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GESTÃO DEMOCRÁTICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA:

AS EXPERIÊNCIAS A PARTIR DA BNCC

Cátia da Silva Herter1, Luciana de Lurdes de Oliveira da Silva1,


Solange Beatriz Billig Garces2, Sirlei de Lourdes Lauxen2

Esta pesquisa tem por objetivo problematizar a gestão democrática na Educação Básica com
enfoque nas premissas da Base Nacional Comum Curricular – BNCC. Nessa perspectiva, este
estudo se trata de uma revisão bibliográfica sobre o projeto “Construção do Referencial Curricular
Municipal para a educação infantil e ensino fundamental, a partir da BNCC: um estudo em dois
municípios da região noroeste do RS” que está em andamento. Neste seguimento, utilizamos uma
abordagem qualitativa e tivemos como aportes teóricos Arelaro, Jacomini e Carneiro (2016), a
BNCC (2018), a Constituição Federal (1988), Ferreira (2013), Gadotti (2013) e Lima (2014). O
Brasil é um país democrático, onde as pessoas devem ter seus direitos e deveres respeitados, assim
como, tomar decisões de forma coletiva. Desse modo, Ferreira (2013) aponta a escola como um
lócus na questão do aprendizado, nas relações socioculturais e da preparação para o exercício da
cidadania, logo, tal instituição educativa se torna contraditória em relação a essa perspectiva quando
assume posturas ditatoriais, arbitrárias e controladoras. Nesse sentido, uma gestão antidemocrática
não favorece a emancipação dos sujeitos envolvidos e nem a transformação da sociedade. Cabe
ressaltar ainda que a democratização das escolas no país teve seu princípio a partir da Constituição
Federal (1988) e a concepção da escola como um serviço público, onde seu acesso é direito de todos
os brasileiros, por isso o autor acima nega o exercício da privatização das escolas, pois escola não
é empresa. Porém, Lima (2014) alega que a gestão democrática envolve a dimensão política-
educativa, ou seja, o gestor não deve abordar a escola como uma empresa, mas não pode deixar de
ter formação administrativa e saber gerenciar os recursos humanos, físicos e financeiros da
instituição. Ferreira (2013) coloca que a gestão democrática engloba a participação da coletividade
(inclui-se professores, pais, alunos, funcionários em geral da escola e comunidade escolar) que
pensam juntos e conforme sua realidade. Nesse contexto, a BNCC (2018) não é currículo e também
seus preceitos não são obrigatórios; apenas norteia a construção do mesmo, referenciando que cada
escola deve ter autonomia e criatividade para criar a sua Proposta Político Pedagógica - PPP. Cabe
destacar que os autores acima supracitados também trazem a discussão de gestão democrática
envolta da construção do PPP das escolas, contudo, Gadotti (2013) enfatiza não apenas a construção
coletiva desse projeto, mas de referenciais curriculares municipais que levem em consideração os
aspectos municipais, regionais (estado) e locais (escola), para que haja um currículo que respeite a
diversidade sociocultural e socioambiental do país, caso contrário será terceirização do processo,
sem a presença dos atores envolvidos. Sendo assim, o autor não exclui a importância da BNCC e
dos referenciais curriculares nacionais, apenas preza pela autonomia desses sistemas. Nessa
perspectiva, Arelaro, Jacomini e Carneiro (2016) destacam que é necessário a presença do diálogo,
da comunicação e da troca de informações entre todos os envolvidos para que assim haja uma
tomada de decisões coletivas. Portanto, compreende-se não existe gestão democrática sem o
envolvimento do coletivo, sem a administração descentralizada dos recursos e das pessoas, sem
considerar as peculiaridades de cada escola, região e município e sem considerar o que a BNCC
como documento macro infere.

Palavras-chave: Música. Projeto. Cultura. Arquitetura.

1 Discente do curso de Pedagogia, da Universidade de Cruz Alta - Unicruz, Cruz Alta, Brasil.
2 Docente do PPGPSDS/UNICRUZ, da Universidade de Cruz Alta - Unicruz, Cruz Alta, Brasil.

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