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Linguagem Jornalística e Planejamento

Visual

Apresentação da Unidade
Nesta Unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:

• Artes Gráficas e sua Evolução: dos Processos Artesanais aos Digitais;


• Notícias para Ver;
• Planejamento Visual Gráfico nos Jornais Brasileiros – 4 Momentos;
• Análise Morfológica de Jornais.

Objetivos

• Compreender a evolução das artes gráficas no jornalismo e a importância da


adequação do projeto visual gráfico ao conteúdo e ao público;
• Conhecer os principais momentos da produção gráfica no jornalismo no Brasil;
• Desenvolver a criatividade e a visão jornalística no layout da página.
Videoaula
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Material Teórico

Conteudista: Prof. Me. Antonio Lucio Rodrigues Assiz

Revisão Textual: Prof.a Me. Luciene Oliveira da Costa Granadeiro

Artes Gráficas e sua Evolução:

Dos Processos Artesanais aos Digitais

É muito bom pegar um jornal bonito, organizado, que apresente uma leveza no seu layout, não
acha? Talvez você não tenha imaginado que para fazer um bom jornal seja preciso entender de
artes gráficas. Mas precisa! Fazer um bom jornal prevê o domínio do jornalismo, da linguagem e do
suporte, saber distribuir na página título, texto, foto entre outros elementos para que tudo fique
compreensível e fácil de ler.

Todo o conhecimento desta unidade lhe ajudará a entender a relação entre conte- údo e forma, um
aprendizado necessário para produzir jornais e muitos outros produtos informativos impressos ou
eletrônicos que tenham uma tela de visualização. Na TV, monitor de computador, tela de celular,
em qualquer desses dispositivos há um conceito de um layout, um desenho com as informações
disponíveis, seja o design do site, de uma vinheta, caracteres, gráficos, ou qualquer outro elemento
visual.

Para compreender melhor o uso atual das técnicas de desenhar os espaços visuais de um jornal
impresso, vamos propor um rápido percurso evolutivo rela- cionando alguns momentos
tecnológicos ao jornalismo. Dessa forma, você poderá entender melhor que o “fazer jornal” está
diretamente dependente das transformações tecnológicas.

O jornalismo – como o conhecemos, ou seja, como um serviço de divulgar os acontecimentos do


cotidiano, uma atividade realizada por profissionais (jornalistas) – é uma função recente, ainda mais
se comparado à história das artes gráfi- cas. Segundo Lage (2001) e Marcondes (2002), podemos
marcar o surgimento da profissão, com um papel bem definido de “cão de guarda” da sociedade,
após a Revolução Francesa (final do século XVIII), mas ambos registram que bem antes, no início do
século XVII, já começam surgir os primeiros periódicos na Europa. Para Marcondes, o período de
quase 200 anos (início do século XVII – final do XVIII) é considerado a pré-história do jornalismo.

Para entender melhor a evolução das artes gráficas, ainda é preciso citar Johnanes Guttenberg, o
chamado “pai da imprensa”, o alemão que inventou a prensa de tipos móveis, mecanizando a
produção de impressos e produzindo o primeiro exemplar da Bíblia em 1439. Para muitos, a
invenção de Guttenberg foi a mais importante do segundo milênio, pois, além de colocar as bases
para a Revolução Industrial, permitiu a divulgação do conhecimento em larga escala, beneficiando
toda a humanidade.

Como se vê, muitas inovações ocorreram nos processos de impressão de símbo- los em superfícies
que pudessem ser interpretados no futuro. Em relação aos tipos móveis – símbolos entalhados em
madeira –, também há registros de que na China, no ano de 1040, houve experiências com o uso
desse recurso de “carimbar” os ideogramas em superfícies. Se quisermos olhar ainda mais para trás,
uns 30 mil anos, podemos visitar as pinturas rupestres, um registro de que nossos ancestrais
criavam símbolos como representações do cotidiano.

Como o nosso objetivo é entender as transformações no jornalismo, vamos nos ater aos avanços e
impactos nessa atividade após o século XVII, quando surgem os primeiros jornais, ainda no período
que decidimos chamar de Pré-história do Jornalismo. Segundo Marcondes (2002), nessa etapa do
jornalismo (séculos XVII – XVIII), tudo era muito artesanal, produzido por um único profissional e a
estrutura do jornal ainda era muito semelhante à estrutura do livro. O conteúdo dos jornais eram
avisos de desastres, mortes, seres deformados, coisas espetaculares para a época.

Após as transformações vividas na Europa, principalmente a Revolução France- sa, surge o primeiro
jornalismo (final do século XVIII até metade do século XIX), apoiado em uma prática ainda artesanal,
mas com uma função mais clara em que a razão e reflexão são mais presentes. O jornal ainda era
produzido com os tipos móveis montados manualmente na estrutura metálica que imprimiria
(carimbava) as páginas. As tiragens ainda eram pequenas, mas estavam crescendo e a organi- zação
do jornal já era composta por profissionais com funções distintas.

A chegada da linotipo (1884) marca uma grande transformação tecnológica com muitos impactos
na sociedade e no jornalismo. A montagem manual dos tipos passa a ser realizada mecanicamente
por uma máquina e milhares de profissionais são dispensados da atividade, o que gera grandes
conflitos sociais. Mas o jornalis- mo se beneficia dessa nova tecnologia com mais agilidade na
produção de jornais, e inaugura a partir daí o Segundo Jornalismo (final do século XIX e início do sé-
culo XX), com explosão de tiragens, crescimento da redação e fundamentação de conceitos
técnicos e teóricos como a neutralidade e o “furo” de reportagem. É o período definido por
Marcondes como Época da Imprensa de Massa.

As linotipos vão “povoar” os jornais do mundo inteiro até por volta dos anos 1980, mas, naquela
época, outra transformação estava em curso desde o início do século XX e vai impactar muito o
jornalismo: a fotografia. A técnica de “es- crever com a luz” (foto + grafia) mudou a forma de fazer
jornalismo, inserindo a fotografia, a representação icônica na narrativa das notícias. Nas artes
gráficas, ou seja, a produção industrial do jornal impresso, esse impacto também inaugu- rou novos
processos com a fotocomposição, abandonando a principal herança de Guttemberg, a prensa de
tipos móveis.
De acordo com Marcondes (2002), o século XX marca o início do Terceiro Jor- nalismo, com forte
influência da imagem da fotografia, do cinema, da publicidade e relações públicas.

A chegada dos computadores no processo de produção do jornal marca novas transformações (na
verdade, revoluções) no jornalismo. Com processos informatizados na redação e produção gráfica,
os jornais impressos adotam o uso de cores e a fotogra- fia em todas as páginas. Tratamento de
fotos, uso de cor e intervenções artísticas no layout passam a ser realizadas no computador com
profissionais da redação do jornal, agilizando o tempo de fechamento do jornal e impressão.
Iniciado por volta de 1970 (MARCONDES, 2002), o Quarto Jornalismo tem como referência a
velocidade pro- vocada inicialmente pela informatização da redação, seguida pela comunicação em
rede, possibilitando captação, apuração, redação e publicação de conteúdos com muita agilidade.
Também ocorre o barateamento da produção e a aproximação do produtor (repórter) com o leitor,
agora também produtor de conteúdo.

As tecnologias de impressão de jornais também evoluíram na virada do milênio e a impressão digital


é uma realidade possível. Embora grandes empresas jornalísticas ainda utilizem a impressão
chamada Offset, analógica, principalmente devido às suas grandes tiragens e quantidade de páginas,
sistemas de impressão digital em grandes formatos já estão disponíveis e com custos em queda, o
que permitirá, em um breve intervalo de tempo, a impressão do exemplar personalizado do jornal
do dia. Isso quer dizer que será possível ter um jornal com conteúdos específicos para cada perfil de
leitor.

Notícias para Ver

É bastante comum ouvir que estamos vivendo a “Era da Imagem”, pois a ima- gem tem conquistado
uma atenção do público cada vez maior na atualidade, seguramente por causa da presença dos
meios de comunicação de massa. Isso quer dizer que, atualmente, a apresentação visual dos
produtos jornalísticos é um forte critério de escolha de consumo do público. Mas é verdade que, há
muito tempo, já se percebeu que a forma de apresentação dos conteúdos na página do jornal é
decisiva. Ter as notícias bem organizadas na página é importante para facilitar a leitura e
compreensão e também para seduzir o leitor, que, lá no passado, já esco- lhia na banca, o jornal
mais atraente para ler.

O sucesso editorial de um jornal depende de conteúdo, notícias, análises, informações presentes na


edição e forma como estão apresentados para chamar a atenção, destacar aquilo que precisa ser
lido primeiro do que o restante que pode ser observado em seguida, ou eventualmente deixado de
lado. Técnicas de hierarquizar as notícias são fundamentais para o jornal, assim como manter
harmonia estética em cada elemento informativo, seja uma foto, um título, legenda, linha fina, selo,
chapéu, fiodata, ou qualquer outro elemento da página.

A hierarquização do conteúdo orienta o leitor a compreender aquilo que para o edi- tor do jornal (e
para o leitor) é o mais relevante. Para o jornalismo, matérias que estão no topo das páginas são as
mais importantes, e normalmente têm mais textos do que as outras distribuídas na página, têm
fotos maiores e título também ocupando maior quantidade de colunas. Isso é hierarquizar, é
distribuir na página as notícias respeitando uma referência de valor que aparecerá no tamanho da
notícia e foto/gráfico.

Ao desenhar uma página de jornal, o diagramador coloca os conteúdos nas áre- as necessárias e os
organiza para que eles não se misturem, sempre respeitando a hierarquia entre eles. O bom
desenho de página mantém blocos de informações mais ou menos separados uns dos outros, por
exemplo, uma notícia tem um texto com seu título, sua linha-fina, sua foto (às vezes não tem foto).
Esse conjunto forma uma unidade informativa (a notícia) e por isso os seus elementos estão bem
próximos. A outra notícia da página forma um outro bloco e os elementos estão próxi- mos entre si
e um pouco mais longe da notícia anterior. Essa é uma regra básica do design, segundo Willians
(1995), a proximidade, ou seja, aproximar o que tem interdependência e distanciar o que é outra
informação. Imagine como é importante essa regra para que o leitor não confunda o título de uma
notícia com outra próxima, ou da página ao lado. Lembre-se de que sempre é mais seguro formar
blocos com o título por cima “protegendo” todos os outros conteúdos da notícia.

Saiba Mais

Se o jornalismo é a arte de explicar os acontecimentos, é preciso ter um bom desenho


das notícias para que se cumpra com brilhantismo essa tarefa, não acha?

O planejamento visual gráfico tem a função de criar o desenho do jornal, orien- tando a distribuição
dos conteúdos – notícias, análises, prestação de serviços – para construir um jornal bonito, sedutor
(atraente) e fácil de ler e compreender as infor- mações. É uma disciplina que exige muita
criatividade, ousadia e clareza do papel do jornalismo e mostra como é possível somar na tarefa de
bem informar o leitor.

O profissional responsável pelo planejamento visual gráfico do jornal diagramador, artista gráfico,
produtor gráfico ou designer – cria padrões, referências estéticas, testa possibilidades e desenha um
projeto gráfico com as regras esta- belecidas por ele e aprovadas pelos responsáveis pelo jornal. A
partir daí, o diagramador desenha cada edição de acordo com as notícias do dia, mas mantendo
regras permanentes como largura de coluna, tipo de letra, tamanho de títulos para os destaques
etc. Dessa forma, o jornal apresenta uma solução gráfica para cada edição com as notícias do dia,
sem perder a identidade visual tão necessária para ser reconhecido pelo leitor.

Na era de “notícias para ver” é fundamental ter jornais que apresentem belos desenhos em suas
páginas formados por fotografias, blocos de textos, gráficos e áreas em branco, como se o jornal
fosse um belo quadro produzido por um talen- toso ou uma talentosa artista. Nesse caso, você.
Planejamento Visual Gráfico nos Jornais Brasileiros – 4 Momentos

Os primeiros jornais eram produzidos artesanalmente, o que significava um pro- cesso demorado e
com poucos recursos tecnológicos. A grande novidade era ter a matriz sólida montada com os tipos
móveis de Gutttenberg. A montagem das linhas de textos contendo as mensagens e notícias era
uma operação básica muito limitada. Mesmo assim, é possível identificar um senso estético muito
desenvolvido aplicado nas páginas do jornal daquela época, o que quer dizer que, quando nascia o
jornal periódico, já existia um domínio de princípios de design. Diante disso, podemos deduzir que o
avanço tecnológico era o resultado também de buscas de profissionais da época.

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Páginas jornal Nieuwe Tijdinghen, em 1605. Disponível em: Acesse

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Ainda sem títulos destacados e fotos, mas com textos que seguiam um alinha- mento por toda a
área da página, os pri- meiros jornais demonstravam o conceito do design presente nos elementos
como nome da publicação (logotipo), enfeites e adornos, arejamento e divisão equâni- me de
colunas, quase sempre separadas por um fio. Essas referências são identi- ficadas entre os
primeiros jornais, ainda no século XVII, como o pioneiro Nieuwe Tijdinghen, em 1605 (Antuérpia-
Bélgi-ca), o jornal francês (Gazette de France – exemplar de 26/12/1786), entre outros.

Em um extenso resumo histórico-cro- nológico da imprensa no mundo, o jorna- lista e escritor


Francisco Canteiro (1992) relaciona os primeiros jornais impressos:

• 1605: Aparece na Bélgica o pri- meiro jornal com o título de Nieuwe Tyjdinghen, de circulação
semanal;
Figura 1
Fonte: Wikimedia Commons

• 1620: É construído o prelo holandês, por Wilhelm Janzson Blaew, que apresentou muitas
inovações em relação àquele encomendado por Guttenberg ao torneiro Conrado Spaach,
calcado nas prensas utilizadas na época para espremer [...];

• 1622: Surgem os primeiros anúncios em publicações periódicas inglesas, nos Corantos,


editados por Thomas Archer, o qual, quatro anos depois, publicou também o Mercurius
Brittanicus;

• 1631: Aparece o primeiro jornal periódico da França chamado Gazette de France, editado por
Theophraste Reanudot, considerado o criador da impren- sa desse país. [...];

• 1642: João IV proíbe a publicação das chamadas gazetas gerais, em Por- tugal, sob a alegação
de noticiarem fatos nem sempre verdadeiros;

• 1643: Surge o primeiro jornal sueco denominado Gazeta Ordinária do Correio;

• 1644: Publica-se a Aeropagitica, de Milton, considerada a primeira defesa transcendente


sobre a liberdade de [...];

• 1663: Também na Dinamarca surge o jornal denominado Gazeta Sema- nal [...];

• 1702: Aparece o primeiro jornal diário inglês, o Daily Courant;


• 1703: Surge o primeiro jornal da Rússia, autorizado por Pedro “O Grande”, denominado
Gazeta de [...];

• 1725: William Bradford publica o primeiro jornal de Nova Iorque, o New York Gazette. [...]

• 1808: Publica-se em Londres o [hoje considerado o primeiro] jornal brasileiro Correio


Braziliense (ou “armazém literário”), dirigido por Hipólito José da Costa Pereira Furtado de
Mendonça. Em 10 de setembro de 1808 publica-se a Gazeta do Rio de Janeiro, órgão de
caráter [...] (CANTERO, 1992, p. 331.).

Figura 2
Fonte: geledes.org.br
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Jornal Gazeta do Rio de Janeiro, em 1808. Disponível em: Acesse

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Mesmo com pouquíssimos recursos gráficos disponíveis, os jornais apresenta- vam uma estética
bastante atraente, o que revela muita dedicação e talento dos profissionais – os tipógrafos – no
domínio das artes gráficas e do design. O tipos móveis realmente permitiram um grande avanço na
produção dos impressos, foi a condição determinante para o surgimento dos jornais, mas ainda
representavam um processo artesanal e bastante lento de composição dos textos na página.

As páginas dos jornais eram impressas a partir de uma matriz sólida (grande carimbo) com os tipos
em alto-relevo que era construída pelos trabalhadores que atua- vam nas tipografias e vendiam sua
mão de obra para compor textos e páginas. Esses operários eram chamados de “caixistas” porque
tinham a habilidade de selecionar os tipos das caixas e colocá-los no dispositivo formando as linhas
compostas. Com o surgimento de novos jornais e o crescimento do setor, nascia a grande categoria
profissional dos gráficos, abrangendo os caixistas, seus auxiliares e os tipógrafos.

As tecnologias gráficas continuaram em processo de aprimoramento duran- te mais de um século,


quando, em meados do século XIX, surgem os primeiros sistemas de impressão por cilindros,
chamados posteriormente de Offset, o que leva a uma melhora da qualidade gráfica do impresso. A
partir de então, a matriz não “carimbava” a página em branco, mas um cilindro de borracha que, por
sua vez, “carimbava” o papel. Mas a grande transformação surge no final do século XIX, por volta de
1884, quando o alemão radicado nos Estados Unidos Ottmar Mergenthaler apresentou ao mundo a
máquina de composição Linotype – aquela que Thomas Edison considerou ser a “oitava maravilha
do mundo”. A máquina mecanizava todo o sistema de seleção dos tipos móveis e criação das linhas
e textos compostos. O processo que era desenvolvido por horas de trabalho manual passa- va a ser
realizado pela máquina, o que provocou um grande conflito social com o desaparecimento de uma
função até então crucial para a produção de jornais e o desemprego em massa dos “compositores
caixistas”, que precisaram se requalificar para atuar como “compositores linotipistas”, em menor
quantidade, já que cada linotipo suprimia a atuação de 2 caixistas.
Video

Assista ao filme From hot metal to cold type – Da composição a quente à


fotocomposição a frio (filme em inglês). Acesse

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O grande impacto vivido nas artes gráficas com a mecanização da composição (linotipo) vai
encontrar semelhança em dois outros momentos de inovação tecno- lógica, a chegada dos
computadores (sistemas de processamento eletrônico 1970 a 1990) e a informatização (pós 1990).

O final do século XIX e o início do XX marcam o grande crescimento de impren- sa, com processos
mecanizados, impressoras rotativas com elevada capacidade de impressão, a industrialização em
ritmo acelerado e consequente urbanização das sociedades. O jornalismo entrava na fase da
“imprensa de massa” com as “tiragens-monstro” dos jornais.

A produção de jornais avançava e estratégias de conquistar públicos impulsionavam a busca por


melhorar a qualidade de impressão e design. O processo de im- pressão criado por Guttenberg já
tinha sido aperfeiçoado, mas ainda deixava muito a desejar na qualidade final. O alinhamento dos
caracteres, a quantidade de tinta no papel e as dificuldades para a variação e uso de outros
recursos representavam uma barreira para um melhor jornal. Veja, na ilustração a seguir, uma
ampliação de um texto do jornal Correio Braziliense, impresso com tipos móveis, em 1817, e
observe as imperfeições:

Figura 3
Fonte: Wikimedia Commons
O jornalismo se beneficiou da agilidade conquistada com linotipos, o que permitiu a redução do
tempo entre o fechamento da notícia, a impressão e a leitura do jornal. Com mais velocidade no
processo, os jornais conseguiram aumentar a quantidade de páginas e conteúdo, o que significou
mais profissionais (jornalistas) atuando e maior presença no cotidiano das pessoas. Nas ilustrações
abaixo, você poderá observar que os jornais estão em franca expansão, mas perceberá também a
necessidade de melhorar as tecnologias e o layout dos jornais. Veja a primeira edição do jornal A
Província de São Paulo, de 4 de janeiro de 1875 (alguns anos mais tarde, 1890, passará a O Estado
de S. Paulo).

Note que a massa de texto é extremamente pesada para os dias de hoje, mas representava um
layout moderno para a época. Mesmo assim, havia o tratamento mais destacado no logotipo e em
algumas áreas específicas da página. Na página de anúncios publicitários (Figura 5, na edição do
mesmo dia, página 4), havia um maior cuidado com o design do conteúdo.

Figura 4 – Primeira edição do Figura 5 – Página de anúncios


jornal A Província de São Paulo publicitários

Fonte: Acervo Estadão

Ainda longe do ideal, o layout acima já apresenta o uso de tipos diferenciados, molduras e outros
recursos para tornar a página e seu conteúdo mais atraente. Veja outros dois exemplos do Jornal
Gazeta de Notícias, de 1888.

Figura 6 – Edições do Gazeta de Notícias

Fonte: unifal-mg.edu.br

Com muitas notícias diariamente, os jornais não conseguiam produzir layouts sofisticados e
recorriam para as notícias sequenciais em colunas (esquerda). Ape- nas em edições especiais
(direita), havia um maior cuidado com os destaques. Isso demonstra que os profissionais tinham
domínio das técnicas de planejamento visual gráfico e design como alinhamento, contraste visual,
hierarquia, entre outras, mas havia uma grande dificuldade de aplicá-las no cotidiano.

Os jornais brasileiros seguiram durante a primeira metade do século XX por um estilo conservador,
muito carregado de textos, linhas (fios) separando colunas, com pouca exploração do design, até a
década de 1950, quando os jornais Diário Carioca, Última Hora e Jornal do Brasil mudam
radicalmente a história e realizam uma verdadeira revolução em termos de design e conteúdo dos
jornais. Os motivos que levaram os três jornais citados a conquistarem o protagonismo de um novo
planejamento visual foram diversos, mas não podemos desprezar a chegada da televisão como um
fator que os obrigou a pensar uma comunicação que valorizasse mais a imagem.

Cronologicamente, a primeira novidade veio em maio de 1950, quando o Diário Carioca (DC) faz
uma profunda renovação editorial muito importante para o jornalis- mo. Sob o comando de Dantom
Jobim, o DC foi o pioneiro a introduzir no Brasil as técnicas de lead e sublead, acabou com as
longas aberturas de texto totalmente des- necessárias, adotou regras de redação mais populares e
menos eruditas, propondo, por exemplo, escrever “fulano mora na rua x”, em vez de “mora à rua x”,
entre outras mudanças.

No ano seguinte, em 12 de junho de 1951, começa a circular o famoso Última Hora (UH) do
jornalista Samuel Wainer. O UH nascia com um design moderno, assinado pelo artista gráfico
argentino Andrés Guevara, com títulos e manchetes bem destacados, fotos e uso sofisticado das
técnicas de contraste visual, arejamen- to, entre outras. Era uma publicação nova, alinhada ao
governo de Getúlio Vargas e que, no auge, chegaria a publicar mais de 300 mil exemplares diários.
No dia em que Getúlio suicidou-se, o jornal tirou 700 mil exemplares.

Figura 7 – Diário Carioca, 30 de Figura 8 – Jornal Última Hora –


maio de 1950 24 de agosto de 1954

Fonte: Acervo Estadão

Se o Diário Carioca era um jornal regional, ainda que a sede do governo estives- se no Rio de
Janeiro, ele não tinha pretensões de circular em todo o território na- cional, o Última Hora estava
nascendo e, portanto, ainda não era tão influente no cenário nacional. Nesse sentido, as inovações
apresentadas por esses jornais tive- ram um grande impacto no jornalismo, mas a maior revolução
seria sentida quando o tradicional Jornal do Brasil resolveu fazer a sua reforma gráfica e editorial.

A reforma visual-gráfica do prestigiado Jornal do Brasil, realizada no final da década de 1950,


prolongou-se por cerca de quatro anos e serviu de diretriz para muitos outros veículos brasileiros.
O novo projeto visual-gráfico foi idealizado pelo artista plástico Amílcar de Castro, que desenhou
um jornal mais organizado, areja- do e fácil de ler. Na época, o JB ainda sofria de um certo caos na
distribuição dos conteúdos com publicidade confundindo-se com jornalismo, excesso de elementos
visuais entre outros problemas. A reforma coloca o JB como pioneiro em planejar a edição
antecipadamente, inclusive em seu aspecto visual. Reduziu o espaço da publicidade (principalmente
na capa) e organizou o conteúdo noticioso em blocos. Padronizou títulos e textos com uma única
família de fontes, a Bodoni, retirou os fios entre as colunas, dando mais arejamento ao conteúdo e
abriu espaço para fotos. Castro introduziu o diagrama para servir de base aos layouts das páginas,
assim, desenhando antecipadamente, já se sabia a quantidade necessária de tex- tos para cada
página. Em entrevista aos pesquisadores Daniel Trench e André Stolarski, publicada na revista
eletrônica Novos Estudos do CEBRAP, o artista Amílcar de Castro explica a trajetória vivida no
período de reformulação gráfica do JB. Segundo Trench e Stolarski (2007):

A reforma também se empenha em simplificar formalmente as informa- ções


visuais do jornal. Os fios verticais, elementos fundamentais para a divisão de
colunas no antigo JB, são dispensados. No novo diagrama, com um espaço
maior entre as colunas, a divisão é dada pelo espaço branco, livre de
impressão. O recurso é ainda fundamental para outra questão-chave da
reforma: a redução na densidade da mancha gráfica. “Tudo que não era
essencial à leitura, tirava pra clarear um pouco o jornal, pra dar mais força à
matéria escrita”, diz Amilcar.

(TRENCH e STOLARSKI, 2007, online)

Figura 9 – Jornal Última Hora – 24 de


agosto de 1954
O próximo salto tecnológico ocorreu após duas décadas, com o advento da fotografia e o uso de
recursos de “escrever com a luz” – a “fotocomposição” – tecnologia que chegou ao mercado no
final dos anos 1970 e início de 1980. A composição que era realizada com os tipos metálicos, na
linotipo, também era chamada de composição “a quente” porque, após selecionar os tipos metálicos
que compunham a linha, uma quantidade de metal aquecido em estado líquido era derramada sobre
os tipos resfriando e solidificando-se rapidamente, criando uma união das letras (tipos) que
formavam a linha de texto composto. Para rea- lizar o processo, a linotipo mantinha uma pequena
caldeira com metal aquecido em estado líquido e isso tornava o ambiente de trabalho quente e
bastante insalu- bre, já que gases eram emitidos no aquecimento dos metais. Como contraponto, a
fotocomposição (tecnologia que estava chegando) foi chamada de composição “a frio”.

A fotocomposição foi possível quando se desenvolveu o papel fotossensível, ou “papel fotográfico”,


tintas e emulsões sensíveis à luz que funcionavam como camadas fixadas em acetatos, ou chapas
de metal que podiam ser removidas somente após exposição à luz. O texto passou a ser composto
em um equipamento computadorizado (figura abaixo) que emite um feixe de luz que passa por uma
chapa com o desenho da letra perfurado, sensibilizando o papel fotográfico de acordo com o molde
(letra). Após passar pela fotocompositora, o texto adquiria o formato da fonte (tipo) e largura da
coluna escolhida pelo operador.

Figura 10

É claro que a fotocomposição e outras tecnologias baseadas na fotografia ajuda- ram muito na
produção dos jornais. A partir daí, o uso de fotografias foi popula- rizado e também o uso das cores
e os jornais passaram a ser bem mais atraentes. Veja as capas a seguir:
Figura 11 – O Estado de S.Paulo, de 9 de março de 1986, e Jornal
da Tarde, de 7 de abril de 1976. Ambos jornais do mesmo grupo

Como se vê, a qualidade dos jornais melhorou muito com o uso da fotocomposição. Os processos
de impressão também foram modernizados com o uso de matrizes flexíveis – uma evolução nos
sistemas de impressão indireta por cilindros chamada de Offset.

Com o uso da fotografia, foi possível dominar a projeção de imagens em preto e branco e coloridas
e a consequente separação de cor em cores básicas. Estava de- senvolvida a tecnologia de
impressão em quatro cores (na verdade 3 cores básicas, pigmentos: ciano, magenta e amarelo –
mais o preto como auxiliar, pois, a rigor, o preto é não cor). Veja a figura abaixo em que uma foto
colorida passa por filtros de cor e tem a separação em 3 cores básicas mais o preto. A partir da
separação de cores, a impressora na gráfica recompõe a imagem colorida (foto), imprimindo as
cores básicas que criarão o efeito visual de uma fotografia colorida. Para o leitor, a página do jornal
com a foto impressa colorida fica em boa qualidade (Figura 11), mas se o leitor aproximar uma lupa
(lente) da foto impressa perceberá os pontos de cada cor básica impressos no papel.

Os anos 1980 marcam oficialmente a chegada das cores aos jornais diários. Se você pesquisar, verá
que bem antes alguns jornais usaram cor em suas páginas, mas era um uso esporádico e como cor
especial, ou seja, o uso de uma tinta específica no tom desejado e não a partir da decomposição da
cor e a recomposição na impressora a partir de 3 cores básicas mais o preto. No início, os jornais se
entusiasmaram com a nova tecnologia e houve um certo exagero, caracterizando um período
chamado por estudiosos de “edições araras”. Com o tempo, houve um uso mais cuidadoso das
cores e diversos jornais como, por exemplo, a Folha de S.Paulo, que reduziu por várias vezes sua
paleta de cores com o argumento de que, ao usar menos oferta de cores, o jornal ficaria com uma
aparência de mais colorido. Pode parecer estranho, mas faz todo o sentido usar menos cores e ape-
nas em alguns elementos do jornal, pois isso impacta mais o leitor. Além disso, o uso específico de
determinada cor atribui um sentido de cor sinalizadora, ou seja, visto que o jornal sempre utiliza a
cor azul em contorno de um texto opinativo, o leitor entenderá que onde aparecer o contorno azul
trata-se de uma opinião sobre o assunto tratado.

Figura 11

Antes que o século XX terminasse, uma nova revolução impactou a produção dos jornais. A
chegada dos computadores nas redações ocorreu junto com a oferta de softwares de DTP (Desktop
Publishing), editoração eletrônica, e isso provocou grandes mudanças entre os profissionais
empenhados no desenho dos jornais. Antes desse momento, existia o profissional que desenhava o
layout e o que rea- lizava a composição de acordo com o solicitado. Havia uma certa separação
entre profissionais da redação (jornalistas, diagramadores etc.) e os da indústria gráfica. Com a
editoração eletrônica, o jornalista acompanha o diagramador que monta a página na própria
redação e tem uma visão imediata no monitor do computador. Isso facilita o fechamento da edição,
dimensionamento de fotos, quantidade de textos e todos os elementos que estarão na página do
jornal. Após aprovado o layout, o diagramador, ou o próprio jornalista, executa no computador as
rotinas para ex- portar o arquivo para a indústria gráfica. Isso exigiu um novo perfil de profissionais
de planejamento visual gráfico e permitiu o uso de recursos mais criativos para as páginas dos
jornais. Veja alguns layouts de capas mais atuais:
Figura 12

As inovações tecnológicas não param e certamente, quando você acessar este material, outras
novidades estarão disponíveis no universo da produção do jornal impresso. Há ainda uma nova
tecnologia já em uso e que, em breve, deverá ser a principal modalidade de impressão de jornais,
que é a impressão totalmente digital. Já existem no mercado, em gráficas de alta tecnologia,
impressoras de grandes for- matos (o que permite imprimir jornais standard) que não usam as
matrizes (chapas) para cada uma das cores básicas. O arquivo é enviado digitalmente à impressora e
a folha é impressa em poucos segundos. Algumas dessas impressoras podem até trabalhar com
papel em bobina, como as conhecidas rotativas. Atualmente, essas impressoras digitais são
utilizadas para impressões personalizadas, podendo ser cada exemplar diferente em partes, ou no
todo. Porém, para grandes tiragens do mesmo original, ainda perdem em custo para as tradicionais
impressoras rotativas. No entanto, seguindo a tendência atual, em breve terão custos até mais
baratos do que a impressão tradicional, e aí elas vão “reinar” no mercado.

Análise Morfológica de Jornais


Em primeiro lugar, é preciso esclarecer o que é e qual é a importância desse tipo de análise. Veja, os
meios de comunicação de massa, jornais impressos, rádio, TV, cinema foram surgindo e
despertaram preocupações de estudar seus efeitos – os processos de produção de informação, os
veículos e o impacto de sua comunicação no público – de forma mais ampla e com critérios aceitos
pela comunidade cien- tífica. Dessa forma, a análise morfológica dos jornais diz respeito a um
estudo da forma como as notícias estão desenhadas no jornal e por isso será útil para a reflexão de
Planejamento Visual Gráfico em Jornalismo.

Esses estudos começaram a ser desenvolvidos assim que os cursos de Comuni- cação e Jornalismo
foram se estabelecendo no país, por volta da metade do século XX. Um dos maiores pesquisadores
da área foi o professor José Marques de Melo (1972), que, em seus estudos de Jornalismo
Comparado, formulou os métodos e critérios que vamos utilizar a seguir.

O recurso de pesquisar a forma dos jornais é sempre útil para ter uma com- preensão objetiva
sobre o desenho de um jornal e sair da opinião subjetiva de afirmar que o jornal é bonito ou feio,
referência que podem variar de acordo com o observador. Ao analisar o dese- nho da capa de um
determinado jor- nal, vamos descobrir quanto de texto está ocupando a área (capa), quanto de
fotos, títulos e outros elementos que compõem a página.

Vamos analisar um único dia de um jornal, mas o ideal é levantar os dados de, no mínimo, uma
semana de jornal para ter uma média de ocupação dos espaços. Outro método muito rico é levantar
os mesmos índices em dois jornais distintos e, assim, comparar os dados, o que caracteriza o méto-
do de análise comparada, muito útil e respeitado entre os pesquisadores.

Figura 13
Antes de iniciar a análise, observe a capa do jornal Folha de S.Paulo, do dia 25 de julho de 2016
(abaixo), e faça uma avaliação pessoal. O que você acha dos espaços ocupados com textos, título,
fotos, logotipo e publicidade?

Vamos ver o que descobrimos com um levantamento de dados e posterior análise morfológica.
Acompanhe o método para levantamento dos dados:

A primeira coisa a fazer é definir o objetivo do uso do método, no caso: O nos- so objetivo é
descobrir qual o espaço na capa do jornal acima está dedicado, em comparação percentual, para
textos, títulos, fotos, logotipo e publicidade.

Se nosso interesse é avaliar a distribuição dos elementos no espaço, precisamos saber qual a área
ocupada pelos elementos. Para descobrir esta resposta, devemos fazer o seguinte:

1. Calcular a área total da capa do jornal. Não utilizaremos a referência lar- gura x altura para
este cálculo e sim altura x colunas. O resultado será sempre dado em centímetros por coluna.
Foi assim que se convencionou trabalhar a área ocupada do jornal, seja para o jornalismo, ou
para a pu- Deve-se medir a altura da coluna em toda a área impressa e mul- tiplicar pela
quantidade de colunas, no caso, 6 colunas x 52 cm de altura. A área disponível é 52 cm x 6
colunas, ou seja, 312 cm/col (centímetros por coluna).

Figura 14

2. Agora é necessário medir cada tipo de elemento Primeiro, os textos (cm/col), seguido por
título, fotos, logotipo e publicidade. Vamos lá:
Figura 15 – Textos = 48 cm/col | Títulos = 67 cm/col

Figura 16 – Foto = 78 cm/col | Logotipo = 67 cm/col


Figura 17 – Publicidade = 78
cm/col

Figura 18
Com os dados objetivos do levantamento, é possível fazer algumas considerações:

• Em primeiro lugar, há uma distribuição dos elementos mais ou menos equilibrada, ou seja,
cada elemento ocupa de 11% a 25% de área disponível da página;
• Os textos, que costumam pesar mais no desenho por ter letras menores (corpo menor),
ocupam apenas 15%;
• As fotos dominam 25% do espaço, ou seja, ¼ da área disponível;
• As áreas em branco, sem nenhum elemento impresso, são importantes para arejar a página, e
representam 11% da área.

Com essa simples análise, podemos concluir que essa edição tem uma distribuição equilibrada dos
elementos, coerente com a importância que as imagens têm na atualidade (1/4 do espaço), e tem
um arejamento necessário para a capa não ficar muito “pesada”. Embora utilize adequadamente os
elementos, podemos considerar um estilo conservador de desenho, com várias chamadas de
assuntos internos. Para desenvolver um layout mais ousado será necessário aumentar a área em
branco, reduzir textos e títulos (quantidade de destaques na capa) e aumentar a escala (tamanho)
das fotos.

Assim, encerramos esta unidade deixando um convite para que você desenvol- va análises de
jornais regionais e experimente pensar em outras possibilidades de desenhos dos jornais. Será um
caminho muito rico e criativo para você seguir. Até a próxima!
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Vídeos

Documentários sobre design para você assistir no seu tempo livre

Documentários sobre design.

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Filmes

From Hot Metal to Cold Type - 1965

Da composição a quente à composição a frio (fotocomposição) (em inglês).

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Featured films in the collection

Filmes sobre impressão, indústria gráfica e jornais.

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Leitura

Cadernos de Tipografia

Caderno sobre a história dos processos gráficos.

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A notícia e o diagrama: entrevista inédita com Amilcar de Castro

Entrevista com o artista Amilcar de Castro sobre a Reforma Gráfica do Jornal do Brasil

– Revista na base Scielo.

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Arquivo Público do Estado de São Paulo Acervo do Jornal Última Hora.

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Diário Carioca

Sobre o Jornal Diário Carioca - Biblioteca Nacional Digital.

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Diario Carioca (RJ) - 1928 a 1929

Todo o acervo do Jornal Diário Carioca.

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Referências
CANTERO, F. Dicionário técnico da indústria gráfica – Inglês/Português. São Paulo: Penhense
Ltda., 1992. 362p.

LAGE, N. A Reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. Rio de Janeiro:


Record, 2001. 189p.

MARCONDES FILHO, C. Comunicação e jornalismo: a saga dos cães perdi- dos. 2. ed. São Paulo:
Hacker, 2002. 167 p.

MELO, J. M. Estudos de Jornalismo Comparado. São Paulo: Pioneira, 1972. 264p.

WILLIAMS, R. Design para quem não é designer: noções básicas de planeja- mento visual. 7. ed. São
Paulo: Callis, 1995. 144 p. (e-book)

Sites visitados

História da Tipografia. Disponível em Acesse

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Acessado em: 20/06/2018.

Revista Eletrônica Novos Estudos Cebrap, no 78, julho de 2007. Disponível em: Acesse

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Acessado em: junho de 2018.

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