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1.

Desenvolvimento histórico e tecnológico do design até o


webdesign;

O desenvolvimento histórico e tecnológico do design reflete não apenas a


evolução das formas estéticas, mas também a adaptação criativa às mudanças sociais e
tecnológicas.
Neste contexto, esta dissertação busca traçar a trajetória do design desde suas
origens, destacando a transformação marcante que culminou no surgimento do
webdesign. Analisar essa evolução não apenas permite uma compreensão mais
profunda do presente, mas também oferece percepções valiosos para o futuro do
design.
Nos estágios iniciais, o design estava intrinsecamente ligado à fabricação de
objetos de uso diário, como ferramentas, utensílios e armas. Com o tempo, as
sociedades antigas começaram a incorporar elementos estéticos e simbólicos em seus
artefatos, refletindo valores culturais e espirituais.
Entretanto, a narrativa da história do design tem seu início, essencialmente,
após a Revolução Industrial. Contudo, o que realmente ocorre é uma transformação no
processo de produção de objetos e artefatos.
Durante a Idade Média, prevalecia o Sistema Artesanal de Produção, no qual
um artesão ou um pequeno grupo executava todo o processo, desde a obtenção dos
insumos até a venda, muitas vezes de forma individual e com o auxílio de alguns
maquinários.
Com a Revolução Industrial do século XIX, surge o Sistema Industrial de
Produção, marcado pela gradual divisão do trabalho, a incorporação de novos
maquinários e a participação de várias pessoas no processo. A estética e a
funcionalidade tornaram-se inseparáveis, com o movimento “Arts and Crafts” e a Escola
de Bauhaus influenciando o campo.
Contudo, segundo Renato de Fusco (2019) em seu livro “História do design” o
movimento “Arts and Crafts”, que surgiu na Inglaterra durante a segunda metade do
século XIX, foi uma reação contra os efeitos negativos da Revolução Industrial na
produção de bens manufaturados e na qualidade de vida dos artesãos. Este movimento
foi liderado por figuras proeminentes como William Morris e John Ruskin.
As principais características do movimento são a rejeição à industrialização
descontrolada, a valorização do trabalho artesanal, o design inspirado na natureza,
valorização da qualidade e o uso de materiais duráveis.
O Movimento “Arts and Crafts” teve um impacto significativo no design, na
arquitetura e nas artes decorativas. Sua ênfase na qualidade, no artesanato e na
integração da arte na vida cotidiana influenciou movimentos posteriores, como o Art
Nouveau e contribuiu para o desenvolvimento do design moderno.
Por fim, no início do século XX foi fundada a escola de Bauhaus por Walter
Gropius na Alemanha, ela representou uma abordagem revolucionária ao design e à
educação artística. Ela também desempenhou um papel fundamental no
desenvolvimento do design moderno.
Uma das contribuições da escola é a ideia de que a forma do design deveria
seguir a função. Isso implicava que o design de um objeto deveria ser determinado por
sua finalidade e função prática, enfatizando a utilidade e a eficiência.
Outro ponto, segundo Philip B. Meggs (2009) em seu livro “A História do Design
Gráfico", foi a influência significativa da Bauhaus no design gráfico, particularmente na
área da tipografia funcional e a experimentação com layouts gráficos que se tornou
características distintivas do design Bauhaus. A Bauhaus foi fechada devido à forte
perseguição do regime nazista durante a segunda guerra mundial.
Após a guerra, foi criada a escola de Design Ulm, localizada na cidade alemã de
Ulm, ela também foi uma instituição influente no campo do design que desempenhou
um papel fundamental na redefinição dos princípios do design no pós-Guerra. Fundada
em 1953 a escola teve como objetivo principal revitalizar o design alemão, que havia
sido afetado pelas políticas do regime nazista.
As contribuições da Escola de Design Ulm foram significativas em vários
aspectos. Em primeiro lugar, a escola promoveu uma abordagem interdisciplinar para o
design, integrando aspectos de ciências sociais, tecnologia e design industrial. Contudo,
havia uma ênfase especial à Metodologia do Design. Segundo Gui Bonsiepe (2011) em
seu livro “design, cultura e sociedade” a escola possui um interesse enfático na teoria e
no ensino do design, mas, sobretudo o papel do projeto na sociedade.
A ênfase na metodologia projetual foi uma característica distintiva da Ulm. Os
estudantes foram incentivados a adotar uma abordagem analítica e racional no processo
de design, integrando teoria e prática. Além disso, a escola enfatizava a importância do
design voltado para a funcionalidade e a utilidade, seguindo os princípios modernos do
Movimento Bauhaus.
Esta escola também desempenhou um papel crucial na promoção de ideias de
design socialmente responsável. Os professores e alunos buscavam aplicar o design
como uma ferramenta para resolver problemas sociais e melhorar a vida cotidiana das
pessoas. Isso refletia uma mudança significativa na percepção do design, que passou a
ser considerado não apenas como uma expressão estética, mas como uma força motriz
para a melhoria social.
Ainda no século XX, não é possível desconsiderar a influência do movimento
modernista, com designers como Paul Rand e Saul Bass emergindo como pioneiros no
design gráfico. A simplicidade, a funcionalidade e o uso inovador da tipografia
caracterizaram essa era. O design gráfico tornou-se uma ferramenta poderosa para
comunicar mensagens complexas de maneira acessível.
Com o advento da computação, o design entrou na era digital. A transição de
métodos analógicos para softwares de design revolucionou a prática, proporcionando
maior flexibilidade e eficiência. O Photoshop, lançado em 1990, tornou-se uma peça
central na criação digital. O design gráfico agora poderia ser concebido, editado e
distribuído eletronicamente.
Essa transição para o digital não apenas ampliou as possibilidades criativas, mas
também introduziu desafios e oportunidades relacionados à interface digital e à
usabilidade, impulsionando a busca por designs mais intuitivos e acessíveis.
Por fim, o surgimento da World Wide Web transformou radicalmente os meios
de comunicação e o design. Com isso, o webdesign surgiu como uma disciplina que
envolve a criação visual e funcional de websites, incorporando elementos de design
gráfico, usabilidade e programação.
Contudo, nos primórdios da web, segundo Tim Kadlec (2013) em seu livro
“Implementing Responsive Design” os sites eram rígidos e possuíam uma largura fixa,
projetados principalmente para serem visualizados em monitores de computadores
desktops. A variabilidade no tamanho e a capacidades dos dispositivos era limitada.
Com o advento dos smartphones e tablets, houve uma explosão na diversidade
de dispositivos. Os desenvolvedores se viram diante do desafio de criar sites que fossem
tão acessíveis em telas pequenas quanto em monitores maiores.
Desse modo, o design responsivo emergiu como uma resposta inovadora à
crescente diversidade de dispositivos utilizados e tornou-se imperativo criar interfaces
que se ajustem fluidamente a cada contexto, proporcionando uma experiência de
usuário consistente e eficaz.
Inicialmente, os desenvolvedores optaram por criar layouts fixos, otimizados
para telas específicas. Isso levou a uma experiência inadequada em dispositivos com
tamanhos diferentes. Devido a isso, uma abordagem adotada foi criar versões separadas
para dispositivos móveis, muitas vezes redirecionando automaticamente os usuários
com base no dispositivo usado. No entanto, isso resultou em uma duplicação de esforços
e complexidade de manutenção.
Como reposta a esses problemas, Ethan Marcotte em 2010 propôs, em seu livro
“Responsive Web Design”, uma abordagem em que o layout e os elementos de uma
página se ajustam dinamicamente, proporcionando uma experiência consistente em
uma ampla gama de dispositivos.
Essa abordagem visa criar interfaces que se adaptam de maneira fluida e
harmoniosa a diferentes tamanhos de tela, desde desktops até smartphones. A
flexibilidade proporcionada pelo design responsivo permite que os elementos da página
se reorganizem e redimensionem automaticamente, garantindo uma experiência de
usuário otimizada independentemente do dispositivo utilizado.
Como foi visto, a evolução do design, desde suas origens até o atual cenário de
webdesign, é uma narrativa que reflete a interseção entre criatividade, tecnologia e
sociedade. A trajetória do design industrial, gráfico e digital demonstra como as
mudanças tecnológicas influenciam e moldam a estética, a funcionalidade e a interação.
O webdesign, como uma culminação dessas transformações, representa não
apenas uma nova ferramenta de comunicação, mas um portal para o futuro, onde a
convergência entre arte e tecnologia continuará a moldar como percebemos e
interagimos com o mundo digital. Esta análise da evolução histórica e tecnológica do
design até o webdesign fornece uma visão abrangente do desenvolvimento dessa
disciplina ao longo do tempo.
2. Arte e Percepção Visual em Diferentes Suportes Digitais e em
Ambientes Web

A interseção entre arte e a percepção visual em suportes digitais para


ambientes web constitui uma narrativa complexa na evolução contemporânea da
expressão artística. Ao explorar esse contexto, emergem não apenas desafios inerentes
à transposição do analógico para o digital, mas também oportunidades para inovar,
comunicar e transformar a experiência visual.
O advento dos suportes digitais marcou uma revolução na produção e
apreciação artística. Quanto a produção, tem-se, agora, tecnologias como
computadores, tablets, smartphones, Realidade Virtual (VR), Realidade Aumentada
(AR), inteligências artificiais, softwares, aplicativos, jogos digitais e websites
especializados. Esses novos suportes de produção desvincula a arte de sua materialidade
física e confronta os artistas com novas possibilidades.
Algumas das possibilidades de criação são as imagens digitais, vídeos e
animações. Que incluem, pinturas, vídeos, vetores, ilustrações, GIFs e fotografias
manipuladas. Podendo ser apresentadas em galerias online, websites especializados ou
redes sociais.
Essa nova mídia segundo Manovich (2002), em seu livro: “The language of new
media”, é definida como sendo a tradução de todas as mídias existentes em dados
numéricos acessíveis por computadores. De acordo com ele, a lógica cultural tradicional
pode ser significativamente influenciada pela lógica do computador uma vez que “as
novas mídias são criadas nos computadores, distribuídas via computadores,
armazenadas e arquivadas nos computadores”.
Segundo Tribe e Jana (2006), em seu livro “New Media Art”, os projetos de arte
nas novas mídias não apenas incorporam essas formas de mídia, mas também exploram
suas implicações culturais, políticas e estéticas de maneira inovadora e reflexiva.
A estética visual, ao migrar para o digital, sofre uma mudança que demanda
uma compreensão sutil da linguagem visual dessas mídias. Elementos como paletas de
cores vibrantes, animações fluidas, tridimensionalidade e o uso inteligente do espaço
tornam-se essenciais para capturar a atenção e transmitir a intenção artística. A estética
digital não substitui, mas complementa, desafiando a percepção convencional de beleza
e harmonia.
O modo de criação artístico no digital também pode ser interativo, como nas
Esculturas digitais tridimensionais que podem ser exploradas e manipuladas
virtualmente, proporcionando uma experiência tátil mesmo por meio de telas digitais.
Nesse contexto, os artistas têm a capacidade de desenvolver obras que transcendem as
limitações físicas. Além disso, a capacidade de explorar virtualmente uma escultura
tridimensional cria um diálogo dinâmico entre o espectador e a obra, permitindo que a
interpretação e a experiência sejam personalizadas.
Outro modo de interatividade está nos jogos digitais, projetados como formas
de expressão artística, onde a narrativa e a estética são elementos centrais. Essa
abordagem artística nos jogos digitais desafia as percepções convencionais,
posicionando-os como veículos poderosos para a expressão criativa.
Alguns jogos exploram temas complexos, como identidade, moralidade, política
e exploração existencial, proporcionando aos jogadores experiências imersivas que vão
além do mero entretenimento. Dessa forma, os jogos digitais se estabelecem como uma
forma sofisticada de arte interativa, capaz de transmitir narrativas profundas e provocar
reflexões significativas.
Na esfera da programação, a arte generativa representa uma fascinante
interseção entre criatividade e algoritmos. Ao empregar códigos e regras predefinidas,
essa forma de arte produz obras dinâmicas que evoluem continuamente, oferecendo
resultados singulares a cada visualização. O processo de criação é tão vital quanto a obra
final, pois os algoritmos incorporam uma lógica intrínseca que guia a geração das formas,
cores e padrões.
A programação não apenas desencadeia a criação de obras estáticas, mas
também capacita a produção de arte interativa e reativa ao ambiente. Por meio de
sensores ou interações diretas do público, as obras de arte programadas podem
responder dinamicamente a estímulos, adaptando-se e transformando-se em tempo
real. Esse diálogo entre a obra e o espectador, muitas vezes mediado por dispositivos
tecnológicos, cria experiências imersivas e participativas.
Outros suportes são mais imersivos, como a arte em ambientes de realidade
virtual (RV) ou aumentada (RA) que representam um salto extraordinário no modo como
os espectadores interagem com as obras. Nestes contextos, os espectadores não são
apenas observadores passivos, mas participantes ativos que mergulham em mundos
criados pelos artistas.
Na realidade virtual, os espectadores podem utilizar dispositivos como óculos
de realidade virtual para serem transportados para espaços totalmente novos e
envolventes. Essa imersão tridimensional permite uma interação mais profunda com as
obras, muitas vezes possibilitando que os espectadores manipulem os elementos da
arte, explorando-as de maneiras únicas.
A realidade aumentada, por outro lado, sobrepoõe elementos virtuais ao
ambiente físico, transformando o espaço ao redor do espectador em uma tela ampliada
para a interação e expressão artística.
Como foi visto, a arte em conjunto com a web e os novos suportes digitais,
transcende o visual, incorporando elementos multissensoriais para criar experiências
únicas. A fusão de imagem, som e interatividade desafia a percepção convencional,
estimulando uma conexão mais profunda entre o espectador e a obra. A web se torna
um palco interativo onde a arte não é apenas observada, mas vivenciada e
compartilhada.
No que diz respeito à conectividade global, a web permite uma interação
instantânea. A colaboração internacional torna-se mais acessível, possibilitando
parcerias entre artistas e comunidades de diferentes regiões. Impulsionando a troca de
conhecimentos e experiências. Esse aspecto da conectividade não apenas fortalece as
relações, mas também contribui para a disseminação rápida de ideias e obras inovadoras
em uma escala global.
Contudo, é importante ressaltar que a arte apresentada nesse ambiente web,
especialmente nas redes sociais, pode enfrentar a efemeridade e o desafio de se
destacar em um fluxo constante de informações. O contexto digital exige uma adaptação
contínua e a capacidade de criar obras que não apenas atraiam, mas também resistam
ao teste do tempo efêmero da era digital.
Outro problema no ambiente web, está na facilidade de se replicar e manipular
obras digitais, levantando questões sobre à autenticidade, a propriedade intelectual e
prevenção de plágio. Visto que, garantir a veracidade de uma obra e proteger os direitos
autorais são preocupações fundamentais que devem ser consideradas ao se trabalhar
nesse ambiente.
Entretanto, a disponibilização online, por sua vez, rompe as barreiras
geográficas e temporais. Plataformas de compartilhamento, redes sociais e sites
especializados oferecem uma vitrine global para os artistas e suas obras. Além disso,
estratégias como lançamentos exclusivos online e transmissões ao vivo conectam os
artistas diretamente ao seu público, promovendo uma experiência mais participativa.
A disponibilidade instantânea e global dessas produções transcende fronteiras
físicas, permitindo que artistas alcancem audiências ao redor do mundo de maneira
rápida e eficaz. Sendo uma oportunidade de divulgação importante, principalmente,
para artistas novos e sem muitos recursos financeiros.
Em suma, a interação entre arte e percepção visual em suportes digitais e
ambientes web é um capítulo novo na história da expressão artística. A fluidez,
interatividade e globalização oferecem oportunidades inovadoras, mas também
demandam uma adaptação constante. A capacidade de capturar a essência da
experiência humana no meio digital é a chave para transcender as barreiras da tela e
criar uma expressão artística que ressoe, independente do meio em que se manifesta.
3. Criação e promoção de ambientes web responsivos a partir das
etapas de produção gráfica digital

A diversidade de dispositivos utilizados para acessar conteúdo online, como


smartphones, tablets e computadores, trouxe consigo a necessidade de adaptação das
interfaces digitais. O design responsivo surge como uma abordagem estratégica para
enfrentar esse desafio, visando criar experiências consistentes e eficazes em qualquer
plataforma.
Neste texto vai ser contextualizado a evolução do design responsivo,
destacando sua relevância diante da pluralidade de dispositivos presentes no cenário
contemporâneo da internet e a sua aplicação nas etapas de produção gráfica digital.
Nos primórdios da web, segundo Tim Kadlec (2013) em seu livro “Implementing
Responsive Design” os sites eram rígidos e possuíam uma largura fixa, projetados
principalmente para serem visualizados em monitores de computadores desktops. A
variabilidade no tamanho e nas capacidades dos dispositivos era limitada. Com o
advento dos smartphones e tablets, houve uma explosão na diversidade de dispositivos.
Os desenvolvedores se viram diante do desafio de criar sites que fossem tão acessíveis
em telas pequenas quanto em monitores maiores.
Desse modo, o design responsivo emergiu como uma resposta inovadora à
crescente diversidade de dispositivos utilizados e tornou-se imperativo criar interfaces
que se ajustem fluidamente a cada contexto, proporcionando uma experiência de
usuário consistente e eficaz.
Inicialmente, os desenvolvedores optaram por criar layouts fixos, otimizados
para telas específicas. Isso levou a uma experiência inadequada em dispositivos com
tamanhos diferentes. Devido a isso, uma abordagem adotada foi criar versões separadas
para dispositivos móveis, muitas vezes redirecionando automaticamente os usuários
com base no dispositivo usado. No entanto, isso resultou em uma duplicação de esforços
e complexidade de manutenção.
Como reposta a esses problemas, Ethan Marcotte em 2010 propôs, em seu livro
“Responsive Web Design”, uma abordagem em que o layout e os elementos de uma
página se ajustam dinamicamente, conhecida como design responsivo. Isso surge como
uma resposta eficaz para os desafios apresentados pela variedade de dispositivos.
Essa abordagem visa criar interfaces que se adaptam de maneira fluida e
harmoniosa a diferentes tamanhos de tela, desde desktops até smartphones. A
flexibilidade proporcionada pelo design responsivo permite que os elementos da página
se reorganizem e redimensionem automaticamente, garantindo uma experiência de
usuário otimizada independentemente do dispositivo utilizado.
Ao adotar o design responsivo, os desenvolvedores e designers buscam superar
a fragmentação do ambiente digital, proporcionando uma consistência visual e funcional
em todos os dispositivos. Essa prática não apenas simplifica a manutenção do site, mas
também atende às expectativas do público, que espera uma navegação intuitiva e
conteúdo acessível, independentemente do dispositivo que estejam utilizando.
Dessa forma, o design responsivo não é apenas uma solução técnica, mas uma
abordagem centrada no usuário, priorizando uma experiência coesa e eficiente em um
cenário digital diversificado.
Com o advento do design responsivo, rompe-se com a abordagem estática e
inflexível dos designs tradicionais, que muitas vezes eram otimizados apenas para
determinadas resoluções de tela. A necessidade de uma transição suave entre diferentes
dispositivos impulsionou a evolução do design, levando a uma abordagem mais flexível
e dinâmica.
A fluidez, a flexibilidade e a adaptação são pilares que sustentam essa
abordagem. Elementos como imagens, layouts e tipografia são moldados de maneira a
proporcionar uma experiência de usuário coesa, independentemente do dispositivo
utilizado.
O design responsivo não se trata apenas de ajustar o tamanho dos elementos
na tela; é uma abordagem que preza pela reorganização inteligente e priorização de
conteúdo. Elementos não essenciais podem ser ocultados, e a disposição dos blocos de
informação pode ser reconfigurada para garantir uma navegação intuitiva.
Dito isso, a integração do design responsivo em todo o processo de produção
gráfica digital representa uma mudança fundamental na abordagem do
desenvolvimento web. A inclusão do design responsivo se inicia no estágio de
planejamento, onde a consideração cuidadosa dos dispositivos-alvo é essencial.
Isso envolve a identificação das plataformas mais relevantes para o público-
alvo, a definição de layouts flexíveis que se ajustem a diferentes telas e a priorização de
conteúdo para garantir que a mensagem seja transmitida de forma eficaz,
independentemente do dispositivo utilizado.
Na etapa de prototipagem, têm-se a oportunidade de visualizar como o layout
se adapta a uma variedade de resoluções e tamanhos de tela. Essa abordagem permite
identificar precocemente possíveis desafios de usabilidade e garantir que a experiência
do usuário seja uma consideração central desde as fases iniciais do desenvolvimento.
Já a etapa de realização de testes ganha uma dimensão crucial no design
responsivo. Tim Kadlec (2013) ressalta a importância de se testar em dispositivos reais,
como também em uma ampla gama de dispositivos, desde desktops e laptops até tablets
e smartphones.
Isso é vital para identificar e corrigir qualquer problema potencial, como
quebras na interface, distorções na exibição, questões relacionadas à qualidade de
imagens e cores, ou problemas de usabilidade em contextos diversos. A abordagem
centrada no usuário permeia cada etapa do processo, garantindo uma experiência coesa
e eficiente em qualquer plataforma digital.
A inserção do design responsivo nas etapas da produção gráfica digital traz
benefícios diretos para os usuários, como uma melhor visualização e interação com a
interface. Outro benefício, está na simplificação do processo de desenvolvimento. A
manutenção de um único código-base para diversas plataformas reduz a complexidade
e os custos associados ao gerenciamento de múltiplas versões de um site.
Contudo, à medida que a tecnologia continua a evoluir, novos desafios e
oportunidades para o design responsivo surgem. A integração de tecnologias como
inteligência artificial e realidade aumentada abre novas possibilidades para a
personalização da experiência do usuário, tornando o design responsivo uma área
dinâmica e em constante evolução.
Por fim, o design responsivo representa mais do que uma técnica estética, pois,
ele reconhece a diversidade digital e busca criar experiências inclusivas. Em um cenário
onde a tecnologia molda como interagimos com o conteúdo online, o design responsivo
permanece como um guia valioso para a criação de interfaces que se adaptam ao mundo
multifacetado da web.
4. Técnicas e suportes digitais para produção imagética e audiovisual
a partir do contexto web;

A produção imagética e audiovisual na era digital, especialmente no contexto


web, passou por uma transformação significativa, impulsionada por técnicas inovadoras
e uma variedade de suportes digitais. Essa evolução reflete não apenas avanços
tecnológicos, mas também a adaptação criativa às demandas de uma audiência
conectada e exigente.
Vai ser explorado nessa dissertação as principais técnicas e suportes digitais que
moldam esse cenário em constante evolução e os desafios e benefícios encontrados
nesse ambiente digital.
Com o advento da computação, a mídia entrou na era digital. A transição de
métodos analógicos para softwares revolucionou as técnicas de produção,
proporcionando maior flexibilidade e eficiência. Esse avanço possibilitou não apenas a
manipulação mais precisa de elementos visuais e sonoros, mas também abriu portas
para a convergência de diferentes formas de mídia em plataformas integradas.
A digitalização não apenas transformou a criação, edição e distribuição de
conteúdo, mas também moldou a maneira como consumimos e interagimos com a
informação, resultando em uma revolução significativa na paisagem mediática
contemporânea.
Manovich (2002), em seu livro: “The language of new media”, define as novas
mídias como sendo a tradução de todas as mídias existentes em dados numéricos
acessíveis por computadores. De acordo com ele, a lógica cultural tradicional pode ser
significativamente influenciada pela lógica do computador uma vez que “as novas mídias
são criadas nos computadores, distribuídas via computadores, armazenadas e
arquivadas nos computadores”.
Algumas das novas ferramentas de produção de mídia são: câmeras digitais
avançadas, smartphones equipados com recursos multimídia, sistemas baseados em
inteligência artificial que auxiliam na criação e edição de conteúdo, além de uma
variedade de editores de imagens e softwares especializados. Essa transição para o
digital não apenas ampliou as possibilidades criativas, mas também facilitou o acesso e
a utilização de diversas ferramentas de produção de mídia.
No domínio da criação de fotografias para web, vale ressaltar, a forte influência
dos Smartphones e redes sociais. Eles proporcionaram a diversas pessoas a capacidade
de capturar momentos e divulgá-los instantaneamente.
O surgimento de aplicativos de edição de fotos trouxe também ferramentas
poderosas para a ponta dos dedos desses usuários. Pois, elas possibilitam aprimorar,
ajustar e personalizar imagens de maneiras antes reservadas a profissionais. Isso acabou
influenciando estilos estéticos e criativos na fotografia digital.
Já no campo da criação de imagens digitais, tem-se uma série de softwares
como o Photoshop, Gimp e Illustrator que acabaram criando uma mudança estética na
linguagem visual. Elementos como paletas de cores vibrantes, o uso da luz dos próprios
dispositivos, as animações fluidas e o uso inteligente do espaço tornam-se essenciais
para transmitir a intenção artística.
Outra ferramenta para criação de imagens, são as inteligências artificias (IA),
que estão introduzindo uma série de técnicas avançadas que impactam diversas áreas,
como arte digital, design gráfico, fotografia e vídeos. Elas são capazes de criar imagens
completamente novas de forma autônoma. Isso é feito através do treinamento da IA em
um grande conjunto de dados de imagens.
Contudo, essas inteligências artificiais já se encontram no meio de grandes
discussões, como a importância de se considerar questões éticas, como o uso
responsável da tecnologia, evitando a criação de deepfakes (vídeos ou imagens
manipulados para parecerem autênticos). Pois, isso levanta preocupações sobre a
segurança da informação e a disseminação de informações falsas. A transparência em
relação à autoria das criações, o risco de plágio e os vieses culturais, raciais e de gênero
são outros pontos que levam a uma série de preocupações quanto a seu uso e
disseminação.
Na área do audiovisual, as técnicas de animação e motion graphics oferecem
dinamismo ao conteúdo visual na web. Desde pequenos elementos animados em
websites até vídeos explicativos e comerciais. Entre os elementos animados, têm-se
emojis, GIFs, ícones e interfaces interativas nos sites.
Já, para a produção de vídeos maiores, tem-se diversos editores de vídeos
digitais. Além de, inteligências artificias que auxiliam nessa tarefa, além de sites com
grande base de elementos para se usar nas edições. Como áudios de efeitos sonoros,
efeitos visuais, clipes de vídeos, transições, elementos 3d, gráficos e infográficos.
Como forma de distribuição, existem as plataformas de streaming, como
YouTube e Vimeo, que possibilitam a distribuição do conteúdo audiovisual para
audiências globais. Já nas redes sociais, a produção de vídeos curtos, tutoriais e vlogs
são populares.
No entanto, é preciso notar que os vídeos, especialmente em redes sociais,
podem ser efêmeros e eles lutam para se destacar em meio a muitas informações. Lidar
com essa mudança constante e criar obras que não só chamem atenção, mas também
resistam ao teste do tempo na era digital torna-se crucial.
Todas essas técnicas e suportes digitais só foram possíveis devido à evolução da
web. Sendo que, nos estágios iniciais da web, as limitações tecnológicas impuseram
desafios significativos à produção de conteúdo visual e audiovisual.
Contudo, o seu advento, também trouxe consigo uma transformação
significativa na produção desse conteúdo. Desse modo, a facilidade de acesso à internet
e o crescimento exponencial das plataformas online redefiniram não apenas a maneira
como consumimos mídia, mas também como ela é produzida.
Nos primórdios da web, segundo Tim Kadlec (2013) em seu livro “Implementing
Responsive Design” os sites eram rígidos e possuíam uma largura fixa, projetados
principalmente para serem visualizados em monitores de computadores desktops. Estes
sites, não conseguiam suportar muitos tipos de mídias, devido à capacidade limitada dos
dispositivos e da internet. Contudo, com a evolução que logo se seguiu, surgiu
computadores mais potentes, smartphones e tablets. Dando início a uma expansão na
diversidade de dispositivos e tecnologia disponível.
Com o avanço rápido da web e a diversidade dos suportes digitais, os sites
começaram a disponibilizar diversos tipos de mídias, e os desenvolvedores e designers
se viram diante do desafio de criar sites que se adequassem a essas novas formas de
conteúdo, tais como imagens, animações, sons e vídeos.
Essa evolução não apenas expandiu as possibilidades de expressão online, mas
também demandou a implementação de técnicas inovadoras para garantir uma
experiência de usuário fluida e atrativa. A necessidade de adaptação a diferentes
dispositivos e formatos tornou-se essencial, impulsionando o desenvolvimento do
design responsivo e influenciando a maneira como concebemos e interagimos com o
conteúdo na era digital.
5. Apropriações sociais, econômicas e culturais da web a partir de
recursos técnicos/tecnológicos contemporâneos;

A expansão acelerada da web nas últimas décadas não apenas revolucionou a


forma como interagimos digitalmente, mas também desencadeou apropriações
significativas nas esferas sociais, econômicas e culturais. Essas mudanças, segundo Philip
B. Meggs (2009) em seu livro “A História do Design Gráfico" são intrinsecamente
entrelaçadas aos avanços tecnológicos contemporâneos, moldando um novo cenário na
intersecção entre a sociedade e a tecnologia.
Com o advento da computação, parte da mídia entrou na era digital. A transição
de métodos analógicos para digitais revolucionou as técnicas de produção,
proporcionando maior flexibilidade e eficiência. Esse avanço possibilitou não apenas a
manipulação mais precisa de elementos visuais e sonoros, mas também abriu portas
para a convergência de diferentes formas de mídia em plataformas integradas.
Manovich (2002), em seu livro: “The language of new media”, define as novas
mídias como sendo a tradução de todas as mídias existentes em dados numéricos
acessíveis por computadores. De acordo com ele, a lógica cultural tradicional pode ser
significativamente influenciada pela lógica do computador uma vez que “as novas mídias
são criadas nos computadores, distribuídas via computadores, armazenadas e
arquivadas nos computadores”.
Desse modo, a digitalização transformou a criação, edição e distribuição de
conteúdo, como também moldou a maneira como consumimos e interagimos com a
informação, resultando em uma revolução significativa na paisagem mediática
contemporânea. Quanto aos suportes tecnológicos, tem-se, agora, computadores
avançados, tablets, smartphones, Realidade Virtual (VR), Realidade Aumentada (AR),
inteligências artificiais (IAs), softwares, aplicativos e websites especializados.
O advento da web neste contexto tecnológico, marcou o início de uma
revolução digital que transformou radicalmente as dinâmicas sociais. Com a proliferação
de redes sociais, plataformas de compartilhamento e espaços online colaborativos, as
interações sociais transcenderam as fronteiras físicas. A web tornou-se um espaço para
conexões globais, promovendo o diálogo e a colaboração entre indivíduos de diferentes
partes do mundo.
Só no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE a
internet já estava presente em 90,0% dos domicílios do país em 2021. No que diz
respeito à conectividade global, a web permite uma interação instantânea.
A colaboração internacional está cada vez mais acessível, possibilitando
parcerias entre empresas, pesquisadores, artistas e comunidades de diferentes regiões.
Impulsionando a troca de conhecimentos e experiências. Esse aspecto da conectividade
não apenas fortalece as relações, mas também contribui para a disseminação rápida de
ideias e soluções inovadoras em uma escala global.
No âmbito econômico, a web se consolidou como um poderoso motor de
inovação e comércio. Empresas têm utilizado plataformas online para alcançar novos
mercados, estabelecer modelos de negócios inovadores e otimizar processos. A
economia digital, impulsionada por recursos técnicos avançados, redefine a natureza do
trabalho, promovendo a flexibilidade e a conectividade global.
Além disso, a web proporciona um ambiente propício para o surgimento de
startups e empreendimentos de pequeno porte. Com custos operacionais muitas vezes
mais acessíveis em comparação aos modelos tradicionais, as plataformas online
oferecem às startups a chance de competir em pé de igualdade no mercado,
fomentando a diversidade e a inovação.
A cultura contemporânea também foi profundamente influenciada pela web. A
criação e disseminação de conteúdo cultural ocorrem em plataformas digitais, seja na
forma de memes, GIFs, músicas, vídeos virais ou expressões artísticas exclusivas do meio
online. A web se tornou um espaço dinâmico para a construção de identidades culturais,
desafiando e redefinindo normas tradicionais.
Além disso, a web proporciona um ambiente onde a diversidade cultural é
celebrada e compartilhada globalmente. A internet contribuiu para a formação de uma
cultura global interconectada, na qual as fronteiras físicas muitas vezes se tornam menos
relevantes. Essa interação cultural online influencia a forma como as pessoas percebem
e valorizam a diversidade, promovendo um diálogo intercultural.
Entretanto, esse panorama não está isento de desafios éticos. Questões
relacionadas à privacidade, segurança e equidade digital emergem como preocupações
cruciais. Como, a disparidade de acesso à web e às tecnologias digitais cria uma divisão
digital entre aqueles que têm pleno acesso aos recursos online e aqueles que ainda
enfrentam restrições. Isso ressalta a importância de abordar não apenas as
oportunidades, mas também os desafios associados à apropriação tecnológica.
Uma das questões éticas apontas está no uso da inteligência artificial na
personalização de conteúdo, principalmente sobre a manipulação da informação. Sendo
um ponto crítico, a questão da desinformação e fake News através da criação de
deepfakes (vídeos ou imagens manipulados para parecerem autênticos), que ganharam
destaque na era digital.
A rápida disseminação de informações falsas e a manipulação de conteúdo
online destacam a necessidade de abordagens éticas na produção, disseminação e
consumo de informações na web. A educação digital torna-se uma ferramenta vital para
capacitar os usuários a discernirem informações confiáveis, promovendo uma
participação crítica e informada na sociedade digital.
O uso das inteligências artificiais também levanta questões quanto
transparência em relação à autoria das criações, o risco de plágio e os vieses culturais,
raciais e de gênero que podem ser amplificados.
O uso de algoritmos também levanta outras questões como o viés algorítmico,
que podem refletir e até amplificar preconceitos existentes na sociedade. Se os dados
usados para treinar esses algoritmos contêm vieses raciais, os resultados podem ser
discriminatórios, afetando grupos específicos de maneiras injustas.
Diante do cenário dinâmico e complexo da era digital, é inegável que a
apropriação tecnológica proporciona inúmeras oportunidades, transformando a
maneira como interagimos, aprendemos e nos comunicamos. No entanto, este
panorama não está isento de desafios éticos que demandam uma atenção crítica e
abrangente.
Assim, a era digital, embora repleta de promessas, exige uma abordagem ética
e responsável para garantir que os benefícios da tecnologia sejam equitativamente
compartilhados, respeitando os princípios fundamentais da justiça, transparência e
respeito pelos direitos individuais.
Em síntese, as apropriações sociais, econômicas e culturais da web na era
tecnológica contemporânea são um fenômeno dinâmico. À medida que nos adaptamos
a esse novo paradigma, é essencial abordar não apenas os benefícios, mas também os
desafios que surgem nesse cenário em constante transformação, garantindo que a web
continue a ser um espaço inclusivo, inovador e ético.
6. Formas expandidas de videoclipes para web: edição, produção e
disponibilização online;

Com a ascensão da web, os videoclipes evoluíram além das limitações


tradicionais das telas de televisão. A expansão para o ambiente digital trouxe consigo
uma revolução nas formas de edição, produção e disponibilização online dessas peças
visuais. Nesse contexto, a criatividade floresceu, e novas possibilidades foram
exploradas.
A produção de videoclipes para a web é um processo complexo que envolve
uma cuidadosa combinação de técnicas específicas. Antes mesmo de iniciar as
filmagens, a fase de roteiro e pré-produção é fundamental, onde a história é concebida,
locações são escolhidas e todos os detalhes são minuciosamente planejados.
Durante a filmagem, a captura de imagens é realizada com o auxílio de câmeras
profissionais, smartphones de alta qualidade ou câmeras especializadas para
videoclipes. A atenção à iluminação, composição e movimentos de câmera é essencial
para garantir uma qualidade visual.
Após as filmagens, a etapa de edição é crucial, sendo realizada com ferramentas
avançadas como Adobe Premiere ou Final Cut Pro. Aqui, o material filmado é organizado,
cortado e aprimorado. Efeitos visuais e animações podem ser adicionados para criar
elementos visuais únicos, desde gráficos em movimento até animações 2D ou 3D.
A colorização e gradação são passos importantes para ajustar a paleta de cores
do videoclipe, criando a atmosfera desejada. A sincronização com a música é um aspecto
fundamental, garantindo que as cenas estejam alinhadas com o ritmo e a letra da
música, resultando em uma experiência audiovisual coesa.
Além disso, muitos videoclipes incorporam efeitos visuais especiais, e a
animação é frequentemente utilizada para adicionar elementos dinâmicos. Após a
edição completa, o videoclipe passa por revisões finais antes de ser exportado em um
formato adequado para distribuição.
Entretanto, atualmente, a edição de videoclipes para a web pode transcender
as restrições convencionais de tempo e estrutura. Enquanto os videoclipes tradicionais
muitas vezes seguiam um formato linear, a web permite experiências mais interativas e
não lineares. A fragmentação do conteúdo, a criação de loops visuais e a incorporação
de elementos interativos são estratégias comuns para engajar a audiência online de
maneiras inovadoras.
A produção de videoclipes para web também abraça a experimentação visual.
Técnicas como animação digital, realidade aumentada (RA) e realidade virtual (RV) são
incorporadas para criar experiências imersivas. Elementos de RA podem sobrepor
camadas digitais ao ambiente real, enquanto a RV cria ambientes totalmente imersivos,
proporcionando aos espectadores uma experiência visual única. A natureza multimídia
da web possibilita a fusão de elementos visuais, sonoros e interativos, proporcionando
uma riqueza de estímulos sensoriais aos espectadores.
A disponibilização online dos videoclipes, por sua vez, rompe as barreiras
geográficas e temporais. Plataformas de compartilhamento de vídeos, redes sociais e
sites especializados oferecem uma vitrine global de artistas e diretores. Além disso,
estratégias como lançamentos exclusivos online e transmissões ao vivo conectam os
artistas diretamente ao seu público, promovendo uma experiência mais participativa.
A disponibilidade instantânea e global dessas produções transcende fronteiras
físicas, permitindo que artistas alcancem audiências ao redor do mundo de maneira
rápida e eficaz. Plataformas como YouTube, Vimeo e outras redes sociais oferecem uma
oportunidade de divulgação global para artistas novos e sem muitos recursos
financeiros, democratizando o acesso à música e à expressão visual.
Estratégias de lançamento exclusivas online e transmissões ao vivo
proporcionam interações diretas entre artistas e fãs. Essa abordagem cria uma dinâmica
mais participativa, onde os espectadores podem se envolver instantaneamente com o
conteúdo, expressar suas opiniões e até mesmo contribuir para o diálogo artístico. A
capacidade de compartilhar e comentar, amplifica o alcance orgânico dos videoclipes,
gerando conversas em tempo real e estabelecendo uma conexão mais imediata e
autêntica entre a criação artística e seu público.
Embora a web ofereça uma plataforma poderosa para a divulgação de
videoclipes, também há alguns malefícios associados a ela. Como a sua efemeridade. A
web possui uma enorme quantidade de conteúdo que é compartilhado diariamente, os
videoclipes podem se perder em meio a outras postagens, diminuindo sua visibilidade
ao longo do tempo.
Outro problema, é a qualidade visual e auditiva, que pode ser comprometida.
Já que, as redes sociais frequentemente comprimem vídeos e alteram o seu formato
para otimizar o carregamento e a reprodução, impactando na experiência do espectador.
Além disso, embora as redes sociais sejam eficazes para a promoção, muitas
delas não oferecem modelos de monetização direta para os criadores de conteúdo. Isso
pode representar um desafio para artistas que buscam retorno financeiro por meio de
suas produções.
Apesar disso, as formas expandidas de videoclipes para a web representam uma
evolução significativa no cenário audiovisual contemporâneo. A liberdade criativa
proporcionada pela web não apenas impulsiona, mas também estimula a inovação em
áreas como edição, produção e distribuição, moldando assim uma nova era de narrativas
visuais interativas que desafiam e redefinem os padrões tradicionais.
7. Usabilidade e interatividade em ambientes web: definição,
planejamento e execução;

A usabilidade e interatividade em ambientes web desempenham papéis


cruciais na criação de experiências digitais bem-sucedidas. Esses elementos não apenas
influenciam a forma como os usuários interagem com um site, mas também afetam
diretamente sua satisfação e eficácia. Vai ser explorado nessa dissertação a definição, o
planejamento e a execução desses aspectos fundamentais.
Começando pela usabilidade ela é definida pela NBR ISO 9241-11 (2002, p.3),
como a "Medida na qual um produto pode ser usado por usuários específicos para
alcançar objetivos específicos com eficácia, eficiência e satisfação em um contexto
específico de uso."
Jordan (2002) em seu livro “An introduction to usability “ define a eficácia como
o acesso correto a determinadas informações e à produção dos resultados esperados; Já
a eficiência se refere à quantidade de esforço e recursos necessários para alcançar esses
resultados e pôr fim a satisfação; sendo uma medida para o conforto e a receptividade
de um produto.
Partindo para a interatividade, de acordo com Kiousis (2002) em seu artigo
“Interactivity: a concept explication” , as suas definições, do ponto de vista da ciência
da computação e do Design, gradualmente vêm sendo focadas no usuário. Contudo,
as definições de interatividade normalmente divergem entre dois pontos distintos, como
pode ser visto na definição dos dois autores a seguir.
Para Rafaeli (1988) no capitulo 4 da revista SAGE “Interactivity: From New
Media to Communication“, a Interatividade apresenta relações diretas com o
contexto comunicacional, como os relacionamentos por mensagens ou canais. Para este
autor, o foco está na comunicação entre os usuários e a interatividade é um atributo
desse processo, e não da tecnologia que o está mediando.
Entretanto, para Para Sundar (2004) em seu artigo Theorizing Interactivity’s
Effects, a Interatividade é um atributo da tecnologia e não do usuário, pois se uma
pessoa tem habilidades adequadas para usar uma interface específica, ela pode ser
avaliada como muito interativa. Se o usuário não tem habilidades, pode ser classificado
como muito pobre.
Em síntese, a interatividade em ambientes web, conforme delineado por
diferentes perspectivas como a de Rafaeli (1988) e Sundar (2004), reflete uma evolução
nas definições, com foco crescente no usuário. Rafaeli (1988) destaca a interatividade
como um elemento intrínseco aos relacionamentos comunicacionais, direcionando a
atenção para a dinâmica entre os usuários em um contexto de mensagens e canais. Em
contraste, Sundar (2004) enfatiza a interatividade como um atributo da tecnologia,
vinculando-a às habilidades do usuário para operar uma interface específica.
Essas distintas abordagens ilustram a complexidade do conceito de
interatividade e sua interpretação no contexto digital. Entretanto, ao considerarmos a
perspectiva do usuário e a influência da tecnologia, podemos aprimorar o design de
ambientes web, garantindo experiências mais ricas e adaptáveis. Nesse cenário
dinâmico, a interatividade continua a desempenhar um papel fundamental na criação
de interfaces digitais.
Para essa criação, é preciso antes, iniciá-la com o planejamento da usabilidade
e interatividade. Que começa pela compreensão do público-alvo e dos objetivos do site.
É crucial identificar as necessidades e expectativas dos usuários para criar interfaces
intuitivas. A estrutura da informação, a navegação e a disposição dos elementos devem
ser cuidadosamente planejadas para garantir uma experiência fluida.
Além disso, a criação de wireframes e protótipos pode ser uma etapa valiosa no
planejamento da usabilidade. Essas representações visuais preliminares permitem testar
conceitos e fluxos de interação antes da implementação completa, possibilitando ajustes
com base no feedback obtido.
Também é imperativo considerar a acessibilidade, garantindo que o site seja
utilizável por pessoas com diversas habilidades e necessidades. Elementos como
contraste, legibilidade de texto e navegação por teclado são essenciais para criar uma
experiência inclusiva.
Quanto à interatividade, estratégias como feedback instantâneo, animações
sutis e interfaces responsivas contribuem para uma sensação de envolvimento e fluidez.
A interação deve ser intuitiva, antecipando as ações dos usuários e respondendo de
maneira consistente.
Na busca por aprimorar a interatividade em ambientes web, é fundamental
considerar uma variedade de estratégias que transcendam a mera resposta às ações dos
usuários. O feedback instantâneo, por exemplo, pode ser potencializado através de
micro interações, pequenos elementos visuais ou sonoros que comunicam claramente o
resultado de uma ação.
Além disso, a incorporação de animações, quando aplicadas com cuidado,
pode, não apenas, enriquecer visualmente a interface, mas também guia o usuário de
forma intuitiva, tornando o processo de navegação mais natural e agradável.
A adoção de interfaces responsivas, que se adaptam de maneira dinâmica a
diferentes dispositivos e tamanhos de tela, é outro ponto importante na promoção da
interatividade. Isso não apenas atende à diversidade crescente de dispositivos utilizados
pelos usuários, mas também cria uma experiência consistente, independentemente do
meio de acesso.
Além disso, a antecipação das ações dos usuários é um princípio crucial. Isso
implica não apenas em reagir prontamente a comandos, mas também em prever as
necessidades dos usuários e oferecer opções relevantes antes mesmo que sejam
explicitamente solicitadas. Esse aspecto proativo contribui significativamente para a
sensação de fluidez, pois reduz o esforço cognitivo necessário para atingir objetivos
específicos.
Como pode ser visto, a execução bem-sucedida dessas etapas demanda uma
colaboração efetiva entre designers, desenvolvedores e especialistas em experiência do
usuário. Testes de usabilidade contínuos, análises de métricas e feedback constante são
fundamentais para ajustar e otimizar o site ao longo do tempo, assegurando que a
usabilidade e interatividade permaneçam alinhadas aos objetivos do público-alvo e do
site.
A integração harmoniosa entre usabilidade e interatividade não só simplifica a
interação do usuário, como também promove a retenção e o engajamento. Ao dar
prioridade a esses elementos desde a fase conceitual até a implementação, os
desenvolvedores de ambientes web conseguem garantir que suas plataformas atendam
de maneira eficaz às necessidades dos usuários. Essa abordagem centrada no usuário
não apenas facilita a utilização das interfaces, mas também cria experiências digitais que
são mais memoráveis, satisfatórias e propensas a manter os usuários envolvidos ao
longo do tempo.

KIOUSIS, S. Interactivity: a concept explication. New Media & Society. Vol. 4: 355, 2002.
Disponível em:<http://nms.sagepub.com/content/4/3/355.full.pdf+html>. Acesso em:
05 de setembro de 2012.

RAFAELI, S. Interactivity: From New Media to Communication. 1988. [Online]


Disponível em: <http://gsb.haifa.ac.il/~sheizaf/interactivity/Rafaeli_interactivity.pdf>
Acesso em: 24 de agosto de 2012. Cap. 4, p. 110-134.

SUNDAR, S. S. Theorizing Interactivity’s Effects. The Information Society, Vol. 20:


385-389, 2004. Disponível em:
<http://crx.sagepub.com/content/30/1/30.full.pdf+html>. Acesso em: 19 de fevereiro
de 2013.

JORDAN, P. W. An introduction to usability. London: Taylor & Francis, 2002.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 9241: ergonomia da interação


humano-sistema. Parte 11: orientações sobre usabilidade. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.
8. Comunicação visual digital: processos, técnicas e linguagens;
A comunicação visual digital emerge como um campo dinâmico e
transformador na era contemporânea, moldando a maneira como compartilhamos
informações, experiências e narrativas visuais. Neste contexto, a fusão da comunicação
visual com as possibilidades oferecidas pelo ambiente digital proporciona um cenário
rico e diversificado.
Ao explorar a interseção entre elementos visuais e tecnologia, este texto busca
desvendar as nuances e complexidades que permeiam a comunicação visual digital,
destacando seu papel crucial na construção de significados e conexões em um mundo
cada vez mais digitalizado.
Segundo Bruno Munari (1997) em seu livro “design e comunicação visual” a
comunicação visual inicia a partir da construção das mensagens visuais, que podem ser
decompostas em duas partes: o suporte, que é o elemento que a torna visível como
textura, forma, estrutura, módulo e movimento, e a informação trazida pela mensagem.
O suporte é estudado nos fundamentos da linguagem visual, descritos por
Dondis (1997) em seu livro “Sintaxe da linguagem visual”, sendo eles ponto, linha,
forma, cor, direção, textura, movimento, dentre outros. Já a informação, é trabalhada no
processo da percepção humana que, ao usar os elementos da linguagem visual descritos
e suas diferentes composições, contribui para a construção da mensagem a ser passada
ao receptor.
Entretanto, o segmento da informação é mais subjetivo e, para uma mensagem
chegar ao receptor, segundo Munari (1997), ela acaba passando por três filtros:
Filtro sensorial: Tem sua base nos sentidos humanos. Por exemplo, pessoas
daltônicas veem as cores de maneira diferente, e mensagens baseadas na cor são
anuladas ou não entendidas;
Filtro operativo: depende das características psicofisiológicas constitutivas do
receptor; uma pessoa de determinada idade entende a mensagem de modo diferente
de uma pessoa mais velha ou mais nova que ela;
Filtro cultural: só passam as mensagens que o receptor reconhece; as que fazem
parte do seu universo e de sua memória.
Por fim, entende-se que, para se construir uma mensagem visual
compreensível, é preciso que o seu suporte construa todas as informações necessárias,
para a mensagem passar pelos filtros do receptor e poder ser entendida.
Já a comunicação visual no meio digital representa uma interseção dinâmica
entre a expressão artística e os meios tecnológicos. No cerne desse campo, encontramos
processos intrincados que envolvem a manipulação digital de elementos visuais.
Técnicas avançadas, como o design gráfico digital e a produção de mídia interativa, que
convergem para criar experiências visuais distintas.
Isso se deve, ao advento da computação, que com a transição de métodos
analógicos para softwares revolucionou as técnicas de produção, proporcionando maior
flexibilidade e eficiência. Esse avanço possibilitou não apenas a manipulação mais
precisa de elementos visuais, mas também abriu portas para a convergência de
diferentes formas de imagens em plataformas integradas.
A digitalização não apenas transformou a criação, edição e distribuição de
conteúdo, mas também moldou a maneira como consumimos e interagimos com a
informação, resultando em uma revolução significativa na paisagem mediática
contemporânea.
Manovich (2002), em seu livro: “The language of new media”, define as novas
mídias como sendo a tradução de todas as mídias existentes em dados numéricos
acessíveis por computadores. De acordo com ele, a lógica cultural tradicional pode ser
significativamente influenciada pela lógica do computador uma vez que “as novas mídias
são criadas nos computadores, distribuídas via computadores, armazenadas e
arquivadas nos computadores”.
Algumas das novas ferramentas de produção dessa mídia são: câmeras digitais
avançadas, smartphones equipados com recursos multimídia, sistemas baseados em
inteligência artificial que auxiliam na criação e edição de conteúdo, além de uma
variedade de editores de imagens e softwares especializados. Essa transição para o
digital não apenas ampliou as possibilidades criativas, mas também facilitou o acesso e
a utilização de diversas ferramentas de produção de mídia.
No domínio da criação de fotografias para web, vale ressaltar, a forte influência
dos Smartphones e redes sociais. Eles proporcionaram a diversas pessoas a capacidade
de capturar momentos e divulgá-los instantaneamente.
O surgimento de aplicativos de edição de fotos também trouxe ferramentas
poderosas para a ponta dos dedos desses usuários. Essas ferramentas possibilitam
aprimorar, ajustar e personalizar imagens de maneiras antes reservadas a profissionais.
Isso acabou influenciando estilos estéticos e criativos na fotografia digital.
Já no campo da criação de imagens digitais, tem-se uma série de softwares
como o Photoshop, Gimp e Illustrator que acabaram criando uma mudança estética na
linguagem visual. Elementos como paletas de cores vibrantes, o uso da luz dos próprios
dispositivos, uso de camadas, as animações fluidas e o uso inteligente do espaço tornam-
se essenciais para transmitir a intenção artística.
Em complemento, o design gráfico digital é um pilar fundamental da
comunicação visual digital, abrangendo a criação de elementos visuais através desses
softwares especializados que permitem aos designers explorarem um vasto leque de
possibilidades, desde a manipulação de imagens até a concepção de ilustrações digitais.
A habilidade de sintetizar conceitos e mensagens visualmente torna-se essencial nesse
contexto, onde a estética e a eficácia comunicativa caminham lado a lado.
Outra ferramenta para criação de imagens, são as inteligências artificias (IA),
que estão introduzindo uma série de técnicas avançadas que impactam diversas áreas,
como arte digital, design gráfico, fotografia e vídeos. Elas são capazes de criar imagens
completamente novas de forma autônoma. Isso é feito através do treinamento da IA em
um grande conjunto de dados de imagens.
Contudo, essas inteligências artificiais já se encontram no meio de grandes
discussões, como a importância de se considerar questões éticas, como o uso
responsável da tecnologia, evitando a criação de deepfakes (vídeos ou imagens
manipulados para parecerem autênticos). Pois, isso levanta preocupações sobre a
segurança da informação e a disseminação de informações falsas. Outras questões são
a transparência em relação à autoria das criações, o risco de plágio e os vieses culturais,
raciais e de gênero que levam a uma série de preocupações quanto a seu uso e
disseminação.
Na área do audiovisual, as técnicas de animação e motion graphics oferecem
dinamismo ao conteúdo visual digital. Desde pequenos elementos animados em
websites até vídeos explicativos e comerciais. Entre os elementos animados, têm-se
emojis, GIFs, ícones e interfaces interativas nos sites.
Já, para produção de vídeos maiores, tem-se diversos editores de vídeos
digitais. Além de, inteligências artificias que auxiliam nessa tarefa, além de sites com
grande base de elementos para se usar nas edições. Como áudios de efeitos sonoros,
efeitos visuais, clipes de vídeos, transições, elementos 3d, gráficos e infográficos.
Como forma de distribuição, existem as plataformas de streaming, como
YouTube e Vimeo, que possibilitam a distribuição do conteúdo audiovisual para
audiências globais. Já nas redes sociais, a produção de vídeos curtos, tutoriais e vlogs
são populares.
No entanto, é preciso notar que os vídeos, especialmente em redes sociais,
podem ser efêmeros e eles lutam para se destacar em meio a muitas informações. Lidar
com essa mudança constante e criar obras que não só chamem atenção, mas também
resistam ao teste do tempo na era digital torna-se crucial.
Todas essas técnicas e suportes digitais só foram possíveis devido à evolução da
web e tecnologias de suportes digitais. Desse modo, a facilidade de acesso à internet e
o crescimento exponencial das plataformas online redefiniram não apenas a maneira
como vivenciamos a comunicação visual, mas também como ela é produzida.
Além disso, a produção de mídia interativa introduz dinamismo às narrativas
visuais. A combinação de elementos visuais com interatividade oferece uma experiência
mais inovadora. Técnicas como a criação de interfaces de usuário intuitivas e a integração
de elementos animados potencializam a capacidade de transmitir informações de
maneira eficaz.
A linguagem da comunicação visual digital transcende fronteiras, aproveitando
ícones, cores, tipografia e layout para comunicar mensagens de maneira universal. A
escolha cuidadosa desses elementos não apenas agrega significado, mas também
influencia a percepção e a resposta emocional do público.
Em resumo, a comunicação visual digital é um campo vasto e em constante
evolução, onde processos, técnicas e linguagens convergem para criar experiências
visuais impactantes. Essa interação entre criatividade e tecnologia redefine
continuamente a forma como nos conectamos e expressamos visualmente em um
mundo cada vez mais digitalizado.
MUNARI, B. Design e comunicação visual: contribuição para uma metodologia didática.
Tradução: Daniel Santana. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
DONDIS, D. A. Sintaxe da linguagem visual. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
9. Design de recursos e/ou serviços voltados à inclusão e
acessibilidade de PNE em ambientes web

O design de recursos e serviços voltados à inclusão e acessibilidade de PNE


(Pessoas com Necessidades Especiais) em ambientes web desempenha um papel crucial
na construção de uma internet mais inclusiva e equitativa. É preciso garantir a criação
de interfaces digitais acessíveis, para que as pessoas, independentemente de suas
habilidades ou limitações, possam navegar, interagir e usufruir plenamente dos
conteúdos disponíveis online.
Por acessibilidade, a lei brasileira de número 10.098, entende que todas as
pessoas com necessidades especiais, tenham a possibilidade, com segurança e
autonomia, de utilizar espaços urbanos, edificações, transportes, sistemas de
comunicação e tecnologias. Assim, refletir sobre as barreiras que causam dificuldades as
PNE é de extrema importância, porque isto propõe o repensar de práticas e propostas
que podem melhorar a qualidade de vida destas pessoas e sua inclusão digital.
Um dos pilares fundamentais para inclusão das PNE no ambiente da web é a
conformidade dos sites com as diretrizes de acessibilidade. Como as estabelecidas pelas
Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG 2.0). Essas diretrizes
estabelecem os seguintes princípios:
Perceptibilidade: no contexto de acessibilidade digital, engloba a essência de
tornar informações e componentes da interface do usuário não apenas visíveis, mas
também apresentados de maneira clara e facilmente discernível. Isso envolve a escolha
de esquemas de cores contrastantes, a utilização de fontes legíveis e a adoção de práticas
que garantam a visibilidade efetiva de elementos cruciais.
Operabilidade: é um princípio que se concentra em proporcionar a todos os
usuários a capacidade de interagir e navegar pelo conteúdo de forma eficaz,
independentemente do dispositivo ou tecnologia assistiva que estão utilizando. Isso
pode incluir a concepção de interfaces que respondem a diferentes métodos de entrada,
como teclado, mouse, toque ou comandos de voz, garantindo uma experiência inclusiva.
Compreensibilidade: busca facilitar a compreensão do conteúdo e das
operações do site. Isso implica em promover a clareza e a consistência na apresentação
das informações, adotando uma linguagem simples e direta, além de fornecer
orientações claras sobre a estrutura e a funcionalidade do site.
Robustez: no âmbito da acessibilidade, assegura que o conteúdo do site seja
robusto o suficiente para ser interpretado consistentemente por diferentes tecnologias
e usuários. Isso envolve a implementação de padrões web atualizados, a consideração
de diversas plataformas e a realização de testes rigorosos para garantir a
interoperabilidade com tecnologias assistivas, contribuindo para uma experiência
acessível e confiável.
Esses princípios formam a base de um design inclusivo, refletindo o
compromisso de criar ambientes digitais que atendam às necessidades de todos os
usuários.
A empresa Apple (1995) em seu guia “Macintosh Human Interface Guidelines”
e o autor Galitz (2007) em seu livro “The Essential Guide to User Interface Design”,
também ressaltam a importância durante a construção de qualquer projeto que o
designer se atente ao princípio de usabilidade para a acessibilidade, sendo que o
objetivo desse princípio é auxiliar a se projetar para o maior número de pessoas possível,
considerando que o seu público pode variar em idade, habilidades e muitos podem ter
limitações físicas e cognitivas.
Para estes autores, o objetivo do designer deve ser o de projetar não mais para
a pessoa “média” e sim considerar as peculiaridades e limitações de vários públicos,
buscando dentro do possível atender as necessidades do maior número possível. Por
fim, Galitz (2007) ainda diz que o designer também deve pensar nos diferentes tipos de
deficiências ao se projetar.
Contudo, a inclusão de recursos acessíveis vai além de meras adaptações
técnicas; ela representa um compromisso abrangente em proporcionar uma experiência
digital enriquecida e acessível para todas as pessoas.
A descrição de texto para imagens, por exemplo, não apenas beneficia usuários
com deficiência visual, mas também contribui para melhorar a compreensão e a
indexação de conteúdo para motores de busca, beneficiando a todos os usuários.
As legendas em vídeos não apenas auxiliam aqueles com deficiência auditiva,
mas também permitem que usuários em ambientes onde o áudio não é prático tenham
acesso ao conteúdo. Essa prática torna o material audiovisual mais inclusivo e versátil.
A navegação por teclado é essencial para pessoas com dificuldades motoras ou
que dependem de dispositivos de assistência, garantindo que todas as funções do site
possam ser acessadas sem o uso do mouse. Isso amplia significativamente a
acessibilidade para uma variedade de usuários.
O contraste visual aprimorado não apenas beneficia usuários com deficiências
visuais, mas também melhora a legibilidade para todos os usuários, especialmente em
condições de iluminação variáveis. Isso contribui para uma experiência mais agradável e
eficiente, independentemente das capacidades individuais.
Criar menus de navegação claros e simplificados, que possam ser
compreendidos e percorridos facilmente por leitores de tela, auxilia usuários com
deficiência visual ou dificuldades de leitura. Como também, torna a interação mais
intuitiva para todos.
Oferecer um modo noturno com esquemas de cores mais suaves pode
beneficiar usuários com sensibilidade à luz, como também os que preferem uma
experiência mais confortável durante a noite.
Como pode ser visto nos exemplos acima, a inclusão de recursos acessíveis
facilita a integração das pessoas com necessidades especiais nos ambientes web, como
também estes mesmos recursos podem beneficiar diversos outros usuário em outros
contextos.
A consideração de diversas necessidades, como mobilidade, audição, visão e
cognição, durante o processo de design, destaca o compromisso de criar ambientes
digitais que sejam verdadeiramente inclusivos.
A abordagem holística da acessibilidade não apenas atende a requisitos
técnicos, mas também reflete valores de equidade, diversidade e respeito pela
experiência única de cada usuário. Ao incorporar esses elementos práticos, o design
torna-se uma ferramenta poderosa para promover uma web verdadeiramente acessível
e enriquecedora para todos.
O design inclusivo vai além da simples conformidade com padrões, buscando
compreender as experiências únicas das PNE e oferecer soluções que respeitem e
valorizem sua diversidade. A criação de ambientes web acessíveis não apenas atende a
requisitos legais, mas também representa um compromisso ético e social em
proporcionar a todos uma participação plena na era digital.
Em suma, o design de recursos e serviços voltados à inclusão e acessibilidade
em ambientes web desempenha um papel crucial na construção de uma sociedade mais
justa e igualitária, garantindo que a tecnologia esteja verdadeiramente ao alcance de
todos.

BRASIL. lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Promoção da acessibilidade das pessoas


portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. Brasília, DF, dez, 2000. Disponível
em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10098.htm> Acessado em 15 de
novembro de 2018.

GALITZ, Wilbert O The Essential Guide to User Interface Design: An Introduction to GUI
Design Principles and Techniques. 2007. Disponível em: . Acesso em: 20 ago. 2022.

APPLE Computer, Inc. Macintosh Human Interface Guidelines: Human Interface


Principles. Reading, MA: Addison-Wesley, 1995.

W3C. Techniques for Web Content Accessibility Guidelines 1.0: W3C Note 6 November
2000. [S.l.], 2000. Disponível em: < https://www.w3.org/TR/WAIWEBCONTENT-
TECHS/wcag10-tech.html>. Acesso em: 10 ago. 2022.
10.Arquitetura da informação em ambientes digitais, arquivamento
digital e suas tecnologias.

A arquitetura da informação desempenha um papel crucial na organização e


acessibilidade de conteúdo em ambientes digitais. Trata-se do design estrutural e
organizacional que visa facilitar a navegação, busca e compreensão efetiva das
informações disponíveis. No contexto do arquivamento digital, essa disciplina se torna
ainda mais vital.
A arquitetura da informação em ambientes digitais desempenha um papel
crucial na organização e estruturação de dados para proporcionar uma experiência de
usuário fluida e eficiente. Em meio à vastidão de informações disponíveis online, a
arquitetura da informação atua como o alicerce invisível que sustenta a usabilidade e a
acessibilidade em plataformas digitais.
A organização lógica e hierárquica de conteúdos, aliada à criação de navegação
intuitiva, é central para a arquitetura da informação. Essa disciplina visa facilitar a
localização e compreensão de dados, otimizando o acesso do usuário aos recursos
desejados. Elementos como menus, categorizações e sistemas de busca são
estrategicamente implementados para guiar os usuários de forma eficaz através de
vastos conjuntos de informações.
Ne âmbito, a preocupação com a acessibilidade é essencial. Isso envolve não
apenas tornar o conteúdo compreensível para diferentes públicos, mas também garantir
que pessoas com deficiências tenham uma experiência digital inclusiva. A utilização de
descrições alternativas para imagens, a consideração de contrastes visuais e a facilitação
da navegação por meio de tecnologias assistivas são práticas fundamentais nesse
contexto.
Além disso, a evolução constante das tecnologias digitais exige uma abordagem
dinâmica na arquitetura da informação. A adaptação a dispositivos diversos, como
smartphones, tablets e computadores, é crucial para assegurar uma consistência na
experiência do usuário, independentemente do dispositivo utilizado.
Em resumo, a arquitetura da informação em ambientes digitais não se limita à
estruturação de dados, mas se estende à criação de interfaces que ofereçam
acessibilidade, usabilidade e compreensão eficaz. Ao criar uma base sólida para a
organização de informações, essa disciplina desempenha um papel fundamental na
construção de ambientes digitais coesos e eficientes.
Por fim, a arquitetura da informação desempenha um papel significativo no
arquivamento digital ao estruturar a disposição e a categorização dos dados. Sistemas
eficazes de arquivamento digital utilizam taxonomias bem definidas, metadados
detalhados e hierarquias claras para garantir que os usuários possam localizar e
recuperar informações de maneira intuitiva.
O arquivamento digital refere-se à prática de preservar e gerenciar
documentos, dados e informações de forma eletrônica. Com o advento da tecnologia
digital, os métodos tradicionais de arquivamento evoluíram para incorporar sistemas
digitais avançados. Essas tecnologias não apenas armazenam dados, mas também
facilitam o acesso rápido e eficiente a grandes volumes de informações.
No contexto da revolução tecnológica, ele representa uma transição
fundamental dos métodos convencionais de preservação de documentos e informações
para sistemas mais avançados e adaptáveis. Com a digitalização, não apenas os registros
físicos foram convertidos em formatos eletrônicos, mas todo o paradigma de gestão e
acessibilidade de dados passou por uma transformação profunda.
Nesse cenário, as tecnologias de arquivamento digital não se limitam apenas a
servir como repositórios estáticos de informações. Elas se tornaram sistemas dinâmicos
e interativos, proporcionando não apenas armazenamento, mas também
funcionalidades avançadas para classificação, busca, recuperação e compartilhamento
de dados. A capacidade de interconectar informações e permitir um acesso imediato a
grandes volumes de dados tem sido uma marca distintiva dessa evolução.
Além disso, o arquivamento digital não se restringe mais a simples
armazenamento de documentos eletrônicos. Ele abrange uma variedade de formatos,
como imagens, vídeos, áudios e dados estruturados, ampliando o escopo de
informações gerenciadas eletronicamente. Isso implica em sistemas mais complexos,
capazes de lidar com a diversidade de tipos de dados e garantir a integridade e segurança
dessas informações ao longo do tempo.
A transformação do arquivamento digital também está profundamente ligada à
ascensão de conceitos como nuvem computacional, que oferece uma infraestrutura
flexível para armazenar e acessar dados de maneira distribuída. A virtualização e
descentralização dos recursos de armazenamento representam uma mudança
paradigmática na forma como encaramos o arquivamento digital, tornando-o mais
escalável, resiliente e adaptável às demandas em constante evolução.
Em resumo, o arquivamento digital transcende a simples transposição de
documentos para o meio eletrônico; é uma mudança holística na abordagem à gestão
da informação, aproveitando as potencialidades da era digital para oferecer soluções
mais eficientes, flexíveis e dinâmicas.
Além disso, a implementação de tecnologias emergentes, como inteligência
artificial e aprendizado de máquina, tem transformado a arquitetura da informação em
ambientes digitais. Essas tecnologias auxiliam na automação de processos de
arquivamento, na identificação de padrões e na personalização da experiência do
usuário, aprimorando ainda mais a eficiência do arquivamento digital.
Em resumo, a arquitetura da informação desempenha um papel essencial na
criação de ambientes digitais bem organizados e acessíveis, enquanto o arquivamento
digital, impulsionado por tecnologias inovadoras, garante a preservação e o acesso
efetivo às informações em um mundo cada vez mais digitalizado. Essa integração de
práticas e tecnologias contribui para a construção de ecossistemas digitais coesos e
funcionais.

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