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DO PACIENTE
Profa. Dra. Cristiane Damiani Tomasi
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1 METAS DE SEGURANÇA
O PACIENTE
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Na Figura 1, estão ilustradas as metas de segurança do paciente preconizadas pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). São, portanto, seis metas de se-
gurança do paciente no Brasil, as quais serão apresentadas mais detalhadamente a
seguir.
A primeira meta do protocolo tem como objetivo garantir a identificação precisa dos
pacientes que recebem atendimento nos serviços de saúde. Embora possa parecer
simples, é um desafio constante para os profissionais de saúde, pois envolve a identi-
ficação exata do paciente. A identificação equivocada de um paciente ocorre quando
ele é confundido com outro, o que pode acontecer quando dois pacientes possuem
nomes semelhantes, especialmente em comunidades ou famílias numerosas. Vale
ressaltar que é necessário considerar as diferentes dinâmicas de atendimento de pa-
cientes nos diversos serviços de saúde, ou seja, a forma de identificação do paciente
na Atenção Primária à Saúde (APS) vai ser diferente da forma em que se faz essa
identificação na atenção hospitalar.
EXEMPLO
Essa falha pode ter graves consequências, como o fornecimento de medicação ou tratamento
incorretos com base em informações de saúde imprecisas ou inapropriadas. Além disso,
pode levar a erros em testes diagnósticos, em cirurgias ou em procedimentos médicos.
Outro exemplo de erro de identificação que pode ocorrer em hospitais é a confusão entre
pacientes com históricos médicos semelhantes ou idênticos. Essa situação pode levar a
confusões quanto aos diagnósticos, aos tratamentos e a medicamentos prescritos, o que
pode ter impactos significativos na segurança e no bem-estar do paciente.
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O erro associado à falha na identificação do paciente está relacionado a um erro ad-
ministrativo, e pode ser considerado menos prejudicial do que erros de medicação ou
diagnóstico. Há, no entanto, muita confusão e sobreposição entre essas categorias
e muitos erros de diagnóstico ou medicação têm um erro administrativo como sua
causa raiz. Existem muitos exemplos de graves danos e mortes resultantes de um erro
administrativo, como diagnósticos atrasados e perdidos devido à falha do sistema em
lembrar de pacientes com resultados anormais de exames.
• Nunca assumir que o paciente está no lugar certo – ou que é o paciente cor-
reto.
A segunda meta do PNSP tem como objetivo aprimorar a comunicação nos servi-
ços de saúde. As falhas na comunicação são uma das principais causas de eventos
adversos em todos os níveis de atenção à saúde. Um estudo realizado no Brasil,
por exemplo, constatou que as falhas na comunicação foram um fator significativo
na ocorrência de eventos adversos na APS (MARCHON; MENDES JUNIOR; PAVÃO,
2015).
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A comunicação é uma atividade constante e erros podem ocorrer em equipes de saú-
de. É fundamental estar atento a pontos críticos, como a prescrição ou a orientação
verbal ou telefônica, a transição de cuidados, a passagem de resultados de exames
e a orientação aos pacientes. O uso de ferramentas de comunicação pode contribuir
para uma comunicação mais eficaz, com um circuito fechado de informações. Isso
significa que a mensagem compreendida pelo receptor deve ser a mesma mensagem
transmitida pelo emissor. A comunicação eficaz é uma via de mão dupla.
Esse tipo de erro pode resultar em custos consideráveis para o sistema de saúde e
pode levar a readmissões hospitalares. Um estudo descobriu que as pessoas tinham
seis vezes mais chances de serem readmitidas no hospital dentro de três meses após
a alta devido a erros de comunicação.
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• Realizar treinamentos regulares em comunicação para todos os mem-
bros da equipe de saúde, incluindo habilidades interpessoais, trabalho
em equipe e resolução de conflitos;
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a temática tão importante que es-
colheu o tema "medicação sem danos" como o terceiro Desafio Global de Segurança
do Paciente, lançado em 2017. O protocolo do PNSP apresenta algumas medidas a
serem adotadas durante esses processos para garantir a segurança do paciente.
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orientação constituem a última etapa antes da administração ou utilização do medica-
mento pelo paciente. Essas etapas são representadas na figura a seguir.
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1,4 ASSEGURAR A CIRURGIA EM LOCAL DE INTERVENÇÃO,
PROCEDIMENTO E PACIENTE CORRETOS
O protocolo contém uma lista de verificação para ser utilizada antes, durante e após
o procedimento cirúrgico, de modo a visar a redução da ocorrência de eventos ad-
versos cirúrgicos. É fundamental que esse protocolo seja implementado em todos os
estabelecimentos de saúde que realizem procedimentos que impliquem em incisão
no corpo ou introdução de equipamentos endoscópicos, tanto dentro quanto fora do
centro cirúrgico, por qualquer profissional de saúde.
EXEMPLO
Um paciente pode ser submetido a uma cirurgia de remoção do rim direito quando o proble-
ma estava no rim esquerdo. Esse tipo de erro é mais comum em casos nos quais há mais de
uma patologia ou quando há falha na comunicação entre a equipe médica e o paciente, re-
sultando em confusão sobre qual é o procedimento correto a ser realizado. Esse tipo de erro
pode causar danos irreparáveis ao paciente, como perda de função de um órgão saudável,
além de atrasar o tratamento para a condição real que necessita de intervenção cirúrgica.
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É importante lembrar dos cinco momentos para a higiene das mãos, conforme o
Quadro 1.
Momento Comentário
Antes de realizar
procedimento Antes de procedimentos invasivos,
limpo ou limpeza de feridas ou curativos.
asséptico:
SAIBA MAIS
Profissionais de saúde tendem a pensar que higienizam as mãos mais do que realmente
fazem. O estudo conduzido com profissionais (médicos e equipe de enfermagem) atuantes
em um pronto atendimento (PA) mostra isso. Em 2017, os participantes da pesquisa relata-
ram uma taxa de adesão de higienização das mãos entre 72,5% e 76%. No entanto, outro
estudo realizado com profissionais do mesmo segmento de atuação (PA), mas que foram
observados pelos pesquisadores, revelou uma taxa de adesão de apenas 19,4%. Isso indica
que os profissionais realizam a lavagem das mãos com muito menos frequência do que
pensam. A autopercepção dos profissionais superestima a higienização das mãos. Esse fato
pode ocorrer facilmente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Existem técnicas específicas para a higiene das mãos quando se utiliza água e sabão
e quando se realiza a assepsia alcoólica. As mãos devem ser higienizadas com água e
sabonete quando estiverem visivelmente sujas, com tempo de duração de 40 a 60 se-
gundos. Senão, friccione-as com preparações alcoólicas durante 20 a 30 segundos.
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Figura 3 – Higiene das mãos com água e sabão
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) criou estratégias multimodais para promover
a melhoria da higiene das mãos. Elas estão descritas no quadro a seguir:
Mudança de sistema – acesso a um fornecimento contínuo e seguro de água, bem como de sabo-
nete líquido e papel-toalha;
Lembretes no local de Alertar e lembrar os profissionais de saúde sobre a importância da higiene das
trabalho mãos e sobre as indicações e procedimentos adequados para realizá-la.
As quedas podem ter diferentes impactos, como físico, psicológico ou social. A exem-
plo desses impactos podem ser citados: internações e óbito, diminuição da autocon-
fiança e atividades diárias, autonomia e independência.
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ATENÇÃO
A ocorrência de quedas dentro dos espaços dos serviços de saúde afeta a confiança do
paciente e da família naquela equipe e serviço, afeta a forma como é avaliada a qualidade
do cuidado, uma vez que o serviço de saúde é responsável pela garantia da segurança nos
espaços de atendimento.
Alguns passos que podem ser pensados para a prevenção de quedas são os seguin-
tes: 1) identificação do risco de queda; 2) avaliação do risco de queda; 3) prevenção
de quedas.
Caso venha a ocorrer a queda, os passos para avaliar o paciente são os seguintes:
• Identificar as lesões pós-queda e ofertar tratamento adequado;
• Identificar as causas intrínsecas e extrínsecas envolvidas na queda;
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• Implantar medidas preventivas com base nas causas identificadas;
• Notificar a queda e trazer a discussão dos fatores de risco e medidas de prevenção
junto à equipe de saúde, como forma de aprendizagem. Na APS, orientar pacientes
e familiares exemplificando os fatores de risco e construindo um plano de prevenção
conjunto.
A redução da lesão por pressão (LP) está também englobada nas metas para segu-
rança do paciente. A LP é caracterizada como uma lesão localizada na pele e/ou nos
tecidos moles subjacentes e normalmente ocorre em áreas de proeminências ósseas
ou em locais relacionados ao uso de dispositivos médicos. Essas lesões ocorrem de-
vido à pressão intensa e/ou prolongada combinada com o cisalhamento.
A LP pode causar complicações graves, como infecções ósseas, sepse e até mesmo
a morte. Embora a prevenção de LP possa parecer uma tarefa complexa, medidas
simples de cuidados regulares podem ajudar a prevenir a maioria dos casos. No Bra-
sil, o Ministério da Saúde publicou o Protocolo de Prevenção de Úlceras por Pressão,
como parte do Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), para ajudar a
prevenir o desenvolvimento de lesões por pressão e outras lesões de pele em todos
os níveis de cuidado, em todos os grupos etários de indivíduos vulneráveis.
Para a avaliação do risco podem ser utilizadas escalas próprias para essa avalia-
ção. Ela pode ser feita durante o exame físico, especialmente em pacientes com
mobilidade prejudicada e essa avaliação deve ser registrada no prontuário. É crucial
a colaboração da equipe multiprofissional na avaliação do risco do paciente, uma vez
que cada membro pode oferecer contribuições valiosas para o cuidado do paciente,
como a realização de ajustes nutricionais, intervenções para auxiliar na mobilização
ou mobilidade do paciente, observação da umidade e hidratação da pele, entre outras
medidas importantes.
CONCLUSÃO
As metas de segurança do paciente são um conjunto de diretrizes estabelecidas para
melhorar a qualidade da assistência em saúde e prevenir eventos adversos e podem
ajudar Cláudia, a personagem que entende como necessária a melhora da seguran-
ça do paciente no local onde trabalha. Embora as metas tenham sido desenvolvidas
originalmente para hospitais, elas se aplicam a todos os níveis de atenção à saúde.
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do paciente e evitar danos desnecessários. As metas de segurança do paciente são
uma iniciativa importante e contínua para melhorar a qualidade do cuidado em saúde
e devem ser amplamente divulgadas e incentivadas para garantir que a assistência em
saúde seja segura, efetiva e de alta qualidade.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013. Institui o
Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Diário Oficial da União:
Brasília, DF, abr. 2013a. Disponível em: https://bit.ly/429IJrY. Acesso em: 05 maio
2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Anexo 01: Protocolo para a Prática de Higiene das
Mãos em Serviços de Saúde. Distrito Federal: Ministério da Saúde, Anvisa, Fiocruz,
09 jul. 2013c. Disponível em: https://bit.ly/3HHrQgj. Acesso em: 05 maio 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Anexo 03: Protocolo para Cirurgia Segura. Distrito
Federal: Ministério da Saúde, Anvisa, Fiocruz, 09 jul. 2013. Disponível em: https://bit.
ly/3nzP15g. Acesso em: 05 maio 2023.
MARCHON, Simone Grativol; MENDES JUNIOR, Walter Vieira; PAVÃO, Ana Luiza
Braz. Características dos eventos adversos na atenção primária à saúde no Brasil.
Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 31, n. 11, p. 2313-2330, 30 nov.
2015. Disponível em: https://bit.ly/3NHDD1Z. Acesso em: 05 maio 2023.
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Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC
Reitora Luciane Bisognin Ceretta
Pró-Reitoria de Ensino
Graziela Amboni
PRODUÇÃO DO MATERIAL
Autora
Profa. Dra. Cristiane Damiani Tomasi
Assessoria Pedagógica
Fernanda Cizescki
Design Instrucional
Amanda Kestering Tramontin
Angélica Manenti
Natassia D’Agostin Alano
Revisão
Ana Paula Dias Fernandes de Oliveira
Bruno Estevam Pereira
Emilly Estevam Machado
Vitória Lobo Gonçalves
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