDAMENTAIS:

VV
V-1- e  ÍNDICE DE VAZIOS
VG

VV
V-2- n  POROSIDADE
V

PH 2O
V-3- w x100 TEOR DE UMIDADE
PG

PH 2O
PG 
1 w

VH 2 O
V-4-
SR  x100 GRAU DE SATURAÇÃO
VV

emax  enat
V-5- GC  GRAU DE COMPACTAÇÃO
emax  emin

V AR
V-6- G A  x100
VV

VV  VH 20
GA   1  SR
V

GA  1  S R GRAU DE AERAÇÃO

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V-7 – PARA SOLOS SATURADOS S R  100%

 G  ex H 2O
 SAT  ou
1 e

 SAT   S   H 2O   SAT  SR 1  n  n H 2O

V-8- PARA SOLOS SECOS S R  0%

G  x  H 2O
S  
1 e 1 e

V-9- POROSIDADE (n)

VV e
n  
V 1 e

V-10- TEOR DE UMIDADE (w)

PH 2O VH 2O x  H 2O  H 2O x S R x VV
w  
PG VS x  H 2 O  H 2O x  xVS

V-11- RELAÇÃO ENTRE  e S

   S 1  w

 G 1 w
 
1 e

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V-12- PESO ESPECÍFICO SUBMERSO (  SUB )

 SUB  1  nx G  1  n x H 2O

 SUB  1  nx  G   H 2O 

 SUB  1  nx   1 H 2O

 SUB   NAT  H 2O

V-13- EXERCÍCIOS:

1)Tem se 1900g de solo úmido, o qual será compactado num molde, cujo volume é de 1000 cm3. O
solo seco em estufa apresentou um peso de 1705g. Sabendo-se que o peso específico dos grãos
(partículas) é de 2,66g/cm3 determine:
a- o teor de umidade
b- a porosidade
c- o grau de saturação

dados:  G  2,66 g / cm 3
P = 1900g
PG =1705g
V = 1000cm3

a) w =?

PH2O = P - PG PH2O = 1900 – 1705 PH2O = 195g

PH 20 195
w x100 w x100 w = 11,4%
PG 1705

b) n =?

VV PG PG
n x 100  G  2,66 g / cm 3 G  VG 
V VG G
1705
VG  VG  640,98cm 3
2,66

como VV = V- VG VV =1000 – 640,98 VV = 359,02cm3

VV
 n x100 n 358, 02
x100 n  35,90%
V 1000

10
c) SR =?
V
S R  H 20 x100 VH 2O 
PH 20
VH 2O 
195
Vw  195cm 3
VV  H 2O 1

195
SR  x100 S R  54,31%
359,02

2) De uma amostra genérica de solo, são conhecidos:

O peso específico dos grãos;


O volume total da amostra;
O grau de saturação
A porosidade.
Determinar em função destes dados acima todos os demais índices físicos.

VV
Sabendo que: n  (Porosidade do solo)
VT
Então podemos deduzir que: VV  nxVT

VG  VT  VV Então podemos expressar que: VG  VT x(1  n) Porque podemos

expressar que VG  VT  nVT Que é o mesmo que multiplicar VT por (1  n)

então, VG  VT x(1  n)

VH 20
Se SR  ( grau de saturação) , então podemos expressar que VH 2O  S R xVV e,
VV
Substituindo VV é o mesmo que nVT então, concluímos que: VH 2O  S R x n xVT

Se PH 2O  VH 2O  ÁGUA , isto é o peso é o volume multiplicado pelo seu peso específico então,
podemos nos expressar que: PH 2O  S R x nVT x ÁGUA

Se PG VG x  G porque o peso específico dos grãos nada mais é do que o volume dos grãos
multiplicado pelo seu peso específico, então podemos expressar que:

PG  VT x(1  n) x G

Se PT  PH 2O  PG , isto é , o peso total nada mais é do que o peso da água somado ao peso dos

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grãos então, PT  ((S R . n .VT ) . ÁGUA )  ((VT (1  n) . G ))

Com estas equações acima, (determinação de volume e peso), determinamos os outros índices, isto é:

e (índice de vazios)

VV
Sabemos que: e  e que VV  nVT e que por dedução VG VT  VV ou VG VT (1  n ) ,
VG
nVT nVT
Podemos nos expressar da seguinte maneira : e  ou ainda e  então, finalmente
VT  VV VT (1  n)
nVT n
concluímos que e  e
VT (1  n) (1  n)

w (teor de umidade)

Sabemos que: w 
PH 2O
e, que PH 2O  S R .n .VT . H 2O e PG  VT .(1  n) . G ,então podemos
PG
S .n .VT . H 2O
expressar da seguinte maneira: w  R então,
VT .(1  n) . G

S R .n . H 2O
w
(1  n) . G

 NAT ( peso específico natural)

Sabemos que  NAT 


PT
e que PT  S R .VT . H 2O  VT (1  n) G ,então podemos expressar da
VT

S R .VT . H 2O  VT (1  n) g
seguinte maneira:  NAT 
VT

 NAT  S R . H 2O  (1  n) G

 S ( peso específico aparente seco)

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Pg
Sabemos que  s e que PG  (1  n) G .VT então podemos expressar da seguinte maneira:
VT

(1  n) . G .VT
S   S  (1  n) G
VT

 S AT ( peso específico saturado)

PG  VV . H 2O
Sabemos que  SAT  e que PG VT (1  n) G e também que VV  n .VT então,
VT
Podemos expressar da seguinte maneira:

VT . (1  n) . G  n .VT . H 2O
 SAT   SAT  (1  n . G )  (n . H 2O )
VT

 SUB ( peso específico submerso)

Sabemos que  SUB   NAT   H 2O e que  SUB  S R . H 2O  (1  n) G então, podemos
expressar da seguinte maneira:

 SUB  S R . H 2O  (1  n) G   H 2O

2 a) Determinar w,  G ,  S , baseado em dados laboratoriais abaixo:

Peso da cápsula + areia úmida = 258,7g


Peso da cápsula + areia seca = 241,3g
Peso da cápsula = 73,8g
Volume da cápsula = 100 cm3

Resolução:
Considerando:
Ps = Peso da cápsula  Ps = 258,7 - 73,8g
Ps =184,9g

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PG  PTS = Peso da cápsula  Ps = 241,3 - 73,8g
Ps =167,5g
Calculando w :

w
Pw
x100 PW  PS  PG
PG

PW  184,9  167,5 PW  17,4 g

P
Conceituais:  
V

PH 2O
 H 2O   H 2O  1g / cm 3
VH 2 O
PH 2O  PFINAL  PINICIAL
se  H 2O  1g / cm 3 e
P
  então: PH 2O  17,4 g
V
PH 2O
VH 2O 
1
Temos:

VT  VG  VH 2O  V AR VV VH 2O  V AR 100  VG  17,4 g VG  82,6cm 3

 ap = Peso específico aparente: PT


  AP
VT

PG  PH 2O
 AP   AP  (VG  VV )  PG  PH 2O
VG  VV

PG  PH 2O  VG 167,5  17,4  82,6


VV  VV 
 AP 1,849

VV  55,33cm 3

VV 55,33
e e e  0,67
VG 82,6

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PH 2O 17,4
w x100 w x100 = 10,39%
PG 167,5

PG 167,5
G  G  = 2,03g/cm3
VG 82,6

PT 184,9
 S ou NAT     S 1,85 g / cm 3
VT 100

3 ) Conhecidos:
O Grau de Saturação;
O peso específico dos grãos;
O índice de vazios;
O volume dos grãos;
Determinar todos os demais índices físicos, bem como o volume e o peso.

Resolução:
Correlações:

VV
1- Se e VV  e .VG
VG

2- Se VT VV  VG VT VG (1  e)

VH 2O
3- Se S R  VH 2O  S R . e .VG
VV

PG
4- Se PG  VG . G VG 
G

5- Se PH 2O  VH 2O . H 20 PH 2O  S R . e . VG . H 2O

6- Se PT  PH 2O  PG PT  S R .e .VG . H 2O  VG . G

Determinação de teor de umidade “w”

PH 2O S R . e .VG . H 2O S R . e .  H 2O
Se: w   , temos : w 
PG VG . G G

Determinação da porosidade “n”

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VV e .VG e
Se: n   , temos : n 
VT VG . (1  e) (1  e)

Determinação da  NAT

PT V . S . e .  H 2O
Se:  NAT   G R , temos:
VT VG . (1  e)

S R . e .  H 2O   G
 NAT 
(1  e)

Determinação da  SAT

PG  VV . H 2O  VG .  H 2O  e .VG . H 2O
Se  SAT  
1 e VG (1  e)

 G .  e .  H 2O
Temos:  SAT 
(1  e)

Determinação do peso específico aparente seco S

PG VG .  H 2O
Temos:  S   temos :
VT VG (1  e)

G
S 
1 e

Determinação do peso específico submerso  SUB


Se :  SUB   NAT   H 2O temos:

e . S R . H 2 O   G   H 2 O
 SUB 
1 e

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4-Depois de executado em aterro de areia, para a implantação de uma indústria, foram determinados:
1- O teor de umidade;
2- O peso específico do aterro;
3- O peso específico dos grãos;
4- O índice de vazios máximo e mínimo

O grau de compactação específico no projeto, é de 0,5 (- 2%; ±). Verificar se o Aterro está dentro da
especificação:

Dados:  NAT  1,7 g / cm 3


W = 9%
 G  2,65g / cm 3

eMAX  0,721

eMIN  0,510

1) Devemos determinar inicialmente o valor do índice de vazios: e


S R . e . H 20 S R . e . H 20   G
w e  NAT 
G 1 e
w.  G
Sabemos que  H 2O  1g / cm 3 teremos SR 
e
 G .w
. e . G  G .w   g
Portanto:  NAT  e  NAT 
1 e 1 e

(2,65 . 0,09)  2,65 (2,65 . 0,09)  2,65


 NAT   NAT  1,7 1,7 
1 e 1 e

2,89
1,7  1,7+ 1,7 e = 2,89
1 e

1,19
e= e = 0,700
1,7

Sabemos que:

eMAX  e 0,721  0,700 0,021


G .C  G .C  G .C 
eMAX  eMIN 0,721  0,510 0,211

17
G .C  0,100

O grau de compacidade especificado pelo projeto é: 2% abaixo


G .C proj  0,5  (0,02 . 0,5)  0,49

O aterro não atende a especificação.

5 - Sabendo se que:

w = 24%
S R  74,5%

 NAT  1,88g / cm 3

Determinar: G,  S , e, n

e . S R . H 2 O e . 0,745 . H 2O
w então 0,24 
G G

portanto,  G  3,11e (I)

e . S R . H 2 O   G e . 0,745 .1   G
 NAT  1,88 
1 e 1 e

 G 1,88  1,135e (II)

Portanto substituindo (I) em (II), teremos:

3,11e 1,88  1,135e e  0,952 Substituindo:

 G  3,11(0,952)  G  2,96 g / cm 3

G 2,96
S  S   S  1,51g / cm 3
1 e 1  0,952

e 0,952
n n n  0,487
1 e 1,952

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6 ) Uma amostra arenosa, colhida em um frasco com capacidade volumétrica de 594cm3,pesou 1280g.
O peso deste frasco coletor é de 350g. Feita a secagem em estufa à 105 oC, a amostra passou a pesar
870g. Sabendo-se que o peso específico dos grãos é de 2,67g/cm3 determine:

a) O índice de vazios;
b) A porosidade;
c) O teor de umidade;
d) O grau de saturação;

Resolução comentada:

Dados iniciais:
PT  1280 g (frasco + amostra arenosa)

VT  594 g (capacidade volumétrica do frasco)

PF  350 g (peso do frasco (tara))

1- Determinação dos pesos:


- Como determinar o peso da amostra:

PT  PAMOSTRA  PFRASCO

1280  PAMOSTRA  350

PAMOSTRA  950 g

- Como determinar o peso da água da amostra:

Sabemos que o peso da amostra após secagem em estufa, passou a ser de 870g, isto quer
afirmar que os pesos da fração sólida junto com a porção aquosa, era de 930g antes de secar. Então,
para se saber qual o peso em água na amostra, basta deduzirmos assim:

PT  PH 2O  PG

930  PH 2O  870 PH 2O  930  870 PH 2O  60 g

19
Obs: Até aqui, trabalhamos numericamente para definir e determinar os dados de peso. Agora,
passaremos a trabalhar numericamente para definir e determinar os dados volumétricos.

2- Determinação dos dados volumétricos:

Sabemos que a densidade é uma relação entre peso e volume, isto é:

P g k ton
  unidade 3
 3
 3
V cm cm m

Sendo assim, poderemos determinar qual é o volume da fração ou porção sólida contida na amostra, da
seguinte maneira:

-A densidade dos grãos é dada:  G  2,67 g / cm 3

-O peso dos grãos foi determinado: PG  870 g então, o volume dos grãos VG é determinável assim:

PG 870
VG  VG  VG  325,84cm 3
G 2,67

Obs: Definidos os valores numéricos relacionados a peso e volume, passaremos tranqüilamente a


determinação dos índices físicos questionados, da seguinte maneira e ordem:

3- Determinação do volume de vazios contidos na amostra VV

I - VV VT VG VV  594  325,84 então: VV  268,16cm 3

Portanto agora poderemos determinar qual é o índice de vazios desta amostra arenosa assim:

VV 268,16
Sabemos que e então, e e  0,823
VG 325,84

Vamos alongar a equação:

Se e
VV
e, VV VT VG , vamos então substitui-lo:
VG

20
VT  VG VT VG VT
e é o mesmo que: e  então: e  1 II
VG VG VG VG

Quando não temos o valor volumétrico dos grãos VG , podemos determiná-lo da seguinte maneira:

PG
VG  (da mesma forma utilizada anteriormente no item 2)
G
Porém, incorremos muitas vezes na necessidade de utilizarmos fórmulas correlacionadas, que para o
índice de vazios é:

VT
e III
PG
G

I = II = III

VV V VT
e = T 1 = 1
VG VG PG
G

4- Como determinaremos a porosidade (n)

VV VT  VG VG
n n ou n 1
VT VT VT

268,16
n n  0,451
594

5- Como determinaremos o teor de umidade (w)

PH 2O 60
w w w  6,90%
PG 870

6- Como determinaremos o grau de saturação ( S R )

PH 2O 60
V
S R  H 2O SR 
 H 2O
SR  1 S R  22,37%
VV e .VG 0,823 . 325,84

21
V – ESTRUTURA DOS SOLOS
V - 1- INTRODUÇÃO:
Nos estudos da engenharia dos solos, representamos os solos como agregados de partículas.
Devido a grande diversidade das dimensões e formas das partículas, podemos resumir o que
ocorre entre partículas em termos de ação das forças peso e forças superficiais de correntes da ação
elétrica estrutural.
A ação ou sob ação da força peso das partículas, podemos analisar o comportamento dos solos
granulados, sem coesão, e sob ação da força superficial elétrica o comportamento dos solos coesivos.
Sabe-se, porém, que existe umas parcelas apreciáveis de solos, que se situam intermediárias a
este extremo acima mencionado, isso faz crer que haverá uma consolidação de partículas não coesivas,
isto é, grãos de silte ou areia formando uma estrutura contínua, em cujos interstícios, apresentam uma
massa argilosa (finos).
É muito importante saber que nos solos tanto residuais como transportadores, as formas
estruturais sempre estão evolutivas, onde a presença da água exerce a função de intemperismo
“hidrólise” nas partículas minerais, mantendo os sempre em equilíbrio com o meio ambiente, ou até
mesmo, formando uma película de revestimento nas que já se encontram em equilíbrio com o meio
ambiente.
Assim sendo, podemos considerar os solos granulares como estacionarias, pois é notória a
desproporção entre o volume de água e o volume das partículas.
Nos solos finos argilosos, a fração líquida é considerada pelo fato de seu potencial elétrico, que
influi diretamente no seu comportamento mecânico.
Resumimos então que enquanto nos solos com partículas maiores, o efeito da água pode ser
considerado independente da natureza mineralógica da fração sólida, nos solos argilosos a água e o
mineral formam um conjunto mútuo.

V-2- SOLOS GRANULARES:

V-2-1- MODELO DE ESFERAS:

Inicialmente, partiremos de um arranjo de esferas de dimensões iguais, com superfície de


contato entre as esferas representando um sistema granular de solos. Nota-se que à medida que o
diâmetro é aumentado, o contato entre as esferas diminui em termos de área de contato, o que
representa notavelmente a instabilidade entre elas.
Esse modelo traz no seu contexto, algumas limitações como:

1 – A variação das dimensões e o formato não esférico das partículas.

2- O atrito entre as partículas, depende muito da natureza mineralógica e o grau de alteração desses
minerais.

22
V-2-2- MODELO MACROMERÍTICO:

Este modelo assimila os solos a líquidos macromeríticos (moleculares) tendo em vista que
tanto os solos como os líquidos possuem estrutura aleatória e tem atrito interno. Este estudo relaciona
as forças interpartículas, que nos líquidos são predominantemente forças de Van der Waals e que
podem ser simuladas nos solos granulares mediante aplicação de forças externas. Sendo assim, um
solo granular pode ser considerado um líquido em potencial, uma vez que a sua passagem para o
estado líquido pode processar-se mediante uma quantidade de energia fornecida o suficiente para
modificar a sua estrutura.
Força Van der Waals: forças intermoleculares existentes em todos os pares de átomos e
moléculas que não estão quimicamente ligados.
São responsáveis pelo surgimento de sólidos e líquidos e afetam a tensão superficial e a
viscosidade dos líquidos, e são também as responsáveis pelo esfriamento dos gases quando estes se
expandem de forma súbita.
Esta força tem três determinantes ou fatores, isto é, o número de elétrons, o tamanho das
moléculas e a forma das moléculas.
Johanes Diderik Van der Waals –Químico Holandês(1837 –1923)- Prêmio Nobel de Química
1910.

V- 3 – SOLOS COESIVOS:

São representados geralmente por conjuntos geométricos de partículas coloidais delgadas, de


superfícies planas. No primeiro estudo destas superfícies, podemos concluir que há presença de
camadas duplas na interface do sólido e líquido. Por se tratar de partículas extremamente pequenas,
torna –se muito complexo interpretar as propriedades físicas dessa fração sólida.
Em princípio considerando-se que uma partícula de argila apresenta distribuição de carga
elétrica negativa uniforme em toda sua superfície, ocorrerá em meio líquido com teores eletrolíticos,
uma camada de cátions que se distribuirá envolto à partícula, neutralizando ás cargas negativas. Há
também uma força atrativa pela força de Van der Waals.
Em virtude da existência dessas suas forças, atrativas e repulsivas, chega-se a conclusão de que
a distância superficial é a que determina a sua conformação ou sua posição estrutural, isto é, à
pequena distância, da superfície as forças atrativas predominam sobre as repulsivas, mas a partir de
certa distância, haverá a predominância das forças repulsivas.
Concluímos então que, quando a força predominante for a da atração, o sistema tenderá para a
floculação e o caso contrário a dispersão.
Considerando agora que as partículas argilosas lamelares ou em forma de bastões possuem em
sua superfície algumas cargas positivas nos extremos, a interligação se apresentará de forma floculada,
com partículas dispostas de forma perpendicular entre si.
Quando houver uma predominância das forças atrativas, e de forma uniforme, formará uma
estrutura floculada com partículas aproximadamente alinhadas, denominada “floculada salina”, pois
quimicamente sabemos que necessitará de uma grande concentração de eletrólitos para que a força de
atração predomine.
Ao caso contrário, a estrutura floculada será do tipo “floculada não salina”.

V - 4- GRUPOS MINERAIS PRESENTES NO SOLO:

Os argilominerais são formados pela combinação de duas unidades básicas.

23
1- Uma camada de silicatos, denominada Tetraédrica.
2- Uma camada de alumínio ou magnésio, denominada Octaédrica.

Pela combinação dessas camadas, em diferentes proporções, formam-se os vários minerais de


argila, que ocorrem pela substituição do oxigênio no ápice livre dos tetraedros de Si 0 44, pelo OH da
camada octaédrica.

V-4-1- PRINCIPAIS GRUPOS: ( Goulart/ Frasão 1976)

V-4-1 A -GRUPO DA CAULINITA: É a combinação de uma camada tetraédrica com uma octaédrica,
intercaladas, com espaçamento basal de 7 A. Esta superposição forma a caulita, dickita e nacrita, cuja
formulação é: Al2O3. 2 e SiO2 .2H2O estável em presença de água.

V-4-1-B -GRUPO DAS ESMECTITAS: É a combinação de uma camada octaédrica justaposta a duas
tetraédricas, com espaçamento basal de 14A para as condições normais de hidratação e quando
aquecido, esse espaçamento pode ser reduzido a 10A. Dentre os representantes dessa combinação,
temos como exemplo a Montemorilonita, cuja formulação química é Al2O3. 4 SiO2.H2O expansiva
em presença de água.

V-4-1-C –GRUPO DAS CLORITAS E ILITAS: É basicamente formado por duas camadas
tetraédricas e uma octaédrica, semelhante ao grupo das esmectitas, porém melhor compensada sendo
assim menos expansiva e não apresenta água intralamelar. As micas de maior interesse são a
muscovita K2O. 3 Al2O3.6 Si O2.2 H2O e a biotita K2O.6(Mg,Fe)O.Al O3.6SiO2.2H2O.

V-4-1-D –GRUPO DAS CLORITAS: estrutura semelhante a das micas, porém apresentando no
espaço intralamelar um camada de brucita Mg (OH) 2, de constituição estrutural semelhante à de uma
camada octaédrica.

VI-CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DOS SOLOS:

São muito importantes e indispensáveis para a identificação, classificação e interpretações dos


resultados analíticos dos solos.Para a execução das descrições morfológicas, procede-se a abertura de
trincheiras em locais ausentes de barrancos de estrada ou outras exposições de perfis de solos. Estes
locais citados se prestam quando se nota a não deterioração pelo tempo.

VI-1- ESCOLHA DO LOCAL PARA AMOSTRAGEM:

Deve –se escolher considerando as variações locais ou regionais. Deve ser feita em solos
representativos e que realmente possibilitem uma verdadeira amostragem da classe a que pertencem.
A seqüência ideal para ser amostrada deve ser em três posições fundamentais como: baixada,
encosta e elevação.
A posição recomendável para a amostragem de solos normais, é aquela para a qual o trabalho
da erosão não supera o da formação original.

24
VI-2- IDENTIFICAÇÃO DOS HORIZONTES:

Horizontes são camadas diferenciadas que se sucedem em profundidade, o qual define o perfil
de um solo. É de salientar que nem todos os solos possuem horizonte.
Cada horizonte se distingue pelas características tais como “cor”, “textura”, “estrutura”,
“consistência” e formações especiais como concreções, adensamentos, carbonatos, etc..
A identificação de um horizonte é feita pela caracterização morfológica de campo, e
complementando com análise de laboratório. Assim na descrição de perfis de solos, coletam-se
amostras representativas de cada horizonte diferenciável, para a confirmação e caracterização analítica
de laboratório. Cada horizonte é identificado por símbolo, identificando o através da característica
visual e pelas transformações do material de origem do solo.

VI-3- NOMENCLATURA DOS HORIZONTES:

São os seguintes conforme ( Soil Survey Staff)

Letras maiúsculas: O; A; B; C e R.

O – Horizonte Orgânico.
A e B –Horizontes Minerais
C –Camada do Regolito (fragmentos rochosos)
R –Rocha

Algarismos arábicos:
Referem –se aos Sub-horizontes:

A1, A2, B1, B2.


Para horizontes minerais A e B, os algarismos 3 e 1 , indicam a transição
A3 –B1
Para horizontes D, os algarismos indicam uma seqüência vertical C 1, C2, C3...

Algarismos romanos:
Indicam e designam as descontinuidades litológicas, tanto em horizonte como em camadas.
IB2, IIC1, IIIC2 ...

Letras minúsculas:
Indicam características complementares ou associadas às reveladas pelas maiúsculas.

b - Horizontes cobertos, enterrados;


ca - Acumulação de carbonato de cálcio;
cs - Acumulação de sulfato de cálcio;
cn – Acumulações de concreções;
i – Congelamento de solo;
g – Fortes manchas escuras embutidas;
h- Acumulação de húmus por sedimentação anelar;
ir – Acumulação de ferro por sedimentação anelar.;
m – Forte cimentação;
p –Distúrbios conseqüentes da aração;

25
as- Acumulação de sais mais solúveis que o carbonato de cálcio;
si – Cimentação sílica “ valida somente para horizontes C”;
a – Acumulação de argila por sedimentação anelar;
x – presença de limo “fragipan”

VI - 4 – A COR DO SOLO:

VERMELHA: Associa-se à presença de óxidos de ferro hidratados e devido a isto, este tipo de solo
tem boa drenagem interna.

AMARELA: Associa-se à presença de óxidos de ferro hidratados. Quando solos amarelos se


encontram associados a vermelhos, estes ocupam posições altas e são bem drenados e as que se expõe
em baixadas são mal drenadas.

CINZA: Freqüente nos solos permanentemente saturados.

VI-5 – IMPORTÂNCIA DA PEDOLOGIA NA ENGENHARIA DOS SOLOS E ENGENHARIA


RODOVIÁRIA:

Nos países tropicais, a pedologia pode ser utilizada na engenharia rodoviária e engenharia dos
solos, em especial na estabilização dos solos, como elemento complementar às técnicas clássicas de
análises de solos, influindo na definição do número de ensaios necessários para a caracterização das
ocorrências.
Na pedologia, um outro fator considerável é de que solos semelhantes ocorrem em geral em
condições análogas de materiais, inclinações e desgastes, oque leva elementos como padrões de
drenagem superficiais, características erosivas e cor a refletirem aspectos da natureza e do
comportamento do solo.

26
VI-6- TABELA PARA IDENTIFICAÇÃO DO SOLO NO CAMPO

TIPOS DE SOLOS
PROPRIEDADES ARENOSOS SILTOSOS ARGILOSOS TURFOSOS
Granulação Grossa (olho nu) Fina (tato) Muito Fina Fibrosa
Plasticidade Nenhuma Pouca Grande Média a Pouca
Compressibilidade
Pouca Média Grande Muito Grande
(carga estática)
Compressibilidade Pouca Média Grande Muito Grande
(carga vibrada)
coesão Nenhuma Média Grande Pouca
Resistência ao
Nenhuma Média Grande Média a Pouca
Solo Seco

Tato
Tato Pela cor escura (preta)
Se molhar torna-
Quando seco se Quando Molhado, é bem
se bem plástico
Resumo para Tato esfarela
Se imergir na
plástico.
caracterização Visual Se imergir uma Nota-se ser um material
água, mesmo
porção seca na fibroso
depois de seca
água desagrega cheiro
não desagrega.

27
VII – CLASSIFICAÇÃO GRANULOMÉTRICA DOS SOLOS
VII –1 GRANULOMETRIA:

A medida do tamanho das partículas constituintes de um solo é feita através da análise


granulométrica e o resultado se observa através do lançamento ou plotagem numa planilha, resultando
assim numa curva de distribuição granulométrica conforme demonstrado a seguir:

A maneira prática de representar o resultado de análise granulométrica é por intermédio de gráfico


semilogarítmico. Coloca-se em abscissa os logaritmos dos diâmetros dos grãos e em ordenadas as
porcentagens, em peso, dos grãos de diâmetros inferiores aos da abscissa correspondente.
O solo representado pela curva granulométrica – 1 – tem 90% dos seus grãos de diâmetro inferiores a
2mm; 60% de diâmetros inferiores a 0,2mm; 10% de diâmetros inferiores a 0,002mm.
A parte inferior da figura acima foi desenha em escala granulométrica (Escala Granulométrica
Internacional) que estabelece os diâmetro de grãos das diferentes frações de solo.
Pedregulho (   2mm ); Areia Grossa 2mm    0,2mm ; Areia Fina 0,2mm    0,02mm ;
Silte 0,02mm    0,002mm ; Argila   0,002mm .
A curva – 1 – é 10% de areia grossa, 40% de areia fina; 40% de silte; e 10% de argila.
O solo da curvas – 2 – tem todos seus grãos de diâmetro variando entre valores muito próximo. Ele é
composto de 100% de areia fina. É chamado um solo uniforme – uma areia fina uniforme.
Duas curvas granulométricas paralelas, por exemplo as curvas – 1 – e – 1a – e -2 – e – 2a –
correspondem a solos em que os diâmetros médios de frações que entrem em mesma porcentagem nos
dois, são proporcionais entre si. Os dois solos terão assim distribuições granulométricas semelhantes,
mas tamanhos de grãos diferentes. A curva mais deslocada para a esquerda representará o solo mais
fino.
O solo da curva – 1 – terá um diâmetro efetivo de 0,002mm e da curva – 1a – 0,02mm. O solo da
curva – 2 – tem diâmetro efetivo de 0,11mm e o da curva – 2ª - 0,17mm.
As outras curvas são especiais cuja forma é dita de “Talbot”. São solos cujas curvas granulométricas
de vários solos típicos que ocorrem no território brasileiro.

28
As curvas são lançadas no gráfico semilogarítmico onde nas abscissas, tem-se o logaritmo do
tamanho das partículas e nas ordenadas, a esquerda, a % retida acumulada, isto é, o porcentual do solo
em massa que é maior que um certo diâmetro, à direita o inverso.
A Granulometria do solo, portanto, é a distribuição dos seus grãos pelos diversos tamanhos em
porcentagem em relação ao peso do material seco.O estudo granulométrico se faz por peneiramento
conforme peneiras, de malhas quadradas onde os materiais grossos vão se retendo até os retidos na
peneira 200, com malha de 0,074mm que corresponde a areia fina.(ver quadro peneiras)
Os materiais que passam por esta peneira (silte e argila) só podem ter sua granulometria
estudada por sedimentação, que se baseia na lei de Strokes, segundo a qual, a velocidade de
sedimentação é proporcional ao diâmetro da partícula. Assim, vão se precipitando primeiro as
partículas maiores, e quanto menor a partícula, maior será o tempo necessário para a sua precipitação.

VII – 2- CLASSIFICAÇÕA GRANULOMÉTRICA

VII-2-1- INTERNACIONAL

Areia Grossa Areia Fina Silte Argila Colóides


2,0 0,2 0,02 0,002 0,0002
Diâmetro das partículas em mm.

VII-2-2- CLASSIFICAÇÃO “MIT” (BOSTON)

Pedregulho Areia Silte Argila Finos


Grossa Média Fina Grosso Médio Fino Grossa Média Fina
2,0 0,6 0,2 0,06 0,02 0,006 0,002 0,0006 0,0002
Diâmetro das partículas em mm.

VII –2-3- CLASSIFICAÇÃO A. A S.H. O.

Pedregulho Areia Silte Argila


2,0 0,074 0,005
Diâmetro das partículas em mm.

VII-2-4-CLASSIFICAÇÃO DA ABNT

Pedregulho Areia Silte Argila


Grossa Média Fina
4,8 2,0 0,4 0,05 0,005
Diâmetro das partículas em mm.

29
VII-2-5- LEI DE STOKES

 S  H 2O z
V  .D 2 
18 .  t

V = velocidade da queda
 S = peso específico do material solo
 H 2O = peso específico da água
D = diâmetro da esfera
 = viscosidade da água
18 = constante multiplicativa
z = altura
t = tempo

Portanto determinaremos D por:

18 .  z
D .
 S  w t

VI-3- PENEIRAS DNER

Designações TOLERÂNCIA NA ABERTURA FIOS


Para no
Abertura máximo Máxima
Usual Alternativa Média Diâmetro Tolerância
Nominal 5% das individual
aberturas
---- ---- mm % % % mm %
1 2 3 4 5 6 7 8
108 mm 4,24 pol 108 ±3 +4 +5 6,40 5
100 mm 4 pol 100 ±3 +4 +5 6,30 5
90 mm 3 ½ pol 90 ±3 +4 +5 6,08 5
76 mm 3 pol 76 ±3 +4 +5 5,80 5
64 mm 2 ½ pol 64 ±3 +4 +5 5,50 5
54 mm 2,12 pol 54 ±3 +4 +5 5,15 5
50 mm 2 pol 50 ±3 +4 +5 5,05 5
45 mm 1 ¾ pol 45 ±3 +4 +5 4,85 5
38 mm 1 ½ pol 38 ±3 +4 +5 4,59 5
32 mm 1 ¼ pol 32 ±3 +4 +5 4,23 5
27 mm 1,06 pol 27 ±3 +5 +6 3,90 5
25 mm 1 pol 25 ±3 +5 +6 3,80 5
22,5 mm 7/8 pol 22,5 ±3 +5 +6 3,50 5
19 mm ¾ pol 19 ±3 +5 +6 3,30 5
16 mm 5/8 pol 16 ±3 +5 +6 3,00 5
13,5 mm 530 pol 13,5 ±3 +5 +6 2,75 5
12,5 mm ½ pol 12,5 ±3 +5 +6 2,67 5
11,2 mm 7/16 pol 11,2 ±3 +5 +6 2,45 5
9,5 mm 3/8 pol 9,5 ±3 +5 +6 2,27 5
8,0 mm 3/16 pol 8,0 ±3 +5 +6 2,07 5
6,8 mm 265 ¼ pol 6,8 ±3 +5 +6 1,87 5
6,3 mm ¼ pol 6,3 ±3 +5 +6 1,82 5
5,6 mm Nº 3 ½ 5,6 ±3 +5 +10 1,68 5

30
4,8 mm Nº 4 4,8 ±3 +5 +10 1,54 5
4,0 mm Nº 5 4,0 ±3 +5 +10 1,37 5
3,4 mm Nº 6 3,4 ±3 +5 +10 1,23 5
2,8 mm Nº 7 2,8 ±3 +5 +10 1,10 5
2,4 mm Nº 8 2,4 ±3 +5 +10 1,00 5
2,0 mm Nº 10 2,0 ±3 +5 +10 0,900 5
1,7 mm Nº 12 1,7 ±3 +5 +10 0,810 5
1,4 mm Nº 14 1,4 ±3 +5 +10 0,725 5
1,2 mm Nº 16 1,2 ±3 +5 +10 0,650 5
1,0 mm Nº 18 1,0 ±5 +7,5 +15 0,580 5
0,840 mm Nº 20 0,840 ±5 +7,5 +15 0,510 5
0,700 mm Nº 25 0,700 ±5 +7,5 +15 0,450 5
0,600 mm Nº 30 0,600 ±5 +7,5 +15 0,390 10
0,500 mm Nº 35 0,500 ±5 +7,5 +15 0,340 10
0,420 mm Nº 40 0,420 ±5 +12,5 +25 0,290 10
0,350 mm Nº 45 0,350 ±5 +12,5 +25 0,247 10
0,300 mm Nº 50 0,300 ±5 +12,5 +25 0,215 10
0,250 mm Nº 60 0,250 ±5 +12,5 +25 0,180 10
0,210 mm Nº 70 0,210 ±5 +12,5 +25 0,152 10
0,175 mm Nº 80 0,175 ±6 +20 +40 0,131 10
0,150 mm Nº 100 0,150 ±6 +20 +40 0,110 10
0,125 mm Nº 120 0,125 ±6 +20 +40 0,091 10
0,105 mm Nº 140 0,105 ±6 +20 +40 0,076 15
0,088 mm Nº 170 0,088 ±6 +20 +40 0,064 15
0,075 mm Nº 200 0,075 ±7 +30 +60 0,053 15
0,063 mm Nº 230 0,063 ±7 +30 +60 0,044 15
0,053 mm Nº 270 0,053 ±7 +30 +60 0,037 15
0,044 mm Nº 325 0,044 ±7 +30 +60 0,030 15
0,037 mm Nº 400 0,037 ±7 +30 +60 0,025 15

VII-4- DIÂMETRO EFETIVO “ def ”

def  d10
Corresponde como d10 , a quantidade de 10% em peso total, de todas as partículas inferiores a
ele isto é:

31
% que passa
100

90

80

70

60

50

40

30

20
def
10

d10 d60 Ø partícula


(mm)

VII-5- COEFICIENTE DE UNIFORMIDADE “ U ”

d 60
V
d10

É a relação dos diâmetros correspondentes a 60% e 10%, tomados na curva de distribuição


granulométrica.
Um solo se comporta granulométricamente como uniforme quando a relação V  5 ,
mediamente uniforme quando V  5 15 e não uniforme quando V  5 .

VII-6- COEFICIENTE DE CURVATURA “CC”

(d 30 )
CC =
d 60 .d10

Quanto mais inclinada for a curva, mais uniforme será o solo.

32
% que passa
100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

Ø partícula
d10 d30 d60 (mm)

VII –7-EXERCÍCIOS:

OBS: Para melhor entendimento, o aluno deverá sempre acompanhar e lançar os dados no gráfico da
curva de distribuição granulométrica.

VII-7-1- Baseados nos resultados de um ensaio de laboratório “classificação granulométrica conjunta”,


pede-se:

No da
10 40 60 140 200 __ __ __
Peneira
Abertura
2,000 0,420 0,250 0,105 0,074 0,050 0,005 0,0001
(mm)
% que
100 96 89 76 66 60 18 6
passa

a- Traçar a curva granulométrica;


b- Determinar o diâmetro efetivo;
c- Determinar o coeficiente de uniformidade;
d- Determinar o coeficiente de curvatura;
e- Classificar o solo.

33
VII-7-2- Num peneiramento, de dois tipos de solo, o resultado obtido quanto aos percentuais passantes
foram:

No da
4 10 30 60 100 200 __ __
Peneira
Abertura
4,76 2,0 0,595 0,250 0,149 0,074 finos finos
(mm)
% que
passa- 72 69 49 32 21 5 3 2
Solo A
% que
passa- 100 96 78 42 14 9 6 0
Solo B

Pede-se:
a- Traçar a curva granulométrica:
b- d e
c- C 
d- CC
e- Classificar o solo granulométricamente
f- Citar uma aplicação para cada tipo de solo

VIII –PLASTICIDADE E ESTADOS DE CONSISTÊNCIA DOS SOLOS

VIII-1- PLASTICIDADE: Uma classificação de um solo baseada somente na granulometria, não


retrata fielmente as suas características de trabalhabilidade ou de uma maneira mais simples, sua
plasticidade pelo maior ou menor porcentagem e tipo de argila presente no solo.
Como definição, Plasticidade em mecânica do solo, é entendida como sendo a propriedade que
o solo apresenta, de suportar deformações rápidas, sem variações volumétrica notáveis, muitas menos
deformações por fissuração ou desmoronamento.

VIII-2- LIMITES DA CONSISTÊNCIA: É o fator quantidade de água presente no solo, importante


nas obras de terraplenagem, estradas e fundações do tipo sapata corridos.
É através deste índice que se determina qual o tipo de solo mais adequado.

VIII-3- LIMITES: São baseados no conceito de que um solo é constituído por partículas de pequeno
tamanho ou diâmetro, os quais se concentram e se encontram em qualquer dos estados seguintes:
- Sólidos: Inerte, sem variação volumétrica.
- Semi – Sólidos: Forma sólida e não se retrai ao secamento.
- Plástico: Moldável
- Líquido: Forma de Lama ou de aparência fluida.

A Passagem de um estado para o outro, é gradual, sendo que os teores de um estado para o outro,
são denominados “Limites de Consistência dos Solos”.
Então:

34
O Limite de Consistência do Estado Plástico para o estado Líquido, é denominado de Limite de
Liquidez do Solo “L.L.”

O Limite de Consistência do Estado Semi-Sólido para o estado Plástico, é denominado de Limite


de Plasticidade “L.P.”.

O Limite de Consistência do Estado Semi-Sólido para o Sólido, é denominado de Limite de


Contração “L.C.”.
Esquema demonstrativo:

ESTADO LÍQUIDO
(LAMA)

ESTADO PLÁSTICO
(MOLDÁVEL)
ESTADO SEMIPLÁSTICO
Possui aparência sólida, mas ao secar,
deforma-se.
ESTADO SÓLIDO
Não se deforma na secagem.

VIII-4- INDICES DE CONSISTÊNCIA DOS SOLOS: “I C”

VIII-4-1- INDICE DE PLASTICIDADE: “IP”


Corresponde ao intervalo entre LL e LP
O solo se encontra no estado Plástico.

VIII-4-2- INDICE DE CONTRAÇÃO: “IC”


É a diferença entre os Limites de Plasticidade e Limite de Contração.

IC = LP – LC

VIII-4-3- INDICE DE LIQUIDEZ “IL”

w  LP
IL = onde w = umidade natural
IP

VIII – 4- 4 – FÓRMULA FINAL PARA DETERMINAÇÃO DE “I C”

LL  w
IC =
IP
Sendo w as umidades naturais da argila, que mede a consistência de uma argila em função da
umidade.

35
Determinações:

Quando IC < 0 – muito mole


Quando 0 < IC < 0,5 – mole
Quando 0,5 < IC < 0,75 – médias
Quando 0,5 < IC < 0,75 – médias.
Quando IC >1 – duras

VIII – 5 – EXERCÍCIOS:

VIII-5-1- Um solo tem:

LL = 57%
LP = 28%
WNAT = 32%

Classifique este solo quanto a sua consistência

VII-5-2- O Solo escolhido para compor um aterro, apresentou:

LL = 60%
LP = 27%
WNAT = 32%

Determine:
Qual o seu índice de consistência;
Qual o seu índice de plasticidade;
Classifique este solo quanto a sua consistência.

VIII-5-3- Com as seguintes informações para os solos A; B; C e D.


A= w = 16%
LL = 32%
LP = 12%

B= w = 7%
LL = 4%
LP = 6%

C= w = 10%
LL = 12%
LP = 7,5%

D= w = 20%
LL = 20%
LP = 15%

Classifique o solo quanto a sua consistência:

36
IX-CLASSIFICAÇÃO UNIFICADA DOS SOLOS

IX –1 – INTRODUÇÃO: Baseia-se na identificação dos solos, de acordo com a sua textura e


plasticidade, e no grupamento dos solos, de acordo com seu comportamento sob a ação das cargas
e das intemperizações, e para essa classificação, devem ser basicamente considerados:
- Percentual de cascalho
- Percentual de areias
- Percentual de finos
- Forma da curva granulométrica
- Características de compressibilidade
- Características de plasticidade

IX –2 –NOMENCLATURA TÉCNICA DOS COMPONENTES DO SOLO:

- Pedras -- Cobbles
- Cascalhos ou pedregulhos -- Gravel
- Areia -- Sand
- Finos -- silte -- Silt
Argila -- Clay

Obs: A distinção entre o silte e a argila se faz pela:


Silte – Plasticidade Baixa
Argila –Plasticidade Alta

IX – 3 – DENOMINAÇÃO E SIMBOLOS ISOLADOS:

G = Gravel – pedregulho (cascalho)


S = Sand - areia
C = Clay –argila

W = Well Graded – bem graduado


P = Poor Graded – mal graduado

F = Fines –fino (partículas com diâmetro inferior a 0,074(P200))

M = MO –Limo (areia fina)


O = Organic –matéria orgânica
PT = Peat –turfa

L = Low Liquid Limit –baixo limite de liquidez


H = High Liquid Limit –alto limite de liquidez

37
IX-4- DENOMINAÇOES E SIMBOLOS DOS GRUPOS:

GW = Denominação para cascalho (pedregulho)


Bem graduado cascalho (pedregulho) e areia sem muito finos;

GP = Para cascalho (pedregulhos), cascalho e areia sem muito finos, mal graduados;

GM = cascalho (pedregulhos) siltoso com areia;

GC = cascalho com argila e areia;

SW = areia bem graduada, com cascalho e sem muito finos;

SP = areia mal graduada, com cascalho e sem muito finos;

SC = areia argilosa, mistura de areia e argila;

ML = material siltoso e areias muito finas, pó de pedra, areia fina, siltosa ou argilosas, ou siltes
argilosos com baixa plasticidade;

CL = Argila magra, argila de plasticidade baixa ou média, argila com cascalhoou com silte ou com
areia;

OL = Siltes orgânicos, com ou sem argila, porém com plasticidade baixa;

CH = Argilas de plasticidade média alta;

MH = Siltes, limos, areias finas micáceas ou diatomáces;

OH = Argilas orgânicas de plasticidade média ou alta, siltes orgânicos;

PT = Turfa e outros solos altamente orgânicos;

IX – 5- SIMBOLOGIA (LEGENDA), CARACTERISTICAS FÍSICAS E MECÂNICAS E


APLICAÇÕES:

IX-5-1 – “GW”

SIMBOLOGIA:

- COMPACTAÇÃO: Boa (com equipamentos adequados)

- COR: vermelho

- COMPRESSIBILIDADE: mínima

- PERMEABILIDADE: K> 10 -2cm /s

- EXPANSIBILIDADE: quase nenhuma

38
- PESO ESPECÍFICO APARENTE SECO MÁX: 2000 a 2240kg/m3

- DRENAGEM: excelente

- C.B.R.: 40 a 80 ( California Bearing Ratio)

- PERCOLAÇÃO: Controláveis por muros interceptantes

- MÓDULO DE REAÇÃO K: K + 6,6 a 6,3 kg/cm2


Obs: Este módulo de reação do subleito “K”, é o coeficiente de recalque ou a pressão capaz de
produzir deformação unitária no ensaio com placa de carga tendo 0,80 metros de diâmetro,
método este descrito pela ABCP, no dimensionamento de pavimentos rígidos.

- RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO: Alta quando bem compactado

- GRANULOMETRIA: Solos bem graduados, com cascalho, areias e com menos de 5%


passando pela peneira 200.

- APLICAÇÕES “USOS”: “Aterros, fundações, estradas, aeroportos”.

Barragens: Muito estável e ótima para compor as capas permeáveis

Fundações: Boa capacidade de suporte

Estrada: Sub Leito: Excelente quando não sujeito a congelamento.


Sub Base: Idem
Base: Bom quando não sujeito a congelamento.

-EQUIPAMENTOS PARA COMPACTAÇÃO: Rolo pneumático, rolo liso e rolo vibrado.

IX-5-2- “GP”

SIMBOLOGIA:

- COMPACTAÇÃO: Boa (com equipamentos adequados)

- COR: vermelho

- COMPRESSIBILIDADE: mínima

- PERMEABILIDADE: K> 10 -2cm /s

- EXPANSIBILIDADE: mínima

- PESO ESPECÍFICO APARENTE SECO MÁX: 1760 a 2240kg/m3

- DRENAGEM: excelente

39
- C.B.R.: 30 a 60

- PERCOLAÇÃO: Controláveis por muros interceptantes

- MÓDULO DE REAÇÃO K: K + 6,6 a 6,3 kg/cm2

- GRANULOMETRIA: Solos mal graduados, contendo cascalho e areia, sem muitos finos(
menos de 5% passando na peneira 200).Típicos cascalhos uniformes, areias uniformes ou
misturas desuniformes de material muito grosso e areia fina faltando, portanto as partículas
intermediárias.

- RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO: Alta quando bem compactado

- APLICAÇÕES “USOS”: “Aterros, fundações, estradas, aeroportos”.

Aterros: Razoavelmente estáveis para compor as capas permeáveis de barragens

Fundações: Boa capacidade de suporte

Estrada: Sub Leito: Bom a excelente.


Sub Base: Bom
Base: Regular a Bom quando não sujeito a congelamento.

-EQUIPAMENTOS PARA COMPACTAÇÃO: Trator, rolo pneumático, rolo liso e rolo


vibrado.

IX-5-3- “GM”

SIMBOLOGIA:

- COMPACTAÇÃO: Boa com controle apurado.

- COR: amarelo

- COMPRESSIBILIDADE: média (dependendo da fração finos)

- PERMEABILIDADE: K= 10 -3 a 10-6cm /s

- EXPANSIBILIDADE: pouca

- PESO ESPECÍFICO APARENTE SECO MÁX: 1920 a 2350kg/m3

- DRENAGEM: regulares a más

- C.B.R: 40 a 60

40
- PERCOLAÇÃO: Trincheiras de pé de talude

- MÓDULO DE REAÇÃO: 5,6 a 6,3

- GRANULOMETRIA: compreendem cascalhos e areias, com maior quantidade de finos, isto é


mais de 12% passando pela peneira 200.

- APLICAÇÕES “USOS”: “Aterros, fundações, estradas, aeroportos”.

Barragens: Estabilidade razoável, pouco indicada para capas, pode ser aplicada em cut-off.

Fundações: Boa capacidade de suporte

Estrada: Sub Leito: Bom a excelente.


Sub Base: Bom
Base: Regular a Bom

EQUIPAMENTOS PARA COMPACTAÇÃO: Rolo pneumático, pé de carneiro vibrado, exige


controle apurado de umidade.

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PROPRIEDADES
Resistência
G
ao Compressibilidade
R Permeabilidade Trabalhabilidade
Cisalhamento quando Qualidade
U quando como material
quando compactado e como
P compactado de construção
compactado saturado fundação
O
e saturado
GW Permeável Excelente Quase nenhuma Excelente Excelente
Muito
GP Bom Quase nenhuma Bom Excelente
permeável
Semipermeável
GM Bom Quase nenhuma Bom Excelente
a permeável
Bom a
GC Impermeável Muito baixa Bom Excelente
regular
SW Permeável Excelente Quase nenhuma Excelente Excelente
SP Permeável Bom Muito baixa Bom Boa
Semipermeável
SM Bom Baixa Bom Boa
a impermeável
Bom a
SC Impermeável Baixa Bom Excelente
regular
Semipermeável Bom a
ML a impermeável
Média Regular Regular a má
regular
CL Impermeável Regular Media Regular Regular a má
Semipermeável Má a muito
OL Regular Média Regular
a impermeável má
Semipermeável Má a muito
MH Pobre Alta Pobre
a impermeável má
Má a muito
CH Impermeável Pobre Alta Pobre

OH Impermeável Pobre Alta Pobre Muito má
Extremamente
PT Impermeável -------- -------- --------

X – CLASSIFICAÇÃO HRB ( HIHGWAY RESEARCH BOARD)

X-1 – INTRODUÇÃO:
Esta classificação, leva em conta a granulometria, o limite de liquidez e o índice de plasticidade
do solo. É uma classificação utilizada especificamente na engenharia rodoviária.
Tem como novidade em relação à classificação unificada, o índice de grupo “IG‟, que é um
número inteiro variando de zero a 20, que melhora sensivelmente a ordenação dos solos, dentro de
um mesmo grupo, na ordem inversa da sua qualidade como material”.
São classificados em “7” grupos, de acordo com a granulometria e o intervalo de variação dos
limites de consistência e do índice de grupo.

42
X-2 –SOLOS GRANULARES:
Tomando-se como parâmetro básico que se considera como tais quando menos de 35% do
material em peso possuem diâmetro inferior a 0,074 mm “P-200”, pode-se classificar em três
grupos “A-1, A-2, A-3”.

X-2 – GRUPO A – 1: São compostos de misturas bem granuladas de fragmentos de rochas, de


pedregulhos e de areias, com ou sem material aglutinante (ligante), pouco plástico.
Quando utilizado como material de revestimento (capa ou cobertura) de solos siltosos e
argilosos, comporta-se muito bem.
O grupo A-1 se subdivide em dois subgrupos isto é:

SUBGRUPO A-1 a: Solos formados por fragmentos de rocha (pedra) ou pedregulho, com ou sem
material aglutinante.

SUBGRUPO A-1 b: Solos formados por areia grossa com ou sem material aglutinante.

RESUMO: Grupo a-1 - subgrupo A-1 a (pedra)


- subgrupo A-1 b (areia grossa)

X-2-2 – GRUPO A-2: Compreendem de uma grande variedade de material granular, com
graduação regular e pouco material aglutinante. São solos com características satisfatórias para
construção de aterros ou para serem utilizados como revestimento de solos plásticos ou siltosos.
Quando bem compactados são muito estáveis.

X-2-3 –GRUPO A-3: Compreendem às areias finas sem material siltoso ou argiloso e ás areias
finas com pouco silte plástico, e também as areias provenientes dos rios, porém com pouca
quantidade de pedregulho e areia grossa. São solos que permitem boa drenagem e quando
confinados, constituem subbases de qualquer tipo de pavimento.

IX-3- SOLOS FINOS (SILTE ARGILOSO)


Tomando-se como parâmetro básico que se considera como solos finos quando mais de 35%
do material em peso possuem diâmetro inferior a 0,074 mm P-200, pode-se classificar em grupos
A-4, A-5, A-6 e A-7.

X-3-1 – GRUPO A-4: São aqueles formados de solos principalmente siltosos, pouco ou nada
plásticos e de misturas de areia e silte, sempre quando o percentual de material granular “não
ultrapasse” de “64%”.
São pouco estáveis e impróprias ao uso como subleito de pavimentos rígidos.

X-3-2 – GRUPO A-5: São semelhantes às do grupo A-4, porém contendo materiais micáceos e
diatomáceos, que possuem elevado limite de liquidez e elásticos.

X-3-3 – GRUPO A-6:O solos típico deste grupo, é a argila, incluindo –se também as misturas silto
arenosas, que deixam menos de 64% na peneira P-200. Os Solos deste grupo, de modo geral
apresentam variações sensíveis de volume entre estados seco e úmido.

X-3-4 – GRUPO A-7: São semelhantes às do grupo “A-G”, porém mais elásticos e elevados
limites de liquidez.

43
Obs: No índice de grupo “IG”, variando de 0 a 20, define-se como solos ótimos em termos de
aplicabilidade em estradas, quando (“IG = 0) e péssimos quando (“ IG = 20).
A determinação do “IG”, baseia-se nos limites de Atterberg do Solo, e no percentual do material
fino com diâmetro inferior a 0,074 mm ( P-200).

X-4-DETERMINAÇÃO E DEFINIÇÃO DO “IG”:

Obtêm-se os valores do “IG”, aplicando –se a fórmula:

IG  0,2 . a   0,005. a . c   0,01. b . d  onde:


“a” = Percentual do material solo com diâmetro inferior a 0,074 mm ( P-200), subtraindo de 35%
Se o resultado desta subtração for superior ou maior que 75%, adota-se P = 75%. Se o resultado
desta subtração for menor que 35%, adota-se 35.
Se:
a = P-35 então quando
P> 75% P = 75
P< 35% P = 35

Supondo 60% passando na P200


a = P- 35
a = 60% - 35% a =25

Supondo 80% passando na P200


a = P- 35
a = 80% - 35% a =35 ( errado)

como P = 80% e P > 75%, devemos adotar para P = 75%, portanto


a = 75 – 35
a = 40

Supondo 20% passando na P200


a = 20 –35 a = -15% (errado)

como P = 20% e < 35%, devemos adotar para P = 35%, portanto,


a = 35 – 35
a=0
Portanto, o intervalo de variação é de 0 a 40%.

“b” = Percentual do material solo com diâmetro inferior a 0,074 mm (P200), subtraindo de 15. Se
o resultado desta subtração for superior ou maior que 55%, adota-se P = 55%. Se o resultado desta
subtração for menor que 15%, adota-se 35.

Se:
b = P-15 então quando
P> 55% P = 55
P< 15% P = 15

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Supondo 60% passando na P200
b = P- 15
b = 60% - 15% b =45(errado)

como P > 55%


b = 55 – 15
b = 40

Supondo 20% passando na P200


b = 20 –15 a = 5%

Supondo 12% passando na P200


b = 12 –15 a = -3% (errado)

como 12% < 15% adotamos 15


então: b = 15 – 15
b=0
Portanto, o intervalo de variação é de 0 a 40%

“c”: Valor de limite de liquidez subtraído 40, quando LL >60, adotamos 60,
quando LL< 40, adotamos 40
c = LL – 40
intervalo de variação 0 a 20%

“d”: valor de índice de plasticidade subtraído de 10, quando IP> 30, adotamos 30, quando IP < 10,
adotamos 10.
d = IP – 10

Intervalo de variação 0 a 20 %

Ex: Um solo apresentou:


Grupo a-6
P200 = 44% retido
LL = 37%
LP = 16%
IG = a-6 (IG:?)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS :
I - CAPUTO,Homero Pinto – MECÂNICA DOS SOLOS E SUAS APLICAÇÕES V1-V2-V3
Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda. 6ª Edição.

II- VARGAS, Milton – INTRODUÇÃO À MECÂNICA DOS SOLOS


Editora McGraw – Hill do Brasil, Ltda.

III-DA CRUZ, Paulo Teixeira e SAES, José Luiz - MECÂNICA DOS SOLOS
Editora Grêmio Politécnico.

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