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FACULDADE PITÁGORAS

SOCIOLOGIA - LICENCIATURA

LUIZA FERNANDES DUTRA DE ARAUJO

RELATÓRIO DO
ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO III: GESTÃO
EDUCACIONAL

Belo Horizonte
2023
LUIZA FERNANDES DUTRA DE ARAUJO

RELATÓRIO DO
ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO III: GESTÃO
EDUCACIONAL

Relatório apresentado à Faculdade Pitágoras,


como requisito parcial para o aproveitamento
da disciplina de Estágio Curricular Obrigatório
III: Gestão Educacional do Licenciatura -
Sociologia

Belo Horizonte
2023
SUMÁRIO

1 RELATO DAS LEITURAS OBRIGATÓRIAS 4


2 RELATO DA ANÁLISE DO REGIMENTO ESCOLAR 6
3 RELATO DAS ENTREVISTAS COM A EQUIPE DIRETIVA 9
4 RELATO DA OBSERVAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E SUPERVISÃO 11
5 ATA DE REUNIÃO PEDAGÓGICA E/OU ADMINISTRATIVA 13
6 RELATO DA OBSERVAÇÃO DA ROTINA DO SUPERVISOR/ORIENTADOR
14
7 PLANO DE AÇÃO 15
8 RELATO DA APRESENTAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO À DIREÇÃO ESCOLAR
19
9 VALIDAÇÃO DO RELATÓRIO 20
CONSIDERAÇÕES FINAIS 21
REFERÊNCIAS 22
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INTRODUÇÃO

As atividades do presente trabalho foram realizadas no ambiente da Escola


Estadual Presidente Antônio Carlos, no período de 30 de setembro a 16 de outubro
de 2023. Nele constam leituras em relação à gestão democrática, leituras de
documentos escolares – o Regimento Escolar de 2013, entrevista com membro da
equipe pedagógica, relato de observações do funcionamento da escola, da
secretaria e da equipe pedagógica.
Houve algumas limitações para a produção deste relatório devido a ausências
da supervisora pedagógica, também supervisora de campo. Diante dessas
dificuldades apresentadas, realizei as tarefas previstas no plano de trabalho da
melhor forma que me foi possível diante das oportunidades que me haviam
disponíveis.
Por fim, entendo a importância de se realizar o estágio de gestão educacional,
principalmente para os cursos de licenciatura.
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1 RELATO DAS LEITURAS OBRIGATÓRIAS

Na educação, a Constituição da República determina que a gestão do ensino


público seja democrática. Essa premissa é ratificada na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDBN), que determina os sistemas de ensino a definir as
normas da gestão democrática do ensino público da educação básica, de acordo
com suas peculiaridades.
As normas têm como principais elementos a participação dos profissionais da
educação na elaboração do projeto pedagógico da escola (PPP) e a participação
das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. De
acordo com Monteiro et al. (2011), o maior desafio do governo é organizar suas
políticas públicas a fim de cumprir tudo que se encontra disposto na LDBN.
Dentro da escola e por toda comunidade, a democracia é um princípio a ser
seguido e efetivado. Segundo Najjar (2016), além de um princípio, a democracia é
um meio de organização da escola, que pressupõe a multiplicidade de sujeitos que
partilham o poder para dar conta da complexidade dessa instituição.
A fundamentação da gestão democrática, segundo o Plano Nacional de
Educação (PNE 2014-2024), está na construção de um espaço público de direito,
devendo promover condições de igualdade, liberdade, justiça e diálogo em todos as
esferas. Para garantir a oferta de uma educação de qualidade, a gestão democratica
deve garantir estrutura material e financeira e contribuir para a superação do sistema
educacional seletivo e excludente. Dessa forma, a democracia nas escolas públicas
brasileiras oportunizam igualdade e condições de acesso e permanência, garantindo
a qualidade da educacional que supere a exclusão e a seleção nesses sistemas.
São muitos os elementos que possibilitam a perspectiva democrática nas
escolas brasileiras, como é o caso da escolha de diretores, que ainda se apresenta
como um desafio, visto que a maioria tem a indicação como forma de seleção e a
eleição destes por si só não garante a gestão democrática.
Na gestão escola do novo milênio, o diretor deixa de ser o único administrador
da escola que obedece às ordens superiores. A direção escolar participativa
compreende o compartilhamento de todos os momentos da escola com
representantes que anseiam por um ensino de qualidade, no qual os segmentos
escolares são representados com suas particularidades e um objetivo em comum.
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Assim, a escola é única e precisa ser planejada por todas as pessoas da


comunidade, tanto escolar quanto local.
O PPP é um documento em que podemos observar o trabalho integrado dos
entes da educação brasileira: o Coordenador Pedagógico, o Orientador Educacional
e o Gestor Escolar, em conjunto com os professores, alunos, funcionários, pais e
comunidade escolar. O PPP quando construído democraticamente apresenta a
filosofia da escola, seus anseios e suas dificuldades por meio de seu diagnóstico.
Há uma urgência em se pensar uma gestão educacional democrática e
participativa, e que as decisões dentro da escola seja na perspectiva da
participação, autonomia e descentralização das atividades e decisões escolares.
Diante disso, o gestor precisa atuar como articulador do processo ensino-
aprendizagem, focando na qualidade educacional dos educandos.
Para melhoria da qualidade da educação se faz necessário um novo olhar
para os integrantes da equipe técnico-pedagógica, tornando-se indispensável que
ocorram articulações entre membros da equipe gestora.
Por fim, nessa perspectiva, a construção coletiva do PPP, além de traçar uma
diretriz e diagnosticar a realidade, precisa ser pautada com ações que envolvem
todos os atores da escola.
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2 RELATO DA ANÁLISE DO REGIMENTO ESCOLAR

O Regimento Escolar da Escola Estadual Presidente Antônio Carlos data de


2013, e estabelece os ordenamentos básicos, a estrutura e o funcionamento da
escola, definindo também seus princípios educacionais. O regimento estabelece a
autonomia administrativa e pedagógica da escola, que deve ser construída
coletivamente. Por fim, descreve o papel da instituição, para garantia de normas
estáveis, levando em conta a realidade da escola.
O regimento escolar é composto por capítulos que tratam da identificação da
escola, seu histórico e objetivos, além da organização administrativa e gestão
escolar. Dessa forma, informa que o início das atividades da instituição se deu em
31/01/1947, com publicação no Diário Oficial do Estado de Minas Gerais no dia
01/02/1947 como Grupo Escolar Presidente Antônio Carlos. A construção do atual
prédio da instituição foi em 1952 e inaugurado em 1965. Inicialmente, atendia às
séries iniciais do ensino fundamental. Conforme resolução do Conselho Estadual de
Educação (CEE), em 1982 expandiu as séries. A implantação do Ensino Médio
ocorreu a partir de 1995, por parecer do CEE.
Os objetivos da escola foram construídos para garantia do desenvolvimento
dos educandos, assegurando-lhes a formação comum e indispensável ao exercício
da cidadania, fornecendo-lhes meios para progredir no trabalho e em estudos
posteriores. Assim, podemos elencar os objetivos da instituição escolar, sendo:
elaborar e executar proposta pedagógica, administrar seu pessoal e seus recursos
financeiros, assegurar cumprimento dos dias letivos e horas aula estabelecidos em
lei, zelar pelo cumprimento do plano de trabalho docente, prover meios de
recuperação de alunos de baixo rendimento, articular famílias e comunidade em
processos de integração com a escola, integrar escola no processo de
desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida comunitária, elaborar plano de
desenvolvimento, zelar pela aprendizagem dos alunos, promover a integração do
estudante ao meio físico e social, promover estudos permanentes e assegurar
inclusão social e pedagógica ao educando com necessidades especiais.
Os objetivos estabelecidos dizem respeito às competências de cada
funcionário da instituição escolar, aos professores, à equipe técnica, à equipe
diretiva e à equipe pedagógica. Segundo o regimento escolar, a organização
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administrativa e a gestão escolar é exercida pelo diretor e assessorado pelo


Colegiado Escolar, órgão representativo da comunidade escolar com funções de
caráter deliberativo e consultivo nos assuntos referentes à gestão pedagógica,
administrativa e financeira da escola. Entretanto, Escola Estadual Presidente
Antônio Carlos não possuí um colegiado constituído, sendo a diretoria composta
apenas pelo diretor e vice-diretor, portanto, podemos dividir as competências da
administração da escola nas competências do diretor e nas do vice-diretor.
Cabe ao diretor representar oficialmente a escola, presidindo reuniões e
conduzindo os interesses da instituição escolar, inibindo comportamento
discriminatório e outras condutas que caracterizam práticas antidemocráticas em
seu interior. Segundo o regimento, também é de responsabilidade do diretor tornar a
escola aberta aos interesses da comunidade para realizações de atividades
artísticas, culturais e de lazer, bem como buscar parcerias com instituições e
voluntários que contribuam para a melhoria do ambiente escolar. É dever do diretor
acompanhar a frequência dos alunos, comunicando às famílias e ao Ministério
Público, caso necessário, sobre ausências, ainda garantir a legalidade, regularidade
e autenticidade da vida escolar dos alunos. O diretor deve observar e cumprir a
legislação do Estatuto da Criança e do Adolescente. Administrativamente, o diretor
organiza o quadro pessoal, determina atividades, organiza turnos e horários,
comparecendo na escola nesses diferentes turnos a fim garantir unidade de seu
funcionamento, acompanha frequência dos servidores, conduz avaliação de
desempenho, identifica as necessidades de formação e qualificação dos servidores.
É o diretor que coordena a elaboração do Regimento Escolar, do Projeto Político
Pedagógico e do Plano de Desenvolvimento da Escola. Ele divulga os resultados da
área pedagógica e encaminha medidas que visão sanar deficiências apontadas
pelas avaliações externas. O diretor também deve zelar pelo cumprimento e pelo
conhecimento das diretrizes e normas do sistema de ensino, zelar pelos bens
patrimoniais e pela conservação do prédio, informando aos órgão competentes
sobre necessidade de manutenção, reformas e ampliações, zelar também para que
a escola atinja os padrões de aprendizagem escolar de seus alunos e contribua para
a formação da cidadania. Por fim, o diretor é o responsável pela prestação de contas
da escola.
As competências do vice-diretor, segundo o regimento escolar, substituir o
diretor em sua ausência, assumir atribuições delegadas pelo diretor e supervisionar
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manutenção da limpeza, conservação das instalações e atribuições dos auxiliares de


serviço.
Não consta no Regimento Escolar da instituição as atribuições e as
competências da equipe pedagógica da escola.
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3 RELATO DAS ENTREVISTAS COM A EQUIPE DIRETIVA

Tânia Mara Araújo Santos é a A Supervisora Pedagógica da Escola Estadual


Presidente Antônio Carlos desde 2007. Tânia é pedagoga e psicopedagoga,
terminou seu curso de graduação em 1982 e em seguida fez cursos de
especialização e pós-graduação. Há bastante tempo que Tânia trabalha na área da
educação e, segundo ela, restam apenas 7 anos para se aposentar.
De acordo com Tânia, ela realiza cursos de formação continuada que a
Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais oferece. Ela parece gostar muito
dos cursos ofertados, que geralmente acontecem durante um dia inteiro em hotéis
de Belo Horizonte. Diz ela que volta desses encontros revigorada e cheia de ideias.
Segundo Tânia, a escola mudou muito após a pandemia. Ela conta que os
jovens voltaram a estudar desmotivados, sem interesse, sem limites e com muitos
problemas psicológicos. Tânia ainda conta um caso em que choveu muito durante o
dia, ocorreu muitos raios e trovões, e alguns alunos entraram em pânico. As aulas
não puderam seguir em frente, pois os alunos gritavam e choravam o tempo todo.
Tânia ainda fala que, apesar de ter feito pedagogia, os estudos não a prepararam
para lidar com essas situações e é necessário lidar com elas, uma vez que faz parte
do dia a dia da escola.
A rotina de Tânia na escola consiste em receber os alunos e resolver os
problemas que vão surgindo ao longo do dia. Quando necessário, ela também entra
em sala de aula para ministrar aulas de professores ausentes.
Segundo a supervisora, a escola conta com um Projeto Político Pedagógico
que foi num sábado letivo realizado em conjunto, porém, a escola não conta com um
Conselho Escolar.
Recentemente a escola desenvolveu um projeto chamado Escola do Bem,
que consiste na sensibilização dos problemas sociais ao redor da escola. O projeto
busca arrecadar suprimentos básicos de higiene e limpeza para que os alunos
distribuam nas comunidades em que vivem. Segundo Tânia, a escola costuma
realizar esses tipos de ações ao longo do ano letivo.
Os conselhos de classe ocorrem ao final de cada bimestre. De acordo com
Tânia, os professores preenchem uma planilha pré-conselho e, durante um sábado,
reúne a equipe e discute comportamento e progresso de cada um dos alunos. A
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coordenação, da qual a supervisora faz parte, faz anotações e, caso necessário,


convida pais e alunos para conversarem.
Tânia afirma que a gestão da escola se preocupa bastante com a questão da
gestão democrática. Segundo ela, a escola busca parcerias com associações
comunitárias das vilas que circundam a escola, Acaba Mundo e Morro do Papagaio.
Entretanto, diz Tânia que a participação dos pais dos alunos na escola não é
significativa, cerca de trinta e seis pais estiveram presentes na última reunião.
Infelizmente não houve disponibilidade da equipe diretiva para a realização da
entrevista. Até a redação deste relatório os pedidos de encontro foram negados por
diversos membros e por diferentes motivos.
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4 RELATO DA OBSERVAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO E SUPERVISÃO

A Escola Estadual Presidente Antônio Carlos atende aos anos finais do


ensino fundamental e ao ensino médio, ambos em tempo integral. As aulas iniciam
às sete horas e quinze minutos, finalizando o turno às dezessete horas e trinta
minutos. Atualmente, estudam duzentos alunos na instituição, divididos em sete
turmas de, em média, 25 alunos. A escola possui cinquenta e um funcionários,
sendo um diretor, um vice-diretor e dois auxiliares da direção, duas secretárias, uma
supervisora e uma coordenadora pedagógicas, três funcionários de limpeza e
manutenção, quatro merendeiras e trinta e seis professores.
Na cozinha, constituída por quatro funcionárias, as tarefas são divididas entre
elas e cada uma exerce uma função predefinida. As refeições são preparadas três
vezes ao dia, nos horários de intervalo da manhã e da tarde e no horário de almoço.
O cardápio segue as recomendações da Secretaria de Educação do Estado de
acordo com a Lei das Merendas.
Os serviços de limpeza e manutenção da escola, assim como a alimentação,
são realizados diariamente. A prioridade de limpeza acontece nos horários e nos
espaços que não se encontram ocupados. A limpeza também acontece ao final das
aulas e por eventual demanda. A manutenção é realizada preventivamente e
corretivamente, por isso há observação constante dos patrimônios da escola.
A escola não conta com muitos recursos pedagógicos. Os professores podem
fazer xerox de livros didáticos, que são insuficientes para a quantidade de alunos, e
impressão de materiais produzidos por eles. Os materiais produzidos pelos
professores passam pela coordenação pedagógica que coloca o cabeçalho padrão
com as informações da escola antes destes sejam impressos. Os professores
também contam como recurso pedagógico a sala de multimídias, que necessita ser
reservada com a coordenação para que possa ser utilizada. Além disso, há um
computador disponível aos professores na sala que pertence a eles, no qual podem
realizar a inclusão de informações necessárias no Diário Escolar Digital (DED), uma
ferramenta disponibilizada pela Secretaria de Educação do Estado para controle de
frequência e de notas.
Na secretária, as duas funcionárias são responsáveis por documentos
relacionados aos alunos da escola. O cômodo da secretaria é bastante bagunçado,
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porém as funcionárias conseguem acessar a todos os documentos que necessitam


no momento necessário. Pude perceber que não há uma organização para receber
estagiários ou lugar específico para guardar a documentação de estágio. Os móveis
de arquivos da secretaria são de ferro e bem antigos.
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5 ATA DE REUNIÃO PEDAGÓGICA E/OU ADMINISTRATIVA

ATA DE REUNIÃO PEDAGÓGICA


No dia vinte e cinco de setembro de dois mil e vinte três, as treze horas e
trinta minutos, reuniram nas dependências da Escola Estadual Presidente Antônio
Carlos a Supervisora Pedagógica, Tânia Mara, e os professores, Cecília Amaral e
Flávio Pimenta, para discorrer sobre a atuação dos docentes na instituição. A
reunião foi conduzida pela supervisora Tânia Mara que iniciou parabenizando a
professora de Ciências, Cecília Amaral, pelo trabalho realizado em suas turmas dos
anos finais do ensino fundamental. Cecília Amaral apresenta domínio de suas
classes e aulas, além de trazer aos alunos atividades diversificadas com
metodologias diferentes. Por sua vez, Tânia ressaltou, que o professor Flávio
apresenta dificuldades em manter a disciplina dos estudantes em suas aulas e que
sua metodologia de ensino é desorganizada. Tânia exemplificou o trabalho de
Flávio, que na semana anterior passou um vídeo aos alunos da segunda série do
ensino médio com um professor ministrando a aula, tal como deveria ser feito por
ele. Tânia ainda defendeu o protagonismo dos professores em sala de aula e que as
mídias devem ser utilizadas pelos professores como auxílio para suas aulas. Posto
isso, Tânia perguntou a Cecília se poderia auxiliar Flávio, descrevendo seu trabalho
e sua metodologia como exemplo, para que o professor desenvolvesse o seu próroio
método e evoluísse na sua abordagem com os alunos. Houve anuência dos
professores presentes e, não havendo mais nada a tratar, a reunião foi encerrada.
Eu, Luiza Fernandes, lavro a presente ata.
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6 RELATO DA OBSERVAÇÃO DA ROTINA DO SUPERVISOR/ORIENTADOR

Nos dias destinados à realização da observação do trabalho e da rotina da


supervisora de campo, a supervisora pedagógica Tânia Santos encontrava-se
afastada por motivos de saúde e permaneceu até o fim das atividades de estágio.
Diante dessa situação, consegui acompanhar o vice-diretor da escola que, dentre as
atribuições da equipe diretiva, ele possui maior contato com os professores, os
alunos e os pais.
Fabrício, vice-diretor, é o responsável por abrir a escola e por receber os
alunos na entrada, conversando com aqueles que chegam atrasados. Tânia é a
responsável por organizar o quadro de professores e observar quem está faltando.
Ocorrendo algum conflito entre alunos ou entre eles e algum professor,
Fabrício que realiza a mediação entre as partes. Presenciei uma conversa em que
houve “confusão” entre um aluno e a responsável pela biblioteca. Fabrício reuniu
com os dois na biblioteca e indagou qual foi o problema em questão, constando que
houve desrespeito das duas partes, tanto da funcionária, que insinuou que o aluno
era burro, quanto do aluno, que revidou a “ofensa” com outras bem piores. Fabrício,
então, sugeriu que ambos se desculpassem e que fizessem um acordo para que o
ocorrido não acontecesse novamente, senão seria obrigado a tomar atitudes mais
severas.
Segundo Fabrício, Tânia atende também as demandas dos professores e dos
pais, entretanto não há muita procura dos parentes à escola. De acordo com ele,
menos de um quinto dos pais fazem o acompanhamento dos filhos em relação aos
estudos. Em relação ao atendimento à comunidade escolar, Tânia também auxilia
na secretaria com ligações telefônicas e organização de documentos.
Nesse cenário, Fabrício ressalta que, apesar de suas funções na escola
sejam mais voltadas para a área pedagógica, o seu trabalho se difere e muito do
trabalho de Tânia que é a supervisora pedagógica da instituição.
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7 PLANO DE AÇÃO

TEMA
Atuação da Supervisão Pedagógica no auxílio aos professores e aos estagiários.

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome da escola: Escola Estadual Presidente Antônio Carlos
Diretor: Luiz Antônio de Araújo
Número de alunos: 200

REALIDADE SOCIAL E EDUCACIONAL DA COMUNIDADE ESCOLAR


A instituição encontra-se em um bairro de classe média alta, em àrea de comércio
intenso e cortada por importantes vias de integração centro-bairro; ainda, a escola
encontra-se entre duas grandes vilas de Belo Horizonte.
A instituição de ensino atende a uma “clientela” diversificada, sendo seus alunos
oriundos de famílias de níveis social, econômico e cultural bem diferenciados. Os
dados de caracterização discente indicam a prevalência de famílias com baixo grau
de escolaridade, de qualificação profissional e poder econômico. Atende os anos
finais do ensino fundamental e ensino médio, ambos integrais.

DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA


O tema proposto tem como objetivo, mais do que propor uma solução para alguma
questão da escola, um aprofundamento do estudo sobre a função do supervisor
pedagógico em uma instituição de ensino. Visto que o curso de licenciatura em
sociologia não apresenta muita familiaridade com o trabalho do pedagogo nas
instituições de ensino.

OBJETIVOS DO PLANOS DE AÇÃO


 Orientar o professor na superação de dificuldades;
 Estimular a utilização de metodologias diversificadas;
 Orientar e assistir estagiários, quando houver, na realização de suas
atividades
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ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA
O trabalho de supervisão objetiva a coordenar o trabalho de todas as pessoas
envolvidas no processo pedagógico. A possibilidade de bons resultados no campo
pedagógico, que possibilita a melhoria do processo ensino-aprendizagem dos
alunos, é maior quando há uma relação interpessoal tranquila e equilibrada entre os
integrantes da escola. As habilidades do supervisor pedagógico para exercer suas
atividades de forma responsável, eficaz e comprometida são pensa e agir com
inteligência, equilíbrio, liderança e autoridade (ROSA e SANTANA, 2013).
Historicamente, a supervisão originou-se na fábrica, com o objetivo de
controlar para assegurar maior produção em menos tempo. Nesse sentido, surgiu
como uma forma de orientar profissionais para exercer novas funções e papéis. No
Brasil, a supervisão escolar surge em 1931, cujo papel era executar normas
prescritas pelos órgãos superiores, sendo a função básica do supervisor a inspeção
do ambiente escolar. Na atualidade, a supervisão deve objetivar a uma escola que
seja espaço onde os educadores possam manter uma relação dialética entre si e
com a sociedade, colaborando para a transformação e melhoria do ensino (ROSA e
SANTANA, 2013).
Na resolução 7150 de 1993, as funções de supervisor pedagógico e de
orientador educacional se fundem com papéis voltados para área de coordenação
pedagógica.
“Art. 1º – É papel específico do Especialista da Educação (Supervisor
Pedagógico ou Orientador Educacional) articular o trabalho pedagógico
da escola, coordenando e integrando o trabalho dos coordenadores de
área dos docentes, dos alunos e de seus familiares em torno de um
eixo comum: o ensino-aprendizagem pelo qual perpassam as questões
do professor, do aluno e da família.
[…]
2) Coordenar o programa de capacitação de pessoal da escola […]”.
(MINAS GERAIS, 1993)
Para que a escola possa cumprir com sua função efetiva, possibilitando que
os alunos aprendam e se sintam pertencentes ao espaço escolar, o setor
pedagógico tem como papel proporcionar formação continuada do docente e
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mobilizar os diferentes saberes dos profissionais da educação (ROSA e SANTANA,


2013).
O supervisor pedagógico, no exercício específico de articulador e mobilizador
da equipe escolar, vivencia suas atividades intencionais voltadas para a melhoria da
qualidade do ensino-aprendizagem proporcionada pela escola (ROSA e SANTANA,
2013).
Segundo Rosa e Santana (2013), os desafios da atuação do Supervisor
Pedagógico são muitos e muitas vezes assume vertentes negativas, sendo as
definições mais comuns são aquele que leva e traz fofocas e intrigas, o que assume
todos os papéis, o que substituí outro profissional da educação quando há ausências
e, até mesmo, o que sabe dar dicas e nada mais. Entretanto, de acordo com
Vasconcellos (2002), o sucesso da escola exige a presença de um supervisor que
enxerga sua tarefa como essencialmente pedagógica, que atua junto aos
professores e discutindo com eles os problemas, buscando soluções e conhecendo
os alunos. Para o exercício de sua função, o supervisor escolar deve sempre
aprimorar seus conhecimentos e ser um conhecedor do cotidiano da escola
(BARBOSA, 2012).
Uma dificuldade do supervisor pedagógico é o tempo disponível para
acompanhar adequadamente alunos estagiários. Por sua vez, o processo de
supervisão de estágio surge ao supervisor como uma oportunidade para refletir,
problematizar, rever e reorientar as suas práticas e o seu desenvolvimento
profissional. São os momentos de reflexão do cotidiano escolar que levam a
repensar atitudes e alteração de algumas posturas e práticas (BARBOSA, 2012).

SÍNTESE DOS PROCEDIMENTOS


 Orientação de professores:
◦ Organizar momentos de acompanhamento de gestão de sala de aula;
◦ Tematizar o acompanhamento nos encontros de formação continuada;
◦ Realizar devolutivas orais e escritas, coletivas e/ou individuais, sobre o
acompanhamento realizado.
 Utilização de metodologias:
◦ Acompanhar a gestão de sala de aula para diagnosticar o perfil das
turmas;
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◦ Pesquisar materiais e recursos que permitam o estudo de metodologias


diversificadas;
◦ Propor estudos sobre estratégias de ensino e sua aplicabilidade prática,
considerando a natureza e as modalidades organizacionais de conteúdo;
◦ Organizar momentos para o grupo de apoio didático.
 Orientação de estagiários:
◦ Elaborar, em conjunto com o Supervisor de Estágio, rotinas para
estagiários, respeitando a rotina da equipe escolar.

RECURSOS
A sugestão dos recursos necessários à implantação deste plano de ação são a
capacitação da supervisora pedagógica em cursos de formação continuada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O profissional da educação tem de ter consciência de que é importante para o
sucesso de seu trabalho a construção de uma parceria com o corpo docente e os
seus alunados, para que haja maior interação que oportunizará uma compreensão
das dificuldades enfrentadas pela instituição de ensino e buscar melhores
resultados. No entanto, a supervisão nega seu papel específico de articulador e
dinamizador do processo pedagógico, sendo necessário acreditar em seu trabalho e
mostrar que suas ações fazem diferença nas práticas pedagógicas.
O supervisor tem um papel político, pedagógico e de liderança no ambiente escolar,
por isso precisa ser inovador, criativo, proativo e, sobretudo, comprometido com seu
grupo de trabalho.
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8 RELATO DA APRESENTAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO À DIREÇÃO ESCOLAR

No dia destinado à apresentação do plano de ação para a direção escolar,


não estavam presentes o diretor da escola, que se encontrava em reunião, nem a
supervisora de campo, pois esta se encontrava afastada por motivos médicos.
Entretanto, realizei a apresentação do plano ao vice-diretor da escola que fez
algumas considerações.
Durante a apresentação, relatei os motivos da escolha do tema, que é um
estudo sobre a atuação da supervisão pedagógica nas instituições de ensino, devido
à minha falta de familiaridade com o tema. Descrevi a ele os principais pontos do
plano de ação, os objetivos e as propostas dos procedimentos a serem realizados.
Ainda, discorri um pouco sobre a minha fundamentação teórica.
O vice-diretor, Fabrício, achou interessante a ideia de fazer um estudo sobre
o trabalho da supervisão escolar, em vez de sugerir alguma solução para qualquer
questão da escola. Segundo ele, as atividades propostas nos estágios as vezes
colocam o estagiário em uma posição que nem os especialistas são capazes de
realizar. Dessa forma, Fabrício achou humilde da minha parte ter somente descrito
as atribuições da supervisão e sugestionar uma demanda que a própria supervisora
faz, que é a de auxiliar os professores na utilização de metodologias ativas.
Fabrício ainda concordou com a falta de organização e comunicação da
instituição com os estagiários, se desculpou pela falta de estrutura e pessoal para
me receber e se colocou à disposição para o que precisasse.
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9 VALIDAÇÃO DO RELATÓRIO
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante a realização deste relatório, pude perceber a importância do


profissional pedagogo para a organização escolar. A gestão escolar é mais do que
um trabalho administrativo, sendo responsável por toda a comunicação com os
profissionais da instituição de ensino e com a comunidade escolar.
A realização deste trabalho me possibilitou perceber que a atividade do
profissional de pedagogia é bastante importante para articular e organizar todas as
funções desempenhadas em uma escola. A supervisão pedagógica atua como a
ponte que identifica as necessidades dos docentes, alnos e comunidade escolar e
as comunica à direção, que se encarrega das questões administrativamente.
Apesar de não ser minha área de atuação, conhecer a atuação da equipe
pedagógica e da equipe diretiva me possibilita estar preparada para enfrentar os
desafios que a docência apresenta e buscar auxílio aos profissionais competentes
quando necessário.
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REFERÊNCIAS

BERNADO, Elisangela da Silva et al. Gestão Escolar e Democratização da


Escola: desafios e possibilidades de uma construção coletiva. Revista on-line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v.22, n. esp. 1, p. 31-48, março, 2018.

ROSA, Aparecida Silvério; SANTANA, Monaliza Angélica. A importância do


Supervisor Pedagógico na escola. Revista Perquirere, 10(2)46-58, 2013.

BARBOSA, Ana Maria dos Santos Ferreira Virtuoso Alves. Dissertação: A relação e
intercomunicação entre o Supervisor Pedagógico e o Aluno Estagiário. 2012.

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