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REDAÇÃO OFICIAL

Dicas
de
Português
REDAÇÃO OFICIAL
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
Presidente Ministro Ricardo Lewandowski
Corregedor Nacional de Justiça Ministra Nancy Andrighi
Conselheiros Ministro Lelio Bentes Corrêa
Ana Maria Duarte Amarante Brito
Flavio Portinho Sirangelo
Deborah Ciocci
Saulo José Casali Bahia
Rubens Curado Silveira
Luiza Cristina Fonseca Frischeisen
Gilberto Valente Martins
Paulo Eduardo Pinheiro Teixeira
Gisela Gondin Ramos
Emmanoel Campelo de Souza Pereira
Fabiano Augusto Martins Silveira

Secretário-Geral Fabrício Bittencourt da Cruz


Diretor-Geral Rui Moreira de Oliveira

EXPEDIENTE
Secretaria de Comunicação Social
Secretária de Comunicação Social Giselly Siqueira
Projeto gráfico Eron Castro
Revisão Carmem Menezes

2015
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA
Endereço eletrônico: www.cnj.jus.br
Seja bem‑vindo(a)!
Esta coletânea Dicas de Português nasceu a partir do material publi‑
cado pela Comunicação Interna do Conselho Nacional de Justiça na
intranet e está agora disponível para você!
Aqui, você encontrará dicas reunidas em cinco livretos temáticos –
Morfologia e Fonologia; Sintaxe; Redação Oficial; Produção de Texto e
Variados – lançados como parte das celebrações dos 10 anos do CNJ.
O foco é língua portuguesa padrão, apresentada segundo a teoria
gramatical e acompanhada de prática em exercícios.
Este material foi uma ideia concebida pela Secretaria de Comunica‑
ção Social em 2010 para o aprimoramento linguístico dos servidores
e colaboradores. De lá pra cá, revisoras de texto abraçaram a causa,
que, atualmente, possui espaço específico na intranet, além de ser
enviada por e‑mail semanalmente a todos do CNJ!
Assim como o CNJ aproxima a Justiça do cidadão, esperamos que
você se regale com nossos livretos e que eles aproximem você da
língua portuguesa padrão!

Rejane Rodrigues
Chefe de Seção de Comunicação Institucional

Giselly Siqueira
Secretária de Comunicação Social
Sumário
Redação Oficial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

Redação Oficial: ofícios e memorandos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

Redação oficial: para quê? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

Pronomes de tratamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

Portaria e Resolução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

Ata: o registro do imprescindível ............................................................... 14

Instrução Normativa: organizando a rotina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

Relatório: o que, porque e como . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15


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Redação Oficial »» Evite-se, apesar de correto gramatical‑


mente, substituir os pronomes de tra‑
A redação de atos oficiais precisa ser exer‑ tamento pelas formas “seu, sua, lhe,
cida por meio de regras que disciplinam o”, principalmente em relação a “Vossa
toda a atuação pública, que deve caracteri‑ Excelência, Vossa Eminência” e tantos
zar-se pela impessoalidade, clareza, conci‑ de alta cerimônia.
são, formalidade e uniformidade, de forma
»» Recomenda-se não se abreviarem os
que se permita uma única interpretação.
pronomes de tratamento em comuni‑
cações dirigidas a altas autoridades dos
Pronomes de tratamento e
poderes da República e eclesiásticas.
concordância
Os pronomes de tratamento estão entre os Emprego dos pronomes de
pronomes pessoais e são usados em situa‑ tratamento
ções formais. Eles vêm sempre antecedidos
de “sua” ou “vossa” e levam o verbo para a Usa-se “Vossa Excelência” para as seguin‑
terceira pessoa, assim como os pronomes tes autoridades:
possessivos: »» Presidente e Vice-presidente da Repú‑
Ex.: No momento oportuno, Vossa Excelên‑ blica, Ministros de Estado, Ministros do
cia revelará seu voto. Tribunal de Contas da União; Ministros
dos tribunais superiores; Membros dos
Há de se considerar a concordância dos
tribunais; Juízes; Governadores e Vice‑
pronomes de tratamento. Embora se refi‑
-Governadores de Estado e do DF; Embai‑
ram à pessoa com quem se fala, os prono‑
xadores; Deputados Federais e Senadores;
mes de tratamento levam a concordância
Deputados estaduais e distritais, Conse‑
para a terceira pessoa.
lheiros dos Tribunais de Contas estaduais,
Cuidado: Oficiais-Generais das Forças Armadas;
»» Quando se refere à pessoa de quem Secretários-Executivos de Ministérios
se fala, emprega-se a forma “sua”. Ex.: e demais ocupantes de cargos de natu‑
Mesmo não estando presente à reunião, reza especial; Secretários de Estado dos
queria pedir a Sua Excelência, o minis‑ Governos estaduais; Prefeitos municipais,
tro da justiça, um voto de confiança. presidentes das Câmaras Legislativas
municipais e auditores da Justiça Militar.
»» Quando se refere à pessoa com quem
se fala, emprega-se a forma “vossa”. Ex.: “Vossa Senhoria” é o tratamento que
Vossa Excelência, Sr. Ministro, já con‑ deve ser empregado para as demais
cluiu seu voto? autoridades e para particulares.

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Endereçamento no envelope Para uniformizá-los, pode-se adotar uma
diagramação única que siga o padrão
»» No envelope, o endereçamento das
ofício.
comunicações dirigidas às autoridades
tratadas por “Vossa Excelência”, terá a
seguinte forma:
Ofício e Aviso
A Sua Excelência o Definição/finalidade
Senhor
Aviso e ofício são modalidades de comu‑
Fulano de Tal nicação oficial praticamente idênticas.
Ministro de Estado da Justiça A única diferença entre eles é a de que
70064-900 o aviso é expedido exclusivamente por
Brasília/DF Ministros de Estado, para autoridades de
mesma hierarquia, ao passo que o ofício é
Para as demais autoridades e particulares,
o endereçamento correto é: expedido para e pelas demais autoridades.
Ambos têm como finalidade o tratamento
Ao Senhor
de assuntos oficiais pelos órgãos da Admi‑
Fulano de Tal
nistração Pública entre si e, no caso do ofí‑
Condomínio ABC, conj x, casa 0 cio, também com particulares.
70000-000
Brasília/DF Forma

»» Em comunicações oficiais, está abo‑ Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem
lido o uso do tratamento digníssimo o modelo do padrão ofício, com acréscimo
(DD) às autoridades arroladas na lista do vocativo, que invoca o destinatário.
anterior.
Memorando

Diferença entre o memorando e os


Redação Oficial: demais (ofício/aviso)

ofícios e memorandos O destinatário do memorando deve ser


mencionado pelo cargo que ocupa, ao
passo que o remetente/destinatário
Padrão de expedientes do ofício e do aviso deve ser, respec‑
Há três tipos de expedientes que se dife‑ tivamente, diretamente de Ministros
renciam mais pela finalidade que pela de Estado para e pelas autoridades de
forma: o ofício, o aviso e o memorando. mesma hierarquia.

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Definição/finalidade »» Impessoalidade: sempre é a institui‑


ção que emite a mensagem, mesmo
O memorando é a modalidade de comuni‑
que esta seja assinada por alguém
cação entre unidades administrativas de
específico, assim como o destinatário
um mesmo órgão, que podem estar hierar‑
é qualquer cidadão ou outra insti‑
quicamente em mesmo nível ou em níveis
tuição. O texto deve estar isento da
diferentes. É uma forma de comunicação
interferência subjetiva de quem o
eminentemente interna.
escreveu.

»» Formalidade: faz referência não só à


padronização de tipo e corpo de letra,
Redação oficial: espaçamento e entrelinhamento, mas

para quê? também à polidez e à civilidade no


trato com o destinatário. A padroniza‑
O foco volta-se para a redação oficial e, ção determina os detalhes da diagra‑
especificamente, para o ofício. mação do texto, mantendo-se a unifor‑
midade visual.
A redação oficial no Executivo segue o
Manual de Redação da Presidência da »» Clareza: é a qualidade do texto que pos‑
República, publicado em 1991. Com base sibilita a imediata compreensão pelo
nele, órgãos do Judiciário, como o CNJ, leitor e depende do uso do padrão culto
escreveram os próprios manuais, especí‑ da língua portuguesa, da formalidade e
ficos às realidades internas. da padronização e da concisão.

A redação oficial é o modo pelo qual o »» Concisão: é a característica do texto


poder público redige atos normativos e que transmite o máximo de informa‑
comunicações. É a tentativa de deixar ção com o mínimo de palavras. Assim,
iguais o documento produzido em Brasília prolixidade deve ser evitada e substi‑
e o escrito em Caçapava, por exemplo. As tuições de palavras e expressões são
normas buscam a efetividade do texto e, bem-vindas.
com base em princípios constitucionais, »» Uso da norma culta: cabe, na redação
devem estar presentes: impessoalidade, de textos oficiais, a aplicação de todas
formalidade, clareza, concisão, uso da as regras determinadas pela gramática
língua culta e uniformidade. Vamos deta‑ normativa. Não há espaço para varia‑
lhar cada um: ção linguística.

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»» Uniformidade: busca que todos os tex‑ Pronomes de
tos emitidos pelo CNJ apliquem exata‑
mente da mesma forma as regras da
tratamento
formalidade. Ao escrever um ofício, em pelo menos dois
espaços – destinatário e vocativo –, é neces‑
Talvez o expediente administrativo mais
sário usar os pronomes de tratamento,
comum no dia a dia de várias seções
assunto da semana.
do CNJ seja o ofício. Sempre destinado
a órgãos externos e a particulares, é o O uso de pronomes de tratamento parece
expediente apto a tratar de assunto de remontar ao começo da língua portu‑
ordem administrativa ou predominan‑ guesa, quando reis e rainhas, imperado‑
res e duques abundavam. Para cada um
temente oficial. À exceção do fecho,
deles, há um pronome específico, como
todos os parágrafos são numerados.
“vossa majestade, vossa alteza”. E também
Recebe um número de controle asso‑
ao tempo em que apenas uma hierarquia
ciado ao emissor: Ofício n. XXX/SCS.
religiosa era reconhecida, com seu “vossa
A data é escrita por extenso: Brasília, reverendíssima, vossa eminência e vossa
13 de janeiro de 2014. O destinatário é santidade”, usados, respectivamente, para
identificado pelo respectivo pronome sacerdotes, cardeais e papas.
de tratamento, nome em letras maiús‑
Nas primeiras gramáticas do século XVI,
culas e pelo cargo ou função, a que se
foi feita a distinção de emprego entre “tu”
segue o nome do órgão a que pertence.
e “vós” e começou o uso de termos espe‑
O assunto faz referência ao que motivou cíficos para designar ocupantes de cargos
o ofício. O vocativo invoca o destinatá‑ públicos, ao se fazer referência não à pes‑
rio, com o uso do tratamento adequado soa, mas a alguma qualidade dela. Mais
a ele. O fecho saúda o destinatário e a detalhes você lê aqui e aqui.
assinatura é acompanhada pelo nome
Então, em respeito à tradição, segundo
do cargo do remetente.
o Manual de Redação da Presidência da
O texto do ofício deve obedecer aos princí‑ República, usa-se:
pios da redação oficial e ter começo, meio e Vossa Excelência, para as seguintes
fim. O assunto que motiva o ofício é expli‑ autoridades:
citado no primeiro parágrafo e os detalha‑
a) do Poder Executivo: Presidente da
mentos vêm a seguir, com cada ideia em
República; Vice-Presidente da Repú‑
um parágrafo distinto.
blica; Ministros de Estado; Governa‑
Uma boa semana! dores e Vice-Governadores de Estado

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e do Distrito Federal; Oficiais-Gene‑ Senhor Ministro,


rais das Forças Armadas; Embaixado‑ Senhor Governador,
res; Secretários-Executivos de Minis‑
Em comunicações oficiais, está abolido
térios e demais ocupantes de cargos
o uso do tratamento digníssimo (DD), às
de natureza especial; Secretários de
autoridades arroladas na lista anterior.
Estado dos Governos Estaduais; e
A dignidade é pressuposto para que se
Prefeitos Municipais.
ocupe qualquer cargo público, sendo
b) d o Poder Legislativo: Deputados desnecessária sua repetida evocação.
Federais e Senadores; Ministros do
“Vossa Senhoria” é empregado para as
Tribunal de Contas da União; Depu‑
demais autoridades e para particulares.
tados Estaduais e Distritais; Con‑
O vocativo adequado é:
selheiros dos Tribunais de Contas
Estaduais; e Presidentes das Câma‑ Senhor Fulano de Tal,
ras Legislativas Municipais. (...)
c) do Poder Judiciário: Ministros dos Não cabe o tratamento “Ilustríssimo”.
Tribunais Superiores; Membros de Basta “Senhor”.
Tribunais; Juízes; e Auditores da Jus‑
Acrescente-se que “doutor” não é forma
tiça Militar.
de tratamento, e sim título acadêmico.
O vocativo a ser empregado em comu‑ Evite usá-lo indiscriminadamente.
nicações dirigidas aos Chefes de Poder Como regra geral, empregue-o apenas
é Excelentíssimo Senhor, seguido do em comunicações dirigidas a pessoas
cargo respectivo: que tenham tal grau por terem con‑
cluído curso universitário de douto‑
Excelentíssimo Senhor Presidente da
rado. É costume designar por doutor os
República,
bacharéis, especialmente os bacharéis
Excelentíssimo Senhor Presidente do em Direito e em Medicina. Nos demais
Congresso Nacional, casos, o tratamento Senhor confere a
Excelentíssimo Senhor Presidente do desejada formalidade às comunicações.
Supremo Tribunal Federal.
No fecho, para autoridades superiores,
As demais autoridades serão tratadas inclusive o Presidente da República,
com o vocativo Senhor, seguido do deve-se usar “Respeitosamente,” e para
cargo respectivo: autoridades de mesma hierarquia ou de
Senhor Senador, hierarquia inferior, “Atenciosamente,”.
Senhor Juiz, Uma semana bem tratada!

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Portaria e Resolução contínua e nunca se reinicia, por isso há
vírgula entre o número da resolução e a
Nesta semana vamos tratar de dois expe‑ sua data, no campo Identificação do Docu‑
dientes da redação oficial que podem mento. Sempre quem assina a resolução é
mudar as coisas, as pessoas, o modus o presidente do CNJ.
operandi.
Semana que vem tem mais!
A portaria, no CNJ, é um ato emanando
Uma semana fantástica!
pelo presidente, pelo corregedor, pelo
secretário-geral ou pelo diretor-geral des‑
tinado a instruir assuntos concernentes
à administração (admissão, exoneração,
Ata: o registro do
elogio, punição etc.). Importante obser‑
var o uso correto de negrito, caixa alta e imprescindível
espaçamento e a diagramação do texto. A Ata é um ato oficial administrativo que
numeração das portarias é contínua por consiste no registro sucinto, escrito, das
ano e independe do emissor; recomeça, decisões e dos acontecimentos havidos
portanto, a cada ano. Assim, há a por‑ em reunião, congresso, mesa-redonda etc.
taria n. 1 da Secretaria-Geral, a n. 1 da O texto é escrito seguidamente, sem rasu‑
Diretoria-Geral e a n. 1 da Corregedoria. ras, entrelinhas ou entradas de parágrafos.
Como a numeração se reinicia, não há Não pode haver espaços em branco; nume‑
vírgulas entre o número da portaria e a rais são escritos por extenso; são evitadas
respectiva data, no campo Identificação abreviaturas.
do Documento.
O texto da ata é composto por seis partes
A resolução, no CNJ, é o ato normativo de sequenciadas segundo o fluxo da informa‑
competência do Plenário editado com a ção, sem numeração:
finalidade de estabelecer normas gerais
1) dia, mês, ano e hora da reunião;
no âmbito do Poder Judiciário, sendo
dotada de caráter vinculante e geral. No 2) local da reunião;
portal do CNJ, no menu Atos Normativos, 3) nome das pessoas presentes seguido
é possível pesquisar as resoluções ema‑ dos respectivos cargos;
nadas pelo CNJ. Também é importante
4) ordem do dia;
observar o uso correto de negrito, caixa
alta e espaçamento e a diagramação 5) fecho (que começa com “Nada mais
do texto. A numeração das resoluções é havendo a tratar”, por exemplo); e

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6) assinaturas do presidente, do secretá‑ procedimentos e regulamentar matéria


rio e de alguns participantes da reu‑ específica já disciplinada. No CNJ, é expe‑
nião. dida pelo presidente ou pelo secretário‑
-geral ou pelo diretor-geral.
E se você escrever algo errado na ata? Se
perceber o erro imediatamente, risque-o Quanto à forma, tem identificação, ementa,
e escreva a seguir “digo”, entre vírgulas, e preâmbulo, o texto propriamente dito e
a forma correta. Se perceber só no final, assinatura, sendo muito parecida com a
escreva “Em tempo” e faça a indicação do Resolução e a Portaria.
erro e do conserto, com a respectiva linha Uma semana cheia de descobertas!
do texto em que o erro ocorreu.
Uma boa semana curtinha!
Relatório: o que, porque
e como
Instrução Normativa: Novo texto administrativo. A diferença
organizando a rotina deste texto é que ele existe fora do serviço
público e perpassa vários níveis hierárqui‑
O assunto de hoje é Instrução Normativa. cos. Mais cedo ou mais tarde, a solicitação
Você sabe quais são os requisitos para ter de um relatório chegará a você. E, para
direito a férias? Ou para receber ajuda saber como fazer, consulte esta dica.
de custo? Ou ainda como os servidores Relatório é um texto que conta o que
podem participar de educação corpora‑ aconteceu, porque, como, quando, e
tiva? Interessa saber sobre o Adicional de indica para que tudo se deu. Há relató‑
Qualificação? rios de parto, de pesquisa, de viagem, de
estágio, de trabalho mensal, de vendas, de
A resposta a todas essas perguntas está
gastos... Em cada tipo e com cada finali‑
aqui, no portal do CNJ: as instruções nor‑
dade, há mais ou menos emoção. Amyr
mativas do CNJ, tanto as que estão em
Klink relata suas viagens com emoção,
vigência quando as que já foram revo‑
ainda menos que uma mãe ao narrar o
gadas.
parto do filho. Já o controle interno do CNJ
Como se define instrução normativa? É um relata uma auditoria de maneira bem téc‑
documento de organização e ordenamento nica, assim como um pesquisador deve
administrativo interno cujo objetivo é esta‑ ser o mais objetivo possível ao contar
belecer diretrizes, normatizar métodos e como fez suas pesquisas.

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Qualquer que seja o tipo de relatório, uma aqueles que forem necessários. Ficou
característica comum é fundamental: dúvida quanto às referências bibliográ‑
precisão. Se não houver precisão de fatos, ficas no padrão ABNT? Clique e veja a
deixa de haver relatório. No CNJ, talvez NBR 6023.
todos façamos relatório. E, como deve ser: E, para terminar, um relatório escrito por
com correção gramatical. um delegado de Brasília sobre um crime,
A Associação Brasileira de Normas Técni‑ descrito em versos:
cas (ABNT) publicou, em agosto de 1989, a Já era quase madrugada
NBR 10719, que trata das “condições exigí‑ Neste querido Riacho Fundo
veis para a elaboração e a apresentação de
Cidade muito amada
relatórios técnico-científicos”.
Que arranca elogios de todo mundo
Esse tipo de relatório (e muitos outros tam‑ O plantão estava tranquilo
bém) deve ter os elementos pré-textuais
Até que de longe se escuta um zunido
capa, folha de rosto, prefácio, resumo,
E todos passam a esperar
lista de siglas, lista de ilustrações e sumá‑
rio. Claro que nem sempre todos estarão A chegada da Polícia Militar

presentes. Importante destacar que, no Logo surge a viatura


começo de uma publicação, qualquer que Desce um policial fardado
seja, não se usa “índice”; o certo é “sumá‑ Que sem nenhuma frescura
rio”, para indicar a paginação. Traz preso um sujeito folgado
O texto propriamente dito abrange intro‑
dução, metodologia, procedimentos expe‑ Procura pela Autoridade
rimentais, conclusão e recomendações.
Narra a ele a sua verdade
É a resposta ao como, porque e o que
Que o prendeu sem piedade
de uma vez só. As conclusões/recomen‑
Pois sem nenhuma autorização
dações devem ser feitas com clareza e
ordem a partir das deduções dos expe‑ Pelas ruas ermas todo tranquilão
rimentos. Estava em uma motocicleta com restrição

A terceira parte do relatório abrange


agradecimentos, referências bibliográfi‑ A versão completa está disponível aqui.
cas, glossário, índice, ficha de identifica‑
Uma semana de relatórios!
ção, ficha de terceiros e terceira e quarta
capa. De novo, nem sempre todos, mas

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www.cnj.jus.br

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